SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
DIA TRIUNFAL de
FERNANDO PESSOA
8 de março de 1914
DIA TRIUNFAL
No dia 8 de março de 2014 comemora-se o
centenário da criação de três dos mais
importantes heterónimos de Fernando Pessoa:
 Álvaro de Campos
 Alberto Caeiro
 Ricardo Reis
DIA TRIUNFAL
• (...) Passo agora a responder à sua pergunta
sobre a génese dos meus heterónimos. Vou
ver se consigo responder-lhe completamente.
• (...)Começo pela parte psiquiátrica. A origem
dos meus heterónimos é o fundo traço de
histeria que existe em mim.
DIA TRIUNFAL
(...) Seja como for, a origem mental dos
meus heterónimos está na minha
tendência orgânica e constante para a
despersonalização e para a simulação.
Estes fenómenos — felizmente para mim
e para os outros — mentalizaram-se em
mim; quero dizer, não se manifestam na
minha vida prática, exterior e de contacto
com outros; fazem explosão para dentro e
vivo-os eu a sós comigo.
DIA TRIUNFAL
(...)Desde criança tive a tendência para criar em
meu torno um mundo fictício, de me cercar de
amigos e conhecidos que nunca existiram. (Não sei,
bem entendido, se realmente não existiram, ou se
sou eu que não existo. Nestas coisas, como em
todas, não devemos ser dogmáticos). Desde que
me conheço como sendo aquilo a que chamo eu,
me lembro de precisar mentalmente, em figura,
movimentos, carácter e história, várias figuras
irreais que eram para mim tão visíveis e minhas
como as coisas daquilo a que chamamos,
porventura abusivamente, a vida real.
DIA TRIUNFAL
(...) Lembro, assim, o que me parece ter sido o
meu primeiro heterónimo, ou, antes, o meu
primeiro conhecido inexistente — um
certo Chevalier de Pas dos meus seis anos,
por quem escrevia cartas dele a mim mesmo,
e cuja figura, não inteiramente vaga, ainda
conquista aquela parte da minha afeição que
confina com a saudade
DIA TRIUNFAL
(..)foi em 8 de Março de 1914 — acerquei-me de uma cómoda alta, e,
tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo
sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa
espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia
triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com
um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o
aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome
de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em
mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto
assim que, escritos que foram esses trinta e tantos poemas,
imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os
seis poemas que constituem a Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa.
Imediatamente e totalmente... Foi o regresso de Fernando Pessoa
Alberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou, melhor, foi a reacção
de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.
DIA TRIUNFAL
(...) Eu vejo diante de mim, no espaço incolor mas real do sonho, as
caras, os gestos de Caeiro, Ricardo Reis e Alvaro de Campos.
Construi-lhes as idades e as vidas. Ricardo Reis nasceu em 1887
(não me lembro do dia e mês, mas tenho-os algures), no Porto, é
médico e está presentemente no Brasil. Alberto Caeiro nasceu em
1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda
a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase
alguma. Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de
Outubro de 1890 (às 1.30 da tarde, diz-me o Ferreira Gomes; e é
verdade, pois, feito o horóscopo para essa hora, está certo). Este,
como sabe, é engenheiro naval (por Glasgow), mas agora está aqui
em Lisboa em inactividade.
DIA TRIUNFAL
(...) Caeiro era de estatura média, e, embora realmente
frágil (morreu tuberculoso), não parecia tão frágil como
era. Ricardo Reis é um pouco, mas muito pouco, mais
baixo, mais forte, mas seco. Álvaro de Campos é alto
(1,75 m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um
pouco tendente a curvar-se. Cara rapada todos — o
Caeiro louro sem cor, olhos azuis; Reis de um vago
moreno mate; Campos entre branco e moreno, tipo
vagamente de judeu português, cabelo, porém, liso e
normalmente apartado ao lado, monóculo.
DIA TRIUNFAL
(...) Como escrevo em nome desses três?...
Caeiro por pura e inesperada inspiração,
sem saber ou sequer calcular que iria
escrever. Ricardo Reis, depois de uma
deliberação abstracta, que subitamente se
concretiza numa ode. Campos, quando
sinto um súbito impulso para escrever e
não sei o quê.
DIA TRIUNFAL
Trechos retirados da
carta escrita a Adolfo
Casais Monteiro por
Fernando Pessoa (13-
01-1935).

