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A LEITURA NA
PERSPECTIVA DA
PRÁTICA ESCOLAR
Secretaria de Estado de Educação do Estado de Minas Gerais
Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica
Superintendência de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental
Diretoria de Desenvolvimento do Ensino Fundamental
Objetivos do minicurso
• Refletir sobre algumas concepções de leitura e as
diferentes estratégias para a prática escolar
• Conhecer as técnicas e habilidades fundamentais de
leitura apresentadas no livro “Aula Nota 10” para a
apropriação e orientação do trabalho de intervenção
pedagógica em sala de aula
Leitura
Délia Lerner
“O desafio é formar praticantes da leitura (...) e não apenas sujeitos
que possam “decifrar” o sistema de escrita.
Comportamentos do leitor: comentar ou recomendar o que
leu, compartilhar a leitura, confrontar com outros leitores as
interpretações geradas por um livro ou uma notícia, antecipar o que
segue no texto, reler um fragmento para verificar o que
compreendeu, saltar o que não entende ou não interessa, adequar a
modalidade de leitura (...) aos propósitos que se perseguem e ao
texto que se está lendo...
(...) a leitura é antes de mais nada um objeto de ensino. Para que
também se transforme num objeto de aprendizagem, é necessário
que tenha sentido do ponto de vista do aluno, o que significa que
deve cumprir uma função para a realização de um propósito que ele
conhece e valoriza.”
Compreensão
G M P J N U I K H M X E R S T U V S P K Q
SELA ESTRIBO RAÇÃO CAVALO BOTA
O HOMEM MONTOU NO CAVALO E SAIU.
Leitura
Isabel Solé
“Podemos afirmar que, quando um leitor compreende o
que lê, está aprendendo; à medida que sua leitura o
informa, permite que se aproxime do mundo de
significados de um autor e que lhe oferece novas
perspectivas ou opiniões sobre determinados aspectos...
Por que é necessário ensinar estratégias de
compreensão? Em síntese porque queremos formar
leitores autônomos capazes de enfrentar de forma
inteligente textos diversos (...)”
Compreensão – Antes da Leitura
Ideias Gerais
 Alunos e professores devem estar motivados para
aprender a ler
O professor deve pensar na complexidade da leitura e
na capacidade dos alunos de enfrentá-la
Motivação para a leitura
O aluno precisa ter claro o que deve fazer (conhecer
os objetivos)
Sentir que é capaz de fazê-lo
Achar interessante o que se propõe que ele faça
Compreensão – Antes da Leitura
Objetivos da leitura
Ler para obter uma informação
Ler para seguir instruções
Ler para aprender
Ler para comunicar um texto
Ler para praticar a leitura em voz alta
Compreensão – Antes da Leitura
Ativação do conhecimento prévio
Dar uma explicação geral sobre o que será
lido, indicando sua temática aos alunos para que
possam relacioná-la a aspectos da sua experiência
prévia.
Ajudar os alunos a prestar atenção a determinados
aspectos do texto que podem ativar seu
conhecimento prévio. (ex. um resumo do texto, as
palavras chave, etc.)
Incentivar os alunos a exporem o que já sabem
sobre o tema.
Compreensão – Antes da Leitura
Estabelecimento de previsões sobre o texto a partir
de índices textuais:
Títulos
Ilustrações
Cabeçalhos
Formulação de perguntas sobre o texto
Ativa conhecimentos prévios
Conscientizam-se do que sabem e do que não
sabem sobre o assunto
Compreensão – Durante a Leitura
Tarefas de leitura compartilhada
Formular previsões sobre o texto a ser lido
Formular perguntas sobre o que foi lido
Esclarecer possíveis dúvidas sobre o texto
Resumir as ideias do texto
Compreensão – Durante a Leitura
Utilizando o que se aprendeu: a leitura independente
Preparar textos específicos para que os alunos
coloquem em prática algumas estratégias de forma
autônoma. (ex.: Questões ao longo do texto que os
ajudem a antecipar o que está por vir.)
Os erros e as lacunas da compreensão
Dificuldade no reconhecimento e pronúncia das
palavras (decodificação)
Pausas e dúvidas (por incompreensão ou problemas de
decodificação)
Dificuldades no entendimento de algumas palavras
(vocabulário)
Compreensão – Depois da Leitura
• A ideia principal
• O resumo
• Formular e responder perguntas
Estratégias de leitura
ISABEL SOLÉ
Decodificação: decifrar o código escrito.
Seleção: permite que o leitor se atenha apenas aos índices
úteis,
desprezando os irrelevantes.
Antecipação: torna possível prever o que ainda está por
vir, com base em informações explícitas e em suposições.
Inferência: permite captar o que não está dito no texto de
forma explícita.
Verificação: torna possível o controle da eficácia ou não
das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as
especulações realizadas.
Estratégias de leitura
DOUG LEMOV
Conexão: analogias com outras experiências prévias.
Observação: fazer observações no texto que sejam úteis para o
entendimento.
Imaginação: montar imagens mentais do que se lê.
Reflexão: os alunos devem fazer perguntas para o texto enquanto leem.
Previsão: perguntar aos alunos o que acham que vai acontecer em
seguida.
Inferência: entender o que está nas entrelinhas.
