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J o i n v i l l e                   ­                  Ter ça ­f e i r a ,   0 7   d e   d e z e m b r o   d e   2 0 0 4                 ­                    Santa Catarina  ­  Brasil 




                                                                                                                                                                                                                                
                                                                                                                                                                                                                                    



                                                                                                                                                                                                                            

                                                                                   FANTASIA
    ANotícia                                                                                                                                                                                   Leia também

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                                                                                                                                                                      Regina só pensa nas suas férias
                                                                                                                                                                                Foto: Carta Z Not ícias/Luiza Dantas

                           Eddie Deezen em cena de "O Expresso Polar", filme sobre o Natal feito em 
                                  parte graças aos efeitos especiais gerados por computador                                                                                       Dose dupla
                                                                               Foto: Divulga ção
                                                                                                                                                                 Carla Regina ficou "dividida" durante a trama de 
                                                                                                                                                                 "Seus Olhos", do SBT, que terminou na sexta­feira. 
                                                    Tecnologia quintuplica                                                                                       A atriz, que viveu a Marina na primeira fase da 
                                                                                                                                                                 novela, também foi a responsável por interpretar a 
                                                     talento de Tom Hanks                                                                                        filha da personagem na segunda fase, Renata. Carla 
                                                                                                                                                                 conta que precisou dar o tom certo para cada uma 
                                 "O Expresso Polar" traz o ator em cinco papéis para                                                                             delas e buscar a melhor forma de convencer o 
                                   contar uma aventura que tem o Natal como tema                                                                                 público. Para isso, teve de buscar no texto a 
                                                                                                                                                                 essência e as nuances de cada personagem. "Elas 
                                                                                                                                                                 tinham personalidades muito diferentes uma da 
                                                                         Franthiesco Ballerini
                                                                                                                                                                 outra. Foi um trabalho gratificante, porém 
                                                                           Agência Estado
                                                                                                                                                                 desafiador", avalia. A maior dificuldade da atriz, 
                                                                                                                                                                 porém, foi ficar oito meses fora de casa, já que 
                                     ão Francisco ­ Na animação "O Expresso Polar", o astro americano                                                            precisou trocar o Rio de Janeiro por São Paulo. Mas 
                            S interpreta todos os personagens da trama graças à nova tecnologia 
                              criada pelo diretor Robert Zemeckis. A exibição do making of sugeria: 
                                                                                                                                                                 ela garante que o período de gravações também 
                                                                                                                                                                 serviu para fazer novas amizades e conhecer a 
                           é mais um filme no estilo de "Dogville", do diretor Lars von Trier, todo                                                              estrutura da emissora. "Já trabalhei na Globo e na 
                           filmado em um tablado. Não há cenários, só linhas no chão e nas paredes.                                                              extinta Manchete. Pude perceber que cada uma 
                           Mas aí apareceu o Tom Hanks vestindo uma roupa de lycra preta e com                                                                   tem sua própria linguagem", compara. Ainda 
                           150 pontinhos brancos grudados em todo o rosto.                                                                                       cansada com a rotina de gravações, mas feliz, 
                           A cena, no mínimo esquisita, foi apresentada para um grupo de jornalistas,                                                            Carla Regina só pensa mesmo é em descansar e 
                           reunidos no Skywalker Ranch, a produtora de George Lucas, que fica perto                                                              organizar a vida. A atriz revela que ainda não tem 
                           de São Francisco, na Califórnia (EUA). Com ela é possível entender como                                                               planos para 2005. "Não tenho nada em vista. Vivo o 
                           foi feito o filme do diretor Robert Zemeckis, "O Expresso Polar", adaptação                                                           presente", filosofa.
                           do best­seller infantil do escritor Chris van Allsburg.
                           Esta forma de filmar é chamada pelo diretor de "Performance Capture" (algo 
                           como Captura da Atuação), um procedimento que Zemeckis vem                                                                            Foi bem 
                           desenvolvendo há quase três anos para filmar uma saga infantil que se                                                                 A edição final do capítulo de "Senhora do Destino" 
                           passa no Pólo Norte e envolve elfos, renas, um trem gigante e paisagens                                                               no qual Carolina Dieckmann ficou sabendo que 
                           deslumbrantes, sem sair da frente do computador. "É uma revolução na                                                                  Isabel é, na verdade, Lindalva. Os flashbacks e a 
                           maneira de se filmar grandes histórias", defende o diretor. "Peter Jackson                                                            "câmara nervosa" funcionaram bem e a cena 
                           poderia muito bem ter filmado a trilogia de 'O Senhor dos Anéis' com esta                                                             transmitiu, realmente, a sensação de total 
                           tecnologia e ter gasto um décimo do orçamento que usou", acrescenta                                                                   transtorno da personagem.
                           Steve Starkey, produtor e fiel escudeiro de Zemeckis, que ganhou o Oscar 
                           por "Forrest Gump" em 1994.                                                                                                           Foi mal 
                           Se não fosse pelo performance capture, dizem eles, seria impossível                                                                   As vilanias de Eduardo Moscovis em "Senhora do 
                           adaptar com riqueza de detalhes o conto de Van Allsburg, lançado em                                                                   Destino". O ator não está convencendo como o 
                           1985. Trata­se da história de um garoto de oito anos que não acredita em                                                              político sem escrúpulos da trama. Falta um pouco 
                           Papai Noel mas, cinco minutos antes da meia noite de Natal, com outras                                                                de sal para ele "transmitir" aos telespectadores que 
                           crianças incrédulas é levado para uma aventura no Pólo Norte por um trem                                                              é um personagem do mal, como muitos da classe 
                           gigantesco chamado Expresso Polar. Da porta da casa do menino até a                                                                   política nacional.
                           famosa fábrica de brinquedos do Papai Noel, o Expresso Polar cruza 
                           cidades, sobe uma interminável montanha gelada em forma de sorvete tipo                                                                "Certo mesmo é que todos vão para 
                           sunday, patina sobre um lago congelado e mergulha em um emaranhado de 
                                                                                                                                                                 Belém do São Francisco, protagonistas 
                           ruas e becos, já próximo ao destino final.
                                                                                                                                                                           e antagonistas." 
                                                                                                                                                                 Aguinaldo Silva, comentando o possÍvel desfecho 
                                                                            CREDIBILIDADE                                                                                   de "Senhora do Destino".

                           Tom Hanks precisou ver seu rosto coberto por pontinhos para atuar no 
                           filme. Eles são meios eletrônicos que emitem para o computador os 
                                                                                                                                                                 Nova fornada
                                                                                                                                                                 "Um só Coração" é o mais novo DVD que a Globo 
                           mínimos detalhes da sua expressão facial. O resto, como a roupa, os 
                                                                                                                                                                 está lançando no mercado. Estrelada por Ana Paula 
                           movimentos do corpo, os detalhes do quarto do garoto e a paisagem, usa 
                                                                                                                                                                 Arósio e Erik Marmo, a minissérie foi exibida em 
                           tecnologia que existe mesmo antes da animação da Pixar, "Procurando 
                                                                                                                                                                 2004 e escrita por Maria Adelaide Amaral e Alcides 
                           Nemo", e se encarrega facilmente do trabalho. "Se você faz uma animação 
                                                                                                                                                                 Nogueira. A trama se passa em São Paulo e aborda 
                           só com animais, como 'Nemo' e 'Shrek', o público acredita e gosta. Mas se 
                                                                                                                                                                 30 anos da cidade, desde a Semana de Arte 
                           você coloca um ser humano, parece estúpido e falso", explica Starkey. 
                                                                                                                                                                 Moderna, em 1922, até a comemoração do quarto 
                           "Tivemos de tirar dezenas de detalhes dos olhos porque ficava estranho. O 
                                                                                                                                                                 centenário da cidade, em 1954. Com 22 horas e 16 
                           próximo passo desta tecnologia seria, talvez, dispensar os pontos 
                                                                                                                                                                 minutos de duração, divididas em 6 discos, o DVD 
                           eletrônicos faciais e fazer a atuação em paisagens reais", sugere.
                                                                                                                                                                 também apresenta 50 minutos extras com cenas de 
                           Não é tudo isso que o produtor prega. Os movimentos faciais dos 
                                                                                                                                                                 bastidores e depoimentos do elenco, dos diretores 
                           personagens humanos ­ embora muito melhores que qualquer outra 
                                                                                                                                                                 e dos atores.
                           "animação" já feita ­ ainda soam artificiais. O que chama a atenção é 
                           conferir Tom Hanks em cinco papéis diferentes. O ator faz praticamente 
                           todos os personagens. O menino logo na primeira cena é ele atuando como                                                               Seco ou molhado
                           criança e transformado, via "performance capture", no menino. Quando o                                                                Ney Matogrosso vai ser um dos destaques da 
                           garoto finge dormir, o pai que entra no quarto também é Tom Hanks, de                                                                 programação de fim de ano do Canal Brasil. O 
                           bigode e um pouco mais gordo. Minutos depois, na chegada do trem à                                                                    cantor vai gravar um show exclusivo em São Paulo, 
eletrônicos faciais e fazer a atuação em paisagens reais", sugere.
                                                                                  também apresenta 50 minutos extras com cenas de 
Não é tudo isso que o produtor prega. Os movimentos faciais dos 
                                                                                  bastidores e depoimentos do elenco, dos diretores 
personagens humanos ­ embora muito melhores que qualquer outra 
                                                                                  e dos atores.
"animação" já feita ­ ainda soam artificiais. O que chama a atenção é 
conferir Tom Hanks em cinco papéis diferentes. O ator faz praticamente 
todos os personagens. O menino logo na primeira cena é ele atuando como           Seco ou molhado
criança e transformado, via "performance capture", no menino. Quando o            Ney Matogrosso vai ser um dos destaques da 
garoto finge dormir, o pai que entra no quarto também é Tom Hanks, de             programação de fim de ano do Canal Brasil. O 
bigode e um pouco mais gordo. Minutos depois, na chegada do trem à                cantor vai gravar um show exclusivo em São Paulo, 
porta dele, é Tom Hanks o condutor ­ aliás, o personagem mais                     hoje. O especial "Ney Matogrosso ­ Canto em 
interessante ­ que convida o garoto a entrar no Expresso Polar. No meio do        Qualquer Canto" vai ser exibido no dia 23 de, às 21 
filme, quando as traquinagens do menino quase põem um fim à jornada, eis          horas.
ele novamente na pele de um fantasma magricelo que pega carona no teto 
do trem. E, no final, adivinhe quem faz o papel de Papai Noel? Sim, ele                                  Rápidas
mesmo.
"Em tese, o Tom Hanks poderia ter feito todo o filme sozinho. Era só 
                                                                                  NATALINO ­ O "TV Globinho", da Globo, que vai ao 
adaptar a voz feminina", diz Steve. "Todos os personagens foram feitos com 
                                                                                  ar no dia 25 vai ser especial. O programa vai exibir 
o 'performance capture', dos elfos às crianças. Contratamos dançarinos e 
                                                                                  apenas desenhos temáticos sobre o Natal. 
acrobatas do Cirque du Soleil para interpretar os garçons na cena do 
                                                                                  Apresentado por Geovana Tominaga, o cenário 
chocolate quente", acrescenta. Embora neguem, os produtores certamente 
                                                                                  também vai ter uma decoração especial para a 
sonham com alguma estatueta no Oscar de 2005. Tanto que já estão 
                                                                                  data.
sugerindo até novas categorias de premiações. "A Academia pode viver um 
dilema com esse tipo de filme. Eles teriam de decidir se o Oscar vai para 
Tom Hanks ou para os produtores. A estatueta deve ir para o ator, pois é          DESEJO ­ Embora ainda não esteja confirmado, o 
ele quem atua nos cinco papéis", comenta Steve.                                   cantor João Gilberto revelou que gostaria de 
                                                                                  participar do especial de fim de ano de Roberto 
Confira a programa çã o de cinema  
                                                                                  Carlos, que vai ao ar no dia 18.

