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 Terça-feira, 30 de Setembro de 2008
 QUINZENÁRIO
 Ano 2 - Série II - N.º 64
 Director: Henrique Barreto
 Preço: € 0,50 (IVA incluído)




 www.correiodabeiraserra.com



Município passa a integrar região “Turismo do Centro de Portugal”                                                                                  Voluntariado




Oliveira do Hospital
                                                                                                                                                   Trabalhar
                                                                                                                                                   por um sorriso
                                                                                                                                                   Numa altura em que cada um vive
                                                                                                                                                   cada vez mais “a olhar para o umbigo”,




‘abandona’ Serra da Estrela
                                                                                                                                                   o Correio da Beira Serra acompanhou
                                                                                                                                                   um grupo de voluntariado que diaria-
                                                                                                                                                   mente se encarrega de zelar por utentes
                                                                                                                                                   do hospital e do lar de idosos da Fun-
                                                                                                                                                   dação Aurélio Amaro Diniz. São mais
                                                                                                                                                   de 20 pessoas envolvidas num projecto
                                                                                                                                                   onde – conforme sublinham – “a gran-
                                                                                                                                                   de paga é um sorriso”          Pág. 5


                                                                                                                                                   Na área do Agrupamento
                                                                                                                                                   Territorial da GNR da Lousã
                                                                                                                                                   O segundo concelho
                                                                                                                                                   com maior índice
   Foi tudo decidido à pressa. O executivo ca-   do Centro de Portugal”.                          como no seio da actual comissão política do
marário conseguiu autorização da Assembleia         A decisão de retirar o concelho da Serra da   PSD local. Os principais operadores turísticos   de criminalidae
Municipal para que Oliveira do Hospital passe    Estrela – já consumada –, tem suscitado muitas   também discordam, mas mesmo assim a deci-        Na área de intervenção do Agrupa-
a integrar a futura entidade regional “Turismo   críticas não só entre os partidos da oposição    são foi tomada.                Págs. 8 e 9       mento Territorial da Lousã, Oliveira do
                                                                                                                                                   Hospital surge como o segundo con-
                                                                                                                                                   celho com maior índice de criminali-


   Pobreza aumenta no concelho
                                                                                                                                                   dade. Nos últimos cinco anos, tem-se
                                                                                                                                                   registado uma média anual de 440 cri-
                                                                                                                                                   mes.                            Pág. 7


                                                                                                                                                   Eleições autárquicas
                                                                                                                                                   Simões Saraiva
                                                                                                                                                   prefere Mário Alves
                                                                                                                                                   a José Carlos Mendes
                                                                                                                                                   O presidente da Assembleia Municipal
                                                                                                                                                   e destacado militante social-democrata
                                                                                                                                                   veio a público afirmar que aceitará a de-
                                                                                                                                                   cisão que sair do PSD nacional ao nível
                                                                                                                                                   da escolha do candidato às eleições au-
                                                                                                                                                   tárquicas, mas não deixa de manifestar
                                                                                                                                                   a sua preferência por Mário Alves face a
                                                                                                                                                   José Carlos Mendes. “É um homem que
                                                                                                                                                   já tem o comboio a andar e a andar com
                                                                                                                                                   velocidade”, afirma António Simões
                                                                                                                                                   Saraiva em entrevista ao jornal Folha do
                                                                                                                                                   Centro.                       Pág. 12


                                                                                                                                                                    Suplemento
                                                                                                                                                                     C u lt u ra l
                                                                                                                                                                    da OHsXXI
O número de pessoas que depen-       rativamente ao período homólo-       de Julho deste ano –, no concelho   foi à procura de uma família que
de do Rendimento Social de In-       go de 2007.                          de Oliveira do Hospital existem     – nas mais rudimentares con-                         10 ANOS
serção (RSI) para viver, teve um     De acordo com os últimos dados       778 pessoas a receber aquele        dições – sobrevive, na Sobreda,                    E Foi Há Tão Pouco Tempo
aumento de 10 por cento compa-       do RSI – relativos ao final do mês   apoio. O Correio da Beira Serra     com o RSI.          Págs. 2 e 3
                                                                                                                                                                                          PUB
2
                                                            30 de Setembro de 2008
                                           D E S TA Q U E   www.correiodabeiraserra.com



Número de pessoas em situação de carência económica disparou 10 por cento

Aumenta a pobreza em Oliveira do Hospital
   No espaço de um ano, o
 número de pessoas que no
   concelho de Oliveira do
 Hospital depende do Ren-
dimento Social de Inserção
para sobreviver, aumentou
              10 por cento.
      Os maiores sinais de
  pobreza estão na própria
    sede do concelho e em
            Seixo da Beira.

   HENRIQUE BARRE T O




O
                 número de be-
                 neficiários do
                 Rendimento So-
                 cial de Inserção
                 (RSI), que veio
substituir o outrora designado
Rendimento Mínimo Garantido
– instituído no primeiro Gover-
no de António Guterres –, tem
vindo a aumentar no concelho
de Oliveira do Hospital.
   De acordo com os últimos da-
dos estatísticos que o Correio da
Beira Serra solicitou ao Centro
Distrital de Segurança Social de
Coimbra, em Julho deste ano,
existiam 778 pessoas carencia-
das a quem o Estado atribui este
apoio, num total de 274 agrega-
dos familiares.
   Comparativamente ao perío-
do homólogo de 2007, registou-
se um aumento de sensivelmen-
te 10 por cento no número de
pessoas e famílias em situação
de pobreza.
   Este flagelo atinge principal-
mente duas freguesias: Olivei-
ra do Hospital – onde existem
144 pessoas correspondentes a
43 famílias a receberem o RSI
– e Seixo da Beira. Nesta últi-      OĐ

 RETRATO CONCELHIO DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO
3
                                                        30 de Setembro de 2008
                                                    www.correiodabeiraserra.com                D E S TA Q U E

                                   RSI chega a 43 famílias na freguesia de Seixo da Beira                                                               EDITORIAL



                                   Casal da Sobreda engrossa                                                                                                           Entre o mar
                                                                                                                                                                       e a serra…
                                   lista de beneficiários                                                                                              Henrique Barreto


                                   À
                                                     medida que aumentam os sinais de       Contudo, confessa que precisa da ajuda da Segurança        O Plano Estratégico Nacional de
                                                     pobreza, aumentam também os be-        Social para poder realizar obras em casa e assim rea-      Turismo (PENT) aprovado pelo
                                                     neficiários do Rendimento Social de    tar a família. “Esperar” é a palavra de ordem de Maria     Governo e com um horizonte
                                                                                                                                                       até 2015 é o documento que
                                                     Inserção (RSI). Só na freguesia de     Adélia que também quer que a família ponha em seu
                                                                                                                                                       estabelece as principais linhas
                                                     Seixo da Beira há 117 pessoas nessas   nome o sítio onde habita, porque caso contrário não        orientadoras do desenvolvimento
                                   condições. Tome-se o exemplo do casal Campos que,        poderão ser realizadas as melhorias.                       do turismo em Portugal para os
                                   nem com o RSI consegue fazer face às dificuldades e                                                                 próximos anos.
                                   está, por isso, afastado dos dois filhos mais velhos.    “Quase que foram (os filhos) para a adopção”               Este Plano considera que “é estra-
                                      Maria Adélia e Rui Campos, residentes na Sobre-       À mulher que não consegue esconder os sinais de fra-       tégico desenvolver 6 novos pólos
                                   da, são uma das 43 famílias que na totalidade da fre-    gilidade física, tem valido o marido Rui, serralheiro      turísticos: Douro, Serra da Estrela,
                                   guesia de Seixo da Beira beneficiam do Rendimento        de profissão na Sobreda. Mas – como contou – “ele
                                                                                                                                                       Oeste, Alqueva, Litoral Alenteja-
                                                                                                                                                       no e Porto Santo”.
                                   Social de Inserção.                                      teve um enfarte e tem estado de baixa médica”. Pe-         Ao concelho de Oliveira do Hos-
                                      Na casa onde habitam, na rua das Carvalhas, as        sem embora as dificuldades, Maria Adélia garantiu          pital, que tem todo um conjunto
                                   necessidades saltam à vista, com a agravante de ape-     ao CBS que a família nunca passou fome, sublinhan-         de características e especificida-
                                   nas um dos três filhos permanecer com o casal, já que    do que para isso muito contribuiu o dinheiro que re-       des peculiares, não lhe faltam
                                   os outros dois foram encaminhados para colégios em       cebe do RSI, sem saber revelar a quantia exacta que        condições para se impor como um
                                   Condeixa e Figueira da Foz por decisão do tribunal.      lhe é atribuída.                                           importante “produto” turístico à
                                      A morar no espaço que em tempos era usado para            Conformado com o dia-a-dia de que dispõe, o ca-        boleia dessa grande marca que
                                                                                                                                                       é a Serra da Estrela. Nunca o
                                                                                                                                                       soubemos fazer nem temos qual-
                                                                                                                                                       quer perspectiva que nos possa
                                                                                                                                                       conduzir a alcançar esse objecti-
                                                                                                                                                       vo. Falta-nos engenho e arte. Na
                                                                                                                                                       Câmara Municipal de Oliveira do
                                                                                                                                                       Hospital, pura e simplesmente, o
                                                                                                                                                       pelouro do turismo não existe.
                                                                                                                                                       Manda a verdade dizer que a
                                                                                                                                                       Região de Turismo da Serra da Es-
                                                                                                                                                       trela – e tantas outras, incluindo a
                                                                                                                                                       do Centro –, também nunca teve
                                                                                                                                                       capacidade de vender aquele que
                                                                                                                                                       deveria ser um dos mais impor-
                                                                                                                                                       tantes destinos turísticos do país.
                                                                                                                                                       Como muitas outras entidades
                                                                                                                                                       de cariz público, as regiões de
                                                                                                                                                       turismo serviram muitas das
                                                                                                                                                       vezes para saciar o apetite voraz
                                                                                                                                                       das clientelas partidárias e – salvo
                                                                                                                                                       honrosas excepções – caíram
                                                                                                                                                       numa confrangedora inoperância.
                                                                                                                                                       Não sei se bem se mal – vamos
                                                                                                                                                       ver como é que é para depois
                                                                                                                                                       contar como é que foi – o Governo
                                                                                                                                                       decidiu mudar as regras do jogo
                                                                                                                                                       e reorganizar o sector. Oliveira
                                                                                                                                                       do Hospital aproveitou a dica e o
                                                                                                                                                       partido que detém o poder local
                                                                                                                                                       decidiu – de forma apressada
                                                                                                                                                       e atabalhoada, na Assembleia
ma freguesia, conhecida como        Na freguesia de Seixo da Beira a pobreza atinge níveis preocupantes                                               Municipal – pôr-nos no Centro.
aquela que apresenta os piores                                                                                                                         Não foi uma decisão racional
indicadores de desenvolvimen-                                                                                                                          nem muito menos uma decisão
to concelhio, em Julho de 2008     guardar a burra e a carroça dos pai de Maria Adélia,     sal tem “atravessado no coração” o rosto dos filhos
                                                                                                                                                       pensada para servir os superiores
                                                                                                                                                       interesses do município. Foi – do
havia 117 beneficiários do RSI,    o casal Campos dá sinais de uma vivência que não se      que – como disse a esposa – “quase que foram para          meu ponto de vista e do de muito
num total de 43 agregados fami-    compadece com o mínimo exigível numa era que se          adopção”. “Queriam-me levar os meus meninos”,              boa gente – uma decisão com
liares.                            diz moderna, embora o cenário se vá repetindo um         lamentou, garantindo que “nunca passaram fome e            contornos político-partidários. É
   Às portas da cidade, S. Paio    pouco por todo o concelho.                               andaram sempre bem tratados”. “O que haveria de            que na Serra da Estrela está Jorge
de Gramaços e Travanca de La-          Aos 40 anos, Maria Adélia não sabe o que é tra-      ser de mim e dos meus filhinhos”, sustentou Maria          Patrão, do PS; e no Centro, encon-
gos com 50 beneficiários ins-      balhar por conta de outrem, já que nunca esteve          Adélia que não vê a hora de a Segurança Social lhe         tra-se Pedro Machado, do PSD.
critos –, são as duas freguesias   empregada e também não trabalha no campo porque          mandar arranjar a casa para poder reunir de novo a         Na Assembleia Municipal desta
                                                                                                                                                       sexta-feira o PS bem “esperneou”,
onde aparentemente existem         – como confessou ao Correio da Beira Serra – “nuca       família.
                                                                                                                                                       mas ficou bem claro que o maior
mais casos de pobreza.             foi habituada a isso”. Contou que sempre “foi muito          Na casa onde reside o casal Campos, faltam as          partido da oposição não tinha a
   Já na zona do Vale do Alva, a   fraquinha” e tem tido vários problemas de saúde, re-     condições mínimas de sobrevivência, como sejam             lição estudada.
situação mais problemática en-     cordando que em pequena “nem sequer desenvolvia”         uma casa-de-banho, bem como um tecto e paredes             Ao PSD – seguro na sua confortá-
contra-se na freguesia de Aldeia   e até chegou a estar internada no hospital. Na escola,   que impeçam a entrada da chuva e do vento. A hu-           vel maioria de braços quase que
das Dez, onde cerca de nove por    o percurso também não foi famoso, porque confessa        midade é visível por todo o lado e a única torneira        “programados” para se levanta-
cento da população residente       não saber ler, porque nem concluiu a primeira clas-      da casa encontra-se logo à entrada do portão. Na           rem automaticamente - bastou-lhe
– 55 pessoas – depende do RSI      se.                                                      casa – onde não faltam o frigorífico, nem a televisão
                                                                                                                                                       invocar a legislação produzida
                                                                                                                                                       pelo Governo como factor obri-
para sobreviver.                       Conhecida na Sobreda como a filha do senhor Bar-     – existe apenas um quarto dividido por um cortinado        gatório para a mudança. Não é
   A freguesia do concelho com     reiras, Maria Adélia foi criada no Moinho do Buraco,     que separa a cama do casal, do beliche onde dorme          assim: Oliveira do Hospital pode-
menores problemas de pessoas       onde a mãe ganhava sustento para a família – sete        o único filho, de seis anos, que têm à sua guarda. A       ria – e devia – ter ficado no Pólo
dependentes deste rendimen-        filhos no total – como moleira. Agora penalizada pelo    filha de 14 anos frequenta um colégio na Figueira da       de Desenvolvimento Turístico da
to social de inserção é Meruge,    afastamento do que o convívio popular tem de me-         Foz e o filho de 10, frequenta um outro em Condeixa.       Serra da Estrela, que como atrás
com apenas três beneficiários e    lhor – a socialização – Maria Adélia tem intenção de     “Ainda no domingo o lá fomos ver de táxi e ele queria      escrevi é considerado como um
dois agregados familiares a re-    dar novo rumo à vida, porque quer reaver os filhos       vir embora connosco”, disse desgostosa.                    dos 6 novos pólos estratégicos
                                                                                                                                                       para a promoção do turismo em
ceberem o RSI.                     com quem se encontra apenas nas férias escolares.                                                   Liliana Lopes
                                                                                                                                                       Portugal.
4
                                                                                                                  30 de Setembro de 2008
                                                                             OPINIÃO                              www.correiodabeiraserra.com