Resumo: estratégia-chave.
Exercício
BOLO ENG__DA
MARIDO
In___dientes
4 xíca___ (chá) de leite de
co___
3 xí__ras (chá) de a__car
2 xícaras (chá) de fari___
de _____go
2 co___res de
man___ga
6 ge___as
ras_____ de limão grande
Modo de ___parar
Bata as ge____as com o
açúcar, a ___teiga, a fari____
de trigo e o lei__, aos
poucos, para não formar
gomos. Colo___ em forma
___tada e leve ao forno
q___nte.
Obs.: Não leva _____mento
nem claras. Fica como um
pudim, mas é muito ___toso.
In Literatura Infantil: uma nova perspectiva da alfabetização
na Pré-escola, de Lúcia L Browne Rego, Ed. FTD
Leitura para todas as disciplinas
Doug Lemov
“. . . eu defendo que o valor da leitura também está no ato
de ler em si, com os alunos lendo muito e de forma ampla
como um objetivo fundamental da escola. Não apenas os
programas de leitura e as aulas de linguagem de muitas
escolas deixam de incluir a leitura propriamente dita (o ato
de ler), mas oportunidades potenciais de leitura
brotam por toda parte nas aulas sem serem
aproveitadas”.
Habilidades de leitura
• Decodificação: processo de decifrar um texto para
identificar as palavras faladas que ele representa
• Fluência: é a automatização, ou seja, a habilidade da
competência de ler rapidamente e agrupar palavras em
frases para refletir significado e tom.
• Vocabulário: a base do conhecimento de palavras de
um aluno: quantas palavras e quão bem as conhece.
• Compreensão: quanto o aluno entende daquilo que lê.
Habilidades e técnicas de leitura
Decodificação
Repita o erro
Marque o lugar
Aspectos gramaticais e de sintaxe
Aspectos do contexto
Dê nome ao som
Relações entre letra e som
Acelere nas exceções
Habilidades e técnicas de
leitura
Vocabulário
Uso múltiplo
Compare , combine, contraste
Suba de nível
Destaque a sintaxe
De volta às raízes
Imagine isso
Habilidades e técnicas de leitura
Fluência
Ouse
Peça leitura teatral
Verifique a mecânica
Ensaboe, enxágue e repita
Técnicas de compreensão
Antes Durante Depois
Contextualização Não espere Resuma
Foco Perguntas baseadas
em evidência
Melhores
conexões
Trailers Use diferentes níveis
Retomada
FORMAÇÃO DOS GRUPOS
Grupo Habilidade
Técnicas página
1-
Decodificação
Todas 286 - 289
2 Fluência Todas 296 - 300
3- Vocabulário Todas 292 - 295
4-
Compreensão –
antes
Todas 303 - 308
5-
Compreensão –
durante
Não espere
Use diferentes níveis: palavra,
frase, trecho e texto.
Faça perguntas baseadas em
evidência
308 - 313
6-
Compreensão –
depois
Resuma (depois).
Melhores conexões
313 - 316
Habilidades e técnicas de leitura
SKETCH TEATRAL
Os participantes dos 6 grupos deverão utilizar o
texto “ESTADO DE COMA” (anexo II) para
simularem uma aula.
Orientação:
- Como vocês incorporariam e aplicariam as
técnicas analisadas pelo grupo? Criem uma
situação real para mostrar a aplicação das
técnicas. (20 minutos para organização)
Cada grupo deverá escolher duas ou mais técnicas
para representar numa sketch teatral a partir do
texto „ESTADO DE COMA‟.
.
• Durante a apresentação dos grupos os slides ficarão
expostos mostrando as habilidades e as técnicas
trabalhadas pelos grupos. Os demais participantes
deverão adivinhar quais as técnicas e habilidades
exploradas na apresentação. (50 minutos para
apresentação e considerações)
.
ESTADO DE COMA
Quando entrou, a mulher parecia uma louca.
- Estou nas últimas.
- Calma – solicitou Dr. Novaes.
A mulher não obedeceu ao pedido.
Num histerismo preocupante começou a
despir-se, mostrando feridas inexistentes e mazelas prováveis. Falava muito e
muito depressa. Dr. Novaes não conseguia acompanhar os sintomas que ela
expunha.
- Isto, doutor, não pode ser câncer?
- Bem…
- Veja como está arroxeado. Eu já li muito sobre isso. Esta mancha escura não
pode ser um melanoma? Eu tenho pavor de câncer, doutor. E o meu pulmão?
Examine.
.
Tirou a blusa e o sutiã para que Dr. Novaes encostasse o ouvido nas suas
costas, sem que nada o obstasse.
- Seu pulmão – começou o doutor…
- Se eu ainda tiver pulmão. E as palpitações, doutor, são constantes. Disritmia.
Tem hora que o coração parece ter parado. Fico fria, sinto um torpor no corpo,
o braço dormente. Braço esquerdo. Esquerdo, frisava, de olho rútilo. – Não é
coisa de coração? Quais são os sintomas de enfarte?
- O enfarte…
- E o fígado? Bata no meu fígado.
O doutor obedeceu por obedecer. Ressoou um “tum-tum” surdo.
- Se eu já não tiver com hepatite, ando por perto.
- A senhora está nervosa.
