Avisos da natureza_-_o_mar_de_aral

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Avisos da Natureza: Lições não Aprendidas
Episódio: “O Mar de Aral”
Resumo
A série Avisos da Natureza: Lições não aprendidas destaca como algumas invenções,
ideias e produtos desenvolvidos pela humanidade ao longo da história trouxeram
consequências negativas para a saúde do ser humano e para o equilíbrio do meio ambiente.
Nesse episódio, o destaque é o desastre ambiental ocorrido na Ásia Central, resultado do
processo de irrigação das estepes para o plantio desordenado de algodão, que transformou a
região do Mar de Aral em um imenso deserto, gerando sérios impactos ambientais e sociais.
Palavras-chave
Mar de Aral, meio ambiente, desertificação, irrigação, agricultura, pesca.
Nível de ensino
Fundamental (8º e 9º anos).
Ensino Médio.
Modalidade
Educação de Jovens e Adultos
Componente curricular
Geografia, educação ambiental.

Disciplinas relacionadas
Ciências, Biologia.
Aspectos relevantes do vídeo
O episódio, com duração média de 28 minutos, nos alerta para as graves
consequências decorrentes das ações antrópicas sobre o meio ambiente que provocaram
sérios desequilíbrios na região banhada pelo Mar de Aral, atingindo também a população
local e a atividade pesqueira. Impactos ambientais e sociais, decorrentes de ações não
planejadas, destruíram todo um ecossistema levando à falência a atividade pesqueira local
ao mesmo tempo em que florescia a agricultura irrigada do algodão e do arroz. O Mar de
Aral, na verdade um grande lago interior, sem comunicação com o oceano, é alimentado
por dois rios principais: Sir Daria e Amu Daria, que formam uma fronteira natural entre o
Cazaquistão e o Uzbequistão. Nos anos 1960, era o quarto maior lago do mundo. Hoje, está
em vias de desaparecer. A destruição do Mar de Aral é um exemplo de como uma tragédia
ambiental e humanitária pode ameaçar rapidamente toda uma região. Tal destruição,
iniciada numa época em que se pensava que os recursos naturais eram infinitos e que a
natureza, por si só se renovava, constitui um caso clássico de desenvolvimento não-
sustentável. Vale a pena estudá-lo, pois, de certa forma, prefigura o que poderá acontecer
no nível planetário se a humanidade continuar a desperdiçar recursos finitos como a água.
O documentário, com depoimentos de pessoas nativas da região e de especialistas, é
um alerta e ao mesmo tempo um pedido de socorro diante de uma tragédia ambiental
irreversível que foi por muitas décadas escondida pela “cortina de ferro” do regime
socialista soviético.

Duração da atividade
Contando com a exibição do vídeo, recomenda-se duas horas-aula.
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Identificar os diferentes elementos que compõem um ecossistema.
Compreender a necessidade de preservar a harmonia da biosfera, entendendo que as
espécies de seres vivos, inclusive a humana, mantêm relações de dependência e que a ação
não planejada sobre o meio ambiente pode gerar desequilíbrios ambientais irreversíveis.
Perceber os impactos ambientais decorrentes da agricultura irrigada em áreas semi-áridas
com ecossistemas extremamente frágeis.
Compreender a relação entre atividade econômica e degradação do meio ambiente.
Conhecimentos prévios que devem ser trabalhados pelo professor com o
aluno
Diferenciar Oceanos, Mares e Lagos.
Ressaltar os processos, as causas e as consequências da desertificação.
Pontuar os principais agentes do desequilíbrio ambiental e suas relações, como:
• Crescimento populacional e maior produção de alimentos.
• Crescimento econômico e maior consumo de matérias-primas altamente poluentes
como carvão, petróleo e gás.
• Contaminação das águas por elementos tóxicos, resíduos industriais, dejetos
orgânicos e lixo, e a interferência nas atividades pesqueiras e na saúde humana.
• Práticas agrícolas intensivas não-sustentáveis, esgotamento e poluição dos solos por
contaminação por pesticidas e fertilizantes nocivos a todas as formas de vida.

Estratégias e recursos da aula/descrição das atividades
Etapa 1 – mobilização
Sugerimos iniciar o tema solicitando previamente aos alunos que tragam para a sala
recortes de jornais, revistas ou informações anotadas dos telejornais e dos documentários
por eles assistidos que falem sobre impactos ambientais, poluição, desmatamentos,
desastres ambientais, etc. Cada aluno, estimulado pelo professor, fará a leitura da sua
notícia, comentará a mesma e colará seu recorte ou anotação numa grande folha de papel
que formará um mural na sala de aula. Em seguida, para motivar a introdução do tema
proposto no vídeo, o professor poderá apresentar a música Sobradinho , composição de Sá
& Guarabyra ( letra e vídeo em http://letras.terra.com.br). Essa interessante reflexão nos
faz pensar no alto custo que assumimos quando o homem intervém na natureza de forma
não planejada, alterando de forma irreversível os ecossistemas. Continuar com a
interpretação da letra da música, indagando dos alunos o que ouviram e o que entenderam.
Estimular respostas simples para as seguintes questões: É possível explorar os recursos sem
destruir a natureza? Por que a água é fundamental para a garantia da vida na Terra? Qual a
importância dos oceanos, mares, rios e lagos para a garantia dessa vida? Se os rios e lagos
secarem, que consequências isso trará para os seres vivos? As atividades industriais,
pesqueiras e a agricultura podem existir sem causar prejuízos ao meio-ambiente?
Essas questões vão aparecer implícitas no documentário sobre o Mar de Aral e
servirão para aguçar a curiosidade dos alunos durante a exibição do vídeo. Seria
interessante ir anotando na lousa as palavras-chaves que surgirão no debate e que poderão
ser consultadas posteriormente no dicionário.

