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Universidade Presbiteriana Mackenzie


UTILIZAÇÃO DA DANÇA DO VENTRE COMO MINIMIZADOR DE DORES NA
DISMENORRÉIA PRIMÁRIA
Natalia Beatriz Datrino (IC) e Denise Elena Grillo (Orientadora)
Apoio: PIVIC Mackenzie


Resumo

A dismenorréia primária é uma desregulação hormonal não patológica que provoca uma menstruação
dificultada e causa dor. Algumas teorias médicas e fisioterápicas descrevem o auxílio da dismenorréia
primária com uso de choques eletroestimulantes, massagem localizada e uso de medicamentos para
aliviar os sintomas. Sendo a dança do ventre uma dança exclusivamente feminina e que provoca
contrações voluntárias na região pélvica, alvo da dismenorréia primária, assim como massagem,
pode ser utilizada como forma natural de tratamento da dismenorréia primária. Esta pesquisa,
portanto, objetiva verificar a eficácia da dança do ventre na diminuição de dores de mulheres que
possuam dismenorréia primária. Para isto, foi elaborado um questionário de sintomas e escala visual
numérica de dor e aplicado antes e depois de três meses de aulas de dança do ventre, para sete
mulheres da região Oeste de São Paulo que possuem características sintomáticas de dismenorréia
primária. Como resultado, foram obtidas diferenças consideráveis para dizer que o período de teste
traz benefícios para as mulheres. Os sintomas todos em geral diminuem na intensidade do problema
como, por exemplo, na diminuição das dores do baixo ventre, náuseas, dores de cabeça e das dores
pela escala visual numérica de dor. Concluímos que a dança do ventre pode ser utilizada como
minimizador de dores na dismenorréia primária, mas deve ser realizada por mais de 3 meses para
melhores resultados ou acompanhando outros tratamentos.

Palavras chave: dismenorréia primária, dança do ventre, mulheres


Abstract

The primary dysmenorrhoea is a non-hormonal endocrine pathology causing menstruation hindered
and cause pain. Some medical theories and phisioterápics describe the aid of primary dysmenorrhea
with use of shock eletroestimulantes, massage and use of medications to relieve symptoms. The belly
dance is exclusively feminine and causing voluntary contractions in the pelvic region, target of primary
dysmenorrhea, as well as massage, can be used as a natural form of treatment of primary
dysmenorrhea. This research, therefore, aims to verify the effectiveness of belly dance in the decrease
of pain in women with primary dysmenorrhea. For this, a questionnaire was prepared and visual
symptoms of pain scale numerical and applied before and after three months of belly dance classes,
to seven women of the Western region of São Paulo who have symptomatic features of primary
dysmenorrhea. As a result, significant differences were obtained to say that the test period brings
benefits for women. All symptoms decrease in overall intensity of the problem as, for example, in the
decrease of the lower abdomen pain, nausea, headaches and pains by numerical pain scale visual.
We found that the belly dance can be used as minimizador pain in primary dysmenorrhea, but must be
held by more than 3 months for best results or together with other treatments.

Key-words: primary dysmenorrheal, belly dance, women




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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


INTRODUÇÃO

A dança do ventre como atividade física traz inúmeros benefícios tanto psicológicos quanto
físicos e é feita exclusivamente para o corpo da mulher. É atrativa, envolve a mulher em
prazer de praticar a arte, além de resgatar a auto-estima, bem-estar, alegria, consciência
corporal, sensualidade etc. Bomentre (2005) apud Braga (2008) afirma que esta atividade
trabalha os órgãos do baixo ventre, normalizando as suas funções, massageia a coluna,
aumenta a flexibilidade e a criatividade.
Além dos fatores psicoemocionais envolvidos na dança do ventre que já são claros há
muitos anos principalmente pela região do Oriente Médio, existe uma questão um pouco
mais fisiológica da dança do ventre que engloba as características morfofuncionais desta
dança que Silva (2009) caracteriza como um trabalho de fortalecimento das musculaturas do
assoalho pélvico.
A procura pela dança do ventre é muito grande e tem crescido demasiadamente pelas
mulheres adultas. E em conexão com esta procura, existe dentro deste público um problema
– hoje, já considerado como um problema de saúde pública que atinge mais do que 60%
das mulheres adultas – no qual o governo pode dispor de verba para tratamento que é a
dismenorréia primária, que Silva (2007) considera como um distúrbio ginecológico que
afasta as mulheres de suas tarefas diárias sejam elas, estudo, trabalho e casa.
Segundo Acetta et al. (2006) apud Silva (2007), a relação dança do ventre e dismenorréia é
pertinente e co-relacionadora. Tal afirmação se justifica com base nos movimentos da dança
do ventre que apresenta características massageadoras e a região alvo ser a mesma da
causa problemática da dismenorréia, que se localiza na região abdominal baixa por uma
dificuldade do escoamento do fluxo menstrual seguido de dor por contrações involuntárias.
Diante deste relato o objetivo deste estudo é verificar a eficácia da dança do ventre na
diminuição de dores de mulheres que possuam dismenorréia primária.

Importância do problema ou justificativa

Sendo este problema um causador de bloqueio nas atividades diárias, é fundamental que se
descubram formas de amenizar o problema e tratamento, visto que não há leis que
permitam que as mulheres fiquem afastadas de seus afazeres escolares ou trabalhistas por
conta de cólicas menstruais. Serão analisadas as seguintes variáveis: diminuição dos
sintomas característicos da dismenorréia primária e possibilidades de realizar as atividades
diárias.




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REVISÃO DE LITERATURA
Visão geral da dança

Segundo Capri & Finck (2009), a dança é uma arte milenar em que as pessoas demonstram
seus sentimentos e antigamente era exclusiva da elite, porém hoje em dia acompanha os
eventos sociais recentes, além de pertencer a estética, linguagem e possibilidades de um
povo.

A dança dispensa qualquer tipo de material e ferramenta e depende apenas do corpo da
pessoa, sendo estes materiais adicionais, mas não fundamentais como a expressão apenas
corporal, por isso acredita-se que essa era uma forma de expressão muito singela e
expressionista cultural (PORTINARI, 1989).

“Entende-se por dança como uma arte que significa expressões gestual e facial através de
movimentos corporais, emoções sentidas a partir de determinado estado de espírito”
(GARCIA & HAAS, 2003, p. 139). Nanni (1995) apud Capri & Finck (2009) complementa
com o pensamento de que a expressão é necessária à raça humana e que acompanha as
gerações e as mais diversas culturas, dançando diferentemente sobre os mesmos
contextos.

A mesma autora afirma que o homem representa seus sentimentos através da dança e
expressões corporais ritmadas e os relaciona com religiosidade; energia ludicidade e
sexualidade.

Dentro do contexto da educação física, a dança é chamada de “atividades rítmicas e
expressivas” e está presente dentro do conteúdo da cultura corporal segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s), porém dentro do ambiente escolar não é bem definida entre
educação física ou artes e pior, não tem a sua significância relevante (CAPRI & FINCK,
2009). Mesmo com a irrelevância estimada, alguns autores demonstram que “inúmeras
experiências pedagógicas que indicam a abordagem da saúde mental e, sobretudo sexual
no âmbito da educação pela dança” (ABRAÃO & PEDRÃO, 2005, p. 244).

Miranda (1994) apud Pacheco (1999) aprofunda seus estudos em dizer que os professores
da área não receberam instrução necessária a esta prática e com isso são preconceituosos
ao tema dança por conta da indefinição de dança na área de graduação em educação física
ou a própria faculdade de dança. Uma das explicações para a falta de aprofundamento da
dança na educação física é a superficialidade e impropriedade do assunto dentro da grade
curricular bem como a inviabilidade que a faculdade admite ter disponibilizando, assim,
cargas horárias baixíssimas para o tema (PACHECO, 1999).




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Dança do ventre

O nome verdadeiro da dança do ventre é Racks el Sharqi (que em árabe significa dança do
leste). A dança do leste significa de onde o sol nasce e fornece energia à mulher que recebe
poder, primeiro se dissipou na França e recebeu o nome de Danse du Ventre e em seguida
Belly Dance pelos norte- americanos e no Brasil foi traduzida para Dança do Ventre
(PEREIRA, 2004, p. 13).

Segundo Ribeiro (2008), a dança do ventre trata de uma arte milenar que desenvolve a
graça, a sensualidade e a alegria de ser mulher e se utiliza de movimentos que imitam os
animais, como o camelo a serpente com movimentos ondulatórios e batidos podendo assim
unir condicionamento físico, técnica, expressão corporal e beleza plástica.

“A dança do ventre é uma maneira clara, simples, direta e ampla para trabalhar a saúde de
um grupo de mulheres. É uma prática alternativa milenar que reduz a complexidade na
abordagem da sexualidade feminina” (ABRAÃO & PEDRÃO, 2005, p. 244).

Braga (2007) demonstra que a dança do ventre não é apenas a beleza que as pessoas
estão acostumadas a ver em filmes, clipes e novelas, é uma atividade física de âmbito
rítmico com um grande peso cultural e merece seu devido respeito, principalmente por ter
exercícios com alto grau de complexidade que ao serem alcançados levarão o aluno a um
domínio ótimo de seu corpo

A dança do ventre como fator motivacional às mulheres

Xavier & Matsumoto (2004) explicam que poucos são os estudos feitos na área de dança do
ventre, visto que é uma arte praticada há muitos anos e com poucos registros no mundo,
recebendo o nome de “invisibilidade feminina” e atualmente também como “invisibilidade
acadêmica”, com milhões de livros se referindo a danças clássicas como ballet, jazz,
sapateado, danças de salão, mas nunca com o aspecto real da dança do ventre.

A Dança do Ventre destina-se, unicamente, ao corpo feminino, enfatizando os músculos
abdominais e os movimentos de quadris e tórax. Ela é praticada com os pés descalços,
firmados no solo, caracterizando-se pelos movimentos suaves, fluidos, complexos e
sensuais do tronco, alternados com movimentos de batida e tremido (RIBEIRO, 2008).

Moro (2004) nos mostra que a local do corpo que mais apresenta “segredos da vida” ou
seja, um aspecto intimo da cada um, é o ventre, onde se guarda uma forte fonte de energia
do corpo feminino. O autor afirma que a dança do ventre trabalha a dissociação, bem como
conscientização do corpo. Esta dança desperta sensualidade e sensibilidade que as
mulheres não acreditam ter e assim faz com que elas demonstrem isso às demais pessoas
que as assistem e obtenham uma melhor compreensão do mundo que as cerca (ABRAÃO &



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PEDRÃO, 2005).     Braga (2008) diz que a mulher quando dança deixa que seu corpo
responda à feminilidade.

A dança do ventre faz com que cada mulher que a pratique busque em seu interior um
resgate do feminino que por razões de estresse diário e mundo ocidental moderno ficou
escondido.

