Quando se trata de inteligência emocional, encontramos inúmeras definições na...
Estrutura de concreto armado i (1 - classificação das estruturas e concepção estrutural)
1. Prof. Luiz Algemiro Cubas Guimarães (MIRO)
ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO I (CV 045)
Notas de Aula - 1
CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS E
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
1. Introdução
A concepção da estrutura de uma edificação consiste no estabelecimento de um arranjo adequado dos
vários elementos estruturais, de modo a assegurar que o mesmo possa atender às finalidades para as
quais ele foi projetado. Estabelecer um arranjo estrutural adequado consiste em atender
simultaneamente, sempre que possível, aos aspectos de segurança, economia (custo e durabilidade) e
aqueles relativos ao projeto arquitetônico (estética e funcionalidade).
Como é sabido, uma construção existe, ou existirá, para atender as finalidades a que se propõe. A sua
implantação determina a utilização de materiais com uma escala de diversidade bastante grande, e
aplicado de forma adequada, recomendada e muitas vezes normatizado. Nas edificações usuais, tem-
se, por exemplo, o concreto armado, as alvenarias de tijolos ou blocos, as esquadrias metálicas e de
madeira, os revestimentos, o telhado, as instalações elétricas e hidráulicas, etc.
Desta forma, o projeto de uma construção deve então considerar vários aspectos:
• Função (funcionalidade) e Forma (estética) ⇒ Projeto Arquitetônico;
• Segurança (sustentabilidade da estrutura) ⇒ Projeto estrutural e;
• Saneamento e conforto⇒ Projeto das Instalações.
Resta então, uma vez que é o enfoque desta disciplina, nortear conceitos acerca de Projeto Estrutural.
2. O Projeto Estrutural
De forma simplificada, uma construção pode ser dividida em: estrutura da construção (materiais
“resistentes”); e o enchimento da construção (materiais não resistentes que não tem a missão de resistir
à estrutura).
Os materiais resistentes são responsáveis pela resistência e estabilidade da construção. Nos edifícios
usuais é constituído, em geral, pelas peças de concreto armado.
Os materiais de enchimento são responsáveis pela forma e pelo aspecto (estética) da construção. Nos
edifícios usuais, constituem enchimento: as alvenarias, as esquadrias e os revestimentos. Eles são
construídos apoiando-se na estrutura de concreto. Em edifícios de alvenaria estrutural, a estrutura
confunde-se com esta alvenaria. O mesmo ocorre em “sobrados” usuais, onde algumas das paredes
têm função estrutural.
A estrutura é composta de elementos lineares (por exemplo, as vigas), bidimensionais (por exemplo, as
lajes) e tridimensionais (por exemplo, os blocos de estacas das fundações).
No concreto estrutural, as peças são moldadas no local, permitindo, assim, bastante liberdade na
fixação das suas dimensões.
Normalmente, o projeto estrutural compõe-se das seguintes etapas:
• Concepção estrutural;
• Análise estrutural (dimensionamento dos elementos estruturais) e;
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2. • Síntese estrutural (detalhamento, por intermédio de desenhos, dos elementos estruturais); que
se interagem para gerar o projeto da estrutura.
3. Os Elementos das Estruturas de Concreto Armado
A estrutura de uma edificação é composta de elementos com funções semelhantes e bem definidas
(receber, suportar e transferir cargas), denominados de elementos estruturais.
3.1 Elementos estruturais básicos
Os elementos estruturais mais freqüentes (e ponto específico de nossos futuros módulos de estudo em
Estrutura de Concreto Armado 1 e 2) são:
• Laje maciça: elemento estrutural bidimensional, geralmente horizontal, constituindo os pisos
de compartimentos; suporta diretamente as cargas verticais do piso, e é solicitado
predominantemente à flexão (placa);
• Viga: elemento unidimensional (barra), geralmente horizontal, que vence os vãos entre os
pilares dando apoio às lajes, às alvenarias de tijolos e, eventualmente, a outras vigas, e é
solicitado predominantemente à flexão e;
• Pilar: elemento unidimensional (barra), geralmente vertical, que garante o vão vertical dos
compartimentos (pé direito) fornecendo apoio às vigas, e é solicitado predominantemente à
compressão.