Os (In)dependentes.
                                                                                                desde que se demonstre quem está do lado de          defesa de ideias, no desbravar de problemas, que
                                                                                                quem, de forma a mostrar à população, o que está     mostrem que não é o poder que está em causa,
                                                                                                ao lado do quê. Parece-me que é precisamente         mas a forma de o gerir.
                                                                                                isto, que começa a mostrar ser chegada a hora           Embora tudo dependa de quem tenha o com-
                                                                                                de romper com a confusão tomada de início, que       promisso de reservar a si a ribalta de desencade-
“Quem pode, resiste. Quem não pode, esconde-se.”                                                a qualquer lista de independentes que se possa       ar o processo das candidaturas independentes.




A
                                                                                                antever, lhe basta, ser opostos unidos em torno      Quer-me parecer que entre nós, há quem já tenha
                  s listas independentes, darão por-                                            do abstracto, isto é, das meras e circunstanciais    percebido que é preciso encontrar uma saída hon-
                  ventura uma tonalidade nova às                                                palavras de ordem, anti alguém.                      rosa para o dilema – em que ele próprio se deixou
                  próximas eleições autárquicas,                                                   Sob pena, de não se verificar uma integração      enredar – de que Mário Alves, parece ser aquele
                  alimentada pelas inúmeras lei-                                                funcional no eleitorado, dos chamados “indepen-      tipo de político, que ganha sempre, mesmo sem
                  turas que colocarão os eleitores                                              dentes”, logo numa fase de bastidores. Há aspec-     cartas para ir a jogo. António Lopes, que ainda só
na posição de árbitro. Não que o crescimento do                                                 tos determinantes que caucionam todas e quais-       disse publicamente que se aquele for a votos, ele
eleitorado que se declara independente, seja hoje                                               quer candidaturas de cariz independente, sejam       irá também. Parece, para o bem e para o mal, estar
uma efectiva realidade entre nós, mas porque                                                    elas de adesão partidária, movimentista, militan-    já muito para além daqueles a quem indica o ca-
numa vertente de pragmatismo político, alguns
dos pré-candidatos a candidatos autárquicos, têm
                                                              Lusitana                          te, ou de cidadania activa. Se não há um mago
                                                                                                como candidato, não se deve desmerecer quem
                                                                                                                                                     minho. Nos dias que correm, não só salvaguarda
                                                                                                                                                     (e bem!) o seu partido, como fala em participação
aflorado esse ciclo alternativo, como possibilida-            Fonseca                           tem dito o quê nesta questão. Pelo facto de a via    pessoal numa alternativa política aglutinadora,
de para dinamizar a sua expressão sócio política                                                dos chamados “independentes”, poder mostrar-se       inteiramente dependente, da constituição de uma
no tecido cívico do concelho.                                 (…) Quer-me parecer               uma mera solução de justaposição de falhas, um       formação de combate cívico, em torno de um pro-
    Esta estratégia conceptual, como opção de par-                                              simples acrescento que em nada altera a lógica       jecto político, que se permita a reunir uma quan-
ticipação política assente em listas designadas               que entre nós, há                 que muitos tomam como certa – mas erradamente        tidade sempre maior de aderentes. Todas as suas
como “independentes”, pode efectivamente cati-                quem já tenha per-                – de que concorrer contra Mário Alves, permiti-      ultimas opiniões, expressas na edição online des-
var para a sua causa, eleitores habitualmente vo-                                               rá por si só, mobilizar largos sectores da opinião   te jornal, denotam que está empenhado a fundo
tantes nos partidos políticos, nomeadamente no                cebido que é preciso              pública.                                             numa coligação de vontades com independentes,
partido charneira da governação local: o PSD. É               encontrar uma saída                  Se a capacidade de intervir socialmente, está     antes das discussões partidárias das autárquicas,
sobre este partido, que recai o facto de estarmos a                                             entre nós disseminada como nunca esteve. Então.      de modo a evitar que se perca uma oportunidade
braços com uma eleição de contestação, se o can-              honrosa para o dilema             Mesmo que acreditemos muitíssimo na força dos        de intervenção da sociedade civil, de trazer à pra-
didato social-democrata for Mário Alves, como                 – em que ele próprio              instintos, o convencimento que existe efectivo       ça pública vozes que não se revêem nos partidos.
muitos cidadãos alvitram. A vontade pessoal do                                                  movimento social a sustentar a fermentação de           Temo que se isto não for levado a sério, por
próprio confirma. E o principio programático de               se deixou enredar                 quaisquer candidaturas independentes – onde          muita gente que hoje está sob a bandeira de um
quem é líder hoje no partido nacional, por fim as-            – de que Mário Alves,             não sejam tratados com deferência os anteceden-      partido, se corra o risco de tornar as listas “in-
segura.                                                                                         tes, o envolvimento, o estímulo, o propósito – só    dependentes”, numa acção de propaganda e vir
    Esta tese e a prática, fazem desconfiar que há            parece ser aquele                 pode, ter como factores de engajamento, um rol       a ser mais uma sombra de intenções e em mais
um roteiro político escrito de fora do circulo de             tipo de político, que             incomensuravelmente grande de sentimentos de         uma forma cinzenta de partidarismo. Em momen-
quem é hoje poder autárquico, e que a hora de                                                   afinidade colectiva, em ambiente de autodeter-       to algum os independentes se podem permitir a
apresentação de candidaturas não é já a de con-               ganha sempre, mesmo               minação individual. Somente isto, pode mostrar,      sombras em dia já nublado. A auto-reprodução de
sensos, mas sim do dissenso, onde os apoios po-               sem cartas para ir a              que as candidaturas independentes como realida-      determinados aparelhos partidários, é dispensá-
líticos pré-partidários e pró-independentes, são                                                de política, não serão tomadas como uma casua-       vel. Se os cidadãos a agrupar não forem indepen-
aparentemente todos bem vindos e gemináveis,                  jogo(...)                         lidade, mas uma proposta de fundo, centrada na       dentes e continuem comprometidos.




A(S) DIFERENÇA(S) ...                                                                                                                                gências pelo menos durante parte do dia ou da noite.
                                                                                                                                                     Ainda só não aplicaram tal decisão porque sentiram a
                                                                                                                                                     forte reacção “contra” tal possibilidade quer por parte
                                                                                                                                                     da População Oliveirense quer por várias entidades,
“Eles” falam, falam, falam, mas...                           houve (a 22 de Setembro, em Coimbra) uma reunião                                        Autarquias incluídas. Ora, para o ano há três eleições
Os partidos maioritários no Concelho - PSD e PS -            da “comissão de acompanhamento” autárquica do                                           diferentes e o PS tem receio das consequências elei-
gostam de falar e de falar e de falar e até fazem “festas”   nosso Município com o actual Presidente da Adminis-                                     torais... Por isso, tem adiado a aplicação prática da
para isso mesmo. Porém, raras vezes descem ao con-           tração Regional de Saúde do Centro para se discutir                                     decisão enquanto “encana a perna à rã ” nestas con-
creto, à proposta detalhada e para cumprir quer pela         o “ponto de situação” e as perspectivas para o Centro                                   versatas institucionais.
Autarquia Municipal quer pelo Governo. Nisso, o PS           de Saúde de Oliveira do Hospital (e em especial para                                       Quanto às “alternativas”, nós, PCP, continuamos
até é “campeão” das generalidades e das “boas inten-         o SAP/Urgências).                                                                       a afirmar que a única e verdadeira alternativa é a de
ções” embora, depois e especialmente no (des)governo,            Pois, no essencial, a “conversa” do actual responsá-                                melhorar os serviços que temos no Centro de Saú-
logo delas se esqueça. Atenção que nos últimos 13            vel do Ministério da Saúde na nossa Região, foi exac-       João Dinis*                 de - público e de serviço público - e criar novas e
anos, o PS é (des)governo em 9 desses anos...                tamente a mesma que há um ano atrás tivera o seu an-                                    eficazes valências públicas. O “resto” são cantigas
    Pois bem, aqui se lembra algumas das questões es-        tecessor em idêntica reunião. Em síntese:- “ nada está      (…) Sendo certo que         para nos adormecer...e para nos virem obrigar a pa-
tratégicas para o PS nos responder claramente:               decidido por parte do Ministério da Saúde...estamos a                                   gar caro pelos serviços de saúde privados que, aliás,
    - Como é com as novas instalações para a ESTGOH          estudar alternativas...os doentes agudos vão continuar      a actual direcção           estão a nascer como cogumelos em várias Freguesias
? Vão entrar no próximo Orçamento de Estado ? E é            a ser atendidos em Oliveira do Hospital...não vão ser       concelhia desse par-        do Concelho.
para serem construídas exactamente aonde ?                   tomadas decisões de fundo sobre o funcionamento do
    - E os IC, Itinerários Complementares ? Exacta-          Centro de Saúde sem previamente auscultar a Autar-          tido ataca (aliás com       Alerta !
mente para quando no nosso Concelho ?                        quia Municipal”. Repete-se:- isto mesmo já nos tinha        muita contradição à         Entretanto, o Ministério da Saúde não se mostra in-
    - Então e quando é que o Governo PS vai deixar           sido dito há um ano atrás. Porém, note-se, ultimamen-                                   teressado em resolver certos problemas como, por
de “chumbar” (como está acontecer agora...) as can-          te tem havido certas informações oficiais, prestadas        mistura...) a maioria       exemplo, o da falta de médicos e de outros técnicos
didaturas a vários projectos que o nosso Município           a clínicos que prestam serviço do Centro de Saúde,          PSD na Câmara, o            de Saúde; a colocação de melhores equipamentos; etc;
tem apresentado, para passar a aprovar essas e outras        segundo as quais vai mesmo haver algumas alterações                                     no Centro de Saúde e respectivas Extensões. Ou seja,
candidaturas ?                                               importantes ( nas urgências) a curto prazo ou seja,         facto é que não tem         o (des)governo PS deixa que as situações se degradem
    ...                                                      logo após a abertura da “Unidade Básica de Saúde” em        coragem para retirar        e se degradem mais ainda para que as Populações,
    Quanto ao PSD, por favor, deixem-se de nos querer        Arganil. Veremos então...                                                               um dia destes, desesperadas, até achem que o melhor
convencer que, afinal, estão na “oposição autárquica”            No entanto, há que também reflectir sobre a “curio-     a confiança política a      mesmo é fechar os serviços públicos do nosso Centro
a eles próprios, em Oliveira do Hospital. Sendo certo        sidade” da Administração Regional de Saúde do Cen-          essa mesma maioria          de Saúde... Aliás, igual “técnica” já foi usada em situ-
que a actual direcção concelhia desse partido ataca          tro / Ministério da Saúde andarem a “estudar” as ditas                                  ações idênticas.
(aliás com muita contradição à mistura...) a maioria         “alternativas” ao SAP / Urgências do nosso Centro de        autárquica (…)                 Assim, aqui se renova o apelo à População e às Au-
PSD na Câmara, o facto é que não tem coragem para            Saúde há mais de dois anos, sem todavia serem capa-                                     tarquias Oliveirenses para que se mantenham muito
retirar a confiança política a essa mesma maioria au-        zes de as adiantar, agora, nesta reunião de 22 de Se-                                   atentas ao desenrolar dos acontecimentos e para que
tárquica a qual, aliás, está muito bem posicionada pe-       tembro. Ou não têm “alternativas” ou são uns grandes                                    não se deixem endrominar pela “publicidade enga-
rante a actual direcção distrital de Coimbra e perante a     “cábulas” ou...                                                                         nosa” desta “rapaziada e raparigada” nas próximas
própria direcção nacional do mesmo PSD. Portanto...                                                                                                  eleições.
                                                             O (des) governo PS
SAP :- “Tudo como dantes                                     já tomou a decisão e há muito, mas...                                                      Nota:-em próximo artigo, retomaremos o tema das
no quartel-general de Abrantes”...                           A nosso ver, está já tomada, e há muito, pelo                                           propostas CDU que fazem a diferença.
A solicitação do Presidente da Câmara Municipal,             (des)governo PS, a decisão de encerrar o SAP/ Ur-                                                              * Autarca da CDU – Oliveira do Hospital
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                                                              30 de Setembro de 2008
                                                          www.correiodabeiraserra.com              SOCIEDADE