                                                                                  HUMOR ­ O Multishow exibe amanhã, no "Humor 
                                                                                  na TV", a segunda parte da entrevista de Chico 
                                                                                  Anysio. Apresentado por Bruno Mazzeo, o 
                             Sob o domínio                                        programa vai ao ar às 23h15.
                            do país em guerra
                                                                                  LIGADO ­ A Record tem motivos de sobra para 
                                  Lola Aronovich                                  comemorar. A emissora atingiu crescimento de 
                               Especial para A NotÍcia                            audiência de 19% na média do dia, entre os meses 
                                                                                  de agosto a novembro. No horário nobre ­ das 18 às 
Joinville ­ Fui assistir a "Sob o Domínio do Mal" e me sentei entre o maridão     24 horas ­ do mesmo período, a audiência foi ainda 
e a minha mãe. E o que aconteceu foi uma sinfonia de roncos em dolby­             maior e cresceu 37%.
stereo. Eu não dormi ­ o thriller até que é bastante bom ­, mas eles... Se 
você foi ao cinema nos últimos meses, deve ter visto o trailer umas 55            PIOR ­ A canção "Musa do Verão", sucesso na voz 
vezes, em média. Eu não agüentava mais encarar aquelas cenas, ainda               de Felipe Dylon, foi eleita a pior da música brasileira 
mais que elas contam tudinho. E fica pior se você conhece o original. O           pelos participantes do concurso promovido pelo 
filme é uma refilmagem de um clássico de 1962 com o mesmo título. A               "Fantástico". O resultado foi revelado no domingo e 
obra­prima do Frankenheimer, com o Frank Sinatra no papel principal, deve         o ídolo das adolescentes concorria com Latino, 
ser a melhor paródia política que Hollywood já fez. E claro que, comparado        Tiririca e Mc Serginho e Lacraia.
ao clássico, esta nova fita sofre. 
O Jonathan Demme, do grande "Silêncio dos Inocentes", foi ousado em 
querer refilmar uma obra assim tão importante. Ele trocou o Sinatra pelo 
Denzel Washington e, lógico, atualizou a trama. Agora ela não começa na                                       PERSONAGEM
Guerra da Coréia, mas na primeira Guerra do Golfo. O legal é que dá pra              Para entrar no clima de época da 
refazer o filme daqui a 40 anos que os Estados Unidos já vão ter uma nova              novela da Record, Théo deixou 
e vasta gama de guerras pro diretor escolher. Existe país mais bélico? E             crescer o cabelo e as costeletas
depois eles querem que a gente fique com medo da suposta bomba                             Foto: Carta Z Not ícias/Pedro Paulo 
atômica do Irã, quando a única nação a usar arma nuclear foram eles, ué! E                                          Figueiredo

agora, com a reeleição bushenta, os americanos tão mais fundamentalistas 
do que nunca. Anyway, o filme. O Denzel, um major, desconfia que seu                                 Em nome
colega herói de guerra e atual candidato a vice­presidente não age por conta
própria. Quando o Denzel descobre um chip implantado nele próprio, ih, 
                                                                                                    da liberdade
pronto, suas suspeitas de lavagem cerebral se confirmam. A história 
envolve toda sorte de politicagem e teorias da conspiração. A Meryl Streep          Théo Becker entra na trama de "A 
brilha como mãe maquiavélica do vice.                                              Escrava Isaura" como o abolicionista 
O problema é que o original tá cheio de humor, e este aqui é de uma                               Álvaro
seriedade a toda prova. No de 1962, o que ativa o controle do nosso anti­
herói é uma carta de baralho, a dama de ouros. O clímax ocorre numa festa 
                                                                                  Rio de Janeiro ­ O ator Théo Becker foi pego de 
à fantasia, quando alguém aparece vestida de carta de baralho. Contando 
                                                                                  surpresa ao receber o convite para interpretar o 
assim é ridículo, e o filme é o primeiro a não se levar a sério. Na refilmagem 
                                                                                  abolicionista Álvaro na nova versão de "A Escrava 
sai o absurdo delicioso, entra uma trama política solene e meio confusa. Há 
                                                                                  Isaura", da Record. Ele estava fazendo um evento 
várias cenas sobrando. O pior é o final, que vai contra o "domínio do mal" 
                                                                                  na Amazônia ­ em função do seu papel de estréia 
exercido até então. A mensagem do fim é que o bem triunfa, e que dentro 
                                                                                  na TV: o nadador Caio Mendes de "Celebridade", 
de todo americano, mesmo aquele cerebralmente lavado, há um herói 
                                                                                  irmão do malévolo Renato Mendes, de Fábio 
patriota querendo sair. Ainda assim, "Mal" é legal, vale ser visto. Só não 
                                                                                  Assunção ­ quando recebeu um telefonema da 
espere que se iguale ao original.
                                                                                  secretária do diretor Herval Rossano. O ator foi 
                                                                                  direto do Amazonas para São Paulo e após uma 
        Lola Aronovich, cronista de cinema.                                       reunião com Herval ­ que dirigiu a primeira versão da 
                                                                                  novela exibida pela Globo, em 1976, e está dirigindo 
                                                                                  a atual ­ foi convidado para fazer o personagem, que 
                                                                                  na versão "global", foi interpretado por Edwin Luisi. 
                                                                                  "Fiquei muito lisonjeado por ter sido escalado. Não 
                      Ballet da Casa de
                                                                                  tinha como recusar", raciocina.
              Cultura dá novos passos ao futuro                                   Théo, que nasceu em Pelotas e trabalhava como 
                                                                                  modelo no Rio Grande do Sul, viu nesse convite a 
           Apresentacão de final de ano aponta para o                             oportunidade de dar continuidade a sua carreira de 
                       aperfeiçoamento                                            ator e de se firmar na profissão. Embora Caio tenha 
                                                                                  permanecido mais tempo do que o previsto na 
                                                                                  novela de Gilberto Braga ­ o nadador ia morrer por 
                                JUSSARA XAVIER
                                                                                  volta do capítulo 35, mas ficou em "Celebridade" até 
                              Especial para A NOTÍCIA
                                                                                  o centésimo ­, o personagem não tinha muito 
                                                                                  destaque na trama. Ao contrário do que promete 
Fim de ano não é só tempo de festas e férias: espetáculos de                      Álvaro, que vai mexer com o coração da 
encerramento de escolas e academias de dança são tradicionais no                  protagonista Isaura, vivida por Bianca Rinaldi. "Vou 
período. Pais e familiares de alunos compõem a platéia das apresentações          fazer meu trabalho muito bem feito, pois sei que a 
que mostram o resultado do trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do           partir dessa novela podem surgir muitos outros 
ano. Fiel ao hábito, a Escola Municipal de Ballet, que funciona na Casa da        convites", torce. Mas ainda não vai ser dessa vez 
Cultura de Joinville, mostrou suas coreografias, no último fim de semana.         que o ator vai atuar em uma novela do início ao fim. 
Foram duas noites com programações distintas, dançadas no Teatro Juarez
Especial para A NOTÍCIA
                                                                                o centésimo ­, o personagem não tinha muito 
                                                                                destaque na trama. Ao contrário do que promete 
Fim de ano não é só tempo de festas e férias: espetáculos de                    Álvaro, que vai mexer com o coração da 
encerramento de escolas e academias de dança são tradicionais no                protagonista Isaura, vivida por Bianca Rinaldi. "Vou 
período. Pais e familiares de alunos compõem a platéia das apresentações        fazer meu trabalho muito bem feito, pois sei que a 
que mostram o resultado do trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do         partir dessa novela podem surgir muitos outros 
ano. Fiel ao hábito, a Escola Municipal de Ballet, que funciona na Casa da      convites", torce. Mas ainda não vai ser dessa vez 
Cultura de Joinville, mostrou suas coreografias, no último fim de semana.       que o ator vai atuar em uma novela do início ao fim. 
Foram duas noites com programações distintas, dançadas no Teatro Juarez         "A Escrava Isaura" estreou dia 18 de outubro, mas 
Machado.                                                                        o personagem de Théo só está aparecendo desde o 
Formado por jovens bailarinos, o grupo ocupou a segunda noite com               último sábado. Ele começou a gravar no último dia 
propostas de dança moderna e contemporânea. Marcos Sage assinou as              17 e aprovou a estrutura e o "clima" de sua nova 
coreografias "Canção da Rosa Negra" e "Pauvre", e Ilberto Magave                "casa". "A Record não deixa nada a desejar a 
completou o programa com a criação "Memória Cabano", imprimindo maior           outras emissoras. Estou sendo tratado com muito 
qualidade à mostra. O arranjo de Ilberto rendeu momentos de solidez             respeito", valoriza.
coreográfica, revelando sintonia entre o grupo e a preocupação em construir     O que também está agradando muito ao ator é a 
um produto bem acabado. Para tanto, o cuidado com a luz, o figurino e a         direção de Herval Rossano. Segundo ele, Herval 
pesquisa musical foram valiosos.                                                sempre conversa com os atores antes das cenas, 
Em "Memória Cabano", o coreógrafo paraense, que mora em Joinville há            ajudando­os a entrar no "espírito" dos personagens. 
pouco menos de um ano, informa sobre aspectos culturais dos caboclos,           Mas o novato ator também reconhece que ser 
incluindo as lutas e a religiosidade da população ribeirinha. Com uma trilha    dirigido por alguém tão experiente é uma grande 
vibrante que reúne apenas compositores de Belém do Pará, o dado regional        responsabilidade. "Tenho de estar atento a cada 
se revelou ainda mais significativo.                                            gesto, a cada fala, pois uma interpretação ruim não 
O professor Marcos Sage observa que os ensaios do grupo se resumem              passa aos olhos do Herval", constata. Na trama, 
aos sábados e que as limitações não param por aí. Apesar de se tratar de        Théo vive um jovem idealista, que luta pela 
um núcleo experimental, ou seja, uma tentativa para impulsionar o               libertação dos escravos, e quer encontrar seu 
desenvolvimento em dança, a perda de talentos é uma constante e                 verdadeiro amor. "O Álvaro é a Isaura homem. Ele 
atrapalha a continuidade do trabalho. A falta de perspectivas profissionais     tem o coração tão puro quanto o dela", compara. E 
como bailarino faz com que muitos estudantes abandonem a dança ou a             será justamente por Isaura que ele vai se apaixonar 
cidade, em busca de condições mais favoráveis e oportunidades de carreira.      mais para o meio da novela, quando a escrava 
A Escola Municipal de Dança oferece um curso permanente de balé e               branca conseguir fugir e mudar de nome.
oficinas de contemporâneo, cumprindo a importante função de democratizar        Mas ele sabe que entrar com a novela já iniciada 
o acesso à dança. Com 25 anos de existência, pede por investimentos que         não é uma tarefa fácil. É preciso estar muito bem 
a resguardem da estagnação.                                                     preparado e pegar o ritmo "de cara" para conseguir 
A criação de uma companhia profissional e estável é um forte desejo dos         demonstrar um bom trabalho. A maneira que o ator 
professores da escola, dirigida há dois anos por Pedro Morales. A               encontrou de se "aquecer" e de ganhar mais 
efetivação dessa proposta poderá ocorrer caso o plano de governo do             confiança foi se reunir com a atriz Sílvia Bandeira, 
prefeito reeleito não fique no papel. Para ser cumprida com sucesso, a          com quem irá contracenar bastante, já que ela 
proposta escrita como promessa deve ser discutida com a classe local.           interpreta Perpétua, mãe de Álvaro. Antes das 
Observar experiências viabilizadas por outras prefeituras do País também é      gravações começarem, eles se encontraram para 
uma boa medida. Quem sabe, finalmente, Joinville, que curiosamente se           trocar idéias sobre os personagens e passar os 
auto­denomina a "capital da dança", irá sediar uma companhia profissional,      textos. "Isso facilitou bastante o nosso trabalho já 
abrindo mercado para artistas locais e para profissionais qualificados de       no primeiro dia de gravação. O texto fluiu bem 
outros locais. Um fato que poderá transformar positivamente o cenário da        melhor", avalia.
dança e reduzir a migração de bons bailarinos para outros centros.              O processo de preparação, no entanto, não parou 
                                                                                por aí. Théo fez questão de fazer pesquisas sobre 
       Jussara Xavier, crítica de dança                                         meados do século 19, época em que se passa a 
                                                                                trama, viu alguns filmes que abordam a questão da 
                                                                                escravidão e leu duas vezes o livro homônimo de 
                                                                                Bernardo Guimarães, escrito em 1875, no qual a 
                                                                                novela é baseada. Para interpretar Álvaro, teve de 
                     Peça relaciona                                             modificar um pouco o visual: está usando 
            verdade e fato através da história                                  costeletas e o cabelo está um pouco mais 
                                                                                comprido do que quando fazia "Celebridade". 
Florianópolis ­ O Grupo TeatroFaed apresenta, hoje, a peça "Recortes            "Quando o Herval me viu, disse logo: 'Pode deixar 
Medievais: O Amor como Subtítulo", dirigido por Maria Brígida Miranda. A        as costeletas crescerem'", relembra o ator.
única apresentação ocorre no teatro da União Beneficente Recreativa             O ator está adorando a experiência de fazer seu 
Operária (Ubro). No espetáculo, oito estudantes da idade média buscam           primeiro trabalho de época, mas já percebeu que 
verter para a linguagem teatral o tema de seus estudos sobre a história das     exige certos cuidados. Ele não pode usar gírias ou 
mulheres. As perspectivas contemporâneas sobre a história revelam como,         qualquer outra palavra que não se encaixe no 
em cada época, as interpretações históricas vão sendo tomadas como              contexto histórico da trama. "Sempre tive 
verdades. Para compor o trabalho, a direção usa recortes dos textos "Il         curiosidade de fazer época. Acho que é um 
Pecorone", de João Florentino; "O Modelo Cortês", de Georges Duby; "As          aprendizado que fica para sempre", opina. Sabe 
Kenningar", de Jorge Luis Borges; "Suma Teológica", de Tomás de Aquino,         ainda que ao participar do remake de uma das 
e "História de Medéia", de John Grower.                                         novelas mais marcantes da teledramaturgia 
Com roteiro de Fred Gorski e assistência de direção de Ricardo Sontag, a        brasileira vai ser quase impossível fugir das 
peça é resultado do projeto de extensão A História no Teatro: Uma               cobranças e das comparações, mas isso não o 
Proposta de Arte­educação que busca, por meio da linguagem das artes            aflige. "Tenho muita confiança no meu trabalho", 
cênicas, aprofundar e difundir o conhecimento sobre teatro e história, e sua    frisa. (TV Press) 
conexão com a literatura e a filosofia dos períodos que ele abrange: 
antiguidade greco­romana e idade média. É coordenado pela professora 
doutora Márcia Ramos de Oliveira, da Udesc, envolve alunos de vários 
cursos e conta com a colaboração das professoras Bárbara Giese 
(história), Beatriz Vieira Cabral (teatro e educação), Maria Brígida de 
Miranda (teatro) e Maria Cecília de Miranda N. Coelho (filosofia).
No elenco, Carino, Caru Dionisio, Fred Gorski, Graziela Francisco, Ju 
Walendy, Renata Rogowski, Ricardo Sontag, Telles D'Ajello e Volmir 
Cordeiro.

