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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT




                                                                                                                                                                                                    9912259129/2005-DR/MG

                                                                                       A SERVIÇO DAS COMUNIDADES
                                                                                                     COM NIDADES                                                                                          MITRA
                                                                                                                                                                                                        CORREIOS




                                                        JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ         ANO XXIX - 279            FEVEREIRO DE 2013




                                                 O JOVEM NA BÍBLIA                                            JUVENTUDE E RELIGIÃO                                    DIOCESE CENTENÁRIA
                                                    “É próprio do jovem estar pronto para o desafio,             Na página 12, a psicóloga Neusa Figueiredo fala         Igreja diocesana prepara-se para festejar 100
                                                 enfrentar a aventura, sair da rotina e buscar o              sobre o tema: “Juventude e religião é uma parceria      anos de história evangelizadora. Página 06.
                                                 novo, partir para o desconhecido. A conversão                que pode dar certo, se houver práticas religiosas que
                                                 permanente é uma atitude jovem, só o jovem tem               levem a doutrina cristã ao jovem de uma forma não
                                                 coragem de mudar, de inventar, de sair dos padrões,          opressiva, que utilize sua linguagem, seu modo de
                                                 de quebrar o protocolo. O velho continua sempre              agir e conviver, respeitando seu jeito questionador,
                                                 na mesma, no seu canto.” Página 09. Leia mais!               curioso e carente de coisas palpáveis para crer.”

                                                      DIOCESE DE GUAXUPÉ                                                                                                                                              1
editorial
                                                                                                                                                           “Eis-me aqui, envia-me.”
                                                                                                                                                                                           (Is 6, 8)



                                               A vida é feita pelos que têm a cora-            visse para o presente e o futuro. A Igreja       que virão... Ficarão desta juventude gera-
                                           gem de partir e alegria de voltar!                  é guardiã, carrega tesouros que não são          ções de cristãos fortes em sua fé, dispos-
                                               Partir e voltar são dois movimentos             descartáveis. Porém, viver de malas pron-        tos a ir e anunciar.
                                           de uma mesma estação... Os mesmos pés               tas significa partir sempre para alcançar o           É tempo também de retornar... Retor-
                                           que embarcam – embaraçados, confu-                  novo, sem deixar de levar os frutos colhi-       nar às origens não é perder o presente.
                                           sos, audazes, intuitivos – são os pés que           dos em outras estações.                          É celebrar a história, louvar o caminho,
                                           retornam – cansados, experientes, enve-                 É tempo de partir com a juventude. A         bendizer as estações, recordar os feitos,
                                           lhecidos, sábios.                                   Campanha da Fraternidade provoca esse            reconhecer as faces, redescobrir o rumo.
                                               Na Diocese de Guaxupé, é tempo de               movimento. É tempo de jornada... O jo-           A Diocese prepara-se para seu centená-
                                           partir e de retornar.                               vem quer caminhar com a Igreja, quer ser         rio, a ser celebrado em 03 de fevereiro de
                                               Quem parte? Toda a Igreja... Ela é pro-         a Igreja que caminha, que parte para ou-         2016. Até chegar a data, um calendário
                                           priamente o movimento do Cristo no                  tras regiões, que vai às montanhas, como         comemorativo será cumprido passo a
                                           solo de hoje, nas montanhas daqui. Ao               a jovem Maria para encontrar-se com sua          passo, motivação para reviver o tempo,
                                           prosseguir o caminho do Povo de Deus e              prima Isabel.                                    sentir a vida que pulsa nos pulmões dio-
                                           dos discípulos de Jesus, a Igreja está sem-             A juventude diocesana está em belís-         cesanos, contemplar os pés que fizeram
                                           pre de malas prontas para caminhar. Sua             simo cenário. De fato, em movimento. Jo-         este caminho e entusiasmar a todos no
                                           história é feita por homens e mulheres              vens missionários em suas paróquias, em          prosseguimento da missão atribuída por
                                           que ousaram deixar velhas estruturas e              contato e em encontro com os de outras           Cristo aos discípulos-missionários que
                                           buscar novas formas de construir o Rei-             paróquias, dinamizando setores. Tudo             compõem a Igreja Particular de Guaxupé.
                                           no. Não há, dentro dela, um abandono                caminha para o “Bote Fé” diocesano, dia
                                           ao que já se fez, como se não mais ser-             03 de março. E para as muitas estações




                                                                                                                                                    Dom José Lanza Neto


                        voz do pastor

ANO DA JUVENTUDE

   Parece que a Igreja encontrou um        tomou a iniciativa de articulá-la foram             manifestou, não é tempo de ficar se              de Jesus Cristo, na vivência eclesial na
caminho que vai em direção à juven-        os movimentos com seus carismas e                   perguntando o que fazer. Temos ado-              construção de uma sociedade fraterna
tude. Ainda padre recém-ordenado,          espiritualidades.                                   lescentes e jovens em nossas prepara-            fundamentada na cultura da vida, da
trabalhei como coordenador dioce-              A Igreja, como um todo, demorou                 ções para os sacramentos da eucaristia           justiça e da paz. Propiciar aos jovens
sano da juventude por alguns anos.         para se despertar em vista de um tra-               e da crisma; quantos parecem merecer             um encontro pessoal com Jesus Cristo;
Quantos jovens, como frutos daquele        balho de evangelização, organização                 uma atenção e um carinho especial!               possibilitar aos jovens uma participa-
trabalho, despertaram-se em muitos         de nossa juventude. Depois de um                    Acreditemos na força da graça e na luz           ção ativa na comunidade eclesial; sen-
campos: religioso, político, social...     longo período (quase trinta anos) é                 do Espírito Santo.                               sibilizar os jovens para serem agentes
   A grande esperança para o mo-           que se constrói uma bela ideia para                     Levemos em conta, para nossos                transformadores da sociedade.”
mento é que nossas lideranças con-         acolhê-la para valer. Quando se falou               trabalhos, além das orientações da                  Pai Santo, vosso Filho Jesus, condu-
sigam mobilizar as “juventudes” que        no setor juventude, parecia muito                   CNBB os Objetivos Gerais e Especí-               zido pelo Espírito e obediente à vossa
nos parecem alienadas, desarticula-        confuso e incerto. De repente, tudo                 ficos estabelecidos pela Campanha                vontade, aceitou a cruz como prova de
das, longe das comunidades. A bem          começou a ganhar corpo e hoje é re-                 da Fraternidade de 2013: “Acolher os             amor à humanidade. Convertei-nos e,
da verdade, é que se investiu muito        alidade. Quantas luzes - JMJ, Campa-                jovens no contexto de mudança de                 nos desafios deste mundo, tornai-nos
pouco nos últimos anos e tínhamos          nha Fraternidade, DNJ e tantas outras               época, proporcionando caminhos                   missionários a serviço da juventude.
uma juventude desinteressada. Quem         iniciativas... A hora é esta, a graça se            para o protagonismo no seguimento                Amém.


                        expediente
                                         Diretor geral                                       Impressão                                       Redação
                                         DOM JOSÉ LANZA NETO                                 GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO                           Praça Santa Rita, 02 - Centro
                                         Editor e Jornalista Responsável                                                                     CEP. 37860-000, Nova Resende - MG
                                         PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JP    Ilustração                                      Telefone
                                         Revisão                                             MARCELO A. VENTURA                              (35) 3562.1347
                                         MYRTHES BRANDÃO                                                                                     E-mail
                                         Projeto gráfico e editoração                        Conselho editorial                              PASCOM.GUAXUPE@GMAIL.COM
                                         AGÊNCIA TOM - www.agenciatom.com - (35) 3064-2380   PADRE JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, PADRE FRANCISCO    Os Artigos assinados não representam necessariamente a
                                         Tiragem                                             CARLOS PEREIRA, IR. MÁRCIO DINIZ, MARIA INÊS    opinião do Jornal.
                                         3.950 EXEMPLARES                                    MOREIRA E NEUZA MARIA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO.
                                                                                                                                             Uma Publicação da Diocese de Guaxupé
                                                                                                                                             www.guaxupe.org.br



  2                                                                                                                                             JORNAL COMUNHÃO
opinião
A IGREJA DO BRASIL OLHA PARA NOSSOS JOVENS
                                                                                               Por Ana Rita Cardoso Maia Silveira, membro da Paróquia São Benedito de Passos
Campanha da Fraternidade 2013
Tema: Fraternidade e Juventude
Lema: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8)
   “A Campanha da Fraternidade (CF)        uma sociedade fraterna fundamentada         bendo valores, desafios e perigos... A      vo.” Esse deve ser o caminho que nossa
de 2013 retoma o tema Juventude,           na cultura da vida, da justiça e da paz.”   exemplo de Jesus, nossos jovens pos-        Igreja deve mostrar aos nossos jovens
propõe-se olhar a realidade dos jovens,        Quando coloca este objetivo, pro-       sam crescer em “estatura”, “sabedoria”      em sua evangelização. No começo do
acolhendo-os com a riqueza de suas         cura propiciar aos nossos jovens um         e “graça” (Lc 2,52), quando abrangem        novo milênio, João Paulo II nos dizia
diversidades, propostas e potenciali-      encontro pessoal com Jesus Cristo,          as dimensões possíveis da natureza          em sua carta: “Se Cristo lhes for apre-
dades; entendê-los e auxiliá-los neste     a fim de que cada um possa viver a          humana. Não se trata de um cresci-          sentado com seu verdadeiro rosto, os
contexto de profundo impacto social        vocação para a qual, nós, batizados,        mento quantitativo, que apenas con-         jovens reconhecem-no como resposta
e de relações midiáticas; fazer-se soli-   somos chamados a ser discípulos mis-        temple todas as facetas juvenis. Trata-     convincente e conseguem acolher a
dária em seus sofrimentos e angústia       sionários e uma vivência pessoal, com       -se de uma questão qualitativa. Para        sua mensagem, mesmo se exigente e
especialmente junto aos que mais so-       projeto de vida que leve cada jovem a       Deus, a qualidade não se traduz senão       marcada pela cruz.” Quem se encon-
frem com os desafios desta mudança         assumir sua posição de evangelizador        na plenitude.                               tra com Jesus e deseja segui-lo, deve
de época e com a exclusão social; rea-     na sociedade em que vivemos. Para               Os projetos pastorais e sociais pre-    abraçar com empenho seu projeto. A
vivar-lhes o potencial de participação e   que possa ser agente transformador          cisam revestir-se da mística e perpas-      Igreja deve trabalhar incessantemente
transformação” (Texto Base nº 1).          dessa sociedade que massacra nossos         sados de um sentido transformador,          por uma catequese que lance as bases
   A Igreja vem lutando para que nos-      jovens com a onda de violência e que        baseado no Evangelho. Deve ter-se em        da fé, que introduza o jovem no misté-
sos jovens encontrem seu lugar, para       possam viver na justiça e no amor.          mente a dimensão do encontro pesso-         rio de Cristo, que faça compreender o
que busquem uma evangelização cons-            São novos tempos! A juventude           al com Cristo, como princípio da ação       significado das liturgias.
ciente, seguindo os passos do Mestre.      atual se difere daquela dos anos 60         católica.                                       A Igreja como mãe educadora, pre-
Por isso, ela coloca nesta CF 2013 como    que se organizava especialmente no              O Papa Bento XVI nos diz: “Ao iní-      sente na vida do jovem, reconhecendo
objetivo geral: “Acolher os jovens no      meio estudantil e tinha uma situação        cio do ser Cristão, não há uma decisão      seu direito de viver uma relação ínti-
contexto de mudança de época, pro-         política bem determinada. Compre-           ética ou uma grande ideia, mas o en-        ma com Deus, encaminhando-o a esse
piciando caminhos para seu protago-        ender essa mudança de época, tomar          contro com um acontecimento, com            encontro com Cristo e lhe oferecendo
nismo no seguimento de Jesus Cristo,       consciência da realidade, da cultura        uma Pessoa que dá à vida um novo ho-        participação, poderá ser também a
na vivência eclesial e na construção de    midiática em que se encontra, perce-        rizonte e, dessa forma, o rumo decisi-      mãe que lhe exige atitude.



    “Ao início do ser Cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas
    o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo
                      horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo.”
                                                                                                                                                      Papa Bento XVI




      DIOCESE DE GUAXUPÉ                                                                                                                                               3
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MONSENHOR HILÁRIO PARDINI CELEBRA 70 ANOS DE SACERDÓCIO
                                                                                                                                                                                        Por Bruno Luiz Godinho
                                                                                                      Foto: Bruno Godinho
   Aos vinte dias do mês de dezem-          tenta anos de ordenação.
bro do ano de 1942, em Guaranésia,              A celebração teve a presença da
pelas mãos de Dom Hugo Bressane de          comunidade paraisense. Dom José
Araújo, assistido por 12 sacerdotes, o      Lanza Neto e muitos padres da Dio-
jovem Hilário Pardini era ordenado          cese de Guaxupé e de outras dioceses
sacerdote para sempre, com o Lema           também participaram, comungando
“Sacerdote do Deus Altíssimo”.              do mesmo Pão com monsenhor Hilá-
   E, no dia 20 de dezembro de 2012,        rio, cuja vida ministerial é fiel aos pro-
presidia uma solene Eucaristia, às          pósitos de Cristo.
19h30, na matriz São Sebastião de               Em seguida, um jantar, no salão da
São Sebastião do Paraíso, por seus se-      Igreja São José, fechou o dia festivo.                    Monsenhor diz sobre a alegria de ser padre



DIOCESE TEM PRESENÇA NO IRPAC
                                                                                                                                                                                     Por Francisco Geraldo Alves
Foto: Coordenação de Catequese                  Mais uma vez, nossa diocese esteve pre-                e eclesial. Além disso, capacitar formadores e/              de iniciação à vida cristã de adultos, jovens e
                                            sente no Instituto Regional de Pastoral Cate-              ou multiplicadores (coordenadores) para a for-               crianças.
                                            quética (IRPAC). O IRPAC é a Escola Bíblico-Ca-            mação de catequistas de base.                                    Para participar do curso, é preciso ser in-
                                            tequética do Regional Leste II (Minas Gerais e                 Desde o ano 2000, o IRPAC passou a ter                   dicado pelas coordenações diocesanas de
                                            Espírito Santo). Aprovado por todos os bispos              quatro módulos e a carga horária total é de                  Catequese do Leste II.
                                            do regional, o curso teve início em 05 de janei-           308 horas/aula. Cada módulo aprofunda um                         Em 2013, o IRPAC passará a ser pós-
                                            ro de 1987, em Belo Horizonte-MG, para onde                aspecto essencial para a formação de um co-                  -graduação, especialização em Catequese,
                                            voltou, depois de 23 anos sendo realizado no               ordenador de Catequese e/ou formador de                      pela PUC-Minas, em parceria com o Regional
                                            Centro Dom Bosco, em Cachoeira do Campo-                   catequistas.                                                 Leste II. O curso aconteceu entre os dias 06 e
                                            -MG. Seu objetivo é preparar coordenadores                     Esta escola procura oferecer uma forma-                  17 de janeiro, na Casa de Retiro São José em
                                            de Catequese nos vários níveis de Igreja (dio-             ção integral, que traga sentido para vida de                 Belo Horizonte. A Diocese de Guaxupé foi
Grupo representante da diocese              ceses, paróquias), visando à formação pessoal              cada um e provoque a melhoria do processo                    representada por 12 cordenadores/cursistas.



DIOCESE SE DESPEDE DOS PADRES ONOFRE, ORNELAS E BENEDITO JOSÉ
                                                                                                                                                                                           Por Pe Gilvair Messias
   A Diocese de Guaxupé sofreu três         Foto: Arquivo
grandes perdas no mês de janeiro. Dia
01, Mons. Onofre Teixeira Filho que,
por meses, lutou contra um câncer.
Dia 12, Mons. José do Amaral Ornelas
que, até então, era o sacerdote pri-
mogênito no presbitério local. E dia
23, Côn. Benedito José da Silva que,
desde 1960, residia em São Tomás de
Aquino.
   Mons. Onofre era pároco de Area-
do. Natural de Passos, filho da paró-
quia Nossa Senhora da Penha, atuou
na diocese durante 27 anos como
presbítero. Foi também pároco nas
paróquias São José de Botelhos e
Nossa Senhora Aparecida de Passos.
No final da década de 1980 e início de
1990, trabalhou como vice-reitor do
Seminário Maria Imaculada e forma-
                                            Da esquerda para a direita: Cônego Benedito José da Silva, Mons. Onofre Teixeira Filho e Mons. José do Amaral Ornelas
dor de Equipe de Vida, época em que
os seminaristas da diocese de Guaxu-
pé estudavam na Arquidiocese de Ri-         as décadas de 40 e 50. Foi pároco em                         Cônego Benedito José da Silva era                          naquele mesmo, recebeu o título de
beirão Preto. Até 2004, esteve ligado       Cássia, capelão da Aeronáutica no                         natural de Caxambu (MG). Religioso                            cônego honorário.
à formação presbiteral como reitor          Rio de Janeiro e, por 15 anos, pároco                     da Congregação de Nossa Senhora                                   A Diocese de Guaxupé rende a
do seminário de teologia da diocese,        de Arceburgo (MG), local de sua úl-                       de Sion, foi ordenado padre em 1952.                          Deus graças pela vida de seus presbí-
em Pouso Alegre. No Setor Areado, foi       tima residência. Ordenado em 1939                         De 1952 a 1960, atuou na formação                             teros Onofre, Ornelas e Benedito José
ainda coordenador de pastoral e re-         por dom Ranulpho da Silva Farias, 2º                      e preparação de novos padres de                               e, na ocasião de sua páscoa, manifes-
presentante do clero junto à Pastoral       bispo diocesano, foi por vários anos                      sua comunidade religiosa. Em 1960,                            ta solidariedade aos familiares, ami-
Presbiteral.                                o padre com mais tempo de vida da                         atuou por três meses na Paróquia São                          gos e fiéis.
   Aos 98 anos, sendo 73 de sacer-          diocese. Quando visitado, até os úl-                      Benedito de Passos. E, em São Tomás
dócio, a vida de Mons. Ornelas foi de       timos meses, manifestava lucidez so-                      de Aquino, foi pároco de 1960 até
intensa dedicação à Igreja. Atuou por       bre todos os fatos da Igreja e da vida                    1999. Ainda em 1967 ocorreu sua in-
10 anos no “Jornal Diocesano”, entre        social.                                                   cardinação na Diocese de Guaxupé e,

