1. J o i n v i l l e Ter ça f e i r a , 0 7 d e d e z e m b r o d e 2 0 0 4 Santa Catarina Brasil
FANTASIA
ANotícia Leia também
ZAP
PLANOS
Com o fim de "Seus Olhos", Carla
Regina só pensa nas suas férias
Foto: Carta Z Not ícias/Luiza Dantas
Eddie Deezen em cena de "O Expresso Polar", filme sobre o Natal feito em
parte graças aos efeitos especiais gerados por computador Dose dupla
Foto: Divulga ção
Carla Regina ficou "dividida" durante a trama de
"Seus Olhos", do SBT, que terminou na sextafeira.
Tecnologia quintuplica A atriz, que viveu a Marina na primeira fase da
novela, também foi a responsável por interpretar a
talento de Tom Hanks filha da personagem na segunda fase, Renata. Carla
conta que precisou dar o tom certo para cada uma
"O Expresso Polar" traz o ator em cinco papéis para delas e buscar a melhor forma de convencer o
contar uma aventura que tem o Natal como tema público. Para isso, teve de buscar no texto a
essência e as nuances de cada personagem. "Elas
tinham personalidades muito diferentes uma da
Franthiesco Ballerini
outra. Foi um trabalho gratificante, porém
Agência Estado
desafiador", avalia. A maior dificuldade da atriz,
porém, foi ficar oito meses fora de casa, já que
ão Francisco Na animação "O Expresso Polar", o astro americano precisou trocar o Rio de Janeiro por São Paulo. Mas
S interpreta todos os personagens da trama graças à nova tecnologia
criada pelo diretor Robert Zemeckis. A exibição do making of sugeria:
ela garante que o período de gravações também
serviu para fazer novas amizades e conhecer a
é mais um filme no estilo de "Dogville", do diretor Lars von Trier, todo estrutura da emissora. "Já trabalhei na Globo e na
filmado em um tablado. Não há cenários, só linhas no chão e nas paredes. extinta Manchete. Pude perceber que cada uma
Mas aí apareceu o Tom Hanks vestindo uma roupa de lycra preta e com tem sua própria linguagem", compara. Ainda
150 pontinhos brancos grudados em todo o rosto. cansada com a rotina de gravações, mas feliz,
A cena, no mínimo esquisita, foi apresentada para um grupo de jornalistas, Carla Regina só pensa mesmo é em descansar e
reunidos no Skywalker Ranch, a produtora de George Lucas, que fica perto organizar a vida. A atriz revela que ainda não tem
de São Francisco, na Califórnia (EUA). Com ela é possível entender como planos para 2005. "Não tenho nada em vista. Vivo o
foi feito o filme do diretor Robert Zemeckis, "O Expresso Polar", adaptação presente", filosofa.
do bestseller infantil do escritor Chris van Allsburg.
Esta forma de filmar é chamada pelo diretor de "Performance Capture" (algo
como Captura da Atuação), um procedimento que Zemeckis vem Foi bem
desenvolvendo há quase três anos para filmar uma saga infantil que se A edição final do capítulo de "Senhora do Destino"
passa no Pólo Norte e envolve elfos, renas, um trem gigante e paisagens no qual Carolina Dieckmann ficou sabendo que
deslumbrantes, sem sair da frente do computador. "É uma revolução na Isabel é, na verdade, Lindalva. Os flashbacks e a
maneira de se filmar grandes histórias", defende o diretor. "Peter Jackson "câmara nervosa" funcionaram bem e a cena
poderia muito bem ter filmado a trilogia de 'O Senhor dos Anéis' com esta transmitiu, realmente, a sensação de total
tecnologia e ter gasto um décimo do orçamento que usou", acrescenta transtorno da personagem.
Steve Starkey, produtor e fiel escudeiro de Zemeckis, que ganhou o Oscar
por "Forrest Gump" em 1994. Foi mal
Se não fosse pelo performance capture, dizem eles, seria impossível As vilanias de Eduardo Moscovis em "Senhora do
adaptar com riqueza de detalhes o conto de Van Allsburg, lançado em Destino". O ator não está convencendo como o
1985. Tratase da história de um garoto de oito anos que não acredita em político sem escrúpulos da trama. Falta um pouco
Papai Noel mas, cinco minutos antes da meia noite de Natal, com outras de sal para ele "transmitir" aos telespectadores que
crianças incrédulas é levado para uma aventura no Pólo Norte por um trem é um personagem do mal, como muitos da classe
gigantesco chamado Expresso Polar. Da porta da casa do menino até a política nacional.
famosa fábrica de brinquedos do Papai Noel, o Expresso Polar cruza
cidades, sobe uma interminável montanha gelada em forma de sorvete tipo "Certo mesmo é que todos vão para
sunday, patina sobre um lago congelado e mergulha em um emaranhado de
Belém do São Francisco, protagonistas
ruas e becos, já próximo ao destino final.
e antagonistas."
