2. ESTEREÓTIPOS
Os estereótipos são crenças a propósito de
características, atributos e comportamentos dos
membros de determinados grupos, são formas
rígidas e esquemáticas de pensar que resultam
de processos de simplificação e que se
generalizam a todos os elementos do grupo a
que se referem. Daí que possamos definir
estereótipo como o conjunto de crenças que dá
uma imagem simplificada das características de
um grupo ou dos membros de um grupo.
3. Exemplos de estereótipos:
• “os japoneses são educados e reservados”
• Os alemães são sérios”
• Os italianos são alegres”
• Os jovens são irreverentes”
• Os mais velhos são conservadores”
• As mulheres são intuitivas”
• Os bombeiros são heróis”
• Os funcionários públicos trabalham pouco”
[A estes grupos (orientais, jovens, mulheres, etc)
atribuímos determinadas características que
generalizamos a todos os seus membros]
4. Os estereótipos são um processo de categorização (tal
como as impressões) para que a pessoa se possa
adaptar ao seu meio, dando sentido ao mundo
Usamos categorias sociais como estudantes, socialistas,
brancos, negros, desportistas, jovens, liberais, porque nos
são úteis. Servem para colocarmos os indivíduos que nos
rodeiam em “gavetas”, o que nos permite, de uma forma
rápida e económica, orientarmo-nos na vida social. Uma
vez interiorizado o estereótipo é aplicado de uma maneira
quase mecânica.
5. Os estereótipos têm uma função de simplificação que
permite a adopção de quadros de interpretação do mundo
social em que se está integrado
Por exemplo, dizemos que uma categoria é
estereotipada quando os elementos de um
mesmo grupo partilham a convicção de que um
ou mais traços particulares caracterizam as
pessoas dessa categoria:
“Os estudantes de cursos profissionais podem
considerar os estudantes dos cursos de ciências
competitivos, marrões, certinhos e antipáticos;
estes podem considerar os primeiros
preguiçosos, cábulas, pouco inteligentes e
desleixados.”
6. PRECONCEITOS
• É uma atitude que se distingue do
estereótipo porque não se limita a atribuir
características a um determinado grupo
ou pessoa: envolve uma avaliação,
frequentemente negativa. Assim,
podemos definir preconceito como uma
atitude que envolve um pré-julgamento,
na maior parte das vezes negativo,
relativamente a pessoas ou grupos
sociais.
7. Há uma relação entre preconceito e estereótipo
Na base do preconceito está a informação veiculada pelo
estereótipo. Assim, apesar de distintos, estão relacionados: o
estereótipo fornece os elementos cognitivos (as crenças), o
preconceito acrescenta-lhes uma componente afectiva,
avaliativa. Contudo, os preconceitos podem mudar (a
publicidade da Benetton, por exemplo, tem vindo a trabalhar
neste sentido para ajudar a mudar o preconceito racial).
8. O preconceito, tal como as
atitudes, tem três componentes:
1. Componente cognitiva (corresponde a um
estereótipo geralmente negativo que se
formula face a um grupo social)
2. componente afectiva (refere-se aos
sentimentos que se experimentam
relativamente ao objecto do preconceito)
3. componente comportamental (refere-se à
orientação do comportamento face à
pessoa ou grupo)
9. DISCRIMINAÇÃO
• A discriminação designa o comportamento
dirigido aos indivíduos visados pelo preconceito.
Assim, na base da discriminação está o
preconceito, que, sendo uma atitude sem
fundamento, injustificada, dirigida a grupos e
aos seus membros, geralmente desfavorável,
pode conduzir à discriminação.
10. Não se pode confundir discriminação com
preconceito: enquanto este é uma atitude, a
discriminação é o comportamento que decorre do
preconceito. Esquematizando:
11. O tipo de discriminação está ligado com o
preconceito que lhe está subjacente:
• O preconceito racial conduz, geralmente,
à discriminação das pessoas por
pertencerem a raças diferentes;
• Um preconceito religiosos leva à
discriminação de pessoas que professam
uma dada religião;
• O preconceito sexista conduz à
discriminação das mulheres, etc…
12. Os comportamentos discriminatórios manifestam-se com
mais intensidade em períodos de crise económica e social:
• As pessoas, não podendo agir sobre as causas
da sua situação, dirigem os seus sentimentos
negativos, a sua agressividade, contra grupos
ou pessoas inocentes. Por exemplo, é
frequente, durante os períodos de crise,
sectores da população encontrarem nos
imigrantes os bodes expiatórios para a sua
situação desfavorável. Deste modo, comportam-
se de modo hostil e agressivo perante esses
grupos.