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Gilles Deleuze e        Edgar Morin
                                       O método 3:
Lógica do Sentido   o conhecimento do conhecimento




                           sabrina marco e augusto
“Um pouco de possível, se não sufoco”
                     Gilles Deleuze (1925 – 1995)
Entre 1944 e 1948, Deleuze cursou filosofia na
Universidade de Paris (Sorbonne)

Dedica-se à história da filosofia

Em 1962 conhece Foucault, de quem se torna
amigo.

Apesar da amizade, não trabalham juntos, mas
foram apontados como responsáveis pelo
renascimento do interesse pela obra de
Nietzsche
  O trabalho de Deleuze se divide em dois
   grupos: por um lado, monografias
   interpretando filósofos modernos (Kant,
   Foucault, Nietzsche), e por outro lado,
   interpretando obras de artistas (Proust, Kafka,
   Bacon)


  Deleuze trabalha também temas filosóficos
   ecléticos centrado na produção de conceitos
   como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
Algumas das Principais Obras:


Proust e os Signos
Nietzsche
O Bergsonismo
Bruno Igor
Apresentação de Sacher-Masoch
Spinoza e o problema da Expressão
Diferença e Repetição
Lógica do Sentido
Spinoza: Filosofia
Francis Bacon
Cinema-1: A Imagem-movimento
Cinema-2: A Imagem-tempo
Péricles e Verdi
Conversações
Lógica do Sentido
  Na Lógica do sentido são intrincados vários corpos de doutrina: ontologia dos simulacros, a lógica dos
   paradoxos, a ética do drama e a poética fantasma.
  A teoria do sentido com efeito é constituída de várias séries de paradoxos, porque o sentido mantém uma
   relação privilegiada com non-sens.
  É por isso que Deleuze faz descansar a sua teoria sobre a análise dos paradoxos do sentido
  Se por conseguinte a Lógica do sentido não pode passar-se da referência ao paradoxo, este, visto como
   paixão do pensamento, residente na descoberta da impossível separação dos dois sentidos, do impossível
   sentido único.
Vídeo 1 da Alice
  “Um livro não tem objeto nem sujeito; é feito de matérias diferentemente
  formadas, de datas e velocidades muito diferentes. Desde que se atribui um
  livro a um sujeito, negligencia-se este trabalho das matérias e a
  exterioridade de suas correlações. Fabrica-se um bom Deus para
  movimentos geológicos. Num livro, como qualquer coisa, há linhas de
  articulação ou segmentaridade, estratos, territorialidades, mas também
  linhas de fuga, movimentos de desterritorialização e desestratificação. As
  velocidades comparadas de escoamento, conforme estas linhas, acarretam
  fenômenos de retardamento relativo, de viscosidade ou, ao contrário, de
  precipitação e de ruptura”
PRIMEIRA SÉRIE DE PARADOXOS: DO PURO DEVIR
 Deleuze apresenta os paradoxos de inversão para mostrar a linha em que os sentidos
 crescem, ao mesmo tempo, em um jogo de virtualidades e atualidades que produz o
 acontecimento, não se é sem não ter sido e virá a ser.




SEGUNDA SÉRIE DE PARADOXOS: DOS EFEITOS DE
                SUPERFÍCIE

 “o mais profundo é a pele” Paul Valéry
TERCEIRA SÉRIE: DA PROPOSIÇÃO
   O sentido é o expresso, ou seja, o sentido difere-se do objeto, do vivido, das
  representações e dos conceitos lógicos.




     QUARTA SÉRIE: DAS DUALIDADES

Corpo-linguagem: os acontecimentos só nos chegam na medida em que são ditos por
proposições, na dualidade corpo e linguagem. O sentido é tornado possível pela
linguagem.
QUINTA SÉRIE: DO SENTIDO
  O sentido é paradoxal. O ponto de partida é o sentido e é de dentro dele que
  formulamos enunciados.




