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FANOR-FACULDADES NORDESTE
COMUNICAÇÃO SOCIAL/PUBLICIDADE E PROPAGANDA
MARCIO DE OLIVEIRA VERAS

AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK.

FORTALEZA
2013
FANOR-FACULDADES NORDESTE
COMUNICAÇÃO SOCIAL/PUBLICIDADE E PROPAGANDA
MARCIO DE OLIVEIRA VERAS

AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK.

Monografia apresentada ao curso de
Comunicação Social, das Faculdades
Nordeste como requisito para obtenção
do título de bacharel.
Orientador: Prof. Doutor Daniel Barsi
Lopes.

FORTALEZA
2013
V584r

Veras, Marcio de Oliveira.
As redes sociais como instrumento de ensinoaprendizagem através da educomunicação: análise a
partir do facebook./ Marcio de Oliveira Veras. – Fortaleza,
2013.
110f.
Monografia (Curso de Comunicação Social) –
Faculdades Nordeste - Fanor.
Orientador: Prof. Dr. Daniel Barsi Lopes

1. Ensino-aprendizagem. 2. Redes sociais. 3.
Educomunicação. I. Título.
CDD – 070
MARCIO DE OLIVEIRA VERAS

AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK.

Monografia apresentada ao curso de
Comunicação Social, das Faculdades
Nordestes
como
requisito
para
obtenção do título de bacharel, tendo
sido aprovada pela banca examinadora
composta pelos professores abaixo.
Aprovado dia:___/___/_____.

BANCA EXAMINADORA
________________________________
Prof. Doutor Daniel Barsi Lopes
Orientador - Faculdades Nordeste

________________________________
Profª. Especialista Lizie Sancho Nascimento
Examinadora - Faculdades Nordeste

________________________________
Profª. Especialista Maria Aurileide Ferreira Alves
Examinadora - Faculdades Nordeste
A meu bom Deus pela sabedoria e
saúde, a meus familiares e amigos
pela confiança e compreensão...
AGRADECIMENTOS
Inicialmente quero agradecer a Deus, que é o principal motivo da minha
existência, e, por conseguinte, a principal razão por eu ter conseguido
desenvolver esta obra. Quero agradecer também a minha mãe Edina, que com
toda a sua compreensão e amor me ajudou a chegar até aqui. Minha avó
Francisca que é a minha segunda mãe, e muito especial para mim.
Meus irmãos Marcos e Edvar pelo apoio e verdadeira amizade fraterna.
À minha sobrinha Helena que me alegra com sua esperteza e inteligência. A
todos os meus familiares, que são vários e como não é possível citar todos, e
para evitar injustiças, agradeço pela força e apoio de forma igual a cada um. A
meu orientador Daniel Barsi pela dedicação e ajuda que foram de grande
importância para a elaboração deste trabalho. Às professoras Lizie Sancho e
Aurileide Alves pela participação na banca examinadora da apresentação desta
monografia, além de suas orientações que foram bastante úteis para o
enriquecimento do mesmo.
A todos os meus colegas de faculdade que estiveram sempre próximos
me ajudando e me divertindo com suas conversas e distrações. A meus
professores de todas as disciplinas, pois todas foram essenciais à minha
formação e por isso, agradeço igualmente a cada um pela dedicação e esforço
na transmissão do conhecimento.
"A imaginação é mais importante
que a ciência, porque a ciência é
limitada, ao passo que a imaginação
abrange o mundo inteiro".
Albert Einstein
RESUMO
Diante das rápidas e importantes transformações vivenciadas pela educação e
comunicação na atualidade, faz-se necessário a elaboração de estudos
específicos que possam analisar e compreender como se dão essas
mudanças, e como elas podem afetar a sociedade de forma positiva e/ou
negativa. Assim, o objetivo principal da referida obra monográfica é analisar
como a Educomunicação é utilizada como ferramenta no processo de
aprendizagem de estudantes que utilizam a rede social Facebook. Visa abordar
como essa nova ferramenta pedagógica pode auxiliar os educandos da atual
era digital. O estudo, em relação a sua metodologia, utilizou a pesquisa
exploratória, sendo especificamente um estudo de caso, que abordou técnicas
qualitativas. O objeto de análise foi uma comunidade virtual de aprendizagem,
denominada: "Semiótica das Mídias", o qual foi criado na rede social Facebook,
no intuito de ser um instrumento agregador de uma disciplina, de um curso
superior na área de comunicação social em Fortaleza, Ceará. A partir dos
resultados obtidos foi possível perceber como as comunidades virtuais podem
ajudar no processo de construção do conhecimento, além de entender a
autonomia dos estudantes diante da busca da informação através das novas
mídias. Conclui-se que a Educomunicação, através de suas vertentes digitais,
pode ser eficaz e colaborar para a aprendizagem, no entanto, por ser algo
relativamente novo, requer estudos mais aprofundados sobre seus processos e
particularidades.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Redes Sociais. Educomunicação.
ABSTRACT
Given the rapid and major changes experienced by education and
communication today, it is necessary to draw up specific studies to analyze and
understand how these changes occur and how they can affect society positively
and/or negatively. Thus, the main objective of that monograph is to analyze how
the Education/Communications is used as a implement in the process of
learning of students who use the social network Facebook. Aims to address
how this new teaching tool can help learners in the current digital era. The
study, in relation to its methodology, has used the exploratory research, and
specifically it is a case study that addressed qualitative techniques. The object
of analysis was a virtual learning community, called: "Semiótica da Mídia"
(Semiotics of the Media) , which was created on the social network Facebook in
order to be an aggregator implement of a discipline by a university graduation in
social communication from Fortaleza, Ceará. From the results we realize how
virtual communities can help in the process of knowledge construction, as well
as understand the students' autonomy on the pursuit of information through new
media. We conclude that the Education/Communications through your digital
aspects, can be effective and contribute to learning, however, for the fact it is
relatively a new methodology, it requires further studies about its processes and
peculiarities.
Key words: Teaching and Learning. Social Networks. Education/Communication.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Esquema representando o conceito de nós na rede..........................41
Figura 2- Esquema representando a estrutura de uma rede Centralizada........59
Figura 3- Esquema representando a estrutura de uma rede Distribuída...........59
Figura 4- Esquema representando uma Comunidade virtual emergente..........73
Figura 5- Esquema representando uma Comunidade virtual de associação....74
Figura 6- Esquema representando uma Comunidade virtual híbrida........,,,,,,,,75
Figura 7- Exemplo de página de perfil pessoal no Facebook............................80
Figura 8- Exemplo do recurso "status" no Facebook.........................................80
Gráfico 1-Esquema do Processo de comunicação tradicional..........................24
Gráfico 2- Esquema do Processo de comunicação bidirecional (Two-way)......24
LISTA DE TABELAS
Tabela 1-Principais diferenças entre o ensino presencial e a distância............54
Tabela 2-Colocação das redes sociais mais acessadas no mundo..................76
Tabela 3- Porcentagem de acessos das dez redes sociais mais usadas no
Brasil..................................................................................................................77
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................12
2 BREVE PANORAMA SOBRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO..................15
2.1 A COMUNICAÇÃO: PRINCIPAIS CONCEITOS E SUA IMPORTÂNCIA
PARA A HUMANIDADE.....................................................................................15
2.2 PRINCIPAIS PROCESSOS COMUNICACIONAIS.....................................20
2.3 EDUCAÇÃO: DEFINIÇÕES E ASPECTOS SOCIAIS.................................26
2.4 INTERLIGAÇÕES ENTRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO.....................33
3 TICS E REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DE
EDUCOMUNICAÇÃO.....................................................................................37
3.1 EDUCOMUNICAÇÃO: UMA ÁREA DE CONVERGÊNCIA EDUCACIONAL
E COMUNICATIVA............................................................................................37
3.2

AS

TECNOLOGIAS

DE

COMUNICAÇÃO

E

INFORMAÇÃO

NO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM....................................................47
3.3 REDES SOCIAIS NA INTERNET: ESPAÇOS VIRTUAIS DE INTERAÇÃO E
APRENDIZAGEM..............................................................................................56
4 REDES SOCIAIS NA INTERNET: CLASSIFICAÇÕES E
EXEMPLOS.......................................................................................................68
4.1TIPOS DE REDES SOCIAIS NA INTERNET...............................................68
4.1.1 Redes sociais emergentes.....................................................................68
4.1.2 Redes sociais de filiação ou associativas............................................69
4.2 COMUNIDADES EM REDES SOCIAIS NA INTERNET..............................70
4.2.1 Comunidades emergentes.....................................................................73
4.2.2 Comunidades de associação ou filiação..............................................74
4.2.3 Comunidades híbridas...........................................................................75
4.3 EXEMPLOS DE REDES SOCIAIS..............................................................76
4.3.1- Facebook..............................................................................................78
4.3.2-YouTube.................................................................................................81
4.3.3-Twitter.....................................................................................................82
4.3.4- Orkut......................................................................................................83
5 METODOLOGIA, OBJETO E ANÁLISE DOS DADOS...............................85
5.1 METODOLOGIA..........................................................................................85
5.2-OBJETO DE ESTUDO...............................................................................87
5.3-ANÁLISE DOS DADOS..............................................................................91
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................101
REFERÊNCIAS...............................................................................................104
12

1 INTRODUÇÃO

A educação e a comunicação são duas áreas que vêm passando por
profundas transformações nos últimos anos, principalmente no que se refere às
suas práticas, conceitos e metodologias. Isso se deve em boa medida à
presença e centralidade das tecnologias de comunicação e informação, que
possibilitaram grandes avanços na velocidade em que ocorre a divulgação de
dados ao redor do planeta e que diminuíram as distâncias entre os povos,
realidade projetada por meio do conceito proposto pelo filósofo canadense
Marshall Macluhan (1967) de aldeia global.
Para este autor, com o advento tecnológico todos os seres humanos, de
certa forma, estariam interligados, o que não deixou de se tornar em parte uma
verdade, com a expansão vertiginosa das redes sociais no século XXI,
proporcionando que as conexões entre as pessoas contribuíssem para uma
mudança profunda no formato de comunicação.
A comunicação pode ser considerada como o ato elementar primordial
dos seres humanos, já que é impossível imaginar a vida humana sem a
mesma. A todo instante, quer sozinhos ou em grupos, as pessoas sempre
estão praticando a ação comunicativa, mesmo que involuntariamente. Nem as
barreiras físicas ou psíquicas impedem que as pessoas pratiquem o ato de se
comunicar, que é fundamental para que o indivíduo compreenda a si próprio, o
ambiente em que vive, e demonstre suas reações, desejos e necessidades
perante os outros.
Por conseguinte, para que o ser humano empreenda uma comunicação
mais avançada em termos de complexidade faz-se necessário que este receba
uma instrução, que em geral é ministrada inicialmente em seu próprio lar, pelos
seus parentes, e, posteriormente, é adquirida em instituições especificas
chamadas de escolas, pelos professores e outros profissionais da área
educacional.
Assim, temos o termo educação, que também pode ser considerada uma
forma de desenvolvimento da ação comunicativa, uma vez que só através da
13

troca recíproca de conhecimento é que as pessoas serão capazes de
desenvolver uma linguagem que possibilitará uma comunicação mais eficiente
e clara entre os envolvidos. Dessa forma, vê se que a comunicação e a
educação

não

podem

caminhar

separadas,

visto

que

ambas

são

complementares e inseparáveis, objetos essenciais à complexa máquina
humana.
Pretende-se, portanto, com a referida monografia investigar essa
intricada relação, analisando, assim, o neologismo criado a partir da junção de
práticas pedagógicas com ferramentas da comunicação, denominado de
Educomunicação. Para isso o tema da pesquisa está relacionado às
possibilidades de se construir processos de ensino-aprendizado através das
redes sociais, buscando compreender o potencial destes como instrumentos de
Educomunicação. Toma-se, neste intuito, como objeto de análise o Facebook,
mais especificamente um grupo virtual criado nessa rede social.
O objetivo geral que norteou a presente obra foi: analisar como a
Educomunicação é utilizada como ferramenta no processo de aprendizagem de
estudantes que utilizam a rede social Facebook. Os objetivos específicos são
os seguintes:
-Compreender as comunidades virtuais de aprendizagem como um ambiente
agregador na construção do conhecimento;
-Perceber a relação de autonomia do educando perante as novas mídias
inseridas no processo de ensino-aprendizagem.
Esta monografia está dividida em seis capítulos, os quais seguem a
ordem cronológica do desenvolvimento da pesquisa. No primeiro capítulo é a
referida introdução mostrando uma breve visão geral sobre a obra monográfica.
No segundo capítulo são abordados os principais conceitos sobre educação e
comunicação, focando nos aspectos históricos, sociais, antropológicos e
classificatórios das respectivas áreas.
O terceiro capítulo aborda a questão das tecnologias de informação e
comunicação e as redes sociais como ferramentas educomunicativas. Para
isso é mostrada a origem do termo "Educomunicação" e seus aspectos
14

elementares. Além disso, discorremos sobre as TIC´s (tecnologias da
informação e comunicação) e seu uso no processo de ensino aprendizagem,
bem como as redes sociais.
O quarto capítulo versa sobre o tema das redes sociais de maneira mais
aprofundada, mostrando as suas principais classificações, o significado do
termo de acordo com alguns teóricos, além de apresentar um panorama geral
de quatro importantes redes sociais, com a finalidade de se compreender o
funcionamento das mesmas. São apresentadas, também, as comunidades
virtuais e suas principais características.
O quinto e penúltimo capítulo apresenta alguns tópicos importantes da
pesquisa, tais como a metodologia utilizada, com o detalhamento dos
processos utilizados e classificações em relação ao tipo de pesquisa e seus
objetivos propostos. É abordado também neste capítulo o objeto de estudo,
com todas as suas especificidades mais importantes, e o motivo que levou o
pesquisador a escolhê-lo. Por fim, é realizada a análise dos dados colhidos.
Este processo se dá por meio da escrita da observação dos principais fatos
ocorridos no ambiente virtual analisado, e os resultados alcançados.
Por fim, nas considerações finais será explicitada uma reflexão sobre os
resultados obtidos e apontamentos para estudos futuros sobre o tema.
15

2 BREVE PANORAMA SOBRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO
Nesse capítulo será apresentado um panorama geral abordando as
características principais da comunicação e da educação, assim como seus
aspectos históricos e sociais, bem como a importância de ambas para o
desenvolvimento humano. Também será discutida a interface entre essas duas
vertentes, a fim de compreender como essas duas áreas se inter-relacionam.
2.1 A COMUNICAÇÃO: PRINCIPAIS CONCEITOS E SUA IMPORTÂNCIA
PARA A HUMANIDADE
A palavra comunicação provém do latim “comunicare”, que possui como
significado "pôr em comum". Este expõe uma abundância de sentidos, produto
da sua natureza complexa e multidisciplinar. Além disso, o verbete pode ser
definido através de Matos(2009) como a habilidade de "transferir significados
entre os seus componentes”, o que abrange passagem e apreensão do sentido
da mensagem. Deste modo, comunicação é a ação em que se compartilha um
mesmo objeto de consciência; demonstra a afinidade entre consciências.
Ainda em relação a sua definição Matos, (2009, p.27) afirma que
comunicação significa "compartilhar‟, "dividir‟, "integrar‟, "interagir através de
ideias e opiniões‟, "conferenciar”, uma vez que são ações desempenhadas por
nós a todo o momento, quer no convívio profissional, quer com os amigos, com
os familiares, em um ambiente de entretenimento, pela internet, pelo telefone,
por carta etc. Contudo, acompanhando esse conceito: o que podemos tornar
comum através do sentido de uma determinada mensagem, conforme Vilalba
(2006) é o sentido:
Sentido é uma resposta mental a um estímulo percebido pelo corpo e
que, na mente, torna-se informação. Por sua vez, essa informação,
aplicada de maneira eficaz, transforma-se em conhecimento. Tudo
isso acontece por meio do processo de comunicação, em que o
sentido é formado, apresentado e negociado (VILALBA, 2006, p.06).

Percebe-se, por meio da citação acima, que toda comunicação possui
um sentido especifico, ou seja, ela não é produzida de modo aleatório, mas
possui uma finalidade pré-delineada para que possa ser produzida e existir.
Deste modo, a comunicação passa a ser transformada em conhecimento pelo
indivíduo que a recebe e que a processa através da decodificação, movimento
16

este afetado pelo repertório do sujeito social. Pode-se dizer, então, que a
informação é a decodificação do sentido, pois a mente humana compreende
que os estímulos exteriores sempre possuirão algum significado particular.
A comunicação apresenta-se a cada dia mais indispensável às relações
da sociedade e ao ambiente de qualquer tipo de instituição. Modernas
tecnologias

proporcionam

uma

maior

abrangência

das

informações,

ultrapassando os limites do tempo, espaço e até mesmo de valores culturais.
Os processos comunicacionais sempre exibiram uma evolução paralela
àquela contituída pelo homem ao longo dos séculos, nos mais diversos
ambientes ocupados pelo mesmo, de acordo com o contexto histórico. Assim,
em épocas anteriores à Revolução Industrial, quando não havia o predomínio
tecnológico que existe atualmente, em geral, ocorria sempre a comunicação de
um para muitos, onde uma única mensagem era produzida para ser absorvida
por diversas pessoas. Não havia um retorno por parte dos receptores da
mensagem, que simplesmente processavam-na, e não emitiam opinião própria
sobre o conteúdo recebido.
Braga e Calazans (2001) afirmam que a comunicação é “conatural” ao
ser humano. Sem comunicação não há sociedade, comunidade.
Para agir em comum os seres humanos interagem. Desde que se
pode identificar a existência de grupos humanos, na pré-história mais
remota, existe "comunicação social". Em contraste com este truísmo,
entretanto, é interessante perceber que esta questão - de como os
homens se comunicam - só se coloca na sua forma atual a partir do
início do século XX (BRAGA; CALAZANS, 2001, p. 14).

Não há como desvincular a maneira que o ser humano vive das ações
que o homem desenvolveu para comunicar-se. Atualmente, de modo mais ágil
e tecnológica do que em outros períodos, as invenções humanas continuam a
melhorar as maneiras de se comunicar, e os diferentes estilos de comunicação
contribuem para isso.
Os estilos de comunicação são múltiplos, dos quais convém destacar a
expressão dos olhos, meneio facial, trejeitos corporais, mímica manual
(gesticulação), contato físico, sons produzidos apenas pela garganta,
expressões faladas (discurso), termos escritos (texto, literatura), grafismo em
relevo, desenhos ou ilustrações (artes plásticas), pintura, esculturas, produção
17

de ruídos, de sons instrumentais, reflexões e emissões de luz.
A comunicação parece fazer parte naturalmente da maneira de ser dos
homens e dos animais. Geralmente pode ultrapassar a característica humana,
conhecida como racionalidade, e simplesmente manifestar-se, por anseio ou
precisão. E, mesmo que, instantaneamente desprovido da razão, o ser humano
pode aproveitar-se da comunicação como instinto em diferentes ocasiões
(PEREZ, BAIRON, 2002).
A interligação entre comunicação e ação é abordada por Rüdiger (1998),
que afirma que a comunicação aparece no momento em que a necessidade do
indivíduo agir em conjunto contitui o estabelecimento de relações entre seres
humanos e meio ambiente, e entre os próprios homens. Como produto dessas
relações deve manifestar-se, por conseguinte, a cooperação.
Aranha (1996) comenta que para existir comunicação entre o indivíduo e
a natureza, o homem com outros homens e com ele mesmo é indispensável o
emprego de símbolos (signos). De acordo com a autora, os seres humanos
instituem distintas maneiras de comunicação através das necessidades de um
grupo, em uma ocasião e local particular. Ela pontua que
[...] ao criar um sistema de representações aceitas por todo o grupo
social (ou seja, a linguagem simbólica) os homens se comunicam de
forma cada vez mais elaborada. Neste sentido pode-se dizer que a
cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo em
determinado tempo e lugar. Dada a infinita possibilidade de
simbolizar, as culturas são múltiplas e variadas (ARANHA, 1996, p.
15).

Com a referida citação a autora sugere que a existência da cultura
humana, em suas mais diferentes vertentes, como a música, o teatro, a
arquitetura, as artes plásticas, a literatura, dentre outras, é fruto das
representações simbólicas criadas principalmente através da linguagem
humana, e que esta possibilitou um grande desenvolvimento das diversas
sociedades humanas com suas respectivas singularidades.
A comunicação é essencial para se imprimir emoções, os julgamentos e
a visão de mundo de cada um, objetivando a partilha de estilos de vida e
condutas instituídos por preceitos de costume social. A linguagem da
18

comunicação é ferramenta indispensável à interação humana, é ela que irá
estabelecer o ser humano em certo ambiente social e mercadológico.
Qualquer mensagem, quer escrita ou verbalizada, é conduzida a um
destinatário, em exato período, e manifesta-se distinguida pela personalidade
do caráter de quem emite tal mensagem. Portanto, a eficácia da comunicação
é diferenciada pela demonstração pessoal estabelecida entre as regras
linguísticas estabelecidas e as marcas da mensagem pessoal. Isso se
sobrepõe tanto à expressão escrita quanto à oral.
De maneira geral, a oralidade é mais instintiva que a escrita e possui a
faculdade da comunicação contígua, enriquecido pela pronúncia, pela prosódia,
pela dicção, pela harmonia, pela entonação, timbre e tom da voz, pela
acentuação e pela expressão corporal. A configuração de como se processa a
ação comunicacional por meio da expressão falada geralmente motiva o
sucesso ou a derrota de um profissional, na medida em que o uso dos
vocábulos na manifestação dos conceitos, completado pelo tom de voz, pela
expressão física e pelo jeito de se vestir, permanece registrado como sua
marca no grupo social em que convive.
Os indivíduos apresentam uma composição intelectual e psicológica que
lhes admite aprender idiomas distintos (em determinadas pessoas que
passaram por lesões cerebrais ou sofreram retardo intelectual grave essa
aptidão é bloqueada ou não pôde ser desenvolvida). Os hominídeos mais
elevados parecem ser o único grupo de espécies que possuem a capacidade
de desenvolver uma linguagem com rigorosa constituição sintática. Apesar de
que o código de sinais ensinado a outros primatas, como o chimpanzé,
mostram um conhecimento dos fundamentos semânticos básicos da língua. E,
embora seja provável que determinadas espécies de hominídeos diferentes do
Homo sapiens tenham desenvolvido uma linguagem com a sintaxe, não há
nenhuma evidência para comprovar isso.
Laignier e Fortes (2009) afirmam que provavelmente o homem moderno
começou a se alastrar pelo globo terrestre a partir da África Oriental (Homo
sapiens), sendo o núcleo de surgimento humano localizado na Etiópia. O
surgimento da escrita nas primeiras comunidades de Homo sapiens foi
19

indispensável para provocar uma mudança profunda na sociedade humana,
como a passagem da comunidade de caçador-coletores nômades para uma
sociedade agrícola e pecuária que passou a se fixar em um determinado
local. Bordenave (1997) afirma o seguinte sobre a origem da comunicação
humana;
A comunicação humana tem um começo bastante nebuloso.
Realmente não sabemos como foi que os homens primitivos
começaram a comunicar entre si, se por gritos ou por grunhidos,
como fazem os animais, ou se por gestos, ou ainda por combinações
de gritos, grunhidos ou gestos (BORDENAVE, 1997, p.23).

