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ARTIGO
DE REVISÃO


                     Aspectos nutricionais do futebol de competição
                            Isabela Guerra1, Eliane de Abreu Soares2 e Roberto Carlos Burini3



RESUMO                                                                      jogo e, para a normalização do glicogênio muscular, após
                                                                            o jogo, recomenda-se oferta de dieta contendo 7-10g/kg/
   O futebol envolve exercícios intermitentes e a intensida-
                                                                            24h com maior consumo nas duas primeiras horas. Os fu-
de do esforço físico depende do posicionamento do atleta,
                                                                            tebolistas encontram-se sob risco constante de deficiências
qualidade do adversário e importância do jogo. Pretende-
                                                                            latentes de micronutrientes pelo desgaste muscular, perdas
se rever as principais alterações metabólicas desses atletas
                                                                            intestinais, sudorese intensa, viagens constantes, mudan-
com prováveis implicações nutricionais e/ou na conduta
                                                                            ças de fuso horário e cardápios. Para o caso específico dos
dietética para melhor desempenho. O gasto energético de
                                                                            futebolistas, os maiores desbalanceamentos parecem ocor-
um jogador de futebol é estimado em 1.360kcal/jogo. As
                                                                            rer pelo elevado consumo de proteínas, gorduras e álcool e
atividades do segundo tempo são 5% menores que as do
                                                                            baixa ingestão de carboidratos.
primeiro, com variações diretamente relacionadas com os
níveis do glicogênio muscular pré-jogo. Em jogadores de                     Palavras-chave: Futebol. Metabolismo. Energia. Nutrientes.
elite o consumo das reservas de glicogênio muscular, du-
rante o jogo, varia de 20% a 90%, dependendo de fatores                     ABSTRACT
como: condicionamento físico, intensidade do esforço, tem-
peratura ambiente e composição dietética pré-competição.                    Nutritional aspects of competitive soccer
Desidratação e hipertermia são aceleradores do consumo                         Soccer playing involves intermittent exercises the phys-
de glicogênio e, assim, da fadiga muscular, perceptível,                    ical intensities of which depend upon the player line up in
particularmente, no segundo tempo, quando o atleta evita                    the field, the importance of the game, and competitor ex-
sprints, caminha mais do que corre e reduz a distância per-                 cellence. This review aims at describing the major meta-
corrida. A hidratação e suprimento glicídico constituem,                    bolic impacts on these physical efforts and their nutrition-
então, os principais ergogênicos nutricionais para os fute-                 al implications for performance purposes. Soccer players
bolistas. Por ser uma modalidade esportiva sem intervalos                   usually spend approximately 1360 kcal each game, with a
regulares, o futebol não permite a reposição hidroeletrolí-                 5% decrease in the second half of the game. Glycogen re-
tica periódica. Por isso, recomenda-se que o atleta inicie o                serves modulate strength and length of movements. Elite
jogo bem hidratado, ingerindo meia hora antes 500ml de                      players deplete from 20% to 90% of their glycogen level
líquido contendo polímeros de glicose (5%-8%). O aumento                    during a match according to their physical conditioning,
do desempenho físico é verificado com a ingestão de die-                    exercise intensity, environmental temperature, and pre-com-
tas contendo 312g de carboidrato quatro horas antes do                      petition dietary intake. Body dehydration and hyperther-
                                                                            mia accelerate glycogen depletion and fatigue, a process
1. Nutricionista; Doutoranda do Curso de PG Interunidades de Nutrição Hu-   that can be observed in particular on the second half-time,
   mana Aplicada, USP, São Paulo.                                           when players avoid sprints, walk more than run and re-
2. Professora Adjunta dos Institutos de Nutrição da Universidade Federal    duce the accomplished distance. Hence, water and carbo-
   do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro
   (UERJ).
                                                                            hydrate supplies are the major nutritional ergogenic ele-
3. Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de
                                                                            ments for soccer players. Since soccer games have only
   Medicina (Unesp); Coordenador do Centro de Metabolismo e Nutrição        one interval, athletes are not provided with cyclic water
   (CeMeNutri), Botucatu, SP.                                               reposition. So it is advisable that athletes are given 500 ml
Recebido em: 1/8/01                                                         of liquid containing either glucose or polymers at 5% to
Aceito em: 7/11/01                                                          8% half an hour before the beginning of the game. Better
                                                                            performances are observed with intake of 312 g carbohy-
Endereço para correspondência:
                                                                            drate diets 4 hours before the game and with replenish-
Rua Sebastião Lacerda, 32
22240-110 – Rio de Janeiro, RJ                                              ment of glycogen stores by providing athletes with 7-10 g
E-mail: isabelaguerra@hotmail.com                                           carbohydrate/kg/24h after the game, mostly in the first two
200                                                                                                  Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
hours after the game is over. Another nutritional risk re-         Um futebolista de 75kg gasta, durante o treinamento,
gards athletes’ micronutrient status, which results from        1.360kcal12 e tem captação máxima de oxigênio de 60 a
muscle wearing, intestinal losses, intense sweating, frequent   67ml/kg de peso/min1,12, sendo este valor 10ml/kg de peso/
trips, and changing menu. But in the case of soccer play-       min acima do encontrado em indivíduos sedentários e 10ml/
ers, the unbalanced diet seems to be related to a higher        kg de peso/min abaixo do verificado nos atletas de resis-
intake of protein and fat, as well as alcohol, and a lower      tência3. Freqüentemente, o valor de captação de oxigênio
intake of carbohydrates.                                        do jogador de meio-campo é o maior do time. Os laterais
                                                                têm esse valor maior que o dos zagueiros4,13,14.
Key words: Soccer. Metabolism. Energy. Nutrients.