- E deveria estar calma? E os rins, que não funcionam direito? E nem falo da
cistite, que não me dá um dia de sossego.
Tirou a saia para mostrar melhor as varizes que nasciam nos tornozelos e iam
em frente. O doutor, muito paciente, fazia o que ela mandava.
- Aperte aqui.
Ele apertava.
- Veja aqui.
Ele via.
- Empurre aqui.
Ele empurrava.
- Ausculte, pressione, experimente, observe.
Ele auscultava, pressionava, experimentava, observava, obedecia com muita
tranquilidade, uma calma que não era muito do agrado da mulher que, neste momento,
não usava no corpo nada além dos sapatos que acabava de tirar.
- Já viu meu pé?
- Estou vendo.
- Pé chato. Isso pode ser a causa do cansaço. Mas eu uso sapato ortopédico, o pé chato
nada tem a ver com o cansaço, tem?
- Não, não tem.
- No entanto, parece que não há um palmo cúbico de ar para que eu respire. Veja como
suo nas mãos.
Ele viu que ela suava realmente.
E tinha dores no estômago pela manhã, o intestino não funcionava a contento, a vesícula
devia estar preguiçosa, o pâncreas ficava como se tivesse comido brasa, a urina era
escura um dia, avermelhada no outro.
Dr. Novaes não se abalou em nenhum instante. A mulher, inteiramente desnuda,
deliberadamente deitou-se na mesa para um exame mais detalhado. Dr. Novaes fez.
- Pode se vestir.
- Como? Sem que o senhor examine o baço?
Ele, com um dedo sobre o baço, bateu várias vezes nele com o rígido médio.
- Vista-se agora.
- Ela se disse impossibilitada. Sentia o tal sintoma de prostração de que tanto falara. Viu?
Ainda bem que no consultório lhe tinha dado, para que o Dr. Novaes não pensasse que se
tratava de hipocondria ou coisa semelhante.
- Foi-lhe dado um pouco de água mexida com uma colher. Nada havia além da água no
copo, mas o mexer da colher fez com que, ao beber a água pura, ela chegasse a sentir um
gosto muito ruim.
- O que foi que o senhor me deu para beber?
- Nada – disse o Dr. Novaes.
- Eu preciso saber o nome deste remédio. Em dois minutos me deixou outra. Estou
reanimada, recuperada.
- Vista-se.
Ela começou a se vestir. Vestiu-se sem parar de falar de doença. Dores de cabeça ao
amanhecer, uma ponta de febre no começo da noite, insônia progressiva – Mandrix já
fazia efeito semelhante à Cibalena – perda de apetite.
- Como isso, parece que comi um boi.
E a memória, não raro, lhe faltava. Seria amnésia? Essa doença existe mesmo, ou é coisa
de filme? E os olhos sempre vermelhos. Há uma mancha num deles, vê? O olho direito.
Não seria um carcinoma? Os seios doídos. Às vezes, não suportava o sutiã.
- A senhora está nervosa demais.
.
- Se fosse somente o sistema nervoso, era ótimo. Eu tomava uns sedativos, uns
tranquilizantes, pronto. O estado geral é que é o drama. Devo me hospitalizar? Diga,
Doutor. Preciso ser operada? É caso de cirurgia, ou…? O que o senhor disser eu faço.
- Então faça o seguinte – disse o Dr. Novaes. – Procure um médico.
- Hem?
- Eu sou economista. O Dr. Drúlio, que tinha consultório aqui, mudou-se para a Rua
Sorocaba.
Daí, ela apressou-se a vestir a roupa.
(CHICO ANÍSIO. Feijoada no Copa. Editora Rocco, 1976, Rio de Janeiro)
Fonte:http://juniormax.com.br/site_portuguesirado/?p=526
Decodificação
• Repita o erro: repita a palavra que o aluno leu errado, enfatizando a
parte em que o erro ocorreu.
• Marque o lugar: Releia as três ou quatro palavras imediatamente
anteriores à palavra que o aluno não conseguiu decodificar,
modulando sua voz para mostrar que o aluno deve continuar de
onde você parou.
• Dê nome ao som: identifique o som que uma determinada letra
representa na palavra e peça aos alunos para repeti-lo e aplicá-lo.
• Acelere nas exceções: quando uma palavra não se encaixa nas
regras, identifique a pronúncia correta e diretamente.
Fluência
• Ouse: leia alto para os seus alunos regularmente, fazendo uma leitura
com voz firme, pausas longas nos lugares certos, marcando a
pontuação e usando a entonação para expressar ênfases. Isso indica
aos alunos que se expressar com vigor não é nenhum “mico”.
• Peça leitura teatral: Peça aos alunos que leiam expressivamente.
Para isso indique o tipo de expressão, as marcas do diálogo, duas ou
três palavras mais importantes na sentença para serem destacadas...
• Verifique a mecânica: Faça referência explícita à pontuação e peça
aos alunos para demonstrar que entenderam quando lerem em voz
alta. Ex.: Tem um ponto aqui, você parou?
Fluência
• Ensaboe, enxágue e repita: Faça os alunos lerem
frequentemente. Três boas razões para reler são:
-para melhorar uma leitura inicial truncada ou que precisa de
correções.
-Para enfatizar algum aspecto do significado ou incorporar
comentários.