 SEXTA SÉRIE E SÉTIMA SÉRIE: SOBRE A COLOCAÇÃO
 EM SÉRIES E DAS PALAVRAS ESOTÉRICAS

O paradoxo de que todos os outros derivam é o da regressão indefinida. Ora, a
regressão tem necessariamente a forma serial: cada nome designador tem um sentido
que deve ser designado por um outro nome, n1 > n2 > n3 > n4....
OITAVA SÉRIE: DA ESTRUTURA
   Para Deleuze, as estruturas são primeiras em relação aos seres e as coisas a que
   vem ocupá-las, elas são um puro contínuo e se determinam pelas suas relações
   diferenciais.



NONA E DÉCIMA SÉRIES: DO PROBLEMÁTICO E DO
                JOGO IDEAL
O acontecimento é ideal, ou seja, ele é virtual e sua efetuação em um estado de coisas é
atual.
DÉCIMA PRIMEIRA SÉRIE: DO NÃO-SENSO
 O não-senso é ao mesmo tempo o que não tem sentido, mas que, como tal, opõe-se a
  ausência de sentido, operando a doação de sentido.



   DÉCIMA SEGUNDA SÉRIE: SOBRE O PARADOXO

Na singularidade dos paradoxos nada começa ou acaba, tudo vai no sentido do futuro e
do passado ao mesmo tempo.
DÉCIMA TERCEIRA SÉRIE: DO ESQUIZOFRÊNICO E
  DA MENINA
O encontro de Alice com Artaud – neste encontro a superfície de Carrol é colocada a
prova pelas profundezes da esquizofrenia de Artaud.




DÉCIMA QUARTA SÉRIE: DA DUPLA CAUSALIDADE

“O sentido é o efeito de causas corporais e de suas misturas”.
DÉCIMA QUINTA SÉRIE: DAS SINGULARIDADES
As singularidades são verdadeiros acontecimentos transcendentais, que, longe de
serem individuais ou pessoais, presidiriam a gênese dos indivíduos e das pessoas.




DÉCIMA SEXTA E DÉCIMA SÉTIMA SÉRIE: DA GÊNE
SE ESTÁTICA ONTOLÓGICA E DA GÊNESE ESTÁTICA
LÓGICA
Numa proposição, um predicado é o que diz algo de um sujeito; no entanto, o sentido
da proposição só existe “na fronteira entre as proposições e as coisas”.
VIGÉSIMA SÉRIE: SOBRE O PROBLEMA MORAL
     DOS ESTÓICOS
A quase-causa não cria, ela “opera” e não que senão aquilo que acontece.




   VIGÉSIMA PRIMEIRA SÉRIE: DO ACONTECIMENTO
Não se pode dizer nada mais, nunca se disse nada mais: tornar-se digno daquilo que nos
ocorre , por conseguinte, querer e capturar o acontecimento, tonar-se filho dos seus
próprios acontecimentos e por aí renascer, refazer para si mesmo um nascimento,
romper com seu nascimento de carne”.
Video 2 sabrina Kylie
Minogue
E quando o inesperado se manifesta, é preciso ser
capaz de rever nossas teorias e idéias, em vez de
deixar o fato novo entrar à força na teoria
incapaz de recebê-lo."(Edgar Morin)
Edgar Morin nasceu em 1921 em Paris. Seu nome
verdadeiro é Edgar Nahoum.

Fez os estudos universitários de História, Geografia e
Direito na Sorbonne, onde se aproximou do Partido
Comunista, ao qual se filiou m 1941.

 Em 1949, distanciou-se do PC, que o expulsou dois
anos depois. Ingressou no Centro Nacional de Pesquisa
Científica (CNRS), onde realizou um dos primeiros
estudos etnológicos produzidos na França, sobre uma
comunidade da região da Bretanha.

Criou o Centro de Estudos de Comunicações de Massa e
as revistas Arguments e Comunication.. Ainda diretor de
pesquisas no CNRS, ele é doutor honoris causa em
universidades de vários países e presidente da Associação
para o Pensamento Complexo.
  Algumas obras


  Pensar a Europa.
  Terra Pátria. 
  Vida e os Seus.
  Os Sete Saberes necessários à educação do futuro


Os métodos

•  Método 1 - a natureza da natureza
•  Método 2 - a vida da vida
•  Método 3 - o conhecimento do conhecimento
•  Método 4 - as idéias: habitat, vida, costumes, organização
•  Método 5 - a humanidade da humanidade: a identidade
   humana
•  O Método 6 - ética
Método 3 – O conhecimento do
                conhecimento
  Os progressos do conhecimento aumentam o paradoxo da
  separação/comunicação e do fechamento/abertura: quanto mais a
  organização cognitiva torna-se original, singular, individual,
  fechada sobre si mesma, separada do mundo, mais está apta a
  tornar-se objetiva, coletiva, universal, aberta e em comunicação
  com o mundo.