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homenagens
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PENHA – PASSOS                                                 PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO – AREADO
                                  Por Vera Silveira Coordenadora da PASCOM - Penha           Por João Pedro Palmieri, membro da Pastoral Carcerária da Paróquia São Sebastião de Areado
    Monsenhor Onofre, filho da Pa-         Maria. Na simplicidade, revelava seu              Mons. Onofre viveu por mais de               te piedoso e seguidor do coração de
róquia de Nossa Senhora da Penha,          amor e zelo pelas coisas do Pai, assim        vinte e cinco anos seu Ministério                Jesus no desempenho das tarefas
iniciou sua vida cristã, nessa comu-       como Maria.                                   Sacerdotal, sempre leal a Cristo, à              apostólicas e na condução do re-
nidade. Foi secretário paroquial,              A Monsenhor Onofre, nosso obri-           unidade da Igreja e à hierarquia, dig-           banho, sempre ávido de orientação
sacristão e teve como orientador           gado por ter sido exemplo de fiel             nificando o Sacramento da Ordem,                 espiritual, tanto nos momentos de
espiritual, Monsenhor Matias, gran-        seguidor de Jesus Cristo, de filho            honrando de forma incontestável o                calmarias como nos de tormentas,
de incentivador e referência para a        zeloso e amoroso de Maria, por ter            catolicismo e ornamentando a vida                o que ele fazia a todo tempo sem
vida Até então, era carinhosamente         evangelizado com tanta dedicação e            sacerdotal.                                      se desviar sequer por um minuto da
chamado por todos como “Nonó.”             amor o povo que Deus lhe confiou.                 Após alguns meses de sofrimen-               rota da caridade, dom que, como an-
Acompanhado por Monsenhor Ma-              Aos seus familiares, obrigado por             to, muita fé e admirável resignação              tes dito, constituiu a coluna mestra
tias, lapidou muito bem sua vocação.       ter dividido conosco a alegria de um          em razão de doença grave, nosso                  de seu fiel, santo e corajoso Ministé-
No Santuário de Nossa Senhora da           filho, de um irmão, e nos ter permi-          querido Mons. Onofre faleceu na ci-              rio Sacerdotal.
Penha, em Passos, aconteceu sua or-        tido tê-lo como parte dessa grande            dade de Passos, onde se encontrava                   Suas homilias, testemunhadas
denação presbiteral.                       família que somos todos nós, família          em companhia de seu irmão Josué,                 pela própria vida, calavam fundo em
    Como falar de Monsenhor Ono-           diocesana de Guaxupé.                         da cunhada Carmem e recebia zelo-                nossa alma e em nosso coração, por-
fre sem mencionar sua devoção à                Por isso, a homenagem maior que           sos cuidados familiares, médicos e               que profundas e ao mesmo tempo
Virgem Maria? Suas palavras trans-         temos para Monsenhor Onofre, acre-            hospitalares.                                    simples, sábias e pedagogicamente
bordavam alegria e emoção quando           dito seja hoje cantar para a Mãe, e de            Como é de conhecimento públi-                teológicas. A gente não se cansava
falava da Mãe. E, no dia 01 de janei-      maneira diferente das outras vezes,           co, ele exerceu o Ministério Sacerdo-            em ouvi-las, principalmente porque
ro, Solenidade da Santa Maria, Mãe         porque agora, de modo sublime e               tal nesta cidade por alguns anos, na             ele falava sempre com maestria e au-
de Deus, Ela acolhe em seus braços,        divino, ele goza da alegria de cantar         dignificante função de pároco e, nós,            toridade. Jamais vamos esquecê-las!
esse filho tão amado e o apresenta         face a face para a mãe que o apre-            leigos, membros da Paróquia São Se-                  Finalmente, estamos certos de
ao Pai.                                    senta ao Pai: “Virgem querida, ó Mãe          bastião de Areado, somos gratos a                que Deus jorrou sobre Mons. Onofre
    Monsenhor Onofre não tinha             carinhosa, que no seu trono, um filho         Deus pela presença diuturna, santa e             abundantes e generosas bênçãos,
noção do quanto ele parecia com a          acolhe... Apresenta ao Pai, esse que          obreira desse pastor de inexcedíveis             pois, a exemplo do patrono, São Cura
Mãe. Seu silêncio falava tanto como        tanto amou, que aqui na terra, que            virtudes, cuja vida, na sublime mis-             D’Ars, no exercício do Santo Ministé-
o silêncio de Maria. Sua humilda-          aqui na terra seu Amor revelou...”            são de padre, teve tudo a ver com a              rio Sacerdotal foi sempre firme como
de era expressa por palavras e nos                                                       vida de São Cura D’Ars, em especial,             a rocha, resistente como o aço, va-
gestos, assim como a humildade de                                                        quanto ao amor constante e conta-                lioso como o ouro e sempre radiante
                                                                                         giante por nossa formação cristã,                como o sol das manhãs de primavera,
                                                                                         ética e moral, enquanto cristãos ca-             razão por que ele, que era para nós,
“PADRE ORNELAS: PREITO DE GRATIDÃO”                                                      tólicos e povo de Deus a ele confia-             aqui na terra, uma luz no caminho,
                                    Discurso parcial de Sander Rogério Ribeiro Pereira   dos pela Igreja particular, Diocese de           lá no céu, no abençoado seio do Se-
                                                                                         Guaxupé.                                         nhor e ao lado de Maria Santíssima,
    Nasceu o padre José do Amaral             Padre Ornelas foi o último padre               Mons. Onofre, no meio de nós,                a quem ele tanto amava, continuará
Ornelas, em São Sebastião do Para-         ordenado por dom Ranulpho da Silva            revelou-se humilde pastor, sacerdo-              sendo um caminho de luz.
íso, Minas Gerais, a 23 de setembro        Farias, aqui na Diocese de Guaxupé.
de 1914.                                      Em 25 de Março de 1939, subita-
    De 1933 a 1938, esteve matricula-      mente morreu monsenhor José Phili-            neiro, onde permaneceu até 1974,                 Paroquial “Francisco Lima de Souza
do no Seminário Arquidiocesano “Co-        ppe da Silveira, então pároco de São          ano em que foi para a reserva.                   Dias” e em outros setores de ampa-
ração Eucarístico de Jesus”, em Belo       Sebastião do Paraíso. Permaneceu                 A seu pedido ao então Bispo Dio-              ro aos necessitados foi reconhecida-
Horizonte, Minas Gerais. Recebeu a         padre Ornelas, por ordem de dom               cesano de Guaxupé, dom José Al-                  mente sem igual.
ordem de presbítero pela imposição         Ranulpho, como Pároco da Paróquia             berto Lopes de Castro Pinto, esteve                  Três excelsos dons ornamentaram
das mãos de dom Ranulpho da Sil-           de São Sebastião do Paraíso, até 03           como pároco de São João Batista                  o caráter impoluto do reverendo: sa-
va Farias, então Bispo Diocesano de        de setembro de 1939, quando foi               de Arceburgo, Minas Gerais, de 06                bedoria, paciência e humildade. Só
Guaxupé, na Igreja Matriz da Paró-         nomeado Secretário Geral do Bispa-            de março de 1975 a 17 de março de                um espírito assim favorecido poderia
quia de São Sebastião do Paraíso. A        do de Guaxupé, servindo primeiro              1990, quando se afastou da função                merecer o preito de admiração que
propósito, no interessante livro “São      dom Ranulpho e depois, dom Hugo               de pároco, por limite de idade, con-             lhe votou o rebanho que soube com
Sebastião do Paraíso e sua História”,      Bressane de Araújo. Manteve-se no             forme prevê o Código de Direito Ca-              amor e dedicação apascentar duran-
de autoria do doutor José de Souza         cargo até 1950, prestando relevantes          nônico, mas continuou residindo na-              te os últimos anos de vida paroquial,
Soares, edição de 1945, Editora Pana-      serviços ao Bispado e ao Colégio das          quela cidade, terra que amava como               sem alarde, sem jactância, como per-
mericana, página 185, há a seguinte        Irmãs Concepcionistas de Guaxupé.             se fosse sua.                                    feito servo do Senhor.
notícia histórica: “O Padre José do           De 1950 a 1955, esteve como pá-               No cumprimento de suas obri-
Amaral Ornelas é um sacerdote virtu-       roco de Santa Rita de Cássia, Cássia,         gações, padre Ornelas realizou uma
oso e de talento. É uma glória do cle-     Minas Gerais, onde fundou a Escola            obra simplesmente memorável. Nos
ro e da nossa gente paraisense, que        Estadual “São Gabriel”, até hoje atu-         dois decênios de sua ação religiosa,
dele ainda espera muitos serviços a        ante naquele município, com cerca             entrou em todos os lares; captou a
esta paróquia.                             de 1.500 alunos matriculados; re-             estima, o respeito, a confiança das
    A nossa cidade orgulha-se de seu       formou o Asilo Paroquial e fundou             famílias, constituindo-se mais que
filho, que será, sem dúvida, um vulto      a Conferência Vicentina e também a            um amigo: um pai de toda a comuni-
de eminência no clero nacional.”           “Casa da Criança”, para atender à in-         dade. Nas lides da assistência social,
    Sua primeira missa foi solene-         fância carente.                               trabalhou com não menos sabedoria,
mente celebrada na Capela de Nossa            Em 1955, prestou concurso e in-            paciência e caridade, virtudes tão ra-
Senhora da Abadia, no dia 03 de fe-        gressou na “Força Aérea Brasileira”,          ras nos dias de hoje.
vereiro de 1939.                           na então Capital Federal, Rio de Ja-             Sua atuação na direção do Asilo


      DIOCESE DE GUAXUPÉ                                                                                                                                                          5
notícias
DIOCESE ABRE, EM FEVEREIRO, COMEMORAÇÕES DE SEU CENTENÁRIO
                                                                                                                                                                                                                                  Por Pe. Gilvair Messias
     Celebrar é alma da Igreja! Fatos, o co-                        A abertura das comemorações rece-                           grande participação de jovens de todas
tidiano feito e refeito ao longo do tem-                        beu a mesma data da criação da diocese,                         as paróquias para o “Bote Fé”, evento para
po, a história de cada pessoa – sua san-                        03 de fevereiro. Nessa primeira ocasião,                        acolhida diocesana aos ícones da Jorna-
tificação no mundo, sinais humanos da                           às 9h, em Guaxupé, haverá procissão com                         da Mundial da Juventude, a realizar-se
graça de Deus, tudo celebrado na ação                           a imagem da padroeira, Nossa Senhora                            no próximo mês de julho. Das 15 às 17
litúrgica cristã. E a Diocese de Guaxupé,                       das Dores, com saída prevista da avenida                        horas, acontecerão várias atividades ju-
nas proximidades de seu centenário (03                          Conde Ribeiro do Vale (entrada da pre-                          venis, compreendendo a celebração da
de fevereiro de 2016), não podia deixar                         feitura) em direção à catedral diocesana                        eucaristia e show com a Banda Dominus,
de fazer desse período antecipatório um                         para a santa missa. Durante a celebração,                       grupo de “axé” religioso que, em parceria
intenso tempo de ação de graças.                                ocorrerá entrega da cruz missionária da                         com a CNBB, participa desde 2011 em vá-
     Desde o primeiro semestre de 2012,                         Jornada Mundial da Juventude a cada re-                         rios eventos de Bote Fé no Brasil.
um calendário de atividades foi pensa-                          presentante jovem das paróquias e, em                               De março a dezembro, estão previs-
do no Conselho Diocesano de Pastoral                            seguida, será lido o decreto de abertura                        tos estudos, nos conselhos de pastoral
(CDP). Depois de alguns acréscimos e                            das celebrações e atividades do cente-                          paroquial e setorial, de subsídios com
especificações em sua programação, o                            nário e promulgação de concurso para o                          questões aprofundadas da fé cristã, além
mesmo chegou aos Conselhos Pastorais                            hino comemorativo.                                              de folder informativo para entrega nas
de Setor (CPS), também avaliado nessa                               No calendário das comemorações em                           celebrações dominicais.
instância e novamente reformulado até                           2013, destacam-se Juventude e Ano da                                Confira as demais atividades do ca-
sua apresentação final.                                         Fé. Para o dia 03 de março, espera-se uma                       lendário comemorativo.


                                                     2013                                                                                                                                2014
Além das atividades abaixo contempladas, os                         Após esse dia, realizem-se estudos preparatórios            02 DE FEVEREIRO                                                       17 a 20 DE FEVEREIRO
setores também poderão incentivar outras                            com grupos juvenis, em todas as paróquias para              Encontro Diocesano para Missionários Paroquiais                       Formação Permanente do Clero
atividades para realização do Ano da Fé.                            JMJ.                                                        Local: Cúria Diocesana                                                Local: Casa de Retiros Dom Luís - Brodowski/SP
                                                                                                                                Horário: 09 às15h                                                     Assunto: Estudo sobre metodologia das Santas Missões
                                                                                                                                Assunto: Apresentação da Metodologia Diocesana para Santas            Populares
03 DE FEVEREIRO                                                 MARÇO A DEZEMBRO                                                Missões Populares
Abertura das atividades do centenário diocesano                 Encontros: Redescobrir a fé em comunidade
Local: Catedral                                                 Estudo de subisídios sobre temas conciliares nos Conselhos de   MARÇO A DEZEMBRO
Horário: 10h                                                    Pastoral Paroquial (ampliados) e Setores Pastorais.             Retiros mensais e encontros diocesanos para Missionários Paroquiais
Envio da “juventude missionária” (representante jovem de cada   Entrega bimestral, nas celebrações dominicais, de folder        Local: Setores e Diocese
paróquia) e de representantes dos CPPs para animação da CF      informativo sobre questões de fé.
2013 e Concentração Diocesana da Juventude. Imposição das
cruzes para a JMJ.                                                       Pede-se envolvimento para organização dos                                                                        2015
   Nas paróquias, após essa data, realizem-se com as
                                                                    estudos: membros da Formação Cristã em                      01 DE FEVEREIRO                                                            Durante todo o ano, as paróquias irão, em romaria,
                                                                    Comunidade e outras pessoas ligadas à formação              Abertura das Peregrinações e do Ano Missionário                            até a Catedral, além de realizarem peregrinações
   juventudes, estudos, debates, fóruns, via sacra,                                                                             Envio Missionário para Santas Missões Populares
                                                                    teológica de leigos.                                                                                                                   com a imagem da padroeira, Nossa Senhora das
   encontros, ritos penitenciais...                                                                                             Local: Catedral
                                                                         Serviço de Animação Litúrgica Paroquial,                                                                                          Dores e promoverem as Santas Missões Populares.
                                                                    Grupos de Reflexão, Catequese, Movimentos e                 Horário: 10h

03 DE MARÇO
                                                                    Pastorais, Ministérios Extraordinários terão os
                                                                    mesmos temas transversais em seus encontros.
                                                                                                                                                                                          2016
Acolhida Diocesana aos ícones da JMJ
Concentração Diocesana da Juventude                             16 DE MAIO                                                      03 DE FEVEREIRO                                                            Atividades sujeitas a alterações no decorrer do
Local: Praça da Catedral                                        Reunião Geral do Clero                                          Celebração Eucarística por ocasião do Centenário Diocesano                 percurso.
Das 15 às 17h: Atividades juvenis com oração e animação         Local: Cúria                                                                                                                               Outras atividades previstas: concurso para hino do
17h: Chegada dos ícones e Celebração da Santa Missa             Horário: 09 às15h                                                                                                                          centenário, revista, selo, bíblia e documentário
Em seguida, show com a Banda Dominus                            Assunto: Ano da Fé pela perspectiva do Vaticano II                                                                                         comemorativos.