Aguinaldo Silva, comentando o possÍvel desfecho
CREDIBILIDADE de "Senhora do Destino".
Tom Hanks precisou ver seu rosto coberto por pontinhos para atuar no
filme. Eles são meios eletrônicos que emitem para o computador os
Nova fornada
"Um só Coração" é o mais novo DVD que a Globo
mínimos detalhes da sua expressão facial. O resto, como a roupa, os
está lançando no mercado. Estrelada por Ana Paula
movimentos do corpo, os detalhes do quarto do garoto e a paisagem, usa
Arósio e Erik Marmo, a minissérie foi exibida em
tecnologia que existe mesmo antes da animação da Pixar, "Procurando
2004 e escrita por Maria Adelaide Amaral e Alcides
Nemo", e se encarrega facilmente do trabalho. "Se você faz uma animação
Nogueira. A trama se passa em São Paulo e aborda
só com animais, como 'Nemo' e 'Shrek', o público acredita e gosta. Mas se
30 anos da cidade, desde a Semana de Arte
você coloca um ser humano, parece estúpido e falso", explica Starkey.
Moderna, em 1922, até a comemoração do quarto
"Tivemos de tirar dezenas de detalhes dos olhos porque ficava estranho. O
centenário da cidade, em 1954. Com 22 horas e 16
próximo passo desta tecnologia seria, talvez, dispensar os pontos
minutos de duração, divididas em 6 discos, o DVD
eletrônicos faciais e fazer a atuação em paisagens reais", sugere.
também apresenta 50 minutos extras com cenas de
Não é tudo isso que o produtor prega. Os movimentos faciais dos
bastidores e depoimentos do elenco, dos diretores
personagens humanos embora muito melhores que qualquer outra
e dos atores.
"animação" já feita ainda soam artificiais. O que chama a atenção é
conferir Tom Hanks em cinco papéis diferentes. O ator faz praticamente
todos os personagens. O menino logo na primeira cena é ele atuando como Seco ou molhado
criança e transformado, via "performance capture", no menino. Quando o Ney Matogrosso vai ser um dos destaques da
garoto finge dormir, o pai que entra no quarto também é Tom Hanks, de programação de fim de ano do Canal Brasil. O
bigode e um pouco mais gordo. Minutos depois, na chegada do trem à cantor vai gravar um show exclusivo em São Paulo,
2. eletrônicos faciais e fazer a atuação em paisagens reais", sugere.
também apresenta 50 minutos extras com cenas de
Não é tudo isso que o produtor prega. Os movimentos faciais dos
bastidores e depoimentos do elenco, dos diretores
personagens humanos embora muito melhores que qualquer outra
e dos atores.
"animação" já feita ainda soam artificiais. O que chama a atenção é
conferir Tom Hanks em cinco papéis diferentes. O ator faz praticamente
todos os personagens. O menino logo na primeira cena é ele atuando como Seco ou molhado
criança e transformado, via "performance capture", no menino. Quando o Ney Matogrosso vai ser um dos destaques da
garoto finge dormir, o pai que entra no quarto também é Tom Hanks, de programação de fim de ano do Canal Brasil. O
bigode e um pouco mais gordo. Minutos depois, na chegada do trem à cantor vai gravar um show exclusivo em São Paulo,
porta dele, é Tom Hanks o condutor aliás, o personagem mais hoje. O especial "Ney Matogrosso Canto em
interessante que convida o garoto a entrar no Expresso Polar. No meio do Qualquer Canto" vai ser exibido no dia 23 de, às 21
filme, quando as traquinagens do menino quase põem um fim à jornada, eis horas.
ele novamente na pele de um fantasma magricelo que pega carona no teto
do trem. E, no final, adivinhe quem faz o papel de Papai Noel? Sim, ele Rápidas
mesmo.
"Em tese, o Tom Hanks poderia ter feito todo o filme sozinho. Era só
NATALINO O "TV Globinho", da Globo, que vai ao
adaptar a voz feminina", diz Steve. "Todos os personagens foram feitos com
ar no dia 25 vai ser especial. O programa vai exibir
o 'performance capture', dos elfos às crianças. Contratamos dançarinos e
apenas desenhos temáticos sobre o Natal.
acrobatas do Cirque du Soleil para interpretar os garçons na cena do
Apresentado por Geovana Tominaga, o cenário
chocolate quente", acrescenta. Embora neguem, os produtores certamente
também vai ter uma decoração especial para a
sonham com alguma estatueta no Oscar de 2005. Tanto que já estão
data.
sugerindo até novas categorias de premiações. "A Academia pode viver um
dilema com esse tipo de filme. Eles teriam de decidir se o Oscar vai para
Tom Hanks ou para os produtores. A estatueta deve ir para o ator, pois é DESEJO Embora ainda não esteja confirmado, o
ele quem atua nos cinco papéis", comenta Steve. cantor João Gilberto revelou que gostaria de
participar do especial de fim de ano de Roberto
Confira a programa çã o de cinema
Carlos, que vai ao ar no dia 18.