Com a citação, o teórico afirma que devido ao pouco conhecimento que
se possui em relação aos homens primitivos que ainda habitavam em cavernas
há centenas de milhares de anos, não se tem como afirmar como se dava a
comunicação entre eles, uma vez que a comunicação sempre foi algo
complexo, principalmente na espécie humana. Porém, sabe-se que as
manifestações artísticas rupestres encontradas nas cavernas dão indício de
que já havia essa necessidade de comunicação.
Um importante avanço na comunicação humana foi o aparecimento da
escrita, que está atrelado ao advento da divisão social em hierarquias
distintas. É por este motivo que os primeiros escritos surgiram nas têmporas,
em que a classe sacerdotal foi localizada. Os eclesiásticos eram incumbidos
da contabilidade e direção fiscal, empregando tábuas de argila, onde o
algarismo apresentou mais importância do que a grafia.
Estas tábuas concebem a origem da escrita cuneiforme1 e os mais
antigos foram encontrados no templo de Uruk, na antiga Mesopotâmia. Sem a
escrita os sacerdotes não teriam sido capazes de constituir sua categoria
elevada e a sua função de coordenação da população. Com este tipo de escrita
as camadas sociais são formalizadas através de seu papel perante a
sociedade.

1

A escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos sumérios, sendo a designação geral dada a
certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. Inicialmente a escrita
representava formas do mundo (pictogramas), mas por praticidade as formas foram se
tornando mais simples e abstratas.
20

De acordo com Laignier e Fortes (2009), antes que a escrita fosse
generalizada, no último período do paleolítico, o homem já utilizava formas de
comunicação pictográfica, que teve sua origem no gesto, na oralidade e na
mímica, e não na palavra.
No momento em que a revolução urbana estabeleceu as primitivas
cidades surgiu também a escrita linear e cuneiforme, ao longo da margem
oriental da costa do Mediterrâneo. Cerca de 3.500 anos atrás, em uma aldeia
na região da Síria, os fenícios, mercadores diferenciados por serem grandes
navegadores, desenvolveram uma nova maneira mais simplificada de escrever,
com vinte sinais de caráter ideográfico e alfabético, ou seja, que representavam
os sons graficamente e inicialmente simbolizavam apenas as consoantes,
levando ao alfabeto semita constituído na região do Oriente Médio. Quinhentos
anos depois, o alfabeto passou por uma separação em quatro subalfabetos: o
sul-semita, o cananeu, o aramaico e o grego arcaico.
Conforme Laignier e Fortes (2009), os gregos desenvolveram as cinco
vogais modernas para adaptar o novo alfabeto para o idioma deles, dando
início ao primeiro alfabeto escrito da esquerda para a direita. Com o advento do
Império Romano, este se propagou para o Mediterrâneo e foi adotado
pelos romanos, tornando-se o latim, ancestral das línguas românicas como
português, espanhol, francês, italiano, dentre outras.
O funcionamento das sociedades humanas contemporâneas só é
possível através da comunicação. Esta, como foi abordada anteriormente, é a
troca de mensagens entre indivíduos. Vejamos no tópico a seguir como se dá o
processo comunicativo em suas vertentes principais.
2.2 PRINCIPAIS PROCESSOS COMUNICACIONAIS
É importante ressaltar que haverá sempre uma finalidade específica para
existir qualquer tipo de comunicação, uma vez que ela será desenvolvida para
atender a uma determinada necessidade humana quer individual ou social.
Essa intenção foi descrita por Juan Bordenave (1994) a seguir:
Na comunicação há sempre uma intenção básica: como fonte
codificadora, certamente o emissor espera que o receptor selecione
sua mensagem, a compreenda, a aceite e, finalmente, a aplique. Por
21
sua vez, o receptor ao decodificar a mensagem também tem uma
intenção básica. Ele deseja selecionar o que é importante para ele.
Dessa forma, vai direcionar a sua compreensão e avaliação, para
depois decidir se aceita ou não o conteúdo transmitido, e aplicar o
que achar válido na mensagem (BORDENAVE, 1994, p.20).

Verifica-se, portanto, com a citação acima que cada elemento presente
em qualquer ação comunicativa possui suas intenções específicas. Deste
modo, cada um dos componentes envolvidos selecionará aquilo que
considerará mais importante na decodificação da mensagem. Assim, são três
os elementos indispensáveis ao processo comunicacional, descrito por
Heldman (2006, p. 321): “toda comunicação possui três componentes: o
emissor, a mensagem e o receptor”. Matos (2009) oferece uma breve descrição
sobre cada um desses elementos:
Emissor
Conforme Matos (2009, p. 5), o emissor, no processo de comunicação, é
“um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele que, num dado
momento, emite uma mensagem para um receptor ou destinatário”.
Intui-se com a referida citação que o elemento emissor possui uma
função imprescindível na ação comunicativa, já que o mesmo será responsável
por originar a mensagem e assim produzir para os receptores uma informação
que possa ser compreendida de forma clara e objetiva.

Mensagem
De acordo com Matos (2009), a mensagem, no processo de
comunicação, é assim descrita:
(...) comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Estrutura
organizada de sinais que serve de suporte à comunicação. A
mensagem é o objeto da comunicação, é um produto físico real do
codificador / fonte (BERLO, 1999, apud MATOS, 2009, p. 5).

Percebe-se, então, o quanto a mensagem possui uma definição
complexa e o quanto ela está presente em todas as situações da vida humana
22

e da sociedade em geral. A mensagem pode ser considerada a matéria-prima
de toda ação comunicacional, visto que ela só existirá através da mesma. O
autor afirma também, que existem inúmeros tipos de mensagem, e que devido
a sua subjetividade é possível produzi-la mesmo a partir do silêncio, apenas
com a expressão facial ou corporal.
Quando conversamos, o discurso é a mensagem; quando sorrimos, a
alteração característica da face é a mensagem; quando somos
surpreendidos subitamente, o silêncio e imobilidade momentânea são
a mensagem (D`AZEVEDO,1978, apud MATOS, 2009, p. 5).

Toda mensagem requer um emissor para que possa ser produzida e
existir, daí ela ser originada a partir de uma determinada fonte, que no
processo comunicacional, de acordo com Matos (2009, p.5), é definida como
“nascente de mensagens e iniciadora do ciclo da comunicação. Sistema
(pessoa, máquina, organização, instituição) de onde provém a mensagem, no
processo comunicacional”.
Receptor
Com base em Matos (2009), o receptor, no processo de comunicação, é:
(...) um dos protagonistas do ato da comunicação; aquele a quem se
dirige a mensagem, aquele que recebe a informação e a decodifica,
isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em mensagem
recuperada (MATOS, 2009, p.05).

O receptor, consequentemente, possui sua função desenvolvida no
momento em que o mesmo é capaz de decodificar eficazmente a mensagem a
ele transmitida que pode ser feita de infinitas formas desde estímulos físicos
simples, como um abraço ou aperto de mão, até os estímulos visuais dos mais
complexos como a leitura de um texto em um idioma ideográfico como o
mandarim.
Os

elementos

supracitados,

como

dito

anteriormente,

são

os

indispensáveis na ação comunicativa, porém existem outros que também
auxiliam nesse processo, mas que existem a partir dos três componentes
principais, que segundo Bordenave (1997) são; o código, o contexto, a
linguagem, o ruído, o repertório, etc.
23

Sob um ponto de vista técnico o processo de comunicação pode ser
definido como a transmissão de uma determinada mensagem originada em um
ponto A que se desenvolve até chegar a outro ponto B, distante do anterior
pelo espaço e pelo tempo.
Sobre os processos comunicacionais, o modelo transacional de
comunicação é tido como o mais atual, focando o estilo de comunicação “twoway”. Esse termo anglófono pode ser traduzido livremente por comunicação
bidirecional que segundo Terra (2009, p.2) é a "comunicação que permite a
oportunidade de resposta e interação entre os emissores e receptores de uma
mensagem". Portanto, é um formato comunicativo que permite total interação
entre os elementos envolvidos no processo. Percebe-se, então, que essa é
uma das características principais da comunicação ocorrida no ambiente
digital.
Ainda sobre os processos simultâneos de trocas de informações mútuas
Weinburg e Wilmot (apud ANDREWS, HERSHEL, 1996) discorrem que na
perspectiva bidirecional ou transacional cada indivíduo está comprometido em
enviar e receber mensagens de modo simultâneo, compartilhando do processo
de codificação, decodificação e alcançando o outro.
Axley (1984) faz uma comparação entre o modelo transacional com o
modelo tradicional, que possui uma perspectiva linear da comunicação. O autor
ressalta que, neste último, o significado de uma mensagem é atribuído ao
emissor, e o desafio consiste em usar com sucesso um canal e, então,
transmitir a mensagem de modo claro para um receptor ou grupo. Já o modelo
transacional está ajustado ao receptor e, principalmente, para a constituição de
um significado da mensagem em sua percepção.
Os teóricos Barker e Sinkula (1999) defendem que este processo de
interligações de mensagens e constituição de significados, nas quais as
diversas partes relacionadas fazem parte do processo como emissor e receptor
em situações divergentes, não havendo uma mera troca de informações entre
os campos envolvidos, é a ideal para ser desenvolvida no ambiente social.
Conforme os autores, apenas desta maneira a propagação do saber e
enriquecimento dos vínculos poderá acarretar o aprendizado do sujeito, algo
24

indispensável às rápidas e contínuas mudanças da sociedade e em prol da
inovação.
Santaella (2001) exibe os elementos principais da comunicação humana
conceituados por DeVito, dentre os quais podemos destacar que: na
comunicação vista como processo transacional cada sujeito é, igualmente,
emissor e receptor, manda e recebe mensagens; a comunicação é um
processo inevitável, afinal mesmo quando não queremos acabamos nos
comunicando uns com os outros, durante todo momento estamos emitindo
mensagens.

Gráfico 1-Esquema do Processo de comunicação tradicional

CÓDIGO
LINGUAGEM

EMISSOR

MENSAGEM

CONTEXTO

RECEPTOR

REPERTÓRIO
RUÍDO

Fonte:Santaella (2001)

Gráfico 2- Esquema do Processo de comunicação bidirecional (Two-way)

MENSAGEM
EMISSOR
RECEPTOR

FOCO
Fonte:Santaella (2001)

RECEPTOR

MENSAGEM

EMISSOR
25

A autora Santaella (2001) conceituou da seguinte forma o processo de
transformação

do

comportamento

do

indivíduo

durante

o

processo

comunicativo:
Uma ação torna-se uma mensagem quando é percebida tanto pelo
próprio ser quanto por outras pessoas. Em outras palavras: os sinais
de trânsito se tornam mensagens quando há um receptor que, no
lugar de destino, pode avaliar o significado destes sinais. Tal
definição inclui a comunicação entre seres humanos e animais, assim
como entre os próprios animais. De fato, todos os organismos
biológicos, incluindo as plantas, recebem, avaliam e enviam
mensagens. Resumindo: a comunicação é um princípio de
organização da natureza (SANTAELLA, 2001,p.19).

Infere-se através da citação que a comunicação faz parte dos mais
variados processos e fenômenos da natureza, uma vez que mesmo os seres
biológicos que não possuem nenhum tipo de raciocínio são dotados da
capacidade de processar uma determinada mensagem nas mais variadas
vertentes, tanto entre si como entre os outros.
As divergências entre ambos os modelos tradicional e transacional se
encontram justamente no fato de que este último dá uma maior liberdade aos
sujeitos participantes do processo, visto que o mesmo pode atuar como
emissor, receptor e até canal. Além disso, não há mais um conformismo por
parte do receptor em apenas receber a mensagem e guardá-la para si, este
agora passa a retransmitir uma nova mensagem redecodificada para o
componente de origem.
Sobre as diferentes fases do processo comunicativo, Bordenave (1994)
afirma o seguinte:
É teórica e praticamente impossível dizer onde começa e onde
termina o processo da comunicação. Razões internas ou externas
podem levar duas pessoas a se comunicarem. Embora a fase visível
da comunicação possa ser iniciada por uma delas, sua decisão de
comunicar pode ter sido provocada pela outra, ou por uma terceira
pessoa, presente ou ausente, ou por muitas causas coincidentes
(BORDENAVE, 1994, p.41).

O autor afirma que, devido a sua grande complexidade, a comunicação
não possui fases definidas sistematicamente e, por conseguinte, estas podem
ocorrer independentemente da vontade do próprio indivíduo e ser influenciado
26

por inúmeros fatores. Ainda segundo Bordenave (1994) as fases podem
ocorrer em qualquer ordem ou ao mesmo tempo, sobrevindo em alguns
momentos conflitos, uma com as outras.
Enfim, no estudo da comunicação, torna-se indispensável conhecer
como se dá os processos comunicacionais, a fim de entender como os
elementos interagem entre si, e a importância e o papel de cada um nessa
ação comunicativa. O tópico seguinte irá abordar a educação, que é
intrinsecamente ligada à comunicação, e, por conseguinte, necessita de
processos comunicacionais para que se desenvolva.
2.3 EDUCAÇÃO: DEFINIÇÕES E ASPECTOS SOCIAIS
O

termo educação

provém

do

vocábulo

latino "educer",

que

significa 'tomar, extrair' ou "educare" que diz respeito a 'formar, instruir'. O
vocábulo pode ser definido, segundo o dicionário Aurélio, como: despertar as
aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e ideais de
determinada sociedade, aprimorando-lhe as faculdades intelectuais, físicas e
morais.
Na intenção de compreender o que é educar em nossos tempos,
constantemente tropeçamos em definições agregadas a perspectivas sociais. A
apreensão que evidenciamos em entender o que se constitui educar
atualmente também é uma contenda acentuada para as preleções e políticas
sociais, pois compete a ela ser uma ferramenta de democratização, de
inserção e em benefício do exercício da cidadania. Gohn (2001) assim define o
ambiente escolar em relação ao seu papel social:
À escola assim como à cidade é atribuído o espaço para o exercício
da democracia, de conquista de direitos, da mesma forma que a
fábrica foi o espaço de luta e conquista dos direitos sociais dos
trabalhadores. Mas o modelo atual é totalmente diferente do
implantado no século passado, pois está centrado nos indivíduos
como atores sociais, e não apenas como trabalhadores/produtores ou
consumidores de bens e mercadorias. Trabalhamos, portanto, com
uma perspectiva que aborda a Educação como promotora de
mecanismos de inclusão social, que promove o acesso aos direitos
de cidadania. Trata-se de uma concepção ampliada, que alarga os
domínios da Educação para além dos muros escolares e que resgata
alguns ideais já esquecidos pela humanidade, como, por exemplo, o
de civilidade (GOHN, 2001, p.14).
27

Assim, as perspectivas sociais contemporâneas fazem com que
entendamos o significado de educar dentro de um ponto de vista inclusivo e
decodificador de nossa realidade. Ainda em relação à educação sob uma
perspectiva sociocultural, o autor aborda o seguinte:
O saber interpretativo, nas ciências humanas, refere-se às condutas
intencionais, decifrando as linguagens sociais existentes, passando
pelas mídias. É preciso ver televisão não apenas como um “mal”, mas
utilizá-la como veículo de debate, polemizar sobre seu conteúdo, e
discutir sobre as diversas culturas que os filmes e programas
apresentam,desenvolvendo conhecimentos sobre o outro, seu
passado, seus costumes e tradições. É preciso agregar ao ensino
formal, ministrado nas escolas, conteúdos da educação não-formal,
como os conhecimentos relativos às motivações, à situação social, à
origem cultural dos alunos, etc. (GOHN, 2001, p.16).

O autor faz uma reflexão interessante sobre a relação existente entre a
educação contemporânea e os veículos midiáticos, ressaltando a importância
que os mesmos possuem para a formação cultural dos indivíduos. Essa
constituição passa pela educação informal e leva o indivíduo à reflexão de
temas polêmicos trazidos pelos mais diversos suportes como a televisão e o
cinema, por exemplo, mas que de algum modo irão contribuir para formação
crítica do cidadão e, portanto ajudará no ensino formal.
Esta perspectiva, sobre o que é educar em nossos dias, faz com que o
discurso da educação não alcance uma eficácia maior perante a nova
conjuntura criada pelas novas tecnologias da comunicação e do conhecimento.
Aranha (2006) percebe que a educação é fundamental e indispensável
para a socialização (ou seja, partilha) e humanização:
É a educação que mantém viva a memória de um povo e dá
condições para a sua sobrevivência material e espiritual. A educação
é, portanto, fundamental para a socialização e a humanização, com
vistas à autonomia e à emancipação. Trata-se de um processo que
dura a vida toda e não se restringe à mera continuidade da tradição,
pois supõe a possibilidade de rupturas, pelas quais a cultura se
renova e o ser humano faz a história (ARANHA, 2006, p.67).

Brandão (2001) afirma que há três tipos de educação: a formal, a não
formal e a informal. A educação formal faz referência aos âmbitos das escolas,
28

institutos, universidades, creches, etc. A educação não formal faz referência
aos cursos, academias e instituições que não são regidas por um currículo de
estudos específicos.
A educação informal é aquela que fundamentalmente se adquire nos
âmbitos sociais, pois é a educação que se recebe progressivamente ao longo
de toda a vida. Os meios de comunicação, assim como o ambiente familiar,
também contribuem para o desenvolvimento da educação informal do
indivíduo. Isso se dá a partir do momento em que este passa a receber e
analisar o conteúdo midiático com uma visão crítica e contestadora. Nesse
contexto também podemos categorizar a educação em duas grandes vertentes:
a tradicional ou clássica e a nova e construtivista.
Aprofundada na sociedade de hierarquias escravocrata da Idade Antiga,
designada a uma acanhada minoria, a instrução clássica principiou sua
decadência já no movimento renascentista, ela resiste, entretanto, até hoje,
embora tenha ocorrido uma expansão média da escolaridade originada pela
educação burguesa. Sobre a hierarquização da educação e seu uso como
instrumento de subjugação, Brandão (2001) aborda o seguinte:
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das
maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber,
como ideia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como
trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema
centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber
como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na
divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos
(BRANDÃO, 2001, p.31).

Assim o autor afirma que a educação, mesmo sendo uma ferramenta tão
indispensável ao desenvolvimento da humanidade, pode muitas vezes ser
utilizada como forma de imposição e manutenção de um sistema hierárquico
desigual, que favorecem apenas as minorias que tem acesso a ela em melhor
qualidade. Tal situação foi bastante intensa em outras épocas antigas e ainda
hoje se mostra latente em diversas sociedades, como a brasileira.
29

A educação nova, que aparece de maneira mais intensa a partir da obra
de Rousseau2, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e ocasionou
inúmeras conquistas, especialmente na área das ciências da educação e dos
processos de ensino-aprendizagem. O conceito de "aprender fazendo3" de
John Dewey e as metodologias Freinet4, por exemplo, são conquistas
determinantes na história da pedagogia. Tanto a percepção tradicional de
educação como a nova, largamente concretizadas, possuirão um espaço
garantido na educação do futuro.
A educação tradicional e a nova apresentam em comum a percepção da
educação como ação de desenvolvimento particular. Contudo, a descrição
mais inédita da educação desse século é a condução de ponto de vista do
individual para o social, para o político e para o ideológico.
A pedagogia institucional é um modelo disso. A prova de mais de meio
século de educação nos países socialistas também o dá credibilidade. A
educação, no século XX, tornou-se mais acessível, no entanto, inúmeras
crianças, jovens e adultos continuam sem esse direito básico. Sardagna (2001)
discorre o seguinte sobre o direito universal da educação:
As políticas educacionais cada vez mais apontam para a necessidade
de ofertar educação para todos. Observa-se diariamente o
surgimento de novas possibilidades que se configuram em diferentes
modos para que ninguém fique de fora. Intensificam-se as formas de
ingresso, flexibilizam-se organizações curriculares, criam-se novas
possibilidades de educação à distância, implementam-se propostas
para todas as idades, entre outras opções. Ou seja, o aluno tem
múltiplas escolhas. É fato que há ainda muitas disparidades entre
regiões e nações, entre o Norte e o Sul, entre países
subdesenvolvidos e hegemônicos, entre países globalizadores e
globalizados. Todavia, há conceitos globalmente difundidos, entre
elas a de que não há faixa etária definida para se educar, de que a
educação se alarga pela vida e que ela não é indiferente
(SARDAGNA, 2001, p.02).