Mais de 20 pessoas envolvidas no voluntariado da FAAD “a troco de nada”

“A grande paga é um sorriso”          gina a deixar de ser voluntário.     prefiro não tentar saber qual foi o   cia para as pessoas sem afazeres     de que este trabalho requer uma
    Bata amarela, sorriso no
                                         “Então, hoje como é que se        desfecho”, contou Maria da Glória     profissionais.                       grande estabilidade emocional
rosto e espírito de entrega.          sente?”, começam por perguntar       Morais, referindo que até já tem         Encontram-se à hora marcada       que nem sempre é comum entre
                                      os voluntários, que entre a con-     ido a alguns funerais. “Há mo-        na sala reservada ao voluntaria-     os jovens. “Sinto que por vezes há
Eis os três instrumentos de
                                      versa vão averiguando se cada        mentos de grande perda”, acres-       do. As chatices ficam do lado de     um pouco de inconstância, por-
   que fazem uso os “traba-           utente tomou a medicação ou se       centou Paulo Marques que se con-      fora do hospital e do lar e, o bom   que os jovens vivem a vida com
                                      necessita de algum tipo de ajuda.    fessa vitorioso em todas as vezes     humor começa a contagiar. Irene      outra velocidade”, referiu, dando
  lhadores” que integram o
                                      “Tem bebido água? Já sabe que é      em que consegue fazer um utente       Oliveira, de 55 anos de idade, faz   conta de que para se ser volun-
grupo de voluntariado que             importante…”, vão alertando aos      sorrir. “É menos um momento de        questão de integrar o grupo de       tário é necessário “ter espírito de
                                      mais velhos, sem deixarem de         dor”, sublinhou, deixando claro       Paulo Marques, chegando a falar      entrega, em troca de nada”.
 diariamente contacta com
                                      transmitir uma mensagem de con-      que “a grande paga” de toda a de-     de uma “dupla perfeita”. “Somos
    cada um dos utentes do            forto e de esperança em rápidas      dicação do corpo de voluntariado      muito brincalhões e fazemos rir      Famílias reconhecem benefícios




                                                                  ‘
                                      melhoras.                            “é o sorriso”.                        as pessoas com as nossas graças.     “Estes senhores dão-nos muito
hospital e do lar de idosos
                                         É sobretudo na unidade de                                               Mas, se falho um dia, fico doen-     conforto”. A afirmação pertence
da Fundação Aurélio Ama-              cirurgia que a conversa mais         (…) “queremos apanhar a               te”, confessou, revelando-se de-     a Maria do Carmo Lopes que há
                                      se desenvolve entre utentes                                                pendente desta actividade que        duas semanas foi operada a uma
           ro Diniz (FAAD).
                                      e voluntários, já que – como         hora de jantar para poder-            um dia a ajudou a ultrapassar um     anca e disse estar muito satisfeita
                                      explicou Paulo Marques – as                                                processo de depressão nervosa        com os cuidados que está a rece-
                                      pessoas estão normalmente            mos auxiliar quem não pode            que a afectou. “Entrei num cari-     ber no hospital.
   LILIANA LOPES
                                      a recuperar de uma cirurgia          comer pela própria mão”,              nho e numa adaptação ao doente          Os sorrisos vão-se abrindo por




S
                                      e não são tão idosas como                                                  que me levou a ser voluntária”,      cada um dos quartos que o grupo
            ão mais de 20 elemen-     as que se encontram na uni-          explicou o coordenador do             sustentou.                           passa. Seja para um desabafo, ou
            tos, mas desdobram-se     dade de medicina. Contudo,                                                    Sempre teve tendência para        para um troca de ideias mais alar-
            em pequenos grupos        lembra que em qualquer               projecto de voluntariado              apoiar os doentes, mas foi sobre-    gada, todos os utentes dão ares de
            que, de manhã, de tar-    das situações, a abordagem           da FAAD, que nem sequer               tudo a doença e a morte do ma-       satisfação. E, mesmo sem respos-
            de ou, ao cair do dia     com os utentes deve ser fei-                                               rido que levaram Maria da Glória     ta, os voluntários insistem em fa-
fazem questão de visitar quem,        ta “com muita subtileza e de         se imagina a deixar de ser            Morais a fazer o curso de voluntá-   lar junto ao ouvido do doente, dei-
por qualquer motivo, se encontra      forma cuidadosa”. Ultrapas-                                                ria. “Tive os meus avós comigo até   xando votos de rápidas melhoras.
sob o olhar atento de médicos,        sada a barreira do primeiro          voluntário (…)                        aos 96 anos”, contou, confessando       Conceição Coelho reconhece a
enfermeiros, assistentes sociais e    contacto, são os próprios                                                  que se sente bem com os doentes      mais-valia do trabalho dos senho-
outros profissionais de saúde.        utentes que anseiam pela chegada     “Se falho um dia, fico doente”        porque percebe que o sentimento      res da “bata amarela”. “Acho que é
   Paulo Marques, Irene Oliveira,     dos senhores da “bata amarela”.      Constituído com o objectivo de        é recíproco.                         óptimo porque conversam com as
Maria da Glória Morais e Olga Du-     “Pensei que hoje nem vinham…”,       minimizar a dor de uma estada            A realização de um curso ante-    pessoas e nem sempre as famílias
arte participaram na visita da pas-   costumam dizer.                      no hospital ou no lar, o grupo de     cipou a actividade de voluntaria-    podem vir”, referiu quando visita-
sada quinta-feira, entre as 17h30 e      A criação de afectos é inevi-     voluntariado da FAAD iniciou ofi-     do, mas Paulo Marques conta que      va a tia que está internada há mais
as 19h30. E até o horário tem uma     tável e, na rua as abordagens são    cialmente a actividade em Janei-      desde muito cedo teve tendência      de um mês naquela unidade hos-
explicação: “queremos apanhar a       frequentes entre utentes e volun-    ro de 2002. Directamente ligado       de passar pelo hospital para visi-   pitalar. “Ficamos mais descansa-
hora de jantar para podermos au-      tários. Pior é quando as camas       à Liga de Amigos da FAAD, mas         tar os doentes, sobretudo aqueles    das e é uma óptima ajuda para as
xiliar quem não pode comer pela       do hospital ou do lar ficam livres   com estatutos próprios, o grupo é     que não têm visitas habituais. Ao    famílias”, reconheceu, elogiando
própria mão”, explicou o coorde-      sem que dos utentes em causa se      maioritariamente constituído por      CBS, realçou que gostaria de ver     a capacidade de as pessoas des-
nador do projecto de voluntariado     esperassem melhoras de saúde.        mulheres, com idades entre os 25      mais jovens envolvidos nesta tare-   penderem um pouco de tempo em
da FAAD, que nem sequer se ima-       “Quando sei que o caso é grave,      e os 80 anos, com maior prevalên-     fa, mas também tem consciência       prol dos outros.
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                                                                                              30 de Setembro de 2008
                                                        EDUCAÇÃO                              www.correiodabeiraserra.com


C R O N I Q U E TA
                                                  No feriado municipal, dia 7 de Outubro
                      Da lousa                    Município homenageia José Reis
                         ao
                      Magalhães                   com Medalha de Ouro Municipal
Carlos Alberto (Vilaça)
Com a reabertura das escolas, há um novo
ciclo na aprendizagem das coisas com que os
jovens hão-de enfrentar o mundo – um enorme
mercado onde (quase) tudo se compra.
                                                  J        osé Joaquim Dinis Reis
                                                           vai, no próximo dia 7
                                                           de Outubro, feriado mu-
                                                           nicipal em Oliveira do
                                                           Hospital, ser homenage-
                                                  ado pelo município com a Meda-
                                                  lha de Ouro Municipal. Licen-
                                                                                                                                                também várias vezes apontado o
                                                                                                                                                nome de Reis como um potencial
                                                                                                                                                candidato à presidência da Câ-
                                                                                                                                                mara Municipal, embora nunca
                                                                                                                                                se tenha concretizado qualquer
                                                                                                                                                candidatura.

Por ora, a festa está para durar durante mais     ciado em Economia, José Reis é                                                                Medalhas de Mérito Municipal
uns tempos porque a alegria de quem reencon-      actualmente professor catedrá-                                                                para personalidades ligadas
tra amigos e colegas de faixas etárias seme-      tico na Faculdade de Economia                                                                 à música
lhantes é contagiante. O conhecimento virá        da Universidade de Coimbra,                                                                   Para a atribuição das meda-
depois, durante meses de cansaço intelectual      investigador e membro do Con-                                                                 lhas de Mérito Municipal, a
até atingir a meta no próximo Verão               selho Nacional do Ambiente e                                                                  autarquia oliveirense decidiu-
Debruço-me com alguma nostalgia sobre as          do Desenvolvimento Sustentá-                                                                  se pelos nomes Carlos Alberto
descobertas dos mais pequenos no 1º ciclo (ex     vel. Aos 54 anos de idade, o seu                                                              Rodrigues Lopes, maestro do
escola primária); às novas matérias juntam-se     nome está também ligado ao En-                                                                Grupo Coral de Sant’Ana, José
as brincadeiras que fazem de cada intervalo       sino Superior por ter exercido                                                                da Costa Gomes, executante da
um momento único: à falta do pião e das corri-    funções de Secretário de Estado                                                               Filarmónica Avoense e Carlos
das dos “arcos”, inventam-se outros jogos, mas    entre 1999 e 2001, bem como à                                                                 dos Reis Gomes, um falecido
a bola e a “macaca” continuam a fazer parte da    Comissão de Coordenação de                                                                    executante da mesma Filarmó-
lista que todos soletrámos no tempo certo…        Desenvolvimento Regional do                                                                   nica que será homenageado a
A ocupação dos “intervalos” das aulas acom-       Centro, cuja presidência ocupou                                                               título póstumo.
panhou a evolução das mesmas, já não há o         entre 1996 e 1999.                                                                               Sublinhe-se que José da Cos-
papaguear dos rios e afluentes, das linhas-fér-      Natural de Aldeia das Dez,                                                                 ta Gomes, de 83 anos de idade,
reas e ramais, e até “cantar a tabuada” caiu em   José Reis apresenta um percurso                                                               é também “homenageado” pelo
desuso, para o bem e para o mal na aprendi-       marcado pela colaboração com                                                                  Correio da Beira Serra que nesta
zagem das “contas”. A professora Georgina,        várias universidades estrangei-                                                               edição lhe reserva a página 15.
por exemplo, levava tudo muito a sério, e ai de   ras, registando-se também o fac-                                                              Num trabalho de Carlos Alberto,
quem não tivesse na ponta da língua “quantos      to de ser autor de vários textos                                                              o executante de clarinete, é a Fi-
eram 9 x8”!                                       e publicações. A nível local, foi                                                             gura escolhida deste jornal.
A “minha” escola, por onde passaram milhares
de alunos, continua de pé: uma sala de aula
de cada lado, e ao centro a residência dos pro-
fessores, encimada por um varandim em ferro       Director da ESTGOH confiante num bom resultado na 2ª fase
                                                  “Temos a expectativa de voltar
que servia de púlpito à mestra nos intervalos
mais prolongados:
-Meninos, pouco barulho, já lá para dentro!
E nós, claro, obedecíamos porque tínhamos
nos ouvidos os sons da régua quando vinha
lá do alto “descansar” nas palmas das nossas
mãos…
                                                  a preencher a totalidade das vagas”
                                                  D
As “contas” eram feitas na “pedra” (lousas)                      epois de uma primeira        tes justifica os resultados com um bom     gas colocadas a concurso.
com um lápis da mesma matéria, e no fundo                        fase, em que o número de     trabalho de divulgação e com a “elevada       “Só posso estar confiante”, referiu
da sala havia um mapa de Portugal para onde                      candidaturas quase que       empregabilidade” dos quatro cursos.        Nuno Fortes ao Correio da Beira Serra,
nos dirigíamos quando a professora assim o
                                                                 quadruplicou o número           Os resultados da segunda fase do con-   notando que na primeira fase concorre-
entendia.”Ir ao mapa ou ao quadro” deixava
                                                                 de vagas, a Escola Supe-     curso nacional ao ensino superior só é     ram quase quatro vezes mais alunos do
os alunos com tremedeira nas pernas porque a
                                                  rior de Tecnologia e Gestão de Oliveira     conhecido dia 13 de Outubro, mas a ex-     que o número de vagas colocadas a con-
professora Georgina fazia-se acompanhar por
                                                  do Hospital (ESTGOH) está agora con-        pectativa do director da Escola Superior   curso. “Tínhamos 120 vagas e registá-
uma “vara da índia”…para apontar e “espantar
                                                  fiante na ocupação total das 46 vagas a     de Tecnologia e Gestão de Oliveira do      mos 466 alunos candidatos”, sublinhou
a ignorância” das nossas cabeças.
                                                  concurso na 2ª fase. O director Nuno For-   Hospital é de ocupação total das 46 va-    o responsável, notando que em face des-
Uma vez, na quarta classe, confundi os feitos
                                                                                                                                         tes resultados, acredita numa segunda
heróicos de Vasco da Gama e Fernão de Ma-
                                                                                                                                         fase participada, porque houve muitos
galhães; o castigo não se fez esperar como era
                                                                                                                                         alunos que ficaram de fora.
moda, por isso deixei de “ver com bons olhos”
                                                                                                                                            No dia em que teve início o novo ano
estas duas figuras dos mares nunca dantes
                                                                                                                                         lectivo na ESTGOH – ontem foi o pri-
navegados. Passado meio século, eis que um
                                                                                                                                         meiro dia de aulas – Nuno Fortes confes-
deles, o “Magalhães”, passa a ser motivo de
                                                                                                                                         sou-se satisfeito ao CBS, realçando que
conversa em tudo quanto é sítio, só que desta
                                                                                                                                         os resultados da primeira fase só foram
vez não me apanhou desprevenido: tenho
                                                                                                                                         alcançados graças a um trabalho de di-
um Toshiba, de quem é “primo”, e agora já
                                                                                                                                         vulgação realizado junto das escolas
não confundo as aventuras dos dois mestres
                                                                                                                                         secundárias e profissionais da região e
marinheiros – o Google está ao alcance de um
                                                                                                                                         porque estão em causa “cursos com ele-
“click” e a resposta vem de imediato!
                                                                                                                                         vada empregabilidade”. “É com muito
Se a professora Georgina fosse viva, apesar de
                                                                                                                                         agrado que assistimos a estes resultados
rezinga, a sua competência de mestre-escola
                                                                                                                                         e temos a expectativa de voltar a preen-
estaria à altura de utilizar as novas tecnolo-
                                                                                                                                         cher a totalidade das vagas a concurso
gias em benefício dos alunos – disso tenho
a certeza! – e eu, quem sabe, teria ido além                                                                                             na segunda fase”, sustentou o director
da Taprobana se tivesse um “Magalhães” à                                                                                                 da Escola que, pelo segundo ano conse-
disposição…                                                                                                                              cutivo, assiste a um bom resultado no
Agora (como antes, mas de outra forma…) já                                                                                               que respeita à ocupação das vagas para
não há desculpas para ir mais longe “ sem sair                                                                                           os quatro cursos que lecciona: Engenha-
de casa”! Portanto, façam o favor de viajar na                                                                                           ria Civil, Engenharia Informática, Admi-
nova “caravela portuguesa” na companhia das                                                                                              nistração e Finanças e Administração e
vossas crianças, com estas ao leme.                                                                                                      Marketing.
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                                                                  30 de Setembro de 2008
                                                              www.correiodabeiraserra.com                    LOCAL