HUMOR O Multishow exibe amanhã, no "Humor
na TV", a segunda parte da entrevista de Chico
Anysio. Apresentado por Bruno Mazzeo, o
Sob o domínio programa vai ao ar às 23h15.
do país em guerra
LIGADO A Record tem motivos de sobra para
Lola Aronovich comemorar. A emissora atingiu crescimento de
Especial para A NotÍcia audiência de 19% na média do dia, entre os meses
de agosto a novembro. No horário nobre das 18 às
Joinville Fui assistir a "Sob o Domínio do Mal" e me sentei entre o maridão 24 horas do mesmo período, a audiência foi ainda
e a minha mãe. E o que aconteceu foi uma sinfonia de roncos em dolby maior e cresceu 37%.
stereo. Eu não dormi o thriller até que é bastante bom , mas eles... Se
você foi ao cinema nos últimos meses, deve ter visto o trailer umas 55 PIOR A canção "Musa do Verão", sucesso na voz
vezes, em média. Eu não agüentava mais encarar aquelas cenas, ainda de Felipe Dylon, foi eleita a pior da música brasileira
mais que elas contam tudinho. E fica pior se você conhece o original. O pelos participantes do concurso promovido pelo
filme é uma refilmagem de um clássico de 1962 com o mesmo título. A "Fantástico". O resultado foi revelado no domingo e
obraprima do Frankenheimer, com o Frank Sinatra no papel principal, deve o ídolo das adolescentes concorria com Latino,
ser a melhor paródia política que Hollywood já fez. E claro que, comparado Tiririca e Mc Serginho e Lacraia.
ao clássico, esta nova fita sofre.
O Jonathan Demme, do grande "Silêncio dos Inocentes", foi ousado em
querer refilmar uma obra assim tão importante. Ele trocou o Sinatra pelo
Denzel Washington e, lógico, atualizou a trama. Agora ela não começa na PERSONAGEM
Guerra da Coréia, mas na primeira Guerra do Golfo. O legal é que dá pra Para entrar no clima de época da
refazer o filme daqui a 40 anos que os Estados Unidos já vão ter uma nova novela da Record, Théo deixou
e vasta gama de guerras pro diretor escolher. Existe país mais bélico? E crescer o cabelo e as costeletas
depois eles querem que a gente fique com medo da suposta bomba Foto: Carta Z Not ícias/Pedro Paulo
atômica do Irã, quando a única nação a usar arma nuclear foram eles, ué! E Figueiredo
agora, com a reeleição bushenta, os americanos tão mais fundamentalistas
do que nunca. Anyway, o filme. O Denzel, um major, desconfia que seu Em nome
colega herói de guerra e atual candidato a vicepresidente não age por conta
própria. Quando o Denzel descobre um chip implantado nele próprio, ih,
da liberdade
pronto, suas suspeitas de lavagem cerebral se confirmam. A história
envolve toda sorte de politicagem e teorias da conspiração. A Meryl Streep Théo Becker entra na trama de "A
brilha como mãe maquiavélica do vice. Escrava Isaura" como o abolicionista
O problema é que o original tá cheio de humor, e este aqui é de uma Álvaro
seriedade a toda prova. No de 1962, o que ativa o controle do nosso anti
herói é uma carta de baralho, a dama de ouros. O clímax ocorre numa festa
Rio de Janeiro O ator Théo Becker foi pego de
à fantasia, quando alguém aparece vestida de carta de baralho. Contando
surpresa ao receber o convite para interpretar o
assim é ridículo, e o filme é o primeiro a não se levar a sério. Na refilmagem
abolicionista Álvaro na nova versão de "A Escrava
sai o absurdo delicioso, entra uma trama política solene e meio confusa. Há
Isaura", da Record. Ele estava fazendo um evento
várias cenas sobrando. O pior é o final, que vai contra o "domínio do mal"
na Amazônia em função do seu papel de estréia
exercido até então. A mensagem do fim é que o bem triunfa, e que dentro
na TV: o nadador Caio Mendes de "Celebridade",
de todo americano, mesmo aquele cerebralmente lavado, há um herói
irmão do malévolo Renato Mendes, de Fábio
patriota querendo sair. Ainda assim, "Mal" é legal, vale ser visto. Só não
Assunção quando recebeu um telefonema da
espere que se iguale ao original.
secretária do diretor Herval Rossano. O ator foi
direto do Amazonas para São Paulo e após uma
Lola Aronovich, cronista de cinema. reunião com Herval que dirigiu a primeira versão da
novela exibida pela Globo, em 1976, e está dirigindo
a atual foi convidado para fazer o personagem, que
na versão "global", foi interpretado por Edwin Luisi.
"Fiquei muito lisonjeado por ter sido escalado. Não
Ballet da Casa de
tinha como recusar", raciocina.
