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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
  Universidade Presbiteriana Mackenzie




           APOSTILA:
PROCESSO CONSTRUTIVO EM MADEIRA
           6º semestre – 2010




               Professor(a):
      Prof Dr Célia Regina Meirelles
          Prof Ms Adhemar Pala
APOSTILA DE MADEIRA                6ª semestre/2010   2




                           1

               CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E

                MECÂNICAS DAS MADEIRAS
APOSTILA DE MADEIRA                                           6ª semestre/2010        3

1.1 – GENERALIDADES.


A madeira por ser material natural apresenta como características uma beleza própria pois
apresenta diferentes cores, cheiro, textura, de origem vegetal encontrada em florestas
naturais e em florestas artificiais resultantes de reflorestamentos.

Existe na sociedade brasileira um preconceito quanto à durabilidade e à resistência da
madeira, que foi sendo formado ao longo do tempo, principalmente porque as indústrias do
aço e do concreto, investiram em pesquisas e divulgação dos resultados, acompanhados
pela atualização de suas normas de cálculo.

Entretanto a madeiras brasileiras quando analisadas do ponto de vista estrutural, em
comparação com o concreto e aço, apresenta grande resistência mecânica e possui um
peso específico muito menor que o aço e o concreto. O concreto armado apresenta um
peso especifico de 2500 Kgf/m3, o aço aproximadamente 8000 kgf/m3 e a madeira 1000
Kgf/m3.

No Brasil devido a um desenvolvimento desordenado das industria madereira e também
devido a preferência do meio técnico por materiais como concreto e aço, o primeiro texto
da norma brasileira para estruturas de madeira, a NBR 7190 – Cálculo e Execução de
Estruturas de Madeira foi editado pela primeira vez por volta de 1950 e foi atualizada
novamente por volta do ano de 1997. (CALIL et al ,1999)

A madeira pode ser considerada um material estrutural muito resistente quando utilizamos
uma espécie adequada na classificação, associado a um sistema estrutural apropriado. A
característica estrutural da madeira mais importante    é chamada de anisotropia. A
anisotropia é responsável por diferentes comportamentos de acordo com a direção de
aplicação da carga em relação às fibras

A durabilidade da construção em madeira depende diretamente do projeto arquitetônico,
como uso de beirais largos, formas de proteger a madeira do contato direto com a umidade
do solo, deixar a madeira respirar, etc... podem garantir uma vida útil de 50 anos ou mais.

Muitas pesquisas foram realizadas nas últimas duas décadas no Brasil e com isso realizou-
se a revisão da norma brasileira para estruturas de madeira com grande contribuição da
Escola de Engenharia da USP/ São Carlos e o LAMEM que resultou na aprovação da atual
norma brasileira para projeto de estruturas de madeira, NBR 7190:1997. Muitas pesquisas
precisam ser realizadas para o desenvolvimento da tecnologia da madeira no Brasil e a
parceria entre as indústrias e as instituições de pesquisas, gerando publicações e criando
um melhor envolvimento de arquitetos e engenheiros.



1.2 - FISIOLOGIA E CRESCIMENTO DA ÁRVORE

Segundo CALIL et al (1999) o principal crescimento principal da árvore ocorre verticalmente.
Na direção vertical o crescimento é contínuo e a fibra apresenta uma maior densidade. O
crescimento do tronco é demarcado a cada ano pelos anéis de crescimento, pois além
do crescimento vertical ocorre o crescimento de camadas periféricas chamadas de cambio.
APOSTILA DE MADEIRA                                                6ª semestre/2010          4

Em uma analise da tora da árvore pode ser identificado os seguintes elementos: A medula
ponto mais central ( pode apresentar defeitos); O lenho definido como o conjunto dos anéis
de crescimento recoberto por um tecido chamado casca; entre a casca e o lenho existe uma
camada extremamente delgada, conhecida por câmbio.




Segundo CALIL et al (1999)

         as seivas brutas, retiradas do solo, sobem pela camada periférica do lenho, o alburno, até
         as folhas, onde se processa a fotossíntese produzindo a seiva elaborada que desce pela
         parte interna da casa, o floema, até as raízes. Parte dessa seiva elaborada é conduzida
         radialmente até o centro do tronco por meio dos raios medulares. As substâncias não
         utilizadas pelas células são lentamente armazenados no lenho. A parte do lenho
         modificada por essa substância é designada como cerne, geralmente mais densa, menos
         permeável a líquidos e gases, mais resistentes ao ataque de fungos apodrecedores e
         insetos, apresenta maior resistência mecânica. Em contraposição, o alburno, menos
         denso, constituído pelo conjunto das camadas externas do lenho, mais permeáveis a
         líquidos e gases está mais sujeito ao ataque de fungos apodrecedores e insetos, além de
         apresentar menor resistência mecânica.




                             Figura: Anatomia do Tecido Lenhoso
                                     Fonte: CALIL (1999)
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1.3 - PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA

As principais propriedades físicas da madeira que podem influenciar significativamente no
desempenho e resistência da madeira como material de construção
       • Umidade
       • Densidade
       • Retratibilidade
       • Durabilidade natural
       • Resistência química.

A característica estrutural mais importante       da madeira é o fato da madeira ser um
material anisotrópico, isto é, apresenta diferentes comportamento em relação à direção de
crescimento das fibras e a direção do esforço atuante. Ao longo do tempo foi sendo
identificado três direções principais com comportamento estrutural          semelhantes:
longitudinal, radial e tangencial .

A propriedades estruturais na direção longitudinal apresentam diferenças consideráveis em
relação as propriedades estruturais nas direções radial e tangencial. A NBR 7190:1997
norma define as propriedades na direção paralela as fibras ( longitudinal) 0º e para
propriedades no sentido perpendicular às fibras (radial e tangencial) a 90º.




.

A) TEOR DE UMIDADE

A umidade da madeira é determinada pela seguinte expressão:

                                  m1 − m2
                             w=           .100
                                    m2
      Onde:
      m1= massa úmida em gramas
      m2= massa seca em gramas
      w= umidade (%)
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Na árvore, a célula da madeira apresenta água de duas formas, água livre contida nas
cavidades das células (lumens), e água impregnada contida nas paredes das células. No
momento que a árvore é cortada tende a perder a água na forma livre rapidamente
enquanto que a água na forma de impregnação é perdida lentamente. A umidade da
madeira tende a encontrar um equilíbrio com a umidade e temperatura do ambiente em que
se encontra.

Segundo Calil et al (1999)
       O teor de umidade corresponde ao mínimo de água livre e o máximo de água de
       impregnação é denominado de “ponto de saturação das fibras”. Para as madeiras brasileiras
       esta umidade encontra-se em torno de 25%.
       A perda de água na madeira até o ponto de saturação das fibras se dá sem a ocorrência de
       problemas para a estrutura de madeira. A partir deste ponto a perda de umidade é
       acompanhada pela retração (redução das dimensões) e o aumento da resistência, por isso a
       secagem deve ser executada com cuidado para se evitar problema na madeira.

Para as aplicações na construção civil a madeira é considerada seca quando seu teor de
umidade estiver entre de 12% a 15%. Este teor de umidade depende do local da obra.


B) RETRATIBILIDADE

A retratibilidade é definida como sendo a redução das dimensões em uma peça de
madeira pelo processo de secagem, devido a saída da água de impregnação. A retração
ocorre em porcentagens diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal. A retração
longitudinal ocorre com valores de 0,5% de variação dimensional, a retração tangencial
ocorre em valores de até 10% de variação dimensional, podendo causar problemas de
torção nas peças de madeira. A retração radial ocorre com valores da ordem de 6% da
variação dimensional, podendo causar problema de rachaduras nas peças de madeira.
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D) DURABILIDADE NATURAL

A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie, das
características anatômicas de onde a peça de madeira foi retirada          e do projeto
arquitetônico. Algumas espécies apresentam uma grande durabilidade natural ao ataque de
fungos, em geral madeiras nativas como por exemplo o ipê, o jatobá, a cupiúba, enquanto
outras espécies como as madeiras de reflorestamento apresenta uma pequena durabilidade
em relação ao ataque de fungos e bactérias e geralmente precisam ser tratadas.

A diferença na durabilidade da madeira também é diferente de acordo com a região da tora
da qual a peça de madeira foi extraída. o cerne apresenta durabilidade natural, e o
alburno é mais vulnerável ao ataque biológico. O cerne é mais resistente ao ataque
biológico, devido ao deposito de resinas que são depositadas no cerne ao longo dos anos.

O projeto arquitetônico é um fator decisivo na durabilidade da construção, pois pode
permitir uma arquitetura onde a durabilidade da madeira será muito maior como grandes
beirais, levantar a construção do solo e deixar a construção de madeira respirar.
.



1.4 - PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA


1.4.1 PROPRIEDADES DE RESISTÊNCIA

As propriedades de resistência definem as resistências últimas de um material quando
solicitado por uma esforço em relação a fibra da madeira.

A resistência da madeira difere segundo os três eixos principais, longitudinal, radial e
tangencial. A resistência da madeira na direção paralela a fibra é muito grande devido a
densidade e a continuidade da fibra na direção longitudinal. Enquanto que na direção
perpendicular a fibra (radial e tangencial ) existem maiores vazios.

Quando a peça é solicitada por compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente ao
comprimento das células. As células reagindo em conjunto conferem uma grande resistência da
madeira à compressão. No caso de solicitação normal ou perpendicular às fibras, a madeira
apresenta resistências menores que na compressão paralela, pois a força é aplicada na direção
normal ao comprimento das células, direção na qual possuem baixa

A) COMPRESSÃO

Podemos analisar a compressão da madeira na compressão: normal, paralela ou inclinada
em relação às fibras.