  Em paralelo, quanto mais o homem acentua a sua diferença e a sua
  marginalidade em relação à natureza, mais aumenta as
  possibilidades de conhecimento da natureza
  “Compreendemos, mas o que significa compreender?
  Captamos ou damos significações, mas qual é o significado da
  palavra “significação”? Pensamos, mas sabemos pensar o que
  quer dizer pensar? Existe um impensável no pensamento, um
  incompreensível na compreensão, um incognoscível no
  conhecimento?” – p.17
Panorama Geral
  “[...] todo conhecimento comporta necessariamente:


a)      uma competência (aptidão para produzir conhecimentos);
b)       uma atividade cognitiva (cognição), realizando-se em função da
        competência;
c)       um saber (resultante dessas atividades).

  As competências e atividades cognitivas humanas necessitam de um aparelho
      cognitivo, o cérebro, que é uma formidável máquina bio-físico-química; esta
      necessita da existência biológica de um indivíduo;

  as aptidões cognitivas humanas só podem desenvolver-se no seio de uma
      cultura que produziu, conservou, transmitiu uma linguagem, uma lógica, um
      capital de saberes, critérios de verdade. É nesse quadro que o espírito humano
      elabora e organiza o seu conhecimento utilizando os meios culturais disponíveis
  Se o conhecimento é radicalmente relativo e incerto, o
  conhecimento do conhecimento não pode escapar a essa
  relatividade e a essa incerteza. Mas a dúvida e a relatividade
  não são somente corrosão; podem tornar-se também
  estímulo. A necessidade de relacionar, relativizar e
  historicizar o conhecimento não acarreta somente restrições
  e limites; impõe também exigências cognitivas fecundas. De
  toda maneira, saber que o conhecimento não possui um
  fundamento não é ter adquirido um primeiro conhecimento
  fundamental?” – p.23
  “O ato de conhecimento, ao mesmo tempo biológico,
  cerebral, espiritual, lógico, lingüístico, cultural, social,
  histórico, faz com que o conhecimento não possa ser
  dissociado da vida humana e da relação social [...] Assim, o
  conhecimento do conhecimento não pode fechar-se em
  fronteiras estritas” – p.26
  “O conhecimento do conhecimento alimenta-se principalmente
     dos conhecimentos científicos e dedica-lhes uma atenção
     privilegiada, pois são os únicos que sabem resistir à prova da


  Verificação                 refutação
 
  
 

     fornecendo assim dados relativamente seguros para o
     conhecimento do conhecimento” – p.36
  Apreender não é somente adquirir um savoir-faire (saber
  como), mas também saber como fazer para adquirir saber;
  pode ser a aquisição de informações; pode ser a descoberta
  de qualidades ou propriedades inerentes a coisas ou seres;
  pode ser a descoberta de uma relação entre dois
  acontecimentos ou, ainda, a descoberta da ausência de ligação
  entre eles
Onde há multiplicidade de acontecimentos e de fenômenos, de
riscos e de incerteza, as estratégias cognitivas visam de modo
complementar (e antagônico) a simplificar e a complexificar o
conhecimento



 A inteligência pode ser reconhecida inicialmente como arte
estratégica no conhecimento e na ação. É a arte de associar as
qualidades complementares/antagônicas da análise e da síntese, da
simplificação e da complexificação, bem como a arte das
operações condicionais (elaboração de quase hipóteses a partir das
informações adquiridas).
  Existe uma conexão