Contenu connexe

Tendances

Mensagem - Antemanhã
Mensagem - AntemanhãMensagem - Antemanhã
Mensagem - AntemanhãSofia_Afonso
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Camposguest3fc89a1
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análiseAnabela Fernandes
 
Poemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradePoemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradeAnaGomes40
 
Características de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de CamposCaracterísticas de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de CamposAline Araújo
 
"Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade""Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade"MiguelavRodrigues
 
Síntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reis
Síntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reisSíntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reis
Síntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reisCatarina Castro
 
Semelhança Os Lusíadas e Mensagem
Semelhança Os Lusíadas e MensagemSemelhança Os Lusíadas e Mensagem
Semelhança Os Lusíadas e MensagemRicardo Santos
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoDina Baptista
 
Eugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de CamposEugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de CamposRosário Cunha
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando PessoaFilipaFonseca
 
Resumo Alvaro de Campos.pdf
Resumo Alvaro de Campos.pdfResumo Alvaro de Campos.pdf
Resumo Alvaro de Campos.pdfRodrigo Roxo
 
Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisDina Baptista
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoRicardo Santos
 
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando PessoaPoema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando PessoaDina Baptista
 
Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa
Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa
Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa suzana patricia
 
Neorrealismo em Portugal
Neorrealismo em PortugalNeorrealismo em Portugal
Neorrealismo em PortugalJoselma Mendes
 

Tendances (20)

Mensagem - Antemanhã
Mensagem - AntemanhãMensagem - Antemanhã
Mensagem - Antemanhã
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
 
Poemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradePoemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andrade
 
Características de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de CamposCaracterísticas de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de Campos
 
"Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade""Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade"
 
Síntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reis
Síntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reisSíntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reis
Síntese José Saramago, O ano da morte de ricardo reis
 
Semelhança Os Lusíadas e Mensagem
Semelhança Os Lusíadas e MensagemSemelhança Os Lusíadas e Mensagem
Semelhança Os Lusíadas e Mensagem
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-Sistematização
 
Ricardo Reis
Ricardo ReisRicardo Reis
Ricardo Reis
 
Eugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de CamposEugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de Campos
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
Resumo Alvaro de Campos.pdf
Resumo Alvaro de Campos.pdfResumo Alvaro de Campos.pdf
Resumo Alvaro de Campos.pdf
 
Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo Reis
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
 
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando PessoaPoema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa
Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa
Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa
 
Neorrealismo em Portugal
Neorrealismo em PortugalNeorrealismo em Portugal
Neorrealismo em Portugal
 

En vedette

Geração 'Orpheu' (folheto)
Geração 'Orpheu' (folheto)Geração 'Orpheu' (folheto)
Geração 'Orpheu' (folheto)Maria Pereira
 
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino MédioFernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino MédioFelipe De Souza Costa
 
Centenário de Álvaro Cunhal
 Centenário de Álvaro Cunhal  Centenário de Álvaro Cunhal
Centenário de Álvaro Cunhal Maria Pereira
 
Fernando Pessoa (folheto)
Fernando Pessoa (folheto)Fernando Pessoa (folheto)
Fernando Pessoa (folheto)Maria Pereira
 
Como pesquisar em dicionários
Como pesquisar em dicionáriosComo pesquisar em dicionários
Como pesquisar em dicionáriosMaria Pereira
 
Intertextualidade 6 contos
Intertextualidade 6 contosIntertextualidade 6 contos
Intertextualidade 6 contosProfmaria
 
Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado
Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado
Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado Joyce de Oliveira
 
Intertextualidade na Canção e Poesia
Intertextualidade na Canção e PoesiaIntertextualidade na Canção e Poesia
Intertextualidade na Canção e PoesiaAdilson P Motta Motta
 
Paródias com desenhos sobre a poesia "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...
Paródias com desenhos sobre a poesia  "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...Paródias com desenhos sobre a poesia  "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...
Paródias com desenhos sobre a poesia "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...Seduc MT
 
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino MédioFernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino MédioFelipe De Souza Costa
 
William Shakespeare
William ShakespeareWilliam Shakespeare
William Shakespearebarmonson
 
Estruturas textuais em o rio da minha aldeia
Estruturas textuais em o rio da minha aldeiaEstruturas textuais em o rio da minha aldeia
Estruturas textuais em o rio da minha aldeiaAires Jones
 
O Tejo é mais belo que o rio da...
O Tejo é mais belo que o rio da...O Tejo é mais belo que o rio da...
O Tejo é mais belo que o rio da...tecum
 