Algumas poucas mulheres modernas acreditam no seu poder de igualdade e expressam
seus sentimentos, dominam qualquer área, obtém poder sem perder a delicadeza.
Trabalham em jornadas de trabalho fora de casa e não como doméstica encorajando o seu
espírito feminino (BRAGA, 2008).

As mulheres que descobrem a dança do ventre se dedicam de forma íntegra na qual
realizam uma viagem interior, modificando seu estado de espírito e entrando em contato
com alguns símbolos, desejos diferenciados e imagens arqueótipas como: o materno, a
odalisca, a prostituta sagrada e a Afrodite, interligando graças e sensualidade (XAVIER,
2007).

Segundo Cenci (2001) apud Camargo (2003), a dança das mulheres feitas por mulheres é
caracterizada por delinear a cintura dando uma forma bem feminina, corrige a postura,
tonifica e fortalece a musculatura do corpo todo, estimula funções ovarianas, melhora o
relacionamento sexual, desenvolve a criatividade, sensibilidade, intuição, autoconfiança,
auto-estima.

Dismenorréia primária

Silva (2007) caracteriza a dismenorréia primária como uma produção excessiva de
substâncias causadoras da dor, chamadas de prostaglandinas, secretadas pelas glândulas
estrógenas, derivadas de ácidos graxos.

Atinge populações desde a adolescência até mulheres com anatomia pélvica normal e
causa o absenteísmo escolar ou laboral e está ligada a problemas de saúde de foro
ginecológico. A característica da dor é recorrente com a menstruação e se chama de
primária, pois não está acompanhada de patologias pélvicas subjacentes (GALVÃO, 2009).




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       (Fonte: Passos et al, 2008)



Alguns casos de dismenorréia primária podem ser originados de uma Síndrome do quebra-
nozes, caracterizada por uma disfunção anatômica, sendo ela na artéria mesentérica
superior e a aorta que faz um pinçamento da veia renal esquerda e por consequência na
veia ovariana esquerda (FERREIRA, et al., 2008). Motta (2000) apud Schmidt e Herter
(2002) acredita que a dismenorréia primária atinge cerca de 50% a 90% das mulheres e
dentro deste percentual 10% não consegue executar suas atividades diárias por conta desta
dor:   “a dismenorréia é um           distúrbio ginecológico também     conhecido menalgia,
algomenorréia e síndrome de dor menstrual, definido como menstruação dolorosa que
impede as atividades normais” (SILVA, 2007.




       (Fonte: Passos et al, 2008).




As mulheres com dismenorréia primária produzem um aumento de prostalgina no ciclo
menstrual causando uma contração uterina anômala dolorosa. Além da prostalgina há um
aumento de vasopresina e leucotrienos que causa uma dor isquêmica como consequência
da vasoconstrição. Estes hormônios em níveis elevados aumentam a atividade muscular e
contrações desrítmicas (GALVÃO, 2009).




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    Fluxograma 1 – Origem da dor pela vasoconstrição e queda do nível de progesterona.

               (Fonte: Editoração eletrônica: prostaglandina.com, 2010).




Este distúrbio tem sido tratado como um problema público que faz com que as mulheres não
consigam executar as suas atividades diárias por conta das dores menstruais, denominadas
por cólicas menstruais. Por conta de um fluxo dificultado, a aglomeração de menstruação
obstrui o canal do endométrio causando contrações uterinas caracterizadas pela forte dor
(SILVA, 2007).

“Alivia com anti-inflamatórios não esteróideos (AINE). Se persiste a dor apesar dos AINE,
está indicada a ecografia pélvica para descartar qualquer anomalia anatômica e em
substituição de um exame exploratório pélvico.(...)” (GALVÃO, 2009, p. 2).

“Os leucotrienos, substâncias que seriam liberadas durante a descamação do endométrio e
atuariam na musculatura lisa, poderiam ser considerados como os responsáveis pela dor
pélvica.”. (SILVA, 2007).

Para as mulheres que não conseguirem fazer o tratamento via farmacológica, com
reposição hormonal, poderão se alimentar a base de tiamina, vitamina E, suplemento de
óleo de peixe, omega-3, dieta vegetariana com baixo teor de gordura, realizar acupuntura ou
estimulação neural elétrica que realiza a simulação uma contração voluntária. (GALVÃO,
2009).




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A visita a um ginecologista é necessária para a detecção de uma dismenorréia primária,
caso contrário apenas uma dor na região abdominal pode ter origem em congestão venosa
pélvica, disúria, hematúria, dispareunia ou congestão vulvar (FERREIRA, et al., 2008).

A dança do ventre e a dismenorréia primária

A dismenorréia primária com dores espasmóticas ou cólicas causa mais do que apenas
desconforto na região pélvica, pode causar vômitos, cefaleias, dores nas costas, diarreia e
fadiga, o que normalmente confunde com outros problemas que não sejam ginecológicos.
Sendo esta a razão de não haver procura médica para o tratamento da dismenorréia
primária (PASSOS et al, 2008).

Mohamed (1998) apud Pereira (2004) acredita que as alunas que busquem o tratamento da
dismenorréia através da dança do ventre, encontrarão os diversos benefícios anteriores
citados, mas irão de fato se preocupar mais com a sua diminuição de dor. Os exercícios
abdominais combinados com os ritmos envolventes propiciarão uma massagem relaxadora
que ao mesmo tempo tem a capacidade de fortalecer a musculatura, obtendo o foco central
da região pélvica, como diz ter ouvido de muitas alunas que sofriam de cólicas menstruais
terem melhoras significativas nas dores, pelos efeitos causados nos movimentos da dança
do ventre que de forma separada acaba massageando e trabalhando bastante a região
pélvica, influenciando por conseqüência o bom funcionamento dos ovários.

A dança do ventre mais do que uma prevenção para as dores menstruais é lembrada com
diversos benefícios, “a literatura trata bastante deste tema, afirmando que são muitos os
benefícios físicos, mentais e psicológicos provocados pela dança oriental na mulher”
(PEREIRA, 2004, p. 48).

A dança do ventre se diferencia das demais danças de passos para se caracterizar como a
dança dos músculos. Mihaljevic (2007) trata de movimentos diferentes e sinuosos como
extensão dos músculos abdominais, isolamentos de costela, isolamento das grandes
extremidades, isolamento de palmas, círculos com o quadril, batidas de quadril, figuras de
oito executadas na horizontal e na vertical, tremido egípcio, e tremido de ombro.

Segundo Galvão (2009), uma das formas de tratar a dismenorréia primária é a base de
estímulos elétricos neurais para provocar contrações voluntárias ao invés das involuntárias
causadas por estes hormônios. Sendo assim, a dança do ventre tem muito a contribuir neste
tratamento pela sua alta especificidade nas contrações e massagens na área pélvica.

A medicina recomenda o tratamento via analgésicos, porém a área de fisioterapia vem
desenvolvendo métodos eficazes com base na cinesiologia, se utilizando da massagem
terapêutica, a qual era utilizada há muitos anos pelos japoneses, sendo assim mais indícios
do passado foram pesquisados para a não utilização de remédios. Assim, a dança do ventre


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aparece como a arte milenar capaz de preparar o corpo da mulher para as condições
relativas ao sistema reprodutor (REIS, 2005).

Esta modalidade de dança oriental trabalha a consciência corporal de forma sistematizada,
fortalecendo e oferecendo flexibilidade ao mesmo tempo, massageando a região pélvica
como um todo. “As dançarinas orientais são consideradas diferentes, pois realizam uma
dança dos músculos, ao contrário das danças de passos, praticada no ocidente” (BRAGA,
2008, p. 2).

Segundo Braga (2007), a dança do ventre é mais do que uma arte envolvente e bonita, ela
traz os mais diversos benefícios e um peso cultural muito grande, movimenta a musculatura
de forma sistêmica fazendo com que a mulher tenha um grau de consciência corporal muito
alto. Salientado por Pereira (2004) que além de todos esses benefícios citados a dança do
ventre traz feminilidade, suavidade, beleza e auto-estima.

Portal & Honda (2006) acreditam que qualquer forma de exercício físico é valido quando se
trata de tratamento da dismenorréia primária. Segundo seus estudos, as anamneses
demonstraram que as mulheres não praticavam nenhum tipo de atividade física e que após
o estudo experimental as mulheres passaram a praticar e os índices de dor diminuíram.

Dor

Para detectar uma patologia, um dos sintomas mais claros observados é a dor. O indivíduo
sente de forma clara e consegue demonstrar que existe esse sintoma. A Agência Americana
de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública (AAPQSP) e a Sociedade Americana de Dor
(SAD) descrevem que existem cinco formas de detectar um problema e que a dor é a quinta
delas, sendo as outras quatro: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial (PEREIRA,
2008).

A dor pode ser descrita como “desagradável experiência sensorial e emocional associada a
um dano atual ou potencial do tecido ou descrita em termos deste dano” (MICELI, 2002
apud CIENA, 2008).



METODOLOGIA

O presente estudo possui caráter experimental, já que avaliou a influência da dança do
ventre como minimizador de dores para mulheres que sofrem de dismenorréia primária. De
acordo com Thomas e Nelson (2002), a pesquisa experimental tenta estabelecer uma
relação de causa e efeito entre uma variável independente que é manipulada para julgar seu
efeito sobre uma variável dependente.




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Os participantes foram 7 mulheres de 18 a 45 anos que possuem dismenorréia primária.
Todas praticantes de aula de dança do ventre iniciante, da região Oeste de São Paulo.

As participantes foram analisadas em sua primeira aula de dança do ventre, até os 3 meses
final do estudo. E não praticaram mais nenhuma atividade física.

Apenas uma das participantes toma medicamento frequentemente para hipertensão e todas
as outras, medicamentos para aliviar a dor quando sentem cólicas muito fortes, segundo
relatos das próprias alunas.

As participantes foram avaliadas em dois momentos: Grupo A – Questionário aplicado antes
do tratamento e Grupo D – Questionário aplicado depois do tratamento.

O estudo foi experimental, e teve como objetivo avaliar qualitativamente se há alteração da
dor durante a realização de suas atividades diárias, após serem submetidos a um programa
de dança do ventre. Na primeira aula foram entregues questionários relativos aos sintomas
de dor e absenteísmos. O programa de dança do ventre foi composto por exercícios
específicos de ondulações e técnicas de quadril e foi realizado durante três meses uma vez
por semana com duração de uma hora e meia, totalizando doze sessões de treinamento, e
após esse período de treinamento foram novamente realizados os questionários para
identificar se houve alteração na dor destas mulheres. A pesquisa foi realizada por meio de
um questionário (anexo 1) elaborado pela pesquisadora, na intenção de observar sintomas
de dores e assim caracterizar as participantes como portadores de dismenorréia primária,
ciclo menstrual e frequência da dança do ventre e da escala visual numérica da dor (anexo
2), na intenção de observar a intensidade da dor no período de cólicas menstruais á partir
de uma Escala de Likert adaptada. Este instrumento consiste de uma faixa limitada de 10
cm de comprimento, a qual representa a experiência dolorosa do aluno. Os participantes
são instruídos a assinalar a intensidade da sensação dolorosa em um ponto dessa reta,
sendo que os escores podem variar de 0 (zero) a 10 (dez) (PEREIRA & SOUZA, 1998).