As solicitações predominantes relacionadas acima estão associadas ao que chamamos de
comportamento principal ou comportamento primário dos elementos estruturais. As ligações rígidas
existentes entre os diversos elementos acarretam a presença de outras solicitações.
Um exemplo simples de estrutura é constituído pelo piso elementar, composto de uma laje, quatro vigas
e quatro pilares.
Figura 1
Piso Elementar
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3.2 Elementos estruturais de fundações
Elementos tridimensionais que tem a missão de receber as cargas dos pilares imediatamente
superiores e transferir ao solo. As fundações podem ser classificadas em:
• Diretas ou Rasas: quando a transferência de carga se der à pequena profundidade, ou seja, o
solo imediatamente abaixo da sapata tem capacidade de suportar a carga transferida. Neste
caso, o elemento estrutural de fundação que distribui a carga do pilar para o solo chama-se
sapata direta, ou simplesmente sapata;
• Profundas: estacas ou tubulão, isso se dá quando a transferência de carga se der a “grande”
profundidade, ou seja, quando o solo que tem capacidade de suportar a carga transferida,
estiver em camadas profundas. Porém, neste caso, haverá um elemento estrutural de transição
na fundação que transfere a carga do pilar para as estacas ou tubulões chama-se bloco.
Portanto, inicialmente, a carga do pilar é transferida para o bloco; a seguir, deste para as
estacas ou tubulões e, finalmente, para o solo de apoio da estrutura.
3.3 Elementos estruturais Complementares
São os elementos estruturais que completam a estrutura do edifício e que, normalmente são formados
por uma combinação dos elementos estruturais básicos.
• escada
• caixa d’água
SAPATA BLOCO COM ESTACAS TUBULÃO
Figura 2
Elementos Estruturais de Fundação
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4. • muro de arrimo
4. Concepção Estrutural
A concepção estrutural, ou simplesmente estruturação, também chamada de lançamento da estrutura,
consiste em escolher um sistema estrutural que constitua a parte resistente da edificação.
Essa etapa, uma das mais importantes no projeto estrutural, implica em escolher os elementos a serem
utilizados e definir suas posições, de modo a formar um sistema estrutural eficiente, capaz de absorver
os esforços oriundos das ações atuantes e transmiti-los ao solo de fundação.
A solução estrutural adotada no projeto deve atender aos requisitos de qualidade estabelecidos nas
normas técnicas (mais especificamente a NBR 6118/2003 – para concreto armado), relativos à
capacidade resistente, ao desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura.
Em síntese, a concepção da estrutura de um edifício consiste em estabelecer um arranjo adequado dos
vários elementos estruturais anteriormente definidos, de modo a assegurar que o mesmo possa atender
às finalidades para as quais ele foi projetado. Estabelecer um arranjo estrutural adequado consiste em
atender simultaneamente, sempre que possível, aos aspectos de segurança (normas técnicas),
economia (custo e durabilidade) e aqueles relativos ao projeto arquitetônico (estética e funcionalidade).
Se a concepção estrutural pressupõe um arranjo de elementos estruturais, e estes apresentarem as
suas particularidades, então, para o estabelecimento do arranjo é importante considerar o
comportamento primário destes mesmos elementos.
Para isso, remetemos novamente e de forma resumida aos elementos estruturais:
• Laje: elemento plano bidimensional, apoiado em seu contorno nas vigas, constituindo os pisos
dos compartimentos; recebe as cargas do piso transferindo-as para as vigas de apoio;
• Viga: elemento de barra sujeita a flexão, apoiada nos pilares e, geralmente, embutida nas
paredes; transfere para os pilares o peso da alvenaria apoiada diretamente sobre ela e as
reações das lajes;
• Pilares: elementos de barra sujeitos a compressão, fornecendo apoio às vigas; transfere as
cargas para as fundações.