 A DIOCESE DE GUAXUPÉ E SUA ORIGEM
                                                                 passou a pertencer ao bispado de Pou-                           chegaram a Guaxupé as primeiras re-                                   reiro de 1916, nomeou o prelado como
                                                                 so Alegre e, em 1906, sob cuidado ecle-                         ligiosas Concepcionistas e instalaram                                 primeiro bispo desta Diocese, o qual to-
                                                                 siástico metropolitano de Mariana.                              estabelecimento para educação de me-                                  mou posse no dia 28 de maio daquele
                                                                     Aos 19 de novembro de 1913, dom                             ninas e moças. Daí em diante, dom Assis                               mesmo ano.
                                                                 Antônio Augusto de Assis, então bispo                           desenvolveu muitas atividades com o                                       Após a fundação do bispado, dom
                                                                 de Pouso Alegre, conseguiu um decreto                           objetivo de organizar o futuro bispado.                               Antônio Assis trabalhou ardorosamente
                                                                 da Santa Congregação Consistorial para                              Aos de 03 de fevereiro de 1916, o                                 pelo estabelecimento das instituições
                                                                 criar uma residência episcopal em Gua-                          papa Bento XV, a rogo de dom Assis, di-                               diocesanas. Organizou a Cúria Diocesa-
                                                                 xupé. No dia 21 do mesmo mês, o refe-                           vidiu em duas partes o território da Dio-                             na e o serviço paroquial. Fez realizar em
   Até 1906, o Brasil contava com duas                           rido bispo chegava à cidade para fixar                          cese de Pouso Alegre e erigiu uma nova                                Guaxupé as Conferências do Episcopa-
sedes metropolitanas: Salvador (BA) e                            moradia no Largo da Matriz (atualmen-                           diocese, com sede na cidade de Guaxu-                                 do da Província Eclesiástica de Mariana.
Rio de Janeiro (RJ). Naquele ano, o papa                         te praça Américo Costa), em prédio ce-                          pé. As linhas divisórias estabelecidas                                    Em 1916, Minas Gerais possuía as
Pio X criava duas outras: Belém (PA) e                           dido pelo Sr. Conde Ribeirdo Valle. Em                          entre as duas dioceses foram as divisas                               seguintes sedes diocesanas: Mariana,
Mariana (MG). Muitos estados forma-                              fevereiro de 1914, iniciou Sua Excelên-                         meridionais das paróquias de Poços de                                 Campanha, Diamantina, Pouso Ale-
vam uma única diocese.                                           cia os cursos do Ginásio Diocesano. E,                          Caldas, Campestre e Machado.                                          gre, Uberaba, Montes Claros, Araçuaí e
   O território que hoje compreende a                            aos 09 de agosto daquele mesmo ano,                                 Criada a nova diocese, dom Assis,                                 Caratinga. Depois de Guaxupé, foram
Diocese de Guaxupé pertencia ao bis-                             benzeu a primeira pedra do edifício                             que já residia na nova sede episcopal,                                criadas as dioceses de Luz (1918), Belo
pado de São Paulo. Já no ano de 1900,                            onde funcionaria o Seminário Menor e                            optou por ficar em Guaxupé. Em vista                                  Horizonte (1921) e Juiz de Fora (1924).
com a criação do bispado sul-mineiro,                            o Colégio Diocesano. Naquela época,                             disso, o papa Bento XV, aos 07 de feve-

  6                                                                                                                                                                                                    JORNAL COMUNHÃO
entrevista
FÉ, PASTORAL E MISSÃO EM QUESTÃO
                                                                                                                                                                        Por Sérgio Bernardes
              Membro da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, frei Luiz Carlos Susin é um dos mais destacados teólogos brasileiros
           da atualidade. Possui doutorado pela Gregoriana de Roma, além de ser membro do comitê de redação da revista de teologia
            “Concilium”, de veiculação internacional. Autor de vários livros, em 2000, foi vencedor do prêmio Jabuti de Literatura, com o
                                                                livro”Mysterium Creationis” - Um olhar interdisciplinar sobre o Universo.
COMUNHÃO: Como é possível compre-                                                                                                                se tornou um país considerado como um
ender o entrosamento, muitas vezes até                                                                                                           centro missionário. O Brasil, nesta questão
discrepante, entre pensamento teológico,                                                                                                         missionária e, isso não é só um fenômeno
ensinamentos do Magistério e práxis cristã?                                                                                                      da Igreja Católica nem das igrejas protestan-
Susin: São três instâncias que precisam es-                                                                                                      tes históricas, até o movimento pentecostal
tar conectadas entre si, mas que possuem                                                                                                         está enviando muitos missionários para fora
pontos de tensão e, às vezes, nós de confli-                                                                                                     do país. Na Igreja Católica, estamos soman-
to, porque cada instância tem uma estrutura                                                                                                      do forças, como as congregações religiosas,
própria. Isso possibilita que haja tensão. Eu                                                                                                    a socialitária da CNBB na Guiné Bissau, em
penso que esta tensão deva ser encarada                                                                                                          Moçambique, na Angola. No Haiti, há vários
como algo positivo. Por exemplo, a prática                                                                                                       grupos de brasileiros, de diferentes congre-
cristã normalmente tem a ver com certa                                                                                                           gações.
tradição, mesmo que, ultimamente, haja
esta explosão de liberdade e de criatividade                                                                                                     COMUNHÃO: Como a Igreja pode manter-
religiosa em todas as direções. Na verda-                                                                                                        -se fiel à sua essência evangélica, com vi-
de, quando se trata de religião, trata-se do                                                                                                     sibilidade, diante de uma realidade que
sagrado, e o sagrado não é uma coisa que                                                                                                         relativiza os grandes relatos e a influência
se move muito, ele tem uma raiz profunda.                                                                                                        institucional nas decisões sociais de maior
Eu diria assim: a gente não escolhe a tradi-                                                                                                     relevância?
ção religiosa, é ela que no escolhe, antes da                                                                                                    Susin: Esta questão é bem de raiz e, ao mes-
gente ainda saber. Neste sentido, sempre,                                                                                                        mo tempo, muito ampla. Existem algumas
na prática, haverá algumas formas tradi-                                                                                                         expressões-chave que a nossa espirituali-
cionais, mesmo que a teologia não pense          tava que os padres soubessem, e os padres       condições de participar de diferentes minis-    dade e a nossa teologia, baseadas na ex-
mais daquela maneira, elas continuam a ser       davam aqueles sermões, aquela homília           térios, não necessariamente no presbiterato,    periência da América Latina, cunharam de
transmitidas como pela inércia do sagrado,       mínima para manter uma catequese míni-          mas que haja profusão de ministérios e, que     forma bem importante, buscando as fontes
que não é algo que se possa tocar com uma        ma, uma situação que a cultura sustentava,      ele possa sentir-se também, com possibili-      da nossa espiritualidade cristã. Nossa fé se
mera decisão. Já o Magistério da Igreja, ele     porque era uma cultura católica. Mas, como      dade ministerial. Aqueles que desejassem,       expressa no seguimento de Jesus. Não ado-
tem a incumbência de anunciar as verdades        nós estamos num mundo pluralista e com          tivessem um lugar para exercer o ministé-       ramos a Deus, simplesmente, nós temos um
de fé que são oficiais. Ele se chama autêntico   boas doses de secularidade, cada vez mais       rio. E, também de decisão, ao menos nas         Deus ao qual seguir, porque Ele se tornou
porque dá autenticação, dá selo de oficiali-     os leigos compreendem a fé que vivem ou         instâncias que tocam mais de perto o seu        humano e fez um caminho, que é possível
dade para tudo aquilo que todos devem            não sabem mais o que fazer com sua práti-       cotidiano. Nós temos um problema, porque        seguirmos. Neste mundo tão plural e con-
crer para poderem sentir-se como uma co-         ca religiosa. Este crescimento do leigo que     as Igrejas locais, de modo geral, não têm       fuso, às vezes até nebuloso e inseguro, é
munidade. Difere-se da teologia que, por         busca formação é um indício muito favorá-       muita participação na decisão da escolha        preciso ter um horizonte grande que possa
sua vez, tem que pesquisar, discutir, debater.   vel. Outro passo que está acontecendo em        de seu bispo. Há alguma consulta para o cle-    abraçar certa insegurança, abraçar sem ex-
Pode haver o contraditório, a teologia pode      algumas dioceses e bem programado, é que        ro. Isso é apenas sinal de um tipo de hábito    cluir. Este horizonte não é institucional, nem
dar-se um certo luxo de ser vanguardista, de     só a formação não é suficiente para a vida da   que a Igreja tem: a autoridade superior vai     sequer muito visível, mas é o horizonte do
sonhar até. Entre o teólogo e o bispo, entre a   fé. Há momentos em que se desperta para         decidindo e vem por escalada, de cima para      Reino de Deus, esta amplidão da criação,
teologia e o magistério é que se põe a ques-     a necessidade de fazer alguma coisa. Eu         baixo. Não necessariamente, precisamos ter      onde a ecologia, as outras formas de vida e
tão mais delicada, porque a tendência por        tenho visto em algumas dioceses do Brasil,      uma democracia, ao modo como se exercita        o equilíbrio na terra também são sinais do
si do Magistério é querer, de alguma forma,      uma forma programada de missão. Os lei-         na área civil, mas a palavra que é mais que     Reino.
controlar a teologia e a tendência da teolo-     gos constituem equipes missionárias e vão       democracia na Igreja é participação, partici-
gia é achar que, descobrindo novos modos         aonde nem padres missionários iriam e têm       pação nas diferentes instâncias de decisão,     COMUNHÃO: Que face eclesial a Igreja pre-
de dizer a verdade cristã, isso deveria ser      uma penetração muito maior no cotidiano         nos planos pastorais, em que leigos tenham      cisa ressaltar para evidenciar os sinais do
imediatamente reconhecido por todos. São         dos seus arredores. É um grande estímulo        realmente voz de autoridade reconhecida.        Reino de Deus?
três realidades que se conectam e que se         para os próprios leigos, é o seu protago-       Nós temos um vício, assim como o Papa           Susin: Nos discursos dos papas João Paulo II
fecundam, por isso, deve haver uma coerên-       nismo na missão, no contato com outros          manda na Igreja, o pároco manda na pa-          e Bento XVI, há uma insistência, um horizon-
cia de fundo, mas na prática, elas não estão     leigos, assim como do jovem com outros jo-      róquia. Na verdade, as orientações não são      te maior que a própria Igreja que é a gran-
naturalmente juntas, por causa das caracte-      vens. Tal fato proporciona uma perspectiva      essas. Como na Igreja existe o colegiado dos    de família humana. Precisamos nos tratar
rísticas diferentes. Precisamos compreender      de poder contribuir com outros que ainda        bispos, com a cabeça que é o papa, a paró-      como membros de uma grande família. A
isso e receber o lado positivo.                  não tiveram a mesma oportunidade.               quia deveria ser conduzida colegiadamente       Igreja dá testemunho disso, no cuidado aos
                                                                                                 com os leigos. O pároco é aquele que presi-     refugiados, dos ‘desplaçados’ na Colômbia,
COMUNHÃO: Na Diocese de Guaxupé, há              COMUNHÃO: Quais são os desafios e as            de uma comunidade não só na celebração,         às vítimas ambientais, ao tráfico de pessoas.
algumas iniciativas de formação teológica        perspectivas encontrados nesta inclusão do      mas também na formação, no exercício mis-       Quando nós temos este horizonte do Rei-
e pastoral para os leigos. Como avalia esta      leigo na evangelização?                         sionário da pregação da Palavra.                no de Deus, que é maior que a Igreja, esta
evolução da formação laical e a participação     Susin: Isto esbarra em algumas dificuldades,                                                    também cresce e tem para onde olhar, pois
na instituição eclesial?                         uma delas é a velha tradição de que o leigo     COMUNHÃO: Como avalia esta presença             se carrega de todos estes sinais. A missão
Susin: Praticamente, nós temos tido um           está acostumado na Igreja a ser realmente       missionária da Igreja do Brasil em outros       da Igreja como evangelizadora é de poder
crescimento bastante importante na di-           passivo, a receber e não a contribuir ativa-    países?                                         fazer com estes sinais, uma Igreja compas-
mensão do leigo que busca formação. Acho         mente. Desde o Concílio, estamos lutando        Susin: O Brasil deixou de ser um país que so-   siva, misericordiosa, fiel à Palavra de Deus e
que é o passo básico para todo mundo, não        contra isso, só que a luta é contra séculos     mente recebe missionários. Aliás, está rece-    transmiti-la, ajudando a celebrar e aumen-
só para os leigos. Antes, havia uma acomo-       de um hábito. Do ponto de vista ministerial,    bendo menos missionários da Europa e da         tar a fé.
dação do leigo, uma passividade, que bas-        seria importante que o leigo tivesse mais       América do Norte, como já era tradição, mas

       DIOCESE DE GUAXUPÉ                                                                                                                                                                 7
liturgia
QUARESMA E CATECUMENATO – OÁSIS NO DESERTO DA VIDA
                       Por Pe. Renato César Gonçalves, pároco da Paróquia Sagrada Família de Carmo do Rio Claro, coordenador do Serviço de Animação Litúrgica (SAL) na diocese




    Novamente o tempo quaresmal está        o período do catecumenato (cateque-          de iniciação cristã de adultos, através      pessoa, em vista da recepção dos dons
aí, à espera de todos e ressalta o tema     se), realizado por introdutores (cate-       do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos     do Salvador. Assim acontece também
da penitência como atitude essencial        quistas). Durava de dois a três anos e       (chamado de RICA), o qual apresenta o        no quarto domingo da Quaresma, com
de quem quer viver os ensinamentos          tinha como intuito iluminar a pessoa         mesmo itinerário proposto pela Igreja        o evangelho do cego de nascença (ano
de Jesus. A palavra quaresma remete         através da Palavra e dos ensinamentos        nos seus primórdios.                         A) em que Jesus, com a saliva (água),
ao período de quarenta dias que faz         do Senhor. Por fim, havia o tempo da                                                      recupera a vista ao cego que depois
memória de grandes acontecimentos           purificação e iluminação que coincidia       O Tempo e a Graça                            apresenta sua fé “Creio, Senhor!” (Jo
na história da salvação, como os qua-       com o período quaresmal. “De fato,              No primeiro domingo da Quares-            9,38). Após a recepção do segundo
renta anos de caminhada do povo he-         na liturgia e na catequese, pela come-       ma, faz-se o rito de “eleição”, no qual,     escrutínio com as orações e o exor-
breu pelo deserto, após a escravidão        moração ou preparação do Batismo e           após a homilia e breve interrogatório,       cismo, o candidato vai para sua casa e
do Egito, em busca da terra prometida       pela penitência, a Quaresma renova a         os candidatos apresentam seu nome            prepara-se para o próximo escrutínio.
e também, os quarenta dias de Jesus         comunidade dos fiéis juntamente com          e são eleitos pela comunidade para a         No quinto domingo, há o evangelho
no deserto, preparando sua missão. É        os catecúmenos e os dispõe para a ce-        recepção dos sacramentos.                    da ressurreição de Lázaro (ano A) e, na
interessante que o número quarenta          lebração do mistério pascal, ao qual            No terceiro, quarto e quinto domin-       homilia, o sentido do batismo como o
representa a duração de vida de uma         os sacramentos de iniciação associam         gos da Quaresma, realiza-se o rito dos       reavivamento a partir de Cristo. Há no-
pessoa (média de vida nos tempos            cada um” (RICA, 21). Assim, o tempo          escrutínios, ou seja, a purificação do       vamente as orações e exorcismos e são
antigos). Isso faz com que se compa-        quaresmal era como um período de             espírito e do coração no combate às          convidados a comparecer novamente
re a vida inteira da pessoa como uma        retiro espiritual em preparação não          tentações, no estímulo das vontades          na manhã do sábado santo para a re-
grande caminhada em busca da terra          apenas para o sacramento do batismo,         para a configuração a Cristo. No tercei-     citação do Símbolo (profissão de fé),
prometida. Neste trajeto, tem-se o de-      mas para os compromissos que serão           ro domingo, o evangelho proposto é o         o rito do Éfeta (abrir os ouvidos para
serto, com toda sua secura, as diversas     assumidos anexos a este sacramento.          da Samaritana (ano A), que encontra          ouvir as verdades de fé), a escolha do
tentações e também os oásis que sus-                                                                                                  nome cristão e a unção com o óleo dos
tentam a caminhada e faz o povo pros-                                                                                                 catecúmenos.
seguir fortalecido e animado. Oásis é o         “De fato, na liturgia e na catequese, pela co-                                            Enfim, na solene Vigília Pascal, no
lugar da água, que dá vida. Na Igreja, o          memoração ou preparação do Batismo e                                                sábado santo, os candidatos são ba-
tempo quaresmal faz alusão ao batis-                                                                                                  tizados, confirmados e recebem, pela
mo, que provém das águas desse oásis.             pela penitência, a Quaresma renova a co-                                            primeira vez, a Eucaristia. Daí, todo o
                                                munidade dos fiéis juntamente com os cate-                                             ritual voltado para a água na celebra-
Retiro Espiritual                                                                                                                     ção da Vigília da Páscoa. Era o momen-
   Nos primórdios da Igreja, em tem-             cúmenos e os dispõe para a celebração do                                             to em que os cristãos, nos primeiros sé-
po de perseguição dos cristãos, havia            mistério pascal, ao qual os sacramentos de                                           culos, recebiam o batismo após todo o
todo um processo – chamado de cate-                                                                                                   processo de preparação e iluminação.
cumenato– para se chegar à celebração                iniciação associam cada um” (RICA, 21).                                              Assim, a Quaresma resgata seu for-
do batismo. Via de regra, batizavam-se                                                                                                te sentido de renovação batismal e
apenas adultos que, ao se encantarem        Nesse período, o introdutor conduz           em Cristo a fonte de água viva (o oá-        de iluminação e configura-se como o
pela proposta cristã vivida e anuncia-      à purificação do coração pelo exame          sis que mata definitivamente a sede).        grande retiro espiritual proposto pela
da pela comunidade, pediam a um             de consciência e pela penitência. Com        Após a homilia, faz-se a oração sobre        Igreja para que, na secura da vida, Cris-
adulto já batizado (padrinho ou ma-         isso, há vários ritos, denominados “es-      os catecúmenos e o exorcismo, que            to seja o oásis que conforta e alimenta
drinha) que o apresentassem à comu-         crutínios” e “entregas”. A Igreja até hoje   não é expulsão de nenhum ser ma-             e seja o companheiro da grande jorna-
nidade como candidatos ao batismo.          favorece esta forma de preparação            ligno, mas a oração de libertação das        da em busca da terra prometida.
A comunidade os acolhia e iniciava-se       para o batismo e demais sacramentos          consequências e influências do mal na

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bíblia
O DINAMISMO JOVEM NA BÍBLIA
                             Por Pe. José Luiz Gonzaga do Prado, professor de Teologia Bíblica no Centro de Estudos Superiores da Arquidiocese de Ribeirão Preto. Reside em Nova Resende