-Por puro divertimento ou porque a leitura inicial estava
particularmente boa.
Vocabulário
• Uso múltiplo: para introduzir uma palavra na memória funcional
dos alunos, eles devem ouvi-la( inclusive sua pronúncia).
• Compare, combine, contraste: peça aos alunos que comparem
ou diferenciem duas palavras, descrevam se e como combinariam
as palavras do vocabulário, troquem uma palavra por outra
semelhante.
• Suba de nível: encontre ocasiões para usar palavras mais
complexas e mais específicas, sempre que possível.
• Destaque a sintaxe: peça aos alunos para identificar ou mudar o
lugar da palavra no discurso, assim como o tempo verbal.
Vocabulário
• De volta às raízes: aponte as raízes das palavras, de forma que os
alunos possam usar esse conhecimento para novas palavras.
• Imagine isso: crie uma imagem multidimensional de cada nova
palavra, usando fotos e ações. Peça aos alunos para interpretar ou
personificar uma palavra, estimule-os a desenvolver gestos para
lembrar das palavras, dê a palavra e peça o gesto.
Compreensão
Técnicasparaantesdaleitura:Contextualização
. . .falta de conhecimento prévio é uma das principais barreiras à
compreensão de textos, (...) e afeta todos os aspectos da leitura,
até fluência e decodificação, já que a luta com as lacunas absorve
toda a capacidade de processamento do cérebro: “Conhecimento
prévio sobre o assunto acelera a compreensão básica e deixa a
memória livre para fazer conexões entre o novo material e a
informação já aprendida, para fazer deduções e para ponderar
implicações. Uma grande diferença entre um leitor iniciante e um
leitor mais experiente é a habilidade de perceber aspectos básicos
muito rapidamente, deixando a mente livre para se concentrar nos
aspectos realmente importantes”
Compreensão
Técnicas para antes da leitura : Foco e Trailers
FOCO
(...) a parte mais interessante da interpretação de textos, é que cada
leitor descobre uma versão única dos fatos e foca em diferentes
aspectos para chegar a um significado diferente.
“Para ajudar os alunos a lidar com a complexidade de um texto,
professores exemplares apontam, com antecedência, as ideias a
seus alunos, conceitos e temas fundamentais que eles devem
procurar no texto.”
Compreensão
TRAILERS
Apresentar cenas-chave aos alunos antecipam nossa exposição às
cenas mais importantes de maneira que nos sentimos conectados à
história antes de ela começar e acabamos dando uma atenção
especial a essas cenas quando elas aparecem.
Compreensão
Técnicasparaseremutilizadasdurantealeitura
Não espere- pergunte logo para saber se entenderam
Leia algumas sentenças, talvez alguns parágrafos, e pare para fazer
uma ou duas perguntas rápidas, avaliando se os alunos estão
seguindo a narrativa. Suas perguntas deverão ser relativamente
diretas. Será que os alunos entenderam um detalhe-chave, fizeram
uma dedução fundamental, entenderam uma certa palavra?
O objetivo dessas perguntas, não é abrir discussões, mas confirmar o
entendimento.
Compreensão
Técnicasparaseremutilizadasdurantealeitura
Fazer perguntas baseadas em evidências
É importante observar que perguntas baseadas em evidência não
precisam ser limitadas ou concretas. Você também pode, por exemplo,
pedir aos alunos que encontrem uma sentença ou uma passagem que
provem que o tema da história é uma certa ideia. Além disso,
evidências podem ser usadas de duas formas: para induzir e para
deduzir.
Você pode pedir aos alunos para encontrar no texto três indícios de
que os personagens da mitologia grega são punidos por se excederem
ou você pode citar três exemplos de personagens da mitologia grega
punidos por se excederem e, em seguida, pedir aos alunos que tirem
as conclusões relevantes.
Compreensão
Técnicasparaseremutilizadasdurantealeitura
Usar diferentes níveis de pergunta
 Nível da palavra ou da expressão:
◦ O que significa uma determinada palavra no contexto do texto?
◦ Por que o autor teria usado essa palavra?
◦ Do que o autor está falando?
 Nível da frase:
◦ Você consegue simplificar a linguagem dessa frase?
◦ Como poderíamos expressar essa ideia hoje em dia?
 Nível do trecho:
◦ Qual parte deste parágrafo revela que . ?
 Nível do texto :
◦ Qual é o objetivo deste texto?
Compreensão
Técnicasparaseremutilizadasdepoisdaleitura
Resumos podem ocorrer antes, durante e depois da leitura, a
retomada do que foi lido anteriormente é especialmente eficaz
como ponto de partida para a continuidade de qualquer leitura.
Essas retomadas são, geralmente, muito mais eficazes quando são
quase dramatizadas, de maneira enérgica, capturando a emoção e
a energia do texto original.
Resumos e retomadas
Compreensão
Técnicasparaseremutilizadasdepoisdaleitura
• Texto-a-texto: as conexões de um texto ao outro são as mais
indicadas para promover uma reflexão após a leitura.
• Texto-ao-mundo: relacionar uma questão de uma história com
algum evento ou situação do cotidiano.
• Texto-a-si: deve focar elementos específicos do texto que está
sendo lido relacionando com aspectos pessoais dos alunos.
