2. Introdução
A gravidez e o parto nos extremos da vida reprodutiva
Mitos
Diferenças culturais
Recomendação versus inconveniência biológica.
Avanços da medicina
Progressos sociais, nutricionais e educacionais
Gestações mais seguras.
Idade materna
Paridade
Classe social
Influência Mãe / Feto
3. Introdução
Mulheres nos extremos de idade têm resultados menos
favoráveis quando comparadas as adultas jovens (20-35
anos)
Morte materna:
2x >35 anos
5x >40 anos
4x entre 10-16 anos
Via de parto: taxa de cesáreas crescente proporcionalmente
a idade
<20 anos 17,7%
20-29 anos 27,4%
30-34 anos 37,4%
>34 anos 47,5%
4.
5. A gestante adolescente
Adolescência é o período entre os 10-19 anos no qual
ocorrem profundas mudanças.
16 milhões de adolescentes de 15 à 19 anos dão a luz
anualmente
11% de todos os nascimentos
95% desses em países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento
No Brasil 7,3% das jovens 15-17 anos e 21,2% daquelas 1819 anos tem pelo menos 1 filho
No Vale do Itajaí 15,71% dos NV são de mães adolescentes
7. A Evolução da Gestação na
Gestante Adolescente
Maior incidência de primeira consulta após as 12 semanas
(46,4 versus 26,3%)
Maior incidência de menos de quatro consultas pré natais
(8,1 versus 3,1%)
Menos distocia (21,5 versus 35,1%)
Menos cesarianas (10,6 versus 20,7%)
Menor necessidade de indução do trabalho de parto (16,5
versus 26,5%)
<16 anos
Mais RN de baixo peso (12 versus 7,4%)
Mais partos IG 34-37s (10,8 versus 4,2%).
8. A Evolução da Gestação na Gestante
Adolescente
• Sofrimento fetal
agudo intraparto
• Desproporção
céfalo-pélvica
Anemia
materna
Infecção
urinária
• Menor número
de cesáreas e
partos
instrumentados
DHEG
Placenta
Prévia
• Complicações
no puerpério
10. “Association Of Young Maternal
Age With Adverse Reproductive
Outcomes”
Gestantes adolescentes x adultas jovens:
Solteiras, não brancas, menor nível educacional, pouco
cuidado pré natal, pobreza.
Estudo feito em Utah, EUA
Materiais e métodos: 170.699 RN brancos
primogênitos de mães 20-24 anos (53%), ≤17 anos (9%)
e 18-19 anos (17%)
12. “Association Of Young Maternal
Age With Adverse Reproductive
Outcomes”
Incidência de RN baixo peso, pré termo e PIG continua
elevada nas adolescentes sem influência de fatores
sociodemográficos
Fatores adversos da gestação na adolescência são
resultado da associação de fatores intrínsecos da idade
e de fatores sociodemográficos
Idade ginecológica precoce
Gestação antes do término do desenvolvimento
13. Fator Psicossocial
Opção não
deliberada
Falta de
preparo
emocional
Menor adesão
ao pré natal
União
precipitada do
casal
Dependência
financeira
Maior índice
de
complicações
Dificuldade de
conciliar
estudos
Falta de apoio
dos familiares
Menor tempo
de
amamentação
14.
15. A gestação tardia
Council of the International Federation of Gynecology
and Obstetrics , 1958 define como aquela gestação
acima dos 35. Ainda hoje é a resolução do MS.
Alto risco por maior risco obstétrico?
