3. NEL MEZZO DEL CAMIN
Olavo Bilac
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/bilac2.html
4. QUESTÃO 01
revisando o parnasianismo
(CESMAZON-Adaptada) Sobre a primeira estrofe do famoso poema de Bilac, é CORRETO afirmar:
O eu lírico se oculta na subjetividade característica da estética parnasiana.
O eu lírico mostra-se reservado na manifestação de seus sentimentos.
Apesar de parnasiano na forma, identifica-se com o Romantismo na manifestação de
sentimentos do eu lírico.
A presença da palavra sonhos identifica-o com a estética simbolista.
Corresponde plenamente ao ideário da estética parnasiana.
5. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
Olavo Bilac, em sonetos como “Nel mezzo del camin” e “Ora (direis) ouvir estrelas”, vale-se de
ideias muito próximas das veiculadas no período do Romantismo. Merece destaque o fato de
que no soneto em análise, os traços parnasianos estão na intertextualidade presente no título
[com a Divina comédia, de Dante Alighieri] e na forma [soneto decassílabo com rimas ricas].
Assinale-se, pois, a alternativa “c”.
6. INSTRUÇÃO
revisando o parnasianismo
Observe as duas estrofes iniciais do soneto “Velho tema”, de Vicente de Carvalho.
7. VELHO TEMA
Vicente de Carvalho
Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena do viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Disponível em: http://www.releituras.com/vcarvalho_velhotemaI.asp
8. QUESTÃO 02
revisando o parnasianismo
(UESC-Modificado) A respeito do poema e do autor, assinale a alternativa CORRETA:
O Parnasianismo buscou a aproximação estética com o Simbolismo – disso resultou a
valorização de temáticas em torno do escravo brasileiro.
Os poetas parnasianos preocupavam-se com a composição perfeita do verso, contenção
sentimental e objetividade, do que o texto acima é exemplo.
Seu autor faz parte, com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, da “Trindade Parnasiana”
brasileira.
Vicente de Carvalho demonstra, nesses versos, emotividade e um grande pessimismo frente à
existência – características peculiares desse autor.
A poesia parnasiana destacava e valorizava os estados íntimos da alma.
9. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
Apesar de ligado à estética parnasiana, Vicente de Carvalho, em “Velho tema” demonstra
imenso pessimismo, o que se constata quando o locutor fala em pena de viver e que a existência
é uma esperança malograda. Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
10. INSTRUÇÃO
revisando o parnasianismo
Leia o soneto abaixo para responder às questões de 03 a 05.
11. BENEDICITE!
Olavo Bilac
Bendito o que na terra o fogo fez, e o teto
E o que uniu à charrua o boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada; e o que do chão abjeto,
Fez aos beijos do sol, o oiro brotar, do trigo;
E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E o que os fios urdiu e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;
E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano,
E o que inventou o canto e o que criou a lira,
E o que domou o raio e o que alçou o aeroplano...
Mas bendito entre os mais o que no dó profundo,
Descobriu a Esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo!
Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-olavo-bilac/benecite.php
12. QUESTÃO 03
revisando o parnasianismo
(VUNESP) “Benedicite” é um vocativo latino que abençoa. A partir disto, o poema:
enumera todos aqueles que o poeta bendiz.
opõe os que são benditos e os que não são.
gradativamente, relaciona os que podem ser abençoados por Deus.
fazendo uso de hipérboles e inversões sintáticas, estabelece quais são os seres abençoados no
mundo.
reflete sobre por que alguns seres devem ser abençoados e outros não.
13. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
Apesar do uso de estruturas coordenadas, o locutor enumera, gradativamente, aqueles que
merecem ser abençoados por Deus. Por isso, assinale-se a alternativa “c”.
14. QUESTÃO 04
revisando o parnasianismo
A repetição da conjunção “e”, no poema bilaquiano, denomina-se
antítese
onomatopeia
elipse
assíndeto
polissíndeto
15. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
Conforme dito anteriormente, o poema se constrói através de estruturas coordenadas. À
repetição da conjunção denomina-se polissíndeto. Marque-se, pois, a alternativa “e”.
16. QUESTÃO 05
revisando o parnasianismo
As rimas presentes no poema de Bilac classificam-se como:
interpoladas e internas
alternadas e externas
cruzadas e internas
cruzadas e emparelhadas
emparelhadas, internas e externas
17. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
Assinale-se a alternativa “b”, pois as rimas são externas [ocorrem no final do verso] e alternadas
[ou cruzadas].
19. FRAGMENTO DE POEMA
Alberto de Oliveira
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta do Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/parnasianismo/parnasianismo.php
20. QUESTÃO 06
revisando o parnasianismo
Assinale a alternativa que contém características presentes no poema:
Busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo.
Versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso.
Revalorização das ideias iluministas e descrição do passado.
Descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia Antiga.
A poesia parnasiana destacava e valorizava os estados íntimos da alma.
21. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
A alternativa que melhor se aproxima da articulação do discurso poético presente no fragmento
lido é a letra “d”.
23. A UM POETA
Olavo Bilac
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-olavo-bilac/a-um-poeta.php
24. QUESTÃO 07
revisando o parnasianismo
Examine as afirmações e assinale a alternativa INCORRETA:
Bilac aproxima a poesia e a arquitetura, ressaltando a preocupação formal dos parnasianos.
Há rimas ricas nos seguintes pares de versos: rua/sua, emprego/grego, construa/rua e
agrade/verdade.
Há enjambements [encadeamentos] nos versos 2/3, 5/6 e 9/10.
Os versos são alexandrinos.
Na primeira estrofe, Bilac prega a impassibilidade e o distanciamento da vida como ideais da
poesia parnasiana.
25. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o parnasianismo
Apesar do uso de estruturas coordenadas, o locutor enumera, gradativamente, aqueles que
merecem ser abençoados por Deus. Por isso, assinale-se a alternativa “c”.