Melhores Conexões
É hora do café!
Referências bibliográficas
BRASIL, MEC. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Brasília: Sec.
Ed. Básica, 2000.
LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência.
Tradução de LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o
necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução Claudia Schilling. Porto Alegre: Artmed,
1998.
http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/princesaervilha.html

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A apresentação do tema
 

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  • 1. A LEITURA NA PERSPECTIVA DA PRÁTICA ESCOLAR Secretaria de Estado de Educação do Estado de Minas Gerais Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica Superintendência de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental Diretoria de Desenvolvimento do Ensino Fundamental
  • 2. Objetivos do minicurso • Refletir sobre algumas concepções de leitura e as diferentes estratégias para a prática escolar • Conhecer as técnicas e habilidades fundamentais de leitura apresentadas no livro “Aula Nota 10” para a apropriação e orientação do trabalho de intervenção pedagógica em sala de aula
  • 3. Leitura Délia Lerner “O desafio é formar praticantes da leitura (...) e não apenas sujeitos que possam “decifrar” o sistema de escrita. Comportamentos do leitor: comentar ou recomendar o que leu, compartilhar a leitura, confrontar com outros leitores as interpretações geradas por um livro ou uma notícia, antecipar o que segue no texto, reler um fragmento para verificar o que compreendeu, saltar o que não entende ou não interessa, adequar a modalidade de leitura (...) aos propósitos que se perseguem e ao texto que se está lendo... (...) a leitura é antes de mais nada um objeto de ensino. Para que também se transforme num objeto de aprendizagem, é necessário que tenha sentido do ponto de vista do aluno, o que significa que deve cumprir uma função para a realização de um propósito que ele conhece e valoriza.”
  • 4. Compreensão G M P J N U I K H M X E R S T U V S P K Q SELA ESTRIBO RAÇÃO CAVALO BOTA O HOMEM MONTOU NO CAVALO E SAIU.
  • 5. Leitura Isabel Solé “Podemos afirmar que, quando um leitor compreende o que lê, está aprendendo; à medida que sua leitura o informa, permite que se aproxime do mundo de significados de um autor e que lhe oferece novas perspectivas ou opiniões sobre determinados aspectos... Por que é necessário ensinar estratégias de compreensão? Em síntese porque queremos formar leitores autônomos capazes de enfrentar de forma inteligente textos diversos (...)”
  • 6. Compreensão – Antes da Leitura Ideias Gerais  Alunos e professores devem estar motivados para aprender a ler O professor deve pensar na complexidade da leitura e na capacidade dos alunos de enfrentá-la Motivação para a leitura O aluno precisa ter claro o que deve fazer (conhecer os objetivos) Sentir que é capaz de fazê-lo Achar interessante o que se propõe que ele faça
  • 7. Compreensão – Antes da Leitura Objetivos da leitura Ler para obter uma informação Ler para seguir instruções Ler para aprender Ler para comunicar um texto Ler para praticar a leitura em voz alta
  • 8. Compreensão – Antes da Leitura Ativação do conhecimento prévio Dar uma explicação geral sobre o que será lido, indicando sua temática aos alunos para que possam relacioná-la a aspectos da sua experiência prévia. Ajudar os alunos a prestar atenção a determinados aspectos do texto que podem ativar seu conhecimento prévio. (ex. um resumo do texto, as palavras chave, etc.) Incentivar os alunos a exporem o que já sabem sobre o tema.
  • 9. Compreensão – Antes da Leitura Estabelecimento de previsões sobre o texto a partir de índices textuais: Títulos Ilustrações Cabeçalhos Formulação de perguntas sobre o texto Ativa conhecimentos prévios Conscientizam-se do que sabem e do que não sabem sobre o assunto
  • 10. Compreensão – Durante a Leitura Tarefas de leitura compartilhada Formular previsões sobre o texto a ser lido Formular perguntas sobre o que foi lido Esclarecer possíveis dúvidas sobre o texto Resumir as ideias do texto
  • 11. Compreensão – Durante a Leitura Utilizando o que se aprendeu: a leitura independente Preparar textos específicos para que os alunos coloquem em prática algumas estratégias de forma autônoma. (ex.: Questões ao longo do texto que os ajudem a antecipar o que está por vir.) Os erros e as lacunas da compreensão Dificuldade no reconhecimento e pronúncia das palavras (decodificação) Pausas e dúvidas (por incompreensão ou problemas de decodificação) Dificuldades no entendimento de algumas palavras (vocabulário)
  • 12. Compreensão – Depois da Leitura • A ideia principal • O resumo • Formular e responder perguntas
  • 13. Estratégias de leitura ISABEL SOLÉ Decodificação: decifrar o código escrito. Seleção: permite que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes. Antecipação: torna possível prever o que ainda está por vir, com base em informações explícitas e em suposições. Inferência: permite captar o que não está dito no texto de forma explícita. Verificação: torna possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas.
  • 14. Estratégias de leitura DOUG LEMOV Conexão: analogias com outras experiências prévias. Observação: fazer observações no texto que sejam úteis para o entendimento. Imaginação: montar imagens mentais do que se lê. Reflexão: os alunos devem fazer perguntas para o texto enquanto leem. Previsão: perguntar aos alunos o que acham que vai acontecer em seguida. Inferência: entender o que está nas entrelinhas. Resumo: estratégia-chave.