Indicar de risco X fator de risco
Indicador mais forte quando em nulíparas
17. Epidemiologia
IBGE, última década:
30-34 anos > 2,4%
35-39 anos passou de 6,7-8%
Acima de 40 anos passou de 1,9-2,3%
Até 24 anos queda de 5%
Nº de partos em gestantes com mais de 35 anos passou
de 7,95%-9,55%
Atualmente nos EUA, uma em cada cinco gravidezes
se dá em mulheres com mais de 35 anos
20. Risco de anomalias cromossômicas
por nascidos vivos X idade materna
Todas as
anomalias
Idade materna Trissomia do 21
cromossômicas
20 anos
1/1734
1/526
35 anos
1/386
1/192
45 anos
1/31
1/21
21. Complicações
Jolly et al, 2000; fizeram uma das maiores revisões da
literatura (385.120 gestantes) comparando grupos de
18-34 anos, 35-40 anos e mulheres com mais de 40 anos
e observaram maiores taxas complicações maternas
em pacientes com mais de 35 anos.
22. Complicações
Os dados apresentados no estudo “efeitos da idade
materna sobre os resultados perinatais” de Azevedo et
al, reconhecem a gestação nos extremos da vida
reprodutiva como associada a uma maior freqüência de
resultados perinatais adversos, notadamente
o parto pré-termo
o baixo peso ao nascimento.
23. A despeito dos resultados perinatais observados,
a
idade materna não se mostrou associada a piores resultados
obstétricos,
maiores percentuais de partos normais foram observados entre as
adolescentes e naquelas com idade superior a 35 anos.
24. Complicações
Para Andrade et al, no artigo “Resultados perinatais em
gavidas com mais de 35 anos: estudo controlado”:
A via de parto mais utilizada para essas pacientes foi a cesárea, tanto
no grupo de 35 a 39 anos (438/792; 55,3%), quanto nas gestantes
com mais de 40 anos (153/236;64,8%).
A taxa de prematuridade (39/236; 16,5%), o baixo peso ao nascer
(37/236; 15,7%)e a restrição de crescimento fetal (38/236; 16,1%)
foram mais altas entre as gestantes tardias, com mais de 40 anos,
com diferença significante em relação aos demais grupos.
Quanto à ocorrência de óbito fetal, foi constatado nas gestantes de
40 anos incidência cinco vezes maior quando comparado aos outros
grupos (diferença estatisticamente significante).
25. Complicações
Segundo Santos et al, 2009 no estudo “Impacto da idade
materna sobre os resultados perinatais e via de parto” no
grupo de gestantes com idade avançada houve
maior freqüência de diabetes,
pré-eclâmpsia,
ruptura prematura das membranas,
índice de Apgar no quinto minuto menor que sete
maior frequência de parto operatório cesáreo.
26.
27. E o pré-natal?
Apesar de considerada com de alto risco, a gestação tardia
não conta com um pré-natal direcionado.
O American College of Obstetricians and Gynecologists
recomenda o oferecimento do aconselhamento genético
com especialista e a análise do cariótipo fetal.
Considerar a taxa de complicações intra-parto neste
grupo de gestantes o que torna imprescindível uma
monitorização atenta do trabalho de parto.
28. E o pré-natal?
Por ser mais comum a existência de doenças
preexistentes acima de 35 anos, como a hipertensão e o
diabetes, o acompanhamento adequado e escolha do
melhor medicamento a ser usado nas pacientes com
essas patologias, iniciados antes da concepção e
continuados durante a gestação podem reduzir os
riscos associados a essas doenças
29. Outros considerações
Pontos favoráveis para a primiparidade acima de 35
anos são descritas na literatura, como:
Maiores taxas de amamentação,
Estabilidade emocional e financeira
Experiência de vida, quando comparadas a primípara
jovem.
30. Outras considerações
Cada vez mais tem-se evidenciado gestações tardias e
alguns
estudos
não
mostraram
diferenças
significativas na frequência de complicações entre
gestantes jovens e aquelas com gestação tardia, e
existem dúvidas se uma mulher com mais de 35 anos,
gozando de boa saúde, sem história de infertilidade,
não fumante e com características sociodemográficas
favoráveis apresenta risco gestacional mais elevado.
31.