    O lema da Campanha da Fraternidade         capataz egípcio. Não volta ao conforto do           Saul quis que ele vestisse sua armadura    “Ah! Senhor, não sei falar, sou ainda uma
2013 é “Eis-me aqui, envia-me!” Is 6,8. Em-    palácio, mas são seus companheiros que o        para lutar contra Golias, mas preferiu ino-    criança!” “Não tenhas medo deles, pois es-
bora Isaías não seja apresentado na Escri-     denunciam. Tem de fugir.                        var. Enfrentou o gigante com uma funda         tou contigo para defender-te” (Jr 1,6.8).
tura como modelo de jovem, sua resposta            Chegando a Madiã, defende da arro-          na mão e cinco pedrinhas na sacola. Bastou         O jovem Jeremias tentava resistir ao
ao apelo de Deus foi o de uma atitude ex-      gância dos pastores homens, as moças que        uma.                                           apelo de Deus, mas “tu me seduziste, Se-
tremamente jovem.                              olhavam o rebanho de seu pai e ajuda-as a           Quando Saul passou a considerá-lo          nhor, e eu me deixei seduzir! Foste mais
    É próprio do jovem estar pronto para       dar de beber às ovelhas. Aceita a hospeda-      inimigo, entrou, à noite, no acampamento       forte do que eu e me subjugaste! Tornei-
o desafio, enfrentar a aventura, sair da ro-   gem desta família e casa-se com uma das         de Saul, que dormia a sono solto, tirou-lhe    -me a zombaria de todo o dia, todos riem
tina e buscar o novo, partir para o desco-     jovens. Fica refugiado em Madiã, cumprin-       a vasilha de água e a lança e não permitiu     de mim. Sempre que abro a boca é para
nhecido. A conversão permanente é uma          do a rotina do pastoreio das ovelhas de seu     que seu companheiro matasse o rei que          protestar! Vivo reclamando da violência e
atitude jovem, só o jovem tem coragem          sogro, mas ouve o apelo de Javé e, apesar       dormia ao lado. Afastou-se e gritou para       da opressão! A Palavra de Deus tornou-se
de mudar, de inventar, de sair dos padrões,    de todas as dificuldades, volta para o Egito    acordar o rei e seu general para perguntar     para mim vergonha e gozação todo o dia.
de quebrar o protocolo. O velho continua       a fim de libertar seus irmãos.                  da arma e da vasilha de água.                  Pensei: Nunca mais hei de lembrá-lo, não
sempre na mesma, no seu canto.                     Acampado no deserto com seus ir-                Tornou-se o modelo dos reis de Judá        falo mais em seu nome! Mas parecia haver
                                               mãos hebreus, aceita o conselho de seu          e o poema do capítulo 11 de Isaías dá-lhe      um fogo a queimar-me por dentro, fecha-
Moisés                                         sogro que vai levar-lhe a mulher e os filhos.   duas qualidades características do jovem:      do em meus ossos. Tentei aguentar, não fui
    A Escritura divide a vida de Moisés        Converte-se, muda a maneira de agir com         ousadia e precaução. A maioria das tradu-      capaz!” (Jr 20,7-9).
em três etapas de quarenta anos cada: no       o povo, deixa de concentrar todo o poder        ções fala em “espírito de prudência e for-         Tudo isso é bem próprio do jovem. A
palácio do Faraó, refugiado em Madiã e         em suas mãos e aprende a partilhá-lo com        taleza”, mas, na verdade, o profeta está se    resistência e o medo revelam o senso de
acampado no deserto. Tudo muito exato,         outros. Assim, prepara o povo para uma          referindo à capacidade guerreira de Davi, à    responsabilidade, a insatisfação de quem
denotando ser artificial. Na verdade, são      vida de verdadeira fraternidade.                precaução e à ousadia que ele demonstrou       reclama e protesta, mostra o olhar de Deus
três etapas diferentes, como se fossem três                                                    no episódio de que falamos.                    sobre a realidade perversa que os pondera-
gerações (40 anos cada).                       Davi                                                                                           dos adultos construíram e conservam.
    Criado pela filha do rei do Egito, quan-       Davi era o mais jovem dos filhos de         Jeremias                                           E não falamos dos personagens do
do ele sai do palácio pela primeira vez, jo-   Jessé. Os irmãos deixaram-no olhando o             É o personagem bíblico típico do jo-        Novo Testamento como a jovem de Naza-
vem, sem dúvida, toma uma atitude dife-        gado, quando Samuel mandou chamá-los            vem. Sentiu o apelo de Deus para que de-       ré, Maria. Jovem, pobre e de um lugar de
rente e inesperada. Coloca-se na defesa de     para escolher um deles para ser o novo          nunciasse os desmandos e a cegueira das        onde nada de bom se poderia esperar e
seus irmãos hebreus, que eram duramente        comandante do povo. Foi a ele que Deus          autoridades políticas e religiosas do povo,    que se tornou a mais abençoada de todas
explorados, e “quebra o pau”, matando um       escolheu.                                       com cerca de dezoito anos. Tentou resistir     as mulheres da terra.


                                                                                                                                 pais e filhos
VIVENDO A QUARESMA
                                                                                                                                        Por Maria do Carmo Noronha, reside em Guaxupé




    Vamos agora continuar nossa refle-         como hipócritas (Mt 23). Não basta o            mar e mudar esta história (Gs 39).                Sim, vamos passar de uma religio-
xão, aproveitando o tempo da Quares-           rito para sermos cristãos.                          Portanto, ser cristão não se identifica    sidade neutra a uma fé comprometida
ma para uma vivência mais profunda de              Também não basta crer em dogmas,            a nenhuma dessas posturas ou outras            com os setores populares e empobre-
nossa vida cristã. Sabemos que ser cris-       recitar o credo e saber de cor o catecis-       semelhantes. Algumas delas são ante-           cidos. Com todas as forças, vivamos a
tão não é somente fazer o bem e evitar o       mo. Muitos que professam a doutrina             riores ao cristianismo.                        Quaresma e o Senhor certamente estará
mal. Há pessoas que lutam pela constru-        cristã estão, na prática, distantes do              Ser cristão supõe uma mudança de           conosco. Aproveitemos para ler, orando
ção de um mundo melhor, que comba-             Evangelho. O cristianismo não é apenas          atitude. Essa mudança supõe uma con-           pausadamente, alguns textos da Sagra-
tem a corrupção e a injustiça. Mas isso        uma doutrina, nem pode consistir so-            versão de coração, de mentalidade, de          da Escritura: Isaias 12, 1-6, Mateus 5, até
não basta para serem chamadas cristãs.         mente em preparar-se para a outra vida,         prática cristã. Supõe a passagem de            nos aproximarmos daquela fé dos Após-
    Ser cristão não é simplesmente cele-       esperar o além, aceitando a vida pre-           uma fé puramente sociológica para uma          tolos da Igreja Primitiva, que tinham
brar alguns ritos. Não basta guardar dias      sente com resignação. A fé cristã afirma        fé pessoal, uma fé vital. De uma simples       “um só coração e uma só alma” (Atos 4,
santos ou devoções marianas. Os fari-          a existência de uma vida eterna, mas a          religiosidade, a uma fé integral e históri-    32), exemplo de comunidade familiar e
seus do tempo de Jesus eram fiéis aos          esperança de uma vida nova não deve             ca, de uma religiosidade individualista a      eclesial.
ritos e, no entanto, Jesus os denunciava       amortecer a preocupação de transfor-            uma comunitária.

       DIOCESE DE GUAXUPÉ                                                                                                                                                           9
ponto de vista teológico
CENÁRIOS DA IGREJA DE GUAXUPÉ
                                              Por Pe. José Augusto da Silva, pároco da Paróquia de São Domingos (Poços de Caldas) e Professor da Faculdade Católica (Pouso Alegre)

     Cenários é uma expressão utilizada
por João Batista Libanio como alternativa
ao termo “modelos”, na discussão pasto-
ral da eclesiologia. O padre jesuíta escre-
veu duas obras a esse respeito (LIBANIO,
J. B. Os Carismas na Igreja do Terceiro Mi-
lênio. São Paulo: Loyola, 2007. Cenários
da Igreja. Num mundo plural e fragmen-
tado. 5ª. Edição. São Paulo: Loyola, 2012)
que, ainda muito oportunas, serão os
corrimãos da presente reflexão.

A DIOCESE
    A Igreja Particular de Guaxupé está
prestes a celebrar seus 100 anos de pre-
sença no sul das Minas Gerais. E, para
tanto, organizou-se uma estruturada
preparação para que a efeméride seja
celebrada com efetivo denodo. Mas, na
perspectiva “libaniana”, quais são os ce-
nários prementes na referida Diocese?
Como eles se dialogam, se conflitam e se
organizam no contexto atual?
    Como em toda a Igreja do Brasil, em
Guaxupé campeia um “mix eclesiológico”
decorrente do momento histórico, políti-
co, econômico e pastoral mundial. Desde
o cenário da Instituição ao Cenário Pós
Moderno, constata-se um frenesi de en-
saios, com erros e acertos, e um efetivo
desejo de amoldar-se aos sopros do Es-
pírito, presentes nos sinais dos tempos.
Este texto, dado o limite do espaço desta
coluna, levantará alguns traços fenome-
nológicos. Não pretendo aprofundar a
temática que, oportunamente, deman-
dará um formato mais amplo.
    Contudo, o Cenário da Pregação
ainda persiste com galhardia. Tal Cená-
rio, marcado pela formação bíblica (exe-
gese e hermenêutica), catequética e li-
túrgica, inaugurado há mais de 15 anos,       seus excessos, compagina um oásis do         imperioso que se organize este instituto          Na cerimônia de tomada de posse do
reinventa-se nas feições de cursos (com       Espírito. Através da RCC, não são poucas     tão necessário ao fortalecimento da ex-       novo pároco de Serrania, início de janei-
várias modalidades), na preocupação           as pessoas que reencontraram o senti-        periência comunitária.                        ro, nosso bispo fez menção a este fato:
expressiva com a condigna celebração          do de sua fé e de sua pertença à Igreja          Mas, os quatro cenários – Pregação,       “precisamos, no espírito de Aparecida,
(especialmente com a presidência litúr-       Católica. Através dos Grupos de Oração,      Instituição, Carisma e Libertação – são       reinventar nosso jeito de fazer pastoral
gica), no cuidado redobrado com a for-        espalhados por toda a Diocese, centenas      impactados por um quinto Cenário: o do        e de evangelizar diante de uma cultura
mação do clero e da liderança leiga. Um       de pessoas encontraram apoio para inte-      Pluralismo fragmentado pós-moder-             que não é mais facilitadora à Tradição e
Cenário que possui futuro e viabilidade,      grar sua fé no cotidiano. É evidente que     no. Como consequência de vivermos a           aos costumes cristãos. É necessário esta-
dada a urgência do conhecimento e da          muitas situações reclamam cuidados e         encarnação histórica, não há como fugir       belecer diálogo e rever nosso jeito de ser
necessária marca profissional do serviço      orientação da autoridade eclesial. Mas, é    dele. Ele está aí a provocar-nos e, parado-   igreja.”
religioso.                                    inegável o bem que tais grupos fazem ao      xalmente, a sugerir-nos posições de fron-         O quinto Cenário – do Pluralismo
    De modo crescente, momentanea-            povo de Deus.                                teira, não raras vezes complexas e não        fragmentado pós-moderno – não é uma
mente, destaca-se o Cenário Institucio-           O Cenário da Libertação, como            muito claras ao depósito da fé. No enten-     prerrogativa da Diocese de Guaxupé. Ele
nal: da clareza das normas, dos cânones       alhures, está se reinventando em nossa       dimento de Libanio, é a coexistência de       está em toda a Igreja com cores e inten-
e da autoridade. A atenção com a sã           Igreja Particular. Nessa reformulação, as    “submodelos” eclesiológicos dentro de         sidades diferenciadas. Enfrentá-lo com
doutrina e a decantação de posições não       pequenas comunidades têm encontran-          um mesmo Cenário. Diante das proposi-         ousadia, sabedoria e humildade é o que
condizentes com o Magistério Eclesiásti-      do seu elixir na reflexão bíblica semanal.   ções oficiais, surgem posições dissonan-      se espera daqueles que se deixam guiar
co visibilizam acentos institucionais que,    Em algumas localidades, através dos          tes. Uma minoria acata as orientações         pelo Espírito de Cristo. Não se trata mais
temperados com as conquistas colegiais        Grupos de Reflexão, em outras, através       oficiais; outro grupo embarca na “onda        de criar oposições ou composições aos
e sinodais, trarão um sólido equilíbrio       da Celebração Litúrgica da Palavra com       carismática”: oscilam entre o moralismo       variados “jeitos” de ser Igreja. O momento
na organização pastoral e no modo da          a distribuição da Eucaristia. O momento      religioso e um espiritualismo emocional.      nos incita a pensar e agir de modo com-
Igreja relacionar-se com a cultura pós-       é propício para o fortalecimento desses      Há um setor médio, ilustrado e conscien-      plexo diante dos vários “cacos eclesioló-
-moderna.                                     Grupos, já que na última Reunião Geral       te, que reforça a tendência da chamada        gicos”. Que Nossa Senhora das Dores, Es-
    O Cenário do Carisma não está em          de Pastoral foi entregue aos CPSs uma        “liberdade de consciência”, muito espe-       trela da Evangelização, Igreja já realizada
baixa. Tem-se a impressão que se esta-        espécie de cartilha para organizá-los.       cialmente no que diz respeito à moral         e glorificada, padroeira de nossa Diocese,
bilizou e, fazendo alguns curativos nos       Atentos aos bons sopros de Aparecida, é      sexual e ao planejamento familiar.            inspire-nos nesta histórica tarefa.

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comunicação
                           COMEMORAÇÕES DE FEVEREIRO
         NATALÍCIO                               9         Mons. Enoque Donizetti de
6        Pe. Ronei Mendes Faria                            Oliveira
8        Pe. Eduardo Pádua Carvalho              11        Pe. Valdenísio Justino Goulart
12       Pe. Renato César Gonçalves                        Pe. Renato César Gonçalves
16       Pe. Paulo Carmo Pereira                 13        Pe.JaníciodeCarvalhoMachado
26       Frei Aldo Nasello                       14        Pe. Rodrigo Costa Papi
                                                 15        Pe. Marcos Alexandre Justi
         ORDENAÇÃO                               18        Pe. Ronaldo Robster
2        Pe. Celso Mendes de Oliveira            20        Pe. Sandro H. Almeida dos Santos
5        Pe. Alessandro de Oliveira Faria        21        Pe. Antonio Carlos Melo
         Pe. José Natal de Souza                 22        Pe. Guaraciba Lopes de Oliveira
         Pe. Julio César Martins                 25        Pe. Adelmo Arantes Rosa
         Pe. Ronaldo Aparecido Passos            26        Pe. Paulo Sérgio Barbosa
         Pe. Ronei Mendes Lauria                 27        Pe. José Benedito dos Santos
6        Pe. Benedito Clímaco Passos

                          AGENDA PASTORAL DE FEVEREIRO
2     Diocese: Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé
3     Diocese: Concentração Diocesana – Atividade do Centenário
      de criação da Diocese às 09h na Catedral em Guaxupé. Envio Missionário
      da Juventude
7     Diocese: Reunião da Pastoral Presbiteral
8     Ordenações Diaconais na Catedral
9     Setores: Retiro de Carnaval – RCC
13    Cinzas – Início da Quaresma – Abertura da CF 2013
14    Diocese: Reunião do Setor Famílias em Guaxupé
15    Diocese: Reunião dos Juízes Auditores da Câmara Eclesiástica em
      Guaxupé
16    16 Setores: Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)
18-21 18-21 Formação Permanente do Clero em Brodowski - SP
23    Diocese: Reunião da Equipe Diocesana de Comunicação em Guaxupé
          Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em Guaxupé
          Reunião do Conselho Diocesano do ECC em Guaxupé
          Reunião do Setor Juventude em Guaxupé
          Reunião da Coord. Diocesana da RCC em Guaxupé
25-27 Diocese: Coletiva de impressa sobre a CF 2013

                             ÚLTIMAS NOMEAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS
Reitores e Diretor Espiritual                                                                 Dia 05 de janeiro: Pe. José Augusto da Silva – Paróquia São Domingos de Poços de Caldas
Dia 02 de janeiro: Pe. José Hamilton de Castro - Reitor do Seminário São José de Guaxupé      Dia 06 de janeiro: Pe. Rodrigo Costa Papi – Paróquia São Sebastião de São Sebastião do Paraíso
Pe. Ronaldo Aparecido Passos – Reitor do Seminário Santo Antônio de Pouso Alegre              Dia 18 de janeiro: Pe. Ronaldo Aparecido Passos – Paróquia Sagrado Coração de Jesus de
Pe. Ademir Silva Ribeiro - Diretor Espiritual do Seminário Santo Antônio de Pouso Alegre      Fama
                                                                                              Dia 23 de janeiro: Pe. José Milton dos Reis – Paróquia São José de Muzambinho
Párocos
Dia 02 de janeiro: Pe. Alexandre José Gonçalves – Paróquia São José de Machado                Vigários Paroquiais
Dia 03 de janeiro: Pe. Janício de Carvalho Machado – Paróquia São José de São José da Barra   Pe. Sebastião Marcos – Paróquia São Benedito de Passos
Dia 04 de janeiro: Pe. Robervam Martins de Oliveira – Paróquia Nossa Senhora Aparecida de     Pe. Ademir Silva Ribeiro – Paróquia São José de Machado
Serrania                                                                                      Pe. Celio Laurindo da Silva – Paróquia São José de Muzambinho



                             sugestões de leitura
                                  Religião e Juventude: Os Novos Carismáticos – Flávio Munhoz Sofiati
                                  2012 - Editora Ideias & Letras/FAPESP

                                      O estudo aqui apresentado percorre a maneira como a vitalidade carismática coloniza
                                  o cotidiano de seus jovens seguidores, vertebrando propostas aparentemente “estranhas”
                                  à juventude, as quais oscilam da rigidez doutrinal ao campo sexual, à integração das mais
                                  avançadas tecnologias e performances musicais. Numa narrativa fluída, o livro revela in-
                                  suspeitados mecanismos sociológicos que tecem as tramas do religioso, irrigando o mun-
                                  do urbano nas grandes cidades. Além disso, Flávio Sofiati oferece uma compreensão das
                                  crises da juventude, em geral, e de suas aspirações religiosas, em particular.