A coleta dos dados foi feita através do questionário individual, aplicado pela pesquisadora e
analisados pelo método de itens em escala. Na primeira aula farão o questionário inicial e
após três meses de aula, as alunas responderão o questionário final.

Os dados foram tabulados, apresentados em gráficos e dados percentuais e discutidos
posteriormente.

O estudo tem a analise final apenas do treinamento e do qual foi realizado, o que pode não
ser eficaz pelo grande intervalo de um treino ao outro. Não foi determinado que as alunas
não participassem de outras atividades físicas. Não houve controle de aplicação de
medicamentos.




                                                                                              10
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APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados a seguir serão demonstrados através de dados percentuais
seguidos de um gráfico demonstrativo visual e discutidos isoladamente.

Para detectar as participantes que poderiam ser instrumento de coleta, observamos alguns
                        pantes
sintomas descritos por Passos et al (2008) como dor de cabeça, náuseas, dor no baixo
ventre. Baseado nestes sintomas, o questionário primário detectou as mulheres que
possuem a dismenorréia primária, assim como sua frequência dentro das aulas de dança do
                       primária,
ventre e a escala visual numérica de dor para oferecer parâmetros comparativos.


                         Tabela 3 – Referente ao ciclo menstrual de cada participante.
               Tabela 3 - Ciclo menstrual
               regulado                          Grupo A        Grupo A      Grupo D           Grupo D
                                                      N            %            N                %
               1 Raramente                            2         28,57%          3              42,86%
               2 Pouco                                0          0,00%          0              0,00%
               3 Muitas vezes                         3         42,86%          1              14,29%
               4 Frequentemente                       2         28,57%          3              42,86%
               Total                                  7         100,00%         7          100,00%




    Ciclo menstrual antes                                  Ciclo menstrual depois


                                            1
                                28%                                                      43%
   29%                                                                                                 1
                                            2        43%
                                                                                                       2
                                   0%       3                                                          3

                                            4                                                          4
         43%                                                           14%          0%



Gráfico 1 – Percentual de alunas que possuem         Gráfico 2 – Percentual de alunas que possuem

Ciclo menstrual regulado, antes do tratamento        Ciclo menstrual regulado, depois do tratamento.
                                                      iclo




A tabela 3 é o início do questionário e todas as anteriores seguem as ordens de respostas.
Nesta primeira tabela juntamente com os resultados do gráfico temos uma estimativa de que
43% das participantes alegam ter um ciclo menstrual muitas vezes regulado. Sendo que
28% afirmam ter um ciclo menstrual frequentemente regulado.

Após o tratamento, aumentou o número de alunas que alegam ter um ciclo menstrual
regulado subindo para 43%. Essa variável que consideramos uma melhora pode ser devida


                                                                                                           11
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


à reorganização citada por Pereira (2004), que indica a melhora do funcionamento dos
ovários e todo o sistema reprodutor pela massagem realizada na dança do ventre.

Reis (2005) trabalhou sobre um projeto de que para auxiliar nas regulações menstruais a
medicina utiliza métodos elétricos e contráteis para regular a produção de hormônio que
                   todos
causa dor e em longo prazo regula a menstruação. Sendo essa afirmação verdadeira, é
provável que a dança do ventre produza contrações similares às mecânicas e com efeitos
elétricos sobre os elétrons da musculatura podendo regular voluntariamente este efeito.



                                Tabela 4 – Referente à Dor no Baixo Ventre
               Tabela 4 - Dor no baixo ventre     Grupo A   Grupo A      Grupo D       Grupo D
                                                    N          %            N             %
               1 Raramente                          0        0,00%           2           28,57%
               2 Pouco                              0        0,00%           2           28,57%
               3 Muitas vezes                       2       28,57%           0            0,00%
               4 Frequentemente                     5       71,43%           3             43%
               Total                                7        100%            7            100%




          Dor no baixo ventre antes                         Dor no baixo ventre depois


          0%      0%                                                             28%
                             29%
                                        1            43%                                         1
                                        2                                                        2
                                        3                                                        3

 71%                                    4                                                        4
                                                             0%                  29%



Gráfico 3 – Percentual de alunas que sentem dor Gráfico 4 – Percentual de alunas que sentem dor

na região do baixo ventre, antes do tratamento.    na região do baixo ventre, depois do tratamento.




As dores sentidas no baixo ventre são consequências de vasoconstrições por ação
hormonal. De acordo com Galvão (2009), a dismenorréia primária é uma menstruação
dolorosa por conta de aumento de prostalgina (um hormônio de cadeia lipídica) que contrai
o útero, que por sua vez, causa a dor isquêmica e vasoconstrição e aumento de contrações
involuntárias.

O estudo demonstra uma grande maioria com dores nesta região com 71% de dor
frequentemente e após o tratamento apenas 43%. Sendo no início do estudo ninguém com
                        tratamento
dores raramente e no final do estudo 28% raramente sentem.


                                                                                                         12
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O uso da dança do ventre para essa questão é bastante importante devido ao efeito
causado na vida destas mulheres e a porcentagem de mulheres que possuem essa dor.
Desta forma, a dança do ventre é realizada 80% utilizando o foco do ventre e toda a sua
região pélvica, é seguida de contrações musculares de abdômen e perínio, que, por sua
vez, utilizados de forma voluntária podem vir a se educar e não contraírem mais de forma
involuntária causando essa dor. Além de todo o efeito do treinamento como qualquer outro
exercício físico de causar uma hormônio
                               hormônio-regulação.

Podendo considerar de acordo com Mihaljevic (2007), os exercícios específicos para região
alvo da dor: círculos com o quadril, batidas de quadril, figuras de oito executadas na
verticalmente e horizontalmente pelo quadril e os tremidos de quadril (nomenclatura
específica da dança do ventre).



                    Tabela 5 – Referente a náuseas percebidas pelas participantes.

          Tabela 5 – Náuseas                Grupo A        Grupo A    Grupo D     Grupo D
                                               N             %            N            %
          1 Raramente                          1           14,29%         0           0,00%
          2 Pouco                              1           14,29%         5       71,43%
          3 Muitas vezes                       1           14,29%         1       14,29%
          4 Frequentemente                     4           57,14%         1       14,29%
          Total                                7         100,00%          7       100,00%




               Náuseas antes                                         Náuseas depois

                                                                    14%
                           15%
                                        1                                                         1
                                  14%
                                        2          14%                                            2
                                        3                                                     72% 3
                                 14%
  57%                                   4                                                         4
                                                      0%



Gráfico 5 – Percentual de alunas que sentem
              rcentual                             Gráfico 6 – Percentual de alunas que sentem

náuseas, antes do tratamento.                      náuseas, depois do tratamento.




A questão sobre a sensação de dor é utilizada no questionário para detectar um dos
sintomas da dismenorréia primária e consequentemente, pelo grande desconforto que este




                                                                                                      13
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


sintoma causa o que mais para frente pode intervir na questão a seguir que se refere a
                                                                                     ao
absenteísmo.

Ciena (2008) acredita que a dor é o início para a detecção de um problema, é o quinto
elemento, mas que pode levar a outros sintomas, como é o caso da náusea. Muitas pessoas
expelem por sentirem fortes dores e influenciar no sistema corporal como um todo.

A náusea é um desconforto à parte do problema que pela sensação de impotência pode vir
a ser um fator primário do problema e por conta da frustração deste sintoma, a mulher pode
deixar de realizar suas atividades da vida diária.

O sintoma de náusea no gráfico é de 57% de frequência e após o tratamento cai para 14%,
sendo que 72% alegam ter pouca náusea, uma melhora considerável.



                                  Tabela 6 – Referente às dores de cabeça

              Tabela 6 - Dor de cabeça          Grupo A     Grupo A    Grupo D        Grupo D
                                                    N         %             N           %
              1 Raramente                           0       0,00%           1         14,29%
              2 Pouco                               1       14,29%          2         28,57%
              3 Muitas vezes                        2       28,57%          3         42,86%
              4 Frequentemente                      4       57,14%          1         14,29%
              Total                                 7      100,00%          7         100,00%




            Dor de cabeça antes                                Dor de cabeça depois


                        14%                                 14%
                0%                                                              14%
                                         1                                                      1
                                         2                                                      2

                                  29%    3                                                      3
  57%                                    4         43%                                29%       4




Gráfico 7 – Percentual de alunas que sentem dor Gráfico 8 – Percentual de alunas que sentem dor

de cabeça, antes do tratamento.                   dor de cabeça, depois do tratamento.




A dor de cabeça pertence ao quadro de sintomas clínicos que podem aparecer durante o
problema crônico da dismenorréia primária. É colocado em questão dentro do ciclo
menstrual ativo, ou seja a época de sangramento.
       al




                                                                                                      14
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Pode ser imposto como mais uma das dores que é específica para a região da cabeça mas
não isolada, é consequência de um problema específico por uma queda de progesterona
que libera leucotrinos que, segundo Silva (2007), são os responsáveis pela dor isquêmica.

A dor de cabeça, assim como a febre, pode ser vista como avisos de emergência de um
funcionamento indevido, de tecidos, órgãos ou sistemas e por Ciena (2008) a dor é uma
sensação extremamente desagradável e que permite experiências muito ruins na vida da
                                     que
pessoa. Antes do periodo de tratamento 57% das alunas disseram ter dores de cabeça
frequentemente, o que após o estudo foi para 14%. A maioria de 43% disse sentir dores de
cabeça muitas vezes.



                   Tabela 7 – Referente à irritação nervosa sentida pelas participantes

              Tabela 7 - Irritação nervosa     Grupo A       Grupo A        Grupo D   Grupo D
                                                   N           %              N            %
              1 Raramente                          0         0,00%            0           0,00%
              2 Pouco                              1         14,29%           4       57,14%
              3 Muitas vezes                       4         57,14%           1       14,29%
              4 Frequentemente                     2         28,57%           2       28,57%
              Total                                7         100,00%          7       100,00%




           Irritação nervosa antes                             Irritação nervosa depois


                 0%       14%                                          0%             57%
    29%                                                29%
                                          1                                                       1
                                          2                                                       2
                                          3                                                       3
                                          4                                                       4
                              57%                   14%



Gráfico 9 – Percentual de alunas que sentem
             ercentual                           Gráfico 10 – Percentual de alunas que sentem

irritação nervosa, antes do tratamento.          irritação nervosa, depois do tratamento.




Dentro de um estudo que visa o tratamento de um problema que chega a atingir cerca de
50% a 90% das mulheres, no qual 10% não consegue executar suas tarefas diárias
concordando com Schmidt e Herter (2002) é importante checar as questões pertinentes ao
conjunto biopsicossocial.