4.1 Caminho das Ações
O sistema estrutural de um edifício (ou, edificação) deve ser projetado de modo que seja capaz de
resistir não só às ações verticais, mas também às ações horizontais que possam provocar efeitos
significativos ao longo da vida útil da construção.
As ações verticais são constituídas por: peso próprio dos elementos estruturais; pesos de revestimentos
e de paredes divisórias, além de outras ações permanentes; ações variáveis decorrentes da utilização,
cujos valores vão depender da finalidade do edifício, e outras ações específicas, como por exemplo, o
peso de equipamentos.
As ações horizontais constituem-se basicamente, da ação do vento e do empuxo em subsolos, quanto
aos abalos sísmicos, não houve e não há previsão da ocorrência no Brasil, uma vez que, não há falhas
geológicas significativas nos substratos de solo que formam o Brasil. Porém, as forças horizontais não
será foco de Estudo de Estrutura de Concreto Armado 1.
O percurso das ações verticais tem início nas lajes, que suportam, além de seus pesos próprios, outras
ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo, eventualmente, peso de paredes que se
apóiem diretamente sobre elas. As lajes transmitem essas ações para as vigas, através das reações de
apoio.
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As vigas suportam seus pesos próprios, as reações provenientes das lajes, o peso de paredes e, ainda,
ações de outros elementos que nelas se apóiem, como, por exemplo, as reações de apoio de outras
vigas. Em geral as vigas trabalham à flexão e ao cisalhamento e transmitem as ações para os
elementos verticais − pilares e paredes estruturais − através das respectivas reações.
Os pilares e as paredes estruturais recebem as reações das vigas que neles se apóiam, as quais,
juntamente com o peso próprio desses elementos verticais, são transferidas para os andares inferiores
e, finalmente, para o solo, através dos respectivos elementos de fundação.
4.2 Parâmetros Básicos
Enfim, a concepção estrutural deve levar em conta a finalidade da edificação e atender, tanto quanto
possível, às condições impostas pela arquitetura.
O projeto arquitetônico representa, de fato, a base para a elaboração do projeto estrutural. Este deve
prever o posicionamento dos elementos de forma a respeitar a distribuição dos diferentes ambientes
nos diversos pavimentos. Mas não se deve esquecer de que a estrutura deve também ser coerente com
as características do solo no qual ela se apóia.
O projeto estrutural deve ainda estar em harmonia com os demais projetos, tais como: de instalações
elétricas, hidráulicas, telefonia, segurança, som, televisão, ar condicionado, computador e outros, de
modo a permitir a coexistência, com qualidade, de todos os sistemas.
Os edifícios podem ser constituídos, por exemplo, pelos seguintes pavimentos: subsolo, térreo, tipo,
cobertura e casa de máquinas, além dos reservatórios inferiores e superiores.
Existindo pavimento-tipo, o que em geral ocorre em edifícios de vários andares, inicia-se pela
estruturação desse pavimento. Caso não haja pavimentos repetidos, parte-se da estruturação dos
andares superiores, seguindo na direção dos inferiores.
A definição da forma estrutural parte da localização dos pilares e segue com o posicionamento das
vigas e das lajes, nessa ordem, sempre levando em conta a compatibilização com o projeto
arquitetônico.
A escolha do sistema estrutural depende de fatores técnicos e econômicos, dentre eles: capacidade do
meio técnico para desenvolver o projeto e para executar a obra, e disponibilidade de materiais, mão-de-
obra e equipamentos necessários para a execução. Pois, inúmeros são os tipos de sistemas estruturais
que podem ser utilizados. Nos edifícios usuais empregam-se lajes maciças ou nervuradas, moldadas no
local, pré-fabricadas ou ainda parcialmente pré-fabricadas.