Dialogismo e Intertextualidade
Dialogismo e IntertextualidadeDialogismo e Intertextualidade
Dialogismo e IntertextualidadeEntreter Ong
 
Pp5 l’ expression de la négation
Pp5   l’ expression de la négationPp5   l’ expression de la négation
Pp5 l’ expression de la négationLúcia Cruz
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidadelisiane23
 

En vedette (20)

Geração 'Orpheu' (folheto)
Geração 'Orpheu' (folheto)Geração 'Orpheu' (folheto)
Geração 'Orpheu' (folheto)
 
A consoada
A consoadaA consoada
A consoada
 
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino MédioFernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
 
Centenário de Álvaro Cunhal
 Centenário de Álvaro Cunhal  Centenário de Álvaro Cunhal
Centenário de Álvaro Cunhal
 
Fernando Pessoa (folheto)
Fernando Pessoa (folheto)Fernando Pessoa (folheto)
Fernando Pessoa (folheto)
 
Como pesquisar em dicionários
Como pesquisar em dicionáriosComo pesquisar em dicionários
Como pesquisar em dicionários
 
Intertextualidade 6 contos
Intertextualidade 6 contosIntertextualidade 6 contos
Intertextualidade 6 contos
 
Miguel Torga
Miguel TorgaMiguel Torga
Miguel Torga
 
Holocausto
Holocausto Holocausto
Holocausto
 
Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado
Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado
Intertextualidade na poesia de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado
 
Intertextualidade na Canção e Poesia
Intertextualidade na Canção e PoesiaIntertextualidade na Canção e Poesia
Intertextualidade na Canção e Poesia
 
Paródias com desenhos sobre a poesia "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...
Paródias com desenhos sobre a poesia  "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...Paródias com desenhos sobre a poesia  "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...
Paródias com desenhos sobre a poesia "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. E...
 
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino MédioFernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
Fernando Pessoa e Heterônimos: Uma proposta intertextual para o Ensino Médio
 
William Shakespeare
William ShakespeareWilliam Shakespeare
William Shakespeare
 
Estruturas textuais em o rio da minha aldeia
Estruturas textuais em o rio da minha aldeiaEstruturas textuais em o rio da minha aldeia
Estruturas textuais em o rio da minha aldeia
 
O Tejo é mais belo que o rio da...
O Tejo é mais belo que o rio da...O Tejo é mais belo que o rio da...
O Tejo é mais belo que o rio da...
 
Dialogismo e Intertextualidade
Dialogismo e IntertextualidadeDialogismo e Intertextualidade
Dialogismo e Intertextualidade
 
Pp5 l’ expression de la négation
Pp5   l’ expression de la négationPp5   l’ expression de la négation
Pp5 l’ expression de la négation
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 

Similaire à Fernando Pessoa - Dia Triunfal

Fernando Pessoa Por Ele Mesmo
Fernando Pessoa Por Ele MesmoFernando Pessoa Por Ele Mesmo
Fernando Pessoa Por Ele MesmoFlávio Mello
 
Ficha de trabalho fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimos
Ficha de trabalho   fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimosFicha de trabalho   fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimos
Ficha de trabalho fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimosspipoca
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugalJuliana Oliveira
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugalJuliana Oliveira
 
Aula 21 modernismo em portugal
Aula 21   modernismo em portugalAula 21   modernismo em portugal
Aula 21 modernismo em portugalJonatas Carlos
 
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 Poesia Heterônima de Alberto Caiero Poesia Heterônima de Alberto Caiero
Poesia Heterônima de Alberto CaieroLindolfo Teixeira
 
Síntese fp
Síntese fpSíntese fp
Síntese fplenaeira
 
Modernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptx
Modernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptxModernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptx
Modernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptxAna Rodrigues
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em PortugalThayne Moura
 
Biografia De Fernando Pessoa
Biografia De Fernando PessoaBiografia De Fernando Pessoa
Biografia De Fernando Pessoaguest029d56
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27luisprista
 
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
"Estou cansado, é claro," Álvaro de CamposIga Almeida
 
Autores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° ano
Autores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° anoAutores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° ano
Autores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° anoEmef Coroinha Daronchi
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoananasimao
 
Entrevista a Fernando Pessoa
Entrevista a Fernando Pessoa Entrevista a Fernando Pessoa
Entrevista a Fernando Pessoa bedjoaoii
 

Similaire à Fernando Pessoa - Dia Triunfal (20)