2

Rousseau sistematizou toda uma nova concepção de educação, depois chamada de escola
nova e que reúne vários pedagogos dos séculos 19 e 20. Para Rousseau, a criança devia ser
educada, sobretudo, em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos
3
É um conceito que afirma que a educação assim como qualquer conhecimento precisa ser
construído pela criança, e isso deveria ocorrer associando a teoria à prática.
4
A metodologia Freinet situa-se muito além de suas técnicas, estimula a busca dos
professores por novos caminhos, num trabalho cooperativo que promove uma nova interação
entre professor e aluno.
30

A educação como um direito de todos é um conceito bastante difundido
na sociedade, uma vez que ela é a base da formação dos indivíduos como
cidadãos conscientes de seus direitos e constituidores do desenvolvimento e
progresso humano por meio das ciências. A autora afirma que as
possibilidades de acesso à educação se ampliaram consideravelmente,
principalmente com o surgimento das novas tecnologias que possibilitaram o
ensino à distância, dando novas possibilidades de aprendizado ao aluno e o
implemento de novas práticas pedagógicas ao educador. Porém, Kenski (2007)
explana que ainda há uma grande parcela da sociedade que ainda não possui
acesso aos suportes tecnológicos, e desse modo estão excluídas deste
processo.
Ainda em relação ao acesso universal à educação, Tomasevski (2004)
pondera o seguinte:
[...] o direito à educação invalida a dicotomia dos direitos humanos
que separa os direitos civis e políticos dos direitos econômicos,
sociais e culturais, já que engloba todos ao afirmar e afiançar a
universalidade conceitual desses direitos negando-se a aceitar que a
desigualdade e a pobreza sejam fenômenos contra os quais não se
pode lutar (TOMASEVSKI, 2004, p.15).

Compreende-se, através da citação do autor, que a educação se mostra
como uma ferramenta importante e indispensável na luta contra as
desigualdades, abrindo ao cidadão que a adquire novas possibilidades de
acesso aos direitos sociais e culturais, além da criticidade e libertação da
condição de pobreza. No entanto, a realidade mostra que, infelizmente, nem
sempre o fato de alguém possuir educação em seu sentido formal, significa que
a mesma passará por uma mudança imediata de status social ou ter uma visão
crítica desenvolvida. Isso é comprovado pelo fato de haver na sociedade
diversas pessoas com nível educacional elevado, em alguns casos com pósgraduação, e que se encontram desempregadas. Assim também, há indivíduos
que embora educados institucionalmente, encontram-se em uma situação de
extrema alienação em relação ao conhecimento de seus direitos e com baixo
nível cultural.
31

A história da educação se relaciona de acordo com cada época de
evolução da história humana. Sobre esse longo e rico processo de constituição
sócio-histórica da educação, Cambi (1999) diz o seguinte:
A história da educação é, hoje, um repertório de muitas histórias,
dialeticamente interligadas e interagentes, reunidas pelo objeto
complexo "educação" , embora colocado sob óticas diversas e
diferenciadas na sua fenomenologia. Não só: também os métodos (as
óticas por assim dizer) tem características preliminarmente
diferenciadas, de maneira a dar a cada âmbito de investigação a sua
autonomia/especificidade, a reconhecê-lo como um "território" da
investigação histórica (CAMBI,1999, p.29).

Infere-se, pela referida menção do autor que, o ciclo histórico de
desenvolvimento da educação, por ser algo complexo e que se deu em
diferentes etapas e maneiras peculiares nos diversos recantos do globo
terrestre, promoveu uma grande investigação em relação aos seus métodos e,
por conseguinte, trouxe uma vasta gama de teorias e postulados que, embora
divergentes em alguns pontos, como cultura e conceitos são interligadas pelo
seu caráter instrucional.
No início da antiguidade houve um grande incremento de conceitos e
práticas das culturas indiana, chinesa, egípcia e hebraica no desenvolvimento
da educação. Durante o primeiro milênio A.C. se desenvolvem as diferentes
"paideias" gregas, um termo que justamente significava instrução e eram a
base da educação helenística. Sobre o conceito do termo paideias, Lobato
(2001) assim define:
O termo Paidéia não pode ser traduzido simplesmente como
educação,significa muito mais que isso, significa também cultura,
instrução e formação do homem grego. Este termo começou a ser
utilizado no séc. IV a.c. e nesta época significava apenas a criação
dos meninos. Mas o seu significado se alargou e passou a designar
também o conteúdo e o produto dessa educação. [...] Enfim, a
Paidéia, é a busca do conhecimento do homem, de forma individual,
para que este possa interferir na organização política e social da
pólis, a idéia principal é colocar o homem a par de todo o
conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a
comunidade ao seu redor (LOBATO, 2001, p.32).

Entende-se que as paideias que existiam no mundo grego eram
fundamentais para a educação das crianças e dos jovens, uma vez que a
origem do termo vem de paidós, que significa criança em grego e, por
conseguinte, deu origem ao vocábulo pedagogia em língua portuguesa. Assim,
32

a educação grega buscava englobar aspectos necessários que levassem à
harmonia do homem nas mais diferentes vertentes.
O mundo romano também assimila o helenismo5 no campo docente, em
especial

graças

a

Cícero6,

que

foi

o

principal

impulsor

da

chamada humanitas romana. Em relação à humanitas romana, Aranha (1996)
assim define o termo:
Significa uma Cultura Universalizada. Equivale à Paidéia, distingue-se
dela por se tratar de uma cultura predominantemente humanística e,
sobretudo cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza o
homem, em todos os tempos e lugares. Concepção que não se
restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à formação do
homem virtuoso, como ser moral, político e literário (ARANHA, 1996,
p.29).

O fim do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) marca o fim do mundo
antigo e o início da Idade Média a partir de 1453. O Cristianismo, nascido e
prolongado pelo Império Romano, assume a tarefa de manter o legado
clássico, modificado e filtrado pela doutrina cristã.
É através da recuperação plena do saber do grego e do romano- e que
se reproduziu durante o Renascimento- que nasceu o novo conceito educativo
do Humanismo, ao

longo

do

século

XVI,

continuando

durante

o

Barroco, através do disciplinarismo pedagógico do século XVIII.
Na idade contemporânea (séculos XIX-XXI), juntamente com as teorias
pedagógicas propostas por teóricos e educadores como Freinet, Paulo Freire,
Jean Piaget, Vygostisky, Wallon, dentre outros, nascem os atuais sistemas
educativos, a maioria deles organizados e controlados pelo Estado. A
educação como um sistema humano complexo e em constante mutação e
desenvolvimento, assim como a comunicação, continua sofrendo inúmeros
processos em sua constituição.
5

O helenismo foi a difusão da cultura grega aos territórios que os helênicos (gregos)
conquistavam. Foi naquele período que as ciências particulares tiveram seu primeiro e grande
desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um período de
transição para o domínio e apogeu de Roma.
6
Marco Túlio Cícero foi um filósofo, orador,escritor, advogado e político romano. Viveu entre os
anos de 103 a.C a 43 a.C.Foi ele quem apresentou aos Romanos as escolas da filosofia grega
e criou um vocabulário filosófico em Latim, distinguindo-se como um linguista, tradutor, e
filósofo.
33

2.4 INTERLIGAÇÕES ENTRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO
A educação e a comunicação são duas áreas que possuem uma estreita
relação entre si, visto que uma depende da outra para que ocorra. A
comunicação é a base de toda transmissão do conhecimento humano, afinal
esse processo ocorre através da linguagem, que é uma ferramenta
comunicativa importante e baseada em signos.
A educação, por sua vez, é fundamental para o desenvolvimento
humano, tanto no aspecto individual como coletivo. Ela é o alicerce da
formação dos indivíduos enquanto cidadãos e sujeitos participantes da história
humana. Quanto mais é feita a ampliação dos inúmeros sentidos existentes
entre a educação e a comunicação mais se percebe a íntima relação existente
entre ambas. Nessa linha de raciocínio Paulo Freire, parafraseado por Pretto
(2008, p.13), afirma que “o ato de educar é um ato de comunicação”.
Entende-se, portanto, através da citação que ao educar, o educador
está exercendo uma ação comunicativa, do mesmo modo que os educandos
também estão partilhando esse dualismo entre si, afinal a aprendizagem é uma
construção mútua que requer a participação de diversos sujeitos envolvidos.
Portanto, é possível afirmar que mais do que um processo que possa envolver
o uso de ferramentas comunicacionais no processo de ensino-aprendizagem, é
preciso existir a vontade de todos os indivíduos em aprender, ensinar e
comunicar.
Essa interligação entre comunicação e educação envolve inúmeros
fatores e isso vem da natureza complexa de ambas as áreas. Kenski (2008)
assim aborda essa intricada relação:
A relação biunívoca em que se entrelaçam educação e comunicação
engloba os mais diferenciados assuntos, concepções e linhas
teóricas, práticas, sujeitos, tempos e processos formais e não-formais
conscientes e determinados, ou nem tanto assim. Envolve também
manifestações humanas expressivas – mediadas ou não – em um
sentido de transformação e continuidade das relações interpessoais.
Abrange a autonomia para a produção e a realização de conteúdos
midiáticos contextualizados, as próprias inovações, as interconexões
possíveis entre processos e produtos comunicacionais; as montagens
e edições como aprendizagens e descobertas, refletindo o sentido de
aprender, os desejos de ir além e ultrapassar as fronteiras de si em
múltiplas dimensões pessoais e sociais (KENSKI, 2008, p.649).
34

Percebe-se que a prática da comunicação na educação permeia
diferentes etapas e permite uma variedade significativa de possibilidades, já
que são áreas dinâmicas e nas quais estão sempre ocorrendo novas
mudanças e remodelações. Assim, os sujeitos envolvidos, no caso, educadores
e educandos, possuem grandes chances de adquirirem novas descobertas e
proporem novas interconexões. O principal motivo que os levará a essas novas
realizações será sempre o desejo de aprender, não importando se isso virá de
uma maneira formal ou informal.
O uso da comunicação com propósitos pedagógicos vai muito além do
simples emprego de ferramentas midiáticas, mas visa principalmente à busca
pelo diálogo entre os campos afetados e exige um apurado processo de
intercompreensão mútua. Desde os primórdios da biografia humana nossos
ancestrais sempre buscaram aprender uns com os outros, e a gesticulação
corporal, grunhidos e meneios faciais foram os primeiros formatos de
comunicação e aprendizagem, visto que, por possuírem em si um significado,
tinham algo a ser aprendido. Em relação a esse aspecto, Cruz ressalta que:
A comunicação era realizada por meio de ruídos e movimentos
corpóreos que constituíam símbolos e sinais mutuamente entendidos,
claro que utilizavam um número limitado de sons que eram
fisicamente capazes de produzir, tais como rosnados, roncos e
guinchos (não falavam, pois eram fisicamente incapazes de fazê-lo)
era um modo lento e primitivo de comunicação comparado com a fala
humana baseada em linguagem e provavelmente não era possível de
realizá-la de forma complexa e extensa (CRUZ, 2009, p.01).

Infere-se, portanto, que a comunicação é um processo tão antigo quanto
a própria história humana e se confunde totalmente com o surgimento da
educação, já que, como discorrido anteriormente, ambas estão totalmente
interligadas e dependem dessa interação para ocorrerem. Nossos ancestrais já
possuíam essa necessidade de se comunicarem e, por conseguinte,
desenvolveram técnicas próprias que possibilitaram à espécie humana o
aperfeiçoamento da aprendizagem e da comunicação.
35

A comunicação e a educação também possuem como característica
similar o fato de existir essa necessidade de troca mútua, na qual cada sujeito
exerce um papel fundamental durante a ação. De acordo com Kenski (2008):
A ação educativa que se realiza como aprendizagem é mais
complexa e compreende a essência da comunicação. Exige a
participação plena e a intercomunicação frequente entre os diversos
parceiros do processo. Todos devem estar envolvidos no mesmo
desejo de avançar no conhecimento, ou seja, se transmutar, ser
diferente. Ser melhor não apenas pelas aquisições cognitivas, mas
pela formação ampla da pessoa em termos de valores,
comportamentos individuais e sociais, capacidade crítica e autonomia
para pensar e agir. Essa necessidade educacional é inerente ao ser e
se apresenta em todos os seus momentos vivenciais, independente
da escolarização (KENSKI, 2008, p.651).

Os valores adquiridos por meio da ação educativa que, segundo Kenski
(2008) é a essência da comunicação, permite aos indivíduos envolvidos
maiores possibilidades de avançarem em relação à dinamicidade que é
percebida nos dias atuais, com o advento da internet e das novas tecnologias.
Desse modo, há uma grande possibilidade de desenvoltura nos uso dessas
novas ferramentas. Porém, o que ocorre geralmente, é que o uso das novas
tecnologias fica limitado aos suportes, como lousas digitais, smartphones,
tablets, etc. e não ao conteúdo em si.
O diálogo como uma importante ferramenta de linguagem permite que a
ação educativa seja realizada de forma similar à comunicação bidirecional, ou
seja, de igual para igual, já que, nesse processo, o educando não será mais um
mero receptor de informações, mas irá processar a informação, podendo
contestá-la e, até mesmo, produzir seu próprio conteúdo. Sobre isso Roesler
(2008) assim discorre:
No encontro dos sujeitos, a existência se caracteriza como
problematização do mundo pelo e com o diálogo. Neste sentido, o
diálogo é comunicação e vice-versa. Educar, portanto, não é
transmissão de informações, na medida em que o diálogo se constitui
como possibilidades de um encontro entre sujeitos que buscam a
significação dos significados através de uma ação eminentemente
cultural e comunicacional. O diálogo se apresenta como a enunciação
com o mundo, pois é através da interação que as pessoas se
comunicam e se tornam sujeitos críticos também atuantes
(ROESLER, 2008, p.81).
36

Portanto, entende-se que a importância do diálogo para a comunicação e
educação é significativa, e que ele possibilita muito mais do que aquisição de
conhecimento, mas uma formação cultural, humanística e cidadã do indivíduo.
Freire (1987) explana que esse diálogo também remete a uma maior liberdade
durante a prática pedagógica:
Somente o diálogo, que implica um pensar critico, é capaz, também,
de gerá-lo. Sem ele não há comunicação e sem esta não há
verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição
educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em
que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto
cognoscível que os mediatiza. Daí que, para esta concepção como
prática da liberdade, a sua dialogicidade comece, não quando o
educador-educando se encontra com os educando-educadores em
uma situação pedagógica, mas antes, quando aquele se pergunta em
torno do que vai dialogar com estes (FREIRE, 1987, p.83).

O olhar crítico para Paulo Freire (1987) é, por conseguinte, uma forma
de expressar a comunicação através da opinião própria do indivíduo, além
disso, é também um modo de ampliar as possibilidades de diálogo, permitindo
uma maior liberdade entre os sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem, afim de que todos possam construir o conhecimento de maneira
igualitária e dinâmica.
A relação comunicação-educação, portanto, vai bem além das práticas
pedagógicas tradicionais, mas abre oportunidade para o emprego de novas
metodologias

no

processo

de

ensino-aprendizagem,

que

se

tornou

convergente, denominando-se com o neologismo "Educomunicação", e que
será mais bem analisada no capítulo seguinte.
37

3 TICS E REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DE EDUCOMUNICAÇÃO
No capítulo a seguir será discorrido sobre a Educomunicação como uma
importante área de convergência entre a comunicação e a educação. Será
explicitada a origem desse neologismo, seu contexto histórico, suas principais
áreas de atuação e a fundamentação teórica sobre o tema a partir de
importantes autores.
As tecnologias de informação e comunicação (TICS) serão também
abordadas a partir de seus aspectos, funcionalidade e utilização como a
educação à distância, por exemplo. Torna-se importante conhecer tais
ferramentas, visto que a Educomunicação faz parte desse conjunto. Por fim
também haverá uma abordagem inicial sobre as redes sociais, visando
compreender seus significados e características.
3.1 EDUCOMUNICAÇÃO: UMA ÁREA DE CONVERGÊNCIA EDUCACIONAL
E COMUNICATIVA
O Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo
(NCE-USP) nomeia a inter-relação entre Comunicação e Educação de
Educomunicação. A significância do termo Educomunicação, insere-se em um
contexto histórico que procura refletir a analogia dos meios de comunicação
com a vida social e do ambiente educacional inserido e guiado por estes meios.
Desde o princípio do século XX, são escritos teorizações e projetos
constituídos sobre o tema, sem existir, porém, uma fronteira conceitual que
conecte todas essas considerações sobre a área da Educomunicação.
O termo "Educomunicação" refere-se a muito mais do que um
neologismo para definir a junção entre educação e comunicação, uma vez que
não apenas unem as duas áreas que, até então, eram vistas como
dialogicamente distintas, mas destaca de forma relevante um terceiro elemento
a ação. É sobre esse termo que deve recair a tonicidade ao referir-se a essa
nova palavra, proporcionando assim a ela, um significado extremamente
importante.
A Educomunicação, como um novo campo de intervenção social e
político é, para Ângela Schaun (2002):
38
[...] uma ação política voltada para o aporte da consciência ética e
uma pragmática direcionada para as transformações da sociedade
[...] a ação educomunicativa é uma releitura das utopias sociais
impulsionada pela motivação transformadora do status quo [...]
propõe a credulidade no ser humano, no seu permanente encontro
com o outro (SCHAUN, 2002, p.82).

Deste modo, para a autora as ações educomunicativas promovem o
resgate do desejo utópico da sociedade de igualdade entre os indivíduos, já
que, a base para sua existência é a troca de experiências com o outro de igual
para igual, onde é possível uma troca de informações, que pode criar novas
experiências, mudar pensamentos, e promover a cidadania entre os
envolvidos.
Educação e/ou Comunicação – assim como a Educomunicação – são
formas de conhecimento ou campo de construções que têm na ação o seu
princípio elementar inicial. Trata-se, então, de um ambiente no qual percorre
conhecimentos historicamente estabelecidos. Algo que singulariza, caracteriza
ou é específico desse campo chamado de Educomunicação, é a sua
capacidade de cruzar saberes, promovendo o diálogo entre os que
estabelecem

e/ou

se

aproveitam

das

tecnologias

de

informação

e

comunicação.
A Educomunicação, como uma nova modalidade de transmitir o
conhecimento através da comunicação e novas tecnologias, tem como objetivo
promover a criticidade do educando, embora, isso nem sempre ocorra, pois, ela
não é uma tendência automática e linear, requer inúmeros fatores envolvidos
como o comprometimento dos sujeitos envolvidos. Sobre esse aspecto,
Galarreta e Henriques (2012), assim pontua:
A Educomunicação ensina uma nova forma de analisar o mundo.
Fornece-nos subsídios sobre a cultura dos meios de comunicação e
ensina como buscar informação em diversas fontes, diferente das
habituais. A partir desse processo, tornamo-nos pessoas mais
críticas, capazes de avaliar as informações que recebemos e
questionar pelas que gostaríamos de receber. A sociedade pode se
organizar para cobrar sobre aquilo que lhes é faltante. Estará apta
para cobrar da mídia e do governo ações que resolvam as suas
demandas, dessa forma, terá voz e será participativa no processo de
construção da cidadania. Entretanto, se a sociedade não está bem
informada, dificilmente terá poder para exigir melhoras para si
(GALARRETA; HENRIQUES, 2012, p.05).
39

Percebe-se que a Educomunicação, além de promover uma nova
maneira do educando perceber o ambiente que o cerca, também lhe dá
autonomia, uma vez que, o ensina a buscar a informação nas mais diferentes
mídias. A criticidade, promovida pela Educomunicação, deve permitir também
que o cidadão, educado por meio dela, passe a participar mais ativamente da
sociedade cobrando seus direitos e tendo uma visão mais questionadora diante
das mídias.
A tecnologia digital está promovendo uma grande revolução nos
processos da comunicação humana, e a educação como uma área importante
das ações comunicacionais, tornou-se altamente influenciada por esses
avanços tecnológicos. Diante dessa visão, Kenski (2007, p.15), alega que: “a
opção pelo ensino com o computador […] exige alterações significativas em
toda a lógica que orienta o ensino e a ação docente em qualquer nível de
escolaridade […] o ponto fundamental da nova lógica de ensinar […] é a
redefinição do papel do professor”.
O que transforma a Educomunicação em um elemento peculiar, em
todas as suas vertentes, é que ela põe em evidência um dos temas mais
importantes da nossa história: a influência da comunicação social na
constituição dos indivíduos e na consolidação da nossa sociedade.
Sobre esse assunto, Virício (2009) afirma que os meios de comunicação
não tem apenas o papel de informar, mas influencia diretamente na vida das
pessoas. Isso é notado, quando se observa alguns veículos de comunicação
com grande abrangência, como é o caso da televisão. Como exemplo, a autora
afirma que se tal personagem de uma telenovela usa certa roupa ou sapato,
logo a maioria dos telespectadores, começarão a usar o mesmo vestuário do
personagem famoso. Para ela, os veículos comunicacionais criam conceitos,
modas e ideologias, ou sustentam outras já existentes, pautando a vida das
pessoas.
A

introdução

das

mídias,

como

instrumentos

e/ou

artifícios

complementares do educador, esteve presente em outro período histórico no
qual prevalecia o ufanismo pela tecnologia (entendida aqui como conjunto de
40

técnicas/recursos), como solução única para as dificuldades existentes no
processo de ensino-aprendizagem.
A história da pedagogia nos expõe que este processo não obteve os
efeitos esperados. Convive-se hoje em outra conjuntura histórica, com outra
realidade e, sobretudo, com outros indivíduos. Nesse contexto a internet é a
principal ferramenta intermediadora do processo educomunicativo, segundo
Galarreta e Henriques (2012):
Neste processo, uma das mais importantes ferramentas que pode ser
utilizada tanto na construção da cidadania, através da
Educomunicação, como de forma mediadora dos assuntos de
interesse da comunidade é a Internet. Através dela, assuntos que
antes eram restritos a uma determinada comunidade, em
determinada região, facilmente podem ser vistos em praticamente
todos os lugares do mundo. Além disso, por ser uma mídia
extremamente rápida, em que praticamente tudo que é publicado
pode ser acessado quase que instantaneamente, colocar um assunto
em pauta na Internet, é uma forma de torná-lo visível para outras
mídias (GALARRETA; HENRIQUES, 2012, p.05).

Dessa maneira, a dinamicidade da internet promove não apenas um
intercâmbio maior de informações, mas uma nova maneira de se receber
conteúdo, produzi-lo e divulgá-lo. Com a rapidez dessa mídia algumas
publicações alcançam

todo o

globo

terrestre

em poucos segundos,

promovendo assim um maior acesso às novas culturas e informações sobre
assuntos bem específicos.
Para que essa disseminação ocorra Recuero (2009) trabalha com o
conceito de nós7 nas redes. Quantos mais nós tem uma rede mais a chance e
a probabilidade de um determinado conteúdo ser disseminado por ali. Assim,
nem todo conteúdo é visualizado imediatamente ou por um número grande de
pessoas, mas dependerá da quantidade de nós que irá alcançar na rede.