  • 15. Exercício BOLO ENG__DA MARIDO In___dientes 4 xíca___ (chá) de leite de co___ 3 xí__ras (chá) de a__car 2 xícaras (chá) de fari___ de _____go 2 co___res de man___ga 6 ge___as ras_____ de limão grande Modo de ___parar Bata as ge____as com o açúcar, a ___teiga, a fari____ de trigo e o lei__, aos poucos, para não formar gomos. Colo___ em forma ___tada e leve ao forno q___nte. Obs.: Não leva _____mento nem claras. Fica como um pudim, mas é muito ___toso. In Literatura Infantil: uma nova perspectiva da alfabetização na Pré-escola, de Lúcia L Browne Rego, Ed. FTD
  • 16. Leitura para todas as disciplinas Doug Lemov “. . . eu defendo que o valor da leitura também está no ato de ler em si, com os alunos lendo muito e de forma ampla como um objetivo fundamental da escola. Não apenas os programas de leitura e as aulas de linguagem de muitas escolas deixam de incluir a leitura propriamente dita (o ato de ler), mas oportunidades potenciais de leitura brotam por toda parte nas aulas sem serem aproveitadas”.
  • 17. Habilidades de leitura • Decodificação: processo de decifrar um texto para identificar as palavras faladas que ele representa • Fluência: é a automatização, ou seja, a habilidade da competência de ler rapidamente e agrupar palavras em frases para refletir significado e tom. • Vocabulário: a base do conhecimento de palavras de um aluno: quantas palavras e quão bem as conhece. • Compreensão: quanto o aluno entende daquilo que lê.
  • 18. Habilidades e técnicas de leitura Decodificação Repita o erro Marque o lugar Aspectos gramaticais e de sintaxe Aspectos do contexto Dê nome ao som Relações entre letra e som Acelere nas exceções
  • 19. Habilidades e técnicas de leitura Vocabulário Uso múltiplo Compare , combine, contraste Suba de nível Destaque a sintaxe De volta às raízes Imagine isso
  • 20. Habilidades e técnicas de leitura Fluência Ouse Peça leitura teatral Verifique a mecânica Ensaboe, enxágue e repita
  • 21. Técnicas de compreensão Antes Durante Depois Contextualização Não espere Resuma Foco Perguntas baseadas em evidência Melhores conexões Trailers Use diferentes níveis Retomada
  • 22. FORMAÇÃO DOS GRUPOS Grupo Habilidade Técnicas página 1- Decodificação Todas 286 - 289 2 Fluência Todas 296 - 300 3- Vocabulário Todas 292 - 295 4- Compreensão – antes Todas 303 - 308 5- Compreensão – durante Não espere Use diferentes níveis: palavra, frase, trecho e texto. Faça perguntas baseadas em evidência 308 - 313 6- Compreensão – depois Resuma (depois). Melhores conexões 313 - 316
  • 23. Habilidades e técnicas de leitura SKETCH TEATRAL Os participantes dos 6 grupos deverão utilizar o texto “ESTADO DE COMA” (anexo II) para simularem uma aula. Orientação: - Como vocês incorporariam e aplicariam as técnicas analisadas pelo grupo? Criem uma situação real para mostrar a aplicação das técnicas. (20 minutos para organização) Cada grupo deverá escolher duas ou mais técnicas para representar numa sketch teatral a partir do texto „ESTADO DE COMA‟.
  • 24. . • Durante a apresentação dos grupos os slides ficarão expostos mostrando as habilidades e as técnicas trabalhadas pelos grupos. Os demais participantes deverão adivinhar quais as técnicas e habilidades exploradas na apresentação. (50 minutos para apresentação e considerações)
  • 25. . ESTADO DE COMA Quando entrou, a mulher parecia uma louca. - Estou nas últimas. - Calma – solicitou Dr. Novaes. A mulher não obedeceu ao pedido. Num histerismo preocupante começou a despir-se, mostrando feridas inexistentes e mazelas prováveis. Falava muito e muito depressa. Dr. Novaes não conseguia acompanhar os sintomas que ela expunha. - Isto, doutor, não pode ser câncer? - Bem… - Veja como está arroxeado. Eu já li muito sobre isso. Esta mancha escura não pode ser um melanoma? Eu tenho pavor de câncer, doutor. E o meu pulmão? Examine.
  • 26. . Tirou a blusa e o sutiã para que Dr. Novaes encostasse o ouvido nas suas costas, sem que nada o obstasse. - Seu pulmão – começou o doutor… - Se eu ainda tiver pulmão. E as palpitações, doutor, são constantes. Disritmia. Tem hora que o coração parece ter parado. Fico fria, sinto um torpor no corpo, o braço dormente. Braço esquerdo. Esquerdo, frisava, de olho rútilo. – Não é coisa de coração? Quais são os sintomas de enfarte? - O enfarte… - E o fígado? Bata no meu fígado. O doutor obedeceu por obedecer. Ressoou um “tum-tum” surdo. - Se eu já não tiver com hepatite, ando por perto. - A senhora está nervosa. - E deveria estar calma? E os rins, que não funcionam direito? E nem falo da cistite, que não me dá um dia de sossego. Tirou a saia para mostrar melhor as varizes que nasciam nos tornozelos e iam em frente. O doutor, muito paciente, fazia o que ela mandava. - Aperte aqui. Ele apertava. - Veja aqui. Ele via.