Cultura dá novos passos ao futuro Théo, que nasceu em Pelotas e trabalhava como
modelo no Rio Grande do Sul, viu nesse convite a
Apresentacão de final de ano aponta para o oportunidade de dar continuidade a sua carreira de
aperfeiçoamento ator e de se firmar na profissão. Embora Caio tenha
permanecido mais tempo do que o previsto na
novela de Gilberto Braga o nadador ia morrer por
JUSSARA XAVIER
volta do capítulo 35, mas ficou em "Celebridade" até
Especial para A NOTÍCIA
o centésimo , o personagem não tinha muito
destaque na trama. Ao contrário do que promete
Fim de ano não é só tempo de festas e férias: espetáculos de Álvaro, que vai mexer com o coração da
encerramento de escolas e academias de dança são tradicionais no protagonista Isaura, vivida por Bianca Rinaldi. "Vou
período. Pais e familiares de alunos compõem a platéia das apresentações fazer meu trabalho muito bem feito, pois sei que a
que mostram o resultado do trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do partir dessa novela podem surgir muitos outros
ano. Fiel ao hábito, a Escola Municipal de Ballet, que funciona na Casa da convites", torce. Mas ainda não vai ser dessa vez
Cultura de Joinville, mostrou suas coreografias, no último fim de semana. que o ator vai atuar em uma novela do início ao fim.
Foram duas noites com programações distintas, dançadas no Teatro Juarez
3. Especial para A NOTÍCIA
o centésimo , o personagem não tinha muito
destaque na trama. Ao contrário do que promete
Fim de ano não é só tempo de festas e férias: espetáculos de Álvaro, que vai mexer com o coração da
encerramento de escolas e academias de dança são tradicionais no protagonista Isaura, vivida por Bianca Rinaldi. "Vou
período. Pais e familiares de alunos compõem a platéia das apresentações fazer meu trabalho muito bem feito, pois sei que a
que mostram o resultado do trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do partir dessa novela podem surgir muitos outros
ano. Fiel ao hábito, a Escola Municipal de Ballet, que funciona na Casa da convites", torce. Mas ainda não vai ser dessa vez
Cultura de Joinville, mostrou suas coreografias, no último fim de semana. que o ator vai atuar em uma novela do início ao fim.
Foram duas noites com programações distintas, dançadas no Teatro Juarez "A Escrava Isaura" estreou dia 18 de outubro, mas
Machado. o personagem de Théo só está aparecendo desde o
Formado por jovens bailarinos, o grupo ocupou a segunda noite com último sábado. Ele começou a gravar no último dia
propostas de dança moderna e contemporânea. Marcos Sage assinou as 17 e aprovou a estrutura e o "clima" de sua nova
coreografias "Canção da Rosa Negra" e "Pauvre", e Ilberto Magave "casa". "A Record não deixa nada a desejar a
completou o programa com a criação "Memória Cabano", imprimindo maior outras emissoras. Estou sendo tratado com muito
qualidade à mostra. O arranjo de Ilberto rendeu momentos de solidez respeito", valoriza.
coreográfica, revelando sintonia entre o grupo e a preocupação em construir O que também está agradando muito ao ator é a
um produto bem acabado. Para tanto, o cuidado com a luz, o figurino e a direção de Herval Rossano. Segundo ele, Herval
pesquisa musical foram valiosos. sempre conversa com os atores antes das cenas,
Em "Memória Cabano", o coreógrafo paraense, que mora em Joinville há ajudandoos a entrar no "espírito" dos personagens.
pouco menos de um ano, informa sobre aspectos culturais dos caboclos, Mas o novato ator também reconhece que ser
incluindo as lutas e a religiosidade da população ribeirinha. Com uma trilha dirigido por alguém tão experiente é uma grande
vibrante que reúne apenas compositores de Belém do Pará, o dado regional responsabilidade. "Tenho de estar atento a cada
se revelou ainda mais significativo. gesto, a cada fala, pois uma interpretação ruim não
O professor Marcos Sage observa que os ensaios do grupo se resumem passa aos olhos do Herval", constata. Na trama,
aos sábados e que as limitações não param por aí. Apesar de se tratar de Théo vive um jovem idealista, que luta pela
um núcleo experimental, ou seja, uma tentativa para impulsionar o libertação dos escravos, e quer encontrar seu
desenvolvimento em dança, a perda de talentos é uma constante e verdadeiro amor. "O Álvaro é a Isaura homem. Ele
atrapalha a continuidade do trabalho. A falta de perspectivas profissionais tem o coração tão puro quanto o dela", compara. E
como bailarino faz com que muitos estudantes abandonem a dança ou a será justamente por Isaura que ele vai se apaixonar
cidade, em busca de condições mais favoráveis e oportunidades de carreira. mais para o meio da novela, quando a escrava
A Escola Municipal de Dança oferece um curso permanente de balé e branca conseguir fugir e mudar de nome.