32. Gestação nos extremos de idade, vale a pena?
Preconiza-se a necessidade de serviços específicos para
atendimento de grávidas adolescentes, com
características multidisciplinares e interdisciplinares,
envolvimento familiar e institucional no programa,
facilitação dos acessos e a incorporação de
profissionais motivados e engajados em todos os
aspectos que envolvem a gravidez na adolescência e
principalmente a atenção pós-parto.
33. Gestação nos extremos de idade, vale a pena?
Para as mulheres com mais de 35 anos, é estabelecido
que estas constituem um grupo de risco determinado,
o qual demanda cuidados especializados, igualmente
multiprofissionais na perspectiva das complicações
peculiares associadas à idade, e há uma tendência de
incremento em todos os extratos sociais.
34. Referências Bibliográficas
ABREU, D. M. X. de; RIBEIRO, P.M.; CÉSAR, C. C. A gente na adolescência acha que sabe
tudo, mas não sabe nada: gravidez na adolescência, redes familiares e condições de vida das
jovens mães e de seus filhos em Belo Horizonte. In: ____. Encontro Nacional De Estudos
Populacionais. Caxambu, 2000. Disponível em: <
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2000/Todos/Posteres/A%20gente%20n
a%20adolesc%C3%AAncia%20acha%20que%20sabe%20tudo%20mas%20n%C2%A6o%20
sabe%20nada..pdf>. Acesso em: 18 nov. 2011.
ANDRADE, P.C. et al. Resultados Perinatais em Grávidas com mais de 35 Anos: Estudo
Controlado. Rev Bras Ginecol Obstet., Rio de Janeiro, v.26, n.9, p.697-702, 2004.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O perfil da mulher jovem de 15 a
24 anos: características diferenciais e desafios. 1997.
FRASER, A. M.; BROCKERT, J. E.; WARD, R. H. Association Of Young Maternal Age With
Adverse Reproductive Outcomes. The New England Journal of Medicine,
Massachusetts, v.332, n.17, p.1113-1117, apr. 1995.
GOMES, A.G. et al. Maternidade em Idade Avançada: Aspectos Teóricos e Empíricos .
Interação em Psicologia, Curitiba, jan./jun. 2008, 12(1), p. 99-106.
METELLO, J. et al. Desfecho da gravidez nas jovens adolescentes. Rev Bras Ginecol
Obstet., Rio de Janeiro, v.30, n.12, p.620-625, 2008.
35. Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, M. C.R; XIMENES, F. M. A; A influência da idade materna sobre as
condições perinatais. Rev. Bras em Prom da Saúde. Fortaleza. Vol 17 n.001.
pag 56-60.
PARADA, C. M. G. de L; PELÁ, N. T. R; Idade materna como fatores de risco:
estudo com primigestas na faixa etária igual ou superior a 28 anos. Rev. latino
am. enfermagem - Ribeirão Preto - v. 7 - n. 4 - p. 57-64 - out 1999.
SANTOS, G.H.N. et al. Impacto da idade materna sobre os resultados
perinatais e via de parto. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31(7):326-34.
SENESI, L. G. et al. Morbidade e Mortalidade Neonatais Relacionadas à Idade
MaternaIgual ou Superior a 35 Anos, segundo a Paridade. Rev Bras Ginecol
Obstet., Rio de Janeiro, v.26, n.6, p.477-482, 2004.
SILVA, J. L. de C. P. e; SURITA, F. G. de C. Idade materna: resultados perinatais
e via de parto. Rev Bras Ginecol Obstet., Rio de Janeiro, v.31, n.7, p.321-325,
2009.
SOUZA, M. de L. de et al. Meninas Catarinas: a vida perdida ao ser mãe. Rev.
esc. enferm. USP, São Paulo, v.44, n.2, p.318-323, jun. 2010.
YAZLLE, M. E. H. D. Gravidez na Adolescência. Rev Bras Ginecol Obstet.,
Rio de Janeiro, v.28, n.8, p.443-445, ago. 2006.