O QUÊ: Peça RECORTES MEDIEVAIS: O AMOR COMO SUBTÍTULO,                                                                     
com o Grupo TeatroFaed. QUANDO: Hoje, 20h. ONDE: Teatro da União 
Beneficente Recreativa Operária (Ubro), escadaria da rua Pedro Soares, 15 
(esquina com rua Artista Bittencourt), centro, Florianópolis. QUANTO: 1 
quilo de alimento não­perecível.
                                                                                                                      


                                 Crônica

                 Eduardo Socha ­ Especial para A Notícia 


                        Peões e entre atos
A trajetória do líder operário até a presidência de uma nação cronicamente 
Crônica

                 Eduardo Socha ­ Especial para A Notícia 


                        Peões e entre atos
A trajetória do líder operário até a presidência de uma nação cronicamente 
marcada pelo confinamento social já forneceu muito pano para manga de 
artigos, teses e estudos sociológicos mundo afora. Faltava, de certa 
maneira, algum registro visual crítico sobre o fato, registro que não cedesse 
ao deslumbramento partidário nem ao ataque imprudente e cego do maior 
personagem vivo da política nacional. Essa lacuna foi agora preenchida com 
o lançamento simultâneo de dois documentários, rodados em 2002: 
"Peões", de Eduardo Coutinho, e "Entreatos", de João Moreira Salles. 
O primeiro traz depoimentos de ex­integrantes do movimento operário 
paulista, que projetou nacionalmente a figura de Lula, então líder da 
mobilização. Todos os entrevistados se abrem à câmera com olhares 
cansados de desilusão, ainda que transbordem um saudosismo comovente 
ao lembrar da agitação de 1979 e 1980, época das grandes greves do ABC. 
Um deles, hoje taxista, chega a dizer que suas duas atividades preferidas 
na vida sempre foram dançar e sindicalizar. 
As intervenções de Eduardo Coutinho, sempre no contra­campo, são 
mínimas e ponderadas, na medida justa para se manter o ritmo e a 
cumplicidade da entrevista, de tal modo que mesmo aquele silêncio dos 
entrevistados torna­se objeto de forte interesse documental (e aqui, 
exatamente por não eliminar estes silêncios, cabe o grande mérito da 
montagem do filme). 
Jogando o foco temático para a eleição de 2002, o segundo documentário, 
embora não apresente talvez o mesmo grau de domínio técnico de "Peões", 
certamente possui um valor histórico espantoso. Poucas semanas antes da 
eleição, a rotina alvoroçada de Lula é retratada de perto, através de um 
mosaico de situações que incluem desde discussões estratégicas de 
campanha até jantar familiar e escolha de gravata. 
Quer se goste ou não de Lula, qualquer consciência reconhece de imediato 
sua relevância no plano político. Independente da situação atual, a força do 
documentário decorre, portanto, do acesso privilegiado a sua intimidade, no 
momento igualmente privilegiado, singular da história brasileira ­ a ascensão
de um ex­operário ao poder. 
O trivial ganha, assim, outros contornos. O bate­papo sobre futebol com 
José Alencar, a visita ao barbeiro de bairro, as memórias do conflito com os 
militares, as brincadeiras no estúdio, tudo parece concretizar aquela sua 
reputação carismática, seja ela entendida como virtude ou como artifício 
populista. E pouco importa se, em função da presença da câmera, seu 
comportamento é teatralizado ou não. Pois, se todas as mediações sociais 
são de alguma forma teatralizadas, justamente por isso em nenhum 
instante fica excluída a "autenticidade do personagem" diante da câmera. 
O que se tem, na verdade, é um Lula espontâneo e pragmático, disposto a 
vencer de qualquer jeito. Como afirmou o próprio diretor João Salles em 
debate recente, Lula sabia que se perdesse aquela eleição, ele iria se 
transformar numa ONG e praticamente encerraria sua vida política. Daí, por 
exemplo, sua submissão consciente aos ditames do marqueteiro Duda 
Mendonça (que, aliás, já revelava, em 2002, que batucada e briga de galo 
era com ele mesmo) e seu discurso suavizado. 
Ambos os documentários compõe um único e rico painel, que finalmente dá 
um importante subsídio visual para aquele que deseja entender a recente 
história política do País.

       Eduardo Socha, escritor




                                Múltiplas

                          Curso de Teatro
Estão abertas as inscrições ao curso de teatro de verão do grupo Artesãos 
de Dioniso, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 
Florianópolis. As aulas serão ministradas pelo ator e diretor Luiz Poeta e 
têm no programa expressão corporal e vocal, treinamento do ator, 
improvisação, noções de mímica, encenação e composição de 
personagem. Informações pelo telefone (48) 331­9632. 

Sucesso
O curta­metragem "Veludo & Cacos de Vidro", de Marco Martins, foi 
selecionado para o 8o Festival Luso­brasileiro de Cinema, na cidade de 
Santa Maria da Feira, em Portugal. O evento reúnes longas e curtas 
brasileiros e portugueses até o dia 12, além de atividades relacionadas ao 
intercâmbio cinematográfico entre os dois países. A peça concorre na 
mostra competitiva Filhos da Terra. Enquanto Martins está em Portugal, 
Renato Turnes, ator que interpreta Veludo no filme, representa a produção 
no Festival Internacional de Curtas do Rio, que também estende­se até o 
dia 12. Para o próximo ano, ator e diretor devem se encontrar na 
continuação da trilogia inspirada no cinema marginal. No segundo curta da 
série, Turnes e Julie Cristie encarnarão novamente a dupla em uma história 
de amor com direito a fuga da polícia.

Violão
Os alunos da oficina de violão do Casarão da Lagoa apresentam hoje, em 
Florianópolis, o resultado de seus estudos musicais. Duas turmas 
apresentam repertório de canções clássicas, populares e próprias, a partir 
das 18 horas. Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa), praça 
série, Turnes e Julie Cristie encarnarão novamente a dupla em uma história 
de amor com direito a fuga da polícia.

Violão
Os alunos da oficina de violão do Casarão da Lagoa apresentam hoje, em 
Florianópolis, o resultado de seus estudos musicais. Duas turmas 
apresentam repertório de canções clássicas, populares e próprias, a partir 
das 18 horas. Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa), praça 
Bento Silvério ­ rua Henrique Veras do Nascimento, 50 ­, Lagoa da 
Conceição. Gratuito.




                                 Foto: Ricardo Silva


                O reggae
              ecoa no Vale

  Surgida no circuito univesitário de 
   Blumenau, a banda Ganja Roots 
    investe no estilo para ganhar 
              audiência

Blumenau ­ Com muito pique e vontade de fazer sucesso, a Banda Ganja 
Roots está trabalhando para se tornar reconhecida nacionalmente. Formada 
por Thiago Reinert, 20 anos, John Robert Mueller, 22, Maicon dos Santos, 
20, e Maicon Soehn, 21, foi criada há cerca de quatro meses, com uma 
aposta nas composições próprias para atrair audiência. Uma dessas 
canções é "Farol da Ilha", que já está tocando em emissoras FM 
catarinenses. Resultado da parceria de quatro estudantes do curso de 
jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), a banda de 
reggae do Vale do Itajaí trilha o caminho das também catarinenses Estatura 
Mediana e a carioca Los Hermanos, ambas surgidas dentro do circuito 
universitário. O trabalho é novo, mas o grupo já está sendo contratado para 
animar festas na região. " Todos nós temos atividades fora da banda, mas 
queremos torná­la profissional e, quem sabe, um dia viver apenas da 
música", projeta Maicon dos Santos. A especialidade da Ganja Roots é 
rock e reggae, mas quando são chamados para apresentações tocam 
todos os estilos de música. A exemplo da gaúcha Ximaruts e da 
florianopolitana Iriê, os quatro músicos de Blumenau apostam no estilo, 
inspirados principalmente por Bob Marley e Jimmy Cliff. "Acreditamos que 
há espaço para conquistar o mercado nacional. Vamos começar pelo Sul, 
mas queremos nos tornar bem conhecidos com esse trabalho", avisam. 
Com instrumentos de segunda mão, os ensaios são realizados quase que 
diariamente, entre duas e três horas, sempre na garagem da casa de um 
dos integrantes. As famílias dão apoio ao projeto, mas só o "moral". 
Financeiramente, o grupo tem de correr atrás para comprar material. "Aqui 
ninguém conta com 'paitrocínio'", brincam. A disposição é tão grande que 
eles começaram a gravar o primeiro CD, ainda sem nome. O disco pode 
ainda não ter título, mas o grupo já decidiu que ele será composto apenas 
de composições próprias. Como é muito caro gravar, o quarteto está 
fazendo tudo aos poucos. Por enquanto, uma música já foi registrada. "A 
gravadora RVB está nos permitindo gravar em partes. Mas logo queremos 
estar com todo o material pronto", afirmam. Ainda falta um flautista 
transversal e um percussionista para a banda ficar completa. "Enquanto não
temos esses dois membros, trabalhamos com free­lancer", observa John. 
Com a banda emplacando, os rapazes acham difícil trabalharem com 
jornalismo, apesar, de terem o sonho de tocarem paralelamente as duas 
profissões.




                         Marcos Valle
                     investe na new bossa
                          WLADIMIR SOARES
                         Especial para A NOTÍCIA

Florianópolis ­ O cantor e compositor Marcos Valle anda vivendo dias muito 
felizes. Pelo menos é esse sentimento que ele conseguiu imprimir nas 14 
faixas de seu novo disco, "Contrasts", que está sendo lançado no Brasil e 
na Europa pela Far Out Recordings. Desde que foi redescoberto em 
Londres, na década passada, Valle virou um ídolo da new bossa, uma forma
musical que utiliza as harmonias da bossa nova e os ritmos eletrônicos que 
embalam as pré­baladas nos lounges da vida.
Fiel a esse novo conceito, ele deixou para trás os dias das melodias fortes 
tipo "Black is Beautiful" ou "Mustang Cor de Sangue" para se engajar de 
corpo e alma nesse novo conceito. O resultado é um disco agradável para 
ser ouvido como música de fundo ou para embalar momentos em que a 
felicidade pede trilha sonora. Contando com arranjos eficientes e músicos 
de primeira, o CD só se ressente de uma certa mesmice sonora, motivada, 
com certeza, por ter o compositor enquadrado sua inspiração numa fórmula 
que está mais de olho no mercado do que na criação artística.
O CD começa com uma letra bastante reveladora desses princípios, 
embora seja de autoria de Joyce: "Me fala no ouvido dez/ besteiras de 
amor, ai, ai/.../tanto lugar­comum/ tão bom de se ouvir/fala pra me agradar 
pra me divertir". A autora volta a aparecer no disco dividindo os vocais na 
faixa "Valeu", com letra também escrita por ela. Outro letrista que ganha 
espaço no disco é o mineiro Ronaldo Bastos que, de olho no mercado 
externo, compôs "My Nightingale" diretamente em inglês.
O CD tem três bônus tracks bem dançantes com remixes de músicas que 
estão no começo do disco, com os arranjos do próprio Marcos Valle. O 
O CD começa com uma letra bastante reveladora desses princípios, 
embora seja de autoria de Joyce: "Me fala no ouvido dez/ besteiras de 
amor, ai, ai/.../tanto lugar­comum/ tão bom de se ouvir/fala pra me agradar 
pra me divertir". A autora volta a aparecer no disco dividindo os vocais na 
faixa "Valeu", com letra também escrita por ela. Outro letrista que ganha 
espaço no disco é o mineiro Ronaldo Bastos que, de olho no mercado 
externo, compôs "My Nightingale" diretamente em inglês.
O CD tem três bônus tracks bem dançantes com remixes de músicas que 
estão no começo do disco, com os arranjos do próprio Marcos Valle. O 
samba "Valeu" foi remixado por 4 Hero Remix e toda a parafernália de 
discotecagem de Marc Mac. "Parabéns" ganhou nova programação a cargo 
do grupo Das­I­Kue­4 Bugs In The Attic Remix. O melhor ainda é a 
batucada que o belga Dirk Swartenbroekx, da produção do Buscemi's 
Jungle Jazz Mix, colocou na música "Nega do Balaio". Os tempos 
melódicos de "Preciso Aprender a Ser Só" e "Viola Enluarada" 
decididamente são apenas recordações na fase atual da carreira de Marcos 
Valle.