440 crimes cometidos anualmente

Oliveira do Hospital é o segundo concelho
com maior índice de criminalidade
   As pessoas e o património são
    os alvos do maior número de
crimes cometidos no concelho de
  Oliveira do Hospital. Com uma
  média de 440 crimes por ano, o
concelho é o segundo com maior
 índice de criminalidade na área
 de intervenção do Agrupamento
    Territorial da GNR da Lousã.

   LILIANA LOPES




H
                 omens, com idades acima dos
                 30 anos, trabalhadores por
                 conta de outrem e pertencen-
                 tes à classe média-baixa. Este
                 é o perfil do vulgar autor de
crimes contra as pessoas – difamação, injú-
rias e ofensas à integridade física – e contra
o património – furto e dano – normalmente
praticados no concelho de Oliveira do Hospi-
tal. Nas situações de difamação e injúrias há
ainda uma tendência para a prevalência do
sexo feminino.
    A informação foi avançada pelo Destaca-
mento Territorial da GNR da Lousã que nos
últimos cinco anos tem registado uma média
anual de 440 crimes praticados no concelho,
notando que os índices de criminalidade ten-
dem a “manter uma certa estabilidade”. Note-
se, por exemplo, que no ano de 2006 se re-
gistou um acréscimo de 48 crimes, enquanto
que em 2007 se assistiu a uma descida de 30
crimes. Dados relativos ao primeiro semestre
deste ano – 181 crimes cometidos – levam           Crimes contra o património têm vindo a aumentar.
a GNR a constatar um “ligeiro abaixamento
comparativamente ao ano anterior”.                crimes são mais frequentes no período de Ve-          são referenciadas como “casos pontuais”.         “A pobreza é mais preocupante
    Praticados individualmente contra as          rão e de férias, justificados pelo aumento de            Assaltos a espaços comerciais e até a obras   do que o crime”
pessoas e em grupo contra o património, os        pessoas no concelho, quer se trate de visitan-        de construção civil têm sido, na realidade, as   Para Manuel Gandarez, conhecido advogado
                                                                tes, quer de naturais do conce-         ocorrências mais registadas em Oliveira do       de Oliveira do Hospital, a incidência de si-
                                                                lho, não havendo contudo uma            Hospital, invertendo-se assim aquela que era     tuações de crime no concelho não o assusta,
                                                                tendência para ocorrerem num            a tendência ocorrida no meio do século pas-      por constatar que por cá “não abunda o crime
                                                                momento particular do dia. Pese         sado, altura em que predominavam os crimes       organizado que por norma inquieta a comuni-
                                                                embora a incidência de crimes           entre vizinhos e até familiares por razões de    dade”. Confessa-se mais preocupado com os




                                                                                                        ‘
                                                                em Oliveira do Hospital, o Des-         partilhas e passagens de água para regadio.      sinais de pobreza e de dificuldades económi-
                                                                tacamento Territorial da GNR                                                             cas, por perceber a existência de uma cone-
                                                                da Lousã recusa tratar-se de um                                                          xão com a ocorrência de crimes como o furto
                                                                                                                 (…) Dos sete municípios
                                                                “surto”, não negando contudo a                                                           e até a prática da prostituição.
                                                                ocorrência de algum tipo de cri-                 que integram a área de in-                 “Temos crimes e vamos ter cada vez
                                                                minalidade com uma frequência                                                            mais, mas não são alarmantes”, referiu o
                                                                                                                 tervenção do Destacamento,
                                                                fora do normal.                                                                          advogado, considerando que muita da pro-
                                                                    Dos sete municípios que in-                  Oliveira do Hospital surge              miscuidade detectada deriva das situações
                                                                tegram a área de intervenção                                                             de perturbação e desespero ligadas à falta de
                                                                                                                 no lugar imediatamente a
                                                                do Destacamento, Oliveira do                                                             emprego no concelho. Gandarez chega até
                                                                Hospital surge no lugar imedia-                  seguir à Lousã que lidera a             a responsabilizar a Câmara Municipal pela
                                                                tamente a seguir à Lousã que                                                             falta de desenvolvimento empresarial e por
                                                                                                                 tabela em matéria de crimi-
                                                                lidera a tabela em matéria de                                                            consequência pela ocorrência de situações
                                                                criminalidade. Esta posição é                    nalidade (…)                            de crime.
                                                                justificada com o facto de o con-                                                           Convidado por este jornal a avaliar a evo-
                                                                celho oliveirense ser o segundo             Num concelho que continua a ostentar         lução do crime no concelho, o advogado oli-
                                                                com maior concentração popu-            as marcas da interioridade é também visível      veirense nota que o que mais prevalece são
                                                                lacional urbana, pelo que, tam-         uma espécie de barreira que, até agora, tem      as ofensas corporais simples, ficando para
                                                                bém por isso – garante aquela           impedido a incidência de crimes violentos        trás as injúrias e difamações. Explicou que
                                                                força de segurança – Oliveira do        como o “carjacking”, os homicídios e os assal-   as taxas judiciais elevadas têm vindo a inibir
                                                                Hospital “é sempre alvo de uma          tos armados a bancos, postos de combustível      os particulares ofendidos de avançar com as
                                                                atenção especial” e as situações        e farmácias que, nos grandes centros urbanos,    queixas para tribunal devido aos parcos re-
                                                                de criminalidade mais graves            aumentou no primeiro semestre deste ano.         cursos económicos.
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                                                                                                                                                      30 de Setembro de 2008
                                                                                  POLÍTICA                                                            www.correiodabeiraserra.com



 “Ainda vamos ver as nossas ovelhas a pastar no areal da praia da Figueira da Foz”

PSD joga ao centro
         Foi notória a pressa com
    que a Assembleia Municipal
    lidou com o polémico dossiê
    que transfere o município de
Oliveira do Hospital da Serra da
 Estrela para a Região “Turismo
             Centro de Portugal”.
   Com o “trabalho de casa” por
 fazer, a oposição protestou mas
    a maioria do PSD levantou o
   braço em sinal de aprovação.

   HENRIQUE BARRE T O




A
                inda vamos ver
                as nossas ove-
                lhas a pastar no
                areal da praia da
                Figueira da Foz.
Vai ser porreiro…”, ironizou um
munícipe que, esta sexta-feira à
noite, dia 26, assistia, na Assem-
bleia Municipal (AM), à acesa
discussão de uma proposta da
Câmara Municipal com vista à
inclusão do município de Olivei-
ra do Hospital na futura entidade     PSD viabilizou a inclusão de Oliveira do Hospital na região “Turismo do Centro de Portugal”
regional “Turismo do Centro de
Portugal”.                           do executivo – e conjuntamente                                   altitude, a Turistrela é quem man-                                         grande maioria composta por pes-                                           Hospital no Pólo Turístico da Ser-
   A polémica proposta, aprovada     com os seus pares – deliberou,                                   da, continuou o autarca de Meru-                                           soas nascidas e criadas nas faldas                                         ra da Estrela”.
pela confortável maioria social-     com a abstenção dos vereadores                                   ge, afirmando que “foi o senhor                                            da Serra da Estrela, poderia estar                                            Uma questão pertinente, sur-
democrata de que o executivo ca-     do PS, no sentido de colocar o                                   engenheiro Guterres, amigo dos                                             receptiva a outra “corrente de                                             giu entretanto pela voz do pre-
marário dispõe na AM, gerou uma      município a que preside na região                                Costa Pais, que lhes deu isso”.                                            opinião”. Mas o presidente da As-                                          sidente da Junta de Freguesia de
quase interminável discussão.        “Turismo do Centro de Portugal”.                                    Apesar destas declarações,                                              sembleia Municipal, encarregou-                                            Lagares da Beira, Raul Costa, que
   O presidente da Câmara de            O PS “esperneou”, mas de nada                                 Abreu não se mostrou porém                                                 se de “afinar” a orquestra. “… em                                          perguntou por que razão é que
Oliveira do Hospital começou a       valeu. “Devemos tomar uma posi-                                  muito convicto quanto à integra-                                           face de uma pergunta concreta…                                             “tem que ser a Assembleia a votar
preparar o terreno e, quando já      ção de modo a não sairmos de for-                                ção de Oliveira do Hospital na                                             não será melhor irmos para a Re-                                           esta questão se a lei obriga a que




