Historias infantis para evangelizacao espirita (autores diversos)
Banner mate
1. MATEANDOSOLITO...
Contam que um guerreiro guarani, que pela
velhice não podia mais sair para as guerras, nem
Era cuidado por sua filha, a bela Yari, que o tratava com imenso
carinho, conservando – se solteira, para melhor se dedicar ao pai.
Um dia, o velho guerreiro e sua filha receberam a visita de um
viajante, que foi muito bem tratado por eles. A noite, a bela jovem
cantou suave e triste para que o visitante adormecesse e tivesse um
bom descanso .
Ao amanhecer, antes de recomeçar a caminhada , o viajante
confessou ser enviado de Tupã e para retribuir o bom trato recebido,
perguntou aos seus hospedeiros o que eles desejavam e que qualquer
pedido seria atendido.
O velho guerreiro, lembrando que a filha, por amor a ele para melhor
cuida – lo , não se casava apesar de muito bonita e disputada pelos
jovens da tribo, pediu algo que lhe devolvesse as forças, para que Yari,
livre de seu encargo afetivo, pudesse casar.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de arvores de
Caá (erva – mate) e ensinou a preparar a infusão, que lhe devolveria as
forças e o vigor e transformou Yari em “deusa dos ervais”, protetora da
raça guarani. A jovem passou a chamar – se Caá – Yari , a deusa da
erva- mate e a erva passou a ser usada por todos os componentes da
tribo, que se tornaram mais fortes, valentes e alegres.
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A LENDA DO MATE
para a caça ou pesca, porque suas pernas trôpegas não
mais o levavam, vivia triste em sua cabana.
2. MATEANDOSOLITO...
O uso da ILEX PARAGUARIENSIS – a erva –
mate é pré – colombiano . Foi bebida básica dos
índios guaranis. Os ervais se estendiam , então ,
nas regiões do Paraná, Uruguai e Paraguai.
Os Jesuítas, no século XVII, estimulavam o
plantio e a produção da erva – mate , ampliando seu comércio à
Bolívia , Chile e Peru.
A erveira chega até 8 metros de altura e se parece com a
laranjeira, o tronco de casca lisa , esbranquiçada e de folhas perenes
, com cachos de flores brancas de 4 pétalas.
O uso atual da erva – mate é incentivado por suas várias
qualidades revigorantes , não tendo contra - indicações
registradas.
Há cerca de 280 espécies de erva-mate , quase todas do gênero
Ilex.
O chimarrão é tônico e estimulante do coração e do sistema
nervoso , elimina estados depressivos , conferindo aos músculos
maior capacidade de resistência à fadiga .
Atua sobre os movimentos do tubo digestivo , favorecendo a
evacuação e a mictação e como eficaz cicatrizante.
Possui vitamina B, cálcio, magnésio, sódio, ferro e flúor : minerais
essenciais à vida.
O botânico francês Ausgust Saint – Hilaire afirma que:
“Há muitos méritos nessa bebida, dita diurética, própria para combater dores de
cabeça, para amenizar os cansaços do viajante e na realidade é provável que seu
amargor torne – a estomáquica e por conseguinte necessária em uma região onde se
come enorme quantidade de carne, sem os cuidados da perfeita mastigação.” *
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Erveira
Flor da erveira Fruto da erveira
* SAINT – HILAIRE, August de. Viagem ao Rio Grande do Sul. Belo Horizonte, Itatiaia, 1974, p.83
A ERVA MATE E OS ERVAIS
3. MATEANDOSOLITO...
Para o fabrico da erva – mate, há três operações:
I. SAPECO
II. SECAGEM – CARIJO OU BARBAQUÁ
II. CANCHEAMENTO
SAPECO - Após o corte, os ramos são passados por labaredas, para
abrir os vasos das folhas e provocar uma desidratação mais rápida .