       Wladimir Soares, crítico de música




                                  Foto: Divulga ção


                  Prazer 
              de ler e olhar

    "História Natural de Sonhos", 
   lançado hoje, na Capital, reúne 
   poemas do alemão Fritz Müller

                               Deluana Buss

Florianópolis ­ Apaixonado por plantas e animais, o alemão Fritz Müller 
(1822­1897) também amava as palavras. Nada mais natural, então, que 
passasse para os versos um pouco de seu conhecimento sobre a natureza. 
Com sua caligrafia caprichada compôs, em 1859, os 12 poemas que 
integram "História Natural de Sonhos", edição bilíngüe que a Editora 
Nauemblu lança hoje em Florianópolis.
O livro é um prazer de olhar e ler. A tradução cuidadosa feita por Lia 
Carmen Puff e Dennis Radünz mantém, sempre que possível, o rigoroso 
jogo de rimas do texto original, mas não deixa de "atualizar" algumas 
passagens, à procura da melhor expressão em português. Nascido na 
aldeia Windischholzhausen, na Alemanha, Johann Friedrich Theodor Müller 
dedicou­se aos estudos em farmacologia, botânica, filosofia e medicina até 
imigrar para o Brasil, chegando à catarinense Blumenau em 1852, mesma 
cidade onde morreria 45 anos mais tarde. Estudioso de idiomas ­ dominava 
o inglês, francês, sueco e português ­, escolheu sua língua materna para 
fazer poesia. Os manuscritos, originalmente agrupados num pequeno 
caderno, estão impressos no livro, emoldurados pelas caprichadas 
ilustrações da artista plástica Jandira Lorenz.
Pai de nove filhas, Fritz Müller criou para elas os poemas, e aproveitou para 
passar, de forma agradável, alguns ensinamentos. Cientista da natureza 
que encontrou na mata virgem subtropical do Vale do Itajaí inspiração para 
suas pesquisas, escreveu sobre a fauna e a flora, escolhendo como tema 
central dos versos a luta pela sobrevivência. É assim que mamoeiro e 
tamareira surgem fazendo uma sadia disputa, mostrando que as diferenças, 
ao invés de depreciar, podem ser vantajosas para cada um dos lados 
envolvidos. Em seguida é a vez do pica­pau, que animado trabalha 
buscando seu alimento, "Sem esforço nada vai acontecer!". Mais adiante, 
como não sentir pena da paca? Afinal ela está tão inocente seguindo em 
seu passeio, animada por ter repentinamente encontrado uma nova trilha. 
Pobrezinha, caminha para a armadilha que a deixará "ali bem mortinha", 
logo transformada em assado. Fritz também alerta para os perigos à 
espreita, como a jararaca matreira que aproveita a impetuosidade 
desavisada do cãozinho mascote para dar seu bote. É leitura para todas as 
idades.

O QUÊ: Lançamento do livro HISTÓRIA NATURAL DE SONHOS, com 
poemas de Fritz Müller. QUANDO: Hoje, 18h30, 21h. ONDE: Livraria Livros 
e Livros, rua Jerônimo Coelho, 215, centro, Florianópolis, tel.: (48) 222­
1244. QUANTO: R$ 20,00.


                              Vaga­lume  
                        Refrescante e indolente,
                         calmo chega o poente.
                No calor do dia o trabalho foi vencido.
                       Ao descanso, ao descanso!
                        Chama o uru num gozo.
               No silêncio da noite estejam adormecidos!

                    Mas o vaga­lume despertou agora 
                  e na noite de verão voa sem demora.
                     E como ele voa com muito jeito
                   duas estrelas lhe acendem no peito:
                               Na escuridão
                             cintilando vão,
                     criando um brilho relampejante,
                 através das flores e dos talos de capim,
                 e entre as copas de palmeiras sem fim
                   vai o vaga­lume num vôo dançante. 
E como ele voa com muito jeito
                   duas estrelas lhe acendem no peito:
                               Na escuridão
                             cintilando vão,
                     criando um brilho relampejante,
                 através das flores e dos talos de capim,
                 e entre as copas de palmeiras sem fim
                   vai o vaga­lume num vôo dançante. 

                   O cume do morro arde em chamas,
                      faíscas saltam, o fogo arrasa.
                    "Que luz será essa nesse bailado?
                     Deve ser um alegre encontro."
                   Cuidado, cuidado, vaga­lume tonto! 

                       Mas o vaga­lume não hesita, 
                       segue apressado a luz aflita.
                "Atenção, chegou um novo convidado!"
                    e assim ele avança, precipitado,
                   e lança­se então na clara ardência;
                as boas vindas foram a sua imprudência.
                  As asas queimam, perde os sentidos,
                       e está lá o vaga­lume jazido.

                                Fritz Müller




                          Livro propõe
                      contato com Portinari
Florianópolis ­ Quando descobriu­se grávida, há cerca de um ano, a artista 
plástica e professora Sílvia Andreis passou a ter mais contato com o 
universo infantil. Completados os quatro meses da primeira filha, Inaê, Sílvia 
colhe hoje o segundo fruto dessa gestação e lança o livro infantil "Brincando 
com Portinari" (Editora Unisul), que escreveu e ilustrou, hoje, na Capital.
Com sua pequena inspiração no colo reclamando atenção, Sílvia conta que 
a intenção de compor a obra é incentivar as crianças à apreciação das 
artes e prepará­las para um futuro ligado à área. "Esse primeiro contato 
ajuda ela a ter um pensamento mais crítico, ter sentimento de como é a 
imagem. Assim, aprende que, como o artista se expressa, ela também 
pode se expressar."

                            Universo infantil

A história passa­se em Florianópolis e tem como enredo três crianças que 
conhecem a obra de Cândido Portinari. Para ressaltar a ligação dos textos 
com o universo infantil, estão reproduzidas seis obras do pintor nas quais 
expressa sentimentos ou situações da própria infância. "A intenção é que 
tenham interesse de pesquisar o restante da obra, até a temática social", 
reforça e exemplifica a artista.
Entre as aventuras infantis registradas na obra, estão passagens de futebol 
no parque de Coqueiros e moleques soltando pipa na praia de Itaguaçu. 
Sílvia explica que essa referência ao local é importante para a criança criar 
vínculos próprios com o mundo da arte. Uma das idéias futuras, a partir da 
obra, é trabalhar o mesmo universo junto aos alunos das classes de arte da 
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e de design da 
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) para as quais ministra 
aulas.

O QUÊ: Lançamento do livro BRINCANDO COM PORTINARI. QUANDO: 
Hoje, 19h. ONDE: Livrarias Catarinense, Beiramar Shopping, rua Bocaiúva, 
2.468, centro, tel.: (48) 271­6000. QUANTO: R$ 16,00. 




                                Discoteca

Electro­Cidade  
Astronautas ­ (Monstros Discos) ­ O rock que faz a linha heavy, mas bem 
pesada mesmo, também tem o direito de ousar experimentações. Trio 
pernambucano ­ André Frank, Rodriguez e Dudu Sat ­, os Astronautas ­ faz 
com que as guitarras, o baixo e a bateria (sempre com um músico 
convidado) um inferno sonoro pontuado com samples, programações e até 
um violãozinho que homenageia João Gilberto. Isso faz diferença, mas não 
transforma o resultado num grande disco. Talvez, se o vocal de André 
ganhasse mais destaque na mixagem e as letras se sobressaíssem, o 
resultado poderia ser mais estimulante. Há, porém, boas faixas: 
"Máquinas", "Comunicação em Bossa Moderna" e a entrada bem dançante 
de "Sentimentos". (WS)

A Ameaça Continua
Tequila Baby (Orbeat Music) ­ Outra banda de rock explícito formada pelos 
gaúchos Duda Calvin, James Andrew, Didi Gloor e Rodrigo del Toro. Eles 
reclamam, em algumas faixas, que tem sempre uma garota trocando um 
deles por discos de punk rock. O humor poderia ser uma vertente bem 
aproveitada pelo grupo como na faixa "Sexo, Pássaros e Rock'n'roll" (com 
uma letra ótima, onde os pássaros bicam a cabeça do Hitchcock e do 
Alfredo também). O problema é o vocal de Duda. Como ele precisa 
demonstrar uma atitude de roqueiro, exibindo aquela voz gutural que parece 
natural em americanos ou ingleses, acaba cantando de maneira forçada e 
gaúchos Duda Calvin, James Andrew, Didi Gloor e Rodrigo del Toro. Eles 
reclamam, em algumas faixas, que tem sempre uma garota trocando um 
deles por discos de punk rock. O humor poderia ser uma vertente bem 
aproveitada pelo grupo como na faixa "Sexo, Pássaros e Rock'n'roll" (com 
uma letra ótima, onde os pássaros bicam a cabeça do Hitchcock e do 
Alfredo também). O problema é o vocal de Duda. Como ele precisa 
demonstrar uma atitude de roqueiro, exibindo aquela voz gutural que parece 
natural em americanos ou ingleses, acaba cantando de maneira forçada e 
nunca se sabe se ele está debochando ou caricaturando. (WS)

Dany & Diego
(Indie Records) ­ Esta dupla sertaneja tem padrinhos fortes: Teodoro & 
Sampaio produziram 14 das 16 músicas desse disco e ainda exibem seu 
portentoso vocal na faixa "Bate a Bota No Chão". Dany e Diego usam a 
primeira e a segunda vozes de maneira original, sem ceder à tentação de 
copiar os astros da modalidade. Nem por isso eles fogem do convencional. 
Saem­se melhor nas modas de viola e revivem um clássico que já fez 
sucesso na voz de Tião Carrero, "O Poder da Fé". Também cantam o que 
se poderia chamar de "moda de sanfona", uma espécie de xote com 
sotaque caipira, como em "Fechou o Tempo". E decepcionam quando 
enveredam pelas baladas sertanejas, como na pavorosa "Primeira Luz". 
(WS)

No Calçadão
Max Viana (BMG) ­ Max Viana é um cantor/compositor/instrumentista que 
também tem padrinho forte: papai Djavan, músico e compositor, é seu 
parceiro em várias músicas e ainda coloca sua voz numa participação 
especial em "Parte da Gente". O irmão João Viana igualmente marca 
presença no trabalho, tocando bateria. Max é moderno, tem um jeito de 
compor que lembra bastante o estilo de Djavan, adora programações 
eletrônicas e dá um brinde, a faixa bônus "Prazer e Luz", um remix bem 
dançante produzido por Memê. Apesar de tantos aspectos positivos, o 
disco não resulta numa sinergia. Max canta de uma maneira mecânica que 
transforma a audição do CD num momento enfadonho. (WS)




                                        Estante

"ÁGUA E SEXUALIDADE"
Michel Odent, Editora Letras Contemporâneas. Odent aprofunda a 
experiência como cirurgião e obstetra advinda de anos de trabalho na 
maternidade de Pithiviers, na França. Na publicação, registra a estratégia 
de trabalho de parto em que a água atua como elemento terapêutico e 
propicia manifestações fisiológicas naturais. A ação fez surgir o Primal 
Health Institute, que o médico fundou em Londres e tem como intuito 
incrementar os estudos sobre nascimentos. 160 páginas, R$ 29,00.

"DIAS DE PAZ EM CLICHY"
Henry Miller, Editora José Olympio. Erótico e contemplativo, o livro remonta 
a época em que o autor auto­exilou­se na França, nos anos 30, experiência 
regada a muita luxúria e vinho, que fez publicar suas três mais importantes 
obras. Em linguagem simples e direta, Miller incorpora o personagem Joey, 
que divide quarto com Carl ­ pseudônimo do escritor Alfred Perles ­, gasta 
seu salário com mulheres e, sem dinheiro, come sanduíches achados no 
lixo. 112 páginas, R$ 22,00.

"ADORO MORRER"
Tibor Fischer, Editora Rocco. A obra é o primeira de contos de Fischer, 
considerado um dos melhores escritores revelados nos anos 1990. Com 
histórias curtas, o autor tem liberdade para criar situações esdrúxulas e 
personagens excêntricos. Com humor negro e enredos criativos nas sete 
histórias, os personagens são quase todos europeus fracassados, 
esquisitos, entediados e cínicos, que objetivam encontrar a felicidade, seja 
em férias remuneradas ou em ter emprego. 244 páginas, R$ 32,00.