Em situações onde a estrutura de madeira é solicitada por compressão paralela às fibras, as
forças agem paralelamente à direção do comprimento das células. As paredes das células,
trabalhando em conjunto, conferem uma grande resistência à madeira na compressão
paralela a fibra. A NBR 7190:1997 chama direção paralela a fibra de direção 0º e define a
                                                       fc0º.
resistência limite de compressão paralela a fibra como fc0º.
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Em situações onde a estrutura de madeira é solicitada com compressão normal (
                fc90º.
perpendicular) fc90 às fibras, a madeira apresenta valores de resistência menores que
os de compressão paralela, devido a força ser aplicada na direção normal (perpendicular)
ao comprimento das células, direção esta onde as células apresentam baixa resistência. Os
valores de resistência à compressão normal (perpendicular) às fibras são da ordem de ¼
dos valores apresentados pela madeira na compressão paralela as fibras da madeira.(
CALIL, 1999)




ESFORÇOS INCLINADO EM RELAÇÃO A FIBRA DA MADEIRA

Nas solicitações inclinadas em relação às fibras da madeira adotam-se valores
intermediários entre a compressão paralela e a normal, valores estes obtidos pela expressão
do Hankison:




B) TRAÇÃO

Devemos analisar a tração em peças da madeira: tração paralela ou tração perpendicular às
fibras da madeira, pois as propriedades da madeira referente a estas solicitações diferem
consideravelmente. Na tração paralela às fibras da madeira a madeira apresenta baixos
valores de deformação e uma alta resistência.

Entretanto na ruptura por tração normal ( perpendicular ) às fibras, a madeira apresentam
valores de resistência perpendicular muito pequeno. Na tração perpendicular os esforços
agem na direção perpendicular ao comprimento das fibras tendendo a separá-las, alterando
significativamente a sua integridade estrutural e apresenta baixos valores de deformação.
Deve-se evitar, para efeito de projetos, a consideração da resistência da madeira quando
solicitada à tração na direção normal às fibras.( CALIL, 1999).
APOSTILA DE MADEIRA                                       6ª semestre/2010      9


RESUMO:

COMPRESSÃO PARALELA (fc0º): encurtamento das células da madeira ao longo do seu
                     fc0º
eixo longitudinal.

TRAÇÃO PARALELA       (ft0º): alongamento das células da madeira ao longo eixo
                       ft0
longitudinal.




FONTE: RITTER,1990



                                    fc90
                                      90º
COMPRESSÃO NORMAL AS FIBRAS (fc90º): comprime as células da madeira
perpendicular ao eixo longitudinal.

                                     ft90
                                       90º
TRAÇÃO NORMAL AS FIBRAS (ft90 ): tende a separar as células da madeira
perpendicular aos seus eixos, onde a resistência é baixa, devendo ser evitada.




FONTE: RITTER,1990



D) CISALHAMENTO

A resistência ao cisalhamento é a medida da capacidade da peça resistir a esforços que
tende a causar o deslizamento de uma parte da peça sobre a outra.
APOSTILA DE MADEIRA                                              6ª semestre/2010        10

A palavra cisalhamento representa cortar. O cisalhamento tende a ocorrer de diferentes
modos em peças estruturais de madeira.

Segundo CALIL ( 1999) o cisalhamento vertical acontece quando o carregamento atua no
sentido perpendicular às fibras (cisalhamento vertical), este tipo de solicitação não é crítico
na madeira, pois, antes de romper por cisalhamento a peça já apresentará problemas de
resistência na compressão normal. O cisalhamento vertical: deforma as células da madeira
perpendicularmente ao eixo longitudinal.
O cisalhamento horizontal: produz a tendência das células da madeira de separarem e
escorregarem longitudinalmente. Quando o cisalhamento surgiu devido a carregamento
aplicado no sentido longitudinal às fibras o esforço é chamado cisalhamento horizontal. A
resistência ao cisalhamento horizontal chega a ser 6 vezes menor que a resistência a
compressão paralela a fibra da madeira. Este é a situação mais crítica do cisalhamento
horizontal que leva à ruptura pelo escorregamento entre as células.




A norma brasileira define as resistências de cisalhamento paralelo a fibra da madeira f v


E) FLEXÃO SIMPLES

Na flexão simples ocorrem quatro tipos de esforços: compressão paralela às fibras, tração
paralela às fibras, cisalhamento horizontal e nas regiões dos apoios compressão normal às
fibras. A madeira apresenta uma alta resistência na flexão devido ao fato dos esforços
internos ocorrerem paralelos a fibra da madeira.
 Na flexão o carregamento atua na direção perpendicular a fibra entretanto o esforço
interno ocorre paralelo a fibra longitudinal da madeira. A madeira apresenta uma ótima
eficiência estrutural quando utilizada como viga.
APOSTILA DE MADEIRA                                        6ª semestre/2010   11




1.6 - MADEIRAS UTILIZADAS COMO ESTRUTURA

Engloba as peças de madeira serrada na forma de vigas, caibros, pranchas
e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura, onde tradicionalmente era
empregada a madeira de peroba-rosa.
ARARACANGA                           ITAÚBA
ANGELIM-PEDRA                        JARANA
ANGELIM-VERMELHO                     MAÇARAMDUBA
ANGÍCO-PRETO                         MUIRACATIARA
ANGÍCO-VERMELHO                      PAU-AMARELO
BACURI                               PAU-MULATO
BACURI-DE-ANTA                       ROSADINHO
CUPIÚBA                              PAU-ROXO
EUCALIPTO-R                          SAPUCÁIA
FAVA-ORELHA-DE-NEGRO                 TANIBUCA
FAVEIRA-AMARGOSA                     TALAJUBA
GARAPA                               TIMBORANA
GOIABÃO                              UXI
FONTE: IPT – MADEIRA – USO SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2003


1.7 - DIMENSÕES COMERCIAIS DA MADEIRA

Apresenta-se a nomenclatura, seguida das seções comerciais das madeiras encontradas
comercialmente no Brasil.

   A) DIMENSÕES COMERCIAIS DA MADEIRA SERRADA

             NOMENCLATURA SEÇÃO TRANSVERSAL NOMINAL (CM)
                 Ripas        1,2 x 5,0      1,5 X 5,0
APOSTILA DE MADEIRA                                     6ª semestre/2010   12


                  Ripões           2,0 x 5,0            2,5 X 6,0
                 Sarrafos      2,0 x 10,0    3,0 X 12,0     3,0 X 16,0
                 Caibros              5x6                 6X6
                 Caibrões                                 6X8
                Pontaletes         7,5 x 7,5             10 X 10
              Vigotas, Vigas         6 x 12               6 X 16
                                    10 x 20              10 x 24
                                                         10 x30
                Tábuas              2,5 x 22            2,5 X 30
               Pranchas              4 x 20              4 X 30
               Pranchões             6 x 20              6 X 30
                 Pilares            12 x 12              15 X 15
                                   17 X 1 7             20 X 20




  B) DIMENSÕES USUAIS DAS TORAS DE MADEIRAS (POSTES ROLIÇOS)


                                TIPO       DIÂMETRO
         COMPRIMENTO (M)
                                           BASE (CM)      TOPO (CM)
         7                      Leve       18,5           13,7
         8                      Leve       19,7           14,0
                                           20,8           14,3
         9                      Leve       23,6           17,2
                                           27,7           21,3

                                Leve       21,6           14,6
         10                     Médio      24,8           17,8
                                Pesado     28,6           21,6

                                Leve       22,6           15,0
         11                     Médio      25,8           18,1
                                Pesado     29,9           22,3
                                Leve       23,6           15,3
         12                     Médio      26,7           18,5
                                Pesado     30,8           22,6

                                Médio      25,4           16,2
         13                     Pesado     29,6           20,4
                                Médio      26,4           16,5
         14                     Pesado     30,6           20,7
                                Médio      27,0           16,5
         15                     Pesado     30,8           20,4
APOSTILA DE MADEIRA                             6ª semestre/2010   13


                             Médio    28,0       16,9
          16                 Pesado   32,4       21,3
                             Médio    29,3       17,5
          17                 Pesado   33,7       22,0
                             Médio    29,9       17,5
          18                 Pesado   34,4       22,0
                             Médio    31,2       17,8
          19                 Pesado   36,3       22,0
                             Médio    32,5       17,8
          20                 Pesado   37,7       22,6




C) TABELA TIPOS DE MADEIRA E RESISITENCIA NORMA NBR 7190/1997
APOSTILA DE MADEIRA   6ª semestre/2010   14
APOSTILA DE MADEIRA                                           6ª semestre/2010       15


D) CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA DE ACORDO COM A NORMA NBR 7190/1997


    Primeira categoria: são peças cujas características mecânicas são iguais a, pelo menos,
    85% das obtidas em pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A madeira é de
    qualidade excepcional, sem nós e retilínea.

    Segunda categoria: apresenta características mecânicas iguais a, pelo menos, 60% dos
    valores correspondentes aos obtidos em ensaios com pequenos corpos de prova isentos de
    defeitos. A madeira é de qualidade estrutral corrente, com pequenas incidências de nós
    firmes e outro defeitos.

    Terceira categoria: madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces.




E) TENSÃO ADMISSÍVEL


    A tensão admissível na madeira pode ser determinada pela fórmula:




    O coeficiente de segurança para a madeira é:




    O conceito de tensão admissível é muito aplicado para os pré-dimensionamentos da
    estrutura e portanto, muito utilizado na concepção inicial da estrutura no projeto de
    arqutitetura.

    Para dimensionamento final devemos buscar o dimensionamento com um especialista em
    estrutura de madeira.
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2 - ESTRUTURA PORTANTE DE VIGA E PILAR
CARACTERÍSTICAS DAS CONSTRUÇÕES EM ESTRUTURA DE VIGA E PILAR DE
MADEIRA


A estrutura das casas em madeira pode ser composta de pilares portantes e vigas principais
como no desenho abaixo. As vigas secundarias estão posicionadas unidirecionalmente
sobre as vigas principais. Em geral, essas estruturas possuem um vão máximo de madeiras
maciças de 4 a 5m de vão. Quando os vãos são maiores, recomenda-se trabalhar com
madeiras laminadas. As vigas secundárias apresentam uma distância que varia de 40 a
60cm uma da outra. Em geral a estrutura de madeira deve ser contraventada e estabilizada
ao vento.