Em casos específicos de grandes vãos, por exemplo, pode ser aplicada protensão para melhorar o
desempenho da estrutura, seja em termos de resistência, seja para controle de deformações ou de
fissuração.
Alternativamente, podem ser utilizadas lajes sem vigas, apoiadas diretamente sobre os pilares, com ou
sem capitéis, casos em que são denominadas lajes-cogumelo, e lajes planas ou lisas, respectivamente.
Nos casos de edifícios residenciais e comerciais, a escolha do tipo de estrutura é condicionada,
essencialmente, por fatores econômicos, pois as condições técnicas para projeto e construção são de
conhecimento da Engenharia de Estruturas e de Construção.
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6. O posicionamento dos elementos estruturais na estrutura da construção pode ser feito com base no
comportamento primário dos mesmos; assim, as lajes são posicionadas nos pisos dos compartimentos
para transferir as cargas dos mesmos para as vigas de apoio.
As vigas são utilizadas para transferir as reações das lajes, juntamente com o peso das alvenarias, para
os pilares de apoio (ou, eventualmente, outras vigas), vencendo os vãos entre os mesmos; e os pilares
são utilizados para transferir as cargas das vigas para as fundações.
A transferência de cargas deve ser a mais direta possível; desta forma, deve-se evitar, na medida do
possível, a utilização de apoio de vigas importantes sobre outras vigas (chamadas apoios indiretos),
bem como, o apoio de pilares em vigas (chamadas vigas de transição).
Os elementos estruturais devem ser os mais uniformes possíveis, quanto à geometria e quanto às
solicitações; desta forma, as vigas devem, em princípio, apresentar vãos comparáveis entre si.
As dimensões contínuas da estrutura, em planta, devem ser, em princípio, limitadas a cerca de 30 m
para minimizar os efeitos da variação de temperatura ambiente e da retração do concreto; assim, em
construções com dimensões em planta acima de 30 m, é desejável a utilização de juntas estruturais ou
juntas de separação que decompõem a estrutura original, em um conjunto de estruturas independentes
entre si, para minimizar estes efeitos.
4.2.1 Pilares – Premissas e Pré-dimensionamento Geométrico
São normalmente de seção retangular e posicionados nos cruzamentos das vigas, permitindo apoio
direto das mesmas, onde se recomenda iniciar as suas localizações cantos e, a partir daí, pelas áreas
que geralmente são comuns a todos os pavimentos (área de elevadores e de escadas) e onde se
localizam, na cobertura, a casa de máquinas e o reservatório superior. Em seguida, posicionam-se os
pilares de extremidade e os internos, buscando embuti-los nas paredes ou procurando respeitar as
imposições do projeto de arquitetura.
Deve-se, sempre que possível, dispor os pilares alinhados, a fim de formar pórticos com as vigas que os
unem. Os pórticos, assim formados, contribuem significativamente na estabilidade global do edifício.
Usualmente os pilares são dispostos de forma que fiquem espaçados de 2,5 m a 6 m, que resultam nos
vãos das vigas. Distâncias muito grandes entre pilares produzem vigas com dimensões incompatíveis e
acarretam maiores custos à construção (maiores seções transversais dos pilares, maiores taxas de
armadura, dificuldades nas montagens da armação e das formas etc.). Por outro lado, pilares muito
próximos acarretam interferência nos elementos de fundação e aumento do consumo de materiais e de
mão-de-obra, afetando desfavoravelmente os custos.
Deve-se adotar seção retangular de dimensões (b x h), onde se recomenda b ≥ 20 cm com b ≤ h , pelo
menos, para a menor dimensão do pilar e escolher a direção da maior dimensão de maneira a garantir
adequada rigidez à estrutura, nas duas direções. Pode-se adotar, também, seção retangular com b ≥ 12
cm (em geral nos pilares internos) ou seções compostas de retângulos, cada um com b ≥ 12 cm, em
forma de “L”, “T”, etc
Posicionados os pilares no pavimento-tipo, se deve verificar suas interferências nos demais pavimentos
que compõem a edificação.