oficinas de contemporâneo, cumprindo a importante função de democratizar Mas ele sabe que entrar com a novela já iniciada
o acesso à dança. Com 25 anos de existência, pede por investimentos que não é uma tarefa fácil. É preciso estar muito bem
a resguardem da estagnação. preparado e pegar o ritmo "de cara" para conseguir
A criação de uma companhia profissional e estável é um forte desejo dos demonstrar um bom trabalho. A maneira que o ator
professores da escola, dirigida há dois anos por Pedro Morales. A encontrou de se "aquecer" e de ganhar mais
efetivação dessa proposta poderá ocorrer caso o plano de governo do confiança foi se reunir com a atriz Sílvia Bandeira,
prefeito reeleito não fique no papel. Para ser cumprida com sucesso, a com quem irá contracenar bastante, já que ela
proposta escrita como promessa deve ser discutida com a classe local. interpreta Perpétua, mãe de Álvaro. Antes das
Observar experiências viabilizadas por outras prefeituras do País também é gravações começarem, eles se encontraram para
uma boa medida. Quem sabe, finalmente, Joinville, que curiosamente se trocar idéias sobre os personagens e passar os
autodenomina a "capital da dança", irá sediar uma companhia profissional, textos. "Isso facilitou bastante o nosso trabalho já
abrindo mercado para artistas locais e para profissionais qualificados de no primeiro dia de gravação. O texto fluiu bem
outros locais. Um fato que poderá transformar positivamente o cenário da melhor", avalia.
dança e reduzir a migração de bons bailarinos para outros centros. O processo de preparação, no entanto, não parou
por aí. Théo fez questão de fazer pesquisas sobre
Jussara Xavier, crítica de dança meados do século 19, época em que se passa a
trama, viu alguns filmes que abordam a questão da
escravidão e leu duas vezes o livro homônimo de
Bernardo Guimarães, escrito em 1875, no qual a
novela é baseada. Para interpretar Álvaro, teve de
Peça relaciona modificar um pouco o visual: está usando
verdade e fato através da história costeletas e o cabelo está um pouco mais
comprido do que quando fazia "Celebridade".
Florianópolis O Grupo TeatroFaed apresenta, hoje, a peça "Recortes "Quando o Herval me viu, disse logo: 'Pode deixar
Medievais: O Amor como Subtítulo", dirigido por Maria Brígida Miranda. A as costeletas crescerem'", relembra o ator.
única apresentação ocorre no teatro da União Beneficente Recreativa O ator está adorando a experiência de fazer seu
Operária (Ubro). No espetáculo, oito estudantes da idade média buscam primeiro trabalho de época, mas já percebeu que
verter para a linguagem teatral o tema de seus estudos sobre a história das exige certos cuidados. Ele não pode usar gírias ou
mulheres. As perspectivas contemporâneas sobre a história revelam como, qualquer outra palavra que não se encaixe no
em cada época, as interpretações históricas vão sendo tomadas como contexto histórico da trama. "Sempre tive
verdades. Para compor o trabalho, a direção usa recortes dos textos "Il curiosidade de fazer época. Acho que é um
Pecorone", de João Florentino; "O Modelo Cortês", de Georges Duby; "As aprendizado que fica para sempre", opina. Sabe
Kenningar", de Jorge Luis Borges; "Suma Teológica", de Tomás de Aquino, ainda que ao participar do remake de uma das
e "História de Medéia", de John Grower. novelas mais marcantes da teledramaturgia
Com roteiro de Fred Gorski e assistência de direção de Ricardo Sontag, a brasileira vai ser quase impossível fugir das
peça é resultado do projeto de extensão A História no Teatro: Uma cobranças e das comparações, mas isso não o
Proposta de Arteeducação que busca, por meio da linguagem das artes aflige. "Tenho muita confiança no meu trabalho",
cênicas, aprofundar e difundir o conhecimento sobre teatro e história, e sua frisa. (TV Press)
conexão com a literatura e a filosofia dos períodos que ele abrange:
antiguidade grecoromana e idade média. É coordenado pela professora
doutora Márcia Ramos de Oliveira, da Udesc, envolve alunos de vários
cursos e conta com a colaboração das professoras Bárbara Giese
(história), Beatriz Vieira Cabral (teatro e educação), Maria Brígida de
Miranda (teatro) e Maria Cecília de Miranda N. Coelho (filosofia).
No elenco, Carino, Caru Dionisio, Fred Gorski, Graziela Francisco, Ju
Walendy, Renata Rogowski, Ricardo Sontag, Telles D'Ajello e Volmir
Cordeiro.
O QUÊ: Peça RECORTES MEDIEVAIS: O AMOR COMO SUBTÍTULO,
com o Grupo TeatroFaed. QUANDO: Hoje, 20h. ONDE: Teatro da União
Beneficente Recreativa Operária (Ubro), escadaria da rua Pedro Soares, 15
(esquina com rua Artista Bittencourt), centro, Florianópolis. QUANTO: 1
quilo de alimento nãoperecível.