Fernando Pessoa Por Ele Mesmo
Fernando Pessoa Por Ele MesmoFernando Pessoa Por Ele Mesmo
Fernando Pessoa Por Ele Mesmo
 
Ficha de trabalho fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimos
Ficha de trabalho   fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimosFicha de trabalho   fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimos
Ficha de trabalho fernando pessoa carta sobre origem dos heterónimos
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
 
Aula 21 modernismo em portugal
Aula 21   modernismo em portugalAula 21   modernismo em portugal
Aula 21 modernismo em portugal
 
In(ter)palestra
In(ter)palestraIn(ter)palestra
In(ter)palestra
 
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 Poesia Heterônima de Alberto Caiero Poesia Heterônima de Alberto Caiero
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 
Síntese fp
Síntese fpSíntese fp
Síntese fp
 
Modernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptx
Modernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptxModernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptx
Modernismo_Portugal_Aulas 8 e 9.pptx
 
Biografia
BiografiaBiografia
Biografia
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
 
Biografia De Fernando Pessoa
Biografia De Fernando PessoaBiografia De Fernando Pessoa
Biografia De Fernando Pessoa
 
Poetas do século xx
Poetas do século xx Poetas do século xx
Poetas do século xx
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 26-27
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
 
Geração de 30
Geração de 30Geração de 30
Geração de 30
 
Autores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° ano
Autores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° anoAutores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° ano
Autores gaúchos - Trabalho Mídias na Educação - 7° ano
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
Entrevista a Fernando Pessoa
Entrevista a Fernando Pessoa Entrevista a Fernando Pessoa
Entrevista a Fernando Pessoa
 

Plus de Maria Pereira

Sopa de letras - poesia
Sopa de letras - poesiaSopa de letras - poesia
Sopa de letras - poesiaMaria Pereira
 
Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'
Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'
Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'Maria Pereira
 
Folhas - Gedeão - Avelar Brotero
Folhas - Gedeão - Avelar BroteroFolhas - Gedeão - Avelar Brotero
Folhas - Gedeão - Avelar BroteroMaria Pereira
 
Biblioteca Escolar 2016-2017
Biblioteca Escolar 2016-2017Biblioteca Escolar 2016-2017
Biblioteca Escolar 2016-2017Maria Pereira
 
Utilizacao-colecao_2016-2017
Utilizacao-colecao_2016-2017Utilizacao-colecao_2016-2017
Utilizacao-colecao_2016-2017Maria Pereira
 
Reciclar transformando
Reciclar transformandoReciclar transformando
Reciclar transformandoMaria Pereira
 
'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre
'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre
'Uma estrela' - conto - Manuel AlegreMaria Pereira
 
Biblioteca escolar 2015 2016
Biblioteca escolar 2015 2016Biblioteca escolar 2015 2016
Biblioteca escolar 2015 2016Maria Pereira
 
Luís de Sttau Monteiro
Luís de Sttau MonteiroLuís de Sttau Monteiro
Luís de Sttau MonteiroMaria Pereira
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesMaria Pereira
 

Plus de Maria Pereira (20)

Sopa de letras - poesia
Sopa de letras - poesiaSopa de letras - poesia
Sopa de letras - poesia
 
Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'
Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'
Sopa de letras-2018-'Dia da Mulher'
 
Reported speech
Reported speechReported speech
Reported speech
 
Folhas - Gedeão - Avelar Brotero
Folhas - Gedeão - Avelar BroteroFolhas - Gedeão - Avelar Brotero
Folhas - Gedeão - Avelar Brotero
 
José Luís Peixoto
José Luís PeixotoJosé Luís Peixoto
José Luís Peixoto
 
Biblioteca Escolar 2016-2017
Biblioteca Escolar 2016-2017Biblioteca Escolar 2016-2017
Biblioteca Escolar 2016-2017
 
Dia da árvore-2017
Dia da árvore-2017Dia da árvore-2017
Dia da árvore-2017
 
Utilizacao-colecao_2016-2017
Utilizacao-colecao_2016-2017Utilizacao-colecao_2016-2017
Utilizacao-colecao_2016-2017
 
Passiva
PassivaPassiva
Passiva
 
Árvore 2017
Árvore 2017Árvore 2017
Árvore 2017
 
Auschwitz
AuschwitzAuschwitz
Auschwitz
 
Reciclar transformando
Reciclar transformandoReciclar transformando
Reciclar transformando
 
'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre
'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre
'Uma estrela' - conto - Manuel Alegre
 