       DIOCESE DE GUAXUPÉ                                                                                                                                                              11
educação e vida
JUVENTUDE E RELIGIÃO
                                                                                              Por Neusa Maria Figueiredo, psicóloga em Cabo Verde, Botelhos e Guaxupé

    As mudanças de compor-                                                                                                         mo, as rixas entre irmãos de
tamento das últimas déca-                                                                                                          fé e espalharem pelo mundo
das distanciam-se cada vez                                                                                                         atitudes coerentes entre o
mais dos costumes do século                                                                                                        que se prega e o que se faz;
passado. A sociedade torna-                                                                                                        atitudes de fraternidade, so-
-se mais tecnológica, consu-                                                                                                       lidariedade e amor. Atitudes
mista e os jovens estudam                                                                                                          estas compreendidas por
pouco, leem menos, mas se                                                                                                          jovens, que são cúmplices
gabam de serem “pseudo-                                                                                                            entre eles, não são delato-
-sábios”, isto é “sabem tudo”,                                                                                                     res, são reais, apesar de in-
porque acessam com facili-                                                                                                         constantes, amam a nature-
dade e presteza a internet,                                                                                                        za, afagam animais e fazem
o celular e outros aparelhos                                                                                                       sarau para ver a lua.
eletrônicos.                                                                                                                           Juventude e religião é
    São jovens que defendem                                                                                                        uma parceria que pode dar
sua opinião como verdade,                                                                                                          certo, se houver práticas re-
são questionadores superfi-                                                                                                        ligiosas que levem a doutri-
ciais, polêmicos e, algumas                                                                                                        na cristã ao jovem de uma
vezes, indiferentes a pro-                                                                                                         forma não opressiva, que
blemas sociais, irreverentes                                                                                                       utilize sua linguagem, seu
às regras e leis da família e                                                                                                      modo de agir e conviver,
da sociedade. Nas suas ver-                                                                                                        respeitando seu jeito ques-
dades, acham-se capazes                                                                                                            tionador, curioso e caren-
de questionar e opinar so-                                                                                                         te de coisas palpáveis para
bre doutrina, fé e religião,                                                                                                       crer; para isso, o adulto que
sem qualquer embasamen-                                                                                                            se considera sábio precisa
to científico ou de conheci-                                                                                                       tornar-se tolo, permitindo
mento de causa. São ágeis                                                                                                          ao jovem, visto como tolo,
e imediatistas. Para eles, as                                                                                                      tornar-se sábio – a imagem
respostas devem ser claras,                                                                                                        e semelhança de Jesus Cris-
objetivas e convincentes.                                                                                                          to – tão sábio, tão humilde,
    A realidade de mundo                                                                                                           tão humano e tão divino.
hoje é pouco promissora quanto a       catástrofes ocasionadas pela von-        ter (imediatismo). Deus é a crença             “Alegra-te jovem, na juventu-
trabalho, profissão, finanças e re-    tade de Deus têm um propósito de         através da fé. Fé é algo que o jovem        de... Anda pelos caminhos do teu
alização pessoal. É um momento         mudança na vida do ser humano,           não encontra nos dias hoje, embo-           coração e pela vista do teus olhos,
em que o homem está descontente        ao passo que muitos outros desas-        ra busque continuamente por ela,            mas sabe que por estas coisas te
com o próprio homem. Sendo as-         tres são ocasionados pelo próprio        como salvação para si mesmo. Fé é           trará Deus a juízo.”Ec. 11.9
sim, como falar de Deus para este      homem, que se esquece de que,            construída, é credibilidade de que             “Dá-me o entendimento e guar-
jovem incrédulo? Como falar de         prejudicando ao outro, ainda que         o amanhã chega, a certeza de que            darei a tua lei, e observá-la-ei de
um Deus vivo e verdadeiro? De um       de forma inconsciente, prejudica a       na dor há aprendizado, que falta de         todo o meu coração.” Sl. 119. 34.
Deus que permite catástrofes, indi-    si mesmo.                                atitude gera medo e distancia a co-            A todos os jovens e aos não tão
ferença social, desumanização, ho-        Sem fé no futuro, o jovem con-        ragem. O jovem se descobrirá cris-          jovens, um 2013 de muitas dúvidas
mem “engolindo” homem? Sugiro          centra sua atenção no presente e         tão quando as religiões deixarem o          e muitos encontros.
iniciar, mostrando ao jovem que as     nos prazeres e gozos que ele pode        discurso pragmático, o dogmatis-




                      sugestão de filme
                                  PRO DIA NASCER FELIZ
                                  2006, Copacabana Filmes
                                      Definido pelo próprio diretor como “um diário de observação da vida do adolescente no Brasil em seis escolas”, Pro Dia
                                  Nascer Feliz flagra o dia a dia e adentra a subjetividade de alunas e professores de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janei-
                                  ro. As entrevistas são intercaladas com sequências de observação do ambiente das escolas - meio, por sinal, bem pouco
                                  frequentado pelo documentário. Sem exercer interferência direta, a câmera flagra salas de aula, esquadrinha corredores,
                                  pátios e banheiros, testemunha uma reunião de conselho de classe (onde os professores decidem o destino curricular dos
                                  alunos “difíceis”) e momentos de relativa intimidade pessoal.




 12                                                                                                                         JORNAL COMUNHÃO

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Jornal comunhão fevereiro2013