"A IRA DAS ÁGUAS"
Edla van Steen, Editora Global. A escritora catarinense, radicada há 40 
anos em São Paulo, volta a lançar um livro depois de três anos da 
publicação de "No Silêncio das Nuvens". No volume de contos inéditos ­ 
prefaciado por Deonísio da Silva ­ Edla reforça o estilo coloquial e extrativo 
de um enredo forte em assuntos aparentemente banais. O lancamento da 
obra casa também com a estréia da peça "Primeira Pessoa", escrita para a 
atriz Eva Wilma. 224 páginas, R$ 34,00.

"CÓDIGO DE UMBANDA"
Rubens Saraceni, Editora Madras. A publicação faz uma análise apurada 
dos elementos que envolvem o ritual de umbanda sagrada, tanto sobre suas 
práticas como sua difusão. O livro é dividido em quatro partes. A primeira, 
trata da formação religiosa. A segunda, sobre a magia e a desmistificação 
de que qualquer um pode praticá­la. As duas últimas são voltadas para a 
exposição das bases científicas sobre as quais se assentam as 
manifestações dos orixás. 576 páginas, R$ 64,90.
                                  Manchetes AN
                           Das últimas edições de Anexo
06/12  ­  Jorge Ferro  é sepultado em I ç ara

05/12  ­  O Brasil sem Tom

04/12  ­  Pra dan ç ar no ver ão

03/12  ­  Mais um museu em SC

02/12  ­  Excel ência nacional
 Das últimas edições de Anexo
                                               06/12  ­  Jorge Ferro  é sepultado em I ç ara