Crônica
Eduardo Socha Especial para A Notícia
Peões e entre atos
A trajetória do líder operário até a presidência de uma nação cronicamente
4. Crônica
Eduardo Socha Especial para A Notícia
Peões e entre atos
A trajetória do líder operário até a presidência de uma nação cronicamente
marcada pelo confinamento social já forneceu muito pano para manga de
artigos, teses e estudos sociológicos mundo afora. Faltava, de certa
maneira, algum registro visual crítico sobre o fato, registro que não cedesse
ao deslumbramento partidário nem ao ataque imprudente e cego do maior
personagem vivo da política nacional. Essa lacuna foi agora preenchida com
o lançamento simultâneo de dois documentários, rodados em 2002:
"Peões", de Eduardo Coutinho, e "Entreatos", de João Moreira Salles.
O primeiro traz depoimentos de exintegrantes do movimento operário
paulista, que projetou nacionalmente a figura de Lula, então líder da
mobilização. Todos os entrevistados se abrem à câmera com olhares
cansados de desilusão, ainda que transbordem um saudosismo comovente
ao lembrar da agitação de 1979 e 1980, época das grandes greves do ABC.
Um deles, hoje taxista, chega a dizer que suas duas atividades preferidas
na vida sempre foram dançar e sindicalizar.
As intervenções de Eduardo Coutinho, sempre no contracampo, são
mínimas e ponderadas, na medida justa para se manter o ritmo e a
cumplicidade da entrevista, de tal modo que mesmo aquele silêncio dos
entrevistados tornase objeto de forte interesse documental (e aqui,
exatamente por não eliminar estes silêncios, cabe o grande mérito da
montagem do filme).
Jogando o foco temático para a eleição de 2002, o segundo documentário,
embora não apresente talvez o mesmo grau de domínio técnico de "Peões",
certamente possui um valor histórico espantoso. Poucas semanas antes da
eleição, a rotina alvoroçada de Lula é retratada de perto, através de um
mosaico de situações que incluem desde discussões estratégicas de
campanha até jantar familiar e escolha de gravata.
Quer se goste ou não de Lula, qualquer consciência reconhece de imediato
sua relevância no plano político. Independente da situação atual, a força do
documentário decorre, portanto, do acesso privilegiado a sua intimidade, no
momento igualmente privilegiado, singular da história brasileira a ascensão
de um exoperário ao poder.
O trivial ganha, assim, outros contornos. O batepapo sobre futebol com
José Alencar, a visita ao barbeiro de bairro, as memórias do conflito com os
militares, as brincadeiras no estúdio, tudo parece concretizar aquela sua
reputação carismática, seja ela entendida como virtude ou como artifício
populista. E pouco importa se, em função da presença da câmera, seu
comportamento é teatralizado ou não. Pois, se todas as mediações sociais
são de alguma forma teatralizadas, justamente por isso em nenhum
instante fica excluída a "autenticidade do personagem" diante da câmera.
O que se tem, na verdade, é um Lula espontâneo e pragmático, disposto a
vencer de qualquer jeito. Como afirmou o próprio diretor João Salles em
debate recente, Lula sabia que se perdesse aquela eleição, ele iria se
transformar numa ONG e praticamente encerraria sua vida política. Daí, por
exemplo, sua submissão consciente aos ditames do marqueteiro Duda
Mendonça (que, aliás, já revelava, em 2002, que batucada e briga de galo
era com ele mesmo) e seu discurso suavizado.
Ambos os documentários compõe um único e rico painel, que finalmente dá
um importante subsídio visual para aquele que deseja entender a recente
história política do País.
Eduardo Socha, escritor
Múltiplas
Curso de Teatro
Estão abertas as inscrições ao curso de teatro de verão do grupo Artesãos
de Dioniso, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em
Florianópolis. As aulas serão ministradas pelo ator e diretor Luiz Poeta e
têm no programa expressão corporal e vocal, treinamento do ator,
improvisação, noções de mímica, encenação e composição de
personagem. Informações pelo telefone (48) 3319632.
Sucesso
O curtametragem "Veludo & Cacos de Vidro", de Marco Martins, foi
selecionado para o 8o Festival Lusobrasileiro de Cinema, na cidade de
Santa Maria da Feira, em Portugal. O evento reúnes longas e curtas
brasileiros e portugueses até o dia 12, além de atividades relacionadas ao
intercâmbio cinematográfico entre os dois países. A peça concorre na
mostra competitiva Filhos da Terra. Enquanto Martins está em Portugal,
Renato Turnes, ator que interpreta Veludo no filme, representa a produção
no Festival Internacional de Curtas do Rio, que também estendese até o
dia 12. Para o próximo ano, ator e diretor devem se encontrar na
continuação da trilogia inspirada no cinema marginal. No segundo curta da
série, Turnes e Julie Cristie encarnarão novamente a dupla em uma história
de amor com direito a fuga da polícia.