                                                                                                      15
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


Se preocupar com as questões psicológicas é bem importante quando se trata de um ser
humano como um todo. Às vezes sentir dor e manter uma atividade diária é difícil e muitas
empresas podem entender e dispensar o funcionário por licença médica, mas quando se
trata de um distúrbio psicológico muitas empresas não são pacíficas a aceitar que a irritação
nervosa e o descontrole também fazem parte de um complexo biológico, principalmente o
complexo hormonal que é desregulado no quadro de dismenorréia primária.

Antes do tratamento, 57% das alunas alegavam sentir irritação nervosa muitas vezes e após
o estudo, apenas 14% disse ter irritação nervosa, depois sendo após o estudo a maioria de
57% disse sentir pouca irritação nervosa.

Os métodos de tratamento que são propostos pela medicina e fisioterapia são tidos como
dolorosos, segundo Galvão (2009), visto que causam choques elétricos para propor uma
contração involuntária, alimentação suplementada ou acupuntura; a dança do ventre está
mostrando sua eficácia neste tratamento sob uma ótica de ser prazerosa.

Braga (2008) defende a teoria motivacional da dança do ventre para mulheres por ser uma
arte que além de traçar movimentos complexos como em qualquer dança ou exercício físico,
traz um resgate do feminino que transparece na mulher a autoestima e delicadeza que uma
vida agitada a faz retirar.

O efeito da melhora na irritação nervosa pode ser resultante de uma melhora de todos os
sintomas anteriores demonstrados que causa uma melhora sistêmica ou até mesmo a
motivação obtida pela prática à dança.

                                Tabela 8 – Referente ao Absenteísmo

             Tabela 8 - Absenteísmo         Grupo A    Grupo A    Grupo D    Grupo D
                                                N         %           N         %
             1 Raramente                        2       28,57%        5       71,43%
             2 Pouco                            0       0,00%         0       0,00%
             3 Muitas vezes                     3       42,86%        1       14,29%
             4 Frequentemente                   2       28,57%        1       14,29%
             Total                              7      100,00%        7      100,00%




                                                                                                  16
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                Absenteísmo antes                                      Absenteísmo depois


                                                                           14%
       29%                          28%
                                              1                                                    1
                                              2                                                    2
                                     0%       3          14%                                       3
                                              4          0%                                        4
               43%                                                                 72%


   Gráfico 11 – Percentual de al
                              alunas que faltam       Gráfico 12 – Percentual de alunas que faltam ao
   trabalho ao estudo, antes do tratamento.
                     ,                                         trabalho ou estudo, depois do tratamento.




A grande importância deste trabalho está na questão do absenteísmo que retira as mulheres
de seus afazeres diários por conta de um problema não considerado patológico. A proposta
de melhora está não somente na mudança de sintomas de dores, mas como na mudança de
rotina. Segundo estudos de Passos et al (2008), o custo mensal de dias perdidos de
trabalho por conta das cólicas chega a R$ 31,00, o que de certa forma é muito alto quando
comparado à diferença de um salário mínimo de R$ 545,00. No presente estudo, a
incidência de absenteísmo é pertencente a 43% de mulheres que alegam faltar à atividade
diária muitas vezes, o que após o estudo partiu para 14%, sendo 72% o número de
mulheres que faltam raramente, lembrando que o reflexo deste percentual é monetário.



                     Tabela 9 – Referente à frequência nas aulas da dança do ventre

             Tabela 9 - Frequência nas
             aulas                                Grupo A       Grupo A    Grupo D       Grupo D
                                                     N             %           N            %
             1 Raramente                             0           0,00%         0         0,00%
             2 Pouco                                 1          14,29%         3         42,86%
             3 Muitas vezes                          0           0,00%         0         0,00%
             4 Frequentemente                        6          85,71%         4         57,14%
             Total                                   7          100,00%        7         100,00%




                                                                                                           17
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                Frequência nas aulas antes                     Frequência nas aulas depois


                       0%     14%
                                                                        0%
                                    0%
                                              1                                                  1
                                                                                43%
                                              2                                                  2
                                                             57%
                                              3                                                  3

        86%                                   4                                                  4
                                                                                0%



 Gráfico 13 – Percentual de frequencia as aulas,    Gráfico 14 – Percentual de frequencia as aulas,

              antes do tratamento.                             depois do tratamento.




Para validar o estudo e traçar as limitações é necessário compreender a frequência destas
alunas nas aulas, 86% das alunas iam às aulas frequentemente e após o estudo 57% iam
frequentemente. Houve uma queda das participantes neste estudo devido a algumas
                          queda
hipóteses que foram comentadas durante o estudo pelas próprias alunas, como
impedimentos por trabalho no mesmo horário da aula, novo emprego, doença
principalmente por crise de dor causada pelos dias de menstruação, o que faz parte do
absenteísmo, questão abordada anteriormente e por alcance de melhora e opção de outras
atividades.



                            Tabela 10 – Referente à escala visual numérica de dor

              Tabela 10 - Escala Visual
              Numérica                             Grupo A    Grupo A        Grupo D   Grupo D
                                                      N            %           N             %
              1 Ausencia de dor                       0        0,00%           1       14,29%
              2 Dor de fraca intensidade              0        0,00%           1       14,29%
              3 Dor de intensidade moderada           2       28,57%           5       71,43%
              4 Dor de forte intensidade              2       28,57%           0        0,00%
              5 Dor de int. insuportável              3       42,86%           0        0,00%
              Total                                   7      100,00%          7       100,00%




                                                                                                       18
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               Dor antes do tratamento                         Dor depois do tratamento

                  0% 0%                                                0%    14%
       43%                       28%        1                     0%                            1
                                            2                                             14%   2
                                            3                                                   3
                                            4                                                   4
                                   29%                 72%                                      5
                                            5



Gráfico 15 – Percentual de dor pela escala visual
                            or                      Gráfico 16 – Percentual de dor pela escala visual

    numérica de dor, antes do tratamento.                numérica de dor, depois do tratamento.




Esta última questão é a questão norteadora, é finalmente o alcance da melhora de dor. Foi
utilizada uma escala visual numérica de dor que faz parte dos métodos de investigação
utilizados por todas as áreas da saúde e propostos por Pereira & Souza (1998) co
                                                                              como uma
escala de fácil compreensão, muito utilizada em questionários devido a tabela explicativa
embutida. Antes do tratamento, 43% das mulheres sentiam dor de intensidade insuportável
e até chegar aos 29% de forte intensidade. Estes dados são bastante rel
                                                                    relevantes para casos
de pessoas que sofriam de dores que as colocavam em todos os sintomas citados
(náuseas, dor no baixo ventre, dor de cabeça) e prejuízos já vistos (absenteísmo, irritação
nervosa e frequência nas aulas). Nesta mesma ordem, não havia nenhu
                                                              nenhuma participante que
sentia ausência de dor.

No final do estudo, nenhuma aluna sentia dor insuportável e nem de forte intensidade, a
maioria ficou em 72% com o índice de intensidade moderada e pelo menos uma delas
sentiu ausência de dor. Esta razão é resultante de parte de uma melhora de todos os
                                     resultante
sintomas atrelados anteriormente.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo por pertencer a uma característica experimental pode provar qualquer teoria
que não seja necessariamente a hipótese do estudo, porém neste caso, a hipótese chave de
que a dança do ventre poderia ser usada como minimizador de dor para a dismenor
                                                                       dismenorréia
primária é constatada pela melhora de todos os sintomas. Em todas as questões foi
percebida a melhora significativa das dores.

Esta melhora não quer dizer o tratamento terminado, as mudanças foram consideráveis,
mas não absolutas, poderia ter algum complemento com medicamentos e técnicas habituais
                                     complemento



                                                                                                        19
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


da medicina e fisioterapia com menor intensidade, ou até ser uma das formas de
complementar estas outras técnicas com um foco motivacional.

Sendo assim, neste estudo, constatamos a eficácia desta proposta de tratamento da
cinesioterapia para dores na dismenorréia primária, porém este tratamento requer estudos
mais precisos sobre a rotina diárias destas alunas, praticantes da dança do ventre, como por
exemplo: ingestão de medicamentos para alívio de dor ou regulação hormonal com
anticoncepcionais e até um aumento do período de tratamento, ao invés de três meses para
um ano.



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PEREIRA, Mariana Lolato. Dança do ventre: uma revisão bibliográfica. 2004. 70 f. Trabalho
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                                                                                                  21
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


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gos+medicina+sobre+dismenorr%C3%A9ia+prim%C3%A1ria&hl=pt-BR&lr=lang                                   _pt>.
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RIBEIRO, Idalina Maia. Avaliação do estado nutricional de bailarinas da dança do ventre.
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SILVA, Aline Manta. Fortalecimento do assoalho pélvico através da dança do ventre.
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SILVA,      Ulicéia      Monteiro     Carvalho.    A    Tens    Convencional      como      recurso     de
alívio      da     dor        na    Dismenorréia       Primária.    2007.      Disponível      em:       <
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/dismenorreia_uli
ceia/dismenorreia_uliceia.htm>. Acesso em: 23 mar. 2009.

XAVIER, Felipe Salles. Dança do ventre: Corpo, Mente e Alma em Movimentos. Psique
Objetiva,        2007.        Disponível   em:     <http://74.125.47.132/search?q=           cache:eg54
uRVwqpgJ:www.symbolon.com.br/artigos/danca_do_ventre.doc+artigos+academicos+dan%
C3%A7a+ventre&cd=13&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_pt> Acesso em: 26 ago. 2009.