                                                                                    ‘
passava da meia-noite, “cansou”      ma nenhuma da Serra da Estrela                                   Portugal Centro. “Por deformação                                           gião de Turismo Centro de Por-                                             sejamos integrados na Região de
os deputados municipais com          – o nosso habitat natural”, salien-                              ideológica sou contra o centro.                                            tugal?”, perguntou, com ar sério,                                          Turismo “Centro de Portugal”.
a leitura da troca de correspon-     tou Carlos Mendes sem dei-                                                                                                                  António Simões Saraiva.                                                       “Se é lei é lei. Metam-nos onde
dência entre a autarquia olivei-     xar contudo de referir que                                      (…) Mário Alves foi taxativo                                                   “Nós estamos obrigados por lei                                          quiserem, não me perguntem é se
rense e o secretário de Estado do    Oliveira do Hospital poucos                                                                                                                 a estar onde nos meteram. E a lei                                          quero… Eu não subscrevo esta
                                                                                                     ao explicar que se o municí-
Turismo. Foi taxativo ao explicar    benefícios tem colhido por                                                                                                                  tem pais”, sentenciou o deputado                                           lei. Estou indignado”, sentenciou
que se o município de Oliveira       via da sua presença na Re-                                      pio de Oliveira do Hospital                                                 da CDU, João Dinis, advertindo                                             também o deputado municipal do
do Hospital não vai pertencer ao     gião de Turismo da Serra da                                                                                                                 no entanto que “outra situação é                                           PS, Carlos Maia.
                                                                                                     não vai pertencer ao Pólo de
Pólo de Desenvolvimento Turísti-     Estrela. “O que fala é a valia                                                                                                              o que se pode fazer para reparar                                              Da bancada do PSD, Rui
co da Serra da Estrela – mas antes   dos projectos. Não tem nada                                     Desenvolvimento Turístico da                                                a situação”.                                                               Abrantes interveio para notar que
à região “Turismo do Centro de       a ver estarmos na Serra ou                                                                                                                     Dinis redigiu logo no momento                                           “podemos dar o benefício da dú-
                                                                                                     Serra da Estrela – mas antes à
Portugal” – é porque “decorre da     estarmos no Centro”, ripos-                                                                                                                 uma moção para que a AM deli-                                              vida à «Turismo do Centro», já que
lei que foi produzida pelo Gover-    tou Mário Alves.                                                região “Turismo do Centro de                                                berasse “protestar junto do Go-                                            – conforme observou – “nestes 30
no. Não foi produzida pelo muni-        “Está aqui uma grande                                                                                                                    verno e da Assembleia da Repú-                                             anos” o município de Oliveira do
                                                                                                     Portugal” – é porque “decorre
cípio”, sublinhou.                   salgalhada”, começou por                                                                                                                    blica contra essa não inclusão do                                          Hospital poucos benefícios obteve
   Habilmente, Mário Alves apal-     notar o deputado municipal                                      da lei que foi produzida pelo                                               município” na Serra da Estrela,                                            com a sua participação na Região
pou o terreno e tentou responsa-     da CDU, João Abreu, susten-                                                                                                                 reclamando “a urgente correcção                                            de Turismo da Serra da Estrela.
                                                                                                     Governo (...)
bilizar o Governo socialista por     tando no entanto que a res-                                                                                                                 da situação tendo necessariamen-                                              Invocando o decreto-lei, João
precipitar esta situação. Contudo    ponsabilidade é da lei que o Go-                                 Ou é para a esquerda ou é para a                                           te em conta a posição e a vontade                                          Esteves, também do PSD, salien-
– e como competia à Assembleia       verno Socialista criou em matéria                                direita”, riu-se, alegando não ver                                         do nosso município”.                                                       tou por seu turno que Oliveira
dar a necessária autorização para    de organização do planeamento                                    com bons olhos “como é que se                                                 Para o autarca da CDU – con-                                            do Hospital foi excluída do Pólo
que Oliveira do Hospital transite    turístico.                                                       vai promover uma região de Lis-                                            forme refere a moção, que viria                                            de Desenvolvimento Turístico da
para a nova entidade de turismo         Muito crítico quanto à forma                                  boa até Aveiro”.                                                           a ser chumbada com os votos do                                             Serra da Estrela e, como tal, “te-
–, Alves declinou as consequên-      como se tem lidado com o turis-                                                                                                             PSD e de alguns deputados do PS                                            mos que nos inserir à priori e já”
cias da decisão. “Esse é um ónus     mo na serra, Abreu advertiu que                                  Simões Saraiva “afina”                                                     –, esta tomada de posição é im-                                            na região de Turismo «Centro de
que não ficará na Câmara… ficará     “a Serra da Estrela tem uma en-                                  a orquestra                                                                periosa uma vez que é “a actual                                            Portugal».
com vossas excelências que têm a     tidade – a Turistrela – que é um                                 Nesta altura da discussão – e                                              composição territorial legislada                                              Preparando o caminho para a
capacidade de decisão”, advertiu     monopólio existente no nosso                                     ainda o debate ia a meio – o PSD                                           pelo Governo que, à partida, não                                           aprovação daquele polémico dos-
o autarca do PSD que, em reunião     país… acima dos 700 metros de                                    percebeu que a sua bancada, na                                             coloca o município de Oliveira do                                          siê, Esteves não teve dúvidas em


                                              Ficha Técnica Administração: António dos Santos Lopes Direcção Editorial: Henrique Barreto - henriquebarreto@correiodabeiraserra.com Jornalista Principal: Liliana Lopes - lilianalopes@correiodabeiraserra.com Desporto: Editor: José Carlos Alexandrino, João Jorge Colaboradores
                                              Permanentes: Adelaide Freixinho, António Campos, Carlos Portugal, Carlos Alberto, Carlos Carvalheira, João Dinis, José Augusto Tavares, Luís Lagos, Luís Torgal, Paulo Ribeiro (caricaturista), Rui Santos. Deptº. Comercial: Isabel Mascarenhas Projecto Gráfico: Jorge Lemos
                                              Impressão: Coraze - Oliveira de Azeméis – Telef.: 256 600 580 - Fax: 256 600 589 - E-mail: grafica@coraze.com Sede, Redacção e Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 – 1º Esqº - 3400-075 Oliveira do Hospital, Telef.:2380865476 Fax 238086547 Correio
                                              Electrónico geral@correiodabeiraserra.com Edição Internet: www.correiodabeiraserra.com Entidade Proprietária: Temactual, Lda, Matric. na Conservatória do Registo Comercial de Oliveira do Hospital sob o número 507601750, Contribuinte: 507601750, Capital Social:

www.correiodabeiraserra.com                   25,000 Euros Nº de Registo no ICS: 112130 Depósito Legal N.º 54475/92 Tiragem Média Mensal: 6.000 exemplares Detentores de mais de 10% do capital da empresa: AHL -Investimentos e Participações, SGPS, SA.; Henrique Manuel Barreto Pereira de Almeida
CORREIO DA BEIRA SERRA – 30.09.2008
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CORREIO DA BEIRA SERRA – 30.09.2008