7

Em redes de comunicação, um nó (em Latim nodus, 'nó') é um ponto de conexão existente,
no caso da Internet, os nós seriam cada um dos computadores e, por conseguinte usuários
conectados naquele momento à rede mundial de computadores.
41
Figura 1- Esquema representando o conceito de nós na rede, onde o nó central representa o
conteúdo inicial e a sua difusão através da ligação com outros nós, representados pelos
pequenos quadrados azuis.

Fonte: http://www.brasilseo.com.br/social-media-marketing/redes-sociais-e-sua-importancia-emseo. Acesso em 21/10/2013.

A ampliação dos desenvolvimentos educacionais e comunicacionais, que
as linguagens e temas das mídias proporcionam, remete ao fato de que a
afinidade da escola com os meios de comunicação, necessita também ir além
da concepção de uma educação voltada apenas para a mídia. É importante
desenvolver no educando uma relação inteligente de usuário com os mais
diferentes meios de comunicação. Sobre a importância da Educomunicação
para o ambiente escolar Maros, Schimidt e Maciel. (2010) abordam o seguinte:
Em uma época onde a evolução tecnológica marcadamente privilegia
a comunicação, a escola precisa utilizar todos os recursos possíveis
para promover o fluxo informativo entre seus membros. Nesse
cenário, um novo campo teórico-prático começa a ser desbravado: a
“Educomunicação”. Unir os conhecimentos da Educomunicação e de
Comunicação Institucional e, a partir deles, propor estratégias que
contribuam para uma comunicação interna mais efetiva dentro do
ambiente escolar é o desafio aqui proposto (MAROS; SCHIMIDT;
MACIEL, 2010, p.2).

Entende-se, portanto que as instituições educacionais devem fazer essa
adequação diante dos grandes avanços tecnológicos ocorridos atualmente.
Assim, a escola irá contribuir não apenas para uma maior eficácia nas práticas
pedagógicas, mas também aumentará a sua comunicação interna através do
42

uso das novas mídias. Essa nova realidade tecnológica evidencia uma
inovadora modalidade de letramento chamado de digital. Esse termo é assim
definido por Xavier (2002):
O Letramento digital implica realizar práticas de leitura e escrita
diferentes das formas tradicionais de letramento e alfabetização. Ser
letrado digital pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e
escrever os códigos e sinais verbais e não-verbais, como imagens e
desenhos, se compararmos às formas de leitura e escrita feitas no
livro, até porque o suporte sobre o qual estão os textos digitais é a
tela, também digital (XAVIER, 2002, p.02).

Conforme Soares (2002), letramento digital é desenvolvido de forma
diferente do letramento tradicional:
“[...] a hipótese é de que essas mudanças tenham consequências
sociais, cognitivas e discursivas, e estejam, assim, configurando um
letramento digital, isto é, um certo estado ou condição que adquirem
os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de
leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição – do
letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no
papel (SOARES,2002,p. 151) .”

Percebe-se, que o letramento digital é algo que já faz parte da
alfabetização dos educandos, que nasceram nesta geração dominada pelos
recursos tecnológicos, deste modo, as crianças aprendem desde cedo a
manusear aparelhos portáteis, que geralmente possuem acesso à internet e só
depois são levados à alfabetização tradicional. Segundo a autora, esse
processo traz efeitos que transformaram o modo de agir e pensar dos
educandos que vivenciam essa realidade.
Não se compreende como papel primordial da escola o letramento para
as mídias, uma vez que estaríamos, assim, refletindo o padrão cognoscitivo até
então seguido pelas instituições de ensino. É sabido que os meios estão na
escola, não somente no formato de soluções ou metodologias de ensino, mas
na cultura dos alunos e professores que a "constroem" diariamente.
Os estudos e pesquisas sobre o tema Educomunicação se iniciaram em
meados dos anos noventa, tendo o Núcleo de educação e comunicação (NCE)
da Universidade de São Paulo como precursora em nosso país, reunindo um
grupo de professores de diversas universidades brasileiras interessadas na
inter-relação entre Comunicação e Educação. Seu trabalho inicial maior foi uma
43

pesquisa8 abrangendo especialistas de 12 nações da América Latina e da
Península Ibérica para saber o que pensavam os coordenadores de projetos na
área e qual o perfil dos profissionais que trabalham nesta inter-relação.
Atualmente, além do NCE, existem inúmeras outras instituições, que
desenvolvem pesquisas consistentes nessa área, tanto em nosso país como
em outros, ao redor da América e Europa. Já foram elaborados inúmeros
artigos, teses, dissertações e livros, sobre o tema criando uma vasta
bibliografia, mas que ainda é razoável se comparado a outros temas de ambas
as áreas; educação e comunicação social, uma vez, que essa convergência é
recente em nossa sociedade.
Os diversos trabalhos relacionados ao tema da Educomunicação no
país, ainda estão bastante concentrados na região centro-sul, principalmente
no eixo Rio-São Paulo, com destaque para a Universidade de São Paulo, que
continua liderando a pesquisa sobre o assunto no Brasil. Outras universidades
federais, dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, também realizam
trabalhos acadêmicos baseados em Educomunicação. Existem também
diversas ONGs atuantes em todo o Brasil voltadas para o uso do referido
instrumento

pedagógico-comunicacional,

e

que

foram

originadas

principalmente no Estado de São Paulo.
A Universidade de São Paulo foi pioneira também na criação de um
bacharelado especifico em Educomunicação. No Nordeste brasileiro, a capital
pernambucana: Recife, também é destaque, pois, é onde se concentra as
pesquisas acadêmicas mais relevantes nessa região, há nessa cidade um
núcleo da organização governamental ABPEDucom (Associação Brasileira de
Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação), que é uma instituição
voltada para divulgação, capacitação de profissionais e fomento de ensino e
8

Essa pesquisa ocorreu entre 1997 e 1998. e teve como objeto o conceito de
Educomunicação e o perfil de seus profissionais. Esta pesquisa passou a ser designada pelo
NCE como Pesquisa Perfil. Reuniu um grupo de 178 especialistas de 12 países da América
Latina. Segundo a pesquisa, o Educomunicador é o profissional que demonstra capacidade
para elaborar diagnósticos e de coordenar projetos no campo da inter-relação Educação/
Comunicação. Em síntese, a pesquisa aferiu também que 56% dos profissionais desenvolvem
projetos nas universidades, enquanto 40% atuam no ambiente escolar. A pesquisa informa,
também, que predominam os especialistas do sexo feminino, à razão de 59% de mulheres para
41% de homens.
44

pesquisa na área de Educomunicação. A sede da referida organização também
se encontra em São Paulo.
Mário Klapún (apud FONSECA, 2004, p. 61) foi o primeiro autor a
empregar o termo Educomunicação para mencionar “toda a ação comunicativa
no espaço educativo concretizada com o objetivo de criar e desenvolver
sistemas comunicativos.” A estreita união entre a Educomunicação e os
sistemas comunicativos é permitida pelas conexões humanas entre ambiente
escolar e comunidade, entre educandos e educadores, entre quadro
pedagógico e administração escolar e as técnicas comunicativas ampliadas
nesta atmosfera. Todos são participantes atuantes nesta ação: os atores
educativos – educadores, educandos, colaboradores, equipes técnicas; os
atores sociais da comunidade – pais de alunos, habitantes da região.
A concepção de sistema comunicativo implica influência mútua,
dialogicidade, e descentralização de vozes. Ismar de Oliveira Soares (2002)
afirma que, na expectativa da gestão comunicacional, o sistema comunicativo
envolve:
(...) a coordenação do ambiente, a disponibilidade dos instrumentos a
serem utilizados, o modus faciendi (modo de atuar) dos indivíduos
submergidos e o grupo de ações que distinguem determinada
categoria de educação comunicacional (SOARES, 2002, p.16).

Está no ambiente educomunicativo, um novo e moderno ambiente de
interferência social, em que educandos e educadores podem estabelecer
unidos, cada um a sua função de ator social. Alain Touraine e Khosrokhvar
(2004) afirmam:
O ator social é capaz de modificar seu ambiente pelo trabalho pela
comunicação. Mas essa ação sobre o social sempre tem um
fundamento não-social, que depois de religioso e político, hoje é ético
(TOURAINE e KHOSROKHVAR, 2004, p.35).

Segundo Ismar Soares (1999), um dos principais teóricos da área no
Brasil, a Educomunicação concebe um conjunto de ações ligadas com o intuito
de fortalecer espaços comunicativos em ambientes educativos sejam eles
presenciais ou virtuais. Entretanto, vários grupos de profissionais e pessoas
comuns que utilizam a Educomunicação, desconhecem esta definição,
45

produzindo novas denominações para suas atuações. A pesquisa concretizada
entre 1997 e 1998, pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade
de São Paulo, já citada anteriormente, mostrou o ponto de vista de vários
profissionais atuantes em seu respectivo ambiente.
O experimento do NCE demonstrou que os relatos de técnicas em
diversas ocasiões, combinaram-se à avaliação que o profissional possuía sobre
o assunto. Dessa forma, de acordo com Soares (1999) o grupo pesquisado
admitiu que para a total compreensão do termo "Educomunicação" observar os
elementos

principais

que

formam

Educação/Comunicação é imprescindível.

cada

uma

das

áreas:

Tendo em vista, que suas

percepções têm uma íntima ligação com o ambiente educacional e precisam
responder às obrigações formativas dos educandos, no caso da pesquisa,
apontados como cidadania e ética profissional.
A comparação com o aprendizado social virtual9 é uma forma
interessante de compreender a Educomunicação, uma vez que, ela permite a
tomada de conscientização dos agentes sociais na comunidade escolar. De
acordo Araújo (2010) esse aprendizado deve ser adequado à realidade
tecnológica a qual os alunos estão inseridos atualmente:
O modo como a escola está organizada atualmente não está mais se
adequando ao perfil da geração net; este público se envolve em
várias atividades simultâneas, tem interesse em vários campos do
saber; nos conteúdos que estudam, nas atividades que realizam no
dia-a-dia da escola só consideram significativas as atividades,
conteúdos, disciplinas, avaliações, etc.,nas quais percebem que
estão sendo contemplados em relação a essa multiplicidade de
interesses e várias dimensões que compõem sua personalidade, sua
integralidade enquanto seres (ARAÚJO, 2010, p.04).

A autora, com a referida citação, afirma que os educandos da geração
atual necessitam de um ambiente escolar compatível com a dinamicidade típica
dos mesmos. Desse modo, os alunos da chamada "geração net10" são capazes
de
9

desenvolver

diversas

atividades

ao

mesmo

tempo.

Por

estarem

A expressão "aprendizado social virtual" é próprio da área de Educomunicação e refere-se a
uma forma de aprendizagem onde os educandos irão adquirir, através da experiência com a
interação com os outros, um novo olhar sobre as relações sociais.
10
Trata-se de um neologismo utilizado para designar as crianças e jovens que já nasceram
vivenciando os avanços tecnológicos e da informação, e que desse modo possuem, em alguns
casos, uma afinidade maior do que outros grupos de diferentes faixas etárias.
46

mergulhados em uma sociedade altamente midiática e informatizada,
necessitam de atividades pedagógicas que realmente o instiguem e que sejam
totalmente integradas à sua realidade tecnológica.
Na escola clássica com a educação tradicional, o exercício de debates
na resolução de determinados empecilhos ocorre, porém, em alguns casos é
bastante reduzido. Entretanto, nas práticas educomunicativas todos os sujeitos
envolvidos precisam ser instigados ao debate, afim de, criticamente
encontrarem uma solução para o problema. Portanto, a equalização de direitos
e deveres, deveria ser uma prática comum a todos os ambientes de ensino,
quer utilizem ferramentas tecnológicas ou não. Uma vez que, promoveria a
consciência do grau de organização e importância de cada função dentro do
ambiente escolar. Sobre a reciprocidade na prática da Educomunicação,
Utiamada (2011), pontua:
Dentro dos fundamentos, a Educomunicação é pertinente à
comunidade escolar, pois oportuniza a comunicação, o diálogo,
desenvolvendo a autoconfiança e a expressão comunicativa. Este
fundamento também busca valorizar o relacionamento entre
professores, alunos, equipe de trabalho, na busca pela formação de
cidadãos autônomos, conscientes, capazes de transformar suas
realidades e como sujeitos de seu processo, contribuam para o
desenvolvimento da sociedade (UTIAMADA, 2011, p.27).

Segundo exposto acima, a cidadania não é um valor imaterial, alcançado
somente a partir da participação político-eleitoral, entretanto, dentro de um
ambiente comunicativo, existe a probabilidade de edificação de cidadania,
através da experiência de combinação, de trocas e de intervenção no espaço
maior, comunitário.
Oferecer voz ao educando e ao educador; colocá-los nos debates
comunitários, são exercícios educomunicativos adequados para se ampliar a
formação cidadã. Moacir Gadotti (2007) alega que outro mundo é plausível de
ser estabelecido, sem que para isso precisemos modificar o Estado – “não se
toma o poder para abolir o poder” (GADOTTI, 2007, p. 130), mas na reinvenção
do presente, no cotidiano da sociedade, no dia a dia da escola.
47

3.2

AS

TECNOLOGIAS

DE

COMUNICAÇÃO

E

INFORMAÇÃO

NO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Na sociedade contemporânea a tecnologia ganhou um espaço
considerável na vida humana, já que, se faz uso dos recursos tecnológicos a
todo o instante, e em alguns momentos de forma inconsciente. A evolução da
espécie humana possibilitou um grande avanço em diversas áreas, e assim
existem inúmeros artefatos que contribuíram para melhorar a qualidade de vida
do homem. Kenski (2007) afirma o seguinte sobre o impacto das tecnologias:
As tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa memória,
garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as
capacidades naturais do ser humano. Somos muito diferentes de
nossos antepassados e nos acostumamos com alguns confortos
tecnológicos - água encanada, luz elétrica, fogão, sapatos, telefone que nem podemos imaginar como seria viver sem eles (KENSKI,
2007, p. 19).

Infere-se, portanto que as tecnologias já são partes integrantes do modo
de vida do homem moderno, de tal forma que é inimaginável conceber a ideia
de viver sem nenhum desses "confortos", embora, estes sejam relativamente
recentes, e que o homem viveu milhares de anos sem utilizá-los. O Dicionário
da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda (2009, p.1756), define o
vocábulo “tecnologia” como “um conjunto de conhecimentos, especialmente,
princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade”.
Portanto, percebe-se com o referido conceito, que tecnologia e ciência
estão intimamente interligadas, de modo, que foi a busca incessante pelo
conhecimento que propiciou a humanidade um grande progresso científico e,
por conseguinte, tecnológico.
Diante do contexto moderno de uma sociedade dominada pela
tecnologia e dinamismo da informação, surgiram as tecnologias de informação
e comunicação conhecidas pela sigla TICs, que conforme Kenski (2007), está
relacionado ao processo de produção e o uso dos meios baseados na
linguagem oral, e da escrita e na síntese da imagem, do som e do movimento.
As tecnologias de informação e comunicação são empregadas nas mais
diversas áreas humanas, no entanto, elas vêm favorecendo bastante a área
48

educacional, Kenski (2007), descreve o seguinte sobre o impacto das TICs na
educação:
As novas tecnologias da comunicação (TICs), sobretudo a televisão
digital e o computador, movimentaram a educação e provocaram
novas mediações entre a abordagem do professor, a compreensão
do aluno, e o conteúdo veiculado. A imagem, o som e o movimento
oferecem informações mais realistas em relação ao que está sendo
ensinado. Quando bem utilizadas, provocam a alteração dos
comportamentos de professores e alunos, levando-os ao melhor
conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado. As
tecnologias comunicativas mais utilizadas em educação, porém, não
provocam ainda alterações radicais na estrutura dos cursos, na
articulação entre conteúdos e não mudam a maneira como os
professores trabalham didaticamente com seus alunos. Encaradas
como recursos didáticos, elas estão ainda muito longe de serem
usadas em todas as suas possibilidades para uma melhor educação
(KENSKI, 2007, p.45).

Intui-se com a citação da autora que as tecnologias de informação e
comunicação trouxeram uma grande contribuição à educação no sentido de
proporcionar um ensino-aprendizagem com mais recursos e dinamismo, já que
as novas possibilidades de acesso à informação proporcionam aos educandos
experiências bem mais reais, se comparado ao formato tradicional de ensino.
Porém, alerta-se para o fato de que esses recursos pedagógicos inovadores
ainda não estão sendo usados de modo a provocar na educação uma mudança
substancial.
As tecnologias de informação e comunicação ainda necessitam ser
incorporadas pedagogicamente, ou seja, é necessário que ocorra o respeito às
características inerentes existentes na educação e na própria tecnologia, no
intuito de garantir que sua utilização realmente faça a diferença. Sobre esse
aspecto, Girardi (2011), afirma que:
Ao se utilizar tecnologias educacionais, deve atentar-se para os
objetivos pedagógicos, pois os recursos tecnológicos não podem
substituir o objetivo fundamental do processo de ensinoaprendizagem que é a construção do conhecimento. O educador
deve almejar um domínio contínuo e crescente das tecnologias, sem
perder o foco da educação, cuja ação deve submeter o aluno a busca
de conhecimento cultural, pedagógico, dentro de padrões
curriculares, tendo a tecnologia como recurso facilitador para a
democratização e construção do conhecimento (GIRARDI, 2007,
p.07).
49

Desse modo, entende-se que os recursos tecnológicos devem ser
aliados do professor durante o processo de ensino-aprendizagem, mas não
devem ocultar o papel principal que existe na educação, que é o de formar o
indivíduo para a aquisição do conhecimento e para o pleno exercício da
cidadania. O educador também precisa conhecer o contexto o qual estão
inseridos os seus alunos, uma vez que haverá alguns que não possuirão o
mesmo amadurecimento em relação ao uso das tecnologias.
A realidade das escolas também é algo que deve ser levado em
consideração, visto que, existe uma grande diferença no uso das tecnologias
entre as instituições públicas e privadas. Em relação a esse aspecto, Barsi
Lopes (2012) afirma:
Ao contrário, entretanto, do que acontece no contexto dos colégios
particulares, onde há recursos financeiros disponíveis e interesse
(além de educacional, mercadológico, em virtude da concorrência)
para investir na presença das mídias digitais em sala de aula, no
cenário das escolas públicas, estaduais e municipais, infelizmente,
todo esse potencial que se abre a partir do uso e das apropriações
das tecnologias da comunicação e informação ainda não tem atingido
os alunos, que continuam, em sua grande maioria, excluídos dos
avanços tecnológicos no ambiente formal da instituição de ensino.
Mas, isso, não quer dizer em absoluto, que esses jovens não tenham
acesso às mídias digitais (BARSI LOPES, 2012, p.25-26).

Embora, o contexto das instituições privadas se mostre bem avançado
em relação ao uso das mídias digitais na educação, isso não significa que
estas escolas apresentem uma educação de melhor qualidade do que as
outras, ou que as escolas públicas se encontram atrasadas por não fazerem
uso pleno das TICs em seu ensino. É preciso analisar cada caso, pois, nem
sempre o uso da tecnologia remete a um ensino eficaz. O empenho dos
gestores e educadores, também possui um papel significativo nesse processo,
visto que, existem escolas públicas com uma ótima qualidade de ensino, e
instituições particulares que deixam a desejar nesse parâmetro, mesmo
apresentando uma boa infraestrutura física e tecnológica.
O fato de alunos de classes sociais menos favorecidas não terem o
acesso à educação digital, não demonstra o seu desconhecimento perante as
tecnologias, uma vez que, os mesmos o fazem através de computadores
localizados em lan houses, ou ONGs que ofereçam acesso a atividades de
50

informática, no entanto, o que ocorre é que eles não absorveram a noção
completa

de

como

aproveitar

as

novas

tecnologias

para

adquirem

conhecimento.
Rezek (2011) aborda o seguinte sobre a importância do educador no
processo de construção do conhecimento através das TICs:
(...) na escola a introdução das Tecnologias de Informação e
Comunicação pode ajudar o professor na melhoria de sua prática
pedagógica, como também ajudar o aluno na construção do
conhecimento. Para que essa construção seja efetiva é necessário
que o professor seja um orientador muito mais do que um transmissor
de conhecimentos. Um orientador deve realizar as mediações e
estimular uma busca constante, entendendo que a educação ocorre
num processo contínuo. A escola não consegue acompanhar as
mudanças, as descobertas e atividades e acontecimento humanos
sem o apoio das Tecnologias de Informação e Comunicação. Assim o
aluno pode encontrar sentido e novas significações para a busca do
conhecimento que deve se estender para além dos muros da escola
e durar por toda a vida (RESEK, 2011, p.08).

Percebe-se com a referida citação que a escola precisa das tecnologias
de informação e comunicação principalmente devido ao dinamismo que ocorre
em virtude das mudanças bruscas e rápidas, que se desenvolvem no ambiente
social globalizado na qual as instituições de ensino estão inseridas. O educador
com o uso das TICs passa a ser mais do que um mero transmissor de
informações pré-estabelecidas nos livros e conteúdos pedagógicos, mais sim
um orientador, cooperando com o educando na construção do conhecimento
que através das TICs, pode transmitir ao aluno a necessidade de ultrapassar
as barreiras do âmbito escolar e cultivar um saber que irá ajudá-lo nos mais
diversos momentos de sua existência.
Ainda, sobre o processo abrangendo as tecnologias de informação e
comunicação no ambiente educacional, Resek (2011) ressalta:
As mudanças significativas vão acontecer se associados aos
recursos tecnológicos forem acrescentados aos conteúdos e
informações trabalhadas de forma contextualizadas e dinâmicas,
valores, para que os alunos percebam que as tecnologias são
recursos que podem enriquecer os conteúdos e conceitos
trabalhados pelo professor. O que muitas vezes não acontece nas
escolas, é a articulação que o professor precisa utilizar para
dinamizar as suas aulas. Os recursos em si não motivam os alunos, é
preciso acrescentar a eles metodologias e abordagens que estimulem
o aluno a prestar atenção, aprender, querer fazer, e querer participar,
o que é fundamental quando o assunto em questão é o
51
desenvolvimento de projetos, é preciso que alunos e professores
participem juntos, não pode ser ações desenvolvidas unilateralmente
(RESEK, 2011, p.19-20).