Assim, por exemplo, deve-se verificar se o arranjo dos pilares permite a realização de manobras dos
carros nos andares de garagem ou se não afetam as áreas sociais, tais como recepção, sala de estar,
salão de jogos e de festas etc.
O posicionamento dos pilares deve compatibilizar os diversos pisos, procurando manter a continuidade
vertical dos mesmos até a fundação de modo a se evitar, o quanto possível, a utilização de vigas de
transição (pilar apoiado em viga).
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Para efeito de pré-dimensionamento, a área da seção transversal Ac pode ser pre-dimensionada
através da área de influência prevista para o pilar. Então, a seção do pilar é estimada, considerando-
se compressão simples com carga majorada pelo coeficiente α, utilizando-se a seguinte expressão:
Onde:
Ac = b x h → área da seção de concreto ( cm
2
)
α → coeficiente de majoração que leva em conta as excentricidades da carga
Ai → área de influência do pilar ( m
2
)
n → número de pavimentos-tipo e ( n+0,7 ) → número que considera a cobertura, com carga
estimada em 70% da relativa ao pavimento-tipo.
P4 (30x20)
V202(12x40) P5 (50x30) P6 (20x20)
PISO 2
LAJE 203
LAJE 204
LAJE 103
LAJE 104
PISO 1
PILARP5
PISO TÉRREO
FUNDAÇÃO
VIGA DE TRANSIÇÃO
PILARP4
PILARP6
VIGA 202 VIGA 203
VIGA
V204 VIGA V206
VIGA
V104
VIGA V106
Figura 3 – Representação em forma e corte da Transição
( )
)0,01(69,2
0,7nx Ax30
A
ckck
i
c
ff −+
+
=
α
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8. fck → resistência característica do concreto ( kN/cm
2
), não esquecendo que 1 Mpa = 0,1 kN/cm²
Valores considerados para α:
α = 1,3 → pilares internos ou de extremidade, na direção da maior dimensão;
α = 1,5 → pilares de extremidade, na direção da menor dimensão;
α = 1,8 → pilares de canto.
Exemplo:
Considerar as Figuras abaixo (Figuras 4 e 5) para o exemplo de pré-dimensionamento geométrico do
Pilar P5, com a ressalva que as dimensões de vigas, lajes e pelares são mínimas, com simples efeito
esquemático.
P5 (12X30/30)
L 101
h = 8
P2 (12X30/30)
P6 (20X20)
V101 (12X30/30)P1 (12X30/30) P3 (12X30/30)
278
P4 (20X20)
V102 (12X40)
P8 (20X20) P9 (20X20)
P7 (20X20)
V103 (12X40)
L 103
h = 8
L 104
h = 8
L 102
h = 8
29812
288
V106(12x40)
V105(12x40)
V104(12x40)
1212
12 12 12288
Figura 4 – Planta de Forma do Pavimento Térreo / Tipo
P5
P2
P6
P1 P3
278
P4
P8 P9P7
298121212
12 12 12
Figura 5 – Planta de Pilares com a Área de Influência no P5 ⇒ A5
288 288
≈ 300
P5
A5
A6
A3A2A1
A4
A7 A8 A9
≈300
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Como exemplo, considera-se o Pilar P5 (no Térreo) e concreto utilizado é o 20 MPa com:
• Área de influência no andar tipo: Ai,5 = 3 m x 3 m = 9,0 m2
• Número de Andares (n): 10
• fck = 20,0 MPa = 2,0 kN/cm2
• Seção Retangular com b = 25 cm ( valor arbitrado ),
Cálculo:
( )
)0,01(69,2
0,7nx Ax30
A
ckck
i
c
ff −+
+
=
α
→
( ) cm²1.405
2,0)0,01(69,22,0
0,7109,0x1,3x30
Ac,5 =
−+
+
=
Ac,5 = 1.405 cm2
e se b = 25 cm e Ac = b x h ∴ h = Ac,5 / b = 1.405 / 25 = 56,2 cm
Logo, a seção do Pilar P5 do térreo será (25 cm x 55 cm ⇒ adotado múltiplo de 5)
A seção do pilar deve ser mantida constante ao longo de um lance (entre pisos consecutivos) e pode
variar ao longo de sua altura total. Esta variação pode ser feita a cada grupo de 2 ou 3 andares.