                                                                   O glicogênio muscular desempenha papel-chave na pro-
                                                                dução de energia durante o exercício e a fadiga está fre-
INTRODUÇÃO                                                      qüentemente associada à depleção de seus estoques, sendo
   O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios         a exaustão evitada na presença de concentrações adequa-
intermitentes de intensidade variável1,2. Aproximadamen-        das do mesmo12,15-20.
te, 88% de uma partida de futebol envolvem atividades ae-          Os jogadores de futebol podem iniciar o jogo com bai-
róbias e, os 12% restantes, atividades anaeróbias de alta       xos níveis de glicogênio muscular, devido, entre outros fa-
intensidade3.                                                   tores, aos hábitos alimentares e ao número excessivo de
   Durante um jogo de futebol, os jogadores percorrem           jogos e treinos21,22, sendo que a sua depleção depende de
aproximadamente 11 quilômetros, sendo que a média da            fatores como intensidade do exercício, condicionamento
distância coberta no primeiro tempo é 5% maior que a do         físico, modalidade do exercício, temperatura ambiente e
segundo tempo1,4,5. Nessa distância temos atividades que        dieta pré-exercício18.
perfazem 3,2 quilômetros de caminhadas, 1,8 quilômetro             Durante o jogo de futebol, existe relação direta entre as
de corridas e 1,0 quilômetro em sprint, entre outras6.          concentrações iniciais do glicogênio muscular, as distân-
   De 8 a 12% da distância total coberta por jogo são reali-    cias percorridas e os níveis de esforços dos jogadores du-
zados em velocidade de sprint 6, as corridas de baixa inten-    rante a segunda metade da partida14, podendo influenciar o
sidade representam 35% e as de alta intensidade, de 8,1 a       desempenho no campo, pois, na sua ausência, o trabalho
18% do tempo total do jogo1,4,7. A distância percorrida pe-     muscular é mantido pela energia fornecida pela gordura,
los jogadores de meio-campo (10,2 a 11km) é significati-        em processo totalmente aeróbio e, portanto, em eficiência
vamente maior que a dos zagueiros (9,1 a 9,6km) e atacan-       (rapidez) geralmente 50% abaixo da normal21.
tes (10,5km), sendo estes últimos os jogadores que mais            Usualmente, há depleção de 20 a 90% do glicogênio
realizam sprints1,4,8,9.                                        muscular durante competições de alto nível6. O exercício
   Em geral, a distância percorrida pelo jogador depende        vigoroso reduz as reservas musculares de glicogênio em
da qualidade do oponente, de considerações táticas e da         90 minutos e, com atividades intermitentes de alta intensi-
importância do jogo1,4,5,10.                                    dade, 72% do glicogênio são usados em 9,5 minutos. Du-
   A nutrição e o treinamento são alguns aspectos funda-        rante a simulação de uma partida de futebol, com jogado-
mentais para que o jogador de futebol tenha bom desem-          res de elite, foi observada depleção de 50% ao final do
penho. A demanda energética dos treinamentos e competi-         jogo3.
ções requer que os jogadores consumam uma dieta balan-             Durante a primeira metade do jogo o nível de glicogênio
ceada, particularmente rica em carboidratos11.                  muscular não constitui fator limitante do desempenho. Na
   Assim sendo, este artigo tem como objetivo analisar a        segunda metade, se esse nível estiver diminuído, desde o
participação de macro e micronutrientes e alguns outros         início do jogo, haverá comprometimento do desempenho
aspectos, como glicogênio muscular e hidratação, em jo-         físico21.
gadores de futebol a partir de dados da literatura.
                                                                   Portanto, os atletas que iniciam o jogo com concentra-
                                                                ções baixas de glicogênio muscular percorrem distâncias
GASTO ENERGÉTICO E PAPEL
                                                                menores, em velocidade menor, andam mais e realizam me-
DO GLICOGÊNIO MUSCULAR
                                                                nos sprints que aqueles jogadores com concentrações nor-
  Os jogadores de futebol são atletas que treinam em in-        mais no início da partida2,3,15,23,24. De fato, esses jogadores
tensidade moderada a alta, tendo necessidades energéticas       com níveis iniciais baixos de glicogênio muscular apre-
diárias em torno de 3.150 a 4.300kcal12.                        sentam, particularmente na segunda metade do jogo, me-
  A quantidade e a qualidade do treinamento são fatores         nor velocidade e percorrem distância menor que os de-
que influenciam o gasto energético do jogador12.                mais1,3,22.
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001                                                                     201
PERFIL DIETÉTICO                                               do glicogênio hepático e muscular depois de treinos e com-
                                                               petições12,17,18,28,29.
Importância do carboidrato no desempenho                          A reposição de glicogênio ocorre mais rápido quando a
   A ingestão de 312g de carboidratos, nas quatro horas        ingestão de carboidrato se dá imediatamente após o térmi-
precedentes ao início do exercício, resulta em aumento de      no do exercício. Se a ingestão ocorre duas horas depois, a
15% no desempenho físico17. A ingestão de carboidratos         taxa de reposição não é tão rápida, devido ao fato de os
dez minutos antes do início de um jogo diminui a utiliza-      níveis de glicose sanguínea e insulina não estarem eleva-
ção de glicogênio muscular em 39%, aumenta a velocida-         dos16,27. Uma dieta rica em carboidratos aumenta as con-
de de corrida e a distância percorrida na segunda metade       centrações de glicogênio muscular, resultando em melho-
da partida em 30%. Os jogadores que ingerem bebidas con-       ra do desempenho nos exercícios prolongados e contínuos,
tendo carboidratos mantêm intensidade maior de exercício       como o futebol13,25,30,31. Portanto, é necessária a ingestão
durante o jogo comparados com os que consomem somen-           de carboidratos representando 60 a 70% do valor energéti-
te água2,25.                                                   co total diário, ou seja, no mínimo 8g de carboidratos/kg
   O carboidrato deve ser ingerido antes que ocorra a fadi-    de peso corporal/dia6,12,18,22,29,32,33.
ga muscular, para assegurar que esteja disponível quando
os níveis de glicogênio muscular estiverem baixos. O con-      Reposição eletrolítico-glicídica
sumo de 600 a 1.000ml de uma solução com concentração
de 6 a 10% de carboidrato seria o mais indicado nessa si-         A hidratação é um fator importante que deve ser consi-
tuação17. Jogadores que ingerem bebidas contendo carboi-       derado antes, durante e depois do exercício34. A hidratação
dratos utilizam 31% menos glicogênio muscular que o gru-       antes do início do exercício e durante este parece melhorar
po placebo22,24,26.                                            o desempenho; líquidos que contêm carboidrato são mais
   Leatt e Jacobs (1989)24 verificaram que jogadores que       eficientes em aumentá-lo durante a atividade35.
tomaram bebida contendo glicose 10 minutos antes do jogo          Quando a temperatura e a umidade estão altas, a capaci-
percorreram distância 25% maior que os que ingeriram pla-      dade de desempenhar exercícios prolongados é reduzida.
cebo. Assim, a ingestão de carboidratos não só antes, mas      Nessa situação, problemas com a termorregulação e a de-
também durante o jogo, resulta em melhora no desempe-          sidratação mais que a depleção dos estoques de energia
nho físico nos exercícios de longa duração23.                  podem causar a fadiga36.