Contato: natália.datrino@hotmail.com e denisegrillo@mackenzie.com.br




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  • 1. Universidade Presbiteriana Mackenzie UTILIZAÇÃO DA DANÇA DO VENTRE COMO MINIMIZADOR DE DORES NA DISMENORRÉIA PRIMÁRIA Natalia Beatriz Datrino (IC) e Denise Elena Grillo (Orientadora) Apoio: PIVIC Mackenzie Resumo A dismenorréia primária é uma desregulação hormonal não patológica que provoca uma menstruação dificultada e causa dor. Algumas teorias médicas e fisioterápicas descrevem o auxílio da dismenorréia primária com uso de choques eletroestimulantes, massagem localizada e uso de medicamentos para aliviar os sintomas. Sendo a dança do ventre uma dança exclusivamente feminina e que provoca contrações voluntárias na região pélvica, alvo da dismenorréia primária, assim como massagem, pode ser utilizada como forma natural de tratamento da dismenorréia primária. Esta pesquisa, portanto, objetiva verificar a eficácia da dança do ventre na diminuição de dores de mulheres que possuam dismenorréia primária. Para isto, foi elaborado um questionário de sintomas e escala visual numérica de dor e aplicado antes e depois de três meses de aulas de dança do ventre, para sete mulheres da região Oeste de São Paulo que possuem características sintomáticas de dismenorréia primária. Como resultado, foram obtidas diferenças consideráveis para dizer que o período de teste traz benefícios para as mulheres. Os sintomas todos em geral diminuem na intensidade do problema como, por exemplo, na diminuição das dores do baixo ventre, náuseas, dores de cabeça e das dores pela escala visual numérica de dor. Concluímos que a dança do ventre pode ser utilizada como minimizador de dores na dismenorréia primária, mas deve ser realizada por mais de 3 meses para melhores resultados ou acompanhando outros tratamentos. Palavras chave: dismenorréia primária, dança do ventre, mulheres Abstract The primary dysmenorrhoea is a non-hormonal endocrine pathology causing menstruation hindered and cause pain. Some medical theories and phisioterápics describe the aid of primary dysmenorrhea with use of shock eletroestimulantes, massage and use of medications to relieve symptoms. The belly dance is exclusively feminine and causing voluntary contractions in the pelvic region, target of primary dysmenorrhea, as well as massage, can be used as a natural form of treatment of primary dysmenorrhea. This research, therefore, aims to verify the effectiveness of belly dance in the decrease of pain in women with primary dysmenorrhea. For this, a questionnaire was prepared and visual symptoms of pain scale numerical and applied before and after three months of belly dance classes, to seven women of the Western region of São Paulo who have symptomatic features of primary dysmenorrhea. As a result, significant differences were obtained to say that the test period brings benefits for women. All symptoms decrease in overall intensity of the problem as, for example, in the decrease of the lower abdomen pain, nausea, headaches and pains by numerical pain scale visual. We found that the belly dance can be used as minimizador pain in primary dysmenorrhea, but must be held by more than 3 months for best results or together with other treatments. Key-words: primary dysmenorrheal, belly dance, women 1
  • 2. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 INTRODUÇÃO A dança do ventre como atividade física traz inúmeros benefícios tanto psicológicos quanto físicos e é feita exclusivamente para o corpo da mulher. É atrativa, envolve a mulher em prazer de praticar a arte, além de resgatar a auto-estima, bem-estar, alegria, consciência corporal, sensualidade etc. Bomentre (2005) apud Braga (2008) afirma que esta atividade trabalha os órgãos do baixo ventre, normalizando as suas funções, massageia a coluna, aumenta a flexibilidade e a criatividade. Além dos fatores psicoemocionais envolvidos na dança do ventre que já são claros há muitos anos principalmente pela região do Oriente Médio, existe uma questão um pouco mais fisiológica da dança do ventre que engloba as características morfofuncionais desta dança que Silva (2009) caracteriza como um trabalho de fortalecimento das musculaturas do assoalho pélvico. A procura pela dança do ventre é muito grande e tem crescido demasiadamente pelas mulheres adultas. E em conexão com esta procura, existe dentro deste público um problema – hoje, já considerado como um problema de saúde pública que atinge mais do que 60% das mulheres adultas – no qual o governo pode dispor de verba para tratamento que é a dismenorréia primária, que Silva (2007) considera como um distúrbio ginecológico que afasta as mulheres de suas tarefas diárias sejam elas, estudo, trabalho e casa. Segundo Acetta et al. (2006) apud Silva (2007), a relação dança do ventre e dismenorréia é pertinente e co-relacionadora. Tal afirmação se justifica com base nos movimentos da dança do ventre que apresenta características massageadoras e a região alvo ser a mesma da causa problemática da dismenorréia, que se localiza na região abdominal baixa por uma dificuldade do escoamento do fluxo menstrual seguido de dor por contrações involuntárias. Diante deste relato o objetivo deste estudo é verificar a eficácia da dança do ventre na diminuição de dores de mulheres que possuam dismenorréia primária. Importância do problema ou justificativa Sendo este problema um causador de bloqueio nas atividades diárias, é fundamental que se descubram formas de amenizar o problema e tratamento, visto que não há leis que permitam que as mulheres fiquem afastadas de seus afazeres escolares ou trabalhistas por conta de cólicas menstruais. Serão analisadas as seguintes variáveis: diminuição dos sintomas característicos da dismenorréia primária e possibilidades de realizar as atividades diárias. 2
  • 3. Universidade Presbiteriana Mackenzie REVISÃO DE LITERATURA Visão geral da dança Segundo Capri & Finck (2009), a dança é uma arte milenar em que as pessoas demonstram seus sentimentos e antigamente era exclusiva da elite, porém hoje em dia acompanha os eventos sociais recentes, além de pertencer a estética, linguagem e possibilidades de um povo. A dança dispensa qualquer tipo de material e ferramenta e depende apenas do corpo da pessoa, sendo estes materiais adicionais, mas não fundamentais como a expressão apenas corporal, por isso acredita-se que essa era uma forma de expressão muito singela e expressionista cultural (PORTINARI, 1989). “Entende-se por dança como uma arte que significa expressões gestual e facial através de movimentos corporais, emoções sentidas a partir de determinado estado de espírito” (GARCIA & HAAS, 2003, p. 139). Nanni (1995) apud Capri & Finck (2009) complementa com o pensamento de que a expressão é necessária à raça humana e que acompanha as gerações e as mais diversas culturas, dançando diferentemente sobre os mesmos contextos. A mesma autora afirma que o homem representa seus sentimentos através da dança e expressões corporais ritmadas e os relaciona com religiosidade; energia ludicidade e sexualidade. Dentro do contexto da educação física, a dança é chamada de “atividades rítmicas e expressivas” e está presente dentro do conteúdo da cultura corporal segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), porém dentro do ambiente escolar não é bem definida entre educação física ou artes e pior, não tem a sua significância relevante (CAPRI & FINCK, 2009). Mesmo com a irrelevância estimada, alguns autores demonstram que “inúmeras experiências pedagógicas que indicam a abordagem da saúde mental e, sobretudo sexual no âmbito da educação pela dança” (ABRAÃO & PEDRÃO, 2005, p. 244). Miranda (1994) apud Pacheco (1999) aprofunda seus estudos em dizer que os professores da área não receberam instrução necessária a esta prática e com isso são preconceituosos ao tema dança por conta da indefinição de dança na área de graduação em educação física ou a própria faculdade de dança. Uma das explicações para a falta de aprofundamento da dança na educação física é a superficialidade e impropriedade do assunto dentro da grade curricular bem como a inviabilidade que a faculdade admite ter disponibilizando, assim, cargas horárias baixíssimas para o tema (PACHECO, 1999). 3
  • 4. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Dança do ventre O nome verdadeiro da dança do ventre é Racks el Sharqi (que em árabe significa dança do leste). A dança do leste significa de onde o sol nasce e fornece energia à mulher que recebe poder, primeiro se dissipou na França e recebeu o nome de Danse du Ventre e em seguida Belly Dance pelos norte- americanos e no Brasil foi traduzida para Dança do Ventre (PEREIRA, 2004, p. 13). Segundo Ribeiro (2008), a dança do ventre trata de uma arte milenar que desenvolve a graça, a sensualidade e a alegria de ser mulher e se utiliza de movimentos que imitam os animais, como o camelo a serpente com movimentos ondulatórios e batidos podendo assim unir condicionamento físico, técnica, expressão corporal e beleza plástica. “A dança do ventre é uma maneira clara, simples, direta e ampla para trabalhar a saúde de um grupo de mulheres. É uma prática alternativa milenar que reduz a complexidade na abordagem da sexualidade feminina” (ABRAÃO & PEDRÃO, 2005, p. 244). Braga (2007) demonstra que a dança do ventre não é apenas a beleza que as pessoas estão acostumadas a ver em filmes, clipes e novelas, é uma atividade física de âmbito rítmico com um grande peso cultural e merece seu devido respeito, principalmente por ter exercícios com alto grau de complexidade que ao serem alcançados levarão o aluno a um domínio ótimo de seu corpo A dança do ventre como fator motivacional às mulheres Xavier & Matsumoto (2004) explicam que poucos são os estudos feitos na área de dança do ventre, visto que é uma arte praticada há muitos anos e com poucos registros no mundo, recebendo o nome de “invisibilidade feminina” e atualmente também como “invisibilidade acadêmica”, com milhões de livros se referindo a danças clássicas como ballet, jazz, sapateado, danças de salão, mas nunca com o aspecto real da dança do ventre. A Dança do Ventre destina-se, unicamente, ao corpo feminino, enfatizando os músculos abdominais e os movimentos de quadris e tórax. Ela é praticada com os pés descalços, firmados no solo, caracterizando-se pelos movimentos suaves, fluidos, complexos e sensuais do tronco, alternados com movimentos de batida e tremido (RIBEIRO, 2008). Moro (2004) nos mostra que a local do corpo que mais apresenta “segredos da vida” ou seja, um aspecto intimo da cada um, é o ventre, onde se guarda uma forte fonte de energia do corpo feminino. O autor afirma que a dança do ventre trabalha a dissociação, bem como conscientização do corpo. Esta dança desperta sensualidade e sensibilidade que as mulheres não acreditam ter e assim faz com que elas demonstrem isso às demais pessoas que as assistem e obtenham uma melhor compreensão do mundo que as cerca (ABRAÃO & 4