4.2.2 Lajes – Premissas e Pré-dimensionamento Geométrico
São, normalmente, de forma retangular de lados ℓx e ℓy onde ℓy ≥ ℓx (vãos teóricos correspondentes às
distâncias entre os eixos das vigas opostas de apoio da laje). Os tipos usuais são: maciça, cogumelo,
nervurada e mista (aqui incluída a laje de vigotas pré-moldadas).
Apresentam-se, a seguir, as regras para as lajes maciças usuais de edifícios sujeitas às cargas
distribuídas uniformes:
• A espessura da laje (h) pode ser estimada em h ≈ 2,5% ℓx.
Recomenda-se a adoção de espessuras mínimas em função do uso da laje:
• 5 cm para lajes de forro;
• 7 cm para lajes de piso;
• 12 cm para lajes sujeitas à passagem de veículos.
As lajes maciças podem ser ainda: normais ou rebaixadas (com opção para o emprego de forro falso e
laje normal).
Podem-se ter paredes construídas diretamente sobre a laje, principalmente quando estas paredes são
pequenas e leves (paredes internas). Esta situação ocorre em compartimentos pequenos.
4.2.3 Vigas – Premissas e Pré-dimensionamento Geométrico
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10. São, normalmente, de seção transversal retangular (bw por h) e posicionadas nas paredes, as quais
suportam. Em geral, a espessura da viga ( bw ) é definida de modo que ela fique embutida na parede.
Assim, tem-se a espessura bw , descontando-se as espessuras de revestimento (erev, da ordem de 0,5
cm a 1,5 cm) da espessura da parede acabada (erev).
bw = ealv - 2 erev.
Normalmente, os tijolos cerâmicos e os blocos de concreto tem espessuras ( etij ) de 9 cm, 14 cm e 19
cm ⇒ ealv = etij + 2 erev .
P6 (20x30)
LAJE 104
L 103
h = 8
V106(12x40)
VIGA
V104
P4 (30x20)
V102(12x40)
LAJE 103
VIGA V102
PISO 1
P5 (20x45)
V105(12x40)
V104(12x40)
VIGA V105 VIGA V106
L 104
h = 8
ℓ1 = compr. 1º vão
Figura 6 - Vigas
ℓ2 = compr. 2º vão
VIGA V102
PD=PÉDIREITO
bw
VIGA
Parede em alvenaria
com ou sem esquadrias
ealv
h
Figura 7 – Seção Transversal de Viga
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A altura (h) da seção transversal da viga pode ser estimada em ( ℓ / 10 ⇒ para vigas isostáticas com
esforço concentrado no vão e ℓ / 13 ⇒ para vigas isostáticas com somente esforços distribuídos no vão);
e ainda, para vigas hiperestáticas: ( ℓ / 12 ⇒ para vigas hiperestáticas com esforço concentrado no maior
vão e ℓ / 15 ⇒ para vigas hiperestáticas com somente esforços distribuídos no maior vão), onde ℓ é o
maior vão da viga (normalmente, igual a distância entre os eixos dos pilares de apoio). Observação se
faz também em caso de balanço, onde a altura recomendável é ℓo / 5, onde ℓo é vão do balanço e é o
vão do balanço é que vai determinar a altura do restante da viga se a consideração do balanço for a
maior altura.
Nas vigas contínuas, os vãos adjacentes devem preferencialmente ter uma relação entre 2/3 e 3/2, e
costuma-se adotar altura única estimada.
No caso de apoios indiretos (viga apoiada em outra viga), recomenda-se que a viga apoiada tenha altura
menor ou igual ao da viga de apoio. E adotar que sempre o menor vão apóia o maior vão.