   A ingestão de carboidratos é também importante para a          Devido ao fato de o futebol ser esporte com duração de
recuperação após o exercício12,16. O termo recuperação en-     90 minutos, geralmente ocorrem problemas associados à
volve processos nutricionais, como a restauração dos esto-     termorregulação e ao balanço hídrico37. Sabe-se que o trei-
ques hepáticos e musculares de glicogênio, reposição de        namento físico associado ao estresse térmico aumenta o
fluidos e eletrólitos, regeneração e reparo de lesões causa-   fluxo sanguíneo cutâneo e a produção de suor38.
das pelo exercício e adaptação após o estresse catabólico.        Há grande variedade individual de perda hídrica devido
Foi sugerida uma média de ressíntese de glicogênio mus-        a diferenças na composição corporal, taxa metabólica, acli-
cular de 5 a 6mmol.kg.peso.h-1 no período de 20 a 24 horas     matação do atleta, temperatura e umidade ambientes, va-
de recuperação como necessária para normalizar os esto-        riedade e intensidade de exercícios realizados durante o
ques de glicogênio após sua depleção16.                        jogo, diferenças no consumo máximo de oxigênio e dife-
   A síntese de glicogênio muscular tem precedência na         renças nas funções desempenhadas22,37,39-41.
restauração do glicogênio hepático. A síntese, no músculo,        Os jogadores de futebol podem perder até três litros ou
ocorre mesmo sem a ingestão de carboidrato, após o exer-       mais de suor durante um jogo em dia quente42. O estado
cício, em taxas baixas, a partir dos substratos fornecidos     crônico de desidratação e o estresse térmico durante um
pela neoglicogênese16. Porém, a síntese completa depende       jogo de futebol podem limitar o desempenho e ser prejudi-
da ingestão adequada de carboidratos, de preferência de        ciais ao jogador, sendo comum observar temperaturas cor-
índice glicêmico de moderado a alto, que demonstraram          porais acima de 39oC após partidas de futebol32,43.
ser mais eficazes na taxa de ressíntese do que alimentos          O desempenho durante jogos ou treinos pode diminuir
com índice glicêmico baixo17,19,27. A ótima taxa de reposi-    30%, com a perda de 5 a 6% do peso corporal37,39,44. Caso
ção de glicogênio ocorre com o consumo de carboidratos         haja perda de mais de 5% do peso corporal, a recuperação
de 0,7 a 1g/kg de peso corporal a cada duas horas, nos         das reservas hídricas pode não se completar entre 48 e 72
primeiros estágios de recuperação, perfazendo total de 7 a     horas37. A redução de peso pós-exercício pode persistir
10g/kg de peso corporal em 24 horas16. Assim, o total de       mesmo após 24 horas de ingestão livre de alimentos e
carboidratos na dieta é fator importante para a recuperação    água44.
202                                                                                   Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
A oferta de líquidos é mais importante que a disponibili-          Com base em medidas laboratoriais, sabe-se que a reco-
dade de carboidrato no desempenho físico em exercícios             mendação protéica aumenta até 100% para pessoas fisica-
de resistência no calor. Já em condições ambientais frias, a       mente ativas e esta recomendação é influenciada por fato-
ingestão de uma solução de carboidrato a 7% é mais efi-            res como ingestão energética, disponibilidade de carboi-
ciente em melhorar o desempenho, porque mantém a con-              drato, intensidade, duração e tipo de exercício realizado,
centração de glicose sanguínea constante, conservando tam-         qualidade da proteína ingerida, sexo e idade49.
bém o volume plasmático adequado45.                                   Sabe-se que os aminoácidos hepáticos podem ser oxida-
   Além de o futebol ser um esporte em que não há interva-         dos com produção de energia durante o exercício e que nos
los regulares que permitam o consumo de líquidos durante           treinamentos de resistência há aumento dessa oxidação,
o decorrer do jogo15,32, sua ingestão durante o exercício é        principalmente a dos aminoácidos de cadeia ramificada50.
também limitada pelo tempo de esvaziamento gástrico, já               A suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada
diminuído devido à alta intensidade em que o exercício é           não tem efeito sobre a fadiga durante exercícios prolonga-
realizado37,42.                                                    dos e há poucos estudos que recomendam a ingestão de
   O objetivo primário da reposição de líquidos, antes e           glutamina para melhorar a função imune51, embora exista
durante o exercício, é prover substrato como fonte de ener-        uma corrente que acredita que a suplementação retarde o
gia e anular os efeitos negativos da desidratação22,43,46,47, já   aparecimento da fadiga e também sirva como fonte de subs-
que se exercitar em estado de pouca hidratação leva ao             trato energético durante o exercício27.
aumento rápido da temperatura corporal e ao começo de                 Essa suplementação pode ser útil para populações espe-
agressões térmicas. Assim, a ingestão adequada de fluidos          cíficas, como indivíduos em fase de crescimento, vegeta-
antes, durante e depois de jogos e treinos ajudaria a evitar       rianos, nos com doenças que causam fraqueza muscular e
esses sintomas37.                                                  em idosos. Porém, para a população em geral, que conso-
   Portanto, iniciar o jogo bem hidratado ingerindo 500ml          me uma variedade de alimentos fontes de proteína, o au-
de líquido com concentrações de polímeros de glicose de            mento da necessidade protéica induzida pelo exercício pode
5 a 8% meia hora antes do início do jogo6,22,38,40,49 é condu-     ser atendido pela dieta habitual51.
ta amenizadora dos obstáculos encontrados no mundo do                 A proteína contribui para o pool energético durante o
futebol resultantes da desidratação. Essa concentração de          repouso e o exercício, sendo que durante a atividade sua
carboidrato na bebida é importante, visto que há ótimo es-         oxidação contribui com cerca de 5 a 10% do fornecimento
vaziamento gástrico e absorção intestinal adequada45.              total de energia15,27. Assim, os aminoácidos servem como
   Além disso, durante a partida os jogadores devem con-           fonte auxiliar de combustível durante exercícios intensos e
sumir líquidos constantemente, em pequenas quantidades             de longa duração e, após sua oxidação, são irreversivel-
e em intervalos regulares, para não interferir no esvazia-         mente perdidos. Caso não sejam repostos, via alimenta-
mento gástrico e, também, repor toda a água perdida atra-          ção, haverá comprometimento do processo normal de sín-
vés do suor. Os líquidos a serem oferecidos devem estar            tese protéica. Isso pode levar à perda da força muscular,
entre uma temperatura de 15 e 22o e ter sabor agradável,           diminuindo, então, o desempenho durante uma partida de
para assim promover sua ingestão voluntária48.                     futebol50.