CARIJO – Método de torrefação , usa o calor, direto de uma
fogueira, durante cerca de sete horas, até as folhas se tornarem
quebradiças .
BARBAQUÁ - Quase como o anterior , porém o calor é levado por
um conduto até onde se encontram os ramos. Esta operação leva
até 16 horas.
CANCHEAMENTO – É a trituração das folhas quando, os ramos
são golpeados com um pedaço de madeira – manguá - e , em seguida,
em um pilão. Completa – se assim o ciclo do preparo da erva – mate
artesanal .
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CancheamentoBarbaquá
Carijo
FABRICO DA ERVA MATE
Sapeco
4. MATEANDOSOLITO...
O PORONGUEIRO é uma trepadeira de clima
tropical, rasteira com folhas largas e espalmadas.
Seu fruto, o porongo, depois de maduro, se torna
lenhoso e oco, com sementes soltas.
Em guarani, a cuia é chamada de CAIGUÁ ( caá = erva; i = água e
guá = recipiente ), portanto, recipiente para água da erva – mate.
A cuia é retirada da parte menor do porongo. Escolhido o local do
corte, desbasta – se o bocal com faca afiada dando – lhe uma forma
suave. Raspa – se com uma colher o seu interior, para a retirada do
bagaço e sementes.
Tendo a cuia pronta, é preciso curar ou curtir a cuia. Então,
coloca – se erva já usada e úmida, deixando assim por dois ou três
dias. É comum misturar cinza à erva, pois dá resistência ao porongo.
Porongueiro
Cuia - saco de touro Cuia – galleta ou bolacha
O PORONGO E A CUIA
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5. MATEANDOSOLITO...
A bomba é um canudo metálico de cerca de 20 a 25
centímetros de comprimento, com uma extremidade
achatada e orifício longitudinal e na outra, um ralo com a
finalidade de coar a infusão.
Cada parte tem sua denominação:
1. Bico, biqueira, bocal, chupeta, ponteira;
2. Anel, respirador, pitanga, botão de rosa;
3. Haste, corpo da bomba, canudo;
4. Coador, ralo, bojo, colher, coco , apartador.
BICO
ANEL
HASTE
COADOR
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Tacuapi -
bomba primitiva
Bombas de prata
A BOMBA
* EU, Conde D’, Viagem Militar ao Rio Grande do Sul. ,Belo Horizonte, Itatiaia,1981, p42.
O uso da prataria religiosa e as melhorias econômicas da
população trouxeram influencias nos avios do mate.
Surgem os mates de cálice ou mates de pé, cuias com bocais de
prata, bombas de prata e de ouro ou com detalhes nesses materiais.
“Para o gaúcho a cuia e a bombilha são distrações tão indispensáveis
como o charuto ou o tabaco para a maioria dos europeus ” *
6. MATEANDOSOLITO...
Mate é palavra quéchua , designa a cuia,
recipiente para a infusão de erva – mate, passando
a designar o mate pronto.
Cada parte desse conjunto – cuia, erva e bomba – possui nomes
característicos:
A – Topete, respiro, morrete, barranco, crista...
B – Bomba, bombilha, tacuapi ( em guarani )
C – Beiço ou bocal
D – Pescoço
E – Cuia, mate , porongo ou caiguá ( em guarani )
F – Umbigo, cabo, bico
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BOMBA
TOPETE
CUIA
BEIÇO
PESCOÇO
CUIA
UMBIGO
O MATE
7. MATEANDOSOLITO...
Para aquecer a água , a chaleira média é a
mais usada, embora o tipo mais comum , até a
pouco tempo, era a chaleira preta de ferro.
Usa-se também a cambona e a chicolateira.
A cambona é feita de qualquer lata, com um pedaço de arame
passado várias vezes junto ao bocal , deixando um rabicho para
segurar.
A chicolateira possui alça, tampa e um pequeno bico , é usada
também entre carreteiros e tropeiros. Os guaranis fabricavam um
recipiente de barro cozido, para aquecer a água do chimarrão.