Nacionalidades
NacionalidadesNacionalidades
Nacionalidades
 
Mário de Carvalho
Mário de CarvalhoMário de Carvalho
Mário de Carvalho
 
Biblioteca escolar 2015 2016
Biblioteca escolar 2015 2016Biblioteca escolar 2015 2016
Biblioteca escolar 2015 2016
 
Luís de Sttau Monteiro
Luís de Sttau MonteiroLuís de Sttau Monteiro
Luís de Sttau Monteiro
 
3 poemas ilustrados
3 poemas ilustrados3 poemas ilustrados
3 poemas ilustrados
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos Peixes
 
Halloween
HalloweenHalloween
Halloween
 

Dernier

3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdfBlendaLima1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholacleanelima11
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Dernier (20)

3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

Fernando Pessoa - Dia Triunfal

  • 1. DIA TRIUNFAL de FERNANDO PESSOA 8 de março de 1914
  • 2. DIA TRIUNFAL No dia 8 de março de 2014 comemora-se o centenário da criação de três dos mais importantes heterónimos de Fernando Pessoa:  Álvaro de Campos  Alberto Caeiro  Ricardo Reis
  • 3.
  • 4. DIA TRIUNFAL • (...) Passo agora a responder à sua pergunta sobre a génese dos meus heterónimos. Vou ver se consigo responder-lhe completamente. • (...)Começo pela parte psiquiátrica. A origem dos meus heterónimos é o fundo traço de histeria que existe em mim.
  • 5. DIA TRIUNFAL (...) Seja como for, a origem mental dos meus heterónimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação. Estes fenómenos — felizmente para mim e para os outros — mentalizaram-se em mim; quero dizer, não se manifestam na minha vida prática, exterior e de contacto com outros; fazem explosão para dentro e vivo-os eu a sós comigo.
  • 6. DIA TRIUNFAL (...)Desde criança tive a tendência para criar em meu torno um mundo fictício, de me cercar de amigos e conhecidos que nunca existiram. (Não sei, bem entendido, se realmente não existiram, ou se sou eu que não existo. Nestas coisas, como em todas, não devemos ser dogmáticos). Desde que me conheço como sendo aquilo a que chamo eu, me lembro de precisar mentalmente, em figura, movimentos, carácter e história, várias figuras irreais que eram para mim tão visíveis e minhas como as coisas daquilo a que chamamos, porventura abusivamente, a vida real.
  • 7. DIA TRIUNFAL (...) Lembro, assim, o que me parece ter sido o meu primeiro heterónimo, ou, antes, o meu primeiro conhecido inexistente — um certo Chevalier de Pas dos meus seis anos, por quem escrevia cartas dele a mim mesmo, e cuja figura, não inteiramente vaga, ainda conquista aquela parte da minha afeição que confina com a saudade
  • 8.
  • 9. DIA TRIUNFAL (..)foi em 8 de Março de 1914 — acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escritos que foram esses trinta e tantos poemas, imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente... Foi o regresso de Fernando Pessoa Alberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou, melhor, foi a reacção de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.
  • 10.
  • 11. DIA TRIUNFAL (...) Eu vejo diante de mim, no espaço incolor mas real do sonho, as caras, os gestos de Caeiro, Ricardo Reis e Alvaro de Campos. Construi-lhes as idades e as vidas. Ricardo Reis nasceu em 1887 (não me lembro do dia e mês, mas tenho-os algures), no Porto, é médico e está presentemente no Brasil. Alberto Caeiro nasceu em 1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase alguma. Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (às 1.30 da tarde, diz-me o Ferreira Gomes; e é verdade, pois, feito o horóscopo para essa hora, está certo). Este, como sabe, é engenheiro naval (por Glasgow), mas agora está aqui em Lisboa em inactividade.
  • 12. DIA TRIUNFAL (...) Caeiro era de estatura média, e, embora realmente frágil (morreu tuberculoso), não parecia tão frágil como era. Ricardo Reis é um pouco, mas muito pouco, mais baixo, mais forte, mas seco. Álvaro de Campos é alto (1,75 m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se. Cara rapada todos — o Caeiro louro sem cor, olhos azuis; Reis de um vago moreno mate; Campos entre branco e moreno, tipo vagamente de judeu português, cabelo, porém, liso e normalmente apartado ao lado, monóculo.
  • 13. DIA TRIUNFAL (...) Como escrevo em nome desses três?... Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê.
  • 14. DIA TRIUNFAL Trechos retirados da carta escrita a Adolfo Casais Monteiro por Fernando Pessoa (13- 01-1935).