   A bebida hidroeletrolítica adequada deve ter as seguin-            A ingestão de 1,4 a 1,7g de proteínas/kg de peso corpo-
tes características: permitir que os fluidos cheguem rapi-         ral/dia para jogadores de futebol é considerada a mais ade-
damente aos tecidos, fornecer carboidratos durante o exer-         quada12,42,50. O fornecimento de proteína excedendo esse
cício, fornecer baixos níveis de eletrólitos, ser palatável e      valor resulta na sua maior oxidação ou em estocagem do
refrescante e não causar distúrbios gastrointestinais28. Es-       esqueleto carbônico dos aminoácidos na forma de gordu-
sas bebidas após o término do jogo ou treinamento ajudam           ra, em ambos os casos aumentando a formação e excreção
não só na hidratação, mas também na recuperação do gli-            de uréia. A oxidação de aminoácidos aumenta o risco de
cogênio muscular40.                                                desidratação devido à necessidade da diluição dos seus
                                                                   metabólitos excretados via urina. Sabe-se que cada grama
Proteínas e aminoácidos                                            de uréia excretada leva consigo cerca de 100ml de água30.

   As necessidades protéicas de um atleta são maiores do           Gorduras e consumo alimentar de jogadores de futebol
que as de um indivíduo sedentário por causa do reparo de             Juntamente com o carboidrato, a gordura é a principal
lesões induzidas pelo exercício nas fibras musculares, uso         fonte de energia durante o exercício18.
de pequena quantidade de proteína como fonte de energia              A maior parte do substrato lipídico é proveniente dos
durante a atividade e o ganho de massa magra27.                    ácidos graxos livres mobilizados do tecido adiposo. Sua
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001                                                                     203
mobilização é mais acentuada durante os exercícios pro-          carboidratos, moderados níveis de proteína e baixa quanti-
longados de intensidade moderada23.                              dade de lipídios, e grande variedade de alimentos, sendo,
   Deve-se ter especial atenção com o total de lipídios con-     portanto, bastante improvável que as recomendações do
sumidos, que deve ser igual ou menor que 30% do valor            NRC/RDA (1989)52 não sejam atingidas30,40.
energético total30,52.                                              Algumas vitaminas e minerais desempenham papel im-
   O consumo elevado de gordura na dieta é um problema           portante no metabolismo energético; por isso, a inadequa-
muito comum entre atletas, tornando mais difícil a inges-        ção de um ou mais micronutrientes pode comprometer a
tão das quantidades preconizadas de carboidrato. Entre-          capacidade aeróbia e anaeróbia61.
tanto, redução muito intensa no consumo de lipídios não é           Atletas submetidos a intenso programa de treinamento e
aconselhável, já que estes participam não só do metabolis-       competições têm possivelmente alguma dificuldade em
mo da produção de energia, mas também do transporte de           manter níveis adequados de vitaminas55. O exercício pode
vitaminas lipossolúveis e são componentes essenciais das         causar a redistribuição dos minerais entre os compartimen-
membranas celulares27,53.                                        tos corporais60,62.
   Muitos atletas consomem uma dieta que provê menos                A suplementação, tanto de vitaminas quanto de mine-
de 50% de energia sob a forma de carboidrato e mais de           rais, pode ser útil quando há necessidade de compensar
15% sob a forma de proteínas54.                                  dietas deficitárias devido ao estilo de vida, assegurar de-
   Os registros alimentares estimam que o consumo alimen-        mandas de certos nutrientes por causa dos exercícios ex-
tar de jogadores varia de 5.376 a 8.894kcal/dia. O método        tremos, corrigir alguma inadequação nutricional ou para
de pesagem indicou um consumo de 4.620 a 5.376kcal/dia           atender às recomendações. Geralmente, a suplementação
para jogadores escoceses. Discrepâncias entre a necessi-         no futebol está associada à dieta inadequada e à ingestão
dade e a ingestão podem ter aumentado porque as medidas          elevada de álcool40.
foram feitas no treinamento, em que o consumo habitual              A suplementação vitamínica e de minerais melhora as
dos jogadores não é representativo42 (quadro 1).                 concentrações bioquímicas desses micronutrientes, mas não
                                                                 altera a capacidade de captação de oxigênio ou a concen-
Vitaminas, minerais e suplementação                              tração de lactato no sangue durante exercícios aeróbios com
  Os micronutrientes desempenham um papel importante             intensidade elevada61,62.
na produção de energia, síntese de hemoglobina, manuten-            É importante destacar que a suplementação, persistente
ção da massa óssea, função imune e protegem os tecidos           ou excessiva, tanto de vitaminas como de minerais, pode
dos danos oxidativos27.                                          trazer, como resultado, desbalanço nutricional63.
  Os atletas estão sob particular risco de ingestão inade-          Pode-se dizer que a suplementação de vitaminas e mi-
quada de vitaminas e minerais pelo fato de se exercitarem        nerais, em altas doses, em indivíduos com valores bioquí-
por muito tempo sob alta intensidade e, também, por viaja-       micos normais desses nutrientes e que consomem dieta ade-
rem bastante e dependerem de cardápios de restaurantes           quada e balanceada, não melhora o desempenho físico63.
locais59.
  Há evidências de que pessoas ativas fisicamente perdem         CONCLUSÃO
minerais através do suor excessivo, das fezes e da urina61,62.
Entretanto, segundo alguns autores, os atletas consomem            A educação nutricional é de fundamental importância,
geralmente dietas balanceadas com elevada ingestão de            principalmente para jogadores de futebol, especialmente


                                                       QUADRO 1
                      Participação energética dos macronutrientes nas dietas de jogadores de futebol

                    Autor/ano                 Amostra      Valor energético    Carboidrato       Lipídio         Proteína
                                                (n)           total (kcal)         (%)             (%)             (%)

          Faber M e Benade AJS (1991)54          30              3.485             41               40               19
          Bangsbo J e Lindovist F (1992)13       07              3.341             46               38               16
          Rokitzki L et al (1994)55              12              3.750             47               37               16
          Giada F et al (1996)56                 20              3.650             56               28               16
          Raastad T et al (1997)57               28              3.400             54               31               15
          Guerra I (2000)58                      66              3.969             51               19               30

204                                                                                     Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
quando em períodos de treinamento intenso, que conso-                           20. Schokman CP, Rutishauser IHE, Wallace RJ. Pre- and postgame macro-
                                                                                    nutrient intake of a group of elite Australian football players. Int J Sports
mem quantidades elevadas de gordura e pequenas de car-
                                                                                    Nutr 1999;9:60-9.
boidrato11,61.