Etapa 2 – Exibição do Vídeo
O vídeo tem uma duração média de 28 minutos. Poderá ser apresentado em dois
momentos de 14 minutos cada. A ideia é fazer um paralelo entre natureza e trabalho
humano.
Primeiro momento (primeira aula): esclareça para os alunos que o documentário
faz um alerta e ao mesmo tempo uma denúncia sobre os riscos de se implantar projetos
grandiosos que não levam em consideração que determinadas ações, em longo prazo,
quando mal planejadas, levam à destruição de todo um ecossistema com sérias
consequências também para o habitat humano. Volte às cenas ou congele a imagem para
mostrar aspectos que chamem a atenção dos alunos.
Faça, junto com a turma, a leitura das imagens apresentadas, indagando sobre o que
viram, o que ouviram e o que “sentiram”. Numa cartolina ou papel pardo preso à lousa,
escreva a palavra NATUREZA no centro do papel e vá anotando no seu entorno as
definições solicitadas aos alunos sobre o que entenderam com relação à região onde se situa
o Mar de Aral. Faça perguntas como: Qual a importância desse mar para o equilíbrio do
meio ambiente? Onde ele se situa? Qual era a sua importância para a população que
habitava e produzia no seu entorno? Como é apresentado o clima, a vegetação e os solos da
região? Quais os dois principais rios que cortam a região e que alimentavam continuamente
o Mar de Aral? Cria-se assim um mapa conceitual que poderá ser aprofundado e servirá de
referência para o estudo do tema “Paisagem Natural na Região do Mar de Aral”. Em
seguida, apresente o mapa da região com a localização geográfica da bacia do Mar de Aral.
Pode ser o mapa-múndi ou a sugestão a seguir.

Na internet acesse http://tvescola.mec.gov.br
http://resistir.info/asia/mar_de_aral.html
Feche a aula pedindo aos alunos que construam um memorial relatando suas
impressões sobre o tema exposto nessa primeira parte.
Segundo momento - (segunda aula): estimule a turma a relatar, oralmente, o que foi
visto e discutido na aula anterior. Retome o vídeo. Volte às cenas ou congele a imagem
para mostrar aspectos que chamem a atenção dos alunos. Faça, junto com a turma, a leitura
das imagens apresentadas, indagando sobre o que viram, o que ouviram e o que “sentiram”.
Numa cartolina ou papel pardo preso à lousa, escreva a palavra TRABALHO no centro do
papel e vá anotando no seu entorno as definições solicitadas aos alunos sobre o que
entenderam com relação às condições de trabalho na atividade pesqueira mostradas no
vídeo antes e depois da construção de canais de irrigação para beneficiar a lavoura do
algodão e do arroz. Faça perguntas como: O que mudou na vida das pessoas que viviam da
pesca? Por que essa atividade foi a mais sacrificada com o projeto de irrigação do governo?
O que mudou na bacia do Mar de Aral a partir da construção desses canais? O que fez o
governo central para resolver o problema das pessoas desempregadas? O que faz o
governo, hoje, junto com a comunidade internacional, para reparar os danos causados ao
e assista ao vivo, 24 horas.

meio-ambiente e às populações que nele vivem, após a intervenção desastrosa no Mar de
Aral? Cria-se assim um mapa conceitual para explorar o tema “Trabalho humano e
impactos ambientais”.
Feche a aula pedindo aos alunos que escrevam uma carta endereçada aos jovens do
futuro, relatando o que aprenderam e as lições que a natureza nos ensina quando não
sabemos respeitar os seus limites. Havendo possibilidades, ouça e interprete a letra da
música O Sal da Terra, composição de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, interpretada pelo
grupo Roupa Nova. (http://letras.terra.com.br).
Questões para discussão
No ano de 1882, um geógrafo russo escreveu: “A presença do Mar de Aral é a prova de
nosso subdesenvolvimento e de nossa incapacidade de explorar grande quantidade de
águas”. Na perspectiva de desenvolvimento sustentável, como seria entendida essa
afirmação, hoje?
O presidente da Academia de Ciências da Turquia disse nos fins dos anos 50: “Eu pertenço
àquele grupo de cientistas que acredita que secar o mar de Aral representa uma vantagem
muito maior do que preservá-lo. Só o cultivo de algodão irá cobrir a falta da pesca e da
indústria existente no mar de Aral”. Em que contexto histórico podemos entender esse
posicionamento?
Que paralelo podemos fazer entre a transposição do Rio São Francisco, no Nordeste do
Brasil, e o desastre ambiental ocorrido na bacia do Mar de Aral? Um grande projeto ou uma
sentença de morte?
A exploração irracional dos recursos naturais pode levar ao seu esgotamento e representar
uma ameaça à segurança da sociedade. Como conciliar desenvolvimento com exploração
da natureza?

Bibliografia
OLIVEIRA, Manuel Correia de (coordenador). Atlas Escolar de Pernambuco. João Pessoa:
Grafset, 2003.
Jornal do Commercio – especial meio ambiente. Recife: 05 de junho 2011.
MAGNOLI, Demétrio, ARAUJO, Regina. Geografia A construção do mundo. Geografia
Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2009.
REVISTA BRASILEIRA DE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE • BIO. Ano XI Nº17.
Janeiro/Março 2001.
Consultora: Marilene Acioly de Matos

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