Conhecimento                        Ação
                        Linguagem
  A linguagem é tão necessária à constituição, à perpetuação,
  ao desenvolvimento da cultura quanto à inteligência, ao
  pensamento e à consciência do homem; tão consubstancial ao
  humano do humano que se pode dizer que a linguagem faz o
  homem
  Graças à linguagem:
     toda operação cognitiva, toda aquisição, toda fantasia pode ser
      nomeada, classificada, estocada, rememorada, comunicada,
      logicamente examinada, conscientizada;
     as palavras, noções, conceitos operam como fatores de
      discriminação, seleção, polarização relativas a todas as atividades
      do espírito;
     o espírito pode combinar ao infinito palavras e frases e assim
      explorar ao infinito as possibilidades do pensamento.
  A linguagem traduz e transfere em enunciados lineares/
  seqüenciais o que se manifesta como simultaneidade superposta no
  cérebro e no real. Assim, o concomitante, o inter-retroativo, o
  múltiplo, o instantâneo exprimem-se um atrás do outro nos
  discursos, enquanto a mega-poli-computação cerebral reproduz
  simultaneamente a simultaneidade múltipla do fenômeno
  percebido
  A consciência é a emergência do pensamento reflexivo do
  sujeito sobre si mesmo, sobre as suas operações, ações...

  O conhecimento por analogia é um conhecimento do
  semelhante pelo semelhante que detecta, utiliza, produz
  similitudes de modo a identificar os objetos ou fenômenos
  que percebe ou concebe. O termo analogia contém sentidos
  diferentes
  Nossa atividade cognitiva cotidiana, veremos, funciona
  conforme uma dialógica de compreensão/explicação.
  Contudo não se deveria limitar a validade da compreensão ao
  modo privado das relações intersubjetivas, expulsando-a para
  fora do conhecimento "sério" como um modo pré-racional e
  sobretudo pré-científico de conhecimento.
  O espírito humano mora na linguagem, vive de linguagem e
  alimenta-se de representações.

  As palavras são ao mesmo tempo indicadores, que designam as
  coisas, e evocadores, que suscitam a representação da coisa
  nomeada. É nesse sentido evocador concreto que o nome tem uma
  potencialidade simbólica imediata: nomeando a coisa, faz surgir o
  seu espectro e, se o poder de evocação é forte, ressuscita, ainda que
  esteja ausente, a sua presença concreta. O nome é pois ambivalente
  por natureza.
  O conhecimento é, ao mesmo tempo, atividade (cognição) e
  produto dessa atividade

  A inteligência humana, o pensamento, a consciência não são
  apenas interdependentes: cada um desses termos necessita
  dos outros para ser definido e concebido
  Em outras palavras, o conhecimento é necessariamente:
     tradução em signos/símbolos e em sistemas de signos/símbolos
      (depois, com os desenvolvimentos cerebrais, em
      representações, idéias, teorias...);
     construção, ou seja, tradução construtora a partir de
      princípios/regras ("programas") que permitem constituir
      sistemas cognitivos articulando informações/signos/símbolos;
     solução de problemas, a começar pelo problema cognitivo da
      adequação da construção tradutora à realidade que se trata de
      conhecer” – p.58
   
Em resumo epistemológico

  A reflexão epistemológica de Edgar Morin parte do
  diagnóstico da crise daquilo a que chama o «Paradigma da
  Simplificação», ou seja, o modelo de produção, organização,
  validação e transmissão do saber que esteve na base dos
  prodigiosos avanços das ciências e da tecnologia dos últimos
  300 anos.
A emergência do Paradigma da
Complexidade
  É na evolução da própria ciência que Morin encontram a mais
  clara evidências da falência da simplificação e da emergência
  desse novo paradigma: a microfísica depara-se com
  fenómenos inexplicáveis a partir do princípio da contradição
  e mostra que não é possível separar a acção do sujeito da
  produção de conhecimento,
A complexidade: os conceitos-chave de
«dialógica» e a «recursividade»
  O desafio da complexidade clarifica-se: trata-se de ser capaz
  de pensar o real como um todo e não de o reduzir
  arbitrariamente a elementos redutores



Dialógica                              Recursividade
Dialógica
  a unidade complexa entre duas lógicas, entidades ou
  substâncias complementares, concorrentes e antagônicas que
  se alimentam uma da outra, se completam, mas também se
  opõem e combatem.
Recursividade
  a possibilidade de a causa agir sobre o efeito e de o efeito agir
  sobre a causa