                                               05/12  ­  O Brasil sem Tom

                                               04/12  ­  Pra dan ç ar no ver ão

                                               03/12  ­  Mais um museu em SC

                                               02/12  ­  Excel ência nacional

                                               01/12  ­  A imagem como esperan ç a

                                               30/11  ­  Enxuta e coerente




                                                                                                                                                                                                                   
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  • 1. J o i n v i l l e                   ­                  Ter ça ­f e i r a ,   0 7   d e   d e z e m b r o   d e   2 0 0 4                 ­                    Santa Catarina  ­  Brasil            FANTASIA ANotícia     Leia também ZAP PLANOS   Com o fim de "Seus Olhos", Carla  Regina só pensa nas suas férias Foto: Carta Z Not ícias/Luiza Dantas Eddie Deezen em cena de "O Expresso Polar", filme sobre o Natal feito em  parte graças aos efeitos especiais gerados por computador Dose dupla Foto: Divulga ção Carla Regina ficou "dividida" durante a trama de  "Seus Olhos", do SBT, que terminou na sexta­feira.  Tecnologia quintuplica A atriz, que viveu a Marina na primeira fase da  novela, também foi a responsável por interpretar a  talento de Tom Hanks filha da personagem na segunda fase, Renata. Carla  conta que precisou dar o tom certo para cada uma  "O Expresso Polar" traz o ator em cinco papéis para  delas e buscar a melhor forma de convencer o  contar uma aventura que tem o Natal como tema público. Para isso, teve de buscar no texto a  essência e as nuances de cada personagem. "Elas  tinham personalidades muito diferentes uma da  Franthiesco Ballerini outra. Foi um trabalho gratificante, porém  Agência Estado desafiador", avalia. A maior dificuldade da atriz,  porém, foi ficar oito meses fora de casa, já que  ão Francisco ­ Na animação "O Expresso Polar", o astro americano  precisou trocar o Rio de Janeiro por São Paulo. Mas  S interpreta todos os personagens da trama graças à nova tecnologia  criada pelo diretor Robert Zemeckis. A exibição do making of sugeria:  ela garante que o período de gravações também  serviu para fazer novas amizades e conhecer a  é mais um filme no estilo de "Dogville", do diretor Lars von Trier, todo  estrutura da emissora. "Já trabalhei na Globo e na  filmado em um tablado. Não há cenários, só linhas no chão e nas paredes.  extinta Manchete. Pude perceber que cada uma  Mas aí apareceu o Tom Hanks vestindo uma roupa de lycra preta e com  tem sua própria linguagem", compara. Ainda  150 pontinhos brancos grudados em todo o rosto. cansada com a rotina de gravações, mas feliz,  A cena, no mínimo esquisita, foi apresentada para um grupo de jornalistas,  Carla Regina só pensa mesmo é em descansar e  reunidos no Skywalker Ranch, a produtora de George Lucas, que fica perto  organizar a vida. A atriz revela que ainda não tem  de São Francisco, na Califórnia (EUA). Com ela é possível entender como  planos para 2005. "Não tenho nada em vista. Vivo o  foi feito o filme do diretor Robert Zemeckis, "O Expresso Polar", adaptação  presente", filosofa. do best­seller infantil do escritor Chris van Allsburg. Esta forma de filmar é chamada pelo diretor de "Performance Capture" (algo  como Captura da Atuação), um procedimento que Zemeckis vem  Foi bem  desenvolvendo há quase três anos para filmar uma saga infantil que se  A edição final do capítulo de "Senhora do Destino"  passa no Pólo Norte e envolve elfos, renas, um trem gigante e paisagens  no qual Carolina Dieckmann ficou sabendo que  deslumbrantes, sem sair da frente do computador. "É uma revolução na  Isabel é, na verdade, Lindalva. Os flashbacks e a  maneira de se filmar grandes histórias", defende o diretor. "Peter Jackson  "câmara nervosa" funcionaram bem e a cena  poderia muito bem ter filmado a trilogia de 'O Senhor dos Anéis' com esta  transmitiu, realmente, a sensação de total  tecnologia e ter gasto um décimo do orçamento que usou", acrescenta  transtorno da personagem. Steve Starkey, produtor e fiel escudeiro de Zemeckis, que ganhou o Oscar  por "Forrest Gump" em 1994. Foi mal  Se não fosse pelo performance capture, dizem eles, seria impossível  As vilanias de Eduardo Moscovis em "Senhora do  adaptar com riqueza de detalhes o conto de Van Allsburg, lançado em  Destino". O ator não está convencendo como o  1985. Trata­se da história de um garoto de oito anos que não acredita em  político sem escrúpulos da trama. Falta um pouco  Papai Noel mas, cinco minutos antes da meia noite de Natal, com outras  de sal para ele "transmitir" aos telespectadores que  crianças incrédulas é levado para uma aventura no Pólo Norte por um trem  é um personagem do mal, como muitos da classe  gigantesco chamado Expresso Polar. Da porta da casa do menino até a  política nacional. famosa fábrica de brinquedos do Papai Noel, o Expresso Polar cruza  cidades, sobe uma interminável montanha gelada em forma de sorvete tipo  "Certo mesmo é que todos vão para  sunday, patina sobre um lago congelado e mergulha em um emaranhado de  Belém do São Francisco, protagonistas  ruas e becos, já próximo ao destino final. e antagonistas."  Aguinaldo Silva, comentando o possÍvel desfecho  CREDIBILIDADE de "Senhora do Destino". Tom Hanks precisou ver seu rosto coberto por pontinhos para atuar no  filme. Eles são meios eletrônicos que emitem para o computador os  Nova fornada "Um só Coração" é o mais novo DVD que a Globo  mínimos detalhes da sua expressão facial. O resto, como a roupa, os  está lançando no mercado. Estrelada por Ana Paula  movimentos do corpo, os detalhes do quarto do garoto e a paisagem, usa  Arósio e Erik Marmo, a minissérie foi exibida em  tecnologia que existe mesmo antes da animação da Pixar, "Procurando  2004 e escrita por Maria Adelaide Amaral e Alcides  Nemo", e se encarrega facilmente do trabalho. "Se você faz uma animação  Nogueira. A trama se passa em São Paulo e aborda  só com animais, como 'Nemo' e 'Shrek', o público acredita e gosta. Mas se  30 anos da cidade, desde a Semana de Arte  você coloca um ser humano, parece estúpido e falso", explica Starkey.  Moderna, em 1922, até a comemoração do quarto  "Tivemos de tirar dezenas de detalhes dos olhos porque ficava estranho. O  centenário da cidade, em 1954. Com 22 horas e 16  próximo passo desta tecnologia seria, talvez, dispensar os pontos  minutos de duração, divididas em 6 discos, o DVD  eletrônicos faciais e fazer a atuação em paisagens reais", sugere. também apresenta 50 minutos extras com cenas de  Não é tudo isso que o produtor prega. Os movimentos faciais dos  bastidores e depoimentos do elenco, dos diretores  personagens humanos ­ embora muito melhores que qualquer outra  e dos atores. "animação" já feita ­ ainda soam artificiais. O que chama a atenção é  conferir Tom Hanks em cinco papéis diferentes. O ator faz praticamente  todos os personagens. O menino logo na primeira cena é ele atuando como  Seco ou molhado criança e transformado, via "performance capture", no menino. Quando o  Ney Matogrosso vai ser um dos destaques da  garoto finge dormir, o pai que entra no quarto também é Tom Hanks, de  programação de fim de ano do Canal Brasil. O  bigode e um pouco mais gordo. Minutos depois, na chegada do trem à  cantor vai gravar um show exclusivo em São Paulo, 
  • 2. eletrônicos faciais e fazer a atuação em paisagens reais", sugere. também apresenta 50 minutos extras com cenas de  Não é tudo isso que o produtor prega. Os movimentos faciais dos  bastidores e depoimentos do elenco, dos diretores  personagens humanos ­ embora muito melhores que qualquer outra  e dos atores. "animação" já feita ­ ainda soam artificiais. O que chama a atenção é  conferir Tom Hanks em cinco papéis diferentes. O ator faz praticamente  todos os personagens. O menino logo na primeira cena é ele atuando como  Seco ou molhado criança e transformado, via "performance capture", no menino. Quando o  Ney Matogrosso vai ser um dos destaques da  garoto finge dormir, o pai que entra no quarto também é Tom Hanks, de  programação de fim de ano do Canal Brasil. O  bigode e um pouco mais gordo. Minutos depois, na chegada do trem à  cantor vai gravar um show exclusivo em São Paulo,  porta dele, é Tom Hanks o condutor ­ aliás, o personagem mais  hoje. O especial "Ney Matogrosso ­ Canto em  interessante ­ que convida o garoto a entrar no Expresso Polar. No meio do  Qualquer Canto" vai ser exibido no dia 23 de, às 21  filme, quando as traquinagens do menino quase põem um fim à jornada, eis  horas. ele novamente na pele de um fantasma magricelo que pega carona no teto  do trem. E, no final, adivinhe quem faz o papel de Papai Noel? Sim, ele  Rápidas mesmo. "Em tese, o Tom Hanks poderia ter feito todo o filme sozinho. Era só  NATALINO ­ O "TV Globinho", da Globo, que vai ao  adaptar a voz feminina", diz Steve. "Todos os personagens foram feitos com  ar no dia 25 vai ser especial. O programa vai exibir  o 'performance capture', dos elfos às crianças. Contratamos dançarinos e  apenas desenhos temáticos sobre o Natal.  acrobatas do Cirque du Soleil para interpretar os garçons na cena do  Apresentado por Geovana Tominaga, o cenário  chocolate quente", acrescenta. Embora neguem, os produtores certamente  também vai ter uma decoração especial para a  sonham com alguma estatueta no Oscar de 2005. Tanto que já estão  data. sugerindo até novas categorias de premiações. "A Academia pode viver um  dilema com esse tipo de filme. Eles teriam de decidir se o Oscar vai para  Tom Hanks ou para os produtores. A estatueta deve ir para o ator, pois é  DESEJO ­ Embora ainda não esteja confirmado, o  ele quem atua nos cinco papéis", comenta Steve. cantor João Gilberto revelou que gostaria de  participar do especial de fim de ano de Roberto  Confira a programa çã o de cinema   Carlos, que vai ao ar no dia 18. HUMOR ­ O Multishow exibe amanhã, no "Humor  na TV", a segunda parte da entrevista de Chico  Anysio. Apresentado por Bruno Mazzeo, o  Sob o domínio programa vai ao ar às 23h15. do país em guerra LIGADO ­ A Record tem motivos de sobra para  Lola Aronovich comemorar. A emissora atingiu crescimento de  Especial para A NotÍcia audiência de 19% na média do dia, entre os meses  de agosto a novembro. No horário nobre ­ das 18 às  Joinville ­ Fui assistir a "Sob o Domínio do Mal" e me sentei entre o maridão  24 horas ­ do mesmo período, a audiência foi ainda  e a minha mãe. E o que aconteceu foi uma sinfonia de roncos em dolby­ maior e cresceu 37%. stereo. Eu não dormi ­ o thriller até que é bastante bom ­, mas eles... Se  você foi ao cinema nos últimos meses, deve ter visto o trailer umas 55  PIOR ­ A canção "Musa do Verão", sucesso na voz  vezes, em média. Eu não agüentava mais encarar aquelas cenas, ainda  de Felipe Dylon, foi eleita a pior da música brasileira  mais que elas contam tudinho. E fica pior se você conhece o original. O  pelos participantes do concurso promovido pelo  filme é uma refilmagem de um clássico de 1962 com o mesmo título. A  "Fantástico". O resultado foi revelado no domingo e  obra­prima do Frankenheimer, com o Frank Sinatra no papel principal, deve  o ídolo das adolescentes concorria com Latino,  ser a melhor paródia política que Hollywood já fez. E claro que, comparado  Tiririca e Mc Serginho e Lacraia. ao clássico, esta nova fita sofre.  O Jonathan Demme, do grande "Silêncio dos Inocentes", foi ousado em  querer refilmar uma obra assim tão importante. Ele trocou o Sinatra pelo  Denzel Washington e, lógico, atualizou a trama. Agora ela não começa na  PERSONAGEM Guerra da Coréia, mas na primeira Guerra do Golfo. O legal é que dá pra  Para entrar no clima de época da  refazer o filme daqui a 40 anos que os Estados Unidos já vão ter uma nova  novela da Record, Théo deixou  e vasta gama de guerras pro diretor escolher. Existe país mais bélico? E  crescer o cabelo e as costeletas depois eles querem que a gente fique com medo da suposta bomba  Foto: Carta Z Not ícias/Pedro Paulo  atômica do Irã, quando a única nação a usar arma nuclear foram eles, ué! E  Figueiredo agora, com a reeleição bushenta, os americanos tão mais fundamentalistas  do que nunca. Anyway, o filme. O Denzel, um major, desconfia que seu  Em nome colega herói de guerra e atual candidato a vice­presidente não age por conta própria. Quando o Denzel descobre um chip implantado nele próprio, ih,  da liberdade pronto, suas suspeitas de lavagem cerebral se confirmam. A história  envolve toda sorte de politicagem e teorias da conspiração. A Meryl Streep  Théo Becker entra na trama de "A  brilha como mãe maquiavélica do vice.  Escrava Isaura" como o abolicionista  O problema é que o original tá cheio de humor, e este aqui é de uma  Álvaro seriedade a toda prova. No de 1962, o que ativa o controle do nosso anti­ herói é uma carta de baralho, a dama de ouros. O clímax ocorre numa festa  Rio de Janeiro ­ O ator Théo Becker foi pego de  à fantasia, quando alguém aparece vestida de carta de baralho. Contando  surpresa ao receber o convite para interpretar o  assim é ridículo, e o filme é o primeiro a não se levar a sério. Na refilmagem  abolicionista Álvaro na nova versão de "A Escrava  sai o absurdo delicioso, entra uma trama política solene e meio confusa. Há  Isaura", da Record. Ele estava fazendo um evento  várias cenas sobrando. O pior é o final, que vai contra o "domínio do mal"  na Amazônia ­ em função do seu papel de estréia  exercido até então. A mensagem do fim é que o bem triunfa, e que dentro  na TV: o nadador Caio Mendes de "Celebridade",  de todo americano, mesmo aquele cerebralmente lavado, há um herói  irmão do malévolo Renato Mendes, de Fábio  patriota querendo sair. Ainda assim, "Mal" é legal, vale ser visto. Só não  Assunção ­ quando recebeu um telefonema da  espere que se iguale ao original. secretária do diretor Herval Rossano. O ator foi  direto do Amazonas para São Paulo e após uma  Lola Aronovich, cronista de cinema. reunião com Herval ­ que dirigiu a primeira versão da  novela exibida pela Globo, em 1976, e está dirigindo  a atual ­ foi convidado para fazer o personagem, que  na versão "global", foi interpretado por Edwin Luisi.  "Fiquei muito lisonjeado por ter sido escalado. Não  Ballet da Casa de tinha como recusar", raciocina. Cultura dá novos passos ao futuro Théo, que nasceu em Pelotas e trabalhava como  modelo no Rio Grande do Sul, viu nesse convite a  Apresentacão de final de ano aponta para o  oportunidade de dar continuidade a sua carreira de  aperfeiçoamento ator e de se firmar na profissão. Embora Caio tenha  permanecido mais tempo do que o previsto na  novela de Gilberto Braga ­ o nadador ia morrer por  JUSSARA XAVIER volta do capítulo 35, mas ficou em "Celebridade" até  Especial para A NOTÍCIA o centésimo ­, o personagem não tinha muito  destaque na trama. Ao contrário do que promete  Fim de ano não é só tempo de festas e férias: espetáculos de  Álvaro, que vai mexer com o coração da  encerramento de escolas e academias de dança são tradicionais no  protagonista Isaura, vivida por Bianca Rinaldi. "Vou  período. Pais e familiares de alunos compõem a platéia das apresentações  fazer meu trabalho muito bem feito, pois sei que a  que mostram o resultado do trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do  partir dessa novela podem surgir muitos outros  ano. Fiel ao hábito, a Escola Municipal de Ballet, que funciona na Casa da  convites", torce. Mas ainda não vai ser dessa vez  Cultura de Joinville, mostrou suas coreografias, no último fim de semana.  que o ator vai atuar em uma novela do início ao fim.  Foram duas noites com programações distintas, dançadas no Teatro Juarez