  • 1. PUB Terça-feira, 30 de Setembro de 2008 QUINZENÁRIO Ano 2 - Série II - N.º 64 Director: Henrique Barreto Preço: € 0,50 (IVA incluído) www.correiodabeiraserra.com Município passa a integrar região “Turismo do Centro de Portugal” Voluntariado Oliveira do Hospital Trabalhar por um sorriso Numa altura em que cada um vive cada vez mais “a olhar para o umbigo”, ‘abandona’ Serra da Estrela o Correio da Beira Serra acompanhou um grupo de voluntariado que diaria- mente se encarrega de zelar por utentes do hospital e do lar de idosos da Fun- dação Aurélio Amaro Diniz. São mais de 20 pessoas envolvidas num projecto onde – conforme sublinham – “a gran- de paga é um sorriso” Pág. 5 Na área do Agrupamento Territorial da GNR da Lousã O segundo concelho com maior índice Foi tudo decidido à pressa. O executivo ca- do Centro de Portugal”. como no seio da actual comissão política do marário conseguiu autorização da Assembleia A decisão de retirar o concelho da Serra da PSD local. Os principais operadores turísticos de criminalidae Municipal para que Oliveira do Hospital passe Estrela – já consumada –, tem suscitado muitas também discordam, mas mesmo assim a deci- Na área de intervenção do Agrupa- a integrar a futura entidade regional “Turismo críticas não só entre os partidos da oposição são foi tomada. Págs. 8 e 9 mento Territorial da Lousã, Oliveira do Hospital surge como o segundo con- celho com maior índice de criminali- Pobreza aumenta no concelho dade. Nos últimos cinco anos, tem-se registado uma média anual de 440 cri- mes. Pág. 7 Eleições autárquicas Simões Saraiva prefere Mário Alves a José Carlos Mendes O presidente da Assembleia Municipal e destacado militante social-democrata veio a público afirmar que aceitará a de- cisão que sair do PSD nacional ao nível da escolha do candidato às eleições au- tárquicas, mas não deixa de manifestar a sua preferência por Mário Alves face a José Carlos Mendes. “É um homem que já tem o comboio a andar e a andar com velocidade”, afirma António Simões Saraiva em entrevista ao jornal Folha do Centro. Pág. 12 Suplemento C u lt u ra l da OHsXXI O número de pessoas que depen- rativamente ao período homólo- de Julho deste ano –, no concelho foi à procura de uma família que de do Rendimento Social de In- go de 2007. de Oliveira do Hospital existem – nas mais rudimentares con- 10 ANOS serção (RSI) para viver, teve um De acordo com os últimos dados 778 pessoas a receber aquele dições – sobrevive, na Sobreda, E Foi Há Tão Pouco Tempo aumento de 10 por cento compa- do RSI – relativos ao final do mês apoio. O Correio da Beira Serra com o RSI. Págs. 2 e 3 PUB
  • 2. 2 30 de Setembro de 2008 D E S TA Q U E www.correiodabeiraserra.com Número de pessoas em situação de carência económica disparou 10 por cento Aumenta a pobreza em Oliveira do Hospital No espaço de um ano, o número de pessoas que no concelho de Oliveira do Hospital depende do Ren- dimento Social de Inserção para sobreviver, aumentou 10 por cento. Os maiores sinais de pobreza estão na própria sede do concelho e em Seixo da Beira.  HENRIQUE BARRE T O O número de be- neficiários do Rendimento So- cial de Inserção (RSI), que veio substituir o outrora designado Rendimento Mínimo Garantido – instituído no primeiro Gover- no de António Guterres –, tem vindo a aumentar no concelho de Oliveira do Hospital. De acordo com os últimos da- dos estatísticos que o Correio da Beira Serra solicitou ao Centro Distrital de Segurança Social de Coimbra, em Julho deste ano, existiam 778 pessoas carencia- das a quem o Estado atribui este apoio, num total de 274 agrega- dos familiares. Comparativamente ao perío- do homólogo de 2007, registou- se um aumento de sensivelmen- te 10 por cento no número de pessoas e famílias em situação de pobreza. Este flagelo atinge principal- mente duas freguesias: Olivei- ra do Hospital – onde existem 144 pessoas correspondentes a 43 famílias a receberem o RSI – e Seixo da Beira. Nesta últi-  OĐ RETRATO CONCELHIO DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO
  • 3. 3 30 de Setembro de 2008 www.correiodabeiraserra.com D E S TA Q U E RSI chega a 43 famílias na freguesia de Seixo da Beira EDITORIAL Casal da Sobreda engrossa Entre o mar e a serra… lista de beneficiários Henrique Barreto À medida que aumentam os sinais de Contudo, confessa que precisa da ajuda da Segurança O Plano Estratégico Nacional de pobreza, aumentam também os be- Social para poder realizar obras em casa e assim rea- Turismo (PENT) aprovado pelo neficiários do Rendimento Social de tar a família. “Esperar” é a palavra de ordem de Maria Governo e com um horizonte até 2015 é o documento que Inserção (RSI). Só na freguesia de Adélia que também quer que a família ponha em seu estabelece as principais linhas Seixo da Beira há 117 pessoas nessas nome o sítio onde habita, porque caso contrário não orientadoras do desenvolvimento condições. Tome-se o exemplo do casal Campos que, poderão ser realizadas as melhorias. do turismo em Portugal para os nem com o RSI consegue fazer face às dificuldades e próximos anos. está, por isso, afastado dos dois filhos mais velhos. “Quase que foram (os filhos) para a adopção” Este Plano considera que “é estra- Maria Adélia e Rui Campos, residentes na Sobre- À mulher que não consegue esconder os sinais de fra- tégico desenvolver 6 novos pólos da, são uma das 43 famílias que na totalidade da fre- gilidade física, tem valido o marido Rui, serralheiro turísticos: Douro, Serra da Estrela, guesia de Seixo da Beira beneficiam do Rendimento de profissão na Sobreda. Mas – como contou – “ele Oeste, Alqueva, Litoral Alenteja- no e Porto Santo”. Social de Inserção. teve um enfarte e tem estado de baixa médica”. Pe- Ao concelho de Oliveira do Hos- Na casa onde habitam, na rua das Carvalhas, as sem embora as dificuldades, Maria Adélia garantiu pital, que tem todo um conjunto necessidades saltam à vista, com a agravante de ape- ao CBS que a família nunca passou fome, sublinhan- de características e especificida- nas um dos três filhos permanecer com o casal, já que do que para isso muito contribuiu o dinheiro que re- des peculiares, não lhe faltam os outros dois foram encaminhados para colégios em cebe do RSI, sem saber revelar a quantia exacta que condições para se impor como um Condeixa e Figueira da Foz por decisão do tribunal. lhe é atribuída. importante “produto” turístico à A morar no espaço que em tempos era usado para Conformado com o dia-a-dia de que dispõe, o ca- boleia dessa grande marca que é a Serra da Estrela. Nunca o soubemos fazer nem temos qual- quer perspectiva que nos possa conduzir a alcançar esse objecti- vo. Falta-nos engenho e arte. Na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, pura e simplesmente, o pelouro do turismo não existe. Manda a verdade dizer que a Região de Turismo da Serra da Es- trela – e tantas outras, incluindo a do Centro –, também nunca teve capacidade de vender aquele que deveria ser um dos mais impor- tantes destinos turísticos do país. Como muitas outras entidades de cariz público, as regiões de turismo serviram muitas das vezes para saciar o apetite voraz das clientelas partidárias e – salvo honrosas excepções – caíram numa confrangedora inoperância. Não sei se bem se mal – vamos ver como é que é para depois contar como é que foi – o Governo decidiu mudar as regras do jogo e reorganizar o sector. Oliveira do Hospital aproveitou a dica e o partido que detém o poder local decidiu – de forma apressada e atabalhoada, na Assembleia ma freguesia, conhecida como  Na freguesia de Seixo da Beira a pobreza atinge níveis preocupantes Municipal – pôr-nos no Centro. aquela que apresenta os piores Não foi uma decisão racional indicadores de desenvolvimen- nem muito menos uma decisão to concelhio, em Julho de 2008 guardar a burra e a carroça dos pai de Maria Adélia, sal tem “atravessado no coração” o rosto dos filhos pensada para servir os superiores interesses do município. Foi – do havia 117 beneficiários do RSI, o casal Campos dá sinais de uma vivência que não se que – como disse a esposa – “quase que foram para meu ponto de vista e do de muito num total de 43 agregados fami- compadece com o mínimo exigível numa era que se adopção”. “Queriam-me levar os meus meninos”, boa gente – uma decisão com liares. diz moderna, embora o cenário se vá repetindo um lamentou, garantindo que “nunca passaram fome e contornos político-partidários. É Às portas da cidade, S. Paio pouco por todo o concelho. andaram sempre bem tratados”. “O que haveria de que na Serra da Estrela está Jorge de Gramaços e Travanca de La- Aos 40 anos, Maria Adélia não sabe o que é tra- ser de mim e dos meus filhinhos”, sustentou Maria Patrão, do PS; e no Centro, encon- gos com 50 beneficiários ins- balhar por conta de outrem, já que nunca esteve Adélia que não vê a hora de a Segurança Social lhe tra-se Pedro Machado, do PSD. critos –, são as duas freguesias empregada e também não trabalha no campo porque mandar arranjar a casa para poder reunir de novo a Na Assembleia Municipal desta sexta-feira o PS bem “esperneou”, onde aparentemente existem – como confessou ao Correio da Beira Serra – “nuca família. mas ficou bem claro que o maior mais casos de pobreza. foi habituada a isso”. Contou que sempre “foi muito Na casa onde reside o casal Campos, faltam as partido da oposição não tinha a Já na zona do Vale do Alva, a fraquinha” e tem tido vários problemas de saúde, re- condições mínimas de sobrevivência, como sejam lição estudada. situação mais problemática en- cordando que em pequena “nem sequer desenvolvia” uma casa-de-banho, bem como um tecto e paredes Ao PSD – seguro na sua confortá- contra-se na freguesia de Aldeia e até chegou a estar internada no hospital. Na escola, que impeçam a entrada da chuva e do vento. A hu- vel maioria de braços quase que das Dez, onde cerca de nove por o percurso também não foi famoso, porque confessa midade é visível por todo o lado e a única torneira “programados” para se levanta- cento da população residente não saber ler, porque nem concluiu a primeira clas- da casa encontra-se logo à entrada do portão. Na rem automaticamente - bastou-lhe – 55 pessoas – depende do RSI se. casa – onde não faltam o frigorífico, nem a televisão invocar a legislação produzida pelo Governo como factor obri- para sobreviver. Conhecida na Sobreda como a filha do senhor Bar- – existe apenas um quarto dividido por um cortinado gatório para a mudança. Não é A freguesia do concelho com reiras, Maria Adélia foi criada no Moinho do Buraco, que separa a cama do casal, do beliche onde dorme assim: Oliveira do Hospital pode- menores problemas de pessoas onde a mãe ganhava sustento para a família – sete o único filho, de seis anos, que têm à sua guarda. A ria – e devia – ter ficado no Pólo dependentes deste rendimen- filhos no total – como moleira. Agora penalizada pelo filha de 14 anos frequenta um colégio na Figueira da de Desenvolvimento Turístico da to social de inserção é Meruge, afastamento do que o convívio popular tem de me- Foz e o filho de 10, frequenta um outro em Condeixa. Serra da Estrela, que como atrás com apenas três beneficiários e lhor – a socialização – Maria Adélia tem intenção de “Ainda no domingo o lá fomos ver de táxi e ele queria escrevi é considerado como um dois agregados familiares a re- dar novo rumo à vida, porque quer reaver os filhos vir embora connosco”, disse desgostosa. dos 6 novos pólos estratégicos para a promoção do turismo em ceberem o RSI. com quem se encontra apenas nas férias escolares. Liliana Lopes Portugal.
  • 4. 4 30 de Setembro de 2008 OPINIÃO www.correiodabeiraserra.com Os (In)dependentes. desde que se demonstre quem está do lado de defesa de ideias, no desbravar de problemas, que quem, de forma a mostrar à população, o que está mostrem que não é o poder que está em causa, ao lado do quê. Parece-me que é precisamente mas a forma de o gerir. isto, que começa a mostrar ser chegada a hora Embora tudo dependa de quem tenha o com- de romper com a confusão tomada de início, que promisso de reservar a si a ribalta de desencade- “Quem pode, resiste. Quem não pode, esconde-se.” a qualquer lista de independentes que se possa ar o processo das candidaturas independentes. A antever, lhe basta, ser opostos unidos em torno Quer-me parecer que entre nós, há quem já tenha s listas independentes, darão por- do abstracto, isto é, das meras e circunstanciais percebido que é preciso encontrar uma saída hon- ventura uma tonalidade nova às palavras de ordem, anti alguém. rosa para o dilema – em que ele próprio se deixou próximas eleições autárquicas, Sob pena, de não se verificar uma integração enredar – de que Mário Alves, parece ser aquele alimentada pelas inúmeras lei- funcional no eleitorado, dos chamados “indepen- tipo de político, que ganha sempre, mesmo sem turas que colocarão os eleitores dentes”, logo numa fase de bastidores. Há aspec- cartas para ir a jogo. António Lopes, que ainda só na posição de árbitro. Não que o crescimento do tos determinantes que caucionam todas e quais- disse publicamente que se aquele for a votos, ele eleitorado que se declara independente, seja hoje quer candidaturas de cariz independente, sejam irá também. Parece, para o bem e para o mal, estar uma efectiva realidade entre nós, mas porque elas de adesão partidária, movimentista, militan- já muito para além daqueles a quem indica o ca- numa vertente de pragmatismo político, alguns dos pré-candidatos a candidatos autárquicos, têm Lusitana te, ou de cidadania activa. Se não há um mago como candidato, não se deve desmerecer quem minho. Nos dias que correm, não só salvaguarda (e bem!) o seu partido, como fala em participação aflorado esse ciclo alternativo, como possibilida- Fonseca tem dito o quê nesta questão. Pelo facto de a via pessoal numa alternativa política aglutinadora, de para dinamizar a sua expressão sócio política dos chamados “independentes”, poder mostrar-se inteiramente dependente, da constituição de uma no tecido cívico do concelho. (…) Quer-me parecer uma mera solução de justaposição de falhas, um formação de combate cívico, em torno de um pro- Esta estratégia conceptual, como opção de par- simples acrescento que em nada altera a lógica jecto político, que se permita a reunir uma quan- ticipação política assente em listas designadas que entre nós, há que muitos tomam como certa – mas erradamente tidade sempre maior de aderentes. Todas as suas como “independentes”, pode efectivamente cati- quem já tenha per- – de que concorrer contra Mário Alves, permiti- ultimas opiniões, expressas na edição online des- var para a sua causa, eleitores habitualmente vo- rá por si só, mobilizar largos sectores da opinião te jornal, denotam que está empenhado a fundo tantes nos partidos políticos, nomeadamente no cebido que é preciso pública. numa coligação de vontades com independentes, partido charneira da governação local: o PSD. É encontrar uma saída Se a capacidade de intervir socialmente, está antes das discussões partidárias das autárquicas, sobre este partido, que recai o facto de estarmos a entre nós disseminada como nunca esteve. Então. de modo a evitar que se perca uma oportunidade braços com uma eleição de contestação, se o can- honrosa para o dilema Mesmo que acreditemos muitíssimo na força dos de intervenção da sociedade civil, de trazer à pra- didato social-democrata for Mário Alves, como – em que ele próprio instintos, o convencimento que existe efectivo ça pública vozes que não se revêem nos partidos. muitos cidadãos alvitram. A vontade pessoal do movimento social a sustentar a fermentação de Temo que se isto não for levado a sério, por próprio confirma. E o principio programático de se deixou enredar quaisquer candidaturas independentes – onde muita gente que hoje está