  Pensados recursivamente, um conceito como o de adaptação
  permite pensar iterativamente a relação organismo/meio;
  um conceito como o de socialização designa a dupla ação do
  indivíduo sobre a sociedade e da sociedade sobre o indivíduo.
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Gilles Deleuze e Edgar Morin: Lógica do Sentido e o Método 3

  • 1. Gilles Deleuze e Edgar Morin O método 3: Lógica do Sentido o conhecimento do conhecimento sabrina marco e augusto
  • 2. “Um pouco de possível, se não sufoco” Gilles Deleuze (1925 – 1995)
  • 3. Entre 1944 e 1948, Deleuze cursou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne) Dedica-se à história da filosofia Em 1962 conhece Foucault, de quem se torna amigo. Apesar da amizade, não trabalham juntos, mas foram apontados como responsáveis pelo renascimento do interesse pela obra de Nietzsche
  • 4.   O trabalho de Deleuze se divide em dois grupos: por um lado, monografias interpretando filósofos modernos (Kant, Foucault, Nietzsche), e por outro lado, interpretando obras de artistas (Proust, Kafka, Bacon)   Deleuze trabalha também temas filosóficos ecléticos centrado na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
  • 5. Algumas das Principais Obras: Proust e os Signos Nietzsche O Bergsonismo Bruno Igor Apresentação de Sacher-Masoch Spinoza e o problema da Expressão Diferença e Repetição Lógica do Sentido Spinoza: Filosofia Francis Bacon Cinema-1: A Imagem-movimento Cinema-2: A Imagem-tempo Péricles e Verdi Conversações
  • 6. Lógica do Sentido   Na Lógica do sentido são intrincados vários corpos de doutrina: ontologia dos simulacros, a lógica dos paradoxos, a ética do drama e a poética fantasma.   A teoria do sentido com efeito é constituída de várias séries de paradoxos, porque o sentido mantém uma relação privilegiada com non-sens.   É por isso que Deleuze faz descansar a sua teoria sobre a análise dos paradoxos do sentido   Se por conseguinte a Lógica do sentido não pode passar-se da referência ao paradoxo, este, visto como paixão do pensamento, residente na descoberta da impossível separação dos dois sentidos, do impossível sentido único.
  • 7. Vídeo 1 da Alice
  • 8.   “Um livro não tem objeto nem sujeito; é feito de matérias diferentemente formadas, de datas e velocidades muito diferentes. Desde que se atribui um livro a um sujeito, negligencia-se este trabalho das matérias e a exterioridade de suas correlações. Fabrica-se um bom Deus para movimentos geológicos. Num livro, como qualquer coisa, há linhas de articulação ou segmentaridade, estratos, territorialidades, mas também linhas de fuga, movimentos de desterritorialização e desestratificação. As velocidades comparadas de escoamento, conforme estas linhas, acarretam fenômenos de retardamento relativo, de viscosidade ou, ao contrário, de precipitação e de ruptura”
  • 9. PRIMEIRA SÉRIE DE PARADOXOS: DO PURO DEVIR Deleuze apresenta os paradoxos de inversão para mostrar a linha em que os sentidos crescem, ao mesmo tempo, em um jogo de virtualidades e atualidades que produz o acontecimento, não se é sem não ter sido e virá a ser. SEGUNDA SÉRIE DE PARADOXOS: DOS EFEITOS DE SUPERFÍCIE “o mais profundo é a pele” Paul Valéry
  • 10. TERCEIRA SÉRIE: DA PROPOSIÇÃO O sentido é o expresso, ou seja, o sentido difere-se do objeto, do vivido, das representações e dos conceitos lógicos. QUARTA SÉRIE: DAS DUALIDADES Corpo-linguagem: os acontecimentos só nos chegam na medida em que são ditos por proposições, na dualidade corpo e linguagem. O sentido é tornado possível pela linguagem.
  • 11. QUINTA SÉRIE: DO SENTIDO O sentido é paradoxal. O ponto de partida é o sentido e é de dentro dele que formulamos enunciados. SEXTA SÉRIE E SÉTIMA SÉRIE: SOBRE A COLOCAÇÃO EM SÉRIES E DAS PALAVRAS ESOTÉRICAS O paradoxo de que todos os outros derivam é o da regressão indefinida. Ora, a regressão tem necessariamente a forma serial: cada nome designador tem um sentido que deve ser designado por um outro nome, n1 > n2 > n3 > n4....