                                                                                21. Kirkendall DT. Effects of nutrition on performance in soccer. Med Sci
  Portanto, a dieta de um jogador de futebol deve atender                           Sports Exerc 1993;25:1370-4.
aos gastos energéticos, fornecer um balanço adequado de                         22. Hawley J, Dennis S, Noakes T. Carbohydrate, fluid and electrolyte re-
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ções de micronutrientes42.                                                          36.
                                                                                23. Hargreaves M. Carbohydrate and lipid requirements of soccer. J Sports
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AGRADECIMENTO                                                                   24. Leatt PB, Jacobs I. Effect of glucose polymer ingestion on glycogen
                                                                                    depletion during a soccer match. Can J Sports Sci 1989;14:112-6.
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Aspectos nutricionais do futebol de competição

  • 1. ARTIGO DE REVISÃO Aspectos nutricionais do futebol de competição Isabela Guerra1, Eliane de Abreu Soares2 e Roberto Carlos Burini3 RESUMO jogo e, para a normalização do glicogênio muscular, após o jogo, recomenda-se oferta de dieta contendo 7-10g/kg/ O futebol envolve exercícios intermitentes e a intensida- 24h com maior consumo nas duas primeiras horas. Os fu- de do esforço físico depende do posicionamento do atleta, tebolistas encontram-se sob risco constante de deficiências qualidade do adversário e importância do jogo. Pretende- latentes de micronutrientes pelo desgaste muscular, perdas se rever as principais alterações metabólicas desses atletas intestinais, sudorese intensa, viagens constantes, mudan- com prováveis implicações nutricionais e/ou na conduta ças de fuso horário e cardápios. Para o caso específico dos dietética para melhor desempenho. O gasto energético de futebolistas, os maiores desbalanceamentos parecem ocor- um jogador de futebol é estimado em 1.360kcal/jogo. As rer pelo elevado consumo de proteínas, gorduras e álcool e atividades do segundo tempo são 5% menores que as do baixa ingestão de carboidratos. primeiro, com variações diretamente relacionadas com os níveis do glicogênio muscular pré-jogo. Em jogadores de Palavras-chave: Futebol. Metabolismo. Energia. Nutrientes. elite o consumo das reservas de glicogênio muscular, du- rante o jogo, varia de 20% a 90%, dependendo de fatores ABSTRACT como: condicionamento físico, intensidade do esforço, tem- peratura ambiente e composição dietética pré-competição. Nutritional aspects of competitive soccer Desidratação e hipertermia são aceleradores do consumo Soccer playing involves intermittent exercises the phys- de glicogênio e, assim, da fadiga muscular, perceptível, ical intensities of which depend upon the player line up in particularmente, no segundo tempo, quando o atleta evita the field, the importance of the game, and competitor ex- sprints, caminha mais do que corre e reduz a distância per- cellence. This review aims at describing the major meta- corrida. A hidratação e suprimento glicídico constituem, bolic impacts on these physical efforts and their nutrition- então, os principais ergogênicos nutricionais para os fute- al implications for performance purposes. Soccer players bolistas. Por ser uma modalidade esportiva sem intervalos usually spend approximately 1360 kcal each game, with a regulares, o futebol não permite a reposição hidroeletrolí- 5% decrease in the second half of the game. Glycogen re- tica periódica. Por isso, recomenda-se que o atleta inicie o serves modulate strength and length of movements. Elite jogo bem hidratado, ingerindo meia hora antes 500ml de players deplete from 20% to 90% of their glycogen level líquido contendo polímeros de glicose (5%-8%). O aumento during a match according to their physical conditioning, do desempenho físico é verificado com a ingestão de die- exercise intensity, environmental temperature, and pre-com- tas contendo 312g de carboidrato quatro horas antes do petition dietary intake. Body dehydration and hyperther- mia accelerate glycogen depletion and fatigue, a process 1. Nutricionista; Doutoranda do Curso de PG Interunidades de Nutrição Hu- that can be observed in particular on the second half-time, mana Aplicada, USP, São Paulo. when players avoid sprints, walk more than run and re- 2. Professora Adjunta dos Institutos de Nutrição da Universidade Federal duce the accomplished distance. Hence, water and carbo- do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). hydrate supplies are the major nutritional ergogenic ele- 3. Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de ments for soccer players. Since soccer games have only Medicina (Unesp); Coordenador do Centro de Metabolismo e Nutrição one interval, athletes are not provided with cyclic water (CeMeNutri), Botucatu, SP. reposition. So it is advisable that athletes are given 500 ml Recebido em: 1/8/01 of liquid containing either glucose or polymers at 5% to Aceito em: 7/11/01 8% half an hour before the beginning of the game. Better performances are observed with intake of 312 g carbohy- Endereço para correspondência: drate diets 4 hours before the game and with replenish- Rua Sebastião Lacerda, 32 22240-110 – Rio de Janeiro, RJ ment of glycogen stores by providing athletes with 7-10 g E-mail: isabelaguerra@hotmail.com carbohydrate/kg/24h after the game, mostly in the first two 200 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