  • 27. - Empurre aqui. Ele empurrava. - Ausculte, pressione, experimente, observe. Ele auscultava, pressionava, experimentava, observava, obedecia com muita tranquilidade, uma calma que não era muito do agrado da mulher que, neste momento, não usava no corpo nada além dos sapatos que acabava de tirar. - Já viu meu pé? - Estou vendo. - Pé chato. Isso pode ser a causa do cansaço. Mas eu uso sapato ortopédico, o pé chato nada tem a ver com o cansaço, tem? - Não, não tem. - No entanto, parece que não há um palmo cúbico de ar para que eu respire. Veja como suo nas mãos. Ele viu que ela suava realmente. E tinha dores no estômago pela manhã, o intestino não funcionava a contento, a vesícula devia estar preguiçosa, o pâncreas ficava como se tivesse comido brasa, a urina era escura um dia, avermelhada no outro. Dr. Novaes não se abalou em nenhum instante. A mulher, inteiramente desnuda, deliberadamente deitou-se na mesa para um exame mais detalhado. Dr. Novaes fez. - Pode se vestir. - Como? Sem que o senhor examine o baço? Ele, com um dedo sobre o baço, bateu várias vezes nele com o rígido médio.
  • 28. - Vista-se agora. - Ela se disse impossibilitada. Sentia o tal sintoma de prostração de que tanto falara. Viu? Ainda bem que no consultório lhe tinha dado, para que o Dr. Novaes não pensasse que se tratava de hipocondria ou coisa semelhante. - Foi-lhe dado um pouco de água mexida com uma colher. Nada havia além da água no copo, mas o mexer da colher fez com que, ao beber a água pura, ela chegasse a sentir um gosto muito ruim. - O que foi que o senhor me deu para beber? - Nada – disse o Dr. Novaes. - Eu preciso saber o nome deste remédio. Em dois minutos me deixou outra. Estou reanimada, recuperada. - Vista-se. Ela começou a se vestir. Vestiu-se sem parar de falar de doença. Dores de cabeça ao amanhecer, uma ponta de febre no começo da noite, insônia progressiva – Mandrix já fazia efeito semelhante à Cibalena – perda de apetite. - Como isso, parece que comi um boi. E a memória, não raro, lhe faltava. Seria amnésia? Essa doença existe mesmo, ou é coisa de filme? E os olhos sempre vermelhos. Há uma mancha num deles, vê? O olho direito. Não seria um carcinoma? Os seios doídos. Às vezes, não suportava o sutiã. - A senhora está nervosa demais.
  • 29. . - Se fosse somente o sistema nervoso, era ótimo. Eu tomava uns sedativos, uns tranquilizantes, pronto. O estado geral é que é o drama. Devo me hospitalizar? Diga, Doutor. Preciso ser operada? É caso de cirurgia, ou…? O que o senhor disser eu faço. - Então faça o seguinte – disse o Dr. Novaes. – Procure um médico. - Hem? - Eu sou economista. O Dr. Drúlio, que tinha consultório aqui, mudou-se para a Rua Sorocaba. Daí, ela apressou-se a vestir a roupa. (CHICO ANÍSIO. Feijoada no Copa. Editora Rocco, 1976, Rio de Janeiro) Fonte:http://juniormax.com.br/site_portuguesirado/?p=526
  • 30. Decodificação • Repita o erro: repita a palavra que o aluno leu errado, enfatizando a parte em que o erro ocorreu. • Marque o lugar: Releia as três ou quatro palavras imediatamente anteriores à palavra que o aluno não conseguiu decodificar, modulando sua voz para mostrar que o aluno deve continuar de onde você parou. • Dê nome ao som: identifique o som que uma determinada letra representa na palavra e peça aos alunos para repeti-lo e aplicá-lo. • Acelere nas exceções: quando uma palavra não se encaixa nas regras, identifique a pronúncia correta e diretamente.
  • 31. Fluência • Ouse: leia alto para os seus alunos regularmente, fazendo uma leitura com voz firme, pausas longas nos lugares certos, marcando a pontuação e usando a entonação para expressar ênfases. Isso indica aos alunos que se expressar com vigor não é nenhum “mico”. • Peça leitura teatral: Peça aos alunos que leiam expressivamente. Para isso indique o tipo de expressão, as marcas do diálogo, duas ou três palavras mais importantes na sentença para serem destacadas... • Verifique a mecânica: Faça referência explícita à pontuação e peça aos alunos para demonstrar que entenderam quando lerem em voz alta. Ex.: Tem um ponto aqui, você parou?
  • 32. Fluência • Ensaboe, enxágue e repita: Faça os alunos lerem frequentemente. Três boas razões para reler são: -para melhorar uma leitura inicial truncada ou que precisa de correções. -Para enfatizar algum aspecto do significado ou incorporar comentários. -Por puro divertimento ou porque a leitura inicial estava particularmente boa.