sob a bandeira de um quem é líder hoje no partido nacional, por fim as- – de que Mário Alves, não sejam tratados com deferência os anteceden- partido, se corra o risco de tornar as listas “in- segura. tes, o envolvimento, o estímulo, o propósito – só dependentes”, numa acção de propaganda e vir Esta tese e a prática, fazem desconfiar que há parece ser aquele pode, ter como factores de engajamento, um rol a ser mais uma sombra de intenções e em mais um roteiro político escrito de fora do circulo de tipo de político, que incomensuravelmente grande de sentimentos de uma forma cinzenta de partidarismo. Em momen- quem é hoje poder autárquico, e que a hora de afinidade colectiva, em ambiente de autodeter- to algum os independentes se podem permitir a apresentação de candidaturas não é já a de con- ganha sempre, mesmo minação individual. Somente isto, pode mostrar, sombras em dia já nublado. A auto-reprodução de sensos, mas sim do dissenso, onde os apoios po- sem cartas para ir a que as candidaturas independentes como realida- determinados aparelhos partidários, é dispensá- líticos pré-partidários e pró-independentes, são de política, não serão tomadas como uma casua- vel. Se os cidadãos a agrupar não forem indepen- aparentemente todos bem vindos e gemináveis, jogo(...) lidade, mas uma proposta de fundo, centrada na dentes e continuem comprometidos. A(S) DIFERENÇA(S) ... gências pelo menos durante parte do dia ou da noite. Ainda só não aplicaram tal decisão porque sentiram a forte reacção “contra” tal possibilidade quer por parte da População Oliveirense quer por várias entidades, “Eles” falam, falam, falam, mas... houve (a 22 de Setembro, em Coimbra) uma reunião Autarquias incluídas. Ora, para o ano há três eleições Os partidos maioritários no Concelho - PSD e PS - da “comissão de acompanhamento” autárquica do diferentes e o PS tem receio das consequências elei- gostam de falar e de falar e de falar e até fazem “festas” nosso Município com o actual Presidente da Adminis- torais... Por isso, tem adiado a aplicação prática da para isso mesmo. Porém, raras vezes descem ao con- tração Regional de Saúde do Centro para se discutir decisão enquanto “encana a perna à rã ” nestas con- creto, à proposta detalhada e para cumprir quer pela o “ponto de situação” e as perspectivas para o Centro versatas institucionais. Autarquia Municipal quer pelo Governo. Nisso, o PS de Saúde de Oliveira do Hospital (e em especial para Quanto às “alternativas”, nós, PCP, continuamos até é “campeão” das generalidades e das “boas inten- o SAP/Urgências). a afirmar que a única e verdadeira alternativa é a de ções” embora, depois e especialmente no (des)governo, Pois, no essencial, a “conversa” do actual responsá- melhorar os serviços que temos no Centro de Saú- logo delas se esqueça. Atenção que nos últimos 13 vel do Ministério da Saúde na nossa Região, foi exac- João Dinis* de - público e de serviço público - e criar novas e anos, o PS é (des)governo em 9 desses anos... tamente a mesma que há um ano atrás tivera o seu an- eficazes valências públicas. O “resto” são cantigas Pois bem, aqui se lembra algumas das questões es- tecessor em idêntica reunião. Em síntese:- “ nada está (…) Sendo certo que para nos adormecer...e para nos virem obrigar a pa- tratégicas para o PS nos responder claramente: decidido por parte do Ministério da Saúde...estamos a gar caro pelos serviços de saúde privados que, aliás, - Como é com as novas instalações para a ESTGOH estudar alternativas...os doentes agudos vão continuar a actual direcção estão a nascer como cogumelos em várias Freguesias ? Vão entrar no próximo Orçamento de Estado ? E é a ser atendidos em Oliveira do Hospital...não vão ser concelhia desse par- do Concelho. para serem construídas exactamente aonde ? tomadas decisões de fundo sobre o funcionamento do - E os IC, Itinerários Complementares ? Exacta- Centro de Saúde sem previamente auscultar a Autar- tido ataca (aliás com Alerta ! mente para quando no nosso Concelho ? quia Municipal”. Repete-se:- isto mesmo já nos tinha muita contradição à Entretanto, o Ministério da Saúde não se mostra in- - Então e quando é que o Governo PS vai deixar sido dito há um ano atrás. Porém, note-se, ultimamen- teressado em resolver certos problemas como, por de “chumbar” (como está acontecer agora...) as can- te tem havido certas informações oficiais, prestadas mistura...) a maioria exemplo, o da falta de médicos e de outros técnicos didaturas a vários projectos que o nosso Município a clínicos que prestam serviço do Centro de Saúde, PSD na Câmara, o de Saúde; a colocação de melhores equipamentos; etc; tem apresentado, para passar a aprovar essas e outras segundo as quais vai mesmo haver algumas alterações no Centro de Saúde e respectivas Extensões. Ou seja, candidaturas ? importantes ( nas urgências) a curto prazo ou seja, facto é que não tem o (des)governo PS deixa que as situações se degradem ... logo após a abertura da “Unidade Básica de Saúde” em coragem para retirar e se degradem mais ainda para que as Populações, Quanto ao PSD, por favor, deixem-se de nos querer Arganil. Veremos então... um dia destes, desesperadas, até achem que o melhor convencer que, afinal, estão na “oposição autárquica” No entanto, há que também reflectir sobre a “curio- a confiança política a mesmo é fechar os serviços públicos do nosso Centro a eles próprios, em Oliveira do Hospital. Sendo certo sidade” da Administração Regional de Saúde do Cen- essa mesma maioria de Saúde... Aliás, igual “técnica” já foi usada em situ- que a actual direcção concelhia desse partido ataca tro / Ministério da Saúde andarem a “estudar” as ditas ações idênticas. (aliás com muita contradição à mistura...) a maioria “alternativas” ao SAP / Urgências do nosso Centro de autárquica (…) Assim, aqui se renova o apelo à População e às Au- PSD na Câmara, o facto é que não tem coragem para Saúde há mais de dois anos, sem todavia serem capa- tarquias Oliveirenses para que se mantenham muito retirar a confiança política a essa mesma maioria au- zes de as adiantar, agora, nesta reunião de 22 de Se- atentas ao desenrolar dos acontecimentos e para que tárquica a qual, aliás, está muito bem posicionada pe- tembro. Ou não têm “alternativas” ou são uns grandes não se deixem endrominar pela “publicidade enga- rante a actual direcção distrital de Coimbra e perante a “cábulas” ou... nosa” desta “rapaziada e raparigada” nas próximas própria direcção nacional do mesmo PSD. Portanto... eleições. O (des) governo PS SAP :- “Tudo como dantes já tomou a decisão e há muito, mas... Nota:-em próximo artigo, retomaremos o tema das no quartel-general de Abrantes”... A nosso ver, está já tomada, e há muito, pelo propostas CDU que fazem a diferença. A solicitação do Presidente da Câmara Municipal, (des)governo PS, a decisão de encerrar o SAP/ Ur- * Autarca da CDU – Oliveira do Hospital
  • 5. 5 30 de Setembro de 2008 www.correiodabeiraserra.com SOCIEDADE Mais de 20 pessoas envolvidas no voluntariado da FAAD “a troco de nada” “A grande paga é um sorriso” gina a deixar de ser voluntário. prefiro não tentar saber qual foi o cia para as pessoas sem afazeres de que este trabalho requer uma Bata amarela, sorriso no “Então, hoje como é que se desfecho”, contou Maria da Glória profissionais. grande estabilidade emocional rosto e espírito de entrega. sente?”, começam por perguntar Morais, referindo que até já tem Encontram-se à hora marcada que nem sempre é comum entre os voluntários, que entre a con- ido a alguns funerais. “Há mo- na sala reservada ao voluntaria- os jovens. “Sinto que por vezes há Eis os três instrumentos de versa vão averiguando se cada mentos de grande perda”, acres- do. As chatices ficam do lado de um pouco de inconstância, por- que fazem uso os “traba- utente tomou a medicação ou se centou Paulo Marques que se con- fora do hospital e do lar e, o bom que os jovens vivem a vida com necessita de algum tipo de ajuda. fessa vitorioso em todas as vezes humor começa a contagiar. Irene outra velocidade”, referiu, dando lhadores” que integram o “Tem bebido água? Já sabe que é em que consegue fazer um utente Oliveira, de 55 anos de idade, faz conta de que para se ser volun- grupo de voluntariado que importante…”, vão alertando aos sorrir. “É menos um momento de questão de integrar o grupo de tário é necessário “ter espírito de mais velhos, sem deixarem de dor”, sublinhou, deixando claro Paulo Marques, chegando a falar entrega, em troca de nada”. diariamente contacta com transmitir uma mensagem de con- que “a grande paga” de toda a de- de uma “dupla perfeita”. “Somos cada um dos utentes do forto e de esperança em rápidas dicação do corpo de voluntariado muito brincalhões e fazemos rir Famílias reconhecem benefícios ‘ melhoras. “é o sorriso”. as pessoas com as nossas graças. “Estes senhores dão-nos muito hospital e do lar de idosos É sobretudo na unidade de Mas, se falho um dia, fico doen- conforto”. A afirmação pertence da Fundação Aurélio Ama- cirurgia que a conversa mais (…) “queremos apanhar a te”, confessou, revelando-se de- a Maria do Carmo Lopes que há se desenvolve entre utentes pendente desta actividade que duas semanas foi operada a uma ro Diniz (FAAD). e voluntários, já que – como hora de jantar para poder- um dia a ajudou a ultrapassar um anca e disse estar muito satisfeita explicou Paulo Marques – as processo de depressão nervosa com os cuidados que está a rece- pessoas estão normalmente mos auxiliar quem não pode que a afectou. “Entrei num cari- ber no hospital.  LILIANA LOPES a recuperar de uma cirurgia comer pela própria mão”, nho e numa adaptação ao doente Os sorrisos vão-se abrindo por S e não são tão idosas como que me levou a ser voluntária”, cada um dos quartos que o grupo ão mais de 20 elemen- as que se encontram na uni- explicou o coordenador do sustentou. passa. Seja para um desabafo, ou tos, mas desdobram-se dade de medicina. Contudo, Sempre teve tendência para para um troca de ideias mais alar- em pequenos grupos lembra que em qualquer projecto de voluntariado apoiar os doentes, mas foi sobre- gada, todos os utentes dão ares de que, de manhã, de tar- das situações, a abordagem da FAAD, que nem sequer tudo a doença e a morte do ma- satisfação. E, mesmo sem respos- de ou, ao cair do dia com os utentes deve ser fei- rido que levaram Maria da Glória ta, os voluntários insistem em fa- fazem questão de visitar quem, ta “com muita subtileza e de se imagina a deixar de ser Morais a fazer o curso de voluntá- lar junto ao ouvido do doente, dei- por qualquer motivo, se encontra forma cuidadosa”. Ultrapas- ria. “Tive os meus avós comigo até xando votos de rápidas melhoras. sob o olhar atento de médicos, sada a barreira do primeiro voluntário (…) aos 96 anos”, contou, confessando Conceição Coelho reconhece a enfermeiros, assistentes sociais e contacto, são os próprios que se sente bem com os doentes mais-valia do trabalho dos senho- outros profissionais de saúde. utentes que anseiam pela chegada “Se falho um dia, fico doente” porque percebe que o sentimento res da “bata amarela”. “Acho que é Paulo Marques, Irene Oliveira, dos senhores da “bata amarela”. Constituído com o objectivo de é recíproco. óptimo porque conversam com as Maria da Glória Morais e Olga Du- “Pensei que hoje nem vinham…”, minimizar a dor de uma estada A realização de um curso ante- pessoas e nem sempre as famílias arte participaram na visita da pas- costumam dizer. no hospital ou no lar, o grupo de cipou a actividade de voluntaria- podem vir”, referiu quando visita- sada quinta-feira, entre as 17h30 e A criação de afectos é inevi- voluntariado da FAAD iniciou ofi- do, mas Paulo Marques conta que va a tia que está internada há mais as 19h30. E até o horário tem uma tável e, na rua as abordagens são cialmente a actividade em Janei- desde muito cedo teve tendência de um mês naquela unidade hos- explicação: “queremos apanhar a frequentes entre utentes e volun- ro de 2002. Directamente ligado de passar pelo hospital para visi- pitalar. “Ficamos mais descansa- hora de jantar para podermos au- tários. Pior é quando as camas à Liga de Amigos da FAAD, mas tar os doentes, sobretudo aqueles das e é uma óptima ajuda para as xiliar quem não pode comer pela do hospital ou do lar ficam livres com estatutos próprios, o grupo é que não têm visitas habituais. Ao famílias”, reconheceu, elogiando própria mão”, explicou o coorde- sem que dos utentes em causa se maioritariamente constituído por CBS, realçou que gostaria de ver a capacidade de as pessoas des- nador do projecto de voluntariado esperassem melhoras de saúde. mulheres, com idades entre os 25 mais jovens envolvidos nesta tare- penderem um pouco de tempo em da FAAD, que nem sequer se ima- “Quando sei que o caso é grave, e os 80 anos, com maior prevalên- fa, mas também tem consciência prol dos outros.
  • 6. 6 30 de Setembro de 2008 EDUCAÇÃO www.correiodabeiraserra.com C R O N I Q U E TA No feriado municipal, dia 7 de Outubro Da lousa Município homenageia José Reis ao Magalhães com Medalha de Ouro Municipal Carlos Alberto (Vilaça) Com a reabertura das escolas, há um novo ciclo na aprendizagem das coisas com que os jovens hão-de enfrentar o mundo – um enorme mercado onde (quase) tudo se compra. J osé Joaquim Dinis Reis vai, no próximo dia 7 de Outubro, feriado mu- nicipal em Oliveira do Hospital, ser homenage- ado pelo município com a Meda- lha de Ouro Municipal. Licen- também várias vezes apontado o nome de Reis como um potencial candidato à presidência da Câ- mara Municipal, embora nunca se tenha concretizado qualquer candidatura. Por ora, a festa está para durar durante mais ciado em Economia, José Reis é Medalhas de Mérito Municipal uns tempos porque a alegria de quem reencon- actualmente professor catedrá- para personalidades ligadas tra amigos e colegas de faixas etárias seme- tico na Faculdade de Economia à música lhantes é contagiante. O conhecimento virá da Universidade de Coimbra, Para a atribuição das meda- depois, durante meses de cansaço intelectual investigador e membro do Con- lhas de Mérito Municipal, a até atingir a meta no próximo Verão selho Nacional do Ambiente e autarquia oliveirense decidiu- Debruço-me com alguma nostalgia sobre as do Desenvolvimento Sustentá- se pelos nomes Carlos Alberto descobertas dos mais pequenos no 1º ciclo (ex vel. Aos 54 anos de idade, o seu Rodrigues Lopes, maestro do escola primária); às novas matérias juntam-se nome está também ligado ao En- Grupo Coral de Sant’Ana, José as brincadeiras que fazem de cada intervalo sino Superior por ter exercido da Costa Gomes, executante da um momento único: à falta do pião e das corri- funções de Secretário de Estado Filarmónica Avoense e Carlos das dos “arcos”, inventam-se outros jogos, mas entre 1999 e 2001, bem como à dos Reis Gomes, um falecido a bola e a “macaca” continuam a fazer parte da Comissão de Coordenação de executante da mesma Filarmó- lista que todos soletrámos no tempo certo… Desenvolvimento Regional do nica que será homenageado a A ocupação dos “intervalos” das aulas acom- Centro, cuja presidência ocupou título póstumo. panhou a evolução das mesmas, já não há o entre 1996 e 1999. Sublinhe-se que José da Cos- papaguear dos rios e afluentes, das linhas-fér- Natural de Aldeia das Dez, ta Gomes, de 83 anos de idade, reas e ramais, e até “cantar a tabuada” caiu em José Reis apresenta um percurso é também “homenageado” pelo desuso, para o bem e para o mal na aprendi- marcado pela colaboração com Correio da Beira Serra que nesta zagem das “contas”. A professora Georgina, várias universidades estrangei- edição lhe reserva a página 15. por exemplo, levava tudo muito a sério, e ai de ras, registando-se também o fac- Num trabalho de Carlos Alberto, quem não tivesse na ponta da língua “quantos to