ELEMENTO DE CONTRAVENTAMENTO – ESTABILIZAÇÃO AO VENTO
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DISPOSIÇÃO ESTRUTURAIS POSSSIVEIS EM CONSTRUÇÕES EM MADEIRA
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FONTE CONSTRUIRE EM BOIS, ADAPTADO POR MEIRELLES;SILVA.
APOSTILA DE MADEIRA                          6ª semestre/2010   19




.




EM AMBAS AS SITUAÇÕES OS PROFISSIONAIS DEVEM TRABALHAR COM A
LIGAÇÃO ASSOCIADADA A UMA LIGAÇÃO POR PREGOS OU PARAFUSOS.
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 Obs: Tomar cuidado ao utilizar a ligação acima, pois o esforço fica perpendicular à fibra.
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ENCONTRO DA BASE DE CONCRETO COM O PILAR DE MADEIRA




             Figura: Pilar Interno.
             Fonte: CONSTRUIRE EN BOIS.




Figura: Pilar Externo.
Fonte: DIAS, ALAN ; 2008
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                 Pilar com chapa interna, encostado da base




                 Pilar com chapa interna, afastado da base.
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         Figuras: Pilar em tora com chapa interna. Para uso em pilar interno.




         Figura: Pilar em tora com chapa externa. Para uso em pilar externo.
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10 - LIGAÇÕES E     CONEXÕES METÁLICAS

As ligações representam um importante ponto no dimensionamento das estruturas de
madeira. A norma de madeira brasileira considera pinos metálicos,c cavilhas de madeira e
conectores metálicos. Os pinos metálicos são os parafusos e pregos.        Os conectores
metálicos podem ser conectores em L, conectores em T, chapas de aço (para os estribos,
presilhas), chapas denteadas ( tipo Gang-Nail) e anéis metálicos.

O diâmetro mínimo dos pregos é de 3 mm com tensão de escoamento mínima de 600Mpa
O diâmetro mínimo dos parafusos é 10 mm com tensão de escoamento mínima de 240Mpa




A) LIGAÇÕES VIGA SECUNDARIA E VIGA PRINCIPAL

CONECTOR UTILIZADO PARA PEÇAS SUBMETIDAS A TRAÇÃO -                     Chapas de aço
associados com parafusos
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CONECTORES GANG-NAIL ( CHAPA DENTADA )




CONEXÃO EM SANDUÍCHE COM REFORÇO EM MADEIRA




             Figuras: Conexão em sanduíche com reforço de madeira.
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B) LIGAÇÕES PILAR E VIGA / VIGA SECUNDÁRIA E PRINCIPAL




Figuras: Conector metálico tipo T ( conector utilizado nas ligações de vigas principais e
secundárias e ligação de pilar e viga)
APOSTILA DE MADEIRA                                         6ª semestre/2010      27




Figura: Conector metálico tipo L ( conector utilizado nas ligações de vigas principais e
secundárias e ligação de pilar e viga)




                         Figuras: Conexão com peças metálicas
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                      Figura: Conexão com apoio de madeira.




                       Figura: Conexão a partir do encaixe.
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  C) PILARES COMPOSTOS
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                           3


                      COBERTURAS
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3.1 - TRELIÇAS

São estruturas planas verticais, pois recebem cargas paralelamente ao seu plano,
transmitindo-as aos seus apoios. As treliças apresentam formas triangulares, com nós
articulados e carregamento aplicados nos nós.


   A) TRELIÇA PRATT

     Em geral mais utilizada na estrutura metálica, pois suas diagonais são tracionadas.
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  B) TRELIÇA HOWE

      Em geral é mais utilizada nas estruturas de madeira, pois suas diagonais são
  comprimidas podendo ser confeccionada no sistema de sambladuras (encaixes). A
  madeira quando aplicada na treliça é tão eficiente quanto o aço, pois as barras da treliça
  são pequenas barras, e apresentam compressão, ou tração pura na direção paralela a
  fibra da madeira.
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3.2 – TESOURAS

As tesouras são treliças de banzos inclinados.


   D) TESOURA PRATT:




   E) TESOURA HOWE:
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3.3 - COMPONENTES DA COBERTURA DE MADEIRA PARA TELHAS CERÂMICAS

A estrutura principal é constituída pelas tesouras, etc...E a trama é o quadriculado
constituído de terças, caibros e ripas, que se apoiam sobre a tesoura, e servem de apoio às
telhas.




A) MATERIAIS UTILIZADOS NAS ESTRUTURAS

Podemos utilizar todas as madeiras naturais brasileiras para a estrutura de telhado, no
entanto a peroba rosa foi à madeira mais utilizada em coberturas. Hoje a peroba rosa está
em extinção e os pesquisadores do instituto de pesquisas tecnológicas IPT(2003)
recomendam outras madeiras em substituição à peroba rosa. Veja Tabela (NBR
7190/1997) apresentada outros tipos de madeira em substitução a peroba rosa. Observar
com atenção que uma madeira que apresenta a mesmas características físicas e mecânicas
da peroba rosa é a cupiúba, vendida muitas vezes como peroba rosa ou peroba do Pará.
Esta madeira apresenta como característica física um odor característico muito forte.

As madeiras serradas das toras já são padronizadas em bitolas comerciais. No entanto,
existem casos onde os dimensionamentos das peças exigem peças maiores ou diferentes,
assim sendo deve-se partir para seções compostas.


                              Terças e vigas: 6x12cm ou 6x16cm
                                Caibros: 5x6cm ou 6x8 cm; 5x7
                                   Ripas: 1,5x5cm ou 1,2X5



OBS: Para bitolas diferentes ou comprimentos maiores, o preço da peça aumenta.
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3.4 - ELEMENTOS UTILIZADOS NAS TESOURAS

A tesoura é compostas pelos elementos

   •   Banzo Superior: peça de sustentação da terça, indo do ponto de apoio da tesoura do
       telhado ao cume, geralmente trabalham à compressão. Popularmente conhecido
       como Perna
   •   Banzo Inferior: peça que corre ao longo da parte inferior da tesoura e vai de apoio a
       apoio, geralmente trabalham à tração. Popularmente conhecido como Linha.
   •   Estribo: são ferragens que garantem a união entre as peças das tesouras.
   •   Montante: peças que ligam a banzo superior ao banzo inferior. Popularmente são
       conhecidos como pendural o montante central, e os demais de tirantes.
   •   Diagonal e escoras são peças inclinadas que ligam o banzo superior ao banzo
       inferior, encontram-se, geralmente, em posição oblíqua. Popularmente são chamadas
       de asna a que sai do pé do montante central, as demais de escoras. Na treliça howe
       trabalham à compressão.
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  A) FORMAS DE LIGAÇÕES USADAS NA TESOURA COM PEÇAS MACIÇAS:
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Em tesouras simples no mínimo devemos saber:

 •   As tesouras devem ser contraventadas, com mãos francesas e diagonais na linha da
     cumeeira.(contraventamento no plano longitudinal)
 •   O espaçamento máximo entre duas tesouras é de aproximadamente 4 m; 4,5m
 •   O espaçamento ideal entre duas terças, com telhas cerâmica é de 1,6 m.
 •   O espaçamento entre dois caibros é de 50 cm
 •   O espaçamento entre duas ripas depende da galga da telha (gabarito da telha).



Quando todas peças são maciças temos que ligar os nós da estrutura, principalmente o
encontro dos montantes com os banzos com chapa de aço. A chapa de aço pode ser por
fora da estrutura (chapa dentada tipo gang-nail ou chapa lisa associada com parafuso).
Quando o projetista não quer a chapa apareça ela pode ser inserida dentro da
madeira e passamos o parafuso.
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OBS: L= acima de 6 metros, até 25 metros de comprimento.

CONTRAVENTAMENTO NO PLANO LONGITUDINAL DA COBERTURA




A) TERÇAS

As terças apóiam-se sobre duas tesouras consecutivas ou pontaletes, e suas bitolas
dependem do espaço entre elas (vão livre entre tesouras), do tipo de madeira e da telha
empregada. Podemos adotar na prática as madeiras.

      6x12 se vão entre tesouras não exceder a 2,50m a 3m
      6x16 para vãos entre 2,50 a 4,0m.
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Para vãos maiores que 4,0 devemos utilizar bitolas especiais o que não é aconselhável pelo
seu custo. As terças são peças horizontais colocadas em direção perpendicular às tesouras
e recebem o nome de cumeeiras quando são colocadas na parte mais alta do telhado
(cume), e contra frechal na parte baixa.

A tabela abaixo mostra modulações entre terças e entre duas tesouras em função do tipo de
telha.

  Distância entre      Francesa, romana,           Colonial ou paulista
     terças (m)       portuguesa ou plan
     1.00 a 1.20     2.85           3.50              2.65              3.40
     1.21 a 1.40     2.70           3.30              2.50              3.20
     1.41 a 1.60     2.60           3.15              2.40              3.10
     1.61 a 1.80     2.45           3.05              2.30              2.45
     1.81 a 2.00     2.40           2.90              2.20              2.85
     2.01 a 2.20     2.30           2.80                ---              ---
Seção transversal
                    6 X 12         6 X 16            6 X 12            6 X 16
da terça (cm)
TABELA – DISTÂNCIAS ENTRE TESOURAS (Vão das terças)( telha cerâmica )

B) CAIBROS

Os caibros são colocados em direção perpendicular as terças, portanto paralela às tesouras.
São inclinados, sendo que seu declive determina o caimento do telhado.

A bitola do caibro varia com o espaçamento das terças, com o tipo de madeira e da telha.
Podemos adotar na prática e utilizando as madeiras.

      terças espaçadas até 2,00m usamos caibros de 5x6.
      quando as terças excederem a 2,00, e não ultrapassarem a 2,50, usamos caibros
de 6x8 chamado de caibrões.