Violão
Os alunos da oficina de violão do Casarão da Lagoa apresentam hoje, em
Florianópolis, o resultado de seus estudos musicais. Duas turmas
apresentam repertório de canções clássicas, populares e próprias, a partir
das 18 horas. Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa), praça
5. série, Turnes e Julie Cristie encarnarão novamente a dupla em uma história
de amor com direito a fuga da polícia.
Violão
Os alunos da oficina de violão do Casarão da Lagoa apresentam hoje, em
Florianópolis, o resultado de seus estudos musicais. Duas turmas
apresentam repertório de canções clássicas, populares e próprias, a partir
das 18 horas. Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa), praça
Bento Silvério rua Henrique Veras do Nascimento, 50 , Lagoa da
Conceição. Gratuito.
Foto: Ricardo Silva
O reggae
ecoa no Vale
Surgida no circuito univesitário de
Blumenau, a banda Ganja Roots
investe no estilo para ganhar
audiência
Blumenau Com muito pique e vontade de fazer sucesso, a Banda Ganja
Roots está trabalhando para se tornar reconhecida nacionalmente. Formada
por Thiago Reinert, 20 anos, John Robert Mueller, 22, Maicon dos Santos,
20, e Maicon Soehn, 21, foi criada há cerca de quatro meses, com uma
aposta nas composições próprias para atrair audiência. Uma dessas
canções é "Farol da Ilha", que já está tocando em emissoras FM
catarinenses. Resultado da parceria de quatro estudantes do curso de
jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), a banda de
reggae do Vale do Itajaí trilha o caminho das também catarinenses Estatura
Mediana e a carioca Los Hermanos, ambas surgidas dentro do circuito
universitário. O trabalho é novo, mas o grupo já está sendo contratado para
animar festas na região. " Todos nós temos atividades fora da banda, mas
queremos tornála profissional e, quem sabe, um dia viver apenas da
música", projeta Maicon dos Santos. A especialidade da Ganja Roots é
rock e reggae, mas quando são chamados para apresentações tocam
todos os estilos de música. A exemplo da gaúcha Ximaruts e da
florianopolitana Iriê, os quatro músicos de Blumenau apostam no estilo,
inspirados principalmente por Bob Marley e Jimmy Cliff. "Acreditamos que
há espaço para conquistar o mercado nacional. Vamos começar pelo Sul,
mas queremos nos tornar bem conhecidos com esse trabalho", avisam.
Com instrumentos de segunda mão, os ensaios são realizados quase que
diariamente, entre duas e três horas, sempre na garagem da casa de um
dos integrantes. As famílias dão apoio ao projeto, mas só o "moral".
Financeiramente, o grupo tem de correr atrás para comprar material. "Aqui
ninguém conta com 'paitrocínio'", brincam. A disposição é tão grande que
eles começaram a gravar o primeiro CD, ainda sem nome. O disco pode
ainda não ter título, mas o grupo já decidiu que ele será composto apenas
de composições próprias. Como é muito caro gravar, o quarteto está
fazendo tudo aos poucos. Por enquanto, uma música já foi registrada. "A
gravadora RVB está nos permitindo gravar em partes. Mas logo queremos
estar com todo o material pronto", afirmam. Ainda falta um flautista
transversal e um percussionista para a banda ficar completa. "Enquanto não
temos esses dois membros, trabalhamos com freelancer", observa John.
Com a banda emplacando, os rapazes acham difícil trabalharem com
jornalismo, apesar, de terem o sonho de tocarem paralelamente as duas
profissões.
Marcos Valle
investe na new bossa
WLADIMIR SOARES
Especial para A NOTÍCIA
Florianópolis O cantor e compositor Marcos Valle anda vivendo dias muito
felizes. Pelo menos é esse sentimento que ele conseguiu imprimir nas 14
faixas de seu novo disco, "Contrasts", que está sendo lançado no Brasil e
na Europa pela Far Out Recordings. Desde que foi redescoberto em
Londres, na década passada, Valle virou um ídolo da new bossa, uma forma
musical que utiliza as harmonias da bossa nova e os ritmos eletrônicos que
embalam as prébaladas nos lounges da vida.
Fiel a esse novo conceito, ele deixou para trás os dias das melodias fortes
tipo "Black is Beautiful" ou "Mustang Cor de Sangue" para se engajar de
corpo e alma nesse novo conceito. O resultado é um disco agradável para
ser ouvido como música de fundo ou para embalar momentos em que a
felicidade pede trilha sonora. Contando com arranjos eficientes e músicos
de primeira, o CD só se ressente de uma certa mesmice sonora, motivada,
com certeza, por ter o compositor enquadrado sua inspiração numa fórmula
que está mais de olho no mercado do que na criação artística.