Para preparar um bom mate, coloque uma cevadura de erva na
cuia, cerca de 2/3 de sua capacidade ; a seguir acomode a erva de
um só lado , tampando com uma das mãos a boca do porongo .
Colocar, então, água morna ou fria, deixando a cuia recostada ,
para inchar a erva. Ao introduzir a bomba, tape o bocal com o
polegar. O passo seguinte será sorver e cuspir fora o primeiro mate
(veneno). Já pode então servir o mate . Quando o mate deixou de
espumar , “ vira – se o mate ”. Com a bomba, troca – se de lado a
erva. Ou retira – se a parte esgotada e coloca – se erva nova.
Assim o mate é refeito.
“Quando o mate é de boa qualidade pode – se escaldá – lo até 10 ou 12 vezes
sem renovar a erva. Conhece – se que esta perdeu sua força e que é necessário
trocá – la quando ao derramar sobre ela a água fervente não se forma espuma à
superfície.
Os verdadeiros viciados do mate tomam – no sem açúcar e então tem – se o
chamado chimarrão.
A primeira vez que provei essa bebida achei – a muito sem graça, mas logo
me acostumei a ela e atualmente tomo vários mates, de enfiada, com prazer, até
mesmo sem açúcar. Acho no mate um ligeiro perfume, misto de amargor ,
que não é desagradável.” *
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Chicolateira Cambona
PREPARANDO O MATE
*Saint – Hilaire, Auguste. Viagem ao Rio Grande do Sul. Belo Horizonte, Itatiaia, 1974 p.83
8. MATEANDOSOLITO...
Para o mate doce , habito feminino, as cuias
são menores que as usadas no chimarrão.
Aparecem as de porcelanas, de anjo ou não, a
partir do século XVIII, importadas da Europa, e as
cuias de barro cozido mais simples e populares.
Para o mate doce são também usadas canecas, xícaras, copos
de chifre , embora a cuia de porongo seja ainda a preferida como
recipiente para essa bebida.
Para cevar o mate doce segue – se o mesmo processo do amargo.
Quando está pronto o mate, cada vez que for servido, coloca – se
uma colherinha de açúcar na cuia.
Toma – se o mate com mel, açúcar queimado, leite fervido com
canela, ou casca de laranja seca.
Usa – se também um ferrinho. Em brasa, com cabo de madeira, com
o qual se queima o açúcar diretamente na cuia.
O mate acompanhado com rapadura é muito usual.
“ O mate é de si um pouco amargo ; mas é fácil fazer predominar na decocção o
gosto do açúcar, e assim é bastante agradável, uma vez que a pessoa se habituou às
partículas de matéria pulverizada que lhe sobem à boca pelo tubo.Quando estive no
Paraguai não deixava eu também de tomar meu mate, com muito prazer , antes de
pegar no sono” *
Cuia de porcelana - anjo
Cuias vidro, cerâmica e prata Porta erva e açúcar
O MATE DOCE
* EU, Conde D’. Viagem militar ao Rio Grande do Sul, Belo Horizonte, Itatiaia, 1981, p. 42
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9. MATEANDOSOLITO...
A medicina campeira está também associada
ao mate, através do uso das ervas medicinais
agrestes.
O jujo - as ervas – deve ser colhido na lua cheia se for folha e ,
na lua minguante ou nova, se raiz, pois assim concentra maior poder
devido ao fluxo da seiva, que conforme a lua, está na folha ou na raiz.
As ervas não devem ser colocadas na cuia , pois impregna gosto na
suas paredes. O melhor lugar para colocar as ervas medicinais é o
recipiente da água.
O porta – cuia nada mais é que um descanso para o mate, pois nem
todas as cuias possuem formas que permitem, pararem de pé sem
apoio.