Os caibros são colocados com uma distância máxima de 0,50m (eixo a eixo) para que se
possa usar ripas comuns de 1,2x5 cm


C) RIPAS

As ripas são a última parte da trama e são pregadas perpendiculares aos caibros. São
encontradas com seções de 1,2x5,0cm ou 1,5x5,0cm.

O espaçamento entre ripas depende da telha utilizada. Para a colocação das ripas é
necessário que se tenha na obra algumas telhas para medir a sua galga. Elas são colocadas
do beiral para a cumeeira, iniciando-se com duas ripas ou sobre testeira.

Portanto, para garantir esse espaçamento constante, o carpinteiro prepara uma guia (galga).
       As ripas suportam o peso das telhas, devemos, portanto, verificar o espaçamento
entre os caibros. Se este espaçamento for de 0,50 em 0,50m, podemos utilizar as ripas 1,2x
5,0m.
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D) GALGAS

Gabaritos das telhas cerâmicas que definem o espaçamento entre duas ripas, observando
que as dimensões apresentadas acima para cada telha devem ser verificadas com o
fabricante, pois existe muita variação no tamanho da telha de fabricante para fabricante.




                                       Fonte: IPT


3.4 - LIGAÇÕES E EMENDAS POR SAMBLADURAS


As sambladuras são encaixes realizados entre as peças inclinadas da tesoura, como entre a
diagonal e os banzos.
Segundo Moliterno (1999)

                                 d = altura da peça
                                a = recorte, a > 2cm
                                  1/8d < a < 1/4 d



A figura abaixo mostra a tensão de cisalhamento paralelo à fibra, gerado pelo banzo
inclinado:
APOSTILA DE MADEIRA                            6ª semestre/2010   41




ETAPAS PARA GERAR UM ENCAIXE POR SAMBLADURA (1 DENTE):
  - Traçar primeiro linhas de eixo.




      -
APOSTILA DE MADEIRA     6ª semestre/2010   42




DETALHE COM 2 DENTES:
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                  FONTE: MOLITERNO, A




FONTE: MOLITERNO, A.                    FONTE: MOLITERNO, A.
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               Fonte: PFEIL, adaptado por MEIRELLES; SILVA.



                                            .
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TESOURA COM MONTANTES EM SANDUÍCHES




    DETALHE 1                         DETALHE 2




                        DETALHE 3
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CONCEITO DE NÓ:
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3.5 - REVESTIMENTO EXTERNO - TELHAS

Neste capítulo iremos abordar as telhas cerâmicas visto serem as mais utilizadas em obras
residenciais. As demais telhas (fibrocimento, alumínio, galvanizada) são mais utilizadas em
obras comerciais e industriais. Para a sua utilização, é conveniente solicitar a orientação de
um técnico do fabricante ou mesmo o uso de catálogos técnicos atualizados.

 Para inclinações de telhados acima de 45º, recomenda-se que as telhas sejam furadas para
serem amarradas ao madeiramento, com arame galvanizado ou fio de cobre.

Ao cobrir, usar régua em vez de linha, desde a ponta do beiral até a cumeeira, e deslocar de
acordo com a medida da telha, cobrindo sempre do beiral para a cumeeira, colocando duas
ripas sobreposta ou testeira para regularmos a altura da 1ª telha. As telhas cerâmicas mais
utilizadas são:

   •   Francesa ou Marselha
   •   Paulista ou Canal ou Colonial
   •   Plan
   •   Romana
   •   Portuguesa




A) TELHA FRANCESA

   Tem forma retangular, são planas e chatas, possuem numa das bordas laterais dois
   canais longitudinais. Nas bordas superior e inferior possue dois cutelos em sentido
   oposto para encaixe. Os encaixes em seus extremos servem para fixação e para evitar a
   passagem da água.
      15 unidades por m2
       Peso: 45 kgf/m2 - seca e 54 kgf/m2 - saturada
      dimensões: aproximadamente 40 cm de comprimento, 24 cm de largura
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  B) TELHA PAULISTA

  Constituem-se de duas peças diferentes capa e canal. O canal tem função de conduzir a
  água e a capa de cobrir o espaço entre dois canais.
      26 - 27 unidades por m2
      peso: 69 kgf/m2-seca; 83 kgf/m2-saturada
      dimensões aproximadas:
      canal - comprimento 46cm, largura 18cm
      capa - comprimento 46cm, largura 16cm




  C) TIPO PLAN

  Constituem-se de duas peças diferentes capa e canal, com cantos arredondados e a
  seção retangular.
     26 unidades por m2
     Declividade de 20 a 30%
      peso: 72 kgf/m2-seca: 86 kgf/m2-saturada
     dimensões do canal aproximadas : comprimento 46cm e largura 18cm
     dimensões da capa aproximadas: comprimento 46cm e largura 16cm
APOSTILA DE MADEIRA                                            6ª semestre/2010        49

D) TELHA ROMANA E TELHA PORTUGUESA

   A telha romana tem o mesmo formato que as telhas plan, somente que nesses tipos o
   canal é junto com a capa.
      16 peças por m2
       peso: 48 kgf/m2-seca; 58 kgf/m2-saturada
       dimensões: 41,5cm de comprimento e 21,6cm de largura




F) BEIRAIS

Beiral é a parte do telhado que avança além das paredes externas, geralmente tem uma
largura variando entre 0,40 a 1,00m e o mais comum é 0,60; 0,80.


3.6 - FORMAS DOS TELHADOS

Os telhados são constituídos por linhas (vincos) que lhes confere as diversas formas. As
principais linhas são:

      Cumeeiras (C)
      Espigões (E)
      Águas-furtadas ou rincões. (A)




A cumeeira é um divisor de águas horizontais e está representada na figura pela letra (C)
os espigões são, também, um divisor de águas, porém, inclinados, letra (E)
as águas-furtadas ou rincões são receptadores de água inclinados, letra (A)
APOSTILA DE MADEIRA                                   6ª semestre/2010    50


O telhado pode terminar em oitão ou em água. Temos um telhado com duas águas e,
portanto dois oitões. Os telhados de quatro águas, não possuem oitões.




TIPOS DE TELHADO

  COM UMA ÁGUA:




COM DUAS ÁGUAS:
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COM TRÊS ÁGUAS:




COM QUATRO ÁGUAS:




3.7 - REGRA GERAL PARA DESENHO DAS LINHAS DO TELHADO

As águas do telhado ou os panos tem seu caimento ou inclinação de acordo com o tipo de
telha utilizada.

Considerações para o traçado do telhado:
Iniciamos o traçado pelo maior retângulo em planta, pos ele irá apresentar a cumeeira mais
alta

1- Os espigões são as bissetrizes do ângulo interno da planta, formado entre as paredes e
saem dos cantos internos.

2- As águas-furtadas são as bissetrizes do ângulo externo da planta, formado entre as
paredes e saem dos cantos externos.

3- Quando temos uma cumeeira em nível mais elevado da outra, fazemos a união entre as
duas com um espigão, e no encontro do espigão com cumeeira mais baixa nasce uma água
furtada.
APOSTILA DE MADEIRA                             6ª semestre/2010   52

3.8 – SOLUÇÃO PARA ESTRUTURA DE UMA COBERTURA
APOSTILA DE MADEIRA   6ª semestre/2010   53
APOSTILA DE MADEIRA              6ª semestre/2010   54




                          4


                      TRELIÇAS
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Tipos de ligações usadas em treliças:
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Fonte: Construire en Bois adaptado por MEIRELLES; SILVA.
APOSTILA DE MADEIRA         6ª semestre/2010   57




                      5



             MADEIRA LAMINADA
APOSTILA DE MADEIRA                                              6ª semestre/2010     58

A)      CARACTERÍSTICAS

Laminas de madeira maciças coladas com espessuras inferiores a 4,5cm. As laminas são
retiradas na direção longitudinal da fibra da madeira e coladas compondo uma viga de altura
maior mantendo a direção longitudinal ao longo do comprimento da viga.

As colas mais utilizadas são as resorcinas, melanina, uréia e acetato. Sendo que resorcina e
a melanina podem ficar expostas ao tempo (podem ser usadas como estruturas externas),
exemplo: a estrutura do barco.

A madeira laminada é muito utilizada em estruturas curvas como os arcos e cascos dos
barcos. As madeiras utilizadas são madeiras de reflorestamento.




     Bitolas Padronizadas:

        Largura (mm)                Altura (mm)             Comprimento (mm)
                            104, 130, 156, 182, 208, 234,
               65                                                6400
                                 260, 286, 312, 338
                            104, 130, 156, 182, 208, 234,
               90                                                6400
                                 260, 286, 312, 338
                            104, 130, 156, 182, 208, 234,
              110                                                6400
                                 260, 286, 312, 338
                            104, 130, 156, 182, 208, 234,
              145                                                6400
                                 260, 286, 312, 338
                            104, 130, 156, 182, 208, 234,
              180                                                6400
                                 260, 286, 312, 338
     Bitolas especiais sob consulta
     Fonte: STELLA (www.stella.com.br)
APOSTILA DE MADEIRA                                            6ª semestre/2010   59

SISTEMAS UTILIZADOS EM MADEIRA LAMINADA E SEU PRÉ-DIMENSIONAMENTO




                 FONTE: www.habitlegno.it/assets/images/tabgrigia.gif
APOSTILA DE MADEIRA              6ª semestre/2010   60




                        6



                      PÓRTICOS
APOSTILA DE MADEIRA   6ª semestre/2010   61


TIPOS DE PÓRTICOS:
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Vãos usuais em pórticos de madeira no formato capelinha: 30 a 40 metros no máximo.
APOSTILA DE MADEIRA           6ª semestre/2010   63




   A) Ligação por conector:




B) Madeira laminada colada.
APOSTILA DE MADEIRA                   6ª semestre/2010   64




PÓRTICO EM MADEIRA LAMINADA COLADA:

F = ¼ L (ideal)         F = flecha
H = 2% L                L= vão
APOSTILA DE MADEIRA                                         6ª semestre/2010   65

Detalhe da base do arco de madeira laminada com articulação metálica:
APOSTILA DE MADEIRA                                          6ª semestre/2010       66


VIGAS VAGÕES:

      As vigas armadas são vigas simples ou compostas, reforçadas com tirantes inferiores.
Estes tirantes são em geral vergalhões redondos, de aço comum, ancorados nas
extremidades com rosca e porca. Os pontos de apoio dos tirantes na madeira são em geral
guarnecidos de chapas metálicas, com o fim de reduzir as tensões de apoio.
APOSTILA DE MADEIRA                                          6ª semestre/2010      67

Bibliografia


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. - NBR 7190 - Projeto de estruturas
de Madeira. Rio de Janeiro, 1997.