  • 3. Especial para A NOTÍCIA o centésimo ­, o personagem não tinha muito  destaque na trama. Ao contrário do que promete  Fim de ano não é só tempo de festas e férias: espetáculos de  Álvaro, que vai mexer com o coração da  encerramento de escolas e academias de dança são tradicionais no  protagonista Isaura, vivida por Bianca Rinaldi. "Vou  período. Pais e familiares de alunos compõem a platéia das apresentações  fazer meu trabalho muito bem feito, pois sei que a  que mostram o resultado do trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do  partir dessa novela podem surgir muitos outros  ano. Fiel ao hábito, a Escola Municipal de Ballet, que funciona na Casa da  convites", torce. Mas ainda não vai ser dessa vez  Cultura de Joinville, mostrou suas coreografias, no último fim de semana.  que o ator vai atuar em uma novela do início ao fim.  Foram duas noites com programações distintas, dançadas no Teatro Juarez "A Escrava Isaura" estreou dia 18 de outubro, mas  Machado. o personagem de Théo só está aparecendo desde o  Formado por jovens bailarinos, o grupo ocupou a segunda noite com  último sábado. Ele começou a gravar no último dia  propostas de dança moderna e contemporânea. Marcos Sage assinou as  17 e aprovou a estrutura e o "clima" de sua nova  coreografias "Canção da Rosa Negra" e "Pauvre", e Ilberto Magave  "casa". "A Record não deixa nada a desejar a  completou o programa com a criação "Memória Cabano", imprimindo maior  outras emissoras. Estou sendo tratado com muito  qualidade à mostra. O arranjo de Ilberto rendeu momentos de solidez  respeito", valoriza. coreográfica, revelando sintonia entre o grupo e a preocupação em construir  O que também está agradando muito ao ator é a  um produto bem acabado. Para tanto, o cuidado com a luz, o figurino e a  direção de Herval Rossano. Segundo ele, Herval  pesquisa musical foram valiosos. sempre conversa com os atores antes das cenas,  Em "Memória Cabano", o coreógrafo paraense, que mora em Joinville há  ajudando­os a entrar no "espírito" dos personagens.  pouco menos de um ano, informa sobre aspectos culturais dos caboclos,  Mas o novato ator também reconhece que ser  incluindo as lutas e a religiosidade da população ribeirinha. Com uma trilha  dirigido por alguém tão experiente é uma grande  vibrante que reúne apenas compositores de Belém do Pará, o dado regional  responsabilidade. "Tenho de estar atento a cada  se revelou ainda mais significativo. gesto, a cada fala, pois uma interpretação ruim não  O professor Marcos Sage observa que os ensaios do grupo se resumem  passa aos olhos do Herval", constata. Na trama,  aos sábados e que as limitações não param por aí. Apesar de se tratar de  Théo vive um jovem idealista, que luta pela  um núcleo experimental, ou seja, uma tentativa para impulsionar o  libertação dos escravos, e quer encontrar seu  desenvolvimento em dança, a perda de talentos é uma constante e  verdadeiro amor. "O Álvaro é a Isaura homem. Ele  atrapalha a continuidade do trabalho. A falta de perspectivas profissionais  tem o coração tão puro quanto o dela", compara. E  como bailarino faz com que muitos estudantes abandonem a dança ou a  será justamente por Isaura que ele vai se apaixonar  cidade, em busca de condições mais favoráveis e oportunidades de carreira. mais para o meio da novela, quando a escrava  A Escola Municipal de Dança oferece um curso permanente de balé e  branca conseguir fugir e mudar de nome. oficinas de contemporâneo, cumprindo a importante função de democratizar  Mas ele sabe que entrar com a novela já iniciada  o acesso à dança. Com 25 anos de existência, pede por investimentos que  não é uma tarefa fácil. É preciso estar muito bem  a resguardem da estagnação. preparado e pegar o ritmo "de cara" para conseguir  A criação de uma companhia profissional e estável é um forte desejo dos  demonstrar um bom trabalho. A maneira que o ator  professores da escola, dirigida há dois anos por Pedro Morales. A  encontrou de se "aquecer" e de ganhar mais  efetivação dessa proposta poderá ocorrer caso o plano de governo do  confiança foi se reunir com a atriz Sílvia Bandeira,  prefeito reeleito não fique no papel. Para ser cumprida com sucesso, a  com quem irá contracenar bastante, já que ela  proposta escrita como promessa deve ser discutida com a classe local.  interpreta Perpétua, mãe de Álvaro. Antes das  Observar experiências viabilizadas por outras prefeituras do País também é  gravações começarem, eles se encontraram para  uma boa medida. Quem sabe, finalmente, Joinville, que curiosamente se  trocar idéias sobre os personagens e passar os  auto­denomina a "capital da dança", irá sediar uma companhia profissional,  textos. "Isso facilitou bastante o nosso trabalho já  abrindo mercado para artistas locais e para profissionais qualificados de  no primeiro dia de gravação. O texto fluiu bem  outros locais. Um fato que poderá transformar positivamente o cenário da  melhor", avalia. dança e reduzir a migração de bons bailarinos para outros centros. O processo de preparação, no entanto, não parou  por aí. Théo fez questão de fazer pesquisas sobre  Jussara Xavier, crítica de dança meados do século 19, época em que se passa a  trama, viu alguns filmes que abordam a questão da  escravidão e leu duas vezes o livro homônimo de  Bernardo Guimarães, escrito em 1875, no qual a  novela é baseada. Para interpretar Álvaro, teve de  Peça relaciona modificar um pouco o visual: está usando  verdade e fato através da história costeletas e o cabelo está um pouco mais  comprido do que quando fazia "Celebridade".  Florianópolis ­ O Grupo TeatroFaed apresenta, hoje, a peça "Recortes  "Quando o Herval me viu, disse logo: 'Pode deixar  Medievais: O Amor como Subtítulo", dirigido por Maria Brígida Miranda. A  as costeletas crescerem'", relembra o ator. única apresentação ocorre no teatro da União Beneficente Recreativa  O ator está adorando a experiência de fazer seu  Operária (Ubro). No espetáculo, oito estudantes da idade média buscam  primeiro trabalho de época, mas já percebeu que  verter para a linguagem teatral o tema de seus estudos sobre a história das  exige certos cuidados. Ele não pode usar gírias ou  mulheres. As perspectivas contemporâneas sobre a história revelam como,  qualquer outra palavra que não se encaixe no  em cada época, as interpretações históricas vão sendo tomadas como  contexto histórico da trama. "Sempre tive  verdades. Para compor o trabalho, a direção usa recortes dos textos "Il  curiosidade de fazer época. Acho que é um  Pecorone", de João Florentino; "O Modelo Cortês", de Georges Duby; "As  aprendizado que fica para sempre", opina. Sabe  Kenningar", de Jorge Luis Borges; "Suma Teológica", de Tomás de Aquino,  ainda que ao participar do remake de uma das  e "História de Medéia", de John Grower.  novelas mais marcantes da teledramaturgia  Com roteiro de Fred Gorski e assistência de direção de Ricardo Sontag, a  brasileira vai ser quase impossível fugir das  peça é resultado do projeto de extensão A História no Teatro: Uma  cobranças e das comparações, mas isso não o  Proposta de Arte­educação que busca, por meio da linguagem das artes  aflige. "Tenho muita confiança no meu trabalho",  cênicas, aprofundar e difundir o conhecimento sobre teatro e história, e sua  frisa. (TV Press)  conexão com a literatura e a filosofia dos períodos que ele abrange:  antiguidade greco­romana e idade média. É coordenado pela professora  doutora Márcia Ramos de Oliveira, da Udesc, envolve alunos de vários  cursos e conta com a colaboração das professoras Bárbara Giese  (história), Beatriz Vieira Cabral (teatro e educação), Maria Brígida de  Miranda (teatro) e Maria Cecília de Miranda N. Coelho (filosofia). No elenco, Carino, Caru Dionisio, Fred Gorski, Graziela Francisco, Ju  Walendy, Renata Rogowski, Ricardo Sontag, Telles D'Ajello e Volmir  Cordeiro. O QUÊ: Peça RECORTES MEDIEVAIS: O AMOR COMO SUBTÍTULO,     com o Grupo TeatroFaed. QUANDO: Hoje, 20h. ONDE: Teatro da União  Beneficente Recreativa Operária (Ubro), escadaria da rua Pedro Soares, 15  (esquina com rua Artista Bittencourt), centro, Florianópolis. QUANTO: 1  quilo de alimento não­perecível.    Crônica Eduardo Socha ­ Especial para A Notícia  Peões e entre atos A trajetória do líder operário até a presidência de uma nação cronicamente 
  • 4. Crônica Eduardo Socha ­ Especial para A Notícia  Peões e entre atos A trajetória do líder operário até a presidência de uma nação cronicamente  marcada pelo confinamento social já forneceu muito pano para manga de  artigos, teses e estudos sociológicos mundo afora. Faltava, de certa  maneira, algum registro visual crítico sobre o fato, registro que não cedesse  ao deslumbramento partidário nem ao ataque imprudente e cego do maior  personagem vivo da política nacional. Essa lacuna foi agora preenchida com  o lançamento simultâneo de dois documentários, rodados em 2002:  "Peões", de Eduardo Coutinho, e "Entreatos", de João Moreira Salles.  O primeiro traz depoimentos de ex­integrantes do movimento operário  paulista, que projetou nacionalmente a figura de Lula, então líder da  mobilização. Todos os entrevistados se abrem à câmera com olhares  cansados de desilusão, ainda que transbordem um saudosismo comovente  ao lembrar da agitação de 1979 e 1980, época das grandes greves do ABC.  Um deles, hoje taxista, chega a dizer que suas duas atividades preferidas  na vida sempre foram dançar e sindicalizar.  As intervenções de Eduardo Coutinho, sempre no contra­campo, são  mínimas e ponderadas, na medida justa para se manter o ritmo e a  cumplicidade da entrevista, de tal modo que mesmo aquele silêncio dos  entrevistados torna­se objeto de forte interesse documental (e aqui,  exatamente por não eliminar estes silêncios, cabe o grande mérito da  montagem do filme).  Jogando o foco temático para a eleição de 2002, o segundo documentário,  embora não apresente talvez o mesmo grau de domínio técnico de "Peões",  certamente possui um valor histórico espantoso. Poucas semanas antes da  eleição, a rotina alvoroçada de Lula é retratada de perto, através de um  mosaico de situações que incluem desde discussões estratégicas de  campanha até jantar familiar e escolha de gravata.  Quer se goste ou não de Lula, qualquer consciência reconhece de imediato  sua relevância no plano político. Independente da situação atual, a força do  documentário decorre, portanto, do acesso privilegiado a sua intimidade, no  momento igualmente privilegiado, singular da história brasileira ­ a ascensão de um ex­operário ao poder.  O trivial ganha, assim, outros contornos. O bate­papo sobre futebol com  José Alencar, a visita ao barbeiro de bairro, as memórias do conflito com os  militares, as brincadeiras no estúdio, tudo parece concretizar aquela sua  reputação carismática, seja ela entendida como virtude ou como artifício  populista. E pouco importa se, em função da presença da câmera, seu  comportamento é teatralizado ou não. Pois, se todas as mediações sociais  são de alguma forma teatralizadas, justamente por isso em nenhum  instante fica excluída a "autenticidade do personagem" diante da câmera.  O que se tem, na verdade, é um Lula espontâneo e pragmático, disposto a  vencer de qualquer jeito. Como afirmou o próprio diretor João Salles em  debate recente, Lula sabia que se perdesse aquela eleição, ele iria se  transformar numa ONG e praticamente encerraria sua vida política. Daí, por  exemplo, sua submissão consciente aos ditames do marqueteiro Duda  Mendonça (que, aliás, já revelava, em 2002, que batucada e briga de galo  era com ele mesmo) e seu discurso suavizado.  Ambos os documentários compõe um único e rico painel, que finalmente dá  um importante subsídio visual para aquele que deseja entender a recente  história política do País. Eduardo Socha, escritor Múltiplas Curso de Teatro Estão abertas as inscrições ao curso de teatro de verão do grupo Artesãos  de Dioniso, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em  Florianópolis. As aulas serão ministradas pelo ator e diretor Luiz Poeta e  têm no programa expressão corporal e vocal, treinamento do ator,  improvisação, noções de mímica, encenação e composição de  personagem. Informações pelo telefone (48) 331­9632.  Sucesso O curta­metragem "Veludo & Cacos de Vidro", de Marco Martins, foi  selecionado para o 8o Festival Luso­brasileiro de Cinema, na cidade de  Santa Maria da Feira, em Portugal. O evento reúnes longas e curtas  brasileiros e portugueses até o dia 12, além de atividades relacionadas ao  intercâmbio cinematográfico entre os dois países. A peça concorre na  mostra competitiva Filhos da Terra. Enquanto Martins está em Portugal,  Renato Turnes, ator que interpreta Veludo no filme, representa a produção  no Festival Internacional de Curtas do Rio, que também estende­se até o  dia 12. Para o próximo ano, ator e diretor devem se encontrar na  continuação da trilogia inspirada no cinema marginal. No segundo curta da  série, Turnes e Julie Cristie encarnarão novamente a dupla em uma história  de amor com direito a fuga da polícia. Violão Os alunos da oficina de violão do Casarão da Lagoa apresentam hoje, em  Florianópolis, o resultado de seus estudos musicais. Duas turmas  apresentam repertório de canções clássicas, populares e próprias, a partir  das 18 horas. Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa), praça 
  • 5. série, Turnes e Julie Cristie encarnarão novamente a dupla em uma história  de amor com direito a fuga da polícia. Violão Os alunos da oficina de violão do Casarão da Lagoa apresentam hoje, em  Florianópolis, o resultado de seus estudos musicais. Duas turmas  apresentam repertório de canções clássicas, populares e próprias, a partir  das 18 horas. Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa), praça  Bento Silvério ­ rua Henrique Veras do Nascimento, 50 ­, Lagoa da  Conceição. Gratuito. Foto: Ricardo Silva O reggae ecoa no Vale Surgida no circuito univesitário de  Blumenau, a banda Ganja Roots  investe no estilo para ganhar  audiência Blumenau ­ Com muito pique e vontade de fazer sucesso, a Banda Ganja  Roots está trabalhando para se tornar reconhecida nacionalmente. Formada  por Thiago Reinert, 20 anos, John Robert Mueller, 22, Maicon dos Santos,  20, e Maicon Soehn, 21, foi criada há cerca de quatro meses, com uma  aposta nas composições próprias para atrair audiência. Uma dessas  canções é "Farol da Ilha", que já está tocando em emissoras FM  catarinenses. Resultado da parceria de quatro estudantes do curso de  jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), a banda de  reggae do Vale do Itajaí trilha o caminho das também catarinenses Estatura  Mediana e a carioca Los Hermanos, ambas surgidas dentro do circuito  universitário. O trabalho é novo, mas o grupo já está sendo contratado para  animar festas na região. " Todos nós temos atividades fora da banda, mas  queremos torná­la profissional e, quem sabe, um dia viver apenas da  música", projeta Maicon dos Santos. A especialidade da Ganja Roots é  rock e reggae, mas quando são chamados para apresentações tocam  todos os estilos de música. A exemplo da gaúcha Ximaruts e da  florianopolitana Iriê, os quatro músicos de Blumenau apostam no estilo,  inspirados principalmente por Bob Marley e Jimmy Cliff. "Acreditamos que  há espaço para conquistar o mercado nacional. Vamos começar pelo Sul,  mas queremos nos tornar bem conhecidos com esse trabalho", avisam.  Com instrumentos de segunda mão, os ensaios são realizados quase que  diariamente, entre duas e três horas, sempre na garagem da casa de um  dos integrantes. As famílias dão apoio ao projeto, mas só o "moral".  Financeiramente, o grupo tem de correr atrás para comprar material. "Aqui  ninguém conta com 'paitrocínio'", brincam. A disposição é tão grande que  eles começaram a gravar o primeiro CD, ainda sem nome. O disco pode  ainda não ter título, mas o grupo já decidiu que ele será composto apenas  de composições próprias. Como é muito caro gravar, o quarteto está  fazendo tudo aos poucos. Por enquanto, uma música já foi registrada. "A  gravadora RVB está nos permitindo gravar em partes. Mas logo queremos  estar com todo o material pronto", afirmam. Ainda falta um flautista  transversal e um percussionista para a banda ficar completa. "Enquanto não temos esses dois membros, trabalhamos com free­lancer", observa John.  Com a banda emplacando, os rapazes acham difícil trabalharem com  jornalismo, apesar, de terem o sonho de tocarem paralelamente as duas  profissões. Marcos Valle investe na new bossa WLADIMIR SOARES Especial para A NOTÍCIA Florianópolis ­ O cantor e compositor Marcos Valle anda vivendo dias muito  felizes. Pelo menos é esse sentimento que ele conseguiu imprimir nas 14  faixas de seu novo disco, "Contrasts", que está sendo lançado no Brasil e  na Europa pela Far Out Recordings. Desde que foi redescoberto em  Londres, na década passada, Valle virou um ídolo da new bossa, uma forma musical que utiliza as harmonias da bossa nova e os ritmos eletrônicos que  embalam as pré­baladas nos lounges da vida. Fiel a esse novo conceito, ele deixou para trás os dias das melodias fortes  tipo "Black is Beautiful" ou "Mustang Cor de Sangue" para se engajar de  corpo e alma nesse novo conceito. O resultado é um disco agradável para  ser ouvido como música de fundo ou para embalar momentos em que a  felicidade pede trilha sonora. Contando com arranjos eficientes e músicos  de primeira, o CD só se ressente de uma certa mesmice sonora, motivada,  com certeza, por ter o compositor enquadrado sua inspiração numa fórmula  que está mais de olho no mercado do que na criação artística. O CD começa com uma letra bastante reveladora desses princípios,  embora seja de autoria de Joyce: "Me fala no ouvido dez/ besteiras de  amor, ai, ai/.../tanto lugar­comum/ tão bom de se ouvir/fala pra me agradar  pra me divertir". A autora volta a aparecer no disco dividindo os vocais na  faixa "Valeu", com letra também escrita por ela. Outro letrista que ganha  espaço no disco é o mineiro Ronaldo Bastos que, de olho no mercado  externo, compôs "My Nightingale" diretamente em inglês. O CD tem três bônus tracks bem dançantes com remixes de músicas que  estão no começo do disco, com os arranjos do próprio Marcos Valle. O 