Portanto, percebe-se que as tecnologias de informação e comunicação
por si só não resolvem o problema da educação, no sentido de essa ser
atraente e considerada importante para o aluno, embora, geralmente o mesmo
tenha grande fascínio pelos dispositivos tecnológicos. É necessário que o
educador utilize os recursos tecnológicos como ferramentas aliadas no
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, e que o mesmo como
detentor de metodologias pedagógicas possa adequá-las com criatividade, e
competência da melhor maneira possível ao universo do aluno, para que as
aulas ministradas possam ser enriquecedoras e levem valores como:
criticidade, autonomia e solidariedade aos educandos.
Um dos grandes benefícios que as TICs podem proporcionar à
educação, também está no fato de que esta pode conectar a todos os
envolvidos nos mais diferentes espaços, o desenvolvimento das redes, tendo a
internet como principal representante possibilitou essa revolução sobre essa
realidade, Kenski (2007) discorre:
Em relação à educação, as redes de comunicações trazem novas e
diferenciadas possibilidades para que as pessoas possam se
relacionar com os conhecimentos e aprender. Já não se trata apenas
de um novo recurso a ser incorporado à sala de aula, mas de uma
verdadeira transformação que transcende até mesmo os espaços
físicos em que ocorre a educação. A dinâmica e a infinita capacidade
de estruturação das redes colocam todos os participantes de um
momento educacional em conexão, aprendendo juntos, discutindo em
igualdade de condições, isto é revolucionário (KENSKI, 2007, p.47).

Portanto, as tecnologias de informação e comunicação ampliaram
consideravelmente as possibilidades que a educação possui em transpor
obstáculos, visto que, o ambiente físico da sala de aula já não é o único a
comportar um sistema de ensino baseado em metodologias educomunicativas.
Com o advento das TICs surgiram, então, o conceito de educação à distância,
que possibilita a criação de espaços virtuais de ensino que abrangem um
grande número de indivíduos em busca de algo em comum: o conhecimento.
Sobre a educação à distância ou EAD, Belloni (2008), aborda que:
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Monografia AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK.