CALIL Jr. C.: BARALDI, L. T. STAMATO, G. C.; FERREIRA, N. dos S.; Notas de Aula-Set
406-Estruturas de Madeira. USP/EESC/ LAMEM, São Carlos, 1999

IPT. Madeira – uso sustentável da madeira na construção civil. São Paulo: IPT, 2003

NATTERER, J. et al Construire en bois. Press Polytechniques et universitaires romandes.
Paris, 1986.

MOLITERNO, Antonio. Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira. 2a.
Ed. Ampliada. São Paulo: Edgar Blücher, 1999.

PFEIL, W. PFEIL, M. ESTRUTURAS DE MADEIRA. RIO DE JANEIRO:LTC, 6.ED.

RITTER, M. A. Timber Bridges. Forest Products Laboratory- Forest sevice, Madisson, 1990

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Características físicas e mecânicas da madeira

  • 1. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade Presbiteriana Mackenzie APOSTILA: PROCESSO CONSTRUTIVO EM MADEIRA 6º semestre – 2010 Professor(a): Prof Dr Célia Regina Meirelles Prof Ms Adhemar Pala
  • 2. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 2 1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS DAS MADEIRAS
  • 3. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 3 1.1 – GENERALIDADES. A madeira por ser material natural apresenta como características uma beleza própria pois apresenta diferentes cores, cheiro, textura, de origem vegetal encontrada em florestas naturais e em florestas artificiais resultantes de reflorestamentos. Existe na sociedade brasileira um preconceito quanto à durabilidade e à resistência da madeira, que foi sendo formado ao longo do tempo, principalmente porque as indústrias do aço e do concreto, investiram em pesquisas e divulgação dos resultados, acompanhados pela atualização de suas normas de cálculo. Entretanto a madeiras brasileiras quando analisadas do ponto de vista estrutural, em comparação com o concreto e aço, apresenta grande resistência mecânica e possui um peso específico muito menor que o aço e o concreto. O concreto armado apresenta um peso especifico de 2500 Kgf/m3, o aço aproximadamente 8000 kgf/m3 e a madeira 1000 Kgf/m3. No Brasil devido a um desenvolvimento desordenado das industria madereira e também devido a preferência do meio técnico por materiais como concreto e aço, o primeiro texto da norma brasileira para estruturas de madeira, a NBR 7190 – Cálculo e Execução de Estruturas de Madeira foi editado pela primeira vez por volta de 1950 e foi atualizada novamente por volta do ano de 1997. (CALIL et al ,1999) A madeira pode ser considerada um material estrutural muito resistente quando utilizamos uma espécie adequada na classificação, associado a um sistema estrutural apropriado. A característica estrutural da madeira mais importante é chamada de anisotropia. A anisotropia é responsável por diferentes comportamentos de acordo com a direção de aplicação da carga em relação às fibras A durabilidade da construção em madeira depende diretamente do projeto arquitetônico, como uso de beirais largos, formas de proteger a madeira do contato direto com a umidade do solo, deixar a madeira respirar, etc... podem garantir uma vida útil de 50 anos ou mais. Muitas pesquisas foram realizadas nas últimas duas décadas no Brasil e com isso realizou- se a revisão da norma brasileira para estruturas de madeira com grande contribuição da Escola de Engenharia da USP/ São Carlos e o LAMEM que resultou na aprovação da atual norma brasileira para projeto de estruturas de madeira, NBR 7190:1997. Muitas pesquisas precisam ser realizadas para o desenvolvimento da tecnologia da madeira no Brasil e a parceria entre as indústrias e as instituições de pesquisas, gerando publicações e criando um melhor envolvimento de arquitetos e engenheiros. 1.2 - FISIOLOGIA E CRESCIMENTO DA ÁRVORE Segundo CALIL et al (1999) o principal crescimento principal da árvore ocorre verticalmente. Na direção vertical o crescimento é contínuo e a fibra apresenta uma maior densidade. O crescimento do tronco é demarcado a cada ano pelos anéis de crescimento, pois além do crescimento vertical ocorre o crescimento de camadas periféricas chamadas de cambio.
  • 4. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 4 Em uma analise da tora da árvore pode ser identificado os seguintes elementos: A medula ponto mais central ( pode apresentar defeitos); O lenho definido como o conjunto dos anéis de crescimento recoberto por um tecido chamado casca; entre a casca e o lenho existe uma camada extremamente delgada, conhecida por câmbio. Segundo CALIL et al (1999) as seivas brutas, retiradas do solo, sobem pela camada periférica do lenho, o alburno, até as folhas, onde se processa a fotossíntese produzindo a seiva elaborada que desce pela parte interna da casa, o floema, até as raízes. Parte dessa seiva elaborada é conduzida radialmente até o centro do tronco por meio dos raios medulares. As substâncias não utilizadas pelas células são lentamente armazenados no lenho. A parte do lenho modificada por essa substância é designada como cerne, geralmente mais densa, menos permeável a líquidos e gases, mais resistentes ao ataque de fungos apodrecedores e insetos, apresenta maior resistência mecânica. Em contraposição, o alburno, menos denso, constituído pelo conjunto das camadas externas do lenho, mais permeáveis a líquidos e gases está mais sujeito ao ataque de fungos apodrecedores e insetos, além de apresentar menor resistência mecânica. Figura: Anatomia do Tecido Lenhoso Fonte: CALIL (1999)
  • 5. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 5 1.3 - PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA As principais propriedades físicas da madeira que podem influenciar significativamente no desempenho e resistência da madeira como material de construção • Umidade • Densidade • Retratibilidade • Durabilidade natural • Resistência química. A característica estrutural mais importante da madeira é o fato da madeira ser um material anisotrópico, isto é, apresenta diferentes comportamento em relação à direção de crescimento das fibras e a direção do esforço atuante. Ao longo do tempo foi sendo identificado três direções principais com comportamento estrutural semelhantes: longitudinal, radial e tangencial . A propriedades estruturais na direção longitudinal apresentam diferenças consideráveis em relação as propriedades estruturais nas direções radial e tangencial. A NBR 7190:1997 norma define as propriedades na direção paralela as fibras ( longitudinal) 0º e para propriedades no sentido perpendicular às fibras (radial e tangencial) a 90º. . A) TEOR DE UMIDADE A umidade da madeira é determinada pela seguinte expressão: m1 − m2 w= .100 m2 Onde: m1= massa úmida em gramas m2= massa seca em gramas w= umidade (%)
  • 6. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 6 Na árvore, a célula da madeira apresenta água de duas formas, água livre contida nas cavidades das células (lumens), e água impregnada contida nas paredes das células. No momento que a árvore é cortada tende a perder a água na forma livre rapidamente enquanto que a água na forma de impregnação é perdida lentamente. A umidade da madeira tende a encontrar um equilíbrio com a umidade e temperatura do ambiente em que se encontra. Segundo Calil et al (1999) O teor de umidade corresponde ao mínimo de água livre e o máximo de água de impregnação é denominado de “ponto de saturação das fibras”. Para as madeiras brasileiras esta umidade encontra-se em torno de 25%. A perda de água na madeira até o ponto de saturação das fibras se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura de madeira. A partir deste ponto a perda de umidade é acompanhada pela retração (redução das dimensões) e o aumento da resistência, por isso a secagem deve ser executada com cuidado para se evitar problema na madeira. Para as aplicações na construção civil a madeira é considerada seca quando seu teor de umidade estiver entre de 12% a 15%. Este teor de umidade depende do local da obra. B) RETRATIBILIDADE A retratibilidade é definida como sendo a redução das dimensões em uma peça de madeira pelo processo de secagem, devido a saída da água de impregnação. A retração ocorre em porcentagens diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal. A retração longitudinal ocorre com valores de 0,5% de variação dimensional, a retração tangencial ocorre em valores de até 10% de variação dimensional, podendo causar problemas de torção nas peças de madeira. A retração radial ocorre com valores da ordem de 6% da variação dimensional, podendo causar problema de rachaduras nas peças de madeira.