  • 1. Impresso Especial FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT 9912259129/2005-DR/MG A SERVIÇO DAS COMUNIDADES COM NIDADES MITRA CORREIOS JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXIX - 279 FEVEREIRO DE 2013 O JOVEM NA BÍBLIA JUVENTUDE E RELIGIÃO DIOCESE CENTENÁRIA “É próprio do jovem estar pronto para o desafio, Na página 12, a psicóloga Neusa Figueiredo fala Igreja diocesana prepara-se para festejar 100 enfrentar a aventura, sair da rotina e buscar o sobre o tema: “Juventude e religião é uma parceria anos de história evangelizadora. Página 06. novo, partir para o desconhecido. A conversão que pode dar certo, se houver práticas religiosas que permanente é uma atitude jovem, só o jovem tem levem a doutrina cristã ao jovem de uma forma não coragem de mudar, de inventar, de sair dos padrões, opressiva, que utilize sua linguagem, seu modo de de quebrar o protocolo. O velho continua sempre agir e conviver, respeitando seu jeito questionador, na mesma, no seu canto.” Página 09. Leia mais! curioso e carente de coisas palpáveis para crer.” DIOCESE DE GUAXUPÉ 1
  • 2. editorial “Eis-me aqui, envia-me.” (Is 6, 8) A vida é feita pelos que têm a cora- visse para o presente e o futuro. A Igreja que virão... Ficarão desta juventude gera- gem de partir e alegria de voltar! é guardiã, carrega tesouros que não são ções de cristãos fortes em sua fé, dispos- Partir e voltar são dois movimentos descartáveis. Porém, viver de malas pron- tos a ir e anunciar. de uma mesma estação... Os mesmos pés tas significa partir sempre para alcançar o É tempo também de retornar... Retor- que embarcam – embaraçados, confu- novo, sem deixar de levar os frutos colhi- nar às origens não é perder o presente. sos, audazes, intuitivos – são os pés que dos em outras estações. É celebrar a história, louvar o caminho, retornam – cansados, experientes, enve- É tempo de partir com a juventude. A bendizer as estações, recordar os feitos, lhecidos, sábios. Campanha da Fraternidade provoca esse reconhecer as faces, redescobrir o rumo. Na Diocese de Guaxupé, é tempo de movimento. É tempo de jornada... O jo- A Diocese prepara-se para seu centená- partir e de retornar. vem quer caminhar com a Igreja, quer ser rio, a ser celebrado em 03 de fevereiro de Quem parte? Toda a Igreja... Ela é pro- a Igreja que caminha, que parte para ou- 2016. Até chegar a data, um calendário priamente o movimento do Cristo no tras regiões, que vai às montanhas, como comemorativo será cumprido passo a solo de hoje, nas montanhas daqui. Ao a jovem Maria para encontrar-se com sua passo, motivação para reviver o tempo, prosseguir o caminho do Povo de Deus e prima Isabel. sentir a vida que pulsa nos pulmões dio- dos discípulos de Jesus, a Igreja está sem- A juventude diocesana está em belís- cesanos, contemplar os pés que fizeram pre de malas prontas para caminhar. Sua simo cenário. De fato, em movimento. Jo- este caminho e entusiasmar a todos no história é feita por homens e mulheres vens missionários em suas paróquias, em prosseguimento da missão atribuída por que ousaram deixar velhas estruturas e contato e em encontro com os de outras Cristo aos discípulos-missionários que buscar novas formas de construir o Rei- paróquias, dinamizando setores. Tudo compõem a Igreja Particular de Guaxupé. no. Não há, dentro dela, um abandono caminha para o “Bote Fé” diocesano, dia ao que já se fez, como se não mais ser- 03 de março. E para as muitas estações Dom José Lanza Neto voz do pastor ANO DA JUVENTUDE Parece que a Igreja encontrou um tomou a iniciativa de articulá-la foram manifestou, não é tempo de ficar se de Jesus Cristo, na vivência eclesial na caminho que vai em direção à juven- os movimentos com seus carismas e perguntando o que fazer. Temos ado- construção de uma sociedade fraterna tude. Ainda padre recém-ordenado, espiritualidades. lescentes e jovens em nossas prepara- fundamentada na cultura da vida, da trabalhei como coordenador dioce- A Igreja, como um todo, demorou ções para os sacramentos da eucaristia justiça e da paz. Propiciar aos jovens sano da juventude por alguns anos. para se despertar em vista de um tra- e da crisma; quantos parecem merecer um encontro pessoal com Jesus Cristo; Quantos jovens, como frutos daquele balho de evangelização, organização uma atenção e um carinho especial! possibilitar aos jovens uma participa- trabalho, despertaram-se em muitos de nossa juventude. Depois de um Acreditemos na força da graça e na luz ção ativa na comunidade eclesial; sen- campos: religioso, político, social... longo período (quase trinta anos) é do Espírito Santo. sibilizar os jovens para serem agentes A grande esperança para o mo- que se constrói uma bela ideia para Levemos em conta, para nossos transformadores da sociedade.” mento é que nossas lideranças con- acolhê-la para valer. Quando se falou trabalhos, além das orientações da Pai Santo, vosso Filho Jesus, condu- sigam mobilizar as “juventudes” que no setor juventude, parecia muito CNBB os Objetivos Gerais e Especí- zido pelo Espírito e obediente à vossa nos parecem alienadas, desarticula- confuso e incerto. De repente, tudo ficos estabelecidos pela Campanha vontade, aceitou a cruz como prova de das, longe das comunidades. A bem começou a ganhar corpo e hoje é re- da Fraternidade de 2013: “Acolher os amor à humanidade. Convertei-nos e, da verdade, é que se investiu muito alidade. Quantas luzes - JMJ, Campa- jovens no contexto de mudança de nos desafios deste mundo, tornai-nos pouco nos últimos anos e tínhamos nha Fraternidade, DNJ e tantas outras época, proporcionando caminhos missionários a serviço da juventude. uma juventude desinteressada. Quem iniciativas... A hora é esta, a graça se para o protagonismo no seguimento Amém. expediente Diretor geral Impressão Redação DOM JOSÉ LANZA NETO GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO Praça Santa Rita, 02 - Centro Editor e Jornalista Responsável CEP. 37860-000, Nova Resende - MG PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JP Ilustração Telefone Revisão MARCELO A. VENTURA (35) 3562.1347 MYRTHES BRANDÃO E-mail Projeto gráfico e editoração Conselho editorial PASCOM.GUAXUPE@GMAIL.COM AGÊNCIA TOM - www.agenciatom.com - (35) 3064-2380 PADRE JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, PADRE FRANCISCO Os Artigos assinados não representam necessariamente a Tiragem CARLOS PEREIRA, IR. MÁRCIO DINIZ, MARIA INÊS opinião do Jornal. 3.950 EXEMPLARES MOREIRA E NEUZA MARIA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br 2 JORNAL COMUNHÃO
  • 3. opinião A IGREJA DO BRASIL OLHA PARA NOSSOS JOVENS Por Ana Rita Cardoso Maia Silveira, membro da Paróquia São Benedito de Passos Campanha da Fraternidade 2013 Tema: Fraternidade e Juventude Lema: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) “A Campanha da Fraternidade (CF) uma sociedade fraterna fundamentada bendo valores, desafios e perigos... A vo.” Esse deve ser o caminho que nossa de 2013 retoma o tema Juventude, na cultura da vida, da justiça e da paz.” exemplo de Jesus, nossos jovens pos- Igreja deve mostrar aos nossos jovens propõe-se olhar a realidade dos jovens, Quando coloca este objetivo, pro- sam crescer em “estatura”, “sabedoria” em sua evangelização. No começo do acolhendo-os com a riqueza de suas cura propiciar aos nossos jovens um e “graça” (Lc 2,52), quando abrangem novo milênio, João Paulo II nos dizia diversidades, propostas e potenciali- encontro pessoal com Jesus Cristo, as dimensões possíveis da natureza em sua carta: “Se Cristo lhes for apre- dades; entendê-los e auxiliá-los neste a fim de que cada um possa viver a humana. Não se trata de um cresci- sentado com seu verdadeiro rosto, os contexto de profundo impacto social vocação para a qual, nós, batizados, mento quantitativo, que apenas con- jovens reconhecem-no como resposta e de relações midiáticas; fazer-se soli- somos chamados a ser discípulos mis- temple todas as facetas juvenis. Trata- convincente e conseguem acolher a dária em seus sofrimentos e angústia sionários e uma vivência pessoal, com -se de uma questão qualitativa. Para sua mensagem, mesmo se exigente e especialmente junto aos que mais so- projeto de vida que leve cada jovem a Deus, a qualidade não se traduz senão marcada pela cruz.” Quem se encon- frem com os desafios desta mudança assumir sua posição de evangelizador na plenitude. tra com Jesus e deseja segui-lo, deve de época e com a exclusão social; rea- na sociedade em que vivemos. Para Os projetos pastorais e sociais pre- abraçar com empenho seu projeto. A vivar-lhes o potencial de participação e que possa ser agente transformador cisam revestir-se da mística e perpas- Igreja deve trabalhar incessantemente transformação” (Texto Base nº 1). dessa sociedade que massacra nossos sados de um sentido transformador, por uma catequese que lance as bases A Igreja vem lutando para que nos- jovens com a onda de violência e que baseado no Evangelho. Deve ter-se em da fé, que introduza o jovem no misté- sos jovens encontrem seu lugar, para possam viver na justiça e no amor. mente a dimensão do encontro pesso- rio de Cristo, que faça compreender o que busquem uma evangelização cons- São novos tempos! A juventude al com Cristo, como princípio da ação significado das liturgias. ciente, seguindo os passos do Mestre. atual se difere daquela dos anos 60 católica. A Igreja como mãe educadora, pre- Por isso, ela coloca nesta CF 2013 como que se organizava especialmente no O Papa Bento XVI nos diz: “Ao iní- sente na vida do jovem, reconhecendo objetivo geral: “Acolher os jovens no meio estudantil e tinha uma situação cio do ser Cristão, não há uma decisão seu direito de viver uma relação ínti- contexto de mudança de época, pro- política bem determinada. Compre- ética ou uma grande ideia, mas o en- ma com Deus, encaminhando-o a esse piciando caminhos para seu protago- ender essa mudança de época, tomar contro com um acontecimento, com encontro com Cristo e lhe oferecendo nismo no seguimento de Jesus Cristo, consciência da realidade, da cultura uma Pessoa que dá à vida um novo ho- participação, poderá ser também a na vivência eclesial e na construção de midiática em que se encontra, perce- rizonte e, dessa forma, o rumo decisi- mãe que lhe exige atitude. “Ao início do ser Cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo.” Papa Bento XVI DIOCESE DE GUAXUPÉ 3
  • 4. notícias MONSENHOR HILÁRIO PARDINI CELEBRA 70 ANOS DE SACERDÓCIO Por Bruno Luiz Godinho Foto: Bruno Godinho Aos vinte dias do mês de dezem- tenta anos de ordenação. bro do ano de 1942, em Guaranésia, A celebração teve a presença da pelas mãos de Dom Hugo Bressane de comunidade paraisense. Dom José Araújo, assistido por 12 sacerdotes, o Lanza Neto e muitos padres da Dio- jovem Hilário Pardini era ordenado cese de Guaxupé e de outras dioceses sacerdote para sempre, com o Lema também participaram, comungando “Sacerdote do Deus Altíssimo”. do mesmo Pão com monsenhor Hilá- E, no dia 20 de dezembro de 2012, rio, cuja vida ministerial é fiel aos pro- presidia uma solene Eucaristia, às pósitos de Cristo. 19h30, na matriz São Sebastião de Em seguida, um jantar, no salão da São Sebastião do Paraíso, por seus se- Igreja São José, fechou o dia festivo. Monsenhor diz sobre a alegria de ser padre DIOCESE TEM PRESENÇA NO IRPAC Por Francisco Geraldo Alves Foto: Coordenação de Catequese Mais uma vez, nossa diocese esteve pre- e eclesial. Além disso, capacitar formadores e/ de iniciação à vida cristã de adultos, jovens e sente no Instituto Regional de Pastoral Cate- ou multiplicadores (coordenadores) para a for- crianças. quética (IRPAC). O IRPAC é a Escola Bíblico-Ca- mação de catequistas de base. Para participar do curso, é preciso ser in- tequética do Regional Leste II (Minas Gerais e Desde o ano 2000, o IRPAC passou a ter dicado pelas coordenações diocesanas de Espírito Santo). Aprovado por todos os bispos quatro módulos e a carga horária total é de Catequese do Leste II. do regional, o curso teve início em 05 de janei- 308 horas/aula. Cada módulo aprofunda um Em 2013, o IRPAC passará a ser pós- ro de 1987, em Belo Horizonte-MG, para onde aspecto essencial para a formação de um co- -graduação, especialização em Catequese, voltou, depois de 23 anos sendo realizado no ordenador de Catequese e/ou formador de pela PUC-Minas, em parceria com o Regional Centro Dom Bosco, em Cachoeira do Campo- catequistas. Leste II. O curso aconteceu entre os dias 06 e -MG. Seu objetivo é preparar coordenadores Esta escola procura oferecer uma forma- 17 de janeiro, na Casa de Retiro São José em de Catequese nos vários níveis de Igreja (dio- ção integral, que traga sentido para vida de Belo Horizonte. A Diocese de Guaxupé foi Grupo representante da diocese ceses, paróquias), visando à formação pessoal cada um e provoque a melhoria do processo representada por 12 cordenadores/cursistas. DIOCESE SE DESPEDE DOS PADRES ONOFRE, ORNELAS E BENEDITO JOSÉ Por Pe Gilvair Messias A Diocese de Guaxupé sofreu três Foto: Arquivo grandes perdas no mês de janeiro. Dia 01, Mons. Onofre Teixeira Filho que, por meses, lutou contra um câncer. Dia 12, Mons. José do Amaral Ornelas que, até então, era o sacerdote pri- mogênito no presbitério local. E dia 23, Côn. Benedito José da Silva que, desde 1960, residia em São Tomás de Aquino. Mons. Onofre era pároco de Area- do. Natural de Passos, filho da paró- quia Nossa Senhora da Penha, atuou na diocese durante 27 anos como presbítero. Foi também pároco nas paróquias São José de Botelhos e Nossa Senhora Aparecida de Passos. No final da década de 1980 e início de 1990, trabalhou como vice-reitor do Seminário Maria Imaculada e forma- Da esquerda para a direita: Cônego Benedito José da Silva, Mons. Onofre Teixeira Filho e Mons. José do Amaral Ornelas dor de Equipe de Vida, época em que os seminaristas da diocese de Guaxu- pé estudavam na Arquidiocese de Ri- as décadas de 40 e 50. Foi pároco em Cônego Benedito José da Silva era naquele mesmo, recebeu o título de beirão Preto. Até 2004, esteve ligado Cássia, capelão da Aeronáutica no natural de Caxambu (MG). Religioso cônego honorário. à formação presbiteral como reitor Rio de Janeiro e, por 15 anos, pároco da Congregação de Nossa Senhora A Diocese de Guaxupé rende a do seminário de teologia da diocese, de Arceburgo (MG), local de sua úl- de Sion, foi ordenado padre em 1952. Deus graças pela vida de seus presbí- em Pouso Alegre. No Setor Areado, foi tima residência. Ordenado em 1939 De 1952 a 1960, atuou na formação teros Onofre, Ornelas e Benedito José ainda coordenador de pastoral e re- por dom Ranulpho da Silva Farias, 2º e preparação de novos padres de e, na ocasião de sua páscoa, manifes- presentante do clero junto à Pastoral bispo diocesano, foi por vários anos sua comunidade religiosa. Em 1960, ta solidariedade aos familiares, ami- Presbiteral. o padre com mais tempo de vida da atuou por três meses na Paróquia São gos e fiéis. Aos 98 anos, sendo 73 de sacer- diocese. Quando visitado, até os úl- Benedito de Passos. E, em São Tomás dócio, a vida de Mons. Ornelas foi de timos meses, manifestava lucidez so- de Aquino, foi pároco de 1960 até intensa dedicação à Igreja. Atuou por bre todos os fatos da Igreja e da vida 1999. Ainda em 1967 ocorreu sua in- 10 anos no “Jornal Diocesano”, entre social. cardinação na Diocese de Guaxupé e, 4 JORNAL COMUNHÃO
  • 5. homenagens PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PENHA – PASSOS PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO – AREADO Por Vera Silveira Coordenadora da PASCOM - Penha Por João Pedro Palmieri, membro da Pastoral Carcerária da Paróquia São Sebastião de Areado Monsenhor Onofre, filho da Pa- Maria. Na simplicidade, revelava seu Mons. Onofre viveu por mais de te piedoso e seguidor do coração de róquia de Nossa Senhora da Penha, amor e zelo pelas coisas do Pai, assim vinte e cinco anos seu Ministério Jesus no desempenho das tarefas iniciou sua vida cristã, nessa comu- como Maria. Sacerdotal, sempre leal a Cristo, à apostólicas e na condução do re- nidade. Foi secretário paroquial, A Monsenhor Onofre, nosso obri- unidade da Igreja e à hierarquia, dig- banho, sempre ávido de orientação sacristão e teve como orientador gado por ter sido exemplo de fiel nificando o Sacramento da Ordem, espiritual, tanto nos momentos de espiritual, Monsenhor Matias, gran- seguidor de Jesus Cristo, de filho honrando de forma incontestável o calmarias como nos de tormentas, de incentivador e referência para a zeloso e amoroso de Maria, por ter catolicismo e ornamentando a vida o que ele fazia a todo tempo sem vida Até então, era carinhosamente evangelizado com tanta dedicação e sacerdotal. se desviar sequer por um minuto da chamado por todos como “Nonó.” amor o povo que Deus lhe confiou. Após alguns meses de sofrimen- rota da caridade, dom que, como an- Acompanhado por Monsenhor Ma- Aos seus familiares, obrigado por to, muita fé e admirável resignação tes dito, constituiu a coluna mestra tias, lapidou muito bem sua vocação. ter dividido conosco a alegria de um em razão de doença grave, nosso de seu fiel, santo e corajoso Ministé- No Santuário de Nossa Senhora da filho, de um irmão, e nos ter permi- querido Mons. Onofre faleceu na ci- rio Sacerdotal. Penha, em Passos, aconteceu sua or- tido tê-lo como parte dessa grande dade de Passos, onde se encontrava Suas homilias, testemunhadas denação presbiteral. família que somos todos nós, família em companhia de seu irmão Josué, pela própria vida, calavam fundo em Como falar de Monsenhor Ono- diocesana de Guaxupé. da cunhada Carmem e recebia zelo- nossa alma e em nosso coração, por- fre sem mencionar sua devoção à Por isso, a homenagem maior que sos cuidados familiares, médicos e que profundas e ao mesmo tempo Virgem Maria? Suas palavras trans- temos para Monsenhor Onofre, acre- hospitalares. simples, sábias e pedagogicamente bordavam alegria e emoção quando dito seja hoje cantar para a Mãe, e de Como é de conhecimento públi- teológicas. A gente não se cansava falava da Mãe. E, no dia 01 de janei- maneira diferente das outras vezes, co, ele exerceu o Ministério Sacerdo- em ouvi-las, principalmente porque ro, Solenidade da Santa Maria, Mãe porque agora, de modo sublime e tal nesta cidade por alguns anos, na ele falava sempre com maestria e au- de Deus, Ela acolhe em seus braços, divino, ele goza da alegria de cantar dignificante função de pároco e, nós, toridade. Jamais vamos esquecê-las! esse filho tão amado e o apresenta face a face para a mãe que o apre- leigos, membros da Paróquia São Se- Finalmente, estamos certos de ao Pai. senta ao Pai: “Virgem querida, ó Mãe bastião de Areado, somos gratos a que Deus jorrou sobre Mons. Onofre Monsenhor Onofre não tinha carinhosa, que no seu trono, um filho Deus pela presença diuturna, santa e abundantes e generosas bênçãos, noção do quanto ele parecia com a acolhe... Apresenta ao Pai, esse que obreira desse pastor de inexcedíveis pois, a exemplo do patrono, São Cura Mãe. Seu silêncio falava tanto como tanto amou, que aqui na terra, que virtudes, cuja vida, na sublime mis- D’Ars, no exercício do Santo Ministé- o silêncio de Maria. Sua humilda- aqui na terra seu Amor revelou...” são de padre, teve tudo a ver com a rio Sacerdotal foi sempre firme como de era expressa por palavras e nos vida de São Cura D’Ars, em especial, a rocha, resistente como o aço, va- gestos, assim como a humildade de quanto ao amor constante e conta- lioso como o ouro e sempre radiante giante por nossa formação cristã, como o sol das manhãs de primavera, ética e moral, enquanto cristãos ca- razão por que ele, que era para nós, “PADRE ORNELAS: PREITO DE GRATIDÃO” tólicos e povo de Deus a ele confia- aqui na terra, uma luz no caminho, Discurso parcial de Sander Rogério Ribeiro Pereira dos pela Igreja particular, Diocese de lá no céu, no abençoado seio do Se- Guaxupé. nhor e ao lado de Maria Santíssima, Nasceu o padre José do Amaral Padre Ornelas foi o último padre Mons. Onofre, no meio de nós, a quem ele tanto amava, continuará Ornelas, em São Sebastião do Para- ordenado por dom Ranulpho da Silva revelou-se humilde pastor, sacerdo- sendo um caminho de luz. íso, Minas Gerais, a 23 de setembro Farias, aqui na Diocese de Guaxupé. de 1914. Em 25 de Março de 1939, subita- De 1933 a 1938, esteve matricula- mente morreu monsenhor José Phili- neiro, onde permaneceu até 1974, Paroquial “Francisco Lima de Souza do no Seminário Arquidiocesano “Co- ppe da Silveira, então pároco de São ano em que foi para a reserva. Dias” e em outros setores de ampa- ração Eucarístico de Jesus”, em Belo Sebastião do Paraíso. Permaneceu A seu pedido ao então Bispo Dio- ro aos necessitados foi reconhecida- Horizonte, Minas Gerais. Recebeu a padre Ornelas, por ordem de dom cesano de Guaxupé, dom José Al- mente sem igual. ordem de presbítero pela imposição Ranulpho, como Pároco da Paróquia berto Lopes de Castro Pinto, esteve Três excelsos dons ornamentaram das mãos de dom Ranulpho da Sil- de São Sebastião do Paraíso, até 03 como pároco de São João Batista o caráter impoluto do reverendo: sa- va Farias, então Bispo Diocesano de de setembro de 1939, quando foi de Arceburgo, Minas Gerais, de 06 bedoria, paciência e humildade. Só Guaxupé, na Igreja Matriz da Paró- nomeado Secretário Geral do Bispa- de março de 1975 a 17 de março de um espírito assim favorecido poderia quia de São Sebastião do Paraíso. A do de Guaxupé, servindo primeiro 1990, quando se afastou da função merecer o preito de admiração que propósito, no interessante livro “São dom Ranulpho e depois, dom Hugo de pároco, por limite de idade, con- lhe votou o rebanho que soube com Sebastião do Paraíso e sua História”, Bressane de Araújo. Manteve-se no forme prevê o Código de Direito Ca- amor e dedicação apascentar duran- de autoria do doutor José de Souza cargo até 1950, prestando relevantes nônico, mas continuou residindo na- te os últimos anos de vida paroquial, Soares, edição de 1945, Editora Pana- serviços ao Bispado e ao Colégio das quela cidade, terra que amava como sem alarde, sem jactância, como per- mericana, página 185, há a seguinte Irmãs Concepcionistas de Guaxupé. se fosse sua. feito servo do Senhor. notícia histórica: “O Padre José do De 1950 a 1955, esteve como pá- No cumprimento de suas obri- Amaral Ornelas é um sacerdote virtu- roco de Santa Rita de Cássia, Cássia, gações, padre Ornelas realizou uma oso e de talento. É uma glória do cle- Minas Gerais, onde fundou a Escola obra simplesmente memorável. Nos ro e da nossa gente paraisense, que Estadual “São Gabriel”, até hoje atu- dois decênios de sua ação religiosa, dele ainda espera muitos serviços a ante naquele município, com cerca entrou em todos os lares; captou a esta paróquia. de 1.500 alunos matriculados; re- estima, o respeito, a confiança das A nossa cidade orgulha-se de seu formou o Asilo Paroquial e fundou famílias, constituindo-se mais que filho, que será, sem dúvida, um vulto a Conferência Vicentina e também a um amigo: um pai de toda a comuni- de eminência no clero nacional.” “Casa da Criança”, para atender à in- dade. Nas lides da assistência social, Sua primeira missa foi solene- fância carente. trabalhou com não menos sabedoria, mente celebrada na Capela de Nossa Em 1955, prestou concurso e in- paciência e caridade, virtudes tão ra- Senhora da Abadia, no dia 03 de fe- gressou na “Força Aérea Brasileira”, ras nos dias de hoje. vereiro de 1939. na então Capital Federal, Rio de Ja- Sua atuação na direção do Asilo DIOCESE DE GUAXUPÉ 5