  • 2. hours after the game is over. Another nutritional risk re- Um futebolista de 75kg gasta, durante o treinamento, gards athletes’ micronutrient status, which results from 1.360kcal12 e tem captação máxima de oxigênio de 60 a muscle wearing, intestinal losses, intense sweating, frequent 67ml/kg de peso/min1,12, sendo este valor 10ml/kg de peso/ trips, and changing menu. But in the case of soccer play- min acima do encontrado em indivíduos sedentários e 10ml/ ers, the unbalanced diet seems to be related to a higher kg de peso/min abaixo do verificado nos atletas de resis- intake of protein and fat, as well as alcohol, and a lower tência3. Freqüentemente, o valor de captação de oxigênio intake of carbohydrates. do jogador de meio-campo é o maior do time. Os laterais têm esse valor maior que o dos zagueiros4,13,14. Key words: Soccer. Metabolism. Energy. Nutrients. O glicogênio muscular desempenha papel-chave na pro- dução de energia durante o exercício e a fadiga está fre- INTRODUÇÃO qüentemente associada à depleção de seus estoques, sendo O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios a exaustão evitada na presença de concentrações adequa- intermitentes de intensidade variável1,2. Aproximadamen- das do mesmo12,15-20. te, 88% de uma partida de futebol envolvem atividades ae- Os jogadores de futebol podem iniciar o jogo com bai- róbias e, os 12% restantes, atividades anaeróbias de alta xos níveis de glicogênio muscular, devido, entre outros fa- intensidade3. tores, aos hábitos alimentares e ao número excessivo de Durante um jogo de futebol, os jogadores percorrem jogos e treinos21,22, sendo que a sua depleção depende de aproximadamente 11 quilômetros, sendo que a média da fatores como intensidade do exercício, condicionamento distância coberta no primeiro tempo é 5% maior que a do físico, modalidade do exercício, temperatura ambiente e segundo tempo1,4,5. Nessa distância temos atividades que dieta pré-exercício18. perfazem 3,2 quilômetros de caminhadas, 1,8 quilômetro Durante o jogo de futebol, existe relação direta entre as de corridas e 1,0 quilômetro em sprint, entre outras6. concentrações iniciais do glicogênio muscular, as distân- De 8 a 12% da distância total coberta por jogo são reali- cias percorridas e os níveis de esforços dos jogadores du- zados em velocidade de sprint 6, as corridas de baixa inten- rante a segunda metade da partida14, podendo influenciar o sidade representam 35% e as de alta intensidade, de 8,1 a desempenho no campo, pois, na sua ausência, o trabalho 18% do tempo total do jogo1,4,7. A distância percorrida pe- muscular é mantido pela energia fornecida pela gordura, los jogadores de meio-campo (10,2 a 11km) é significati- em processo totalmente aeróbio e, portanto, em eficiência vamente maior que a dos zagueiros (9,1 a 9,6km) e atacan- (rapidez) geralmente 50% abaixo da normal21. tes (10,5km), sendo estes últimos os jogadores que mais Usualmente, há depleção de 20 a 90% do glicogênio realizam sprints1,4,8,9. muscular durante competições de alto nível6. O exercício Em geral, a distância percorrida pelo jogador depende vigoroso reduz as reservas musculares de glicogênio em da qualidade do oponente, de considerações táticas e da 90 minutos e, com atividades intermitentes de alta intensi- importância do jogo1,4,5,10. dade, 72% do glicogênio são usados em 9,5 minutos. Du- A nutrição e o treinamento são alguns aspectos funda- rante a simulação de uma partida de futebol, com jogado- mentais para que o jogador de futebol tenha bom desem- res de elite, foi observada depleção de 50% ao final do penho. A demanda energética dos treinamentos e competi- jogo3. ções requer que os jogadores consumam uma dieta balan- Durante a primeira metade do jogo o nível de glicogênio ceada, particularmente rica em carboidratos11. muscular não constitui fator limitante do desempenho. Na Assim sendo, este artigo tem como objetivo analisar a segunda metade, se esse nível estiver diminuído, desde o participação de macro e micronutrientes e alguns outros início do jogo, haverá comprometimento do desempenho aspectos, como glicogênio muscular e hidratação, em jo- físico21. gadores de futebol a partir de dados da literatura. Portanto, os atletas que iniciam o jogo com concentra- ções baixas de glicogênio muscular percorrem distâncias GASTO ENERGÉTICO E PAPEL menores, em velocidade menor, andam mais e realizam me- DO GLICOGÊNIO MUSCULAR nos sprints que aqueles jogadores com concentrações nor- Os jogadores de futebol são atletas que treinam em in- mais no início da partida2,3,15,23,24. De fato, esses jogadores tensidade moderada a alta, tendo necessidades energéticas com níveis iniciais baixos de glicogênio muscular apre- diárias em torno de 3.150 a 4.300kcal12. sentam, particularmente na segunda metade do jogo, me- A quantidade e a qualidade do treinamento são fatores nor velocidade e percorrem distância menor que os de- que influenciam o gasto energético do jogador12. mais1,3,22. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001 201
  • 3. PERFIL DIETÉTICO do glicogênio hepático e muscular depois de treinos e com- petições12,17,18,28,29. Importância do carboidrato no desempenho A reposição de glicogênio ocorre mais rápido quando a A ingestão de 312g de carboidratos, nas quatro horas ingestão de carboidrato se dá imediatamente após o térmi- precedentes ao início do exercício, resulta em aumento de no do exercício. Se a ingestão ocorre duas horas depois, a 15% no desempenho físico17. A ingestão de carboidratos taxa de reposição não é tão rápida, devido ao fato de os dez minutos antes do início de um jogo diminui a utiliza- níveis de glicose sanguínea e insulina não estarem eleva- ção de glicogênio muscular em 39%, aumenta a velocida- dos16,27. Uma dieta rica em carboidratos aumenta as con- de de corrida e a distância percorrida na segunda metade centrações de glicogênio muscular, resultando em melho- da partida em 30%. Os jogadores que ingerem bebidas con- ra do desempenho nos exercícios prolongados e contínuos, tendo carboidratos mantêm intensidade maior de exercício como o futebol13,25,30,31. Portanto, é necessária a ingestão durante o jogo comparados com os que consomem somen- de carboidratos representando 60 a 70% do valor energéti- te água2,25. co total diário, ou seja, no mínimo 8g de carboidratos/kg O carboidrato deve ser ingerido antes que ocorra a fadi- de peso corporal/dia6,12,18,22,29,32,33. ga muscular, para assegurar que esteja disponível quando os níveis de glicogênio muscular estiverem baixos. O con- Reposição eletrolítico-glicídica sumo de 600 a 1.000ml de uma solução com concentração de 6 a 10% de carboidrato seria o mais indicado nessa si- A hidratação é um fator importante que deve ser consi- tuação17. Jogadores que ingerem bebidas contendo carboi- derado antes, durante e depois do exercício34. A hidratação dratos utilizam 31% menos glicogênio muscular que o gru- antes do início do exercício e durante este parece melhorar po placebo22,24,26. o desempenho; líquidos que contêm carboidrato são mais Leatt e Jacobs (1989)24 verificaram que jogadores que eficientes em aumentá-lo durante a atividade35. tomaram bebida contendo glicose 10 minutos antes do jogo Quando a temperatura e a umidade estão altas, a capaci- percorreram distância 25% maior que os que ingeriram pla- dade de desempenhar exercícios prolongados é reduzida. cebo. Assim, a ingestão de carboidratos não só antes, mas Nessa situação, problemas com a termorregulação e a de- também durante o jogo, resulta em melhora no desempe- sidratação mais que a depleção dos estoques de energia nho físico nos exercícios de longa duração23. podem causar a