  • 7. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 7 D) DURABILIDADE NATURAL A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie, das características anatômicas de onde a peça de madeira foi retirada e do projeto arquitetônico. Algumas espécies apresentam uma grande durabilidade natural ao ataque de fungos, em geral madeiras nativas como por exemplo o ipê, o jatobá, a cupiúba, enquanto outras espécies como as madeiras de reflorestamento apresenta uma pequena durabilidade em relação ao ataque de fungos e bactérias e geralmente precisam ser tratadas. A diferença na durabilidade da madeira também é diferente de acordo com a região da tora da qual a peça de madeira foi extraída. o cerne apresenta durabilidade natural, e o alburno é mais vulnerável ao ataque biológico. O cerne é mais resistente ao ataque biológico, devido ao deposito de resinas que são depositadas no cerne ao longo dos anos. O projeto arquitetônico é um fator decisivo na durabilidade da construção, pois pode permitir uma arquitetura onde a durabilidade da madeira será muito maior como grandes beirais, levantar a construção do solo e deixar a construção de madeira respirar. . 1.4 - PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA 1.4.1 PROPRIEDADES DE RESISTÊNCIA As propriedades de resistência definem as resistências últimas de um material quando solicitado por uma esforço em relação a fibra da madeira. A resistência da madeira difere segundo os três eixos principais, longitudinal, radial e tangencial. A resistência da madeira na direção paralela a fibra é muito grande devido a densidade e a continuidade da fibra na direção longitudinal. Enquanto que na direção perpendicular a fibra (radial e tangencial ) existem maiores vazios. Quando a peça é solicitada por compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente ao comprimento das células. As células reagindo em conjunto conferem uma grande resistência da madeira à compressão. No caso de solicitação normal ou perpendicular às fibras, a madeira apresenta resistências menores que na compressão paralela, pois a força é aplicada na direção normal ao comprimento das células, direção na qual possuem baixa A) COMPRESSÃO Podemos analisar a compressão da madeira na compressão: normal, paralela ou inclinada em relação às fibras. Em situações onde a estrutura de madeira é solicitada por compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente à direção do comprimento das células. As paredes das células, trabalhando em conjunto, conferem uma grande resistência à madeira na compressão paralela a fibra. A NBR 7190:1997 chama direção paralela a fibra de direção 0º e define a fc0º. resistência limite de compressão paralela a fibra como fc0º.
  • 8. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 8 Em situações onde a estrutura de madeira é solicitada com compressão normal ( fc90º. perpendicular) fc90 às fibras, a madeira apresenta valores de resistência menores que os de compressão paralela, devido a força ser aplicada na direção normal (perpendicular) ao comprimento das células, direção esta onde as células apresentam baixa resistência. Os valores de resistência à compressão normal (perpendicular) às fibras são da ordem de ¼ dos valores apresentados pela madeira na compressão paralela as fibras da madeira.( CALIL, 1999) ESFORÇOS INCLINADO EM RELAÇÃO A FIBRA DA MADEIRA Nas solicitações inclinadas em relação às fibras da madeira adotam-se valores intermediários entre a compressão paralela e a normal, valores estes obtidos pela expressão do Hankison: B) TRAÇÃO Devemos analisar a tração em peças da madeira: tração paralela ou tração perpendicular às fibras da madeira, pois as propriedades da madeira referente a estas solicitações diferem consideravelmente. Na tração paralela às fibras da madeira a madeira apresenta baixos valores de deformação e uma alta resistência. Entretanto na ruptura por tração normal ( perpendicular ) às fibras, a madeira apresentam valores de resistência perpendicular muito pequeno. Na tração perpendicular os esforços agem na direção perpendicular ao comprimento das fibras tendendo a separá-las, alterando significativamente a sua integridade estrutural e apresenta baixos valores de deformação. Deve-se evitar, para efeito de projetos, a consideração da resistência da madeira quando solicitada à tração na direção normal às fibras.( CALIL, 1999).
  • 9. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 9 RESUMO: COMPRESSÃO PARALELA (fc0º): encurtamento das células da madeira ao longo do seu fc0º eixo longitudinal. TRAÇÃO PARALELA (ft0º): alongamento das células da madeira ao longo eixo ft0 longitudinal. FONTE: RITTER,1990 fc90 90º COMPRESSÃO NORMAL AS FIBRAS (fc90º): comprime as células da madeira perpendicular ao eixo longitudinal. ft90 90º TRAÇÃO NORMAL AS FIBRAS (ft90 ): tende a separar as células da madeira perpendicular aos seus eixos, onde a resistência é baixa, devendo ser evitada. FONTE: RITTER,1990 D) CISALHAMENTO A resistência ao cisalhamento é a medida da capacidade da peça resistir a esforços que tende a causar o deslizamento de uma parte da peça sobre a outra.
  • 10. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 10 A palavra cisalhamento representa cortar. O cisalhamento tende a ocorrer de diferentes modos em peças estruturais de madeira. Segundo CALIL ( 1999) o cisalhamento vertical acontece quando o carregamento atua no sentido perpendicular às fibras (cisalhamento vertical), este tipo de solicitação não é crítico na madeira, pois, antes de romper por cisalhamento a peça já apresentará problemas de resistência na compressão normal. O cisalhamento vertical: deforma as células da madeira perpendicularmente ao eixo longitudinal. O cisalhamento horizontal: produz a tendência das células da madeira de separarem e escorregarem longitudinalmente. Quando o cisalhamento surgiu devido a carregamento aplicado no sentido longitudinal às fibras o esforço é chamado cisalhamento horizontal. A resistência ao cisalhamento horizontal chega a ser 6 vezes menor que a resistência a compressão paralela a fibra da madeira. Este é a situação mais crítica do cisalhamento horizontal que leva à ruptura pelo escorregamento entre as células. A norma brasileira define as resistências de cisalhamento paralelo a fibra da madeira f v E) FLEXÃO SIMPLES Na flexão simples ocorrem quatro tipos de esforços: compressão paralela às fibras, tração paralela às fibras, cisalhamento horizontal e nas regiões dos apoios compressão normal às fibras. A madeira apresenta uma alta resistência na flexão devido ao fato dos esforços internos ocorrerem paralelos a fibra da madeira. Na flexão o carregamento atua na direção perpendicular a fibra entretanto o esforço interno ocorre paralelo a fibra longitudinal da madeira. A madeira apresenta uma ótima eficiência estrutural quando utilizada como viga.
  • 11. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 11 1.6 - MADEIRAS UTILIZADAS COMO ESTRUTURA Engloba as peças de madeira serrada na forma de vigas, caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura, onde tradicionalmente era empregada a madeira de peroba-rosa. ARARACANGA ITAÚBA ANGELIM-PEDRA JARANA ANGELIM-VERMELHO MAÇARAMDUBA ANGÍCO-PRETO MUIRACATIARA ANGÍCO-VERMELHO PAU-AMARELO BACURI PAU-MULATO BACURI-DE-ANTA ROSADINHO CUPIÚBA PAU-ROXO EUCALIPTO-R SAPUCÁIA FAVA-ORELHA-DE-NEGRO TANIBUCA FAVEIRA-AMARGOSA TALAJUBA GARAPA TIMBORANA GOIABÃO UXI FONTE: IPT – MADEIRA – USO SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2003 1.7 - DIMENSÕES COMERCIAIS DA MADEIRA Apresenta-se a nomenclatura, seguida das seções comerciais das madeiras encontradas comercialmente no Brasil. A) DIMENSÕES COMERCIAIS DA MADEIRA SERRADA NOMENCLATURA SEÇÃO TRANSVERSAL NOMINAL (CM) Ripas 1,2 x 5,0 1,5 X 5,0
  • 12. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 12 Ripões 2,0 x 5,0 2,5 X 6,0 Sarrafos 2,0 x 10,0 3,0 X 12,0 3,0 X 16,0 Caibros 5x6 6X6 Caibrões 6X8 Pontaletes 7,5 x 7,5 10 X 10 Vigotas, Vigas 6 x 12 6 X 16 10 x 20 10 x 24 10 x30 Tábuas 2,5 x 22 2,5 X 30 Pranchas 4 x 20 4 X 30 Pranchões 6 x 20 6 X 30 Pilares 12 x 12 15 X 15 17 X 1 7 20 X 20 B) DIMENSÕES USUAIS DAS TORAS DE MADEIRAS (POSTES ROLIÇOS) TIPO DIÂMETRO COMPRIMENTO (M) BASE (CM) TOPO (CM) 7 Leve 18,5 13,7 8 Leve 19,7 14,0 20,8 14,3 9 Leve 23,6 17,2 27,7 21,3 Leve 21,6 14,6 10 Médio 24,8 17,8 Pesado 28,6 21,6 Leve 22,6 15,0 11 Médio 25,8 18,1 Pesado 29,9 22,3 Leve 23,6 15,3 12 Médio 26,7 18,5 Pesado 30,8 22,6 Médio 25,4 16,2 13 Pesado 29,6 20,4 Médio 26,4 16,5 14 Pesado 30,6 20,7 Médio 27,0 16,5 15 Pesado 30,8 20,4
  • 13. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 13 Médio 28,0 16,9 16 Pesado 32,4 21,3 Médio 29,3 17,5 17 Pesado 33,7 22,0 Médio 29,9 17,5 18 Pesado 34,4 22,0 Médio 31,2 17,8 19 Pesado 36,3 22,0 Médio 32,5 17,8 20 Pesado 37,7 22,6 C) TABELA TIPOS DE MADEIRA E RESISITENCIA NORMA NBR 7190/1997
  • 14. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 14
  • 15. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 15 D) CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA DE ACORDO COM A NORMA NBR 7190/1997 Primeira categoria: são peças cujas características mecânicas são iguais a, pelo menos, 85% das obtidas em pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A madeira é de qualidade excepcional, sem nós e retilínea. Segunda categoria: apresenta características mecânicas iguais a, pelo menos, 60% dos valores correspondentes aos obtidos em ensaios com pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A madeira é de qualidade estrutral corrente, com pequenas incidências de nós firmes e outro defeitos. Terceira categoria: madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces. E) TENSÃO ADMISSÍVEL A tensão admissível na madeira pode ser determinada pela fórmula: O coeficiente de segurança para a madeira é: O conceito de tensão admissível é muito aplicado para os pré-dimensionamentos da estrutura e portanto, muito utilizado na concepção inicial da estrutura no projeto de arqutitetura. Para dimensionamento final devemos buscar o dimensionamento com um especialista em estrutura de madeira.
  • 16. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 16 2 - ESTRUTURA PORTANTE DE VIGA E PILAR CARACTERÍSTICAS DAS CONSTRUÇÕES EM ESTRUTURA DE VIGA E PILAR DE MADEIRA A estrutura das casas em madeira pode ser composta de pilares portantes e vigas principais como no desenho abaixo. As vigas secundarias estão posicionadas unidirecionalmente sobre as vigas principais. Em geral, essas estruturas possuem um vão máximo de madeiras maciças de 4 a 5m de vão. Quando os vãos são maiores, recomenda-se trabalhar com madeiras laminadas. As vigas secundárias apresentam uma distância que varia de 40 a 60cm uma da outra. Em geral a estrutura de madeira deve ser contraventada e estabilizada ao vento. ELEMENTO DE CONTRAVENTAMENTO – ESTABILIZAÇÃO AO VENTO