  • 12. OITAVA SÉRIE: DA ESTRUTURA Para Deleuze, as estruturas são primeiras em relação aos seres e as coisas a que vem ocupá-las, elas são um puro contínuo e se determinam pelas suas relações diferenciais. NONA E DÉCIMA SÉRIES: DO PROBLEMÁTICO E DO JOGO IDEAL O acontecimento é ideal, ou seja, ele é virtual e sua efetuação em um estado de coisas é atual.
  • 13. DÉCIMA PRIMEIRA SÉRIE: DO NÃO-SENSO O não-senso é ao mesmo tempo o que não tem sentido, mas que, como tal, opõe-se a ausência de sentido, operando a doação de sentido. DÉCIMA SEGUNDA SÉRIE: SOBRE O PARADOXO Na singularidade dos paradoxos nada começa ou acaba, tudo vai no sentido do futuro e do passado ao mesmo tempo.
  • 14. DÉCIMA TERCEIRA SÉRIE: DO ESQUIZOFRÊNICO E DA MENINA O encontro de Alice com Artaud – neste encontro a superfície de Carrol é colocada a prova pelas profundezes da esquizofrenia de Artaud. DÉCIMA QUARTA SÉRIE: DA DUPLA CAUSALIDADE “O sentido é o efeito de causas corporais e de suas misturas”.
  • 15. DÉCIMA QUINTA SÉRIE: DAS SINGULARIDADES As singularidades são verdadeiros acontecimentos transcendentais, que, longe de serem individuais ou pessoais, presidiriam a gênese dos indivíduos e das pessoas. DÉCIMA SEXTA E DÉCIMA SÉTIMA SÉRIE: DA GÊNE SE ESTÁTICA ONTOLÓGICA E DA GÊNESE ESTÁTICA LÓGICA Numa proposição, um predicado é o que diz algo de um sujeito; no entanto, o sentido da proposição só existe “na fronteira entre as proposições e as coisas”.
  • 16. VIGÉSIMA SÉRIE: SOBRE O PROBLEMA MORAL DOS ESTÓICOS A quase-causa não cria, ela “opera” e não que senão aquilo que acontece. VIGÉSIMA PRIMEIRA SÉRIE: DO ACONTECIMENTO Não se pode dizer nada mais, nunca se disse nada mais: tornar-se digno daquilo que nos ocorre , por conseguinte, querer e capturar o acontecimento, tonar-se filho dos seus próprios acontecimentos e por aí renascer, refazer para si mesmo um nascimento, romper com seu nascimento de carne”.
  • 17. Video 2 sabrina Kylie Minogue
  • 18. E quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever nossas teorias e idéias, em vez de deixar o fato novo entrar à força na teoria incapaz de recebê-lo."(Edgar Morin)
  • 19. Edgar Morin nasceu em 1921 em Paris. Seu nome verdadeiro é Edgar Nahoum. Fez os estudos universitários de História, Geografia e Direito na Sorbonne, onde se aproximou do Partido Comunista, ao qual se filiou m 1941. Em 1949, distanciou-se do PC, que o expulsou dois anos depois. Ingressou no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), onde realizou um dos primeiros estudos etnológicos produzidos na França, sobre uma comunidade da região da Bretanha. Criou o Centro de Estudos de Comunicações de Massa e as revistas Arguments e Comunication.. Ainda diretor de pesquisas no CNRS, ele é doutor honoris causa em universidades de vários países e presidente da Associação para o Pensamento Complexo.
  • 20.   Algumas obras   Pensar a Europa.   Terra Pátria.    Vida e os Seus.   Os Sete Saberes necessários à educação do futuro Os métodos •  Método 1 - a natureza da natureza •  Método 2 - a vida da vida •  Método 3 - o conhecimento do conhecimento •  Método 4 - as idéias: habitat, vida, costumes, organização •  Método 5 - a humanidade da humanidade: a identidade humana •  O Método 6 - ética
  • 21. Método 3 – O conhecimento do conhecimento   Os progressos do conhecimento aumentam o paradoxo da separação/comunicação e do fechamento/abertura: quanto mais a organização cognitiva torna-se original, singular, individual, fechada sobre si mesma, separada do mundo, mais está apta a tornar-se objetiva, coletiva, universal, aberta e em comunicação com o mundo.   Em paralelo, quanto mais o homem acentua a sua diferença e a sua marginalidade em relação à natureza, mais aumenta as possibilidades de conhecimento da natureza