  • 5. Universidade Presbiteriana Mackenzie PEDRÃO, 2005). Braga (2008) diz que a mulher quando dança deixa que seu corpo responda à feminilidade. A dança do ventre faz com que cada mulher que a pratique busque em seu interior um resgate do feminino que por razões de estresse diário e mundo ocidental moderno ficou escondido. Algumas poucas mulheres modernas acreditam no seu poder de igualdade e expressam seus sentimentos, dominam qualquer área, obtém poder sem perder a delicadeza. Trabalham em jornadas de trabalho fora de casa e não como doméstica encorajando o seu espírito feminino (BRAGA, 2008). As mulheres que descobrem a dança do ventre se dedicam de forma íntegra na qual realizam uma viagem interior, modificando seu estado de espírito e entrando em contato com alguns símbolos, desejos diferenciados e imagens arqueótipas como: o materno, a odalisca, a prostituta sagrada e a Afrodite, interligando graças e sensualidade (XAVIER, 2007). Segundo Cenci (2001) apud Camargo (2003), a dança das mulheres feitas por mulheres é caracterizada por delinear a cintura dando uma forma bem feminina, corrige a postura, tonifica e fortalece a musculatura do corpo todo, estimula funções ovarianas, melhora o relacionamento sexual, desenvolve a criatividade, sensibilidade, intuição, autoconfiança, auto-estima. Dismenorréia primária Silva (2007) caracteriza a dismenorréia primária como uma produção excessiva de substâncias causadoras da dor, chamadas de prostaglandinas, secretadas pelas glândulas estrógenas, derivadas de ácidos graxos. Atinge populações desde a adolescência até mulheres com anatomia pélvica normal e causa o absenteísmo escolar ou laboral e está ligada a problemas de saúde de foro ginecológico. A característica da dor é recorrente com a menstruação e se chama de primária, pois não está acompanhada de patologias pélvicas subjacentes (GALVÃO, 2009). 5
  • 6. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 (Fonte: Passos et al, 2008) Alguns casos de dismenorréia primária podem ser originados de uma Síndrome do quebra- nozes, caracterizada por uma disfunção anatômica, sendo ela na artéria mesentérica superior e a aorta que faz um pinçamento da veia renal esquerda e por consequência na veia ovariana esquerda (FERREIRA, et al., 2008). Motta (2000) apud Schmidt e Herter (2002) acredita que a dismenorréia primária atinge cerca de 50% a 90% das mulheres e dentro deste percentual 10% não consegue executar suas atividades diárias por conta desta dor: “a dismenorréia é um distúrbio ginecológico também conhecido menalgia, algomenorréia e síndrome de dor menstrual, definido como menstruação dolorosa que impede as atividades normais” (SILVA, 2007. (Fonte: Passos et al, 2008). As mulheres com dismenorréia primária produzem um aumento de prostalgina no ciclo menstrual causando uma contração uterina anômala dolorosa. Além da prostalgina há um aumento de vasopresina e leucotrienos que causa uma dor isquêmica como consequência da vasoconstrição. Estes hormônios em níveis elevados aumentam a atividade muscular e contrações desrítmicas (GALVÃO, 2009). 6
  • 7. Universidade Presbiteriana Mackenzie Fluxograma 1 – Origem da dor pela vasoconstrição e queda do nível de progesterona. (Fonte: Editoração eletrônica: prostaglandina.com, 2010). Este distúrbio tem sido tratado como um problema público que faz com que as mulheres não consigam executar as suas atividades diárias por conta das dores menstruais, denominadas por cólicas menstruais. Por conta de um fluxo dificultado, a aglomeração de menstruação obstrui o canal do endométrio causando contrações uterinas caracterizadas pela forte dor (SILVA, 2007). “Alivia com anti-inflamatórios não esteróideos (AINE). Se persiste a dor apesar dos AINE, está indicada a ecografia pélvica para descartar qualquer anomalia anatômica e em substituição de um exame exploratório pélvico.(...)” (GALVÃO, 2009, p. 2). “Os leucotrienos, substâncias que seriam liberadas durante a descamação do endométrio e atuariam na musculatura lisa, poderiam ser considerados como os responsáveis pela dor pélvica.”. (SILVA, 2007). Para as mulheres que não conseguirem fazer o tratamento via farmacológica, com reposição hormonal, poderão se alimentar a base de tiamina, vitamina E, suplemento de óleo de peixe, omega-3, dieta vegetariana com baixo teor de gordura, realizar acupuntura ou estimulação neural elétrica que realiza a simulação uma contração voluntária. (GALVÃO, 2009). 7
  • 8. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 A visita a um ginecologista é necessária para a detecção de uma dismenorréia primária, caso contrário apenas uma dor na região abdominal pode ter origem em congestão venosa pélvica, disúria, hematúria, dispareunia ou congestão vulvar (FERREIRA, et al., 2008). A dança do ventre e a dismenorréia primária A dismenorréia primária com dores espasmóticas ou cólicas causa mais do que apenas desconforto na região pélvica, pode causar vômitos, cefaleias, dores nas costas, diarreia e fadiga, o que normalmente confunde com outros problemas que não sejam ginecológicos. Sendo esta a razão de não haver procura médica para o tratamento da dismenorréia primária (PASSOS et al, 2008). Mohamed (1998) apud Pereira (2004) acredita que as alunas que busquem o tratamento da dismenorréia através da dança do ventre, encontrarão os diversos benefícios anteriores citados, mas irão de fato se preocupar mais com a sua diminuição de dor. Os exercícios abdominais combinados com os ritmos envolventes propiciarão uma massagem relaxadora que ao mesmo tempo tem a capacidade de fortalecer a musculatura, obtendo o foco central da região pélvica, como diz ter ouvido de muitas alunas que sofriam de cólicas menstruais terem melhoras significativas nas dores, pelos efeitos causados nos movimentos da dança do ventre que de forma separada acaba massageando e trabalhando bastante a região pélvica, influenciando por conseqüência o bom funcionamento dos ovários. A dança do ventre mais do que uma prevenção para as dores menstruais é lembrada com diversos benefícios, “a literatura trata bastante deste tema, afirmando que são muitos os benefícios físicos, mentais e psicológicos provocados pela dança oriental na mulher” (PEREIRA, 2004, p. 48). A dança do ventre se diferencia das demais danças de passos para se caracterizar como a dança dos músculos. Mihaljevic (2007) trata de movimentos diferentes e sinuosos como extensão dos músculos abdominais, isolamentos de costela, isolamento das grandes extremidades, isolamento de palmas, círculos com o quadril, batidas de quadril, figuras de oito executadas na horizontal e na vertical, tremido egípcio, e tremido de ombro. Segundo Galvão (2009), uma das formas de tratar a dismenorréia primária é a base de estímulos elétricos neurais para provocar contrações voluntárias ao invés das involuntárias causadas por estes hormônios. Sendo assim, a dança do ventre tem muito a contribuir neste tratamento pela sua alta especificidade nas contrações e massagens na área pélvica. A medicina recomenda o tratamento via analgésicos, porém a área de fisioterapia vem desenvolvendo métodos eficazes com base na cinesiologia, se utilizando da massagem terapêutica, a qual era utilizada há muitos anos pelos japoneses, sendo assim mais indícios do passado foram pesquisados para a não utilização de remédios. Assim, a dança do ventre 8
  • 9. Universidade Presbiteriana Mackenzie aparece como a arte milenar capaz de preparar o corpo da mulher para as condições relativas ao sistema reprodutor (REIS, 2005). Esta modalidade de dança oriental trabalha a consciência corporal de forma sistematizada, fortalecendo e oferecendo flexibilidade ao mesmo tempo, massageando a região pélvica como um todo. “As dançarinas orientais são consideradas diferentes, pois realizam uma dança dos músculos, ao contrário das danças de passos, praticada no ocidente” (BRAGA, 2008, p. 2). Segundo Braga (2007), a dança do ventre é mais do que uma arte envolvente e bonita, ela traz os mais diversos benefícios e um peso cultural muito grande, movimenta a musculatura de forma sistêmica fazendo com que a mulher tenha um grau de consciência corporal muito alto. Salientado por Pereira (2004) que além de todos esses benefícios citados a dança do ventre traz feminilidade, suavidade, beleza e auto-estima. Portal & Honda (2006) acreditam que qualquer forma de exercício físico é valido quando se trata de tratamento da dismenorréia primária. Segundo seus estudos, as anamneses demonstraram que as mulheres não praticavam nenhum tipo de atividade física e que após o estudo experimental as mulheres passaram a praticar e os índices de dor diminuíram. Dor Para detectar uma patologia, um dos sintomas mais claros observados é a dor. O indivíduo sente de forma clara e consegue demonstrar que existe esse sintoma. A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública (AAPQSP) e a Sociedade Americana de Dor (SAD) descrevem que existem cinco formas de detectar um problema e que a dor é a quinta delas, sendo as outras quatro: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial (PEREIRA, 2008). A dor pode ser descrita como “desagradável experiência sensorial e emocional associada a um dano atual ou potencial do tecido ou descrita em termos deste dano” (MICELI, 2002 apud CIENA, 2008). METODOLOGIA O presente estudo possui caráter experimental, já que avaliou a influência da dança do ventre como minimizador de dores para mulheres que sofrem de dismenorréia primária. De acordo com Thomas e Nelson (2002), a pesquisa experimental tenta estabelecer uma relação de causa e efeito entre uma variável independente que é manipulada para julgar seu efeito sobre uma variável dependente. 9
  • 10. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Os participantes foram 7 mulheres de 18 a 45 anos que possuem dismenorréia primária. Todas praticantes de aula de dança do ventre iniciante, da região Oeste de São Paulo. As participantes foram analisadas em sua primeira aula de dança do ventre, até os 3 meses final do estudo. E não praticaram mais nenhuma atividade física. Apenas uma das participantes toma medicamento frequentemente para hipertensão e todas as outras, medicamentos para aliviar a dor quando sentem cólicas muito fortes, segundo relatos das próprias alunas. As participantes foram avaliadas em dois momentos: Grupo A – Questionário aplicado antes do tratamento e Grupo D – Questionário aplicado depois do tratamento. O estudo foi experimental, e teve como objetivo avaliar qualitativamente se há alteração da dor durante a realização de suas atividades diárias, após serem submetidos a um programa de dança do ventre. Na primeira aula foram entregues questionários relativos aos sintomas de dor e absenteísmos. O programa de dança do ventre foi composto por exercícios específicos de ondulações e técnicas de quadril e foi realizado durante três meses uma vez por semana com duração de uma hora e meia, totalizando doze sessões de treinamento, e após esse período de treinamento foram novamente realizados os questionários para identificar se houve alteração na dor destas mulheres. A pesquisa foi realizada por meio de um questionário (anexo 1) elaborado pela pesquisadora, na intenção de observar sintomas de dores e assim caracterizar as participantes como portadores de dismenorréia primária, ciclo menstrual e frequência da dança do ventre e da escala visual numérica da dor (anexo 2), na intenção de observar a intensidade da dor no período de cólicas menstruais á partir de uma Escala de Likert adaptada. Este instrumento consiste de uma faixa limitada de 10 cm de comprimento, a qual representa a experiência dolorosa do aluno. Os participantes são instruídos a assinalar a intensidade da sensação dolorosa em um ponto dessa reta, sendo que os escores podem variar de 0 (zero) a 10 (dez) (PEREIRA & SOUZA, 1998). A coleta dos dados foi feita através do questionário individual, aplicado pela pesquisadora e analisados pelo método de itens em escala. Na primeira aula farão o questionário inicial e após três meses de aula, as alunas responderão o questionário final. Os dados foram tabulados, apresentados em gráficos e dados percentuais e discutidos posteriormente. O estudo tem a analise final apenas do treinamento e do qual foi realizado, o que pode não ser eficaz pelo grande intervalo de um treino ao outro. Não foi determinado que as alunas não participassem de outras atividades físicas. Não houve controle de aplicação de medicamentos. 10