  • 6. notícias DIOCESE ABRE, EM FEVEREIRO, COMEMORAÇÕES DE SEU CENTENÁRIO Por Pe. Gilvair Messias Celebrar é alma da Igreja! Fatos, o co- A abertura das comemorações rece- grande participação de jovens de todas tidiano feito e refeito ao longo do tem- beu a mesma data da criação da diocese, as paróquias para o “Bote Fé”, evento para po, a história de cada pessoa – sua san- 03 de fevereiro. Nessa primeira ocasião, acolhida diocesana aos ícones da Jorna- tificação no mundo, sinais humanos da às 9h, em Guaxupé, haverá procissão com da Mundial da Juventude, a realizar-se graça de Deus, tudo celebrado na ação a imagem da padroeira, Nossa Senhora no próximo mês de julho. Das 15 às 17 litúrgica cristã. E a Diocese de Guaxupé, das Dores, com saída prevista da avenida horas, acontecerão várias atividades ju- nas proximidades de seu centenário (03 Conde Ribeiro do Vale (entrada da pre- venis, compreendendo a celebração da de fevereiro de 2016), não podia deixar feitura) em direção à catedral diocesana eucaristia e show com a Banda Dominus, de fazer desse período antecipatório um para a santa missa. Durante a celebração, grupo de “axé” religioso que, em parceria intenso tempo de ação de graças. ocorrerá entrega da cruz missionária da com a CNBB, participa desde 2011 em vá- Desde o primeiro semestre de 2012, Jornada Mundial da Juventude a cada re- rios eventos de Bote Fé no Brasil. um calendário de atividades foi pensa- presentante jovem das paróquias e, em De março a dezembro, estão previs- do no Conselho Diocesano de Pastoral seguida, será lido o decreto de abertura tos estudos, nos conselhos de pastoral (CDP). Depois de alguns acréscimos e das celebrações e atividades do cente- paroquial e setorial, de subsídios com especificações em sua programação, o nário e promulgação de concurso para o questões aprofundadas da fé cristã, além mesmo chegou aos Conselhos Pastorais hino comemorativo. de folder informativo para entrega nas de Setor (CPS), também avaliado nessa No calendário das comemorações em celebrações dominicais. instância e novamente reformulado até 2013, destacam-se Juventude e Ano da Confira as demais atividades do ca- sua apresentação final. Fé. Para o dia 03 de março, espera-se uma lendário comemorativo. 2013 2014 Além das atividades abaixo contempladas, os Após esse dia, realizem-se estudos preparatórios 02 DE FEVEREIRO 17 a 20 DE FEVEREIRO setores também poderão incentivar outras com grupos juvenis, em todas as paróquias para Encontro Diocesano para Missionários Paroquiais Formação Permanente do Clero atividades para realização do Ano da Fé. JMJ. Local: Cúria Diocesana Local: Casa de Retiros Dom Luís - Brodowski/SP Horário: 09 às15h Assunto: Estudo sobre metodologia das Santas Missões Assunto: Apresentação da Metodologia Diocesana para Santas Populares 03 DE FEVEREIRO MARÇO A DEZEMBRO Missões Populares Abertura das atividades do centenário diocesano Encontros: Redescobrir a fé em comunidade Local: Catedral Estudo de subisídios sobre temas conciliares nos Conselhos de MARÇO A DEZEMBRO Horário: 10h Pastoral Paroquial (ampliados) e Setores Pastorais. Retiros mensais e encontros diocesanos para Missionários Paroquiais Envio da “juventude missionária” (representante jovem de cada Entrega bimestral, nas celebrações dominicais, de folder Local: Setores e Diocese paróquia) e de representantes dos CPPs para animação da CF informativo sobre questões de fé. 2013 e Concentração Diocesana da Juventude. Imposição das cruzes para a JMJ. Pede-se envolvimento para organização dos 2015 Nas paróquias, após essa data, realizem-se com as estudos: membros da Formação Cristã em 01 DE FEVEREIRO Durante todo o ano, as paróquias irão, em romaria, Comunidade e outras pessoas ligadas à formação Abertura das Peregrinações e do Ano Missionário até a Catedral, além de realizarem peregrinações juventudes, estudos, debates, fóruns, via sacra, Envio Missionário para Santas Missões Populares teológica de leigos. com a imagem da padroeira, Nossa Senhora das encontros, ritos penitenciais... Local: Catedral Serviço de Animação Litúrgica Paroquial, Dores e promoverem as Santas Missões Populares. Grupos de Reflexão, Catequese, Movimentos e Horário: 10h 03 DE MARÇO Pastorais, Ministérios Extraordinários terão os mesmos temas transversais em seus encontros. 2016 Acolhida Diocesana aos ícones da JMJ Concentração Diocesana da Juventude 16 DE MAIO 03 DE FEVEREIRO Atividades sujeitas a alterações no decorrer do Local: Praça da Catedral Reunião Geral do Clero Celebração Eucarística por ocasião do Centenário Diocesano percurso. Das 15 às 17h: Atividades juvenis com oração e animação Local: Cúria Outras atividades previstas: concurso para hino do 17h: Chegada dos ícones e Celebração da Santa Missa Horário: 09 às15h centenário, revista, selo, bíblia e documentário Em seguida, show com a Banda Dominus Assunto: Ano da Fé pela perspectiva do Vaticano II comemorativos. A DIOCESE DE GUAXUPÉ E SUA ORIGEM passou a pertencer ao bispado de Pou- chegaram a Guaxupé as primeiras re- reiro de 1916, nomeou o prelado como so Alegre e, em 1906, sob cuidado ecle- ligiosas Concepcionistas e instalaram primeiro bispo desta Diocese, o qual to- siástico metropolitano de Mariana. estabelecimento para educação de me- mou posse no dia 28 de maio daquele Aos 19 de novembro de 1913, dom ninas e moças. Daí em diante, dom Assis mesmo ano. Antônio Augusto de Assis, então bispo desenvolveu muitas atividades com o Após a fundação do bispado, dom de Pouso Alegre, conseguiu um decreto objetivo de organizar o futuro bispado. Antônio Assis trabalhou ardorosamente da Santa Congregação Consistorial para Aos de 03 de fevereiro de 1916, o pelo estabelecimento das instituições criar uma residência episcopal em Gua- papa Bento XV, a rogo de dom Assis, di- diocesanas. Organizou a Cúria Diocesa- xupé. No dia 21 do mesmo mês, o refe- vidiu em duas partes o território da Dio- na e o serviço paroquial. Fez realizar em Até 1906, o Brasil contava com duas rido bispo chegava à cidade para fixar cese de Pouso Alegre e erigiu uma nova Guaxupé as Conferências do Episcopa- sedes metropolitanas: Salvador (BA) e moradia no Largo da Matriz (atualmen- diocese, com sede na cidade de Guaxu- do da Província Eclesiástica de Mariana. Rio de Janeiro (RJ). Naquele ano, o papa te praça Américo Costa), em prédio ce- pé. As linhas divisórias estabelecidas Em 1916, Minas Gerais possuía as Pio X criava duas outras: Belém (PA) e dido pelo Sr. Conde Ribeirdo Valle. Em entre as duas dioceses foram as divisas seguintes sedes diocesanas: Mariana, Mariana (MG). Muitos estados forma- fevereiro de 1914, iniciou Sua Excelên- meridionais das paróquias de Poços de Campanha, Diamantina, Pouso Ale- vam uma única diocese. cia os cursos do Ginásio Diocesano. E, Caldas, Campestre e Machado. gre, Uberaba, Montes Claros, Araçuaí e O território que hoje compreende a aos 09 de agosto daquele mesmo ano, Criada a nova diocese, dom Assis, Caratinga. Depois de Guaxupé, foram Diocese de Guaxupé pertencia ao bis- benzeu a primeira pedra do edifício que já residia na nova sede episcopal, criadas as dioceses de Luz (1918), Belo pado de São Paulo. Já no ano de 1900, onde funcionaria o Seminário Menor e optou por ficar em Guaxupé. Em vista Horizonte (1921) e Juiz de Fora (1924). com a criação do bispado sul-mineiro, o Colégio Diocesano. Naquela época, disso, o papa Bento XV, aos 07 de feve- 6 JORNAL COMUNHÃO
  • 7. entrevista FÉ, PASTORAL E MISSÃO EM QUESTÃO Por Sérgio Bernardes Membro da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, frei Luiz Carlos Susin é um dos mais destacados teólogos brasileiros da atualidade. Possui doutorado pela Gregoriana de Roma, além de ser membro do comitê de redação da revista de teologia “Concilium”, de veiculação internacional. Autor de vários livros, em 2000, foi vencedor do prêmio Jabuti de Literatura, com o livro”Mysterium Creationis” - Um olhar interdisciplinar sobre o Universo. COMUNHÃO: Como é possível compre- se tornou um país considerado como um ender o entrosamento, muitas vezes até centro missionário. O Brasil, nesta questão discrepante, entre pensamento teológico, missionária e, isso não é só um fenômeno ensinamentos do Magistério e práxis cristã? da Igreja Católica nem das igrejas protestan- Susin: São três instâncias que precisam es- tes históricas, até o movimento pentecostal tar conectadas entre si, mas que possuem está enviando muitos missionários para fora pontos de tensão e, às vezes, nós de confli- do país. Na Igreja Católica, estamos soman- to, porque cada instância tem uma estrutura do forças, como as congregações religiosas, própria. Isso possibilita que haja tensão. Eu a socialitária da CNBB na Guiné Bissau, em penso que esta tensão deva ser encarada Moçambique, na Angola. No Haiti, há vários como algo positivo. Por exemplo, a prática grupos de brasileiros, de diferentes congre- cristã normalmente tem a ver com certa gações. tradição, mesmo que, ultimamente, haja esta explosão de liberdade e de criatividade COMUNHÃO: Como a Igreja pode manter- religiosa em todas as direções. Na verda- -se fiel à sua essência evangélica, com vi- de, quando se trata de religião, trata-se do sibilidade, diante de uma realidade que sagrado, e o sagrado não é uma coisa que relativiza os grandes relatos e a influência se move muito, ele tem uma raiz profunda. institucional nas decisões sociais de maior Eu diria assim: a gente não escolhe a tradi- relevância? ção religiosa, é ela que no escolhe, antes da Susin: Esta questão é bem de raiz e, ao mes- gente ainda saber. Neste sentido, sempre, mo tempo, muito ampla. Existem algumas na prática, haverá algumas formas tradi- expressões-chave que a nossa espirituali- cionais, mesmo que a teologia não pense tava que os padres soubessem, e os padres condições de participar de diferentes minis- dade e a nossa teologia, baseadas na ex- mais daquela maneira, elas continuam a ser davam aqueles sermões, aquela homília térios, não necessariamente no presbiterato, periência da América Latina, cunharam de transmitidas como pela inércia do sagrado, mínima para manter uma catequese míni- mas que haja profusão de ministérios e, que forma bem importante, buscando as fontes que não é algo que se possa tocar com uma ma, uma situação que a cultura sustentava, ele possa sentir-se também, com possibili- da nossa espiritualidade cristã. Nossa fé se mera decisão. Já o Magistério da Igreja, ele porque era uma cultura católica. Mas, como dade ministerial. Aqueles que desejassem, expressa no seguimento de Jesus. Não ado- tem a incumbência de anunciar as verdades nós estamos num mundo pluralista e com tivessem um lugar para exercer o ministé- ramos a Deus, simplesmente, nós temos um de fé que são oficiais. Ele se chama autêntico boas doses de secularidade, cada vez mais rio. E, também de decisão, ao menos nas Deus ao qual seguir, porque Ele se tornou porque dá autenticação, dá selo de oficiali- os leigos compreendem a fé que vivem ou instâncias que tocam mais de perto o seu humano e fez um caminho, que é possível dade para tudo aquilo que todos devem não sabem mais o que fazer com sua práti- cotidiano. Nós temos um problema, porque seguirmos. Neste mundo tão plural e con- crer para poderem sentir-se como uma co- ca religiosa. Este crescimento do leigo que as Igrejas locais, de modo geral, não têm fuso, às vezes até nebuloso e inseguro, é munidade. Difere-se da teologia que, por busca formação é um indício muito favorá- muita participação na decisão da escolha preciso ter um horizonte grande que possa sua vez, tem que pesquisar, discutir, debater. vel. Outro passo que está acontecendo em de seu bispo. Há alguma consulta para o cle- abraçar certa insegurança, abraçar sem ex- Pode haver o contraditório, a teologia pode algumas dioceses e bem programado, é que ro. Isso é apenas sinal de um tipo de hábito cluir. Este horizonte não é institucional, nem dar-se um certo luxo de ser vanguardista, de só a formação não é suficiente para a vida da que a Igreja tem: a autoridade superior vai sequer muito visível, mas é o horizonte do sonhar até. Entre o teólogo e o bispo, entre a fé. Há momentos em que se desperta para decidindo e vem por escalada, de cima para Reino de Deus, esta amplidão da criação, teologia e o magistério é que se põe a ques- a necessidade de fazer alguma coisa. Eu baixo. Não necessariamente, precisamos ter onde a ecologia, as outras formas de vida e tão mais delicada, porque a tendência por tenho visto em algumas dioceses do Brasil, uma democracia, ao modo como se exercita o equilíbrio na terra também são sinais do si do Magistério é querer, de alguma forma, uma forma programada de missão. Os lei- na área civil, mas a palavra que é mais que Reino. controlar a teologia e a tendência da teolo- gos constituem equipes missionárias e vão democracia na Igreja é participação, partici- gia é achar que, descobrindo novos modos aonde nem padres missionários iriam e têm pação nas diferentes instâncias de decisão, COMUNHÃO: Que face eclesial a Igreja pre- de dizer a verdade cristã, isso deveria ser uma penetração muito maior no cotidiano nos planos pastorais, em que leigos tenham cisa ressaltar para evidenciar os sinais do imediatamente reconhecido por todos. São dos seus arredores. É um grande estímulo realmente voz de autoridade reconhecida. Reino de Deus? três realidades que se conectam e que se para os próprios leigos, é o seu protago- Nós temos um vício, assim como o Papa Susin: Nos discursos dos papas João Paulo II fecundam, por isso, deve haver uma coerên- nismo na missão, no contato com outros manda na Igreja, o pároco manda na pa- e Bento XVI, há uma insistência, um horizon- cia de fundo, mas na prática, elas não estão leigos, assim como do jovem com outros jo- róquia. Na verdade, as orientações não são te maior que a própria Igreja que é a gran- naturalmente juntas, por causa das caracte- vens. Tal fato proporciona uma perspectiva essas. Como na Igreja existe o colegiado dos de família humana. Precisamos nos tratar rísticas diferentes. Precisamos compreender de poder contribuir com outros que ainda bispos, com a cabeça que é o papa, a paró- como membros de uma grande família. A isso e receber o lado positivo. não tiveram a mesma oportunidade. quia deveria ser conduzida colegiadamente Igreja dá testemunho disso, no cuidado aos com os leigos. O pároco é aquele que presi- refugiados, dos ‘desplaçados’ na Colômbia, COMUNHÃO: Na Diocese de Guaxupé, há COMUNHÃO: Quais são os desafios e as de uma comunidade não só na celebração, às vítimas ambientais, ao tráfico de pessoas. algumas iniciativas de formação teológica perspectivas encontrados nesta inclusão do mas também na formação, no exercício mis- Quando nós temos este horizonte do Rei- e pastoral para os leigos. Como avalia esta leigo na evangelização? sionário da pregação da Palavra. no de Deus, que é maior que a Igreja, esta evolução da formação laical e a participação Susin: Isto esbarra em algumas dificuldades, também cresce e tem para onde olhar, pois na instituição eclesial? uma delas é a velha tradição de que o leigo COMUNHÃO: Como avalia esta presença se carrega de todos estes sinais. A missão Susin: Praticamente, nós temos tido um está acostumado na Igreja a ser realmente missionária da Igreja do Brasil em outros da Igreja como evangelizadora é de poder crescimento bastante importante na di- passivo, a receber e não a contribuir ativa- países? fazer com estes sinais, uma Igreja compas- mensão do leigo que busca formação. Acho mente. Desde o Concílio, estamos lutando Susin: O Brasil deixou de ser um país que so- siva, misericordiosa, fiel à Palavra de Deus e que é o passo básico para todo mundo, não contra isso, só que a luta é contra séculos mente recebe missionários. Aliás, está rece- transmiti-la, ajudando a celebrar e aumen- só para os leigos. Antes, havia uma acomo- de um hábito. Do ponto de vista ministerial, bendo menos missionários da Europa e da tar a fé. dação do leigo, uma passividade, que bas- seria importante que o leigo tivesse mais América do Norte, como já era tradição, mas DIOCESE DE GUAXUPÉ 7
  • 8. liturgia QUARESMA E CATECUMENATO – OÁSIS NO DESERTO DA VIDA Por Pe. Renato César Gonçalves, pároco da Paróquia Sagrada Família de Carmo do Rio Claro, coordenador do Serviço de Animação Litúrgica (SAL) na diocese Novamente o tempo quaresmal está o período do catecumenato (cateque- de iniciação cristã de adultos, através pessoa, em vista da recepção dos dons aí, à espera de todos e ressalta o tema se), realizado por introdutores (cate- do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos do Salvador. Assim acontece também da penitência como atitude essencial quistas). Durava de dois a três anos e (chamado de RICA), o qual apresenta o no quarto domingo da Quaresma, com de quem quer viver os ensinamentos tinha como intuito iluminar a pessoa mesmo itinerário proposto pela Igreja o evangelho do cego de nascença (ano de Jesus. A palavra quaresma remete através da Palavra e dos ensinamentos nos seus primórdios. A) em que Jesus, com a saliva (água), ao período de quarenta dias que faz do Senhor. Por fim, havia o tempo da recupera a vista ao cego que depois memória de grandes acontecimentos purificação e iluminação que coincidia O Tempo e a Graça apresenta sua fé “Creio, Senhor!” (Jo na história da salvação, como os qua- com o período quaresmal. “De fato, No primeiro domingo da Quares- 9,38). Após a recepção do segundo renta anos de caminhada do povo he- na liturgia e na catequese, pela come- ma, faz-se o rito de “eleição”, no qual, escrutínio com as orações e o exor- breu pelo deserto, após a escravidão moração ou preparação do Batismo e após a homilia e breve interrogatório, cismo, o candidato vai para sua casa e do Egito, em busca da terra prometida pela penitência, a Quaresma renova a os candidatos apresentam seu nome prepara-se para o próximo escrutínio. e também, os quarenta dias de Jesus comunidade dos fiéis juntamente com e são eleitos pela comunidade para a No quinto domingo, há o evangelho no deserto, preparando sua missão. É os catecúmenos e os dispõe para a ce- recepção dos sacramentos. da ressurreição de Lázaro (ano A) e, na interessante que o número quarenta lebração do mistério pascal, ao qual No terceiro, quarto e quinto domin- homilia, o sentido do batismo como o representa a duração de vida de uma os sacramentos de iniciação associam gos da Quaresma, realiza-se o rito dos reavivamento a partir de Cristo. Há no- pessoa (média de vida nos tempos cada um” (RICA, 21). Assim, o tempo escrutínios, ou seja, a purificação do vamente as orações e exorcismos e são antigos). Isso faz com que se compa- quaresmal era como um período de espírito e do coração no combate às convidados a comparecer novamente re a vida inteira da pessoa como uma retiro espiritual em preparação não tentações, no estímulo das vontades na manhã do sábado santo para a re- grande caminhada em busca da terra apenas para o sacramento do batismo, para a configuração a Cristo. No tercei- citação do Símbolo (profissão de fé), prometida. Neste trajeto, tem-se o de- mas para os compromissos que serão ro domingo, o evangelho proposto é o o rito do Éfeta (abrir os ouvidos para serto, com toda sua secura, as diversas assumidos anexos a este sacramento. da Samaritana (ano A), que encontra ouvir as verdades de fé), a escolha do tentações e também os oásis que sus- nome cristão e a unção com o óleo dos tentam a caminhada e faz o povo pros- catecúmenos. seguir fortalecido e animado. Oásis é o “De fato, na liturgia e na catequese, pela co- Enfim, na solene Vigília Pascal, no lugar da água, que dá vida. Na Igreja, o memoração ou preparação do Batismo e sábado santo, os candidatos são ba- tempo quaresmal faz alusão ao batis- tizados, confirmados e recebem, pela mo, que provém das águas desse oásis. pela penitência, a Quaresma renova a co- primeira vez, a Eucaristia. Daí, todo o munidade dos fiéis juntamente com os cate- ritual voltado para a água na celebra- Retiro Espiritual ção da Vigília da Páscoa. Era o momen- Nos primórdios da Igreja, em tem- cúmenos e os dispõe para a celebração do to em que os cristãos, nos primeiros sé- po de perseguição dos cristãos, havia mistério pascal, ao qual os sacramentos de culos, recebiam o batismo após todo o todo um processo – chamado de cate- processo de preparação e iluminação. cumenato– para se chegar à celebração iniciação associam cada um” (RICA, 21). Assim, a Quaresma resgata seu for- do batismo. Via de regra, batizavam-se te sentido de renovação batismal e apenas adultos que, ao se encantarem Nesse período, o introdutor conduz em Cristo a fonte de água viva (o oá- de iluminação e configura-se como o pela proposta cristã vivida e anuncia- à purificação do coração pelo exame sis que mata definitivamente a sede). grande retiro espiritual proposto pela da pela comunidade, pediam a um de consciência e pela penitência. Com Após a homilia, faz-se a oração sobre Igreja para que, na secura da vida, Cris- adulto já batizado (padrinho ou ma- isso, há vários ritos, denominados “es- os catecúmenos e o exorcismo, que to seja o oásis que conforta e alimenta drinha) que o apresentassem à comu- crutínios” e “entregas”. A Igreja até hoje não é expulsão de nenhum ser ma- e seja o companheiro da grande jorna- nidade como candidatos ao batismo. favorece esta forma de preparação ligno, mas a oração de libertação das da em busca da terra prometida. A comunidade os acolhia e iniciava-se para o batismo e demais sacramentos consequências e influências do mal na 8 JORNAL COMUNHÃO