  • 22.   “Compreendemos, mas o que significa compreender? Captamos ou damos significações, mas qual é o significado da palavra “significação”? Pensamos, mas sabemos pensar o que quer dizer pensar? Existe um impensável no pensamento, um incompreensível na compreensão, um incognoscível no conhecimento?” – p.17
  • 23. Panorama Geral   “[...] todo conhecimento comporta necessariamente: a)  uma competência (aptidão para produzir conhecimentos); b)  uma atividade cognitiva (cognição), realizando-se em função da competência; c)  um saber (resultante dessas atividades).   As competências e atividades cognitivas humanas necessitam de um aparelho cognitivo, o cérebro, que é uma formidável máquina bio-físico-química; esta necessita da existência biológica de um indivíduo;   as aptidões cognitivas humanas só podem desenvolver-se no seio de uma cultura que produziu, conservou, transmitiu uma linguagem, uma lógica, um capital de saberes, critérios de verdade. É nesse quadro que o espírito humano elabora e organiza o seu conhecimento utilizando os meios culturais disponíveis
  • 24.   Se o conhecimento é radicalmente relativo e incerto, o conhecimento do conhecimento não pode escapar a essa relatividade e a essa incerteza. Mas a dúvida e a relatividade não são somente corrosão; podem tornar-se também estímulo. A necessidade de relacionar, relativizar e historicizar o conhecimento não acarreta somente restrições e limites; impõe também exigências cognitivas fecundas. De toda maneira, saber que o conhecimento não possui um fundamento não é ter adquirido um primeiro conhecimento fundamental?” – p.23
  • 25.   “O ato de conhecimento, ao mesmo tempo biológico, cerebral, espiritual, lógico, lingüístico, cultural, social, histórico, faz com que o conhecimento não possa ser dissociado da vida humana e da relação social [...] Assim, o conhecimento do conhecimento não pode fechar-se em fronteiras estritas” – p.26
  • 26.   “O conhecimento do conhecimento alimenta-se principalmente dos conhecimentos científicos e dedica-lhes uma atenção privilegiada, pois são os únicos que sabem resistir à prova da   Verificação refutação        fornecendo assim dados relativamente seguros para o conhecimento do conhecimento” – p.36
  • 27.   Apreender não é somente adquirir um savoir-faire (saber como), mas também saber como fazer para adquirir saber; pode ser a aquisição de informações; pode ser a descoberta de qualidades ou propriedades inerentes a coisas ou seres; pode ser a descoberta de uma relação entre dois acontecimentos ou, ainda, a descoberta da ausência de ligação entre eles
  • 28. Onde há multiplicidade de acontecimentos e de fenômenos, de riscos e de incerteza, as estratégias cognitivas visam de modo complementar (e antagônico) a simplificar e a complexificar o conhecimento A inteligência pode ser reconhecida inicialmente como arte estratégica no conhecimento e na ação. É a arte de associar as qualidades complementares/antagônicas da análise e da síntese, da simplificação e da complexificação, bem como a arte das operações condicionais (elaboração de quase hipóteses a partir das informações adquiridas).
  • 29.   Existe uma conexão Conhecimento Ação Linguagem
  • 30.   A linguagem é tão necessária à constituição, à perpetuação, ao desenvolvimento da cultura quanto à inteligência, ao pensamento e à consciência do homem; tão consubstancial ao humano do humano que se pode dizer que a linguagem faz o homem
  • 31.   Graças à linguagem:   toda operação cognitiva, toda aquisição, toda fantasia pode ser nomeada, classificada, estocada, rememorada, comunicada, logicamente examinada, conscientizada;   as palavras, noções, conceitos operam como fatores de discriminação, seleção, polarização relativas a todas as atividades do espírito;   o espírito pode combinar ao infinito palavras e frases e assim explorar ao infinito as possibilidades do pensamento.