de ser autor de vários textos o executante de clarinete, é a Fi- eram 9 x8”! e publicações. A nível local, foi gura escolhida deste jornal. A “minha” escola, por onde passaram milhares de alunos, continua de pé: uma sala de aula de cada lado, e ao centro a residência dos pro- fessores, encimada por um varandim em ferro Director da ESTGOH confiante num bom resultado na 2ª fase “Temos a expectativa de voltar que servia de púlpito à mestra nos intervalos mais prolongados: -Meninos, pouco barulho, já lá para dentro! E nós, claro, obedecíamos porque tínhamos nos ouvidos os sons da régua quando vinha lá do alto “descansar” nas palmas das nossas mãos… a preencher a totalidade das vagas” D As “contas” eram feitas na “pedra” (lousas) epois de uma primeira tes justifica os resultados com um bom gas colocadas a concurso. com um lápis da mesma matéria, e no fundo fase, em que o número de trabalho de divulgação e com a “elevada “Só posso estar confiante”, referiu da sala havia um mapa de Portugal para onde candidaturas quase que empregabilidade” dos quatro cursos. Nuno Fortes ao Correio da Beira Serra, nos dirigíamos quando a professora assim o quadruplicou o número Os resultados da segunda fase do con- notando que na primeira fase concorre- entendia.”Ir ao mapa ou ao quadro” deixava de vagas, a Escola Supe- curso nacional ao ensino superior só é ram quase quatro vezes mais alunos do os alunos com tremedeira nas pernas porque a rior de Tecnologia e Gestão de Oliveira conhecido dia 13 de Outubro, mas a ex- que o número de vagas colocadas a con- professora Georgina fazia-se acompanhar por do Hospital (ESTGOH) está agora con- pectativa do director da Escola Superior curso. “Tínhamos 120 vagas e registá- uma “vara da índia”…para apontar e “espantar fiante na ocupação total das 46 vagas a de Tecnologia e Gestão de Oliveira do mos 466 alunos candidatos”, sublinhou a ignorância” das nossas cabeças. concurso na 2ª fase. O director Nuno For- Hospital é de ocupação total das 46 va- o responsável, notando que em face des- Uma vez, na quarta classe, confundi os feitos tes resultados, acredita numa segunda heróicos de Vasco da Gama e Fernão de Ma- fase participada, porque houve muitos galhães; o castigo não se fez esperar como era alunos que ficaram de fora. moda, por isso deixei de “ver com bons olhos” No dia em que teve início o novo ano estas duas figuras dos mares nunca dantes lectivo na ESTGOH – ontem foi o pri- navegados. Passado meio século, eis que um meiro dia de aulas – Nuno Fortes confes- deles, o “Magalhães”, passa a ser motivo de sou-se satisfeito ao CBS, realçando que conversa em tudo quanto é sítio, só que desta os resultados da primeira fase só foram vez não me apanhou desprevenido: tenho alcançados graças a um trabalho de di- um Toshiba, de quem é “primo”, e agora já vulgação realizado junto das escolas não confundo as aventuras dos dois mestres secundárias e profissionais da região e marinheiros – o Google está ao alcance de um porque estão em causa “cursos com ele- “click” e a resposta vem de imediato! vada empregabilidade”. “É com muito Se a professora Georgina fosse viva, apesar de agrado que assistimos a estes resultados rezinga, a sua competência de mestre-escola e temos a expectativa de voltar a preen- estaria à altura de utilizar as novas tecnolo- cher a totalidade das vagas a concurso gias em benefício dos alunos – disso tenho a certeza! – e eu, quem sabe, teria ido além na segunda fase”, sustentou o director da Taprobana se tivesse um “Magalhães” à da Escola que, pelo segundo ano conse- disposição… cutivo, assiste a um bom resultado no Agora (como antes, mas de outra forma…) já que respeita à ocupação das vagas para não há desculpas para ir mais longe “ sem sair os quatro cursos que lecciona: Engenha- de casa”! Portanto, façam o favor de viajar na ria Civil, Engenharia Informática, Admi- nova “caravela portuguesa” na companhia das nistração e Finanças e Administração e vossas crianças, com estas ao leme. Marketing.
  • 7. 7 30 de Setembro de 2008 www.correiodabeiraserra.com LOCAL 440 crimes cometidos anualmente Oliveira do Hospital é o segundo concelho com maior índice de criminalidade As pessoas e o património são os alvos do maior número de crimes cometidos no concelho de Oliveira do Hospital. Com uma média de 440 crimes por ano, o concelho é o segundo com maior índice de criminalidade na área de intervenção do Agrupamento Territorial da GNR da Lousã.  LILIANA LOPES H omens, com idades acima dos 30 anos, trabalhadores por conta de outrem e pertencen- tes à classe média-baixa. Este é o perfil do vulgar autor de crimes contra as pessoas – difamação, injú- rias e ofensas à integridade física – e contra o património – furto e dano – normalmente praticados no concelho de Oliveira do Hospi- tal. Nas situações de difamação e injúrias há ainda uma tendência para a prevalência do sexo feminino. A informação foi avançada pelo Destaca- mento Territorial da GNR da Lousã que nos últimos cinco anos tem registado uma média anual de 440 crimes praticados no concelho, notando que os índices de criminalidade ten- dem a “manter uma certa estabilidade”. Note- se, por exemplo, que no ano de 2006 se re- gistou um acréscimo de 48 crimes, enquanto que em 2007 se assistiu a uma descida de 30 crimes. Dados relativos ao primeiro semestre deste ano – 181 crimes cometidos – levam  Crimes contra o património têm vindo a aumentar. a GNR a constatar um “ligeiro abaixamento comparativamente ao ano anterior”. crimes são mais frequentes no período de Ve- são referenciadas como “casos pontuais”. “A pobreza é mais preocupante Praticados individualmente contra as rão e de férias, justificados pelo aumento de Assaltos a espaços comerciais e até a obras do que o crime” pessoas e em grupo contra o património, os pessoas no concelho, quer se trate de visitan- de construção civil têm sido, na realidade, as Para Manuel Gandarez, conhecido advogado tes, quer de naturais do conce- ocorrências mais registadas em Oliveira do de Oliveira do Hospital, a incidência de si- lho, não havendo contudo uma Hospital, invertendo-se assim aquela que era tuações de crime no concelho não o assusta, tendência para ocorrerem num a tendência ocorrida no meio do século pas- por constatar que por cá “não abunda o crime momento particular do dia. Pese sado, altura em que predominavam os crimes organizado que por norma inquieta a comuni- embora a incidência de crimes entre vizinhos e até familiares por razões de dade”. Confessa-se mais preocupado com os ‘ em Oliveira do Hospital, o Des- partilhas e passagens de água para regadio. sinais de pobreza e de dificuldades económi- tacamento Territorial da GNR cas, por perceber a existência de uma cone- da Lousã recusa tratar-se de um xão com a ocorrência de crimes como o furto (…) Dos sete municípios “surto”, não negando contudo a e até a prática da prostituição. ocorrência de algum tipo de cri- que integram a área de in- “Temos crimes e vamos ter cada vez minalidade com uma frequência mais, mas não são alarmantes”, referiu o tervenção do Destacamento, fora do normal. advogado, considerando que muita da pro- Dos sete municípios que in- Oliveira do Hospital surge miscuidade detectada deriva das situações tegram a área de intervenção de perturbação e desespero ligadas à falta de no lugar imediatamente a do Destacamento, Oliveira do emprego no concelho. Gandarez chega até Hospital surge no lugar imedia- seguir à Lousã que lidera a a responsabilizar a Câmara Municipal pela tamente a seguir à Lousã que falta de desenvolvimento empresarial e por tabela em matéria de crimi- lidera a tabela em matéria de consequência pela ocorrência de situações criminalidade. Esta posição é nalidade (…) de crime. justificada com o facto de o con- Convidado por este jornal a avaliar a evo- celho oliveirense ser o segundo Num concelho que continua a ostentar lução do crime no concelho, o advogado oli- com maior concentração popu- as marcas da interioridade é também visível veirense nota que o que mais prevalece são lacional urbana, pelo que, tam- uma espécie de barreira que, até agora, tem as ofensas corporais simples, ficando para bém por isso – garante aquela impedido a incidência de crimes violentos trás as injúrias e difamações. Explicou que força de segurança – Oliveira do como o “carjacking”, os homicídios e os assal- as taxas judiciais elevadas têm vindo a inibir Hospital “é sempre alvo de uma tos armados a bancos, postos de combustível os particulares ofendidos de avançar com as atenção especial” e as situações e farmácias que, nos grandes centros urbanos, queixas para tribunal devido aos parcos re- de criminalidade mais graves aumentou no primeiro semestre deste ano. cursos económicos.
  • 8. 8 30 de Setembro de 2008 POLÍTICA www.correiodabeiraserra.com “Ainda vamos ver as nossas ovelhas a pastar no areal da praia da Figueira da Foz” PSD joga ao centro Foi notória a pressa com que a Assembleia Municipal lidou com o polémico dossiê que transfere o município de Oliveira do Hospital da Serra da Estrela para a Região “Turismo Centro de Portugal”. Com o “trabalho de casa” por fazer, a oposição protestou mas a maioria do PSD levantou o braço em sinal de aprovação.  HENRIQUE BARRE T O A inda vamos ver as nossas ove- lhas a pastar no areal da praia da Figueira da Foz. Vai ser porreiro…”, ironizou um munícipe que, esta sexta-feira à noite, dia 26, assistia, na Assem- bleia Municipal (AM), à acesa discussão de uma proposta da Câmara Municipal com vista à inclusão do município de Olivei- ra do Hospital na futura entidade  PSD viabilizou a inclusão de Oliveira do Hospital na região “Turismo do Centro de Portugal” regional “Turismo do Centro de Portugal”. do executivo – e conjuntamente altitude, a Turistrela é quem man- grande maioria composta por pes- Hospital no Pólo Turístico da Ser- A polémica proposta, aprovada com os seus pares – deliberou, da, continuou o autarca de Meru- soas nascidas e criadas nas faldas ra da Estrela”. pela confortável maioria social- com a abstenção dos vereadores ge, afirmando que “foi o senhor da Serra da Estrela, poderia estar Uma questão pertinente, sur- democrata de que o executivo ca- do PS, no sentido de colocar o engenheiro Guterres, amigo dos receptiva a outra “corrente de giu entretanto pela voz do pre- marário dispõe na AM, gerou uma município a que preside na região Costa Pais, que lhes deu isso”. opinião”. Mas o presidente da As- sidente da Junta de Freguesia de quase interminável discussão. “Turismo do Centro de Portugal”. Apesar destas declarações, sembleia Municipal, encarregou- Lagares da Beira, Raul Costa, que O presidente da Câmara de O PS “esperneou”, mas de nada Abreu não se mostrou porém se de “afinar” a orquestra. “… em perguntou por que razão é que Oliveira do Hospital começou a valeu. “Devemos tomar uma posi- muito convicto quanto à integra- face de uma pergunta concreta… “tem que ser a Assembleia a votar preparar o terreno e, quando já ção de modo a não sairmos de for- ção de Oliveira do Hospital na não será melhor irmos para a Re- esta questão se a lei obriga a que ‘ passava da meia-noite, “cansou” ma nenhuma da Serra da Estrela Portugal Centro. “Por deformação gião de Turismo Centro de Por- sejamos integrados na Região de os deputados municipais com – o nosso habitat natural”, salien- ideológica sou contra o centro. tugal?”, perguntou, com ar sério, Turismo “Centro de Portugal”. a leitura da troca de correspon- tou Carlos Mendes sem dei- António Simões Saraiva. “Se é lei é lei. Metam-nos onde dência entre a autarquia olivei- xar contudo de referir que (…) Mário Alves foi taxativo “Nós estamos obrigados por lei quiserem, não me perguntem é se rense e o secretário de Estado do Oliveira do Hospital poucos a estar onde nos meteram. E a lei quero… Eu não subscrevo esta ao explicar que se o municí- Turismo. Foi taxativo ao explicar benefícios tem colhido por tem pais”, sentenciou o deputado lei. Estou indignado”, sentenciou que se o município de Oliveira via da sua presença na Re- pio de Oliveira do Hospital da CDU, João Dinis, advertindo também o deputado municipal do do Hospital não vai pertencer ao gião de Turismo da Serra da no entanto que “outra situação é PS, Carlos Maia. não vai pertencer ao Pólo de Pólo de Desenvolvimento Turísti- Estrela. “O que fala é a valia o que se pode fazer para reparar Da bancada do PSD, Rui co da Serra da Estrela – mas antes dos projectos. Não tem nada Desenvolvimento Turístico da a situação”. Abrantes interveio para notar que à região “Turismo do Centro de a ver estarmos na Serra ou Dinis redigiu logo no momento “podemos dar o benefício da dú- Serra da Estrela – mas antes à Portugal” – é porque “decorre da estarmos no Centro”, ripos- uma moção para que a AM deli- vida à «Turismo do Centro», já que lei que foi produzida pelo Gover- tou Mário Alves. região “Turismo do Centro de berasse “protestar junto do Go- – conforme observou – “nestes 30 no. Não foi produzida pelo muni- “Está aqui uma grande verno e da Assembleia da Repú- anos” o município de Oliveira do Portugal” – é porque “decorre cípio”, sublinhou. salgalhada”, começou por blica contra essa não inclusão do Hospital poucos benefícios obteve Habilmente, Mário Alves apal- notar o deputado municipal da lei que foi produzida pelo município” na Serra da Estrela, com a sua participação na Região pou o terreno e tentou responsa- da CDU, João Abreu, susten- reclamando “a urgente correcção de Turismo da Serra da Estrela. Governo (...) bilizar o Governo socialista por tando no entanto que a res- da situação tendo necessariamen- Invocando o decreto-lei, João precipitar esta situação. Contudo ponsabilidade é da lei que o Go- Ou é para a esquerda ou é para a te em conta a posição e a vontade Esteves, também do PSD, salien- – e como competia à Assembleia verno Socialista criou em matéria direita”, riu-se, alegando não ver do nosso município”. tou por seu turno que Oliveira dar a necessária autorização para de organização do planeamento com bons olhos “como é que se Para o autarca da CDU – con- do Hospital foi excluída do Pólo que Oliveira do Hospital transite turístico. vai promover uma região de Lis- forme refere a moção, que viria de Desenvolvimento Turístico da para a nova entidade de turismo Muito crítico quanto à forma boa até Aveiro”. a ser chumbada com os votos do Serra da Estrela e, como tal, “te- –, Alves declinou as consequên- como se tem lidado com o turis- PSD e de alguns deputados do PS mos que nos inserir à priori e já” cias da decisão. “Esse é um ónus mo na serra, Abreu advertiu que Simões Saraiva “afina” –, esta tomada de posição é im- na região de Turismo «Centro de que não ficará na Câmara… ficará “a Serra da Estrela tem uma en- a orquestra periosa uma vez que é “a actual Portugal». com vossas excelências que têm a tidade – a Turistrela – que é um Nesta altura da discussão – e composição territorial legislada Preparando o caminho para a capacidade de decisão”, advertiu monopólio existente no nosso ainda o debate ia a meio – o PSD pelo Governo que, à partida, não aprovação daquele polémico dos- o autarca do PSD que, em reunião país… acima dos 700 metros de percebeu que a sua bancada, na coloca o município de Oliveira do siê, Esteves não teve dúvidas em Ficha Técnica Administração: António dos Santos Lopes Direcção Editorial: Henrique Barreto - henriquebarreto@correiodabeiraserra.com Jornalista Principal: Liliana Lopes - lilianalopes@correiodabeiraserra.com Desporto: Editor: José Carlos Alexandrino, João Jorge Colaboradores Permanentes: Adelaide Freixinho, António Campos, Carlos Portugal, Carlos Alberto, Carlos Carvalheira, João Dinis, José Augusto Tavares, Luís Lagos, Luís Torgal, Paulo Ribeiro (caricaturista), Rui Santos. 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