O documento discute o poema "Rosa de Hiroshima", de Vinícius de Morais. Ele descreve o contexto histórico das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki e suas consequências devastadoras. Em seguida, analisa como o poema usa figuras de linguagem como metáforas para se referir à bomba e suas sequelas, criticando os horrores da guerra por meio da linguagem poética.
3. Contexto histórico
• No poema de Vinícius de Morais “Rosa de Hiroshima”, a
utilização das figuras de linguagem chegam a ser
emblemáticas quando nos recordamos das bombas
atômicas jogadas em Hiroshima e Nagasaki. Foram
bombas com poder de destruição absurdo utilizadas
contra a população civil para criar horror em um Japão
orgulhoso e resistente. Tais bombas carbonizaram pessoas
que estava até um raio de 12 quilômetros de seu
epicentro, cegaram, mutilaram, fizeram órfãos e viúvas.
Anos depois ainda havia vítimas, crianças que não
viveram a guerra nasceram com
deformidades, desenvolveram câncer pois seus pais
haviam sofrido o efeito da radiação. Descobriu-se o que
eram bombas hereditárias.
4. • Chamar a Bomba de Hiroshima de rosa? É possível?
• A imagem aérea da explosão de uma bomba atômica
pode ser considerada bela por sua plasticidade e colorido
aos olhos de um poeta.
• O texto citado apresenta palavras com sentido
figurado, diferente daquele em que convencionalmente
são empregadas.
5. Vamos conferir?
• O poema é dividido em duas partes.
A primeira parte mostra as consequências da bomba.
A segunda parte apresenta a própria bomba como:
hereditária, radioativa, estúpida , inválida e por
consequência causadora de todos os males
6. Função da linguagem no poema
• Função poética
A linguagem exerce função poética quando valoriza o
texto na sua elaboração, ou seja, quando o autor faz
uso de combinação de palavras, figuras de linguagem
(metáfora, antítese, hipérbole, aliteração, etc.), explora
ção dos sentidos e sentimentos, expressão do chamado
eu lírico, dentre outros.
Ex: Rosa radioativa, rosa hereditária - metáforas
• A função apelativa é usada quando o objetivo da
transmissão da mensagem é persuadir
o receptor, seduzi-lo com uma mensagem persuasiva.
Ex: Os verbos do poema que estão no modo imperativo
7. “Pensem nas feridas
Como rosas cálidas”
• Neste trecho, o poeta usa a comparação (É a aproximação
de dois termos entre os quais existe alguma relação de
semelhança) para demonstrar as feridas com “rosas
cálidas”, subjetivamente comparando-as a chagas ainda
latentes, quentes, ainda frescas, que estariam ali
aflorando de maneira ardente.
8. “ Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
(...)
A rosa com cirrose”
• Um das figuras de linguagem de fácil identificação é a
aliteração (consiste em repetir sons consonantais
idênticos ou semelhantes em um verso ou em
uma frase, especialmente as sílabas tônicas), como no
trecho acima destacado, onde ocorre a repetição do
fonema /z/ e do fonema /r/.
9. “Pensem nas meninas
(...)
Pensem nas mulheres
(...)
Pensem nas feridas”
• No trecho acima destacado temos a repetição do
verbo para intensificar a ordem que é expressa por
ele, o recurso da anáfora (repetição da mesma
palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou
versos consecutivos ) é empregado juntamente com o
recurso de encadeamento durante todo o primeiro
período do poema.
10. “A rosa hereditária”
• A metáfora (palavra ou expressão que produz sentidos
figurados por meio de comparações implícitas) acima
empregada representa a bomba, nos remete a questão
das feridas como rosas cálidas, e reforça a ideia de que as
feridas ainda estão expostas, pois são
hereditárias, portanto os males desta “rosa” irão
permanecer por muito tempo.