  • 32.   A linguagem traduz e transfere em enunciados lineares/ seqüenciais o que se manifesta como simultaneidade superposta no cérebro e no real. Assim, o concomitante, o inter-retroativo, o múltiplo, o instantâneo exprimem-se um atrás do outro nos discursos, enquanto a mega-poli-computação cerebral reproduz simultaneamente a simultaneidade múltipla do fenômeno percebido
  • 33.   A consciência é a emergência do pensamento reflexivo do sujeito sobre si mesmo, sobre as suas operações, ações...   O conhecimento por analogia é um conhecimento do semelhante pelo semelhante que detecta, utiliza, produz similitudes de modo a identificar os objetos ou fenômenos que percebe ou concebe. O termo analogia contém sentidos diferentes
  • 34.   Nossa atividade cognitiva cotidiana, veremos, funciona conforme uma dialógica de compreensão/explicação. Contudo não se deveria limitar a validade da compreensão ao modo privado das relações intersubjetivas, expulsando-a para fora do conhecimento "sério" como um modo pré-racional e sobretudo pré-científico de conhecimento.
  • 35.   O espírito humano mora na linguagem, vive de linguagem e alimenta-se de representações.   As palavras são ao mesmo tempo indicadores, que designam as coisas, e evocadores, que suscitam a representação da coisa nomeada. É nesse sentido evocador concreto que o nome tem uma potencialidade simbólica imediata: nomeando a coisa, faz surgir o seu espectro e, se o poder de evocação é forte, ressuscita, ainda que esteja ausente, a sua presença concreta. O nome é pois ambivalente por natureza.
  • 36.   O conhecimento é, ao mesmo tempo, atividade (cognição) e produto dessa atividade   A inteligência humana, o pensamento, a consciência não são apenas interdependentes: cada um desses termos necessita dos outros para ser definido e concebido
  • 37.   Em outras palavras, o conhecimento é necessariamente:   tradução em signos/símbolos e em sistemas de signos/símbolos (depois, com os desenvolvimentos cerebrais, em representações, idéias, teorias...);   construção, ou seja, tradução construtora a partir de princípios/regras ("programas") que permitem constituir sistemas cognitivos articulando informações/signos/símbolos;   solução de problemas, a começar pelo problema cognitivo da adequação da construção tradutora à realidade que se trata de conhecer” – p.58    
  • 38. Em resumo epistemológico   A reflexão epistemológica de Edgar Morin parte do diagnóstico da crise daquilo a que chama o «Paradigma da Simplificação», ou seja, o modelo de produção, organização, validação e transmissão do saber que esteve na base dos prodigiosos avanços das ciências e da tecnologia dos últimos 300 anos.
  • 39. A emergência do Paradigma da Complexidade   É na evolução da própria ciência que Morin encontram a mais clara evidências da falência da simplificação e da emergência desse novo paradigma: a microfísica depara-se com fenómenos inexplicáveis a partir do princípio da contradição e mostra que não é possível separar a acção do sujeito da produção de conhecimento,
  • 40. A complexidade: os conceitos-chave de «dialógica» e a «recursividade»   O desafio da complexidade clarifica-se: trata-se de ser capaz de pensar o real como um todo e não de o reduzir arbitrariamente a elementos redutores Dialógica Recursividade
  • 41. Dialógica   a unidade complexa entre duas lógicas, entidades ou substâncias complementares, concorrentes e antagônicas que se alimentam uma da outra, se completam, mas também se opõem e combatem.
  • 42. Recursividade   a possibilidade de a causa agir sobre o efeito e de o efeito agir sobre a causa   Pensados recursivamente, um conceito como o de adaptação permite pensar iterativamente a relação organismo/meio; um conceito como o de socialização designa a dupla ação do indivíduo sobre a sociedade e da sociedade sobre o indivíduo.
  • 43. Vídeo 2001 Odisséia no Espaço