Há variados tipos de porta – cuia - o tripé, porta – cuia de
taquarembó - de nós de cana – de couro e outros bastante elaborados,
produzido por artesãos e artistas.
Há algumas maneiras improvisadas para descansar o mate: numa
caneca; entre o bico e o corpo da chaleira ou ainda acomodada na
cambona.
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Macela
Porta cuias – taquarembó e de couro
O MATE : MEDICINA E O
PORTA CUIA
10. MATEANDOSOLITO...
No Rio Grande do Sul, a tradicional hospitalidade é
constante na vida do gaúcho. O mate desempenha
uma importante função agregadora , harmonizando ,
através do calor humano , esta simbiose afetiva ,
pelo clima de respeito que floresce entre os mates
conversados.
O chimarrão tem a propriedade sagrada de unir os casais e
harmonizar os filhos, despertando a intimidade que solidifica o núcleo
familiar.
Nos galpões ou nas salas requintadas onde o homem simples, pela
autenticidade , cultiva a amizade desinteressada , aí ele estende o
braço para oferecer o mate , num gesto largo e franco de quem
demonstra hospitalidade e deposita confiança e se aprende, ali, o bem
– querer.
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Estatueta –
Getulio Vargas,
mateando
SENTIDO SOCIAL DO MATE
Aquarela de Rudolf Herman Wendrot- 1853
“E no ponto de vista de consumo temos nesse produto uma bebida
excelente, quer usada como chá, quer como mate chimarrão ou doce e quer
usada à moda indígena, como refrigerante, deitando – se – lhe água fria na
própria cuia e tomando – se por meio de bomba, com ou sem açúcar. O mate
doce com leite é uma bebida deliciosa.” *
JACQUES, João Cezimbra. Assuntos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Erus, 1979, p. 198.
11. MATEANDOSOLITO...
Reflexão...
Pouca coisa é tão popular ou democrática como o chimarrão ou
mate. Na região sul da América , desde o Brasil até a Argentina, o
uso dessa bebida , com pequenas variações , impregnou-se nas
gerações, imprimindo um dos elementos da identidade regional e
platina .
Presente nas grandes rodas e eventos, em todas as classes
sociais, difundido nas artes , o mate unifica a todos , quer como
benéfico à saúde , quer pelo simples prazer de matear solito.
Economicamente , os ervais do sul do Brasil concentram 97%
da produção nacional , contribuindo , assim , para a difusão desse
hábito tão salutar.
Cristina Kirchner e Papa Francisco
Charge
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12. MATEANDOSOLITO...
O Rio – Grande extrahe de seus mattos nativos hum pouco de
herva – matte, applica ao seu consumo, ou exporta , herva –
matte, etc. Dreys
A erva-mate Ponche Verde, como empresa,iniciou em
1990, na cidade de Itapuca, RS, com os irmãos Edson e
Alécio Sassi.
Em função do crescimento da produção e buscando
melhores mercados e menores distâncias dos centros
distribuidores, a empresa transferiu-se, em 2003, para
Arvorezinha.
Com o aumento da demanda, foi necessária a
contratação de novos funcionários. Atualmente 28 pessoas
trabalham na empresa e representantes, em vários
municípios.
A erva - mate Ponche Verde , também é
comercializada em outros estados, como Bahia, Goiás,
Distrito Federal...
Atualmente, planta uma área de 100 ha. e produz
1.598.000 toneladas anuais.
Patrocinador Cultural Fábrica da erva-mate Ponche Verde
Ervais, em Arvorezinha.
Embalagens da erva-mate Ponche Verde.
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13. • E no ponto de vista de consumo
temos nesse produto uma
bebida excelente, quer usada
como chá, quer como mate
chimarrão ou doce e quer usada
à moda indígena, como
refrigerante, deitando – se – lhe
água fria na própria cuia e
tomando – se por meio de
bomba, com ou sem açúcar. O
mate doce com leite é uma
bebida delicios