  • 1. FANOR-FACULDADES NORDESTE COMUNICAÇÃO SOCIAL/PUBLICIDADE E PROPAGANDA MARCIO DE OLIVEIRA VERAS AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK. FORTALEZA 2013
  • 2. FANOR-FACULDADES NORDESTE COMUNICAÇÃO SOCIAL/PUBLICIDADE E PROPAGANDA MARCIO DE OLIVEIRA VERAS AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK. Monografia apresentada ao curso de Comunicação Social, das Faculdades Nordeste como requisito para obtenção do título de bacharel. Orientador: Prof. Doutor Daniel Barsi Lopes. FORTALEZA 2013
  • 3. V584r Veras, Marcio de Oliveira. As redes sociais como instrumento de ensinoaprendizagem através da educomunicação: análise a partir do facebook./ Marcio de Oliveira Veras. – Fortaleza, 2013. 110f. Monografia (Curso de Comunicação Social) – Faculdades Nordeste - Fanor. Orientador: Prof. Dr. Daniel Barsi Lopes 1. Ensino-aprendizagem. 2. Redes sociais. 3. Educomunicação. I. Título. CDD – 070
  • 4. MARCIO DE OLIVEIRA VERAS AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO: ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK. Monografia apresentada ao curso de Comunicação Social, das Faculdades Nordestes como requisito para obtenção do título de bacharel, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores abaixo. Aprovado dia:___/___/_____. BANCA EXAMINADORA ________________________________ Prof. Doutor Daniel Barsi Lopes Orientador - Faculdades Nordeste ________________________________ Profª. Especialista Lizie Sancho Nascimento Examinadora - Faculdades Nordeste ________________________________ Profª. Especialista Maria Aurileide Ferreira Alves Examinadora - Faculdades Nordeste
  • 5. A meu bom Deus pela sabedoria e saúde, a meus familiares e amigos pela confiança e compreensão...
  • 6. AGRADECIMENTOS Inicialmente quero agradecer a Deus, que é o principal motivo da minha existência, e, por conseguinte, a principal razão por eu ter conseguido desenvolver esta obra. Quero agradecer também a minha mãe Edina, que com toda a sua compreensão e amor me ajudou a chegar até aqui. Minha avó Francisca que é a minha segunda mãe, e muito especial para mim. Meus irmãos Marcos e Edvar pelo apoio e verdadeira amizade fraterna. À minha sobrinha Helena que me alegra com sua esperteza e inteligência. A todos os meus familiares, que são vários e como não é possível citar todos, e para evitar injustiças, agradeço pela força e apoio de forma igual a cada um. A meu orientador Daniel Barsi pela dedicação e ajuda que foram de grande importância para a elaboração deste trabalho. Às professoras Lizie Sancho e Aurileide Alves pela participação na banca examinadora da apresentação desta monografia, além de suas orientações que foram bastante úteis para o enriquecimento do mesmo. A todos os meus colegas de faculdade que estiveram sempre próximos me ajudando e me divertindo com suas conversas e distrações. A meus professores de todas as disciplinas, pois todas foram essenciais à minha formação e por isso, agradeço igualmente a cada um pela dedicação e esforço na transmissão do conhecimento.
  • 7. "A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro". Albert Einstein
  • 8. RESUMO Diante das rápidas e importantes transformações vivenciadas pela educação e comunicação na atualidade, faz-se necessário a elaboração de estudos específicos que possam analisar e compreender como se dão essas mudanças, e como elas podem afetar a sociedade de forma positiva e/ou negativa. Assim, o objetivo principal da referida obra monográfica é analisar como a Educomunicação é utilizada como ferramenta no processo de aprendizagem de estudantes que utilizam a rede social Facebook. Visa abordar como essa nova ferramenta pedagógica pode auxiliar os educandos da atual era digital. O estudo, em relação a sua metodologia, utilizou a pesquisa exploratória, sendo especificamente um estudo de caso, que abordou técnicas qualitativas. O objeto de análise foi uma comunidade virtual de aprendizagem, denominada: "Semiótica das Mídias", o qual foi criado na rede social Facebook, no intuito de ser um instrumento agregador de uma disciplina, de um curso superior na área de comunicação social em Fortaleza, Ceará. A partir dos resultados obtidos foi possível perceber como as comunidades virtuais podem ajudar no processo de construção do conhecimento, além de entender a autonomia dos estudantes diante da busca da informação através das novas mídias. Conclui-se que a Educomunicação, através de suas vertentes digitais, pode ser eficaz e colaborar para a aprendizagem, no entanto, por ser algo relativamente novo, requer estudos mais aprofundados sobre seus processos e particularidades. Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Redes Sociais. Educomunicação.
  • 9. ABSTRACT Given the rapid and major changes experienced by education and communication today, it is necessary to draw up specific studies to analyze and understand how these changes occur and how they can affect society positively and/or negatively. Thus, the main objective of that monograph is to analyze how the Education/Communications is used as a implement in the process of learning of students who use the social network Facebook. Aims to address how this new teaching tool can help learners in the current digital era. The study, in relation to its methodology, has used the exploratory research, and specifically it is a case study that addressed qualitative techniques. The object of analysis was a virtual learning community, called: "Semiótica da Mídia" (Semiotics of the Media) , which was created on the social network Facebook in order to be an aggregator implement of a discipline by a university graduation in social communication from Fortaleza, Ceará. From the results we realize how virtual communities can help in the process of knowledge construction, as well as understand the students' autonomy on the pursuit of information through new media. We conclude that the Education/Communications through your digital aspects, can be effective and contribute to learning, however, for the fact it is relatively a new methodology, it requires further studies about its processes and peculiarities. Key words: Teaching and Learning. Social Networks. Education/Communication.
  • 10. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Esquema representando o conceito de nós na rede..........................41 Figura 2- Esquema representando a estrutura de uma rede Centralizada........59 Figura 3- Esquema representando a estrutura de uma rede Distribuída...........59 Figura 4- Esquema representando uma Comunidade virtual emergente..........73 Figura 5- Esquema representando uma Comunidade virtual de associação....74 Figura 6- Esquema representando uma Comunidade virtual híbrida........,,,,,,,,75 Figura 7- Exemplo de página de perfil pessoal no Facebook............................80 Figura 8- Exemplo do recurso "status" no Facebook.........................................80 Gráfico 1-Esquema do Processo de comunicação tradicional..........................24 Gráfico 2- Esquema do Processo de comunicação bidirecional (Two-way)......24
  • 11. LISTA DE TABELAS Tabela 1-Principais diferenças entre o ensino presencial e a distância............54 Tabela 2-Colocação das redes sociais mais acessadas no mundo..................76 Tabela 3- Porcentagem de acessos das dez redes sociais mais usadas no Brasil..................................................................................................................77
  • 12. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................12 2 BREVE PANORAMA SOBRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO..................15 2.1 A COMUNICAÇÃO: PRINCIPAIS CONCEITOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A HUMANIDADE.....................................................................................15 2.2 PRINCIPAIS PROCESSOS COMUNICACIONAIS.....................................20 2.3 EDUCAÇÃO: DEFINIÇÕES E ASPECTOS SOCIAIS.................................26 2.4 INTERLIGAÇÕES ENTRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO.....................33 3 TICS E REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DE EDUCOMUNICAÇÃO.....................................................................................37 3.1 EDUCOMUNICAÇÃO: UMA ÁREA DE CONVERGÊNCIA EDUCACIONAL E COMUNICATIVA............................................................................................37 3.2 AS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM....................................................47 3.3 REDES SOCIAIS NA INTERNET: ESPAÇOS VIRTUAIS DE INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM..............................................................................................56 4 REDES SOCIAIS NA INTERNET: CLASSIFICAÇÕES E EXEMPLOS.......................................................................................................68 4.1TIPOS DE REDES SOCIAIS NA INTERNET...............................................68 4.1.1 Redes sociais emergentes.....................................................................68 4.1.2 Redes sociais de filiação ou associativas............................................69 4.2 COMUNIDADES EM REDES SOCIAIS NA INTERNET..............................70 4.2.1 Comunidades emergentes.....................................................................73 4.2.2 Comunidades de associação ou filiação..............................................74 4.2.3 Comunidades híbridas...........................................................................75 4.3 EXEMPLOS DE REDES SOCIAIS..............................................................76
  • 13. 4.3.1- Facebook..............................................................................................78 4.3.2-YouTube.................................................................................................81 4.3.3-Twitter.....................................................................................................82 4.3.4- Orkut......................................................................................................83 5 METODOLOGIA, OBJETO E ANÁLISE DOS DADOS...............................85 5.1 METODOLOGIA..........................................................................................85 5.2-OBJETO DE ESTUDO...............................................................................87 5.3-ANÁLISE DOS DADOS..............................................................................91 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................101 REFERÊNCIAS...............................................................................................104
  • 14. 12 1 INTRODUÇÃO A educação e a comunicação são duas áreas que vêm passando por profundas transformações nos últimos anos, principalmente no que se refere às suas práticas, conceitos e metodologias. Isso se deve em boa medida à presença e centralidade das tecnologias de comunicação e informação, que possibilitaram grandes avanços na velocidade em que ocorre a divulgação de dados ao redor do planeta e que diminuíram as distâncias entre os povos, realidade projetada por meio do conceito proposto pelo filósofo canadense Marshall Macluhan (1967) de aldeia global. Para este autor, com o advento tecnológico todos os seres humanos, de certa forma, estariam interligados, o que não deixou de se tornar em parte uma verdade, com a expansão vertiginosa das redes sociais no século XXI, proporcionando que as conexões entre as pessoas contribuíssem para uma mudança profunda no formato de comunicação. A comunicação pode ser considerada como o ato elementar primordial dos seres humanos, já que é impossível imaginar a vida humana sem a mesma. A todo instante, quer sozinhos ou em grupos, as pessoas sempre estão praticando a ação comunicativa, mesmo que involuntariamente. Nem as barreiras físicas ou psíquicas impedem que as pessoas pratiquem o ato de se comunicar, que é fundamental para que o indivíduo compreenda a si próprio, o ambiente em que vive, e demonstre suas reações, desejos e necessidades perante os outros. Por conseguinte, para que o ser humano empreenda uma comunicação mais avançada em termos de complexidade faz-se necessário que este receba uma instrução, que em geral é ministrada inicialmente em seu próprio lar, pelos seus parentes, e, posteriormente, é adquirida em instituições especificas chamadas de escolas, pelos professores e outros profissionais da área educacional. Assim, temos o termo educação, que também pode ser considerada uma forma de desenvolvimento da ação comunicativa, uma vez que só através da
  • 15. 13 troca recíproca de conhecimento é que as pessoas serão capazes de desenvolver uma linguagem que possibilitará uma comunicação mais eficiente e clara entre os envolvidos. Dessa forma, vê se que a comunicação e a educação não podem caminhar separadas, visto que ambas são complementares e inseparáveis, objetos essenciais à complexa máquina humana. Pretende-se, portanto, com a referida monografia investigar essa intricada relação, analisando, assim, o neologismo criado a partir da junção de práticas pedagógicas com ferramentas da comunicação, denominado de Educomunicação. Para isso o tema da pesquisa está relacionado às possibilidades de se construir processos de ensino-aprendizado através das redes sociais, buscando compreender o potencial destes como instrumentos de Educomunicação. Toma-se, neste intuito, como objeto de análise o Facebook, mais especificamente um grupo virtual criado nessa rede social. O objetivo geral que norteou a presente obra foi: analisar como a Educomunicação é utilizada como ferramenta no processo de aprendizagem de estudantes que utilizam a rede social Facebook. Os objetivos específicos são os seguintes: -Compreender as comunidades virtuais de aprendizagem como um ambiente agregador na construção do conhecimento; -Perceber a relação de autonomia do educando perante as novas mídias inseridas no processo de ensino-aprendizagem. Esta monografia está dividida em seis capítulos, os quais seguem a ordem cronológica do desenvolvimento da pesquisa. No primeiro capítulo é a referida introdução mostrando uma breve visão geral sobre a obra monográfica. No segundo capítulo são abordados os principais conceitos sobre educação e comunicação, focando nos aspectos históricos, sociais, antropológicos e classificatórios das respectivas áreas. O terceiro capítulo aborda a questão das tecnologias de informação e comunicação e as redes sociais como ferramentas educomunicativas. Para isso é mostrada a origem do termo "Educomunicação" e seus aspectos
  • 16. 14 elementares. Além disso, discorremos sobre as TIC´s (tecnologias da informação e comunicação) e seu uso no processo de ensino aprendizagem, bem como as redes sociais. O quarto capítulo versa sobre o tema das redes sociais de maneira mais aprofundada, mostrando as suas principais classificações, o significado do termo de acordo com alguns teóricos, além de apresentar um panorama geral de quatro importantes redes sociais, com a finalidade de se compreender o funcionamento das mesmas. São apresentadas, também, as comunidades virtuais e suas principais características. O quinto e penúltimo capítulo apresenta alguns tópicos importantes da pesquisa, tais como a metodologia utilizada, com o detalhamento dos processos utilizados e classificações em relação ao tipo de pesquisa e seus objetivos propostos. É abordado também neste capítulo o objeto de estudo, com todas as suas especificidades mais importantes, e o motivo que levou o pesquisador a escolhê-lo. Por fim, é realizada a análise dos dados colhidos. Este processo se dá por meio da escrita da observação dos principais fatos ocorridos no ambiente virtual analisado, e os resultados alcançados. Por fim, nas considerações finais será explicitada uma reflexão sobre os resultados obtidos e apontamentos para estudos futuros sobre o tema.
  • 17. 15 2 BREVE PANORAMA SOBRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO Nesse capítulo será apresentado um panorama geral abordando as características principais da comunicação e da educação, assim como seus aspectos históricos e sociais, bem como a importância de ambas para o desenvolvimento humano. Também será discutida a interface entre essas duas vertentes, a fim de compreender como essas duas áreas se inter-relacionam. 2.1 A COMUNICAÇÃO: PRINCIPAIS CONCEITOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A HUMANIDADE A palavra comunicação provém do latim “comunicare”, que possui como significado "pôr em comum". Este expõe uma abundância de sentidos, produto da sua natureza complexa e multidisciplinar. Além disso, o verbete pode ser definido através de Matos(2009) como a habilidade de "transferir significados entre os seus componentes”, o que abrange passagem e apreensão do sentido da mensagem. Deste modo, comunicação é a ação em que se compartilha um mesmo objeto de consciência; demonstra a afinidade entre consciências. Ainda em relação a sua definição Matos, (2009, p.27) afirma que comunicação significa "compartilhar‟, "dividir‟, "integrar‟, "interagir através de ideias e opiniões‟, "conferenciar”, uma vez que são ações desempenhadas por nós a todo o momento, quer no convívio profissional, quer com os amigos, com os familiares, em um ambiente de entretenimento, pela internet, pelo telefone, por carta etc. Contudo, acompanhando esse conceito: o que podemos tornar comum através do sentido de uma determinada mensagem, conforme Vilalba (2006) é o sentido: Sentido é uma resposta mental a um estímulo percebido pelo corpo e que, na mente, torna-se informação. Por sua vez, essa informação, aplicada de maneira eficaz, transforma-se em conhecimento. Tudo isso acontece por meio do processo de comunicação, em que o sentido é formado, apresentado e negociado (VILALBA, 2006, p.06). Percebe-se, por meio da citação acima, que toda comunicação possui um sentido especifico, ou seja, ela não é produzida de modo aleatório, mas possui uma finalidade pré-delineada para que possa ser produzida e existir. Deste modo, a comunicação passa a ser transformada em conhecimento pelo indivíduo que a recebe e que a processa através da decodificação, movimento
  • 18. 16 este afetado pelo repertório do sujeito social. Pode-se dizer, então, que a informação é a decodificação do sentido, pois a mente humana compreende que os estímulos exteriores sempre possuirão algum significado particular. A comunicação apresenta-se a cada dia mais indispensável às relações da sociedade e ao ambiente de qualquer tipo de instituição. Modernas tecnologias proporcionam uma maior abrangência das informações, ultrapassando os limites do tempo, espaço e até mesmo de valores culturais. Os processos comunicacionais sempre exibiram uma evolução paralela àquela contituída pelo homem ao longo dos séculos, nos mais diversos ambientes ocupados pelo mesmo, de acordo com o contexto histórico. Assim, em épocas anteriores à Revolução Industrial, quando não havia o predomínio tecnológico que existe atualmente, em geral, ocorria sempre a comunicação de um para muitos, onde uma única mensagem era produzida para ser absorvida por diversas pessoas. Não havia um retorno por parte dos receptores da mensagem, que simplesmente processavam-na, e não emitiam opinião própria sobre o conteúdo recebido. Braga e Calazans (2001) afirmam que a comunicação é “conatural” ao ser humano. Sem comunicação não há sociedade, comunidade. Para agir em comum os seres humanos interagem. Desde que se pode identificar a existência de grupos humanos, na pré-história mais remota, existe "comunicação social". Em contraste com este truísmo, entretanto, é interessante perceber que esta questão - de como os homens se comunicam - só se coloca na sua forma atual a partir do início do século XX (BRAGA; CALAZANS, 2001, p. 14). Não há como desvincular a maneira que o ser humano vive das ações que o homem desenvolveu para comunicar-se. Atualmente, de modo mais ágil e tecnológica do que em outros períodos, as invenções humanas continuam a melhorar as maneiras de se comunicar, e os diferentes estilos de comunicação contribuem para isso. Os estilos de comunicação são múltiplos, dos quais convém destacar a expressão dos olhos, meneio facial, trejeitos corporais, mímica manual (gesticulação), contato físico, sons produzidos apenas pela garganta, expressões faladas (discurso), termos escritos (texto, literatura), grafismo em relevo, desenhos ou ilustrações (artes plásticas), pintura, esculturas, produção
  • 19. 17 de ruídos, de sons instrumentais, reflexões e emissões de luz. A comunicação parece fazer parte naturalmente da maneira de ser dos homens e dos animais. Geralmente pode ultrapassar a característica humana, conhecida como racionalidade, e simplesmente manifestar-se, por anseio ou precisão. E, mesmo que, instantaneamente desprovido da razão, o ser humano pode aproveitar-se da comunicação como instinto em diferentes ocasiões (PEREZ, BAIRON, 2002). A interligação entre comunicação e ação é abordada por Rüdiger (1998), que afirma que a comunicação aparece no momento em que a necessidade do indivíduo agir em conjunto contitui o estabelecimento de relações entre seres humanos e meio ambiente, e entre os próprios homens. Como produto dessas relações deve manifestar-se, por conseguinte, a cooperação. Aranha (1996) comenta que para existir comunicação entre o indivíduo e a natureza, o homem com outros homens e com ele mesmo é indispensável o emprego de símbolos (signos). De acordo com a autora, os seres humanos instituem distintas maneiras de comunicação através das necessidades de um grupo, em uma ocasião e local particular. Ela pontua que [...] ao criar um sistema de representações aceitas por todo o grupo social (ou seja, a linguagem simbólica) os homens se comunicam de forma cada vez mais elaborada. Neste sentido pode-se dizer que a cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo em determinado tempo e lugar. Dada a infinita possibilidade de simbolizar, as culturas são múltiplas e variadas (ARANHA, 1996, p. 15). Com a referida citação a autora sugere que a existência da cultura humana, em suas mais diferentes vertentes, como a música, o teatro, a arquitetura, as artes plásticas, a literatura, dentre outras, é fruto das representações simbólicas criadas principalmente através da linguagem humana, e que esta possibilitou um grande desenvolvimento das diversas sociedades humanas com suas respectivas singularidades. A comunicação é essencial para se imprimir emoções, os julgamentos e a visão de mundo de cada um, objetivando a partilha de estilos de vida e condutas instituídos por preceitos de costume social. A linguagem da
  • 20. 18 comunicação é ferramenta indispensável à interação humana, é ela que irá estabelecer o ser humano em certo ambiente social e mercadológico. Qualquer mensagem, quer escrita ou verbalizada, é conduzida a um destinatário, em exato período, e manifesta-se distinguida pela personalidade do caráter de quem emite tal mensagem. Portanto, a eficácia da comunicação é diferenciada pela demonstração pessoal estabelecida entre as regras linguísticas estabelecidas e as marcas da mensagem pessoal. Isso se sobrepõe tanto à expressão escrita quanto à oral. De maneira geral, a oralidade é mais instintiva que a escrita e possui a faculdade da comunicação contígua, enriquecido pela pronúncia, pela prosódia, pela dicção, pela harmonia, pela entonação, timbre e tom da voz, pela acentuação e pela expressão corporal. A configuração de como se processa a ação comunicacional por meio da expressão falada geralmente motiva o sucesso ou a derrota de um profissional, na medida em que o uso dos vocábulos na manifestação dos conceitos, completado pelo tom de voz, pela expressão física e pelo jeito de se vestir, permanece registrado como sua marca no grupo social em que convive. Os indivíduos apresentam uma composição intelectual e psicológica que lhes admite aprender idiomas distintos (em determinadas pessoas que passaram por lesões cerebrais ou sofreram retardo intelectual grave essa aptidão é bloqueada ou não pôde ser desenvolvida). Os hominídeos mais elevados parecem ser o único grupo de espécies que possuem a capacidade de desenvolver uma linguagem com rigorosa constituição sintática. Apesar de que o código de sinais ensinado a outros primatas, como o chimpanzé, mostram um conhecimento dos fundamentos semânticos básicos da língua. E, embora seja provável que determinadas espécies de hominídeos diferentes do Homo sapiens tenham desenvolvido uma linguagem com a sintaxe, não há nenhuma evidência para comprovar isso. Laignier e Fortes (2009) afirmam que provavelmente o homem moderno começou a se alastrar pelo globo terrestre a partir da África Oriental (Homo sapiens), sendo o núcleo de surgimento humano localizado na Etiópia. O surgimento da escrita nas primeiras comunidades de Homo sapiens foi
  • 21. 19 indispensável para provocar uma mudança profunda na sociedade humana, como a passagem da comunidade de caçador-coletores nômades para uma sociedade agrícola e pecuária que passou a se fixar em um determinado local. Bordenave (1997) afirma o seguinte sobre a origem da comunicação humana; A comunicação humana tem um começo bastante nebuloso. Realmente não sabemos como foi que os homens primitivos começaram a comunicar entre si, se por gritos ou por grunhidos, como fazem os animais, ou se por gestos, ou ainda por combinações de gritos, grunhidos ou gestos (BORDENAVE, 1997, p.23). Com a citação, o teórico afirma que devido ao pouco conhecimento que se possui em relação aos homens primitivos que ainda habitavam em cavernas há centenas de milhares de anos, não se tem como afirmar como se dava a comunicação entre eles, uma vez que a comunicação sempre foi algo complexo, principalmente na espécie humana. Porém, sabe-se que as manifestações artísticas rupestres encontradas nas cavernas dão indício de que já havia essa necessidade de comunicação. Um importante avanço na comunicação humana foi o aparecimento da escrita, que está atrelado ao advento da divisão social em hierarquias distintas. É por este motivo que os primeiros escritos surgiram nas têmporas, em que a classe sacerdotal foi localizada. Os eclesiásticos eram incumbidos da contabilidade e direção fiscal, empregando tábuas de argila, onde o algarismo apresentou mais importância do que a grafia. Estas tábuas concebem a origem da escrita cuneiforme1 e os mais antigos foram encontrados no templo de Uruk, na antiga Mesopotâmia. Sem a escrita os sacerdotes não teriam sido capazes de constituir sua categoria elevada e a sua função de coordenação da população. Com este tipo de escrita as camadas sociais são formalizadas através de seu papel perante a sociedade. 1 A escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos sumérios, sendo a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. Inicialmente a escrita representava formas do mundo (pictogramas), mas por praticidade as formas foram se tornando mais simples e abstratas.
  • 22. 20 De acordo com Laignier e Fortes (2009), antes que a escrita fosse generalizada, no último período do paleolítico, o homem já utilizava formas de comunicação pictográfica, que teve sua origem no gesto, na oralidade e na mímica, e não na palavra. No momento em que a revolução urbana estabeleceu as primitivas cidades surgiu também a escrita linear e cuneiforme, ao longo da margem oriental da costa do Mediterrâneo. Cerca de 3.500 anos atrás, em uma aldeia na região da Síria, os fenícios, mercadores diferenciados por serem grandes navegadores, desenvolveram uma nova maneira mais simplificada de escrever, com vinte sinais de caráter ideográfico e alfabético, ou seja, que representavam os sons graficamente e inicialmente simbolizavam apenas as consoantes, levando ao alfabeto semita constituído na região do Oriente Médio. Quinhentos anos depois, o alfabeto passou por uma separação em quatro subalfabetos: o sul-semita, o cananeu, o aramaico e o grego arcaico. Conforme Laignier e Fortes (2009), os gregos desenvolveram as cinco vogais modernas para adaptar o novo alfabeto para o idioma deles, dando início ao primeiro alfabeto escrito da esquerda para a direita. Com o advento do Império Romano, este se propagou para o Mediterrâneo e foi adotado pelos romanos, tornando-se o latim, ancestral das línguas românicas como português, espanhol, francês, italiano, dentre outras. O funcionamento das sociedades humanas contemporâneas só é possível através da comunicação. Esta, como foi abordada anteriormente, é a troca de mensagens entre indivíduos. Vejamos no tópico a seguir como se dá o processo comunicativo em suas vertentes principais. 2.2 PRINCIPAIS PROCESSOS COMUNICACIONAIS É importante ressaltar que haverá sempre uma finalidade específica para existir qualquer tipo de comunicação, uma vez que ela será desenvolvida para atender a uma determinada necessidade humana quer individual ou social. Essa intenção foi descrita por Juan Bordenave (1994) a seguir: Na comunicação há sempre uma intenção básica: como fonte codificadora, certamente o emissor espera que o receptor selecione sua mensagem, a compreenda, a aceite e, finalmente, a aplique. Por
  • 23. 21 sua vez, o receptor ao decodificar a mensagem também tem uma intenção básica. Ele deseja selecionar o que é importante para ele. Dessa forma, vai direcionar a sua compreensão e avaliação, para depois decidir se aceita ou não o conteúdo transmitido, e aplicar o que achar válido na mensagem (BORDENAVE, 1994, p.20). Verifica-se, portanto, com a citação acima que cada elemento presente em qualquer ação comunicativa possui suas intenções específicas. Deste modo, cada um dos componentes envolvidos selecionará aquilo que considerará mais importante na decodificação da mensagem. Assim, são três os elementos indispensáveis ao processo comunicacional, descrito por Heldman (2006, p. 321): “toda comunicação possui três componentes: o emissor, a mensagem e o receptor”. Matos (2009) oferece uma breve descrição sobre cada um desses elementos: Emissor Conforme Matos (2009, p. 5), o emissor, no processo de comunicação, é “um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele que, num dado momento, emite uma mensagem para um receptor ou destinatário”. Intui-se com a referida citação que o elemento emissor possui uma função imprescindível na ação comunicativa, já que o mesmo será responsável por originar a mensagem e assim produzir para os receptores uma informação que possa ser compreendida de forma clara e objetiva. Mensagem De acordo com Matos (2009), a mensagem, no processo de comunicação, é assim descrita: (...) comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Estrutura organizada de sinais que serve de suporte à comunicação. A mensagem é o objeto da comunicação, é um produto físico real do codificador / fonte (BERLO, 1999, apud MATOS, 2009, p. 5). Percebe-se, então, o quanto a mensagem possui uma definição complexa e o quanto ela está presente em todas as situações da vida humana
