O documento descreve os personagens da obra "O Cortiço", de Aluísio Azevedo. São apresentados os personagens pobres que vivem no cortiço e os ricos que moram no sobrado vizinho, descrevendo as características e citando trechos da obra para ilustrar cada um. O documento também resume os dois espaços explorados na obra: o cortiço que representa a mistura de raças e classes baixas, e o sobrado que representa a burguesia ascendente do século XIX.
10. Velho português
Covarde
Oportunista
Não era feliz no casamento
“.....o Miranda pilhou-se em flagrante delito de
adultério; ficou furioso e o seu primeiro impulso foi
manda-la para o diabo junto com o cúmplice; mas a
sua casa comercial garantia-se com o dote que ela
trouxera...”
12. Filha de Miranda e Estela
Sofre por representar o
fruto dessa relação
Vivia para satisfazer a
vontade do pai
“...pálida, magrinha, com pequeninas manchas roxas
nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos
lábios(...) olhos grandes, negros, vivos e maliciosos.”
14. Amiga
Inteligente
Pura
“ A filha era flor do cortiço (...) Moça bonita, posto
que enfermiça nervosa ao último ponto: loura muito
pálida, com uns modos de menina de boa família.”
15. Prostituta
Independe dos homens.
“... Com suas roupas exageradas e barulhentas de
cocote à francesa, levantava rumor lá ia e punha
expressões de assombro em todas as caras.”
17. Submissa
Honesta
Trabalhadora
“Piedade merecia bem o seu homem, muito diligente,
sadia, honesta, forte, bem acomodada com tudo e com
todos, trabalhando de sol a sol e dando sempre tão
boas contas da obrigação, que seus fregueses de roupa,
apesar daquela mudança para Botafogo, não a
deixaram quase todos.”
18. Alegre
Assanhada
Dançarina
“E toda ela respirava o asseio das brasileira e um odor
sensual de trevos e plantas aromáticas.
Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril
baiano, respondia para a direita e para a esquerda, pondo
à mostra um fio de dentes claros e brilhantes que
enriqueciam a sua fisionomia com um realce fascinador”.
19. Gastador
Galanteador
Charlatão
Presunçoso
“..era um mulato pachola, delgado de corpo ágil como
um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de
maçadas, e toso ele se quebrando nos seus
movimentos de capoeira.”
20.
21. São dois os espaços explorados na obra. O primeiro é o
cortiço, amontoado de casebres mal-arranjados, onde os
pobres vivem. Esse espaço representa a mistura de raças e
a promiscuidade das classes baixas. Funciona como um
organismo vivo. Junto ao cortiço estão a pedreira e a
taverna do português João Romão.
O segundo espaço, que fica ao lado do cortiço, é o sobrado
aristocratizante do comerciante Miranda e de sua família. O
sobrado representa a burguesia ascendente do século XIX.
Esses espaços fictícios são enquadrados no cenário do bairro
de Botafogo, explorando a exuberante natureza local como
meio determinante. Dessa maneira, o sol abrasador do litoral
americano funciona como elemento corruptor do homem local.