O CD começa com uma letra bastante reveladora desses princípios,
embora seja de autoria de Joyce: "Me fala no ouvido dez/ besteiras de
amor, ai, ai/.../tanto lugarcomum/ tão bom de se ouvir/fala pra me agradar
pra me divertir". A autora volta a aparecer no disco dividindo os vocais na
faixa "Valeu", com letra também escrita por ela. Outro letrista que ganha
espaço no disco é o mineiro Ronaldo Bastos que, de olho no mercado
externo, compôs "My Nightingale" diretamente em inglês.
O CD tem três bônus tracks bem dançantes com remixes de músicas que
estão no começo do disco, com os arranjos do próprio Marcos Valle. O
7. E como ele voa com muito jeito
duas estrelas lhe acendem no peito:
Na escuridão
cintilando vão,
criando um brilho relampejante,
através das flores e dos talos de capim,
e entre as copas de palmeiras sem fim
vai o vagalume num vôo dançante.
O cume do morro arde em chamas,
faíscas saltam, o fogo arrasa.
"Que luz será essa nesse bailado?
Deve ser um alegre encontro."
Cuidado, cuidado, vagalume tonto!
Mas o vagalume não hesita,
segue apressado a luz aflita.
"Atenção, chegou um novo convidado!"
e assim ele avança, precipitado,
e lançase então na clara ardência;
as boas vindas foram a sua imprudência.
As asas queimam, perde os sentidos,
e está lá o vagalume jazido.
Fritz Müller
Livro propõe
contato com Portinari
Florianópolis Quando descobriuse grávida, há cerca de um ano, a artista
plástica e professora Sílvia Andreis passou a ter mais contato com o
universo infantil. Completados os quatro meses da primeira filha, Inaê, Sílvia
colhe hoje o segundo fruto dessa gestação e lança o livro infantil "Brincando
com Portinari" (Editora Unisul), que escreveu e ilustrou, hoje, na Capital.
Com sua pequena inspiração no colo reclamando atenção, Sílvia conta que
a intenção de compor a obra é incentivar as crianças à apreciação das
artes e preparálas para um futuro ligado à área. "Esse primeiro contato
ajuda ela a ter um pensamento mais crítico, ter sentimento de como é a
imagem. Assim, aprende que, como o artista se expressa, ela também
pode se expressar."
Universo infantil
A história passase em Florianópolis e tem como enredo três crianças que
conhecem a obra de Cândido Portinari. Para ressaltar a ligação dos textos
com o universo infantil, estão reproduzidas seis obras do pintor nas quais
expressa sentimentos ou situações da própria infância. "A intenção é que
tenham interesse de pesquisar o restante da obra, até a temática social",
reforça e exemplifica a artista.
Entre as aventuras infantis registradas na obra, estão passagens de futebol
no parque de Coqueiros e moleques soltando pipa na praia de Itaguaçu.
Sílvia explica que essa referência ao local é importante para a criança criar
vínculos próprios com o mundo da arte. Uma das idéias futuras, a partir da
obra, é trabalhar o mesmo universo junto aos alunos das classes de arte da
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e de design da
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) para as quais ministra
aulas.
O QUÊ: Lançamento do livro BRINCANDO COM PORTINARI. QUANDO:
Hoje, 19h. ONDE: Livrarias Catarinense, Beiramar Shopping, rua Bocaiúva,
2.468, centro, tel.: (48) 2716000. QUANTO: R$ 16,00.
Discoteca
ElectroCidade
Astronautas (Monstros Discos) O rock que faz a linha heavy, mas bem
pesada mesmo, também tem o direito de ousar experimentações. Trio
pernambucano André Frank, Rodriguez e Dudu Sat , os Astronautas faz
com que as guitarras, o baixo e a bateria (sempre com um músico
convidado) um inferno sonoro pontuado com samples, programações e até
um violãozinho que homenageia João Gilberto. Isso faz diferença, mas não
transforma o resultado num grande disco. Talvez, se o vocal de André
ganhasse mais destaque na mixagem e as letras se sobressaíssem, o
resultado poderia ser mais estimulante. Há, porém, boas faixas:
"Máquinas", "Comunicação em Bossa Moderna" e a entrada bem dançante
de "Sentimentos". (WS)
A Ameaça Continua
Tequila Baby (Orbeat Music) Outra banda de rock explícito formada pelos
gaúchos Duda Calvin, James Andrew, Didi Gloor e Rodrigo del Toro. Eles
reclamam, em algumas faixas, que tem sempre uma garota trocando um
deles por discos de punk rock. O humor poderia ser uma vertente bem
aproveitada pelo grupo como na faixa "Sexo, Pássaros e Rock'n'roll" (com
uma letra ótima, onde os pássaros bicam a cabeça do Hitchcock e do
Alfredo também). O problema é o vocal de Duda. Como ele precisa
demonstrar uma atitude de roqueiro, exibindo aquela voz gutural que parece
natural em americanos ou ingleses, acaba cantando de maneira forçada e