fadiga36. A ingestão de carboidratos é também importante para a Devido ao fato de o futebol ser esporte com duração de recuperação após o exercício12,16. O termo recuperação en- 90 minutos, geralmente ocorrem problemas associados à volve processos nutricionais, como a restauração dos esto- termorregulação e ao balanço hídrico37. Sabe-se que o trei- ques hepáticos e musculares de glicogênio, reposição de namento físico associado ao estresse térmico aumenta o fluidos e eletrólitos, regeneração e reparo de lesões causa- fluxo sanguíneo cutâneo e a produção de suor38. das pelo exercício e adaptação após o estresse catabólico. Há grande variedade individual de perda hídrica devido Foi sugerida uma média de ressíntese de glicogênio mus- a diferenças na composição corporal, taxa metabólica, acli- cular de 5 a 6mmol.kg.peso.h-1 no período de 20 a 24 horas matação do atleta, temperatura e umidade ambientes, va- de recuperação como necessária para normalizar os esto- riedade e intensidade de exercícios realizados durante o ques de glicogênio após sua depleção16. jogo, diferenças no consumo máximo de oxigênio e dife- A síntese de glicogênio muscular tem precedência na renças nas funções desempenhadas22,37,39-41. restauração do glicogênio hepático. A síntese, no músculo, Os jogadores de futebol podem perder até três litros ou ocorre mesmo sem a ingestão de carboidrato, após o exer- mais de suor durante um jogo em dia quente42. O estado cício, em taxas baixas, a partir dos substratos fornecidos crônico de desidratação e o estresse térmico durante um pela neoglicogênese16. Porém, a síntese completa depende jogo de futebol podem limitar o desempenho e ser prejudi- da ingestão adequada de carboidratos, de preferência de ciais ao jogador, sendo comum observar temperaturas cor- índice glicêmico de moderado a alto, que demonstraram porais acima de 39oC após partidas de futebol32,43. ser mais eficazes na taxa de ressíntese do que alimentos O desempenho durante jogos ou treinos pode diminuir com índice glicêmico baixo17,19,27. A ótima taxa de reposi- 30%, com a perda de 5 a 6% do peso corporal37,39,44. Caso ção de glicogênio ocorre com o consumo de carboidratos haja perda de mais de 5% do peso corporal, a recuperação de 0,7 a 1g/kg de peso corporal a cada duas horas, nos das reservas hídricas pode não se completar entre 48 e 72 primeiros estágios de recuperação, perfazendo total de 7 a horas37. A redução de peso pós-exercício pode persistir 10g/kg de peso corporal em 24 horas16. Assim, o total de mesmo após 24 horas de ingestão livre de alimentos e carboidratos na dieta é fator importante para a recuperação água44. 202 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
  • 4. A oferta de líquidos é mais importante que a disponibili- Com base em medidas laboratoriais, sabe-se que a reco- dade de carboidrato no desempenho físico em exercícios mendação protéica aumenta até 100% para pessoas fisica- de resistência no calor. Já em condições ambientais frias, a mente ativas e esta recomendação é influenciada por fato- ingestão de uma solução de carboidrato a 7% é mais efi- res como ingestão energética, disponibilidade de carboi- ciente em melhorar o desempenho, porque mantém a con- drato, intensidade, duração e tipo de exercício realizado, centração de glicose sanguínea constante, conservando tam- qualidade da proteína ingerida, sexo e idade49. bém o volume plasmático adequado45. Sabe-se que os aminoácidos hepáticos podem ser oxida- Além de o futebol ser um esporte em que não há interva- dos com produção de energia durante o exercício e que nos los regulares que permitam o consumo de líquidos durante treinamentos de resistência há aumento dessa oxidação, o decorrer do jogo15,32, sua ingestão durante o exercício é principalmente a dos aminoácidos de cadeia ramificada50. também limitada pelo tempo de esvaziamento gástrico, já A suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada diminuído devido à alta intensidade em que o exercício é não tem efeito sobre a fadiga durante exercícios prolonga- realizado37,42. dos e há poucos estudos que recomendam a ingestão de O objetivo primário da reposição de líquidos, antes e glutamina para melhorar a função imune51, embora exista durante o exercício, é prover substrato como fonte de ener- uma corrente que acredita que a suplementação retarde o gia e anular os efeitos negativos da desidratação22,43,46,47, já aparecimento da fadiga e também sirva como fonte de subs- que se exercitar em estado de pouca hidratação leva ao trato energético durante o exercício27. aumento rápido da temperatura corporal e ao começo de Essa suplementação pode ser útil para populações espe- agressões térmicas. Assim, a ingestão adequada de fluidos cíficas, como indivíduos em fase de crescimento, vegeta- antes, durante e depois de jogos e treinos ajudaria a evitar rianos, nos com doenças que causam fraqueza muscular e esses sintomas37. em idosos. Porém, para a população em geral, que conso- Portanto, iniciar o jogo bem hidratado ingerindo 500ml me uma variedade de alimentos fontes de proteína, o au- de líquido com concentrações de polímeros de glicose de mento da necessidade protéica induzida pelo exercício pode 5 a 8% meia hora antes do início do jogo6,22,38,40,49 é condu- ser atendido pela dieta habitual51. ta amenizadora dos obstáculos encontrados no mundo do A proteína contribui para o pool energético durante o futebol resultantes da desidratação. Essa concentração de repouso e o exercício, sendo que durante a atividade sua carboidrato na bebida é importante, visto que há ótimo es- oxidação contribui com cerca de 5 a 10% do fornecimento vaziamento gástrico e absorção intestinal adequada45. total de energia15,27. Assim, os aminoácidos servem como Além disso, durante a partida os jogadores devem con- fonte auxiliar de combustível durante exercícios intensos e sumir líquidos constantemente, em pequenas quantidades de longa duração e, após sua oxidação, são irreversivel- e em intervalos regulares, para não interferir no esvazia- mente perdidos. Caso não sejam repostos, via alimenta- mento gástrico e, também, repor toda a água perdida atra- ção, haverá comprometimento do processo normal de sín- vés do suor. Os líquidos a serem oferecidos devem estar tese protéica. Isso pode levar à perda da força muscular, entre uma temperatura de 15 e 22o e ter sabor agradável, diminuindo, então, o desempenho durante uma partida de para assim promover sua ingestão voluntária48. futebol50. A bebida hidroeletrolítica adequada deve ter as seguin- A ingestão de 1,4 a 1,7g de proteínas/kg de peso corpo- tes características: permitir que os fluidos cheguem rapi- ral/dia para jogadores