  • 11. Universidade Presbiteriana Mackenzie APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os resultados apresentados a seguir serão demonstrados através de dados percentuais seguidos de um gráfico demonstrativo visual e discutidos isoladamente. Para detectar as participantes que poderiam ser instrumento de coleta, observamos alguns pantes sintomas descritos por Passos et al (2008) como dor de cabeça, náuseas, dor no baixo ventre. Baseado nestes sintomas, o questionário primário detectou as mulheres que possuem a dismenorréia primária, assim como sua frequência dentro das aulas de dança do primária, ventre e a escala visual numérica de dor para oferecer parâmetros comparativos. Tabela 3 – Referente ao ciclo menstrual de cada participante. Tabela 3 - Ciclo menstrual regulado Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 2 28,57% 3 42,86% 2 Pouco 0 0,00% 0 0,00% 3 Muitas vezes 3 42,86% 1 14,29% 4 Frequentemente 2 28,57% 3 42,86% Total 7 100,00% 7 100,00% Ciclo menstrual antes Ciclo menstrual depois 1 28% 43% 29% 1 2 43% 2 0% 3 3 4 4 43% 14% 0% Gráfico 1 – Percentual de alunas que possuem Gráfico 2 – Percentual de alunas que possuem Ciclo menstrual regulado, antes do tratamento Ciclo menstrual regulado, depois do tratamento. iclo A tabela 3 é o início do questionário e todas as anteriores seguem as ordens de respostas. Nesta primeira tabela juntamente com os resultados do gráfico temos uma estimativa de que 43% das participantes alegam ter um ciclo menstrual muitas vezes regulado. Sendo que 28% afirmam ter um ciclo menstrual frequentemente regulado. Após o tratamento, aumentou o número de alunas que alegam ter um ciclo menstrual regulado subindo para 43%. Essa variável que consideramos uma melhora pode ser devida 11
  • 12. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 à reorganização citada por Pereira (2004), que indica a melhora do funcionamento dos ovários e todo o sistema reprodutor pela massagem realizada na dança do ventre. Reis (2005) trabalhou sobre um projeto de que para auxiliar nas regulações menstruais a medicina utiliza métodos elétricos e contráteis para regular a produção de hormônio que todos causa dor e em longo prazo regula a menstruação. Sendo essa afirmação verdadeira, é provável que a dança do ventre produza contrações similares às mecânicas e com efeitos elétricos sobre os elétrons da musculatura podendo regular voluntariamente este efeito. Tabela 4 – Referente à Dor no Baixo Ventre Tabela 4 - Dor no baixo ventre Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 0 0,00% 2 28,57% 2 Pouco 0 0,00% 2 28,57% 3 Muitas vezes 2 28,57% 0 0,00% 4 Frequentemente 5 71,43% 3 43% Total 7 100% 7 100% Dor no baixo ventre antes Dor no baixo ventre depois 0% 0% 28% 29% 1 43% 1 2 2 3 3 71% 4 4 0% 29% Gráfico 3 – Percentual de alunas que sentem dor Gráfico 4 – Percentual de alunas que sentem dor na região do baixo ventre, antes do tratamento. na região do baixo ventre, depois do tratamento. As dores sentidas no baixo ventre são consequências de vasoconstrições por ação hormonal. De acordo com Galvão (2009), a dismenorréia primária é uma menstruação dolorosa por conta de aumento de prostalgina (um hormônio de cadeia lipídica) que contrai o útero, que por sua vez, causa a dor isquêmica e vasoconstrição e aumento de contrações involuntárias. O estudo demonstra uma grande maioria com dores nesta região com 71% de dor frequentemente e após o tratamento apenas 43%. Sendo no início do estudo ninguém com tratamento dores raramente e no final do estudo 28% raramente sentem. 12
  • 13. Universidade Presbiteriana Mackenzie O uso da dança do ventre para essa questão é bastante importante devido ao efeito causado na vida destas mulheres e a porcentagem de mulheres que possuem essa dor. Desta forma, a dança do ventre é realizada 80% utilizando o foco do ventre e toda a sua região pélvica, é seguida de contrações musculares de abdômen e perínio, que, por sua vez, utilizados de forma voluntária podem vir a se educar e não contraírem mais de forma involuntária causando essa dor. Além de todo o efeito do treinamento como qualquer outro exercício físico de causar uma hormônio hormônio-regulação. Podendo considerar de acordo com Mihaljevic (2007), os exercícios específicos para região alvo da dor: círculos com o quadril, batidas de quadril, figuras de oito executadas na verticalmente e horizontalmente pelo quadril e os tremidos de quadril (nomenclatura específica da dança do ventre). Tabela 5 – Referente a náuseas percebidas pelas participantes. Tabela 5 – Náuseas Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 1 14,29% 0 0,00% 2 Pouco 1 14,29% 5 71,43% 3 Muitas vezes 1 14,29% 1 14,29% 4 Frequentemente 4 57,14% 1 14,29% Total 7 100,00% 7 100,00% Náuseas antes Náuseas depois 14% 15% 1 1 14% 2 14% 2 3 72% 3 14% 57% 4 4 0% Gráfico 5 – Percentual de alunas que sentem rcentual Gráfico 6 – Percentual de alunas que sentem náuseas, antes do tratamento. náuseas, depois do tratamento. A questão sobre a sensação de dor é utilizada no questionário para detectar um dos sintomas da dismenorréia primária e consequentemente, pelo grande desconforto que este 13
  • 14. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 sintoma causa o que mais para frente pode intervir na questão a seguir que se refere a ao absenteísmo. Ciena (2008) acredita que a dor é o início para a detecção de um problema, é o quinto elemento, mas que pode levar a outros sintomas, como é o caso da náusea. Muitas pessoas expelem por sentirem fortes dores e influenciar no sistema corporal como um todo. A náusea é um desconforto à parte do problema que pela sensação de impotência pode vir a ser um fator primário do problema e por conta da frustração deste sintoma, a mulher pode deixar de realizar suas atividades da vida diária. O sintoma de náusea no gráfico é de 57% de frequência e após o tratamento cai para 14%, sendo que 72% alegam ter pouca náusea, uma melhora considerável. Tabela 6 – Referente às dores de cabeça Tabela 6 - Dor de cabeça Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 0 0,00% 1 14,29% 2 Pouco 1 14,29% 2 28,57% 3 Muitas vezes 2 28,57% 3 42,86% 4 Frequentemente 4 57,14% 1 14,29% Total 7 100,00% 7 100,00% Dor de cabeça antes Dor de cabeça depois 14% 14% 0% 14% 1 1 2 2 29% 3 3 57% 4 43% 29% 4 Gráfico 7 – Percentual de alunas que sentem dor Gráfico 8 – Percentual de alunas que sentem dor de cabeça, antes do tratamento. dor de cabeça, depois do tratamento. A dor de cabeça pertence ao quadro de sintomas clínicos que podem aparecer durante o problema crônico da dismenorréia primária. É colocado em questão dentro do ciclo menstrual ativo, ou seja a época de sangramento. al 14
  • 15. Universidade Presbiteriana Mackenzie Pode ser imposto como mais uma das dores que é específica para a região da cabeça mas não isolada, é consequência de um problema específico por uma queda de progesterona que libera leucotrinos que, segundo Silva (2007), são os responsáveis pela dor isquêmica. A dor de cabeça, assim como a febre, pode ser vista como avisos de emergência de um funcionamento indevido, de tecidos, órgãos ou sistemas e por Ciena (2008) a dor é uma sensação extremamente desagradável e que permite experiências muito ruins na vida da que pessoa. Antes do periodo de tratamento 57% das alunas disseram ter dores de cabeça frequentemente, o que após o estudo foi para 14%. A maioria de 43% disse sentir dores de cabeça muitas vezes. Tabela 7 – Referente à irritação nervosa sentida pelas participantes Tabela 7 - Irritação nervosa Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 0 0,00% 0 0,00% 2 Pouco 1 14,29% 4 57,14% 3 Muitas vezes 4 57,14% 1 14,29% 4 Frequentemente 2 28,57% 2 28,57% Total 7 100,00% 7 100,00% Irritação nervosa antes Irritação nervosa depois 0% 14% 0% 57% 29% 29% 1 1 2 2 3 3 4 4 57% 14% Gráfico 9 – Percentual de alunas que sentem ercentual Gráfico 10 – Percentual de alunas que sentem irritação nervosa, antes do tratamento. irritação nervosa, depois do tratamento. Dentro de um estudo que visa o tratamento de um problema que chega a atingir cerca de 50% a 90% das mulheres, no qual 10% não consegue executar suas tarefas diárias concordando com Schmidt e Herter (2002) é importante checar as questões pertinentes ao conjunto biopsicossocial. 15
  • 16. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Se preocupar com as questões psicológicas é bem importante quando se trata de um ser humano como um todo. Às vezes sentir dor e manter uma atividade diária é difícil e muitas empresas podem entender e dispensar o funcionário por licença médica, mas quando se trata de um distúrbio psicológico muitas empresas não são pacíficas a aceitar que a irritação nervosa e o descontrole também fazem parte de um complexo biológico, principalmente o complexo hormonal que é desregulado no quadro de dismenorréia primária. Antes do tratamento, 57% das alunas alegavam sentir irritação nervosa muitas vezes e após o estudo, apenas 14% disse ter irritação nervosa, depois sendo após o estudo a maioria de 57% disse sentir pouca irritação nervosa. Os métodos de tratamento que são propostos pela medicina e fisioterapia são tidos como dolorosos, segundo Galvão (2009), visto que causam choques elétricos para propor uma contração involuntária, alimentação suplementada ou acupuntura; a dança do ventre está mostrando sua eficácia neste tratamento sob uma ótica de ser prazerosa. Braga (2008) defende a teoria motivacional da dança do ventre para mulheres por ser uma arte que além de traçar movimentos complexos como em qualquer dança ou exercício físico, traz um resgate do feminino que transparece na mulher a autoestima e delicadeza que uma vida agitada a faz retirar. O efeito da melhora na irritação nervosa pode ser resultante de uma melhora de todos os sintomas anteriores demonstrados que causa uma melhora sistêmica ou até mesmo a motivação obtida pela prática à dança. Tabela 8 – Referente ao Absenteísmo Tabela 8 - Absenteísmo Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 2 28,57% 5 71,43% 2 Pouco 0 0,00% 0 0,00% 3 Muitas vezes 3 42,86% 1 14,29% 4 Frequentemente 2 28,57% 1 14,29% Total 7 100,00% 7 100,00% 16