Podem ser adotadas alturas múltiplas de 5 cm, com um mínimo de 25 cm. A altura mínima induz a
utilização de vãos ℓ ≥ 2,5 m. Em geral, não devem ser utilizados vãos superiores a 6 m, face aos valores
usuais de pé direito (em torno de 2,8 m) que permitem espaço disponível, para a altura da viga, em torno
de 60 cm.
As vigas podem ser normais ou invertidas, conforme a posição da sua alma em relação à laje.
P4 (30x20)
V102(12x40)
L 103
h = 8
L 104
h = 8
P5 (20x45)
VIGA V102
LAJE 103
VIGA
V104
PISO 1
ℓ1 = compr. 1º vão
V104(12x40)
V105(12x40)
V106(12x40)
(INVERTIDA)JANELA
ATÉOFORRO
LAJE 104
VIGA V105
ℓ2 = compr. 2º vão
P6 (20x45)
VIGA V106
Figura 8 - Viga Invertida – Viga V106
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12. 5. Desenho Estrutural
É o resultado gráfico da concepção estrutural concebida. Convém identificar todos os elementos
estruturais envolvidos. E já neste módulo sem maiores comentários, já foram demonstrados a partir das
figuras 3, 4, 5, 6, 7 e 8 partes integrantes do desenho estrutural com planta de forma e seus respectivos
cortes. Nessas condições:
• as lajes são representadas pela letra L com índice numérico seqüencial e ordenado de modo a
facilitar a sua localização;
• as vigas, de modo análogo, são representadas pela letra V;
• os pilares, de modo análogo, são representados pela letra P.
A numeração (para Pilares, Lajes e Vigas no sentido horizontal) segue a seqüência da esquerda para a
direita e, de cima para baixo e; para as Vigas que estão no sentido Vertical, segue a seqüência, da
esquerda para a direita e de baixo para cima.
A representação gráfica da estrutura é feita por meio de dois tipos de desenho: desenho de forma e
desenho de armação. Cada tipo de desenho é elaborado conforme diretrizes específicas. Detalharemos
aqui somente o desenho (ou Planta) de Forma, ficando para o desenho de armação para cada elemento
estrutural a ser estudado, tanto em Estrutura do Concreto Armado 1, quanto em Estruturas de Concreto
Armado 2.
5.1 Planta de Forma
Os desenhos de formas definem completamente, as características geométricas da estrutura. As
diretrizes específicas para a elaboração destes desenhos são:
• Locação da Estrutura: a locação consiste na definição de eixos de referência, principais e
secundários, em relação aos quais a estrutura se posicionará observando, rigorosamente, as
medidas prescritas no projeto arquitetônico. Os eixos de locação da estrutura são, em geral,
eixos característicos da construção e as divisas do terreno onde a mesma será implantada. Isto
permitirá que, pronta a estrutura, as vedações e os acabamentos da construção possam ser
implantados exatamente nos locais previstos no projeto arquitetônico;
• Definição dos Elementos Estruturais: com base no esquema da estrutura são detalhados
todos os elementos estruturais;
• Cortes Característicos: na elaboração dos desenhos de formas, é importante que sejam bem
definidas as posições relativas das lajes e vigas. Nestas condições, deverão constar, daqueles
desenhos, cortes capazes de elucidar qualquer dúvida a respeito do citado posicionamento.
Esses cortes, portanto, mostram a existência de lajes rebaixadas e vigas invertidas, escadas,
fosso de elevador;
• Dimensões: deverão constar dos desenhos de formas todas a dimensões necessárias para a
localização da estrutura e as dimensões relativas aos elementos estruturais quais sejam:
⇒ distâncias entre eixos de locação e entre esses e as divisas do terreno;
⇒ espessuras das lajes;
⇒ dimensões das seções transversais das vigas; dimensões das seções transversais dos
pilares.
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ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO I (CV 045)
Notas de Aula - 1
CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS E
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
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