  • 17. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 17 DISPOSIÇÃO ESTRUTURAIS POSSSIVEIS EM CONSTRUÇÕES EM MADEIRA
  • 18. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 18 FONTE CONSTRUIRE EM BOIS, ADAPTADO POR MEIRELLES;SILVA.
  • 19. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 19 . EM AMBAS AS SITUAÇÕES OS PROFISSIONAIS DEVEM TRABALHAR COM A LIGAÇÃO ASSOCIADADA A UMA LIGAÇÃO POR PREGOS OU PARAFUSOS.
  • 20. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 20 Obs: Tomar cuidado ao utilizar a ligação acima, pois o esforço fica perpendicular à fibra.
  • 21. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 21 ENCONTRO DA BASE DE CONCRETO COM O PILAR DE MADEIRA Figura: Pilar Interno. Fonte: CONSTRUIRE EN BOIS. Figura: Pilar Externo. Fonte: DIAS, ALAN ; 2008
  • 22. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 22 Pilar com chapa interna, encostado da base Pilar com chapa interna, afastado da base.
  • 23. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 23 Figuras: Pilar em tora com chapa interna. Para uso em pilar interno. Figura: Pilar em tora com chapa externa. Para uso em pilar externo.
  • 24. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 24 10 - LIGAÇÕES E CONEXÕES METÁLICAS As ligações representam um importante ponto no dimensionamento das estruturas de madeira. A norma de madeira brasileira considera pinos metálicos,c cavilhas de madeira e conectores metálicos. Os pinos metálicos são os parafusos e pregos. Os conectores metálicos podem ser conectores em L, conectores em T, chapas de aço (para os estribos, presilhas), chapas denteadas ( tipo Gang-Nail) e anéis metálicos. O diâmetro mínimo dos pregos é de 3 mm com tensão de escoamento mínima de 600Mpa O diâmetro mínimo dos parafusos é 10 mm com tensão de escoamento mínima de 240Mpa A) LIGAÇÕES VIGA SECUNDARIA E VIGA PRINCIPAL CONECTOR UTILIZADO PARA PEÇAS SUBMETIDAS A TRAÇÃO - Chapas de aço associados com parafusos
  • 25. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 25 CONECTORES GANG-NAIL ( CHAPA DENTADA ) CONEXÃO EM SANDUÍCHE COM REFORÇO EM MADEIRA Figuras: Conexão em sanduíche com reforço de madeira.
  • 26. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 26 B) LIGAÇÕES PILAR E VIGA / VIGA SECUNDÁRIA E PRINCIPAL Figuras: Conector metálico tipo T ( conector utilizado nas ligações de vigas principais e secundárias e ligação de pilar e viga)
  • 27. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 27 Figura: Conector metálico tipo L ( conector utilizado nas ligações de vigas principais e secundárias e ligação de pilar e viga) Figuras: Conexão com peças metálicas
  • 28. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 28 Figura: Conexão com apoio de madeira. Figura: Conexão a partir do encaixe.
  • 29. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 29 C) PILARES COMPOSTOS
  • 30. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 30 3 COBERTURAS
  • 31. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 31 3.1 - TRELIÇAS São estruturas planas verticais, pois recebem cargas paralelamente ao seu plano, transmitindo-as aos seus apoios. As treliças apresentam formas triangulares, com nós articulados e carregamento aplicados nos nós. A) TRELIÇA PRATT Em geral mais utilizada na estrutura metálica, pois suas diagonais são tracionadas.
  • 32. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 32 B) TRELIÇA HOWE Em geral é mais utilizada nas estruturas de madeira, pois suas diagonais são comprimidas podendo ser confeccionada no sistema de sambladuras (encaixes). A madeira quando aplicada na treliça é tão eficiente quanto o aço, pois as barras da treliça são pequenas barras, e apresentam compressão, ou tração pura na direção paralela a fibra da madeira.
  • 33. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 33 3.2 – TESOURAS As tesouras são treliças de banzos inclinados. D) TESOURA PRATT: E) TESOURA HOWE:
  • 34. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 34 3.3 - COMPONENTES DA COBERTURA DE MADEIRA PARA TELHAS CERÂMICAS A estrutura principal é constituída pelas tesouras, etc...E a trama é o quadriculado constituído de terças, caibros e ripas, que se apoiam sobre a tesoura, e servem de apoio às telhas. A) MATERIAIS UTILIZADOS NAS ESTRUTURAS Podemos utilizar todas as madeiras naturais brasileiras para a estrutura de telhado, no entanto a peroba rosa foi à madeira mais utilizada em coberturas. Hoje a peroba rosa está em extinção e os pesquisadores do instituto de pesquisas tecnológicas IPT(2003) recomendam outras madeiras em substituição à peroba rosa. Veja Tabela (NBR 7190/1997) apresentada outros tipos de madeira em substitução a peroba rosa. Observar com atenção que uma madeira que apresenta a mesmas características físicas e mecânicas da peroba rosa é a cupiúba, vendida muitas vezes como peroba rosa ou peroba do Pará. Esta madeira apresenta como característica física um odor característico muito forte. As madeiras serradas das toras já são padronizadas em bitolas comerciais. No entanto, existem casos onde os dimensionamentos das peças exigem peças maiores ou diferentes, assim sendo deve-se partir para seções compostas. Terças e vigas: 6x12cm ou 6x16cm Caibros: 5x6cm ou 6x8 cm; 5x7 Ripas: 1,5x5cm ou 1,2X5 OBS: Para bitolas diferentes ou comprimentos maiores, o preço da peça aumenta.
  • 35. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 35 3.4 - ELEMENTOS UTILIZADOS NAS TESOURAS A tesoura é compostas pelos elementos • Banzo Superior: peça de sustentação da terça, indo do ponto de apoio da tesoura do telhado ao cume, geralmente trabalham à compressão. Popularmente conhecido como Perna • Banzo Inferior: peça que corre ao longo da parte inferior da tesoura e vai de apoio a apoio, geralmente trabalham à tração. Popularmente conhecido como Linha. • Estribo: são ferragens que garantem a união entre as peças das tesouras. • Montante: peças que ligam a banzo superior ao banzo inferior. Popularmente são conhecidos como pendural o montante central, e os demais de tirantes. • Diagonal e escoras são peças inclinadas que ligam o banzo superior ao banzo inferior, encontram-se, geralmente, em posição oblíqua. Popularmente são chamadas de asna a que sai do pé do montante central, as demais de escoras. Na treliça howe trabalham à compressão.
  • 36. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 36 A) FORMAS DE LIGAÇÕES USADAS NA TESOURA COM PEÇAS MACIÇAS:
  • 37. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 37 Em tesouras simples no mínimo devemos saber: • As tesouras devem ser contraventadas, com mãos francesas e diagonais na linha da cumeeira.(contraventamento no plano longitudinal) • O espaçamento máximo entre duas tesouras é de aproximadamente 4 m; 4,5m • O espaçamento ideal entre duas terças, com telhas cerâmica é de 1,6 m. • O espaçamento entre dois caibros é de 50 cm • O espaçamento entre duas ripas depende da galga da telha (gabarito da telha). Quando todas peças são maciças temos que ligar os nós da estrutura, principalmente o encontro dos montantes com os banzos com chapa de aço. A chapa de aço pode ser por fora da estrutura (chapa dentada tipo gang-nail ou chapa lisa associada com parafuso). Quando o projetista não quer a chapa apareça ela pode ser inserida dentro da madeira e passamos o parafuso.
  • 38. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 38 OBS: L= acima de 6 metros, até 25 metros de comprimento. CONTRAVENTAMENTO NO PLANO LONGITUDINAL DA COBERTURA A) TERÇAS As terças apóiam-se sobre duas tesouras consecutivas ou pontaletes, e suas bitolas dependem do espaço entre elas (vão livre entre tesouras), do tipo de madeira e da telha empregada. Podemos adotar na prática as madeiras. 6x12 se vão entre tesouras não exceder a 2,50m a 3m 6x16 para vãos entre 2,50 a 4,0m.
  • 39. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 39 Para vãos maiores que 4,0 devemos utilizar bitolas especiais o que não é aconselhável pelo seu custo. As terças são peças horizontais colocadas em direção perpendicular às tesouras e recebem o nome de cumeeiras quando são colocadas na parte mais alta do telhado (cume), e contra frechal na parte baixa. A tabela abaixo mostra modulações entre terças e entre duas tesouras em função do tipo de telha. Distância entre Francesa, romana, Colonial ou paulista terças (m) portuguesa ou plan 1.00 a 1.20 2.85 3.50 2.65 3.40 1.21 a 1.40 2.70 3.30 2.50 3.20 1.41 a 1.60 2.60 3.15 2.40 3.10 1.61 a 1.80 2.45 3.05 2.30 2.45 1.81 a 2.00 2.40 2.90 2.20 2.85 2.01 a 2.20 2.30 2.80 --- --- Seção transversal 6 X 12 6 X 16 6 X 12 6 X 16 da terça (cm) TABELA – DISTÂNCIAS ENTRE TESOURAS (Vão das terças)( telha cerâmica ) B) CAIBROS Os caibros são colocados em direção perpendicular as terças, portanto paralela às tesouras. São inclinados, sendo que seu declive determina o caimento do telhado. A bitola do caibro varia com o espaçamento das terças, com o tipo de madeira e da telha. Podemos adotar na prática e utilizando as madeiras. terças espaçadas até 2,00m usamos caibros de 5x6. quando as terças excederem a 2,00, e não ultrapassarem a 2,50, usamos caibros de 6x8 chamado de caibrões. Os caibros são colocados com uma distância máxima de 0,50m (eixo a eixo) para que se possa usar ripas comuns de 1,2x5 cm C) RIPAS As ripas são a última parte da trama e são pregadas perpendiculares aos caibros. São encontradas com seções de 1,2x5,0cm ou 1,5x5,0cm. O espaçamento entre ripas depende da telha utilizada. Para a colocação das ripas é necessário que se tenha na obra algumas telhas para medir a sua galga. Elas são colocadas do beiral para a cumeeira, iniciando-se com duas ripas ou sobre testeira. Portanto, para garantir esse espaçamento constante, o carpinteiro prepara uma guia (galga). As ripas suportam o peso das telhas, devemos, portanto, verificar o espaçamento entre os caibros. Se este espaçamento for de 0,50 em 0,50m, podemos utilizar as ripas 1,2x 5,0m.