  • 17. Universidade Presbiteriana Mackenzie Absenteísmo antes Absenteísmo depois 14% 29% 28% 1 1 2 2 0% 3 14% 3 4 0% 4 43% 72% Gráfico 11 – Percentual de al alunas que faltam Gráfico 12 – Percentual de alunas que faltam ao trabalho ao estudo, antes do tratamento. , trabalho ou estudo, depois do tratamento. A grande importância deste trabalho está na questão do absenteísmo que retira as mulheres de seus afazeres diários por conta de um problema não considerado patológico. A proposta de melhora está não somente na mudança de sintomas de dores, mas como na mudança de rotina. Segundo estudos de Passos et al (2008), o custo mensal de dias perdidos de trabalho por conta das cólicas chega a R$ 31,00, o que de certa forma é muito alto quando comparado à diferença de um salário mínimo de R$ 545,00. No presente estudo, a incidência de absenteísmo é pertencente a 43% de mulheres que alegam faltar à atividade diária muitas vezes, o que após o estudo partiu para 14%, sendo 72% o número de mulheres que faltam raramente, lembrando que o reflexo deste percentual é monetário. Tabela 9 – Referente à frequência nas aulas da dança do ventre Tabela 9 - Frequência nas aulas Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Raramente 0 0,00% 0 0,00% 2 Pouco 1 14,29% 3 42,86% 3 Muitas vezes 0 0,00% 0 0,00% 4 Frequentemente 6 85,71% 4 57,14% Total 7 100,00% 7 100,00% 17
  • 18. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Frequência nas aulas antes Frequência nas aulas depois 0% 14% 0% 0% 1 1 43% 2 2 57% 3 3 86% 4 4 0% Gráfico 13 – Percentual de frequencia as aulas, Gráfico 14 – Percentual de frequencia as aulas, antes do tratamento. depois do tratamento. Para validar o estudo e traçar as limitações é necessário compreender a frequência destas alunas nas aulas, 86% das alunas iam às aulas frequentemente e após o estudo 57% iam frequentemente. Houve uma queda das participantes neste estudo devido a algumas queda hipóteses que foram comentadas durante o estudo pelas próprias alunas, como impedimentos por trabalho no mesmo horário da aula, novo emprego, doença principalmente por crise de dor causada pelos dias de menstruação, o que faz parte do absenteísmo, questão abordada anteriormente e por alcance de melhora e opção de outras atividades. Tabela 10 – Referente à escala visual numérica de dor Tabela 10 - Escala Visual Numérica Grupo A Grupo A Grupo D Grupo D N % N % 1 Ausencia de dor 0 0,00% 1 14,29% 2 Dor de fraca intensidade 0 0,00% 1 14,29% 3 Dor de intensidade moderada 2 28,57% 5 71,43% 4 Dor de forte intensidade 2 28,57% 0 0,00% 5 Dor de int. insuportável 3 42,86% 0 0,00% Total 7 100,00% 7 100,00% 18
  • 19. Universidade Presbiteriana Mackenzie Dor antes do tratamento Dor depois do tratamento 0% 0% 0% 14% 43% 28% 1 0% 1 2 14% 2 3 3 4 4 29% 72% 5 5 Gráfico 15 – Percentual de dor pela escala visual or Gráfico 16 – Percentual de dor pela escala visual numérica de dor, antes do tratamento. numérica de dor, depois do tratamento. Esta última questão é a questão norteadora, é finalmente o alcance da melhora de dor. Foi utilizada uma escala visual numérica de dor que faz parte dos métodos de investigação utilizados por todas as áreas da saúde e propostos por Pereira & Souza (1998) co como uma escala de fácil compreensão, muito utilizada em questionários devido a tabela explicativa embutida. Antes do tratamento, 43% das mulheres sentiam dor de intensidade insuportável e até chegar aos 29% de forte intensidade. Estes dados são bastante rel relevantes para casos de pessoas que sofriam de dores que as colocavam em todos os sintomas citados (náuseas, dor no baixo ventre, dor de cabeça) e prejuízos já vistos (absenteísmo, irritação nervosa e frequência nas aulas). Nesta mesma ordem, não havia nenhu nenhuma participante que sentia ausência de dor. No final do estudo, nenhuma aluna sentia dor insuportável e nem de forte intensidade, a maioria ficou em 72% com o índice de intensidade moderada e pelo menos uma delas sentiu ausência de dor. Esta razão é resultante de parte de uma melhora de todos os resultante sintomas atrelados anteriormente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo por pertencer a uma característica experimental pode provar qualquer teoria que não seja necessariamente a hipótese do estudo, porém neste caso, a hipótese chave de que a dança do ventre poderia ser usada como minimizador de dor para a dismenor dismenorréia primária é constatada pela melhora de todos os sintomas. Em todas as questões foi percebida a melhora significativa das dores. Esta melhora não quer dizer o tratamento terminado, as mudanças foram consideráveis, mas não absolutas, poderia ter algum complemento com medicamentos e técnicas habituais complemento 19
  • 20. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 da medicina e fisioterapia com menor intensidade, ou até ser uma das formas de complementar estas outras técnicas com um foco motivacional. Sendo assim, neste estudo, constatamos a eficácia desta proposta de tratamento da cinesioterapia para dores na dismenorréia primária, porém este tratamento requer estudos mais precisos sobre a rotina diárias destas alunas, praticantes da dança do ventre, como por exemplo: ingestão de medicamentos para alívio de dor ou regulação hormonal com anticoncepcionais e até um aumento do período de tratamento, ao invés de três meses para um ano. REFERÊNCIAS ABRAÃO, Ana Carla Peto; PEDRÃO, Luiz Jorge. A contribuição da dança do ventre para a educação corporal, saúde física e mental de mulheres que freqüentam uma academia de ginástica e dança. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v 13, n 2, p 243 -248, 2005. Disponível em: http://www.centraldancadoventre.com.br/content/blogcategory/70/116/. Acesso em: 21 mar. 2009. BRAGA, Viviane Esteves de Mello. O Resgate do Feminino através da Dança do Ventre: uma forma de ser e estar no mundo, 3º Jornada Científica Universidade Cidade de São Paulo - Unicid, SP, 2008. Disponível em: http://www.centraldancadoventre.com.br/content/ blogcategory/70/116/. Acesso em: 21 mar. 2009 BRAGA, Viviane Esteves de Mello. A dança do ventre na educação. 7º CONIC - Congresso Nacional de Iniciação Cientifica e 5º COINT - Congresso Internacional de Iniciação Cientifica, SP, 2007. Disponível em: http://www.centraldancadoventre.com.br/content/blogcategory/70/116/. Acesso em: 21 mar. 2009. CAMARGO, Juliana Furtado. Dança do ventre: (Re) significações do feminino. 2007. 52 f. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em Educação Física)-Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2003. Disponível em: http://www.centraldancadoventre.com.br/content/blogcategory/70/116/. Acesso em: 21 mar. 2009. CAPRI, Fabíola Schiebelbein; FINCK, Sílvia Christina Madrid. A dança no contexto da educação física: uma análise da prática de ensino de professores e de acadêmicos no processo de formação docente. Revista Digital – Buenos Aires, v 13, n 128, p 117 – 127, 2009. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd128/a-danca-no-contexto-da- educacao-fisica.htm>. Acesso em: 9 mai. 2009. 20
  • 21. Universidade Presbiteriana Mackenzie GALVÃO, Amandio A. Dismenorréia Primária Diagnóstico e Tratamento. Revista Digital Medicina Integrativa, 2009. Disponível em: http://www.medicinaintegra tiva.com.pt/blog/. Acesso em: 26 ago. 2009. GARCIA, Ângela; HAAS, Aline Nogueira. Ritmo e Dança. Rio Grande do Sul: Editora da Ulbra, 2003. 204 p. EDITORAÇÃO eletrônica: prostaglandina.com. [2010¿]. Disponível em: <HTTP:// http://www.prostaglandina.com/bioqumica_de_las_prostaglandinas>. Acesso em: 25 set. 2010. FERREIRA, Marcelo; LANZIOTTI, Luiz; ABUHADBA, Giafar; MONTEIRO, Marcelo; CAPOTORTO, Luiz; SPICACCI, José Luiz. Dor pélvica crônica: o papel da síndrome do quebra-nozes. Jornal Vascular Brasileiro, v. 7, n. 1, p 76 – 79, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v7n1/v7n1a14.pdf> . Acesso em: 12 mai. 2009. MIHALJEVI, Dodi; SRHOJ, Ljerka; KATIC, Ratko. Motor Abilities at Belly dance in elementar female schoolers. Coll. Antropol. n 31, v 3, p 817–822, 2007. MORO, Elisabeth. MORO, E. A dança do ventre como instrumento na psicoterapia corporal para mulheres. Convenção Brasil latino américa, congresso brasileiro e encontro paranaense de psicoterapias corporais. Foz do Iguaçu, 2004. NANNI, Dionísia. Ensino da dança na estruturação/expansão da consciência corporal e da auto-estima do educando. Revista de Fitness & Performance Journal, v. 4, n. 1, p. 45 – 57, RJ, 2005. PACHECO, Ana Júlia Pinto. Educação física e dança: uma revisão bibliográfica. Biblioteca Digital do portal da educação física. 2007. Disponível em: <http://www.educacaofisica.com.br/biblioteca_mostrar.asp?id=1818> . Acesso em: 10 mai. 2009. PASSOS, Roberta Benitez Freitas et al. Prevalência da dismenorréia primária e seu impacto sobre a produtividade em mulheres brasileiras – Estudo DISAB. Revista brasileira de medicina, v. 65, n. 8, p. 250 – 253, RJ, 2008. PEREIRA, Lilian Varanda; SOUZA, Fátima Faleiros; Mensuração avaliação da dor pós-operatória: uma breve revisão. ISSN 0104-116. Revista Latino Americana. Enfermagem v.6 n.3- Ribeirão Preto jul. 1998 . Acesso em: 24 out. 2010. PEREIRA, Mariana Lolato. Dança do ventre: uma revisão bibliográfica. 2004. 70 f. Trabalho de conclusão de pós-graduação (Dança e Consciência Corporal) – Faculdade de Educação Física UniFMU, São Paulo, 2004. Disponível em: 21
  • 22. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 <http://www.educacaofisica.com.br/biblioteca_mostrar.asp?id=1818> . Acesso em: 10 mai. 2009. PORTAL, Camila; HONDA, Samira. Protocolo Fisioterapêutico aplicado em mulheres que apresentam dismenorréia primária. Trabalho de conclusão de curso (Fisioterapia) – Universidade da Amazônia. Belém, PA, 2006. Disponível em<http://66.102.1.104/scholar?q=cache:c029rFLpWqUJ:scholar.google.com/+ arti gos+medicina+sobre+dismenorr%C3%A9ia+prim%C3%A1ria&hl=pt-BR&lr=lang _pt>. Acesso em: 26 ago. 2009. PORTINARI, Maribel Berruezo. História da Dança. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. 305 p. REIS, Conceição Aparecida de Almeida Santos. O Efeito da massagem do tecido conjuntivo em mulheres com dismenorréia primária. Trabalho de dissertação de mestrado – Unicamp, SP, 2005. RIBEIRO, Idalina Maia. Avaliação do estado nutricional de bailarinas da dança do ventre. Revista de Educação Física, v 143 p 35 – 40, 2008. Rio de Janeiro – RJ. SILVA, Aline Manta. Fortalecimento do assoalho pélvico através da dança do ventre. Trabalho de conclusão de curso – Universidade Católica de Salvador – Curso de Fisioterapia (bacharelado). Salvador, BA, 2009. SILVA, Ulicéia Monteiro Carvalho. A Tens Convencional como recurso de alívio da dor na Dismenorréia Primária. 2007. Disponível em: < http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/dismenorreia_uli ceia/dismenorreia_uliceia.htm>. Acesso em: 23 mar. 2009. XAVIER, Felipe Salles. Dança do ventre: Corpo, Mente e Alma em Movimentos. Psique Objetiva, 2007. Disponível em: <http://74.125.47.132/search?q= cache:eg54 uRVwqpgJ:www.symbolon.com.br/artigos/danca_do_ventre.doc+artigos+academicos+dan% C3%A7a+ventre&cd=13&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_pt> Acesso em: 26 ago. 2009. Contato: natália.datrino@hotmail.com e denisegrillo@mackenzie.com.br 22