  • 24. 22 e da sociedade em geral. A mensagem pode ser considerada a matéria-prima de toda ação comunicacional, visto que ela só existirá através da mesma. O autor afirma também, que existem inúmeros tipos de mensagem, e que devido a sua subjetividade é possível produzi-la mesmo a partir do silêncio, apenas com a expressão facial ou corporal. Quando conversamos, o discurso é a mensagem; quando sorrimos, a alteração característica da face é a mensagem; quando somos surpreendidos subitamente, o silêncio e imobilidade momentânea são a mensagem (D`AZEVEDO,1978, apud MATOS, 2009, p. 5). Toda mensagem requer um emissor para que possa ser produzida e existir, daí ela ser originada a partir de uma determinada fonte, que no processo comunicacional, de acordo com Matos (2009, p.5), é definida como “nascente de mensagens e iniciadora do ciclo da comunicação. Sistema (pessoa, máquina, organização, instituição) de onde provém a mensagem, no processo comunicacional”. Receptor Com base em Matos (2009), o receptor, no processo de comunicação, é: (...) um dos protagonistas do ato da comunicação; aquele a quem se dirige a mensagem, aquele que recebe a informação e a decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em mensagem recuperada (MATOS, 2009, p.05). O receptor, consequentemente, possui sua função desenvolvida no momento em que o mesmo é capaz de decodificar eficazmente a mensagem a ele transmitida que pode ser feita de infinitas formas desde estímulos físicos simples, como um abraço ou aperto de mão, até os estímulos visuais dos mais complexos como a leitura de um texto em um idioma ideográfico como o mandarim. Os elementos supracitados, como dito anteriormente, são os indispensáveis na ação comunicativa, porém existem outros que também auxiliam nesse processo, mas que existem a partir dos três componentes principais, que segundo Bordenave (1997) são; o código, o contexto, a linguagem, o ruído, o repertório, etc.
  • 25. 23 Sob um ponto de vista técnico o processo de comunicação pode ser definido como a transmissão de uma determinada mensagem originada em um ponto A que se desenvolve até chegar a outro ponto B, distante do anterior pelo espaço e pelo tempo. Sobre os processos comunicacionais, o modelo transacional de comunicação é tido como o mais atual, focando o estilo de comunicação “twoway”. Esse termo anglófono pode ser traduzido livremente por comunicação bidirecional que segundo Terra (2009, p.2) é a "comunicação que permite a oportunidade de resposta e interação entre os emissores e receptores de uma mensagem". Portanto, é um formato comunicativo que permite total interação entre os elementos envolvidos no processo. Percebe-se, então, que essa é uma das características principais da comunicação ocorrida no ambiente digital. Ainda sobre os processos simultâneos de trocas de informações mútuas Weinburg e Wilmot (apud ANDREWS, HERSHEL, 1996) discorrem que na perspectiva bidirecional ou transacional cada indivíduo está comprometido em enviar e receber mensagens de modo simultâneo, compartilhando do processo de codificação, decodificação e alcançando o outro. Axley (1984) faz uma comparação entre o modelo transacional com o modelo tradicional, que possui uma perspectiva linear da comunicação. O autor ressalta que, neste último, o significado de uma mensagem é atribuído ao emissor, e o desafio consiste em usar com sucesso um canal e, então, transmitir a mensagem de modo claro para um receptor ou grupo. Já o modelo transacional está ajustado ao receptor e, principalmente, para a constituição de um significado da mensagem em sua percepção. Os teóricos Barker e Sinkula (1999) defendem que este processo de interligações de mensagens e constituição de significados, nas quais as diversas partes relacionadas fazem parte do processo como emissor e receptor em situações divergentes, não havendo uma mera troca de informações entre os campos envolvidos, é a ideal para ser desenvolvida no ambiente social. Conforme os autores, apenas desta maneira a propagação do saber e enriquecimento dos vínculos poderá acarretar o aprendizado do sujeito, algo
  • 26. 24 indispensável às rápidas e contínuas mudanças da sociedade e em prol da inovação. Santaella (2001) exibe os elementos principais da comunicação humana conceituados por DeVito, dentre os quais podemos destacar que: na comunicação vista como processo transacional cada sujeito é, igualmente, emissor e receptor, manda e recebe mensagens; a comunicação é um processo inevitável, afinal mesmo quando não queremos acabamos nos comunicando uns com os outros, durante todo momento estamos emitindo mensagens. Gráfico 1-Esquema do Processo de comunicação tradicional CÓDIGO LINGUAGEM EMISSOR MENSAGEM CONTEXTO RECEPTOR REPERTÓRIO RUÍDO Fonte:Santaella (2001) Gráfico 2- Esquema do Processo de comunicação bidirecional (Two-way) MENSAGEM EMISSOR RECEPTOR FOCO Fonte:Santaella (2001) RECEPTOR MENSAGEM EMISSOR
  • 27. 25 A autora Santaella (2001) conceituou da seguinte forma o processo de transformação do comportamento do indivíduo durante o processo comunicativo: Uma ação torna-se uma mensagem quando é percebida tanto pelo próprio ser quanto por outras pessoas. Em outras palavras: os sinais de trânsito se tornam mensagens quando há um receptor que, no lugar de destino, pode avaliar o significado destes sinais. Tal definição inclui a comunicação entre seres humanos e animais, assim como entre os próprios animais. De fato, todos os organismos biológicos, incluindo as plantas, recebem, avaliam e enviam mensagens. Resumindo: a comunicação é um princípio de organização da natureza (SANTAELLA, 2001,p.19). Infere-se através da citação que a comunicação faz parte dos mais variados processos e fenômenos da natureza, uma vez que mesmo os seres biológicos que não possuem nenhum tipo de raciocínio são dotados da capacidade de processar uma determinada mensagem nas mais variadas vertentes, tanto entre si como entre os outros. As divergências entre ambos os modelos tradicional e transacional se encontram justamente no fato de que este último dá uma maior liberdade aos sujeitos participantes do processo, visto que o mesmo pode atuar como emissor, receptor e até canal. Além disso, não há mais um conformismo por parte do receptor em apenas receber a mensagem e guardá-la para si, este agora passa a retransmitir uma nova mensagem redecodificada para o componente de origem. Sobre as diferentes fases do processo comunicativo, Bordenave (1994) afirma o seguinte: É teórica e praticamente impossível dizer onde começa e onde termina o processo da comunicação. Razões internas ou externas podem levar duas pessoas a se comunicarem. Embora a fase visível da comunicação possa ser iniciada por uma delas, sua decisão de comunicar pode ter sido provocada pela outra, ou por uma terceira pessoa, presente ou ausente, ou por muitas causas coincidentes (BORDENAVE, 1994, p.41). O autor afirma que, devido a sua grande complexidade, a comunicação não possui fases definidas sistematicamente e, por conseguinte, estas podem ocorrer independentemente da vontade do próprio indivíduo e ser influenciado
  • 28. 26 por inúmeros fatores. Ainda segundo Bordenave (1994) as fases podem ocorrer em qualquer ordem ou ao mesmo tempo, sobrevindo em alguns momentos conflitos, uma com as outras. Enfim, no estudo da comunicação, torna-se indispensável conhecer como se dá os processos comunicacionais, a fim de entender como os elementos interagem entre si, e a importância e o papel de cada um nessa ação comunicativa. O tópico seguinte irá abordar a educação, que é intrinsecamente ligada à comunicação, e, por conseguinte, necessita de processos comunicacionais para que se desenvolva. 2.3 EDUCAÇÃO: DEFINIÇÕES E ASPECTOS SOCIAIS O termo educação provém do vocábulo latino "educer", que significa 'tomar, extrair' ou "educare" que diz respeito a 'formar, instruir'. O vocábulo pode ser definido, segundo o dicionário Aurélio, como: despertar as aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e ideais de determinada sociedade, aprimorando-lhe as faculdades intelectuais, físicas e morais. Na intenção de compreender o que é educar em nossos tempos, constantemente tropeçamos em definições agregadas a perspectivas sociais. A apreensão que evidenciamos em entender o que se constitui educar atualmente também é uma contenda acentuada para as preleções e políticas sociais, pois compete a ela ser uma ferramenta de democratização, de inserção e em benefício do exercício da cidadania. Gohn (2001) assim define o ambiente escolar em relação ao seu papel social: À escola assim como à cidade é atribuído o espaço para o exercício da democracia, de conquista de direitos, da mesma forma que a fábrica foi o espaço de luta e conquista dos direitos sociais dos trabalhadores. Mas o modelo atual é totalmente diferente do implantado no século passado, pois está centrado nos indivíduos como atores sociais, e não apenas como trabalhadores/produtores ou consumidores de bens e mercadorias. Trabalhamos, portanto, com uma perspectiva que aborda a Educação como promotora de mecanismos de inclusão social, que promove o acesso aos direitos de cidadania. Trata-se de uma concepção ampliada, que alarga os domínios da Educação para além dos muros escolares e que resgata alguns ideais já esquecidos pela humanidade, como, por exemplo, o de civilidade (GOHN, 2001, p.14).
  • 29. 27 Assim, as perspectivas sociais contemporâneas fazem com que entendamos o significado de educar dentro de um ponto de vista inclusivo e decodificador de nossa realidade. Ainda em relação à educação sob uma perspectiva sociocultural, o autor aborda o seguinte: O saber interpretativo, nas ciências humanas, refere-se às condutas intencionais, decifrando as linguagens sociais existentes, passando pelas mídias. É preciso ver televisão não apenas como um “mal”, mas utilizá-la como veículo de debate, polemizar sobre seu conteúdo, e discutir sobre as diversas culturas que os filmes e programas apresentam,desenvolvendo conhecimentos sobre o outro, seu passado, seus costumes e tradições. É preciso agregar ao ensino formal, ministrado nas escolas, conteúdos da educação não-formal, como os conhecimentos relativos às motivações, à situação social, à origem cultural dos alunos, etc. (GOHN, 2001, p.16). O autor faz uma reflexão interessante sobre a relação existente entre a educação contemporânea e os veículos midiáticos, ressaltando a importância que os mesmos possuem para a formação cultural dos indivíduos. Essa constituição passa pela educação informal e leva o indivíduo à reflexão de temas polêmicos trazidos pelos mais diversos suportes como a televisão e o cinema, por exemplo, mas que de algum modo irão contribuir para formação crítica do cidadão e, portanto ajudará no ensino formal. Esta perspectiva, sobre o que é educar em nossos dias, faz com que o discurso da educação não alcance uma eficácia maior perante a nova conjuntura criada pelas novas tecnologias da comunicação e do conhecimento. Aranha (2006) percebe que a educação é fundamental e indispensável para a socialização (ou seja, partilha) e humanização: É a educação que mantém viva a memória de um povo e dá condições para a sua sobrevivência material e espiritual. A educação é, portanto, fundamental para a socialização e a humanização, com vistas à autonomia e à emancipação. Trata-se de um processo que dura a vida toda e não se restringe à mera continuidade da tradição, pois supõe a possibilidade de rupturas, pelas quais a cultura se renova e o ser humano faz a história (ARANHA, 2006, p.67). Brandão (2001) afirma que há três tipos de educação: a formal, a não formal e a informal. A educação formal faz referência aos âmbitos das escolas,
  • 30. 28 institutos, universidades, creches, etc. A educação não formal faz referência aos cursos, academias e instituições que não são regidas por um currículo de estudos específicos. A educação informal é aquela que fundamentalmente se adquire nos âmbitos sociais, pois é a educação que se recebe progressivamente ao longo de toda a vida. Os meios de comunicação, assim como o ambiente familiar, também contribuem para o desenvolvimento da educação informal do indivíduo. Isso se dá a partir do momento em que este passa a receber e analisar o conteúdo midiático com uma visão crítica e contestadora. Nesse contexto também podemos categorizar a educação em duas grandes vertentes: a tradicional ou clássica e a nova e construtivista. Aprofundada na sociedade de hierarquias escravocrata da Idade Antiga, designada a uma acanhada minoria, a instrução clássica principiou sua decadência já no movimento renascentista, ela resiste, entretanto, até hoje, embora tenha ocorrido uma expansão média da escolaridade originada pela educação burguesa. Sobre a hierarquização da educação e seu uso como instrumento de subjugação, Brandão (2001) aborda o seguinte: A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos (BRANDÃO, 2001, p.31). Assim o autor afirma que a educação, mesmo sendo uma ferramenta tão indispensável ao desenvolvimento da humanidade, pode muitas vezes ser utilizada como forma de imposição e manutenção de um sistema hierárquico desigual, que favorecem apenas as minorias que tem acesso a ela em melhor qualidade. Tal situação foi bastante intensa em outras épocas antigas e ainda hoje se mostra latente em diversas sociedades, como a brasileira.
  • 31. 29 A educação nova, que aparece de maneira mais intensa a partir da obra de Rousseau2, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e ocasionou inúmeras conquistas, especialmente na área das ciências da educação e dos processos de ensino-aprendizagem. O conceito de "aprender fazendo3" de John Dewey e as metodologias Freinet4, por exemplo, são conquistas determinantes na história da pedagogia. Tanto a percepção tradicional de educação como a nova, largamente concretizadas, possuirão um espaço garantido na educação do futuro. A educação tradicional e a nova apresentam em comum a percepção da educação como ação de desenvolvimento particular. Contudo, a descrição mais inédita da educação desse século é a condução de ponto de vista do individual para o social, para o político e para o ideológico. A pedagogia institucional é um modelo disso. A prova de mais de meio século de educação nos países socialistas também o dá credibilidade. A educação, no século XX, tornou-se mais acessível, no entanto, inúmeras crianças, jovens e adultos continuam sem esse direito básico. Sardagna (2001) discorre o seguinte sobre o direito universal da educação: As políticas educacionais cada vez mais apontam para a necessidade de ofertar educação para todos. Observa-se diariamente o surgimento de novas possibilidades que se configuram em diferentes modos para que ninguém fique de fora. Intensificam-se as formas de ingresso, flexibilizam-se organizações curriculares, criam-se novas possibilidades de educação à distância, implementam-se propostas para todas as idades, entre outras opções. Ou seja, o aluno tem múltiplas escolhas. É fato que há ainda muitas disparidades entre regiões e nações, entre o Norte e o Sul, entre países subdesenvolvidos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados. Todavia, há conceitos globalmente difundidos, entre elas a de que não há faixa etária definida para se educar, de que a educação se alarga pela vida e que ela não é indiferente (SARDAGNA, 2001, p.02). 2 Rousseau sistematizou toda uma nova concepção de educação, depois chamada de escola nova e que reúne vários pedagogos dos séculos 19 e 20. Para Rousseau, a criança devia ser educada, sobretudo, em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos 3 É um conceito que afirma que a educação assim como qualquer conhecimento precisa ser construído pela criança, e isso deveria ocorrer associando a teoria à prática. 4 A metodologia Freinet situa-se muito além de suas técnicas, estimula a busca dos professores por novos caminhos, num trabalho cooperativo que promove uma nova interação entre professor e aluno.
  • 32. 30 A educação como um direito de todos é um conceito bastante difundido na sociedade, uma vez que ela é a base da formação dos indivíduos como cidadãos conscientes de seus direitos e constituidores do desenvolvimento e progresso humano por meio das ciências. A autora afirma que as possibilidades de acesso à educação se ampliaram consideravelmente, principalmente com o surgimento das novas tecnologias que possibilitaram o ensino à distância, dando novas possibilidades de aprendizado ao aluno e o implemento de novas práticas pedagógicas ao educador. Porém, Kenski (2007) explana que ainda há uma grande parcela da sociedade que ainda não possui acesso aos suportes tecnológicos, e desse modo estão excluídas deste processo. Ainda em relação ao acesso universal à educação, Tomasevski (2004) pondera o seguinte: [...] o direito à educação invalida a dicotomia dos direitos humanos que separa os direitos civis e políticos dos direitos econômicos, sociais e culturais, já que engloba todos ao afirmar e afiançar a universalidade conceitual desses direitos negando-se a aceitar que a desigualdade e a pobreza sejam fenômenos contra os quais não se pode lutar (TOMASEVSKI, 2004, p.15). Compreende-se, através da citação do autor, que a educação se mostra como uma ferramenta importante e indispensável na luta contra as desigualdades, abrindo ao cidadão que a adquire novas possibilidades de acesso aos direitos sociais e culturais, além da criticidade e libertação da condição de pobreza. No entanto, a realidade mostra que, infelizmente, nem sempre o fato de alguém possuir educação em seu sentido formal, significa que a mesma passará por uma mudança imediata de status social ou ter uma visão crítica desenvolvida. Isso é comprovado pelo fato de haver na sociedade diversas pessoas com nível educacional elevado, em alguns casos com pósgraduação, e que se encontram desempregadas. Assim também, há indivíduos que embora educados institucionalmente, encontram-se em uma situação de extrema alienação em relação ao conhecimento de seus direitos e com baixo nível cultural.
  • 33. 31 A história da educação se relaciona de acordo com cada época de evolução da história humana. Sobre esse longo e rico processo de constituição sócio-histórica da educação, Cambi (1999) diz o seguinte: A história da educação é, hoje, um repertório de muitas histórias, dialeticamente interligadas e interagentes, reunidas pelo objeto complexo "educação" , embora colocado sob óticas diversas e diferenciadas na sua fenomenologia. Não só: também os métodos (as óticas por assim dizer) tem características preliminarmente diferenciadas, de maneira a dar a cada âmbito de investigação a sua autonomia/especificidade, a reconhecê-lo como um "território" da investigação histórica (CAMBI,1999, p.29). Infere-se, pela referida menção do autor que, o ciclo histórico de desenvolvimento da educação, por ser algo complexo e que se deu em diferentes etapas e maneiras peculiares nos diversos recantos do globo terrestre, promoveu uma grande investigação em relação aos seus métodos e, por conseguinte, trouxe uma vasta gama de teorias e postulados que, embora divergentes em alguns pontos, como cultura e conceitos são interligadas pelo seu caráter instrucional. No início da antiguidade houve um grande incremento de conceitos e práticas das culturas indiana, chinesa, egípcia e hebraica no desenvolvimento da educação. Durante o primeiro milênio A.C. se desenvolvem as diferentes "paideias" gregas, um termo que justamente significava instrução e eram a base da educação helenística. Sobre o conceito do termo paideias, Lobato (2001) assim define: O termo Paidéia não pode ser traduzido simplesmente como educação,significa muito mais que isso, significa também cultura, instrução e formação do homem grego. Este termo começou a ser utilizado no séc. IV a.c. e nesta época significava apenas a criação dos meninos. Mas o seu significado se alargou e passou a designar também o conteúdo e o produto dessa educação. [...] Enfim, a Paidéia, é a busca do conhecimento do homem, de forma individual, para que este possa interferir na organização política e social da pólis, a idéia principal é colocar o homem a par de todo o conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a comunidade ao seu redor (LOBATO, 2001, p.32). Entende-se que as paideias que existiam no mundo grego eram fundamentais para a educação das crianças e dos jovens, uma vez que a origem do termo vem de paidós, que significa criança em grego e, por conseguinte, deu origem ao vocábulo pedagogia em língua portuguesa. Assim,
  • 34. 32 a educação grega buscava englobar aspectos necessários que levassem à harmonia do homem nas mais diferentes vertentes. O mundo romano também assimila o helenismo5 no campo docente, em especial graças a Cícero6, que foi o principal impulsor da chamada humanitas romana. Em relação à humanitas romana, Aranha (1996) assim define o termo: Significa uma Cultura Universalizada. Equivale à Paidéia, distingue-se dela por se tratar de uma cultura predominantemente humanística e, sobretudo cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza o homem, em todos os tempos e lugares. Concepção que não se restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à formação do homem virtuoso, como ser moral, político e literário (ARANHA, 1996, p.29). O fim do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) marca o fim do mundo antigo e o início da Idade Média a partir de 1453. O Cristianismo, nascido e prolongado pelo Império Romano, assume a tarefa de manter o legado clássico, modificado e filtrado pela doutrina cristã. É através da recuperação plena do saber do grego e do romano- e que se reproduziu durante o Renascimento- que nasceu o novo conceito educativo do Humanismo, ao longo do século XVI, continuando durante o Barroco, através do disciplinarismo pedagógico do século XVIII. Na idade contemporânea (séculos XIX-XXI), juntamente com as teorias pedagógicas propostas por teóricos e educadores como Freinet, Paulo Freire, Jean Piaget, Vygostisky, Wallon, dentre outros, nascem os atuais sistemas educativos, a maioria deles organizados e controlados pelo Estado. A educação como um sistema humano complexo e em constante mutação e desenvolvimento, assim como a comunicação, continua sofrendo inúmeros processos em sua constituição. 5 O helenismo foi a difusão da cultura grega aos territórios que os helênicos (gregos) conquistavam. Foi naquele período que as ciências particulares tiveram seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um período de transição para o domínio e apogeu de Roma. 6 Marco Túlio Cícero foi um filósofo, orador,escritor, advogado e político romano. Viveu entre os anos de 103 a.C a 43 a.C.Foi ele quem apresentou aos Romanos as escolas da filosofia grega e criou um vocabulário filosófico em Latim, distinguindo-se como um linguista, tradutor, e filósofo.
  • 35. 33 2.4 INTERLIGAÇÕES ENTRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO A educação e a comunicação são duas áreas que possuem uma estreita relação entre si, visto que uma depende da outra para que ocorra. A comunicação é a base de toda transmissão do conhecimento humano, afinal esse processo ocorre através da linguagem, que é uma ferramenta comunicativa importante e baseada em signos. A educação, por sua vez, é fundamental para o desenvolvimento humano, tanto no aspecto individual como coletivo. Ela é o alicerce da formação dos indivíduos enquanto cidadãos e sujeitos participantes da história humana. Quanto mais é feita a ampliação dos inúmeros sentidos existentes entre a educação e a comunicação mais se percebe a íntima relação existente entre ambas. Nessa linha de raciocínio Paulo Freire, parafraseado por Pretto (2008, p.13), afirma que “o ato de educar é um ato de comunicação”. Entende-se, portanto, através da citação que ao educar, o educador está exercendo uma ação comunicativa, do mesmo modo que os educandos também estão partilhando esse dualismo entre si, afinal a aprendizagem é uma construção mútua que requer a participação de diversos sujeitos envolvidos. Portanto, é possível afirmar que mais do que um processo que possa envolver o uso de ferramentas comunicacionais no processo de ensino-aprendizagem, é preciso existir a vontade de todos os indivíduos em aprender, ensinar e comunicar. Essa interligação entre comunicação e educação envolve inúmeros fatores e isso vem da natureza complexa de ambas as áreas. Kenski (2008) assim aborda essa intricada relação: A relação biunívoca em que se entrelaçam educação e comunicação engloba os mais diferenciados assuntos, concepções e linhas teóricas, práticas, sujeitos, tempos e processos formais e não-formais conscientes e determinados, ou nem tanto assim. Envolve também manifestações humanas expressivas – mediadas ou não – em um sentido de transformação e continuidade das relações interpessoais. Abrange a autonomia para a produção e a realização de conteúdos midiáticos contextualizados, as próprias inovações, as interconexões possíveis entre processos e produtos comunicacionais; as montagens e edições como aprendizagens e descobertas, refletindo o sentido de aprender, os desejos de ir além e ultrapassar as fronteiras de si em múltiplas dimensões pessoais e sociais (KENSKI, 2008, p.649).
  • 36. 34 Percebe-se que a prática da comunicação na educação permeia diferentes etapas e permite uma variedade significativa de possibilidades, já que são áreas dinâmicas e nas quais estão sempre ocorrendo novas mudanças e remodelações. Assim, os sujeitos envolvidos, no caso, educadores e educandos, possuem grandes chances de adquirirem novas descobertas e proporem novas interconexões. O principal motivo que os levará a essas novas realizações será sempre o desejo de aprender, não importando se isso virá de uma maneira formal ou informal. O uso da comunicação com propósitos pedagógicos vai muito além do simples emprego de ferramentas midiáticas, mas visa principalmente à busca pelo diálogo entre os campos afetados e exige um apurado processo de intercompreensão mútua. Desde os primórdios da biografia humana nossos ancestrais sempre buscaram aprender uns com os outros, e a gesticulação corporal, grunhidos e meneios faciais foram os primeiros formatos de comunicação e aprendizagem, visto que, por possuírem em si um significado, tinham algo a ser aprendido. Em relação a esse aspecto, Cruz ressalta que: A comunicação era realizada por meio de ruídos e movimentos corpóreos que constituíam símbolos e sinais mutuamente entendidos, claro que utilizavam um número limitado de sons que eram fisicamente capazes de produzir, tais como rosnados, roncos e guinchos (não falavam, pois eram fisicamente incapazes de fazê-lo) era um modo lento e primitivo de comunicação comparado com a fala humana baseada em linguagem e provavelmente não era possível de realizá-la de forma complexa e extensa (CRUZ, 2009, p.01). Infere-se, portanto, que a comunicação é um processo tão antigo quanto a própria história humana e se confunde totalmente com o surgimento da educação, já que, como discorrido anteriormente, ambas estão totalmente interligadas e dependem dessa interação para ocorrerem. Nossos ancestrais já possuíam essa necessidade de se comunicarem e, por conseguinte, desenvolveram técnicas próprias que possibilitaram à espécie humana o aperfeiçoamento da aprendizagem e da comunicação.
  • 37. 35 A comunicação e a educação também possuem como característica similar o fato de existir essa necessidade de troca mútua, na qual cada sujeito exerce um papel fundamental durante a ação. De acordo com Kenski (2008): A ação educativa que se realiza como aprendizagem é mais complexa e compreende a essência da comunicação. Exige a participação plena e a intercomunicação frequente entre os diversos parceiros do processo. Todos devem estar envolvidos no mesmo desejo de avançar no conhecimento, ou seja, se transmutar, ser diferente. Ser melhor não apenas pelas aquisições cognitivas, mas pela formação ampla da pessoa em termos de valores, comportamentos individuais e sociais, capacidade crítica e autonomia para pensar e agir. Essa necessidade educacional é inerente ao ser e se apresenta em todos os seus momentos vivenciais, independente da escolarização (KENSKI, 2008, p.651). Os valores adquiridos por meio da ação educativa que, segundo Kenski (2008) é a essência da comunicação, permite aos indivíduos envolvidos maiores possibilidades de avançarem em relação à dinamicidade que é percebida nos dias atuais, com o advento da internet e das novas tecnologias. Desse modo, há uma grande possibilidade de desenvoltura nos uso dessas novas ferramentas. Porém, o que ocorre geralmente, é que o uso das novas tecnologias fica limitado aos suportes, como lousas digitais, smartphones, tablets, etc. e não ao conteúdo em si. O diálogo como uma importante ferramenta de linguagem permite que a ação educativa seja realizada de forma similar à comunicação bidirecional, ou seja, de igual para igual, já que, nesse processo, o educando não será mais um mero receptor de informações, mas irá processar a informação, podendo contestá-la e, até mesmo, produzir seu próprio conteúdo. Sobre isso Roesler (2008) assim discorre: No encontro dos sujeitos, a existência se caracteriza como problematização do mundo pelo e com o diálogo. Neste sentido, o diálogo é comunicação e vice-versa. Educar, portanto, não é transmissão de informações, na medida em que o diálogo se constitui como possibilidades de um encontro entre sujeitos que buscam a significação dos significados através de uma ação eminentemente cultural e comunicacional. O diálogo se apresenta como a enunciação com o mundo, pois é através da interação que as pessoas se comunicam e se tornam sujeitos críticos também atuantes (ROESLER, 2008, p.81).
  • 38. 36 Portanto, entende-se que a importância do diálogo para a comunicação e educação é significativa, e que ele possibilita muito mais do que aquisição de conhecimento, mas uma formação cultural, humanística e cidadã do indivíduo. Freire (1987) explana que esse diálogo também remete a uma maior liberdade durante a prática pedagógica: Somente o diálogo, que implica um pensar critico, é capaz, também, de gerá-lo. Sem ele não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza. Daí que, para esta concepção como prática da liberdade, a sua dialogicidade comece, não quando o educador-educando se encontra com os educando-educadores em uma situação pedagógica, mas antes, quando aquele se pergunta em torno do que vai dialogar com estes (FREIRE, 1987, p.83). O olhar crítico para Paulo Freire (1987) é, por conseguinte, uma forma de expressar a comunicação através da opinião própria do indivíduo, além disso, é também um modo de ampliar as possibilidades de diálogo, permitindo uma maior liberdade entre os sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem, afim de que todos possam construir o conhecimento de maneira igualitária e dinâmica. A relação comunicação-educação, portanto, vai bem além das práticas pedagógicas tradicionais, mas abre oportunidade para o emprego de novas metodologias no processo de ensino-aprendizagem, que se tornou convergente, denominando-se com o neologismo "Educomunicação", e que será mais bem analisada no capítulo seguinte.
  • 39. 37 3 TICS E REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DE EDUCOMUNICAÇÃO No capítulo a seguir será discorrido sobre a Educomunicação como uma importante área de convergência entre a comunicação e a educação. Será explicitada a origem desse neologismo, seu contexto histórico, suas principais áreas de atuação e a fundamentação teórica sobre o tema a partir de importantes autores. As tecnologias de informação e comunicação (TICS) serão também abordadas a partir de seus aspectos, funcionalidade e utilização como a educação à distância, por exemplo. Torna-se importante conhecer tais ferramentas, visto que a Educomunicação faz parte desse conjunto. Por fim também haverá uma abordagem inicial sobre as redes sociais, visando compreender seus significados e características. 3.1 EDUCOMUNICAÇÃO: UMA ÁREA DE CONVERGÊNCIA EDUCACIONAL E COMUNICATIVA O Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE-USP) nomeia a inter-relação entre Comunicação e Educação de Educomunicação. A significância do termo Educomunicação, insere-se em um contexto histórico que procura refletir a analogia dos meios de comunicação com a vida social e do ambiente educacional inserido e guiado por estes meios. Desde o princípio do século XX, são escritos teorizações e projetos constituídos sobre o tema, sem existir, porém, uma fronteira conceitual que conecte todas essas considerações sobre a área da Educomunicação. O termo "Educomunicação" refere-se a muito mais do que um neologismo para definir a junção entre educação e comunicação, uma vez que não apenas unem as duas áreas que, até então, eram vistas como dialogicamente distintas, mas destaca de forma relevante um terceiro elemento a ação. É sobre esse termo que deve recair a tonicidade ao referir-se a essa nova palavra, proporcionando assim a ela, um significado extremamente importante. A Educomunicação, como um novo campo de intervenção social e político é, para Ângela Schaun (2002):