  • 33. Vocabulário • Uso múltiplo: para introduzir uma palavra na memória funcional dos alunos, eles devem ouvi-la( inclusive sua pronúncia). • Compare, combine, contraste: peça aos alunos que comparem ou diferenciem duas palavras, descrevam se e como combinariam as palavras do vocabulário, troquem uma palavra por outra semelhante. • Suba de nível: encontre ocasiões para usar palavras mais complexas e mais específicas, sempre que possível. • Destaque a sintaxe: peça aos alunos para identificar ou mudar o lugar da palavra no discurso, assim como o tempo verbal.
  • 34. Vocabulário • De volta às raízes: aponte as raízes das palavras, de forma que os alunos possam usar esse conhecimento para novas palavras. • Imagine isso: crie uma imagem multidimensional de cada nova palavra, usando fotos e ações. Peça aos alunos para interpretar ou personificar uma palavra, estimule-os a desenvolver gestos para lembrar das palavras, dê a palavra e peça o gesto.
  • 35. Compreensão Técnicasparaantesdaleitura:Contextualização . . .falta de conhecimento prévio é uma das principais barreiras à compreensão de textos, (...) e afeta todos os aspectos da leitura, até fluência e decodificação, já que a luta com as lacunas absorve toda a capacidade de processamento do cérebro: “Conhecimento prévio sobre o assunto acelera a compreensão básica e deixa a memória livre para fazer conexões entre o novo material e a informação já aprendida, para fazer deduções e para ponderar implicações. Uma grande diferença entre um leitor iniciante e um leitor mais experiente é a habilidade de perceber aspectos básicos muito rapidamente, deixando a mente livre para se concentrar nos aspectos realmente importantes”
  • 36. Compreensão Técnicas para antes da leitura : Foco e Trailers FOCO (...) a parte mais interessante da interpretação de textos, é que cada leitor descobre uma versão única dos fatos e foca em diferentes aspectos para chegar a um significado diferente. “Para ajudar os alunos a lidar com a complexidade de um texto, professores exemplares apontam, com antecedência, as ideias a seus alunos, conceitos e temas fundamentais que eles devem procurar no texto.”
  • 37. Compreensão TRAILERS Apresentar cenas-chave aos alunos antecipam nossa exposição às cenas mais importantes de maneira que nos sentimos conectados à história antes de ela começar e acabamos dando uma atenção especial a essas cenas quando elas aparecem.
  • 38. Compreensão Técnicasparaseremutilizadasdurantealeitura Não espere- pergunte logo para saber se entenderam Leia algumas sentenças, talvez alguns parágrafos, e pare para fazer uma ou duas perguntas rápidas, avaliando se os alunos estão seguindo a narrativa. Suas perguntas deverão ser relativamente diretas. Será que os alunos entenderam um detalhe-chave, fizeram uma dedução fundamental, entenderam uma certa palavra? O objetivo dessas perguntas, não é abrir discussões, mas confirmar o entendimento.
  • 39. Compreensão Técnicasparaseremutilizadasdurantealeitura Fazer perguntas baseadas em evidências É importante observar que perguntas baseadas em evidência não precisam ser limitadas ou concretas. Você também pode, por exemplo, pedir aos alunos que encontrem uma sentença ou uma passagem que provem que o tema da história é uma certa ideia. Além disso, evidências podem ser usadas de duas formas: para induzir e para deduzir. Você pode pedir aos alunos para encontrar no texto três indícios de que os personagens da mitologia grega são punidos por se excederem ou você pode citar três exemplos de personagens da mitologia grega punidos por se excederem e, em seguida, pedir aos alunos que tirem as conclusões relevantes.
  • 40. Compreensão Técnicasparaseremutilizadasdurantealeitura Usar diferentes níveis de pergunta  Nível da palavra ou da expressão: ◦ O que significa uma determinada palavra no contexto do texto? ◦ Por que o autor teria usado essa palavra? ◦ Do que o autor está falando?  Nível da frase: ◦ Você consegue simplificar a linguagem dessa frase? ◦ Como poderíamos expressar essa ideia hoje em dia?  Nível do trecho: ◦ Qual parte deste parágrafo revela que . ?  Nível do texto : ◦ Qual é o objetivo deste texto?
  • 41. Compreensão Técnicasparaseremutilizadasdepoisdaleitura Resumos podem ocorrer antes, durante e depois da leitura, a retomada do que foi lido anteriormente é especialmente eficaz como ponto de partida para a continuidade de qualquer leitura. Essas retomadas são, geralmente, muito mais eficazes quando são quase dramatizadas, de maneira enérgica, capturando a emoção e a energia do texto original. Resumos e retomadas
  • 42. Compreensão Técnicasparaseremutilizadasdepoisdaleitura • Texto-a-texto: as conexões de um texto ao outro são as mais indicadas para promover uma reflexão após a leitura. • Texto-ao-mundo: relacionar uma questão de uma história com algum evento ou situação do cotidiano. • Texto-a-si: deve focar elementos específicos do texto que está sendo lido relacionando com aspectos pessoais dos alunos. Melhores Conexões
  • 43. É hora do café!
  • 44. Referências bibliográficas BRASIL, MEC. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Brasília: Sec. Ed. Básica, 2000. LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Tradução de LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução Claudia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 1998. http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/princesaervilha.html