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A Heroica Pesca do Bacalhau Música: Fado Marujo      By Ney Deluiz Canta: Amália Rodrigues   Ligue o Som
Falou em bacalhau, a gente pensa em um único tipo de peixe, mas isto não é verdade. Há  5 tipos  de peixes chamados de   bacalhau,   sendo que o  bacalhau do Porto  é  o bacalhau tipo  Cod Gadus Morhua  com mais  de 3 kg .  O  Cod Gadus Morhua   é o  l egítimo  b acalhau. É pescado no Atlântico Norte e considerado o bacalhau mais nobre. Tem   coloração palha e uniforme quando  é  salgado e seco . Q uando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras, de sabor inconfundíve l .   Já o   C od  Gadus Macrocephalus   (b acalhau do Pacífico ) ,  por parecer c om o Cod Gadus Morhua  também é vendido como bacalhau do Porto.   As diferenças estão no  rabo e barbatanas  (com  extremidades branc as)   e   na sua  coloração  m ais clar a  (quase branco).
Cada tipo de bacalhau é vendido em  3 categorias :   1)  Imperial ,  bem cortado e bem curado.   2)  Universal ,   com  pequenos defeitos ,   mas  paladar  igual ao  do Imperial  e  3)  Popular ,   com  manchas e do qual faltam pedaços.   O   Ling   tem carne   bem clara e  é  mais estreito que os demais. Tem um bom corte e é muito bo m  para grelhar.  O   Saithe ,   mais escuro , tem  sabor mais forte. É o mais importado e  excelente  para bolinhos,   saladas e ensopados de bacalhau. O   Zarbo   é um peixe pequeno e claro, que se adapta bem ao corte transversal e tem muito boa rentabilidade.
A pesca do bacalhau, mais do que um trabalho, era um ato de heroísmo! Até 1974, navios portugueses partiam em ab ril  para uma missão heroica até   o utubro  nas águas frias da costa da Noruega e da Groelândia.
Cada navio  leva va entre  40 a 60  barquinhos de  5 metros ,   chamados  Dóris .   Eles p odiam  transportar  quase  1 tonelada de peixe  cada um e como se  encaixavam uns nos outros , tornavam mais fácil  a arrumação  no navio .
Chegando nos locais de pesca, os pescadores nos dóris se a fastavam a remo do navio e depois ,  com a  ajuda   de pequenas velas ,  partiam para a pesca . Chegavam a se  afastar  até 30 Km dos navios.
Eles   partiam  às 4 da manhã e  c ada um recebia um   balde de isc as  e uma bússola . Pescavam sozinhos  e  com  grandes riscos ,  porque n aquela região fria eram comuns as  tempestade s , nevoeiros   e icebergues. Quando ele passa, o marujo português  Não anda, passa a bailar, como ao sabor das marés  E quando se jinga, põe tal jeito, faz tal proa  Só para que se não distinga  Se é corpo humano ou canoa
Quase mil anzois eram presos a um linha que chegava a ter 1,5 Km. Pescar assim só era possível  porque o bacalhau depois de fisgado não luta e fica esperando quieto ser içado para o barco . Chega a Lisboa, salta do barco num salto  Vai parar à Madragoa ou então ao Bairro Alto  Entra em Alfama e faz de Alfama o convés  Há sempre um Vasco da Gama num marujo portugu ê s
A cada 2  horas as linhas   eram  re colhidas  e se os peixes fossem  suficiente s eles  voltavam ao navio , partindo depois  para uma segunda pesca.  Para comer eles levavam apenas  azeitonas  e  um pão  com bacalhau.  Quando ele passa com seu alcache vistoso  Tráz sempre pedras de sal no olhar malicioso  Põe com malicia a sua boina maruja  Mas se inventa uma carícia, não há mulher que lhe fuja
Trabalhavam 20 horas por dia e  raramente ficavam fora  por  mais de 4 horas de cada vez.   No fim do dia  o navio apitava ou,  no caso de haver neblina , dava  um toque de sirene  e todos regressavam.   Uma madeixa de cabelo descomposta  Pode até ser a fateixa de que uma varina gosta  Sempre que passa um marujo português  Passa o mar numa ameaça de carinhosas marés
Os dóris eram então  descarregados, içados, limpos e empilhados para  o dia seguinte .
Enquanto o navio não estivesse totalmente carregado eles não voltavam a Portugal.
Quando a  captura  era  suficientemente grande ,  os pescadores ajudavam a tripulação  que ficara a bordo a preparar o peixe ,  antes de  jantarem  e ir em  para a s  cama s  beliches.
A etapa final era a de salgar o bacalhau e armazená-lo nos porões .
Banho não havia . Eles trocavam de roupa  uma vez por mês  e a roupa de baixo, uma  vez por semana.  Ao fim do dia o cozinheiro  lhes  dava 1 litro de água doce para se lavarem, já que  a água era ultra  racionada.
Se houvesse nevoeiro, era estendido um cabo de 2.000 metros, suspenso em bóias para que fosse mais fácil encontrar o navio.  Mas mesmo assim não era incomum um pescador se perder e ser deixado para trás.