  • 9. bíblia O DINAMISMO JOVEM NA BÍBLIA Por Pe. José Luiz Gonzaga do Prado, professor de Teologia Bíblica no Centro de Estudos Superiores da Arquidiocese de Ribeirão Preto. Reside em Nova Resende O lema da Campanha da Fraternidade capataz egípcio. Não volta ao conforto do Saul quis que ele vestisse sua armadura “Ah! Senhor, não sei falar, sou ainda uma 2013 é “Eis-me aqui, envia-me!” Is 6,8. Em- palácio, mas são seus companheiros que o para lutar contra Golias, mas preferiu ino- criança!” “Não tenhas medo deles, pois es- bora Isaías não seja apresentado na Escri- denunciam. Tem de fugir. var. Enfrentou o gigante com uma funda tou contigo para defender-te” (Jr 1,6.8). tura como modelo de jovem, sua resposta Chegando a Madiã, defende da arro- na mão e cinco pedrinhas na sacola. Bastou O jovem Jeremias tentava resistir ao ao apelo de Deus foi o de uma atitude ex- gância dos pastores homens, as moças que uma. apelo de Deus, mas “tu me seduziste, Se- tremamente jovem. olhavam o rebanho de seu pai e ajuda-as a Quando Saul passou a considerá-lo nhor, e eu me deixei seduzir! Foste mais É próprio do jovem estar pronto para dar de beber às ovelhas. Aceita a hospeda- inimigo, entrou, à noite, no acampamento forte do que eu e me subjugaste! Tornei- o desafio, enfrentar a aventura, sair da ro- gem desta família e casa-se com uma das de Saul, que dormia a sono solto, tirou-lhe -me a zombaria de todo o dia, todos riem tina e buscar o novo, partir para o desco- jovens. Fica refugiado em Madiã, cumprin- a vasilha de água e a lança e não permitiu de mim. Sempre que abro a boca é para nhecido. A conversão permanente é uma do a rotina do pastoreio das ovelhas de seu que seu companheiro matasse o rei que protestar! Vivo reclamando da violência e atitude jovem, só o jovem tem coragem sogro, mas ouve o apelo de Javé e, apesar dormia ao lado. Afastou-se e gritou para da opressão! A Palavra de Deus tornou-se de mudar, de inventar, de sair dos padrões, de todas as dificuldades, volta para o Egito acordar o rei e seu general para perguntar para mim vergonha e gozação todo o dia. de quebrar o protocolo. O velho continua a fim de libertar seus irmãos. da arma e da vasilha de água. Pensei: Nunca mais hei de lembrá-lo, não sempre na mesma, no seu canto. Acampado no deserto com seus ir- Tornou-se o modelo dos reis de Judá falo mais em seu nome! Mas parecia haver mãos hebreus, aceita o conselho de seu e o poema do capítulo 11 de Isaías dá-lhe um fogo a queimar-me por dentro, fecha- Moisés sogro que vai levar-lhe a mulher e os filhos. duas qualidades características do jovem: do em meus ossos. Tentei aguentar, não fui A Escritura divide a vida de Moisés Converte-se, muda a maneira de agir com ousadia e precaução. A maioria das tradu- capaz!” (Jr 20,7-9). em três etapas de quarenta anos cada: no o povo, deixa de concentrar todo o poder ções fala em “espírito de prudência e for- Tudo isso é bem próprio do jovem. A palácio do Faraó, refugiado em Madiã e em suas mãos e aprende a partilhá-lo com taleza”, mas, na verdade, o profeta está se resistência e o medo revelam o senso de acampado no deserto. Tudo muito exato, outros. Assim, prepara o povo para uma referindo à capacidade guerreira de Davi, à responsabilidade, a insatisfação de quem denotando ser artificial. Na verdade, são vida de verdadeira fraternidade. precaução e à ousadia que ele demonstrou reclama e protesta, mostra o olhar de Deus três etapas diferentes, como se fossem três no episódio de que falamos. sobre a realidade perversa que os pondera- gerações (40 anos cada). Davi dos adultos construíram e conservam. Criado pela filha do rei do Egito, quan- Davi era o mais jovem dos filhos de Jeremias E não falamos dos personagens do do ele sai do palácio pela primeira vez, jo- Jessé. Os irmãos deixaram-no olhando o É o personagem bíblico típico do jo- Novo Testamento como a jovem de Naza- vem, sem dúvida, toma uma atitude dife- gado, quando Samuel mandou chamá-los vem. Sentiu o apelo de Deus para que de- ré, Maria. Jovem, pobre e de um lugar de rente e inesperada. Coloca-se na defesa de para escolher um deles para ser o novo nunciasse os desmandos e a cegueira das onde nada de bom se poderia esperar e seus irmãos hebreus, que eram duramente comandante do povo. Foi a ele que Deus autoridades políticas e religiosas do povo, que se tornou a mais abençoada de todas explorados, e “quebra o pau”, matando um escolheu. com cerca de dezoito anos. Tentou resistir as mulheres da terra. pais e filhos VIVENDO A QUARESMA Por Maria do Carmo Noronha, reside em Guaxupé Vamos agora continuar nossa refle- como hipócritas (Mt 23). Não basta o mar e mudar esta história (Gs 39). Sim, vamos passar de uma religio- xão, aproveitando o tempo da Quares- rito para sermos cristãos. Portanto, ser cristão não se identifica sidade neutra a uma fé comprometida ma para uma vivência mais profunda de Também não basta crer em dogmas, a nenhuma dessas posturas ou outras com os setores populares e empobre- nossa vida cristã. Sabemos que ser cris- recitar o credo e saber de cor o catecis- semelhantes. Algumas delas são ante- cidos. Com todas as forças, vivamos a tão não é somente fazer o bem e evitar o mo. Muitos que professam a doutrina riores ao cristianismo. Quaresma e o Senhor certamente estará mal. Há pessoas que lutam pela constru- cristã estão, na prática, distantes do Ser cristão supõe uma mudança de conosco. Aproveitemos para ler, orando ção de um mundo melhor, que comba- Evangelho. O cristianismo não é apenas atitude. Essa mudança supõe uma con- pausadamente, alguns textos da Sagra- tem a corrupção e a injustiça. Mas isso uma doutrina, nem pode consistir so- versão de coração, de mentalidade, de da Escritura: Isaias 12, 1-6, Mateus 5, até não basta para serem chamadas cristãs. mente em preparar-se para a outra vida, prática cristã. Supõe a passagem de nos aproximarmos daquela fé dos Após- Ser cristão não é simplesmente cele- esperar o além, aceitando a vida pre- uma fé puramente sociológica para uma tolos da Igreja Primitiva, que tinham brar alguns ritos. Não basta guardar dias sente com resignação. A fé cristã afirma fé pessoal, uma fé vital. De uma simples “um só coração e uma só alma” (Atos 4, santos ou devoções marianas. Os fari- a existência de uma vida eterna, mas a religiosidade, a uma fé integral e históri- 32), exemplo de comunidade familiar e seus do tempo de Jesus eram fiéis aos esperança de uma vida nova não deve ca, de uma religiosidade individualista a eclesial. ritos e, no entanto, Jesus os denunciava amortecer a preocupação de transfor- uma comunitária. DIOCESE DE GUAXUPÉ 9
  • 10. ponto de vista teológico CENÁRIOS DA IGREJA DE GUAXUPÉ Por Pe. José Augusto da Silva, pároco da Paróquia de São Domingos (Poços de Caldas) e Professor da Faculdade Católica (Pouso Alegre) Cenários é uma expressão utilizada por João Batista Libanio como alternativa ao termo “modelos”, na discussão pasto- ral da eclesiologia. O padre jesuíta escre- veu duas obras a esse respeito (LIBANIO, J. B. Os Carismas na Igreja do Terceiro Mi- lênio. São Paulo: Loyola, 2007. Cenários da Igreja. Num mundo plural e fragmen- tado. 5ª. Edição. São Paulo: Loyola, 2012) que, ainda muito oportunas, serão os corrimãos da presente reflexão. A DIOCESE A Igreja Particular de Guaxupé está prestes a celebrar seus 100 anos de pre- sença no sul das Minas Gerais. E, para tanto, organizou-se uma estruturada preparação para que a efeméride seja celebrada com efetivo denodo. Mas, na perspectiva “libaniana”, quais são os ce- nários prementes na referida Diocese? Como eles se dialogam, se conflitam e se organizam no contexto atual? Como em toda a Igreja do Brasil, em Guaxupé campeia um “mix eclesiológico” decorrente do momento histórico, políti- co, econômico e pastoral mundial. Desde o cenário da Instituição ao Cenário Pós Moderno, constata-se um frenesi de en- saios, com erros e acertos, e um efetivo desejo de amoldar-se aos sopros do Es- pírito, presentes nos sinais dos tempos. Este texto, dado o limite do espaço desta coluna, levantará alguns traços fenome- nológicos. Não pretendo aprofundar a temática que, oportunamente, deman- dará um formato mais amplo. Contudo, o Cenário da Pregação ainda persiste com galhardia. Tal Cená- rio, marcado pela formação bíblica (exe- gese e hermenêutica), catequética e li- túrgica, inaugurado há mais de 15 anos, seus excessos, compagina um oásis do imperioso que se organize este instituto Na cerimônia de tomada de posse do reinventa-se nas feições de cursos (com Espírito. Através da RCC, não são poucas tão necessário ao fortalecimento da ex- novo pároco de Serrania, início de janei- várias modalidades), na preocupação as pessoas que reencontraram o senti- periência comunitária. ro, nosso bispo fez menção a este fato: expressiva com a condigna celebração do de sua fé e de sua pertença à Igreja Mas, os quatro cenários – Pregação, “precisamos, no espírito de Aparecida, (especialmente com a presidência litúr- Católica. Através dos Grupos de Oração, Instituição, Carisma e Libertação – são reinventar nosso jeito de fazer pastoral gica), no cuidado redobrado com a for- espalhados por toda a Diocese, centenas impactados por um quinto Cenário: o do e de evangelizar diante de uma cultura mação do clero e da liderança leiga. Um de pessoas encontraram apoio para inte- Pluralismo fragmentado pós-moder- que não é mais facilitadora à Tradição e Cenário que possui futuro e viabilidade, grar sua fé no cotidiano. É evidente que no. Como consequência de vivermos a aos costumes cristãos. É necessário esta- dada a urgência do conhecimento e da muitas situações reclamam cuidados e encarnação histórica, não há como fugir belecer diálogo e rever nosso jeito de ser necessária marca profissional do serviço orientação da autoridade eclesial. Mas, é dele. Ele está aí a provocar-nos e, parado- igreja.” religioso. inegável o bem que tais grupos fazem ao xalmente, a sugerir-nos posições de fron- O quinto Cenário – do Pluralismo De modo crescente, momentanea- povo de Deus. teira, não raras vezes complexas e não fragmentado pós-moderno – não é uma mente, destaca-se o Cenário Institucio- O Cenário da Libertação, como muito claras ao depósito da fé. No enten- prerrogativa da Diocese de Guaxupé. Ele nal: da clareza das normas, dos cânones alhures, está se reinventando em nossa dimento de Libanio, é a coexistência de está em toda a Igreja com cores e inten- e da autoridade. A atenção com a sã Igreja Particular. Nessa reformulação, as “submodelos” eclesiológicos dentro de sidades diferenciadas. Enfrentá-lo com doutrina e a decantação de posições não pequenas comunidades têm encontran- um mesmo Cenário. Diante das proposi- ousadia, sabedoria e humildade é o que condizentes com o Magistério Eclesiásti- do seu elixir na reflexão bíblica semanal. ções oficiais, surgem posições dissonan- se espera daqueles que se deixam guiar co visibilizam acentos institucionais que, Em algumas localidades, através dos tes. Uma minoria acata as orientações pelo Espírito de Cristo. Não se trata mais temperados com as conquistas colegiais Grupos de Reflexão, em outras, através oficiais; outro grupo embarca na “onda de criar oposições ou composições aos e sinodais, trarão um sólido equilíbrio da Celebração Litúrgica da Palavra com carismática”: oscilam entre o moralismo variados “jeitos” de ser Igreja. O momento na organização pastoral e no modo da a distribuição da Eucaristia. O momento religioso e um espiritualismo emocional. nos incita a pensar e agir de modo com- Igreja relacionar-se com a cultura pós- é propício para o fortalecimento desses Há um setor médio, ilustrado e conscien- plexo diante dos vários “cacos eclesioló- -moderna. Grupos, já que na última Reunião Geral te, que reforça a tendência da chamada gicos”. Que Nossa Senhora das Dores, Es- O Cenário do Carisma não está em de Pastoral foi entregue aos CPSs uma “liberdade de consciência”, muito espe- trela da Evangelização, Igreja já realizada baixa. Tem-se a impressão que se esta- espécie de cartilha para organizá-los. cialmente no que diz respeito à moral e glorificada, padroeira de nossa Diocese, bilizou e, fazendo alguns curativos nos Atentos aos bons sopros de Aparecida, é sexual e ao planejamento familiar. inspire-nos nesta histórica tarefa. 10 JORNAL COMUNHÃO
  • 11. comunicação COMEMORAÇÕES DE FEVEREIRO NATALÍCIO 9 Mons. Enoque Donizetti de 6 Pe. Ronei Mendes Faria Oliveira 8 Pe. Eduardo Pádua Carvalho 11 Pe. Valdenísio Justino Goulart 12 Pe. Renato César Gonçalves Pe. Renato César Gonçalves 16 Pe. Paulo Carmo Pereira 13 Pe.JaníciodeCarvalhoMachado 26 Frei Aldo Nasello 14 Pe. Rodrigo Costa Papi 15 Pe. Marcos Alexandre Justi ORDENAÇÃO 18 Pe. Ronaldo Robster 2 Pe. Celso Mendes de Oliveira 20 Pe. Sandro H. Almeida dos Santos 5 Pe. Alessandro de Oliveira Faria 21 Pe. Antonio Carlos Melo Pe. José Natal de Souza 22 Pe. Guaraciba Lopes de Oliveira Pe. Julio César Martins 25 Pe. Adelmo Arantes Rosa Pe. Ronaldo Aparecido Passos 26 Pe. Paulo Sérgio Barbosa Pe. Ronei Mendes Lauria 27 Pe. José Benedito dos Santos 6 Pe. Benedito Clímaco Passos AGENDA PASTORAL DE FEVEREIRO 2 Diocese: Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé 3 Diocese: Concentração Diocesana – Atividade do Centenário de criação da Diocese às 09h na Catedral em Guaxupé. Envio Missionário da Juventude 7 Diocese: Reunião da Pastoral Presbiteral 8 Ordenações Diaconais na Catedral 9 Setores: Retiro de Carnaval – RCC 13 Cinzas – Início da Quaresma – Abertura da CF 2013 14 Diocese: Reunião do Setor Famílias em Guaxupé 15 Diocese: Reunião dos Juízes Auditores da Câmara Eclesiástica em Guaxupé 16 16 Setores: Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs) 18-21 18-21 Formação Permanente do Clero em Brodowski - SP 23 Diocese: Reunião da Equipe Diocesana de Comunicação em Guaxupé Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em Guaxupé Reunião do Conselho Diocesano do ECC em Guaxupé Reunião do Setor Juventude em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana da RCC em Guaxupé 25-27 Diocese: Coletiva de impressa sobre a CF 2013 ÚLTIMAS NOMEAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS Reitores e Diretor Espiritual Dia 05 de janeiro: Pe. José Augusto da Silva – Paróquia São Domingos de Poços de Caldas Dia 02 de janeiro: Pe. José Hamilton de Castro - Reitor do Seminário São José de Guaxupé Dia 06 de janeiro: Pe. Rodrigo Costa Papi – Paróquia São Sebastião de São Sebastião do Paraíso Pe. Ronaldo Aparecido Passos – Reitor do Seminário Santo Antônio de Pouso Alegre Dia 18 de janeiro: Pe. Ronaldo Aparecido Passos – Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Pe. Ademir Silva Ribeiro - Diretor Espiritual do Seminário Santo Antônio de Pouso Alegre Fama Dia 23 de janeiro: Pe. José Milton dos Reis – Paróquia São José de Muzambinho Párocos Dia 02 de janeiro: Pe. Alexandre José Gonçalves – Paróquia São José de Machado Vigários Paroquiais Dia 03 de janeiro: Pe. Janício de Carvalho Machado – Paróquia São José de São José da Barra Pe. Sebastião Marcos – Paróquia São Benedito de Passos Dia 04 de janeiro: Pe. Robervam Martins de Oliveira – Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Pe. Ademir Silva Ribeiro – Paróquia São José de Machado Serrania Pe. Celio Laurindo da Silva – Paróquia São José de Muzambinho sugestões de leitura Religião e Juventude: Os Novos Carismáticos – Flávio Munhoz Sofiati 2012 - Editora Ideias & Letras/FAPESP O estudo aqui apresentado percorre a maneira como a vitalidade carismática coloniza o cotidiano de seus jovens seguidores, vertebrando propostas aparentemente “estranhas” à juventude, as quais oscilam da rigidez doutrinal ao campo sexual, à integração das mais avançadas tecnologias e performances musicais. Numa narrativa fluída, o livro revela in- suspeitados mecanismos sociológicos que tecem as tramas do religioso, irrigando o mun- do urbano nas grandes cidades. Além disso, Flávio Sofiati oferece uma compreensão das crises da juventude, em geral, e de suas aspirações religiosas, em particular. DIOCESE DE GUAXUPÉ 11
  • 12. educação e vida JUVENTUDE E RELIGIÃO Por Neusa Maria Figueiredo, psicóloga em Cabo Verde, Botelhos e Guaxupé As mudanças de compor- mo, as rixas entre irmãos de tamento das últimas déca- fé e espalharem pelo mundo das distanciam-se cada vez atitudes coerentes entre o mais dos costumes do século que se prega e o que se faz; passado. A sociedade torna- atitudes de fraternidade, so- -se mais tecnológica, consu- lidariedade e amor. Atitudes mista e os jovens estudam estas compreendidas por pouco, leem menos, mas se jovens, que são cúmplices gabam de serem “pseudo- entre eles, não são delato- -sábios”, isto é “sabem tudo”, res, são reais, apesar de in- porque acessam com facili- constantes, amam a nature- dade e presteza a internet, za, afagam animais e fazem o celular e outros aparelhos sarau para ver a lua. eletrônicos. Juventude e religião é São jovens que defendem uma parceria que pode dar sua opinião como verdade, certo, se houver práticas re- são questionadores superfi- ligiosas que levem a doutri- ciais, polêmicos e, algumas na cristã ao jovem de uma vezes, indiferentes a pro- forma não opressiva, que blemas sociais, irreverentes utilize sua linguagem, seu às regras e leis da família e modo de agir e conviver, da sociedade. Nas suas ver- respeitando seu jeito ques- dades, acham-se capazes tionador, curioso e caren- de questionar e opinar so- te de coisas palpáveis para bre doutrina, fé e religião, crer; para isso, o adulto que sem qualquer embasamen- se considera sábio precisa to científico ou de conheci- tornar-se tolo, permitindo mento de causa. São ágeis ao jovem, visto como tolo, e imediatistas. Para eles, as tornar-se sábio – a imagem respostas devem ser claras, e semelhança de Jesus Cris- objetivas e convincentes. to – tão sábio, tão humilde, A realidade de mundo tão humano e tão divino. hoje é pouco promissora quanto a catástrofes ocasionadas pela von- ter (imediatismo). Deus é a crença “Alegra-te jovem, na juventu- trabalho, profissão, finanças e re- tade de Deus têm um propósito de através da fé. Fé é algo que o jovem de... Anda pelos caminhos do teu alização pessoal. É um momento mudança na vida do ser humano, não encontra nos dias hoje, embo- coração e pela vista do teus olhos, em que o homem está descontente ao passo que muitos outros desas- ra busque continuamente por ela, mas sabe que por estas coisas te com o próprio homem. Sendo as- tres são ocasionados pelo próprio como salvação para si mesmo. Fé é trará Deus a juízo.”Ec. 11.9 sim, como falar de Deus para este homem, que se esquece de que, construída, é credibilidade de que “Dá-me o entendimento e guar- jovem incrédulo? Como falar de prejudicando ao outro, ainda que o amanhã chega, a certeza de que darei a tua lei, e observá-la-ei de um Deus vivo e verdadeiro? De um de forma inconsciente, prejudica a na dor há aprendizado, que falta de todo o meu coração.” Sl. 119. 34. Deus que permite catástrofes, indi- si mesmo. atitude gera medo e distancia a co- A todos os jovens e aos não tão ferença social, desumanização, ho- Sem fé no futuro, o jovem con- ragem. O jovem se descobrirá cris- jovens, um 2013 de muitas dúvidas mem “engolindo” homem? Sugiro centra sua atenção no presente e tão quando as religiões deixarem o e muitos encontros. iniciar, mostrando ao jovem que as nos prazeres e gozos que ele pode discurso pragmático, o dogmatis- sugestão de filme PRO DIA NASCER FELIZ 2006, Copacabana Filmes Definido pelo próprio diretor como “um diário de observação da vida do adolescente no Brasil em seis escolas”, Pro Dia Nascer Feliz flagra o dia a dia e adentra a subjetividade de alunas e professores de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janei- ro. As entrevistas são intercaladas com sequências de observação do ambiente das escolas - meio, por sinal, bem pouco frequentado pelo documentário. Sem exercer interferência direta, a câmera flagra salas de aula, esquadrinha corredores, pátios e banheiros, testemunha uma reunião de conselho de classe (onde os professores decidem o destino curricular dos alunos “difíceis”) e momentos de relativa intimidade pessoal. 12 JORNAL COMUNHÃO