  • 40. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 40 D) GALGAS Gabaritos das telhas cerâmicas que definem o espaçamento entre duas ripas, observando que as dimensões apresentadas acima para cada telha devem ser verificadas com o fabricante, pois existe muita variação no tamanho da telha de fabricante para fabricante. Fonte: IPT 3.4 - LIGAÇÕES E EMENDAS POR SAMBLADURAS As sambladuras são encaixes realizados entre as peças inclinadas da tesoura, como entre a diagonal e os banzos. Segundo Moliterno (1999) d = altura da peça a = recorte, a > 2cm 1/8d < a < 1/4 d A figura abaixo mostra a tensão de cisalhamento paralelo à fibra, gerado pelo banzo inclinado:
  • 41. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 41 ETAPAS PARA GERAR UM ENCAIXE POR SAMBLADURA (1 DENTE): - Traçar primeiro linhas de eixo. -
  • 42. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 42 DETALHE COM 2 DENTES:
  • 43. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 43 FONTE: MOLITERNO, A FONTE: MOLITERNO, A. FONTE: MOLITERNO, A.
  • 44. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 44 Fonte: PFEIL, adaptado por MEIRELLES; SILVA. .
  • 45. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 45 TESOURA COM MONTANTES EM SANDUÍCHES DETALHE 1 DETALHE 2 DETALHE 3
  • 46. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 46 CONCEITO DE NÓ:
  • 47. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 47 3.5 - REVESTIMENTO EXTERNO - TELHAS Neste capítulo iremos abordar as telhas cerâmicas visto serem as mais utilizadas em obras residenciais. As demais telhas (fibrocimento, alumínio, galvanizada) são mais utilizadas em obras comerciais e industriais. Para a sua utilização, é conveniente solicitar a orientação de um técnico do fabricante ou mesmo o uso de catálogos técnicos atualizados. Para inclinações de telhados acima de 45º, recomenda-se que as telhas sejam furadas para serem amarradas ao madeiramento, com arame galvanizado ou fio de cobre. Ao cobrir, usar régua em vez de linha, desde a ponta do beiral até a cumeeira, e deslocar de acordo com a medida da telha, cobrindo sempre do beiral para a cumeeira, colocando duas ripas sobreposta ou testeira para regularmos a altura da 1ª telha. As telhas cerâmicas mais utilizadas são: • Francesa ou Marselha • Paulista ou Canal ou Colonial • Plan • Romana • Portuguesa A) TELHA FRANCESA Tem forma retangular, são planas e chatas, possuem numa das bordas laterais dois canais longitudinais. Nas bordas superior e inferior possue dois cutelos em sentido oposto para encaixe. Os encaixes em seus extremos servem para fixação e para evitar a passagem da água. 15 unidades por m2 Peso: 45 kgf/m2 - seca e 54 kgf/m2 - saturada dimensões: aproximadamente 40 cm de comprimento, 24 cm de largura
  • 48. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 48 B) TELHA PAULISTA Constituem-se de duas peças diferentes capa e canal. O canal tem função de conduzir a água e a capa de cobrir o espaço entre dois canais. 26 - 27 unidades por m2 peso: 69 kgf/m2-seca; 83 kgf/m2-saturada dimensões aproximadas: canal - comprimento 46cm, largura 18cm capa - comprimento 46cm, largura 16cm C) TIPO PLAN Constituem-se de duas peças diferentes capa e canal, com cantos arredondados e a seção retangular. 26 unidades por m2 Declividade de 20 a 30% peso: 72 kgf/m2-seca: 86 kgf/m2-saturada dimensões do canal aproximadas : comprimento 46cm e largura 18cm dimensões da capa aproximadas: comprimento 46cm e largura 16cm
  • 49. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 49 D) TELHA ROMANA E TELHA PORTUGUESA A telha romana tem o mesmo formato que as telhas plan, somente que nesses tipos o canal é junto com a capa. 16 peças por m2 peso: 48 kgf/m2-seca; 58 kgf/m2-saturada dimensões: 41,5cm de comprimento e 21,6cm de largura F) BEIRAIS Beiral é a parte do telhado que avança além das paredes externas, geralmente tem uma largura variando entre 0,40 a 1,00m e o mais comum é 0,60; 0,80. 3.6 - FORMAS DOS TELHADOS Os telhados são constituídos por linhas (vincos) que lhes confere as diversas formas. As principais linhas são: Cumeeiras (C) Espigões (E) Águas-furtadas ou rincões. (A) A cumeeira é um divisor de águas horizontais e está representada na figura pela letra (C) os espigões são, também, um divisor de águas, porém, inclinados, letra (E) as águas-furtadas ou rincões são receptadores de água inclinados, letra (A)
  • 50. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 50 O telhado pode terminar em oitão ou em água. Temos um telhado com duas águas e, portanto dois oitões. Os telhados de quatro águas, não possuem oitões. TIPOS DE TELHADO COM UMA ÁGUA: COM DUAS ÁGUAS:
  • 51. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 51 COM TRÊS ÁGUAS: COM QUATRO ÁGUAS: 3.7 - REGRA GERAL PARA DESENHO DAS LINHAS DO TELHADO As águas do telhado ou os panos tem seu caimento ou inclinação de acordo com o tipo de telha utilizada. Considerações para o traçado do telhado: Iniciamos o traçado pelo maior retângulo em planta, pos ele irá apresentar a cumeeira mais alta 1- Os espigões são as bissetrizes do ângulo interno da planta, formado entre as paredes e saem dos cantos internos. 2- As águas-furtadas são as bissetrizes do ângulo externo da planta, formado entre as paredes e saem dos cantos externos. 3- Quando temos uma cumeeira em nível mais elevado da outra, fazemos a união entre as duas com um espigão, e no encontro do espigão com cumeeira mais baixa nasce uma água furtada.
  • 52. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 52 3.8 – SOLUÇÃO PARA ESTRUTURA DE UMA COBERTURA
  • 53. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 53
  • 54. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 54 4 TRELIÇAS
  • 55. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 55 Tipos de ligações usadas em treliças:
  • 56. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 56 Fonte: Construire en Bois adaptado por MEIRELLES; SILVA.
  • 57. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 57 5 MADEIRA LAMINADA
  • 58. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 58 A) CARACTERÍSTICAS Laminas de madeira maciças coladas com espessuras inferiores a 4,5cm. As laminas são retiradas na direção longitudinal da fibra da madeira e coladas compondo uma viga de altura maior mantendo a direção longitudinal ao longo do comprimento da viga. As colas mais utilizadas são as resorcinas, melanina, uréia e acetato. Sendo que resorcina e a melanina podem ficar expostas ao tempo (podem ser usadas como estruturas externas), exemplo: a estrutura do barco. A madeira laminada é muito utilizada em estruturas curvas como os arcos e cascos dos barcos. As madeiras utilizadas são madeiras de reflorestamento. Bitolas Padronizadas: Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm) 104, 130, 156, 182, 208, 234, 65 6400 260, 286, 312, 338 104, 130, 156, 182, 208, 234, 90 6400 260, 286, 312, 338 104, 130, 156, 182, 208, 234, 110 6400 260, 286, 312, 338 104, 130, 156, 182, 208, 234, 145 6400 260, 286, 312, 338 104, 130, 156, 182, 208, 234, 180 6400 260, 286, 312, 338 Bitolas especiais sob consulta Fonte: STELLA (www.stella.com.br)
  • 59. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 59 SISTEMAS UTILIZADOS EM MADEIRA LAMINADA E SEU PRÉ-DIMENSIONAMENTO FONTE: www.habitlegno.it/assets/images/tabgrigia.gif
  • 60. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 60 6 PÓRTICOS
  • 61. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 61 TIPOS DE PÓRTICOS:
  • 62. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 62 Vãos usuais em pórticos de madeira no formato capelinha: 30 a 40 metros no máximo.
  • 63. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 63 A) Ligação por conector: B) Madeira laminada colada.
  • 64. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 64 PÓRTICO EM MADEIRA LAMINADA COLADA: F = ¼ L (ideal) F = flecha H = 2% L L= vão
  • 65. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 65 Detalhe da base do arco de madeira laminada com articulação metálica:
  • 66. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 66 VIGAS VAGÕES: As vigas armadas são vigas simples ou compostas, reforçadas com tirantes inferiores. Estes tirantes são em geral vergalhões redondos, de aço comum, ancorados nas extremidades com rosca e porca. Os pontos de apoio dos tirantes na madeira são em geral guarnecidos de chapas metálicas, com o fim de reduzir as tensões de apoio.
  • 67. APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 67 Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. - NBR 7190 - Projeto de estruturas de Madeira. Rio de Janeiro, 1997. CALIL Jr. C.: BARALDI, L. T. STAMATO, G. C.; FERREIRA, N. dos S.; Notas de Aula-Set 406-Estruturas de Madeira. USP/EESC/ LAMEM, São Carlos, 1999 IPT. Madeira – uso sustentável da madeira na construção civil. São Paulo: IPT, 2003 NATTERER, J. et al Construire en bois. Press Polytechniques et universitaires romandes. Paris, 1986. MOLITERNO, Antonio. Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira. 2a. Ed. Ampliada. São Paulo: Edgar Blücher, 1999. PFEIL, W. PFEIL, M. ESTRUTURAS DE MADEIRA. RIO DE JANEIRO:LTC, 6.ED. RITTER, M. A. Timber Bridges. Forest Products Laboratory- Forest sevice, Madisson, 1990