Finalmente, o bacalhau era secado ao sol. Já os os homens iam pescar sardinhas nos outros 6 meses do ano.   Fim

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A heroica pesca do bacalhau

  • 1. A Heroica Pesca do Bacalhau Música: Fado Marujo By Ney Deluiz Canta: Amália Rodrigues Ligue o Som
  • 2. Falou em bacalhau, a gente pensa em um único tipo de peixe, mas isto não é verdade. Há 5 tipos de peixes chamados de bacalhau, sendo que o bacalhau do Porto é o bacalhau tipo Cod Gadus Morhua com mais de 3 kg . O Cod Gadus Morhua é o l egítimo b acalhau. É pescado no Atlântico Norte e considerado o bacalhau mais nobre. Tem coloração palha e uniforme quando é salgado e seco . Q uando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras, de sabor inconfundíve l . Já o C od Gadus Macrocephalus (b acalhau do Pacífico ) , por parecer c om o Cod Gadus Morhua também é vendido como bacalhau do Porto. As diferenças estão no rabo e barbatanas (com extremidades branc as) e na sua coloração m ais clar a (quase branco).
  • 3. Cada tipo de bacalhau é vendido em 3 categorias : 1) Imperial , bem cortado e bem curado. 2) Universal , com pequenos defeitos , mas paladar igual ao do Imperial e 3) Popular , com manchas e do qual faltam pedaços. O Ling tem carne bem clara e é mais estreito que os demais. Tem um bom corte e é muito bo m para grelhar. O Saithe , mais escuro , tem sabor mais forte. É o mais importado e excelente para bolinhos, saladas e ensopados de bacalhau. O Zarbo é um peixe pequeno e claro, que se adapta bem ao corte transversal e tem muito boa rentabilidade.
  • 4. A pesca do bacalhau, mais do que um trabalho, era um ato de heroísmo! Até 1974, navios portugueses partiam em ab ril para uma missão heroica até o utubro nas águas frias da costa da Noruega e da Groelândia.
  • 5. Cada navio leva va entre 40 a 60 barquinhos de 5 metros , chamados Dóris . Eles p odiam transportar quase 1 tonelada de peixe cada um e como se encaixavam uns nos outros , tornavam mais fácil a arrumação no navio .
  • 6. Chegando nos locais de pesca, os pescadores nos dóris se a fastavam a remo do navio e depois , com a ajuda de pequenas velas , partiam para a pesca . Chegavam a se afastar até 30 Km dos navios.
  • 7. Eles partiam às 4 da manhã e c ada um recebia um balde de isc as e uma bússola . Pescavam sozinhos e com grandes riscos , porque n aquela região fria eram comuns as tempestade s , nevoeiros e icebergues. Quando ele passa, o marujo português Não anda, passa a bailar, como ao sabor das marés E quando se jinga, põe tal jeito, faz tal proa Só para que se não distinga Se é corpo humano ou canoa
  • 8. Quase mil anzois eram presos a um linha que chegava a ter 1,5 Km. Pescar assim só era possível porque o bacalhau depois de fisgado não luta e fica esperando quieto ser içado para o barco . Chega a Lisboa, salta do barco num salto Vai parar à Madragoa ou então ao Bairro Alto Entra em Alfama e faz de Alfama o convés Há sempre um Vasco da Gama num marujo portugu ê s
  • 9. A cada 2 horas as linhas eram re colhidas e se os peixes fossem suficiente s eles voltavam ao navio , partindo depois para uma segunda pesca. Para comer eles levavam apenas azeitonas e um pão com bacalhau. Quando ele passa com seu alcache vistoso Tráz sempre pedras de sal no olhar malicioso Põe com malicia a sua boina maruja Mas se inventa uma carícia, não há mulher que lhe fuja
  • 10. Trabalhavam 20 horas por dia e raramente ficavam fora por mais de 4 horas de cada vez. No fim do dia o navio apitava ou, no caso de haver neblina , dava um toque de sirene e todos regressavam. Uma madeixa de cabelo descomposta Pode até ser a fateixa de que uma varina gosta Sempre que passa um marujo português Passa o mar numa ameaça de carinhosas marés
  • 11. Os dóris eram então descarregados, içados, limpos e empilhados para o dia seguinte .
  • 12. Enquanto o navio não estivesse totalmente carregado eles não voltavam a Portugal.
  • 13. Quando a captura era suficientemente grande , os pescadores ajudavam a tripulação que ficara a bordo a preparar o peixe , antes de jantarem e ir em para a s cama s beliches.
  • 14. A etapa final era a de salgar o bacalhau e armazená-lo nos porões .
  • 15. Banho não havia . Eles trocavam de roupa uma vez por mês e a roupa de baixo, uma vez por semana. Ao fim do dia o cozinheiro lhes dava 1 litro de água doce para se lavarem, já que a água era ultra racionada.
  • 16. Se houvesse nevoeiro, era estendido um cabo de 2.000 metros, suspenso em bóias para que fosse mais fácil encontrar o navio. Mas mesmo assim não era incomum um pescador se perder e ser deixado para trás.
  • 17. Finalmente, o bacalhau era secado ao sol. Já os os homens iam pescar sardinhas nos outros 6 meses do ano. Fim