de futebol é considerada a mais ade- damente aos tecidos, fornecer carboidratos durante o exer- quada12,42,50. O fornecimento de proteína excedendo esse cício, fornecer baixos níveis de eletrólitos, ser palatável e valor resulta na sua maior oxidação ou em estocagem do refrescante e não causar distúrbios gastrointestinais28. Es- esqueleto carbônico dos aminoácidos na forma de gordu- sas bebidas após o término do jogo ou treinamento ajudam ra, em ambos os casos aumentando a formação e excreção não só na hidratação, mas também na recuperação do gli- de uréia. A oxidação de aminoácidos aumenta o risco de cogênio muscular40. desidratação devido à necessidade da diluição dos seus metabólitos excretados via urina. Sabe-se que cada grama Proteínas e aminoácidos de uréia excretada leva consigo cerca de 100ml de água30. As necessidades protéicas de um atleta são maiores do Gorduras e consumo alimentar de jogadores de futebol que as de um indivíduo sedentário por causa do reparo de Juntamente com o carboidrato, a gordura é a principal lesões induzidas pelo exercício nas fibras musculares, uso fonte de energia durante o exercício18. de pequena quantidade de proteína como fonte de energia A maior parte do substrato lipídico é proveniente dos durante a atividade e o ganho de massa magra27. ácidos graxos livres mobilizados do tecido adiposo. Sua Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001 203
  • 5. mobilização é mais acentuada durante os exercícios pro- carboidratos, moderados níveis de proteína e baixa quanti- longados de intensidade moderada23. dade de lipídios, e grande variedade de alimentos, sendo, Deve-se ter especial atenção com o total de lipídios con- portanto, bastante improvável que as recomendações do sumidos, que deve ser igual ou menor que 30% do valor NRC/RDA (1989)52 não sejam atingidas30,40. energético total30,52. Algumas vitaminas e minerais desempenham papel im- O consumo elevado de gordura na dieta é um problema portante no metabolismo energético; por isso, a inadequa- muito comum entre atletas, tornando mais difícil a inges- ção de um ou mais micronutrientes pode comprometer a tão das quantidades preconizadas de carboidrato. Entre- capacidade aeróbia e anaeróbia61. tanto, redução muito intensa no consumo de lipídios não é Atletas submetidos a intenso programa de treinamento e aconselhável, já que estes participam não só do metabolis- competições têm possivelmente alguma dificuldade em mo da produção de energia, mas também do transporte de manter níveis adequados de vitaminas55. O exercício pode vitaminas lipossolúveis e são componentes essenciais das causar a redistribuição dos minerais entre os compartimen- membranas celulares27,53. tos corporais60,62. Muitos atletas consomem uma dieta que provê menos A suplementação, tanto de vitaminas quanto de mine- de 50% de energia sob a forma de carboidrato e mais de rais, pode ser útil quando há necessidade de compensar 15% sob a forma de proteínas54. dietas deficitárias devido ao estilo de vida, assegurar de- Os registros alimentares estimam que o consumo alimen- mandas de certos nutrientes por causa dos exercícios ex- tar de jogadores varia de 5.376 a 8.894kcal/dia. O método tremos, corrigir alguma inadequação nutricional ou para de pesagem indicou um consumo de 4.620 a 5.376kcal/dia atender às recomendações. Geralmente, a suplementação para jogadores escoceses. Discrepâncias entre a necessi- no futebol está associada à dieta inadequada e à ingestão dade e a ingestão podem ter aumentado porque as medidas elevada de álcool40. foram feitas no treinamento, em que o consumo habitual A suplementação vitamínica e de minerais melhora as dos jogadores não é representativo42 (quadro 1). concentrações bioquímicas desses micronutrientes, mas não altera a capacidade de captação de oxigênio ou a concen- Vitaminas, minerais e suplementação tração de lactato no sangue durante exercícios aeróbios com Os micronutrientes desempenham um papel importante intensidade elevada61,62. na produção de energia, síntese de hemoglobina, manuten- É importante destacar que a suplementação, persistente ção da massa óssea, função imune e protegem os tecidos ou excessiva, tanto de vitaminas como de minerais, pode dos danos oxidativos27. trazer, como resultado, desbalanço nutricional63. Os atletas estão sob particular risco de ingestão inade- Pode-se dizer que a suplementação de vitaminas e mi- quada de vitaminas e minerais pelo fato de se exercitarem nerais, em altas doses, em indivíduos com valores bioquí- por muito tempo sob alta intensidade e, também, por viaja- micos normais desses nutrientes e que consomem dieta ade- rem bastante e dependerem de cardápios de restaurantes quada e balanceada, não melhora o desempenho físico63. locais59. Há evidências de que pessoas ativas fisicamente perdem CONCLUSÃO minerais através do suor excessivo, das fezes e da urina61,62. Entretanto, segundo alguns autores, os atletas consomem A educação nutricional é de fundamental importância, geralmente dietas balanceadas com elevada ingestão de principalmente para jogadores de futebol, especialmente QUADRO 1 Participação energética dos macronutrientes nas dietas de jogadores de futebol Autor/ano Amostra Valor energético Carboidrato Lipídio Proteína (n) total (kcal) (%) (%) (%) Faber M e Benade AJS (1991)54 30 3.485 41 40 19 Bangsbo J e Lindovist F (1992)13 07 3.341 46 38 16 Rokitzki L et al (1994)55 12 3.750 47 37 16 Giada F et al (1996)56 20 3.650 56 28 16 Raastad T et al (1997)57 28 3.400 54 31 15 Guerra I (2000)58 66 3.969 51 19 30 204 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 6 – Nov/Dez, 2001
  • 6. quando em períodos de treinamento intenso, que conso- 20. Schokman CP, Rutishauser IHE, Wallace RJ. Pre- and postgame macro- nutrient intake of a group of elite Australian football players. Int J Sports mem quantidades elevadas de gordura e pequenas de car- Nutr 1999;9:60-9. boidrato11,61. 21. Kirkendall DT. Effects of nutrition on performance in soccer. Med Sci Portanto, a dieta de um jogador de futebol deve atender Sports Exerc 1993;25:1370-4. aos gastos energéticos, fornecer um balanço adequado de 22. Hawley J, Dennis S, Noakes T. Carbohydrate, fluid and electrolyte re- proteínas, lipídios e carboidratos e atingir as recomenda- quirements of the soccer players: a review. Int J Sport Nutr 1994;4:221- ções de micronutrientes42. 36. 23. Hargreaves M. Carbohydrate and lipid requirements of soccer. J Sports Sci 1994;12:S13-6. AGRADECIMENTO 24. Leatt PB, Jacobs I. Effect of glucose polymer ingestion on glycogen depletion during a soccer match. Can J Sports Sci 1989;14:112-6. 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