  • 6. O CD começa com uma letra bastante reveladora desses princípios,  embora seja de autoria de Joyce: "Me fala no ouvido dez/ besteiras de  amor, ai, ai/.../tanto lugar­comum/ tão bom de se ouvir/fala pra me agradar  pra me divertir". A autora volta a aparecer no disco dividindo os vocais na  faixa "Valeu", com letra também escrita por ela. Outro letrista que ganha  espaço no disco é o mineiro Ronaldo Bastos que, de olho no mercado  externo, compôs "My Nightingale" diretamente em inglês. O CD tem três bônus tracks bem dançantes com remixes de músicas que  estão no começo do disco, com os arranjos do próprio Marcos Valle. O  samba "Valeu" foi remixado por 4 Hero Remix e toda a parafernália de  discotecagem de Marc Mac. "Parabéns" ganhou nova programação a cargo  do grupo Das­I­Kue­4 Bugs In The Attic Remix. O melhor ainda é a  batucada que o belga Dirk Swartenbroekx, da produção do Buscemi's  Jungle Jazz Mix, colocou na música "Nega do Balaio". Os tempos  melódicos de "Preciso Aprender a Ser Só" e "Viola Enluarada"  decididamente são apenas recordações na fase atual da carreira de Marcos  Valle. Wladimir Soares, crítico de música Foto: Divulga ção Prazer  de ler e olhar "História Natural de Sonhos",  lançado hoje, na Capital, reúne  poemas do alemão Fritz Müller Deluana Buss Florianópolis ­ Apaixonado por plantas e animais, o alemão Fritz Müller  (1822­1897) também amava as palavras. Nada mais natural, então, que  passasse para os versos um pouco de seu conhecimento sobre a natureza.  Com sua caligrafia caprichada compôs, em 1859, os 12 poemas que  integram "História Natural de Sonhos", edição bilíngüe que a Editora  Nauemblu lança hoje em Florianópolis. O livro é um prazer de olhar e ler. A tradução cuidadosa feita por Lia  Carmen Puff e Dennis Radünz mantém, sempre que possível, o rigoroso  jogo de rimas do texto original, mas não deixa de "atualizar" algumas  passagens, à procura da melhor expressão em português. Nascido na  aldeia Windischholzhausen, na Alemanha, Johann Friedrich Theodor Müller  dedicou­se aos estudos em farmacologia, botânica, filosofia e medicina até  imigrar para o Brasil, chegando à catarinense Blumenau em 1852, mesma  cidade onde morreria 45 anos mais tarde. Estudioso de idiomas ­ dominava  o inglês, francês, sueco e português ­, escolheu sua língua materna para  fazer poesia. Os manuscritos, originalmente agrupados num pequeno  caderno, estão impressos no livro, emoldurados pelas caprichadas  ilustrações da artista plástica Jandira Lorenz. Pai de nove filhas, Fritz Müller criou para elas os poemas, e aproveitou para  passar, de forma agradável, alguns ensinamentos. Cientista da natureza  que encontrou na mata virgem subtropical do Vale do Itajaí inspiração para  suas pesquisas, escreveu sobre a fauna e a flora, escolhendo como tema  central dos versos a luta pela sobrevivência. É assim que mamoeiro e  tamareira surgem fazendo uma sadia disputa, mostrando que as diferenças,  ao invés de depreciar, podem ser vantajosas para cada um dos lados  envolvidos. Em seguida é a vez do pica­pau, que animado trabalha  buscando seu alimento, "Sem esforço nada vai acontecer!". Mais adiante,  como não sentir pena da paca? Afinal ela está tão inocente seguindo em  seu passeio, animada por ter repentinamente encontrado uma nova trilha.  Pobrezinha, caminha para a armadilha que a deixará "ali bem mortinha",  logo transformada em assado. Fritz também alerta para os perigos à  espreita, como a jararaca matreira que aproveita a impetuosidade  desavisada do cãozinho mascote para dar seu bote. É leitura para todas as  idades. O QUÊ: Lançamento do livro HISTÓRIA NATURAL DE SONHOS, com  poemas de Fritz Müller. QUANDO: Hoje, 18h30, 21h. ONDE: Livraria Livros  e Livros, rua Jerônimo Coelho, 215, centro, Florianópolis, tel.: (48) 222­ 1244. QUANTO: R$ 20,00. Vaga­lume   Refrescante e indolente, calmo chega o poente. No calor do dia o trabalho foi vencido. Ao descanso, ao descanso! Chama o uru num gozo. No silêncio da noite estejam adormecidos! Mas o vaga­lume despertou agora  e na noite de verão voa sem demora. E como ele voa com muito jeito duas estrelas lhe acendem no peito: Na escuridão cintilando vão, criando um brilho relampejante, através das flores e dos talos de capim, e entre as copas de palmeiras sem fim vai o vaga­lume num vôo dançante. 
  • 7. E como ele voa com muito jeito duas estrelas lhe acendem no peito: Na escuridão cintilando vão, criando um brilho relampejante, através das flores e dos talos de capim, e entre as copas de palmeiras sem fim vai o vaga­lume num vôo dançante.  O cume do morro arde em chamas, faíscas saltam, o fogo arrasa. "Que luz será essa nesse bailado? Deve ser um alegre encontro." Cuidado, cuidado, vaga­lume tonto!  Mas o vaga­lume não hesita,  segue apressado a luz aflita. "Atenção, chegou um novo convidado!" e assim ele avança, precipitado, e lança­se então na clara ardência; as boas vindas foram a sua imprudência. As asas queimam, perde os sentidos, e está lá o vaga­lume jazido. Fritz Müller Livro propõe contato com Portinari Florianópolis ­ Quando descobriu­se grávida, há cerca de um ano, a artista  plástica e professora Sílvia Andreis passou a ter mais contato com o  universo infantil. Completados os quatro meses da primeira filha, Inaê, Sílvia  colhe hoje o segundo fruto dessa gestação e lança o livro infantil "Brincando  com Portinari" (Editora Unisul), que escreveu e ilustrou, hoje, na Capital. Com sua pequena inspiração no colo reclamando atenção, Sílvia conta que  a intenção de compor a obra é incentivar as crianças à apreciação das  artes e prepará­las para um futuro ligado à área. "Esse primeiro contato  ajuda ela a ter um pensamento mais crítico, ter sentimento de como é a  imagem. Assim, aprende que, como o artista se expressa, ela também  pode se expressar." Universo infantil A história passa­se em Florianópolis e tem como enredo três crianças que  conhecem a obra de Cândido Portinari. Para ressaltar a ligação dos textos  com o universo infantil, estão reproduzidas seis obras do pintor nas quais  expressa sentimentos ou situações da própria infância. "A intenção é que  tenham interesse de pesquisar o restante da obra, até a temática social",  reforça e exemplifica a artista. Entre as aventuras infantis registradas na obra, estão passagens de futebol  no parque de Coqueiros e moleques soltando pipa na praia de Itaguaçu.  Sílvia explica que essa referência ao local é importante para a criança criar  vínculos próprios com o mundo da arte. Uma das idéias futuras, a partir da  obra, é trabalhar o mesmo universo junto aos alunos das classes de arte da  Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e de design da  Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) para as quais ministra  aulas. O QUÊ: Lançamento do livro BRINCANDO COM PORTINARI. QUANDO:  Hoje, 19h. ONDE: Livrarias Catarinense, Beiramar Shopping, rua Bocaiúva,  2.468, centro, tel.: (48) 271­6000. QUANTO: R$ 16,00.  Discoteca Electro­Cidade   Astronautas ­ (Monstros Discos) ­ O rock que faz a linha heavy, mas bem  pesada mesmo, também tem o direito de ousar experimentações. Trio  pernambucano ­ André Frank, Rodriguez e Dudu Sat ­, os Astronautas ­ faz  com que as guitarras, o baixo e a bateria (sempre com um músico  convidado) um inferno sonoro pontuado com samples, programações e até  um violãozinho que homenageia João Gilberto. Isso faz diferença, mas não  transforma o resultado num grande disco. Talvez, se o vocal de André  ganhasse mais destaque na mixagem e as letras se sobressaíssem, o  resultado poderia ser mais estimulante. Há, porém, boas faixas:  "Máquinas", "Comunicação em Bossa Moderna" e a entrada bem dançante  de "Sentimentos". (WS) A Ameaça Continua Tequila Baby (Orbeat Music) ­ Outra banda de rock explícito formada pelos  gaúchos Duda Calvin, James Andrew, Didi Gloor e Rodrigo del Toro. Eles  reclamam, em algumas faixas, que tem sempre uma garota trocando um  deles por discos de punk rock. O humor poderia ser uma vertente bem  aproveitada pelo grupo como na faixa "Sexo, Pássaros e Rock'n'roll" (com  uma letra ótima, onde os pássaros bicam a cabeça do Hitchcock e do  Alfredo também). O problema é o vocal de Duda. Como ele precisa  demonstrar uma atitude de roqueiro, exibindo aquela voz gutural que parece  natural em americanos ou ingleses, acaba cantando de maneira forçada e 
  • 8. gaúchos Duda Calvin, James Andrew, Didi Gloor e Rodrigo del Toro. Eles  reclamam, em algumas faixas, que tem sempre uma garota trocando um  deles por discos de punk rock. O humor poderia ser uma vertente bem  aproveitada pelo grupo como na faixa "Sexo, Pássaros e Rock'n'roll" (com  uma letra ótima, onde os pássaros bicam a cabeça do Hitchcock e do  Alfredo também). O problema é o vocal de Duda. Como ele precisa  demonstrar uma atitude de roqueiro, exibindo aquela voz gutural que parece  natural em americanos ou ingleses, acaba cantando de maneira forçada e  nunca se sabe se ele está debochando ou caricaturando. (WS) Dany & Diego (Indie Records) ­ Esta dupla sertaneja tem padrinhos fortes: Teodoro &  Sampaio produziram 14 das 16 músicas desse disco e ainda exibem seu  portentoso vocal na faixa "Bate a Bota No Chão". Dany e Diego usam a  primeira e a segunda vozes de maneira original, sem ceder à tentação de  copiar os astros da modalidade. Nem por isso eles fogem do convencional.  Saem­se melhor nas modas de viola e revivem um clássico que já fez  sucesso na voz de Tião Carrero, "O Poder da Fé". Também cantam o que  se poderia chamar de "moda de sanfona", uma espécie de xote com  sotaque caipira, como em "Fechou o Tempo". E decepcionam quando  enveredam pelas baladas sertanejas, como na pavorosa "Primeira Luz".  (WS) No Calçadão Max Viana (BMG) ­ Max Viana é um cantor/compositor/instrumentista que  também tem padrinho forte: papai Djavan, músico e compositor, é seu  parceiro em várias músicas e ainda coloca sua voz numa participação  especial em "Parte da Gente". O irmão João Viana igualmente marca  presença no trabalho, tocando bateria. Max é moderno, tem um jeito de  compor que lembra bastante o estilo de Djavan, adora programações  eletrônicas e dá um brinde, a faixa bônus "Prazer e Luz", um remix bem  dançante produzido por Memê. Apesar de tantos aspectos positivos, o  disco não resulta numa sinergia. Max canta de uma maneira mecânica que  transforma a audição do CD num momento enfadonho. (WS) Estante "ÁGUA E SEXUALIDADE" Michel Odent, Editora Letras Contemporâneas. Odent aprofunda a  experiência como cirurgião e obstetra advinda de anos de trabalho na  maternidade de Pithiviers, na França. Na publicação, registra a estratégia  de trabalho de parto em que a água atua como elemento terapêutico e  propicia manifestações fisiológicas naturais. A ação fez surgir o Primal  Health Institute, que o médico fundou em Londres e tem como intuito  incrementar os estudos sobre nascimentos. 160 páginas, R$ 29,00. "DIAS DE PAZ EM CLICHY" Henry Miller, Editora José Olympio. Erótico e contemplativo, o livro remonta  a época em que o autor auto­exilou­se na França, nos anos 30, experiência  regada a muita luxúria e vinho, que fez publicar suas três mais importantes  obras. Em linguagem simples e direta, Miller incorpora o personagem Joey,  que divide quarto com Carl ­ pseudônimo do escritor Alfred Perles ­, gasta  seu salário com mulheres e, sem dinheiro, come sanduíches achados no  lixo. 112 páginas, R$ 22,00. "ADORO MORRER" Tibor Fischer, Editora Rocco. A obra é o primeira de contos de Fischer,  considerado um dos melhores escritores revelados nos anos 1990. Com  histórias curtas, o autor tem liberdade para criar situações esdrúxulas e  personagens excêntricos. Com humor negro e enredos criativos nas sete  histórias, os personagens são quase todos europeus fracassados,  esquisitos, entediados e cínicos, que objetivam encontrar a felicidade, seja  em férias remuneradas ou em ter emprego. 244 páginas, R$ 32,00. "A IRA DAS ÁGUAS" Edla van Steen, Editora Global. A escritora catarinense, radicada há 40  anos em São Paulo, volta a lançar um livro depois de três anos da  publicação de "No Silêncio das Nuvens". No volume de contos inéditos ­  prefaciado por Deonísio da Silva ­ Edla reforça o estilo coloquial e extrativo  de um enredo forte em assuntos aparentemente banais. O lancamento da  obra casa também com a estréia da peça "Primeira Pessoa", escrita para a  atriz Eva Wilma. 224 páginas, R$ 34,00. "CÓDIGO DE UMBANDA" Rubens Saraceni, Editora Madras. A publicação faz uma análise apurada  dos elementos que envolvem o ritual de umbanda sagrada, tanto sobre suas  práticas como sua difusão. O livro é dividido em quatro partes. A primeira,  trata da formação religiosa. A segunda, sobre a magia e a desmistificação  de que qualquer um pode praticá­la. As duas últimas são voltadas para a  exposição das bases científicas sobre as quais se assentam as  manifestações dos orixás. 576 páginas, R$ 64,90. Manchetes AN  Das últimas edições de Anexo 06/12  ­  Jorge Ferro  é sepultado em I ç ara 05/12  ­  O Brasil sem Tom 04/12  ­  Pra dan ç ar no ver ão 03/12  ­  Mais um museu em SC 02/12  ­  Excel ência nacional
  • 9.  Das últimas edições de Anexo 06/12  ­  Jorge Ferro  é sepultado em I ç ara 05/12  ­  O Brasil sem Tom 04/12  ­  Pra dan ç ar no ver ão 03/12  ­  Mais um museu em SC 02/12  ­  Excel ência nacional 01/12  ­  A imagem como esperan ç a 30/11  ­  Enxuta e coerente     Copyright  ©  2000 A Notí cia  ­ Fone: 055 ­0xx47 431 9000  ­ Fax: 055 ­0xx47 431 9100  ­ Rua Ca çador, 112  ­ CEP 89203 ­610 ­ C. Postal: 2  ­ 89201­972 ­ Joinville  ­ SC  ­ BRASIL  ­E X P E D I E N T E P o r : T o r q u e   C o m u n i c a çã o  e  In te r n e t