  • 40. 38 [...] uma ação política voltada para o aporte da consciência ética e uma pragmática direcionada para as transformações da sociedade [...] a ação educomunicativa é uma releitura das utopias sociais impulsionada pela motivação transformadora do status quo [...] propõe a credulidade no ser humano, no seu permanente encontro com o outro (SCHAUN, 2002, p.82). Deste modo, para a autora as ações educomunicativas promovem o resgate do desejo utópico da sociedade de igualdade entre os indivíduos, já que, a base para sua existência é a troca de experiências com o outro de igual para igual, onde é possível uma troca de informações, que pode criar novas experiências, mudar pensamentos, e promover a cidadania entre os envolvidos. Educação e/ou Comunicação – assim como a Educomunicação – são formas de conhecimento ou campo de construções que têm na ação o seu princípio elementar inicial. Trata-se, então, de um ambiente no qual percorre conhecimentos historicamente estabelecidos. Algo que singulariza, caracteriza ou é específico desse campo chamado de Educomunicação, é a sua capacidade de cruzar saberes, promovendo o diálogo entre os que estabelecem e/ou se aproveitam das tecnologias de informação e comunicação. A Educomunicação, como uma nova modalidade de transmitir o conhecimento através da comunicação e novas tecnologias, tem como objetivo promover a criticidade do educando, embora, isso nem sempre ocorra, pois, ela não é uma tendência automática e linear, requer inúmeros fatores envolvidos como o comprometimento dos sujeitos envolvidos. Sobre esse aspecto, Galarreta e Henriques (2012), assim pontua: A Educomunicação ensina uma nova forma de analisar o mundo. Fornece-nos subsídios sobre a cultura dos meios de comunicação e ensina como buscar informação em diversas fontes, diferente das habituais. A partir desse processo, tornamo-nos pessoas mais críticas, capazes de avaliar as informações que recebemos e questionar pelas que gostaríamos de receber. A sociedade pode se organizar para cobrar sobre aquilo que lhes é faltante. Estará apta para cobrar da mídia e do governo ações que resolvam as suas demandas, dessa forma, terá voz e será participativa no processo de construção da cidadania. Entretanto, se a sociedade não está bem informada, dificilmente terá poder para exigir melhoras para si (GALARRETA; HENRIQUES, 2012, p.05).
  • 41. 39 Percebe-se que a Educomunicação, além de promover uma nova maneira do educando perceber o ambiente que o cerca, também lhe dá autonomia, uma vez que, o ensina a buscar a informação nas mais diferentes mídias. A criticidade, promovida pela Educomunicação, deve permitir também que o cidadão, educado por meio dela, passe a participar mais ativamente da sociedade cobrando seus direitos e tendo uma visão mais questionadora diante das mídias. A tecnologia digital está promovendo uma grande revolução nos processos da comunicação humana, e a educação como uma área importante das ações comunicacionais, tornou-se altamente influenciada por esses avanços tecnológicos. Diante dessa visão, Kenski (2007, p.15), alega que: “a opção pelo ensino com o computador […] exige alterações significativas em toda a lógica que orienta o ensino e a ação docente em qualquer nível de escolaridade […] o ponto fundamental da nova lógica de ensinar […] é a redefinição do papel do professor”. O que transforma a Educomunicação em um elemento peculiar, em todas as suas vertentes, é que ela põe em evidência um dos temas mais importantes da nossa história: a influência da comunicação social na constituição dos indivíduos e na consolidação da nossa sociedade. Sobre esse assunto, Virício (2009) afirma que os meios de comunicação não tem apenas o papel de informar, mas influencia diretamente na vida das pessoas. Isso é notado, quando se observa alguns veículos de comunicação com grande abrangência, como é o caso da televisão. Como exemplo, a autora afirma que se tal personagem de uma telenovela usa certa roupa ou sapato, logo a maioria dos telespectadores, começarão a usar o mesmo vestuário do personagem famoso. Para ela, os veículos comunicacionais criam conceitos, modas e ideologias, ou sustentam outras já existentes, pautando a vida das pessoas. A introdução das mídias, como instrumentos e/ou artifícios complementares do educador, esteve presente em outro período histórico no qual prevalecia o ufanismo pela tecnologia (entendida aqui como conjunto de
  • 42. 40 técnicas/recursos), como solução única para as dificuldades existentes no processo de ensino-aprendizagem. A história da pedagogia nos expõe que este processo não obteve os efeitos esperados. Convive-se hoje em outra conjuntura histórica, com outra realidade e, sobretudo, com outros indivíduos. Nesse contexto a internet é a principal ferramenta intermediadora do processo educomunicativo, segundo Galarreta e Henriques (2012): Neste processo, uma das mais importantes ferramentas que pode ser utilizada tanto na construção da cidadania, através da Educomunicação, como de forma mediadora dos assuntos de interesse da comunidade é a Internet. Através dela, assuntos que antes eram restritos a uma determinada comunidade, em determinada região, facilmente podem ser vistos em praticamente todos os lugares do mundo. Além disso, por ser uma mídia extremamente rápida, em que praticamente tudo que é publicado pode ser acessado quase que instantaneamente, colocar um assunto em pauta na Internet, é uma forma de torná-lo visível para outras mídias (GALARRETA; HENRIQUES, 2012, p.05). Dessa maneira, a dinamicidade da internet promove não apenas um intercâmbio maior de informações, mas uma nova maneira de se receber conteúdo, produzi-lo e divulgá-lo. Com a rapidez dessa mídia algumas publicações alcançam todo o globo terrestre em poucos segundos, promovendo assim um maior acesso às novas culturas e informações sobre assuntos bem específicos. Para que essa disseminação ocorra Recuero (2009) trabalha com o conceito de nós7 nas redes. Quantos mais nós tem uma rede mais a chance e a probabilidade de um determinado conteúdo ser disseminado por ali. Assim, nem todo conteúdo é visualizado imediatamente ou por um número grande de pessoas, mas dependerá da quantidade de nós que irá alcançar na rede. 7 Em redes de comunicação, um nó (em Latim nodus, 'nó') é um ponto de conexão existente, no caso da Internet, os nós seriam cada um dos computadores e, por conseguinte usuários conectados naquele momento à rede mundial de computadores.
  • 43. 41 Figura 1- Esquema representando o conceito de nós na rede, onde o nó central representa o conteúdo inicial e a sua difusão através da ligação com outros nós, representados pelos pequenos quadrados azuis. Fonte: http://www.brasilseo.com.br/social-media-marketing/redes-sociais-e-sua-importancia-emseo. Acesso em 21/10/2013. A ampliação dos desenvolvimentos educacionais e comunicacionais, que as linguagens e temas das mídias proporcionam, remete ao fato de que a afinidade da escola com os meios de comunicação, necessita também ir além da concepção de uma educação voltada apenas para a mídia. É importante desenvolver no educando uma relação inteligente de usuário com os mais diferentes meios de comunicação. Sobre a importância da Educomunicação para o ambiente escolar Maros, Schimidt e Maciel. (2010) abordam o seguinte: Em uma época onde a evolução tecnológica marcadamente privilegia a comunicação, a escola precisa utilizar todos os recursos possíveis para promover o fluxo informativo entre seus membros. Nesse cenário, um novo campo teórico-prático começa a ser desbravado: a “Educomunicação”. Unir os conhecimentos da Educomunicação e de Comunicação Institucional e, a partir deles, propor estratégias que contribuam para uma comunicação interna mais efetiva dentro do ambiente escolar é o desafio aqui proposto (MAROS; SCHIMIDT; MACIEL, 2010, p.2). Entende-se, portanto que as instituições educacionais devem fazer essa adequação diante dos grandes avanços tecnológicos ocorridos atualmente. Assim, a escola irá contribuir não apenas para uma maior eficácia nas práticas pedagógicas, mas também aumentará a sua comunicação interna através do
  • 44. 42 uso das novas mídias. Essa nova realidade tecnológica evidencia uma inovadora modalidade de letramento chamado de digital. Esse termo é assim definido por Xavier (2002): O Letramento digital implica realizar práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramento e alfabetização. Ser letrado digital pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais verbais e não-verbais, como imagens e desenhos, se compararmos às formas de leitura e escrita feitas no livro, até porque o suporte sobre o qual estão os textos digitais é a tela, também digital (XAVIER, 2002, p.02). Conforme Soares (2002), letramento digital é desenvolvido de forma diferente do letramento tradicional: “[...] a hipótese é de que essas mudanças tenham consequências sociais, cognitivas e discursivas, e estejam, assim, configurando um letramento digital, isto é, um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição – do letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel (SOARES,2002,p. 151) .” Percebe-se, que o letramento digital é algo que já faz parte da alfabetização dos educandos, que nasceram nesta geração dominada pelos recursos tecnológicos, deste modo, as crianças aprendem desde cedo a manusear aparelhos portáteis, que geralmente possuem acesso à internet e só depois são levados à alfabetização tradicional. Segundo a autora, esse processo traz efeitos que transformaram o modo de agir e pensar dos educandos que vivenciam essa realidade. Não se compreende como papel primordial da escola o letramento para as mídias, uma vez que estaríamos, assim, refletindo o padrão cognoscitivo até então seguido pelas instituições de ensino. É sabido que os meios estão na escola, não somente no formato de soluções ou metodologias de ensino, mas na cultura dos alunos e professores que a "constroem" diariamente. Os estudos e pesquisas sobre o tema Educomunicação se iniciaram em meados dos anos noventa, tendo o Núcleo de educação e comunicação (NCE) da Universidade de São Paulo como precursora em nosso país, reunindo um grupo de professores de diversas universidades brasileiras interessadas na inter-relação entre Comunicação e Educação. Seu trabalho inicial maior foi uma
  • 45. 43 pesquisa8 abrangendo especialistas de 12 nações da América Latina e da Península Ibérica para saber o que pensavam os coordenadores de projetos na área e qual o perfil dos profissionais que trabalham nesta inter-relação. Atualmente, além do NCE, existem inúmeras outras instituições, que desenvolvem pesquisas consistentes nessa área, tanto em nosso país como em outros, ao redor da América e Europa. Já foram elaborados inúmeros artigos, teses, dissertações e livros, sobre o tema criando uma vasta bibliografia, mas que ainda é razoável se comparado a outros temas de ambas as áreas; educação e comunicação social, uma vez, que essa convergência é recente em nossa sociedade. Os diversos trabalhos relacionados ao tema da Educomunicação no país, ainda estão bastante concentrados na região centro-sul, principalmente no eixo Rio-São Paulo, com destaque para a Universidade de São Paulo, que continua liderando a pesquisa sobre o assunto no Brasil. Outras universidades federais, dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, também realizam trabalhos acadêmicos baseados em Educomunicação. Existem também diversas ONGs atuantes em todo o Brasil voltadas para o uso do referido instrumento pedagógico-comunicacional, e que foram originadas principalmente no Estado de São Paulo. A Universidade de São Paulo foi pioneira também na criação de um bacharelado especifico em Educomunicação. No Nordeste brasileiro, a capital pernambucana: Recife, também é destaque, pois, é onde se concentra as pesquisas acadêmicas mais relevantes nessa região, há nessa cidade um núcleo da organização governamental ABPEDucom (Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação), que é uma instituição voltada para divulgação, capacitação de profissionais e fomento de ensino e 8 Essa pesquisa ocorreu entre 1997 e 1998. e teve como objeto o conceito de Educomunicação e o perfil de seus profissionais. Esta pesquisa passou a ser designada pelo NCE como Pesquisa Perfil. Reuniu um grupo de 178 especialistas de 12 países da América Latina. Segundo a pesquisa, o Educomunicador é o profissional que demonstra capacidade para elaborar diagnósticos e de coordenar projetos no campo da inter-relação Educação/ Comunicação. Em síntese, a pesquisa aferiu também que 56% dos profissionais desenvolvem projetos nas universidades, enquanto 40% atuam no ambiente escolar. A pesquisa informa, também, que predominam os especialistas do sexo feminino, à razão de 59% de mulheres para 41% de homens.
  • 46. 44 pesquisa na área de Educomunicação. A sede da referida organização também se encontra em São Paulo. Mário Klapún (apud FONSECA, 2004, p. 61) foi o primeiro autor a empregar o termo Educomunicação para mencionar “toda a ação comunicativa no espaço educativo concretizada com o objetivo de criar e desenvolver sistemas comunicativos.” A estreita união entre a Educomunicação e os sistemas comunicativos é permitida pelas conexões humanas entre ambiente escolar e comunidade, entre educandos e educadores, entre quadro pedagógico e administração escolar e as técnicas comunicativas ampliadas nesta atmosfera. Todos são participantes atuantes nesta ação: os atores educativos – educadores, educandos, colaboradores, equipes técnicas; os atores sociais da comunidade – pais de alunos, habitantes da região. A concepção de sistema comunicativo implica influência mútua, dialogicidade, e descentralização de vozes. Ismar de Oliveira Soares (2002) afirma que, na expectativa da gestão comunicacional, o sistema comunicativo envolve: (...) a coordenação do ambiente, a disponibilidade dos instrumentos a serem utilizados, o modus faciendi (modo de atuar) dos indivíduos submergidos e o grupo de ações que distinguem determinada categoria de educação comunicacional (SOARES, 2002, p.16). Está no ambiente educomunicativo, um novo e moderno ambiente de interferência social, em que educandos e educadores podem estabelecer unidos, cada um a sua função de ator social. Alain Touraine e Khosrokhvar (2004) afirmam: O ator social é capaz de modificar seu ambiente pelo trabalho pela comunicação. Mas essa ação sobre o social sempre tem um fundamento não-social, que depois de religioso e político, hoje é ético (TOURAINE e KHOSROKHVAR, 2004, p.35). Segundo Ismar Soares (1999), um dos principais teóricos da área no Brasil, a Educomunicação concebe um conjunto de ações ligadas com o intuito de fortalecer espaços comunicativos em ambientes educativos sejam eles presenciais ou virtuais. Entretanto, vários grupos de profissionais e pessoas comuns que utilizam a Educomunicação, desconhecem esta definição,
  • 47. 45 produzindo novas denominações para suas atuações. A pesquisa concretizada entre 1997 e 1998, pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo, já citada anteriormente, mostrou o ponto de vista de vários profissionais atuantes em seu respectivo ambiente. O experimento do NCE demonstrou que os relatos de técnicas em diversas ocasiões, combinaram-se à avaliação que o profissional possuía sobre o assunto. Dessa forma, de acordo com Soares (1999) o grupo pesquisado admitiu que para a total compreensão do termo "Educomunicação" observar os elementos principais que formam Educação/Comunicação é imprescindível. cada uma das áreas: Tendo em vista, que suas percepções têm uma íntima ligação com o ambiente educacional e precisam responder às obrigações formativas dos educandos, no caso da pesquisa, apontados como cidadania e ética profissional. A comparação com o aprendizado social virtual9 é uma forma interessante de compreender a Educomunicação, uma vez que, ela permite a tomada de conscientização dos agentes sociais na comunidade escolar. De acordo Araújo (2010) esse aprendizado deve ser adequado à realidade tecnológica a qual os alunos estão inseridos atualmente: O modo como a escola está organizada atualmente não está mais se adequando ao perfil da geração net; este público se envolve em várias atividades simultâneas, tem interesse em vários campos do saber; nos conteúdos que estudam, nas atividades que realizam no dia-a-dia da escola só consideram significativas as atividades, conteúdos, disciplinas, avaliações, etc.,nas quais percebem que estão sendo contemplados em relação a essa multiplicidade de interesses e várias dimensões que compõem sua personalidade, sua integralidade enquanto seres (ARAÚJO, 2010, p.04). A autora, com a referida citação, afirma que os educandos da geração atual necessitam de um ambiente escolar compatível com a dinamicidade típica dos mesmos. Desse modo, os alunos da chamada "geração net10" são capazes de 9 desenvolver diversas atividades ao mesmo tempo. Por estarem A expressão "aprendizado social virtual" é próprio da área de Educomunicação e refere-se a uma forma de aprendizagem onde os educandos irão adquirir, através da experiência com a interação com os outros, um novo olhar sobre as relações sociais. 10 Trata-se de um neologismo utilizado para designar as crianças e jovens que já nasceram vivenciando os avanços tecnológicos e da informação, e que desse modo possuem, em alguns casos, uma afinidade maior do que outros grupos de diferentes faixas etárias.
  • 48. 46 mergulhados em uma sociedade altamente midiática e informatizada, necessitam de atividades pedagógicas que realmente o instiguem e que sejam totalmente integradas à sua realidade tecnológica. Na escola clássica com a educação tradicional, o exercício de debates na resolução de determinados empecilhos ocorre, porém, em alguns casos é bastante reduzido. Entretanto, nas práticas educomunicativas todos os sujeitos envolvidos precisam ser instigados ao debate, afim de, criticamente encontrarem uma solução para o problema. Portanto, a equalização de direitos e deveres, deveria ser uma prática comum a todos os ambientes de ensino, quer utilizem ferramentas tecnológicas ou não. Uma vez que, promoveria a consciência do grau de organização e importância de cada função dentro do ambiente escolar. Sobre a reciprocidade na prática da Educomunicação, Utiamada (2011), pontua: Dentro dos fundamentos, a Educomunicação é pertinente à comunidade escolar, pois oportuniza a comunicação, o diálogo, desenvolvendo a autoconfiança e a expressão comunicativa. Este fundamento também busca valorizar o relacionamento entre professores, alunos, equipe de trabalho, na busca pela formação de cidadãos autônomos, conscientes, capazes de transformar suas realidades e como sujeitos de seu processo, contribuam para o desenvolvimento da sociedade (UTIAMADA, 2011, p.27). Segundo exposto acima, a cidadania não é um valor imaterial, alcançado somente a partir da participação político-eleitoral, entretanto, dentro de um ambiente comunicativo, existe a probabilidade de edificação de cidadania, através da experiência de combinação, de trocas e de intervenção no espaço maior, comunitário. Oferecer voz ao educando e ao educador; colocá-los nos debates comunitários, são exercícios educomunicativos adequados para se ampliar a formação cidadã. Moacir Gadotti (2007) alega que outro mundo é plausível de ser estabelecido, sem que para isso precisemos modificar o Estado – “não se toma o poder para abolir o poder” (GADOTTI, 2007, p. 130), mas na reinvenção do presente, no cotidiano da sociedade, no dia a dia da escola.
  • 49. 47 3.2 AS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Na sociedade contemporânea a tecnologia ganhou um espaço considerável na vida humana, já que, se faz uso dos recursos tecnológicos a todo o instante, e em alguns momentos de forma inconsciente. A evolução da espécie humana possibilitou um grande avanço em diversas áreas, e assim existem inúmeros artefatos que contribuíram para melhorar a qualidade de vida do homem. Kenski (2007) afirma o seguinte sobre o impacto das tecnologias: As tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa memória, garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as capacidades naturais do ser humano. Somos muito diferentes de nossos antepassados e nos acostumamos com alguns confortos tecnológicos - água encanada, luz elétrica, fogão, sapatos, telefone que nem podemos imaginar como seria viver sem eles (KENSKI, 2007, p. 19). Infere-se, portanto que as tecnologias já são partes integrantes do modo de vida do homem moderno, de tal forma que é inimaginável conceber a ideia de viver sem nenhum desses "confortos", embora, estes sejam relativamente recentes, e que o homem viveu milhares de anos sem utilizá-los. O Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda (2009, p.1756), define o vocábulo “tecnologia” como “um conjunto de conhecimentos, especialmente, princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade”. Portanto, percebe-se com o referido conceito, que tecnologia e ciência estão intimamente interligadas, de modo, que foi a busca incessante pelo conhecimento que propiciou a humanidade um grande progresso científico e, por conseguinte, tecnológico. Diante do contexto moderno de uma sociedade dominada pela tecnologia e dinamismo da informação, surgiram as tecnologias de informação e comunicação conhecidas pela sigla TICs, que conforme Kenski (2007), está relacionado ao processo de produção e o uso dos meios baseados na linguagem oral, e da escrita e na síntese da imagem, do som e do movimento. As tecnologias de informação e comunicação são empregadas nas mais diversas áreas humanas, no entanto, elas vêm favorecendo bastante a área
  • 50. 48 educacional, Kenski (2007), descreve o seguinte sobre o impacto das TICs na educação: As novas tecnologias da comunicação (TICs), sobretudo a televisão digital e o computador, movimentaram a educação e provocaram novas mediações entre a abordagem do professor, a compreensão do aluno, e o conteúdo veiculado. A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado. As tecnologias comunicativas mais utilizadas em educação, porém, não provocam ainda alterações radicais na estrutura dos cursos, na articulação entre conteúdos e não mudam a maneira como os professores trabalham didaticamente com seus alunos. Encaradas como recursos didáticos, elas estão ainda muito longe de serem usadas em todas as suas possibilidades para uma melhor educação (KENSKI, 2007, p.45). Intui-se com a citação da autora que as tecnologias de informação e comunicação trouxeram uma grande contribuição à educação no sentido de proporcionar um ensino-aprendizagem com mais recursos e dinamismo, já que as novas possibilidades de acesso à informação proporcionam aos educandos experiências bem mais reais, se comparado ao formato tradicional de ensino. Porém, alerta-se para o fato de que esses recursos pedagógicos inovadores ainda não estão sendo usados de modo a provocar na educação uma mudança substancial. As tecnologias de informação e comunicação ainda necessitam ser incorporadas pedagogicamente, ou seja, é necessário que ocorra o respeito às características inerentes existentes na educação e na própria tecnologia, no intuito de garantir que sua utilização realmente faça a diferença. Sobre esse aspecto, Girardi (2011), afirma que: Ao se utilizar tecnologias educacionais, deve atentar-se para os objetivos pedagógicos, pois os recursos tecnológicos não podem substituir o objetivo fundamental do processo de ensinoaprendizagem que é a construção do conhecimento. O educador deve almejar um domínio contínuo e crescente das tecnologias, sem perder o foco da educação, cuja ação deve submeter o aluno a busca de conhecimento cultural, pedagógico, dentro de padrões curriculares, tendo a tecnologia como recurso facilitador para a democratização e construção do conhecimento (GIRARDI, 2007, p.07).
  • 51. 49 Desse modo, entende-se que os recursos tecnológicos devem ser aliados do professor durante o processo de ensino-aprendizagem, mas não devem ocultar o papel principal que existe na educação, que é o de formar o indivíduo para a aquisição do conhecimento e para o pleno exercício da cidadania. O educador também precisa conhecer o contexto o qual estão inseridos os seus alunos, uma vez que haverá alguns que não possuirão o mesmo amadurecimento em relação ao uso das tecnologias. A realidade das escolas também é algo que deve ser levado em consideração, visto que, existe uma grande diferença no uso das tecnologias entre as instituições públicas e privadas. Em relação a esse aspecto, Barsi Lopes (2012) afirma: Ao contrário, entretanto, do que acontece no contexto dos colégios particulares, onde há recursos financeiros disponíveis e interesse (além de educacional, mercadológico, em virtude da concorrência) para investir na presença das mídias digitais em sala de aula, no cenário das escolas públicas, estaduais e municipais, infelizmente, todo esse potencial que se abre a partir do uso e das apropriações das tecnologias da comunicação e informação ainda não tem atingido os alunos, que continuam, em sua grande maioria, excluídos dos avanços tecnológicos no ambiente formal da instituição de ensino. Mas, isso, não quer dizer em absoluto, que esses jovens não tenham acesso às mídias digitais (BARSI LOPES, 2012, p.25-26). Embora, o contexto das instituições privadas se mostre bem avançado em relação ao uso das mídias digitais na educação, isso não significa que estas escolas apresentem uma educação de melhor qualidade do que as outras, ou que as escolas públicas se encontram atrasadas por não fazerem uso pleno das TICs em seu ensino. É preciso analisar cada caso, pois, nem sempre o uso da tecnologia remete a um ensino eficaz. O empenho dos gestores e educadores, também possui um papel significativo nesse processo, visto que, existem escolas públicas com uma ótima qualidade de ensino, e instituições particulares que deixam a desejar nesse parâmetro, mesmo apresentando uma boa infraestrutura física e tecnológica. O fato de alunos de classes sociais menos favorecidas não terem o acesso à educação digital, não demonstra o seu desconhecimento perante as tecnologias, uma vez que, os mesmos o fazem através de computadores localizados em lan houses, ou ONGs que ofereçam acesso a atividades de
  • 52. 50 informática, no entanto, o que ocorre é que eles não absorveram a noção completa de como aproveitar as novas tecnologias para adquirem conhecimento. Rezek (2011) aborda o seguinte sobre a importância do educador no processo de construção do conhecimento através das TICs: (...) na escola a introdução das Tecnologias de Informação e Comunicação pode ajudar o professor na melhoria de sua prática pedagógica, como também ajudar o aluno na construção do conhecimento. Para que essa construção seja efetiva é necessário que o professor seja um orientador muito mais do que um transmissor de conhecimentos. Um orientador deve realizar as mediações e estimular uma busca constante, entendendo que a educação ocorre num processo contínuo. A escola não consegue acompanhar as mudanças, as descobertas e atividades e acontecimento humanos sem o apoio das Tecnologias de Informação e Comunicação. Assim o aluno pode encontrar sentido e novas significações para a busca do conhecimento que deve se estender para além dos muros da escola e durar por toda a vida (RESEK, 2011, p.08). Percebe-se com a referida citação que a escola precisa das tecnologias de informação e comunicação principalmente devido ao dinamismo que ocorre em virtude das mudanças bruscas e rápidas, que se desenvolvem no ambiente social globalizado na qual as instituições de ensino estão inseridas. O educador com o uso das TICs passa a ser mais do que um mero transmissor de informações pré-estabelecidas nos livros e conteúdos pedagógicos, mais sim um orientador, cooperando com o educando na construção do conhecimento que através das TICs, pode transmitir ao aluno a necessidade de ultrapassar as barreiras do âmbito escolar e cultivar um saber que irá ajudá-lo nos mais diversos momentos de sua existência. Ainda, sobre o processo abrangendo as tecnologias de informação e comunicação no ambiente educacional, Resek (2011) ressalta: As mudanças significativas vão acontecer se associados aos recursos tecnológicos forem acrescentados aos conteúdos e informações trabalhadas de forma contextualizadas e dinâmicas, valores, para que os alunos percebam que as tecnologias são recursos que podem enriquecer os conteúdos e conceitos trabalhados pelo professor. O que muitas vezes não acontece nas escolas, é a articulação que o professor precisa utilizar para dinamizar as suas aulas. Os recursos em si não motivam os alunos, é preciso acrescentar a eles metodologias e abordagens que estimulem o aluno a prestar atenção, aprender, querer fazer, e querer participar, o que é fundamental quando o assunto em questão é o
  • 53. 51 desenvolvimento de projetos, é preciso que alunos e professores participem juntos, não pode ser ações desenvolvidas unilateralmente (RESEK, 2011, p.19-20). Portanto, percebe-se que as tecnologias de informação e comunicação por si só não resolvem o problema da educação, no sentido de essa ser atraente e considerada importante para o aluno, embora, geralmente o mesmo tenha grande fascínio pelos dispositivos tecnológicos. É necessário que o educador utilize os recursos tecnológicos como ferramentas aliadas no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, e que o mesmo como detentor de metodologias pedagógicas possa adequá-las com criatividade, e competência da melhor maneira possível ao universo do aluno, para que as aulas ministradas possam ser enriquecedoras e levem valores como: criticidade, autonomia e solidariedade aos educandos. Um dos grandes benefícios que as TICs podem proporcionar à educação, também está no fato de que esta pode conectar a todos os envolvidos nos mais diferentes espaços, o desenvolvimento das redes, tendo a internet como principal representante possibilitou essa revolução sobre essa realidade, Kenski (2007) discorre: Em relação à educação, as redes de comunicações trazem novas e diferenciadas possibilidades para que as pessoas possam se relacionar com os conhecimentos e aprender. Já não se trata apenas de um novo recurso a ser incorporado à sala de aula, mas de uma verdadeira transformação que transcende até mesmo os espaços físicos em que ocorre a educação. A dinâmica e a infinita capacidade de estruturação das redes colocam todos os participantes de um momento educacional em conexão, aprendendo juntos, discutindo em igualdade de condições, isto é revolucionário (KENSKI, 2007, p.47). Portanto, as tecnologias de informação e comunicação ampliaram consideravelmente as possibilidades que a educação possui em transpor obstáculos, visto que, o ambiente físico da sala de aula já não é o único a comportar um sistema de ensino baseado em metodologias educomunicativas. Com o advento das TICs surgiram, então, o conceito de educação à distância, que possibilita a criação de espaços virtuais de ensino que abrangem um grande número de indivíduos em busca de algo em comum: o conhecimento. Sobre a educação à distância ou EAD, Belloni (2008), aborda que: