SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS,
                         POTENCIALIDADES E DESAFIOS


                                                            Antonio Carlos Amador Gil




       Este texto, que faz uma introdução ao Ensino a Distância (EAD) e trata de
alguns aspectos históricos, legislativos e pedagógicos do EAD, possui caráter
informativo e pretende, de forma sintética e clara, mostrar o estado atual do Ensino na
modalidade a distância no Brasil. Este texto foi pensado como sendo introdutório ao
curso e traz elementos e indicações para que vocês possam posteriormente desenvolver
estes temas.
       Esta unidade é muito importante dentro do curso visto que é preciso conhecer
um pouco da história e da regulação do ensino na modalidade a distância no Brasil e
também os requisitos necessários para que se tenha um ótimo desempenho nesta nova
forma de ensino. As informações aqui contidas serão importantes para o
desenvolvimento do curso e também para o seu processo de formação profissional como
um todo. Sugiro que a cada ponto do texto sejam feitas consultas à legislação citada,
que está disponível na internet. Basta digitar a Lei ou Decreto numa máquina de busca,
como o Google, por exemplo, e descobrir a sua localização. Tendo em seu computador
um programa para a leitura de arquivos em pdf ou em Word, será possível abrir os
documentos e fazer a leitura.
       Seria interessante que vocês, com as informações contidas no texto, as
referências bibliográficas e as referências de endereços da internet, fizessem mais
pesquisas, discutissem esses pontos e analisassem as potencialidades pedagógicas da
EAD diante da realidade brasileira, levando em consideração as dimensões do território
nacional e a nossa diversidade sociocultural. Ou seja, discutir e desenvolver uma
reflexão de como a EAD, em face da escola e da realidade brasileiras, pode contribuir
como estratégia de ensino eficaz. Quais seriam os seus limites e potencialidades?
       Pretendemos, neste texto, falar um pouco da história do Ensino a Distância no
Brasil no decorrer do século XX, a legislação que embasa a oferta de cursos na
modalidade de EAD, as diversas fases desta modalidade de ensino, a sua definição, a
regulação e o controle feito pelo governo federal. Além disso, iremos abordar alguns
dados sobre o crescimento da oferta desta modalidade, o objetivo da Lei n°. 10.639 que

                                                                                     1
trata do ensino da História e Cultura Afro-brasileiras, bem como o novo papel a ser
desempenhado por vocês, alunos, no processo de educação à distância.




A trajetória do ensino a distância no Brasil


       Muitos de vocês, talvez, possam ter pensado que o ensino a distância é uma
novidade. Pois não é bem assim. O que é novo é o uso de novas tecnologias como os
recursos interativos da internet, o que chamamos de novas Tecnologias de Informação e
Comunicação. Os cursos a distância existem desde o momento em que começaram a ser
veiculados pelos correios, ou seja, por correspondência.
       Diversos historiadores, ao trabalharem com alguns jornais do final do século
XIX e inícios do século XX, se depararam com anúncios com ofertas de cursos
profissionalizantes a distância. Em seu artigo A História da EAD no Brasil, João
Roberto Moreira Alves nos informa sobre alguns estudos que demonstram a existência
dessa oferta. Ao tentar fazer, de uma forma bem sucinta, ligeira, um percurso
panorâmico do ensino a distância no Brasil no decorrer do século XX, ele relata, por
exemplo, estudos do IPEA em periódicos como o Jornal do Brasil do final do século
XIX e início do século XX, que mostram a oferta de cursos profissionalizantes por
correspondência. Eram geralmente cursos de datilografia oferecidos por professoras
particulares. Também nos informa que em 1904 houve a instalação de uma instituição
chamada “Escolas Internacionais”. A unidade de ensino era, segundo o autor, uma filial
norte-americana que oferecia cursos por correspondência voltados para a área de
comércio e negócios.


       Imagem 1 – Edgard Roquette-Pinto, precursor da radiodifusão brasileira




                                                                                    2
O ensino a distância alcançou novo patamar com o surgimento de uma nova
tecnologia, a radiodifusão, inaugurada no Brasil em 1922. Com o tempo, ela tornou-se o
meio de comunicação que a maioria da população tinha acesso como ouvinte. Com a
redução dos custos do receptor de rádio, passou a exercer grande influência na vida
diária das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. O professor Edgard Roquette-
Pinto lançou, em 1923, a primeira estação de rádio no Brasil, a Sociedade Rádio do Rio
de Janeiro. Essa rádio passou a veicular, em sua grade de programação, vários
programas de educação popular que tiveram muito êxito. Os governos à época estavam
atentos e preocupados, visto que temiam a difusão de programas de contestação na
atmosfera revolucionária do final dos anos 1920 e inícios dos anos 1930. A partir da
Revolução de 1930, o governo de Getúlio Vargas criou várias exigências de difícil
cumprimento. A rádio acabou sendo incorporada ao Ministério da Educação e Saúde em
1936.
        Em 1932, Getúlio Vargas autorizou, através de decreto, a comercialização de
espaços publicitários pelas emissoras e passou a utilizar o rádio para veicular suas
realizações e ideias. Com a receita da publicidade, as emissoras investiram em
equipamentos e nos funcionários. A consequência foi a popularização da programação,
o que possibilitou ao rádio viver sua época de ouro, entre os anos 1930 e 1940. A
radiodifusão passou a ser uma grande influência em todas as áreas, tendo poder decisivo
nos campos econômico, político, social, religioso, cultural e educativo. Os mecanismos
de controle e censura no período também foram muito ativos. Em 1937, foi criado o
Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação e vários programas
foram implantados como, por exemplo, a Escola Rádio Postal.
        A partir do fim do Estado Novo (ditadura de Getúlio Vargas que durou de 1937
a 1945), diversas iniciativas ocorreram no campo do ensino a distância. A abertura do
SENAC em 1946 foi muito importante. Uma de suas mais relevantes realizações foi a
criação da Universidade do Ar que, em 1950, já atingia 318 localidades.




                                                                                     3
Imagem 2 – Primeira escola SENAC de Santos/SP




       Isto não quer dizer que a oferta de cursos por correspondência tenha sofrido
diminuição. Pelo contrário. Uma experiência de grande sucesso foram os cursos por
correspondência do Instituto Universal Brasileiro (IUB), criado em 1939 em São Paulo.
Os anúncios encartados em jornais e revistas ofereciam cursos por correspondência em
diversas áreas como corte e costura, fotografia, mecânica, eletrônica, contabilidade, etc.
Ou seja, a tecnologia veio contribuir com novas formas de oferta de ensino a distância,
numa perspectiva somativa e não substitutiva.
       A década de 1950 e o início dos anos 60, no Brasil constituíram um período
efervescente na política e de grande crescimento dos movimentos populares, que
reivindicavam melhores oportunidades em termos políticos, sociais, econômicos e
educativos. No início dos anos 1960, por exemplo, com a popularização do rádio de
pilha, o Movimento de Educação de Base (MEB), ligado à Igreja Católica, com o apoio
do governo federal, desenvolveu um programa de alfabetização de adultos através do
Rádio Educativo.




                                                                                        4
Imagem 3 – Panfleto de divulgação dos cursos oferecidos pelo Instituto
                            Universal Brasileiro (1945)




As primeiras medidas legislativas


       Em 20 de dezembro de 1961 foi promulgada a Lei n°. 4.024, a primeira LDB –
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta lei foi a primeira legislação que
tratou especificamente da modalidade do ensino a distância.
       O Golpe de Estado de 1964 e o aumento da repressão política e social em 1968
com o AI 5 e o recrudescimento da censura tornaram as iniciativas independentes e
transformadoras mais difíceis. Houve, neste período, iniciativas governamentais no
ensino a distância, como o Projeto Minerva, curso a distância de formação no nível
básico de ensino, transmitido via rádio, depois da Voz do Brasil. O curso podia também
ser acompanhado com apostilas impressas.
       Em 11 de agosto de 1971 foi promulgada a Lei n°. 5.692, que fixou diretrizes e
bases para o ensino de 1º e 2º graus. Nessa reforma da LDB foi inserido um capítulo
específico sobre o ensino supletivo, definindo que poderiam ser usados o rádio, a
televisão, correspondência e outros meios de educação que permitissem alcançar o
maior número de alunos.

                                                                                    5
Durante o período da Ditadura Militar houve iniciativas de uso da televisão com
fins educativos, com a promulgação de leis que determinavam a transmissão de
programas educativos pelas emissoras comerciais. A televisão no Brasil iniciou as suas
transmissões na década de 1950 e, lentamente, foi ocupando um espaço cada vez mais
importante. Em 1970, pelos dados do Censo Demográfico, 27% das casas brasileiras
estavam equipadas com televisão e 75% do total de televisores estavam concentrados no
Rio de Janeiro e São Paulo. No decorrer da década de 1970, houve algumas
experiências interessantes no campo educacional como a criação do Telecurso Segundo
Grau. O projeto começou em janeiro de 1978, quando a Fundação Roberto Marinho
assinou convênio com a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São
Paulo, para a realização do primeiro Telecurso de Segundo grau. Neste ano o Brasil já
possuía 14 milhões e oitocentos mil aparelhos de televisão. Em 1980, 55% das casas
brasileiras possuíam televisão. Logo a seguir, em 1981, foi criado o Telecurso Primeiro
Grau, voltado para as últimas séries do ensino fundamental. O surgimento do vídeo
cassete, no final dos anos 1970 e popularizado nos anos 1980, multiplicou as
possibilidades de acesso aos conteúdos. Também não podemos deixar de mencionar o
papel das TV’s Educativas, como a TV Cultura. Com o surgimento do sistema de TV a
cabo e a satélite surgiram novas emissoras voltadas para o campo educativo como as
TV’s Universitárias e o Canal Futura. Uma das mais recentes iniciativas é a TV Escola.
       Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei n°. 9.394, a segunda Lei de
Diretrizes e Bases, também chamada Nova LDB ou Lei Darcy Ribeiro, em homenagem
ao seu relator. A partir daí, de fato, foram criadas as bases legais para a modalidade de
Ensino a Distância, que passou a ser possível em todos os níveis. A partir de então, o
ensino a distância tem se desenvolvido em vários segmentos, nos cursos de graduação e
pós-graduação, na educação básica, principalmente na modalidade de jovens e adultos e
na educação especial. Houve também um grande aumento da oferta de cursos livres,
principalmente no ambiente corporativo.




                                                                                       6
Imagem 4 – O político e escritor Darcy Ribeiro, relator da LDB de 1996




       O artigo 80 da lei 9.394 determina que o poder público deve incentivar o
desenvolvimento de programas em EAD e também programas de educação continuada
na modalidade EAD. A lei prevê igualmente, dentre outras coisas, tratamento
diferenciado para a concessão de canais com finalidade educativa e a redução de custos
de transmissão por via de canais comerciais para uso de programas de EAD.
       Há muitas definições possíveis para a EAD. O Decreto n°. 2.494 de 10 de
fevereiro de 1998, que regulamentou o art. 80 da Lei n°. 9.394 (LDB), estabeleceu um
conceito oficial de EAD:


                  Forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem com a mediação de
                  recursos didáticos, sistematicamente organizados, apresentados em
                  diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e
                  veiculados pelos diversos meios de comunicação (DECRETO
                  N.2.494/1998).



       Ao analisarmos essa definição podemos perceber alguns problemas. Se, em
termos jurídicos, a definição era legítima, pois pretendia clarificar o conceito, por outro
lado, academicamente falando, sofreu diversas críticas, uma vez que essa definição
corria o risco de rápida obsolescência.
       Diversos autores que analisaram o Decreto 2.934, como Candido Alberto da
Costa Gomes, por exemplo, afirmam que essa regulamentação foi muito cautelosa,
estabelecendo uma equiparação entre educação presencial e a distância, condicionando
a avaliação do rendimento dos alunos à realização de exames presenciais.

                                                                                          7
Segundo a ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), a EAD é
uma modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são
desenvolvidas, em sua maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no
mesmo lugar à mesma hora.
       Como se vê no histórico traçado, o ensino a distância não é algo novo. O que é
inovador são os meios empregados hoje. Cada nova tecnologia não descarta as
anteriores, há uma complementação. O rádio ainda tem um papel importantíssimo em
regiões de difícil acesso. Não podemos esquecer que as novas tecnologias ainda estão
muito distantes da maioria dos brasileiros. Podemos perceber, portanto, que houve
momentos históricos diferentes marcados pelo uso de diferentes tecnologias. Não há
consenso sobre a periodização desses momentos, alguns autores dividindo a história da
EAD em três gerações, outros em até cinco. Para os que defendem a periodização em
três gerações, teríamos as seguintes fases:


       a) Primeira geração: ensino por correspondência, modalidade que marca o
           início da EAD e predominante no Brasil na primeira metade do século XX;
       b) Segunda Geração: modelo Multimída, a partir do final dos anos 70, com uso
           da Teleaprendizagem, de videoaulas, de fitas de áudio e de vídeo;
       c) Terceira Geração: momento em que são utilizadas redes de comunicação
           interativas, como a internet e recursos WWW (web), os computadores
           pessoais e os sistemas de videoconferência, incorporando também as mídias
           anteriores. A interatividade é reforçada através da comunicação mediada
           pelo computador e acesso a portais educativos e softwares interativos de
           aprendizagem, como o ambiente Moodle.




                                                                                     8
Imagem 5 – Ambiente virtual da Plataforma Moodle




A Educação a Distância na era digital


       Vivemos agora um momento importante, com a expansão dos computadores
pessoais e a comunicação via internet. O ensino a distância está se consolidando
atualmente graças a essa tecnologia usada por vocês no presente curso. A tecnologia
digital, a educação on-line, estimulam, hoje, a interatividade. Há diversas ferramentas
disponíveis para isso: o e-mail, os fóruns de discussão, os chats (ambientes de conversa
on-line), amplamente explorados em softwares de educação como o Moodle, e as
videoconferências.
       O desafio agora, no Brasil, é fazer a inclusão digital de todos os brasileiros. Isso
só será possível com o barateamento dos custos de transmissão para fins sociais, com a
democratização do acesso via banda larga.
       Em 2005 houve uma nova regulamentação do art. 80 da Lei n°. 9.394 (LDB) que
revogou a de 1998. O decreto n°. 5.622, de 19 de dezembro de 2005 é mais amplo que o
anterior, em termos de artigos e também em termos de impacto e abrangência.
Formulou a seguinte definição de EAD:
                                                                                         9
Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos
                 processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
                 tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
                 desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos
                 (DECRETO N.5.622/2005).



       Nessa definição, o conceito de EAD é atualizado e referenciado como
modalidade educacional e há a referência às TICs – Tecnologias de Informação e
Comunicação. Seria interessante se vocês consultassem esse decreto, disponível no
seguinte endereço:


    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm


       No texto do decreto vocês constatarão que são estabelecidas, por exemplo, a
obrigatoriedade de momentos presenciais não só para a avaliação dos estudantes, mas
também nas seguintes etapas do ensino: (i) nos estágios obrigatórios, quando previstos
na legislação pertinente; (ii) na defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando
previstos na legislação pertinente, e (iii) nas atividades relacionadas a laboratórios de
ensino, quando for o caso, tudo isso com a obrigatoriedade de criação de polos de apoio
presencial.
       Conforme estabelece o Decreto n°. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, os
diplomas de cursos a distância têm a mesma validade dos cursos equivalentes em
universidades presenciais, desde que devidamente reconhecidos pelo MEC.
       Desde 2004, com a criação do SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior, através da Lei n°. 10.861 de 14 de abril de 2004, que instituiu a
avaliação das instituições, de cursos e do desempenho dos estudantes de forma
integrada, as instituições de Ensino Superior e os cursos de graduação presenciais e a
distância têm passado por um contínuo processo de avaliação sob a responsabilidade do
INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
       O Decreto Federal n°. 5.773, de 9 de maio de 2006, dispõe sobre o exercício das
funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e
cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Nesse
decreto são definidas as competências da Secretaria de Educação a Distância (SEED),


                                                                                      10
como são feitas as autorizações, os reconhecimentos e as renovações de reconhecimento
de cursos, os credenciamentos e recredenciamentos de Instituições de Ensino Superior.
Ao Ministério da Educação compete promover os atos de credenciamento de
instituições para oferta de cursos e programas a distância para a educação superior. Às
autoridades dos sistemas de ensino estaduais e do Distrito Federal compete promover os
atos de credenciamento de instituições para a oferta de cursos a distância, no âmbito da
respectiva unidade da federação, no nível básico nas modalidades de educação de
jovens e adultos, educação especial e educação profissional.
          A Secretaria de Educação a Distância (SEED) foi criada em 1996 e tem por
missão atuar como agente de inovação dos processos de ensino-aprendizagem,
fomentando a incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e da
Educação a Distância aos métodos didático-pedagógicos das escolas públicas. Vocês
podem consultar a página da secretaria na internet (http://www.portal.mec.gov.br/).
          Dentre os programas da secretaria, podemos destacar o Proinfo (Programa
Nacional de Informática na Educação), o Programa Banda Larga nas Escolas e a TV
Escola.
          A Portaria Normativa n°. 2 de 10 de janeiro de 2007, dispõe sobre os
procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a
distância, regulamentando também a criação de polos para a atuação da Instituição de
Ensino Superior na modalidade de EAD, para que possam ser realizados os momentos
presenciais obrigatórios. O polo de apoio presencial é a unidade operacional para o
desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas
aos cursos e programas ofertados a distância.
          O Ministério da Educação instituiu, por meio do Decreto n°. 5.800, de 8 de
junho de 2006, o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. Esse sistema é
mantido mediante a oferta de cursos e programas por instituições de educação superior
filiadas, num sistema de colaboração entre a União e os estados com o apoio financeiro
de dotações do Ministério da Educação e do FNDE (Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação). Sua ação, prioritariamente, está voltada para a
formação inicial e continuada de professores da educação básica. Cabe aos estados e
municípios a responsabilidade pela implementação e sustentação de seus polos, onde
são desenvolvidas as atividades presenciais. Cada polo pode se associar a uma ou mais
instituições públicas de ensino, responsáveis pela execução das atividades acadêmicas
dos cursos bem como pela expedição dos diplomas aos concluintes.

                                                                                      11
A democratização do Ensino a Distância


       Nos últimos anos houve um crescimento exponencial da EAD no Brasil. Ao
consultarmos os dados do censo divulgado pelo Ministério da Educação no início de
2009, podemos constatar que, em 2007, doze por cento dos jovens brasileiros entre 18 e
24 anos cursavam o Ensino Superior. Em 2007, o número de alunos matriculados
aumentou 7%. Deste total, 93% faziam cursos presenciais. Em relação ao Ensino a
Distância, as matrículas cresceram 78%, quase 20 vezes mais que nos cursos
presenciais, que tiveram um aumento de 4%. Como se pode ver, os cursos a distância
são os que mais se expandem no país.
       Os dados do censo também demonstram que, em 2007, o maior crescimento do
número de matrículas em EAD ocorreu nas instituições estaduais, cujo percentual de
aumento foi de 219%. As instituições privadas tiveram um aumento de matrículas da
ordem de 66% e as instituições federais de 47%.
       Foi publicado, no início de 2010, o Censo EaD.Br. O livro é organizado pela
Associação Brasileira de Educação a Distância. Esse censo foi lançado no 15º CIAED –
Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, realizado entre os dias 27 e 30
de setembro de 2009, em Fortaleza. O livro é o primeiro de uma série que a Associação
Brasileira de Educação a Distância – ABED pretende publicar anualmente, com o
objetivo de mapear, analiticamente, todas as atividades relacionadas à aprendizagem a
distância no País. Para tal fim, a ABED enviou, para as Instituições de Ensino e o
Mercado de Educação a Distância, um questionário com o objetivo de coletar as
informações necessárias para a consecução dessa nova publicação – Censo EaD.Br –
Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil. A ampla coleta de dados do
Censo EaD.Br, publicada em 2010, mostra os resultados referentes ao ano base de 2008
e tendências apontadas por centenas de instituições de ensino, empresas e alunos de
educação a distância no País.
       A ABED afirma que esse censo é mais abrangente que o do Ministério da
Educação, pois inclui os cursos de extensão e os corporativos. Esse censo nos dá os
seguintes números: de um total de 2.648.031 alunos, 1.075.272 pertencem aos cursos
regulares, enquanto 1.074.106 estão na modalidade extensão e 498.653 na modalidade
corporativa. Dos alunos regulares, 273.487 estão em instituições públicas, enquanto
801.785 estão matriculados em instituições particulares. Somente na Região Norte, há
mais alunos regulares nas instituições públicas do que nas particulares. O total de cursos

                                                                                       12
é de 1.752 e 80% das matrículas se encontram nas regiões Sul e Sudeste e 54% das
instituições informam que a idade predominante fica acima de 30 anos. O pessoal
docente envolvido (professor, monitor, coordenador e outros) compreende 28.457
profissionais, dos quais 12.236 no setor público e 16.221 no particular. O material
impresso ainda é o mais importante nos cursos de EAD. O crescimento dos cursos em
relação a 2007 foi de 90%.
       Como vemos, de fato, está ocorrendo um crescimento exponencial do ensino a
distância. Mais um exemplo disso é a presença de vocês aqui. O presente curso
pretende, exatamente, usar a modalidade do ensino a distância para contribuir na
aplicação da Lei n°. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que altera a Lei n°. 9.394 de 20 de
dezembro de 1996 (LDB). Dentre os artigos acrescidos à LDB, através dessa última Lei,
temos o artigo 26-A, determinando que nos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura
Afrobrasileiras. O artigo tem dois parágrafos determinando que o conteúdo
programático incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros
no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil. Além disso, ficou definido que os conteúdos referentes
à História e Cultura Afrobrasileiras serão ministrados no âmbito de todo o currículo
escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História
Brasileiras.
       Para cumprir o que estabelece a Lei n°. 10.639, é preciso que tenhamos
professores capacitados em História da África e que dominem os conteúdos referentes à
História e Cultura Afrobrasileiras. Há um grande contingente de professores, no ensino
fundamental e médio, que não estão capacitados para atender essa demanda. É nesse
ponto que o ensino a distância assume papel de destaque. Tendo tal perspectiva em
mente, foi criado este curso, Educação para as Relações Étnico-raciais: A História e a
Cultura Afrobrasileiras, na modalidade de ensino a distância. Por intermédio dele,
professores da educação básica, principalmente os residentes longe dos grandes centros
ou que não podem abandonar fisicamente o seu local de trabalho estarão capacitados a
frequentar o curso, independentemente da localização geográfica dos alunos ou dos
horários em que possam estar disponíveis.




                                                                                      13
Os novos desafios da EAD


        Gostaria de encerrar este texto discutindo as questões da aprendizagem por meio
da modalidade de ensino a distância. Há muitos desafios. Nessa modalidade de ensino,
vocês, alunos, têm um novo papel. Devem ser participantes ativos no processo de
educação a distância. Uma habilidade importante é desenvolver a capacidade de
pesquisar e avaliar fontes de informação, transformando-as em conhecimento. Devem
também desejar dedicar uma parte de seu tempo semanal aos estudos e não ver o curso
como uma forma mais fácil de obter créditos ou um diploma. Devem gerenciar o tempo
e organizar as atividades a serem realizadas. O estudo a distância toma, geralmente,
mais tempo do que os cursos presenciais. Vocês devem também ser capazes de estudar
em ambientes informatizados, ter autodeterminação, saber selecionar, tomar decisões e
aprender de modo autônomo. Para tanto, precisam desenvolver estratégias de estudo
adequadas e utilizar e explorar os novos recursos de comunicação, criando habilidades
para participar de grupos virtuais, ter confiança no uso da tecnologia e motivação extra
para os estudos. Que vocês tenham sucesso e um bom proveito neste curso!




Referências


DIAS, Rosilânia Aparecida; LEITE, Lígia Silva. Educação a Distância: da legislação
ao pedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 7. ed.
Campinas, SP: Papirus, 2009.

LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (Org.). Educação a
Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

MAIA, Carmen; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.

ALVES, João Roberto Moreira. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Fredric
Michael; FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2009.

GOMES, Candido Alberto da Costa. A legislação que trata da EAD. In: LITTO, Fredric

                                                                                     14
Michael; FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Censo EAD.br. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010


Sítios da internet


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ABED). Disponível
em:<www.abed.org.br/>. Acesso em: 20 set. 2010.

EAD-L. LISTA DE DISCUSSÃO. Disponível em: <www.listas.unicamp.br/mailman

/listinfo/ead-l>. Acesso em: 20 set. 2010.

ESCOLA DO FUTURO. Disponível em:<http://futuro.usp.br/>. Acesso em: 15 set.
2010.

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS. Disponível em: <www.eca.usp.br/prof/moran/tec.

htm>. Acesso em: 8 set. 2010.

RBAAD - Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância. Disponível em:
<www.abed.org.br/revistacientifica/_brazilian />. Acesso em: 15 set. 2010.

SALA DE AULA INTERATIVA. Disponível em:<www.saladeaulainterativa.pro.br/>.
Acesso em: 4 set. 2010.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Disponível em:<portal.mec.gov.br>
- Clique em Serviços - Depois clique em Secretarias e Órgãos vinculados - Clique então
em SEED. Acesso em: 3 set. 2010.




                                                                                   15

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O ensino na 1ª república
O ensino na 1ª república O ensino na 1ª república
O ensino na 1ª república eb23ja
 
A Primeira República
A Primeira RepúblicaA Primeira República
A Primeira Repúblicaeb23ja
 
História da Educação a Distância no Mundo e no Brasil
História da Educação a Distância no Mundo e no BrasilHistória da Educação a Distância no Mundo e no Brasil
História da Educação a Distância no Mundo e no BrasilFreela
 
O ensino durante a Primeira República
O ensino durante a Primeira RepúblicaO ensino durante a Primeira República
O ensino durante a Primeira Repúblicaeb23ja
 
Fórum 2 processo de aprendizagem na ead
Fórum 2   processo de aprendizagem na eadFórum 2   processo de aprendizagem na ead
Fórum 2 processo de aprendizagem na eadFAMETRO/SEDUC
 
Gestão pedagógica do ensino fundamental i
Gestão  pedagógica do ensino fundamental iGestão  pedagógica do ensino fundamental i
Gestão pedagógica do ensino fundamental iunieubra
 
30420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-1961
30420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-196130420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-1961
30420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-1961Maria Adeilma Meneses
 
História Da EaD No Brasil
História Da EaD No BrasilHistória Da EaD No Brasil
História Da EaD No Brasilguest49dc7e
 
Limites e possibilidades do rádio na educação a distância
Limites e possibilidades do rádio na educação a distânciaLimites e possibilidades do rádio na educação a distância
Limites e possibilidades do rádio na educação a distânciaMatt Morgan
 

Mais procurados (18)

O ensino na 1ª república
O ensino na 1ª república O ensino na 1ª república
O ensino na 1ª república
 
A Primeira República
A Primeira RepúblicaA Primeira República
A Primeira República
 
História da Educação a Distância no Mundo e no Brasil
História da Educação a Distância no Mundo e no BrasilHistória da Educação a Distância no Mundo e no Brasil
História da Educação a Distância no Mundo e no Brasil
 
História da Educação a distância EAD
História da Educação a distância EADHistória da Educação a distância EAD
História da Educação a distância EAD
 
O ensino durante a Primeira República
O ensino durante a Primeira RepúblicaO ensino durante a Primeira República
O ensino durante a Primeira República
 
Fórum 2 processo de aprendizagem na ead
Fórum 2   processo de aprendizagem na eadFórum 2   processo de aprendizagem na ead
Fórum 2 processo de aprendizagem na ead
 
177 6475-1-pb
177 6475-1-pb177 6475-1-pb
177 6475-1-pb
 
Trabalho de encerramento da Oficina Mídias Sociais
Trabalho de encerramento da Oficina Mídias SociaisTrabalho de encerramento da Oficina Mídias Sociais
Trabalho de encerramento da Oficina Mídias Sociais
 
Gestão pedagógica do ensino fundamental i
Gestão  pedagógica do ensino fundamental iGestão  pedagógica do ensino fundamental i
Gestão pedagógica do ensino fundamental i
 
30420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-1961
30420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-196130420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-1961
30420335 historia-da-educacao-no-brasil-periodo-1946-1961
 
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
Histriadaeducaonobrasil 110711143108-phpapp01
 
História Da EaD No Brasil
História Da EaD No BrasilHistória Da EaD No Brasil
História Da EaD No Brasil
 
Educação na república velha
Educação na república velhaEducação na república velha
Educação na república velha
 
Ensaio final aluno cassius valter
Ensaio final aluno cassius valterEnsaio final aluno cassius valter
Ensaio final aluno cassius valter
 
Gustavo capanema (1)
Gustavo capanema (1)Gustavo capanema (1)
Gustavo capanema (1)
 
Gustavo capanema
Gustavo capanemaGustavo capanema
Gustavo capanema
 
História da educação no Brasil
História da educação no BrasilHistória da educação no Brasil
História da educação no Brasil
 
Limites e possibilidades do rádio na educação a distância
Limites e possibilidades do rádio na educação a distânciaLimites e possibilidades do rádio na educação a distância
Limites e possibilidades do rádio na educação a distância
 

Destaque

Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)
Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)
Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)Juanes Gonzalez
 
HOMICIDIOS EN VENEZUELA
HOMICIDIOS EN VENEZUELAHOMICIDIOS EN VENEZUELA
HOMICIDIOS EN VENEZUELAYelimarLeon
 
Johann Moritz Rugendas
Johann Moritz RugendasJohann Moritz Rugendas
Johann Moritz RugendasRosa Silva
 
Ernesto Colman viaja a… Malta, el corazón del Mediterráneo
Ernesto Colman viaja a… Malta, el corazón del MediterráneoErnesto Colman viaja a… Malta, el corazón del Mediterráneo
Ernesto Colman viaja a… Malta, el corazón del MediterráneoErnesto Colman
 
Tendencias informe (1)
Tendencias informe (1)Tendencias informe (1)
Tendencias informe (1)Olivovy
 

Destaque (7)

Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)
Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)
Prueba unica periodo 2 juan steban gonzalez (1)
 
HOMICIDIOS EN VENEZUELA
HOMICIDIOS EN VENEZUELAHOMICIDIOS EN VENEZUELA
HOMICIDIOS EN VENEZUELA
 
TRANSCRIPT
TRANSCRIPTTRANSCRIPT
TRANSCRIPT
 
Johann Moritz Rugendas
Johann Moritz RugendasJohann Moritz Rugendas
Johann Moritz Rugendas
 
Ernesto Colman viaja a… Malta, el corazón del Mediterráneo
Ernesto Colman viaja a… Malta, el corazón del MediterráneoErnesto Colman viaja a… Malta, el corazón del Mediterráneo
Ernesto Colman viaja a… Malta, el corazón del Mediterráneo
 
Radio
RadioRadio
Radio
 
Tendencias informe (1)
Tendencias informe (1)Tendencias informe (1)
Tendencias informe (1)
 

Semelhante a Capítulo1_AntonioCarlosAmadorGil

Comunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdf
Comunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdfComunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdf
Comunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdfSemônica Silva
 
Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950
Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950
Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950Douglas Gonçalves
 
Educação a distancia
Educação a distanciaEducação a distancia
Educação a distanciatecnocontabeis
 
Pedro Cé
Pedro CéPedro Cé
Pedro Cépedroce
 
Ead Pp
Ead    PpEad    Pp
Ead Ppcrlb
 
Slide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSlide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSilvana Tenfen
 
Meios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádio
Meios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádioMeios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádio
Meios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádiorichard_romancini
 
O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)
O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)
O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)MarianaBauer
 
As primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERN
As primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERNAs primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERN
As primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERNrichard_romancini
 
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...Joselaine
 
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptxA INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptxAndreLuisDosSantosPe
 
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASILA EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASILDiego Lisboa
 
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASILA EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASILDiego Lisboa
 

Semelhante a Capítulo1_AntonioCarlosAmadorGil (20)

Livro TVE - Cenas de uma História
Livro TVE - Cenas de uma HistóriaLivro TVE - Cenas de uma História
Livro TVE - Cenas de uma História
 
Comunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdf
Comunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdfComunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdf
Comunicação e educação os movimentos do pêndulo.pdf
 
Exemplo de um tcc
Exemplo de um tccExemplo de um tcc
Exemplo de um tcc
 
Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950
Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950
Educação pelo rádio a rádio da csn como gestora do saber na década de 1950
 
Educação a distancia
Educação a distanciaEducação a distancia
Educação a distancia
 
Pedro Cé
Pedro CéPedro Cé
Pedro Cé
 
Ead Pp
Ead    PpEad    Pp
Ead Pp
 
T.I.
T.I.T.I.
T.I.
 
Slide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasilSlide hist. educação no brasil
Slide hist. educação no brasil
 
Meios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádio
Meios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádioMeios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádio
Meios Audiovisuais e Educação no Brasil: o rádio
 
O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)
O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)
O rádio e a educação rural no Rio Grande do Sul (1940 - 1960)
 
As primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERN
As primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERNAs primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERN
As primeiras iniciativas da Teleducação no Brasil: os Projetos SACI e EXERN
 
Ad2 apresentação
Ad2 apresentaçãoAd2 apresentação
Ad2 apresentação
 
Ad2 apresentação
Ad2 apresentaçãoAd2 apresentação
Ad2 apresentação
 
Ad2 apresentação
Ad2 apresentaçãoAd2 apresentação
Ad2 apresentação
 
APRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdf
APRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdfAPRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdf
APRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdf
 
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
 
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptxA INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
 
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASILA EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
 
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASILA EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
A EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL
 

Mais de marinathebaldi

Teste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestre
Teste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestreTeste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestre
Teste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestremarinathebaldi
 
Cópia de prova renascimento reforma e contra ref
Cópia de prova renascimento reforma e contra refCópia de prova renascimento reforma e contra ref
Cópia de prova renascimento reforma e contra refmarinathebaldi
 
teste Gotti - 3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUA
teste Gotti -  3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUAteste Gotti -  3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUA
teste Gotti - 3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUAmarinathebaldi
 
Recuperações de provas do terceiro bimestre
Recuperações de provas do terceiro bimestreRecuperações de provas do terceiro bimestre
Recuperações de provas do terceiro bimestremarinathebaldi
 
Indice_das_ilustrações
Indice_das_ilustraçõesIndice_das_ilustrações
Indice_das_ilustraçõesmarinathebaldi
 
Capítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise BotelhoCapítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise Botelhomarinathebaldi
 
prova renascimento reforma e contra ref
prova renascimento reforma e contra refprova renascimento reforma e contra ref
prova renascimento reforma e contra refmarinathebaldi
 
teste fenicios e hebreus gotti 2010 6º ano
teste fenicios e hebreus gotti 2010 6º anoteste fenicios e hebreus gotti 2010 6º ano
teste fenicios e hebreus gotti 2010 6º anomarinathebaldi
 
Projeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbrado
Projeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbradoProjeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbrado
Projeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbradomarinathebaldi
 
Teste da oitava série terceiro bimestre
Teste da oitava série terceiro bimestreTeste da oitava série terceiro bimestre
Teste da oitava série terceiro bimestremarinathebaldi
 
Capítulo3_Maria Telvira
Capítulo3_Maria TelviraCapítulo3_Maria Telvira
Capítulo3_Maria Telviramarinathebaldi
 
Seminário Virtual-Os sete pelares de Morim
Seminário Virtual-Os sete pelares de MorimSeminário Virtual-Os sete pelares de Morim
Seminário Virtual-Os sete pelares de Morimmarinathebaldi
 
Teste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismo
Teste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismoTeste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismo
Teste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismomarinathebaldi
 
Texto para apresentação seminário 19 de setembro
Texto para apresentação seminário 19 de setembroTexto para apresentação seminário 19 de setembro
Texto para apresentação seminário 19 de setembromarinathebaldi
 
teste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º ano
teste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º anoteste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º ano
teste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º anomarinathebaldi
 
Capítulo4_Carla Osório&Leonor Araujo
Capítulo4_Carla Osório&Leonor AraujoCapítulo4_Carla Osório&Leonor Araujo
Capítulo4_Carla Osório&Leonor Araujomarinathebaldi
 

Mais de marinathebaldi (20)

Islamismo na África
Islamismo na ÁfricaIslamismo na África
Islamismo na África
 
Islamismo na África
Islamismo na ÁfricaIslamismo na África
Islamismo na África
 
Teste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestre
Teste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestreTeste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestre
Teste do Gotti - 7º ano - Idade Média - primeiro bimestre
 
Cópia de prova renascimento reforma e contra ref
Cópia de prova renascimento reforma e contra refCópia de prova renascimento reforma e contra ref
Cópia de prova renascimento reforma e contra ref
 
aa{0}
aa{0}aa{0}
aa{0}
 
teste Gotti - 3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUA
teste Gotti -  3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUAteste Gotti -  3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUA
teste Gotti - 3bimestre - oitavo ano - iluminismo e ind dos EUA
 
Recuperações de provas do terceiro bimestre
Recuperações de provas do terceiro bimestreRecuperações de provas do terceiro bimestre
Recuperações de provas do terceiro bimestre
 
Indice_das_ilustrações
Indice_das_ilustraçõesIndice_das_ilustrações
Indice_das_ilustrações
 
Capítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise BotelhoCapítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise Botelho
 
prova renascimento reforma e contra ref
prova renascimento reforma e contra refprova renascimento reforma e contra ref
prova renascimento reforma e contra ref
 
teste fenicios e hebreus gotti 2010 6º ano
teste fenicios e hebreus gotti 2010 6º anoteste fenicios e hebreus gotti 2010 6º ano
teste fenicios e hebreus gotti 2010 6º ano
 
Projeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbrado
Projeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbradoProjeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbrado
Projeto Microlins Jovem de Sucesso - papel timbrado
 
Teste da oitava série terceiro bimestre
Teste da oitava série terceiro bimestreTeste da oitava série terceiro bimestre
Teste da oitava série terceiro bimestre
 
Capítulo3_Maria Telvira
Capítulo3_Maria TelviraCapítulo3_Maria Telvira
Capítulo3_Maria Telvira
 
Seminário Virtual-Os sete pelares de Morim
Seminário Virtual-Os sete pelares de MorimSeminário Virtual-Os sete pelares de Morim
Seminário Virtual-Os sete pelares de Morim
 
Confraternização(2)
Confraternização(2)Confraternização(2)
Confraternização(2)
 
Teste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismo
Teste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismoTeste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismo
Teste do 8º ano- Gotti - 1º bim - absolutismo
 
Texto para apresentação seminário 19 de setembro
Texto para apresentação seminário 19 de setembroTexto para apresentação seminário 19 de setembro
Texto para apresentação seminário 19 de setembro
 
teste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º ano
teste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º anoteste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º ano
teste renascimento reforma e contra reforma gotti 2010 7º ano
 
Capítulo4_Carla Osório&Leonor Araujo
Capítulo4_Carla Osório&Leonor AraujoCapítulo4_Carla Osório&Leonor Araujo
Capítulo4_Carla Osório&Leonor Araujo
 

Último

A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 

Último (20)

A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 

Capítulo1_AntonioCarlosAmadorGil

  • 1. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS, POTENCIALIDADES E DESAFIOS Antonio Carlos Amador Gil Este texto, que faz uma introdução ao Ensino a Distância (EAD) e trata de alguns aspectos históricos, legislativos e pedagógicos do EAD, possui caráter informativo e pretende, de forma sintética e clara, mostrar o estado atual do Ensino na modalidade a distância no Brasil. Este texto foi pensado como sendo introdutório ao curso e traz elementos e indicações para que vocês possam posteriormente desenvolver estes temas. Esta unidade é muito importante dentro do curso visto que é preciso conhecer um pouco da história e da regulação do ensino na modalidade a distância no Brasil e também os requisitos necessários para que se tenha um ótimo desempenho nesta nova forma de ensino. As informações aqui contidas serão importantes para o desenvolvimento do curso e também para o seu processo de formação profissional como um todo. Sugiro que a cada ponto do texto sejam feitas consultas à legislação citada, que está disponível na internet. Basta digitar a Lei ou Decreto numa máquina de busca, como o Google, por exemplo, e descobrir a sua localização. Tendo em seu computador um programa para a leitura de arquivos em pdf ou em Word, será possível abrir os documentos e fazer a leitura. Seria interessante que vocês, com as informações contidas no texto, as referências bibliográficas e as referências de endereços da internet, fizessem mais pesquisas, discutissem esses pontos e analisassem as potencialidades pedagógicas da EAD diante da realidade brasileira, levando em consideração as dimensões do território nacional e a nossa diversidade sociocultural. Ou seja, discutir e desenvolver uma reflexão de como a EAD, em face da escola e da realidade brasileiras, pode contribuir como estratégia de ensino eficaz. Quais seriam os seus limites e potencialidades? Pretendemos, neste texto, falar um pouco da história do Ensino a Distância no Brasil no decorrer do século XX, a legislação que embasa a oferta de cursos na modalidade de EAD, as diversas fases desta modalidade de ensino, a sua definição, a regulação e o controle feito pelo governo federal. Além disso, iremos abordar alguns dados sobre o crescimento da oferta desta modalidade, o objetivo da Lei n°. 10.639 que 1
  • 2. trata do ensino da História e Cultura Afro-brasileiras, bem como o novo papel a ser desempenhado por vocês, alunos, no processo de educação à distância. A trajetória do ensino a distância no Brasil Muitos de vocês, talvez, possam ter pensado que o ensino a distância é uma novidade. Pois não é bem assim. O que é novo é o uso de novas tecnologias como os recursos interativos da internet, o que chamamos de novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Os cursos a distância existem desde o momento em que começaram a ser veiculados pelos correios, ou seja, por correspondência. Diversos historiadores, ao trabalharem com alguns jornais do final do século XIX e inícios do século XX, se depararam com anúncios com ofertas de cursos profissionalizantes a distância. Em seu artigo A História da EAD no Brasil, João Roberto Moreira Alves nos informa sobre alguns estudos que demonstram a existência dessa oferta. Ao tentar fazer, de uma forma bem sucinta, ligeira, um percurso panorâmico do ensino a distância no Brasil no decorrer do século XX, ele relata, por exemplo, estudos do IPEA em periódicos como o Jornal do Brasil do final do século XIX e início do século XX, que mostram a oferta de cursos profissionalizantes por correspondência. Eram geralmente cursos de datilografia oferecidos por professoras particulares. Também nos informa que em 1904 houve a instalação de uma instituição chamada “Escolas Internacionais”. A unidade de ensino era, segundo o autor, uma filial norte-americana que oferecia cursos por correspondência voltados para a área de comércio e negócios. Imagem 1 – Edgard Roquette-Pinto, precursor da radiodifusão brasileira 2
  • 3. O ensino a distância alcançou novo patamar com o surgimento de uma nova tecnologia, a radiodifusão, inaugurada no Brasil em 1922. Com o tempo, ela tornou-se o meio de comunicação que a maioria da população tinha acesso como ouvinte. Com a redução dos custos do receptor de rádio, passou a exercer grande influência na vida diária das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. O professor Edgard Roquette- Pinto lançou, em 1923, a primeira estação de rádio no Brasil, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro. Essa rádio passou a veicular, em sua grade de programação, vários programas de educação popular que tiveram muito êxito. Os governos à época estavam atentos e preocupados, visto que temiam a difusão de programas de contestação na atmosfera revolucionária do final dos anos 1920 e inícios dos anos 1930. A partir da Revolução de 1930, o governo de Getúlio Vargas criou várias exigências de difícil cumprimento. A rádio acabou sendo incorporada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936. Em 1932, Getúlio Vargas autorizou, através de decreto, a comercialização de espaços publicitários pelas emissoras e passou a utilizar o rádio para veicular suas realizações e ideias. Com a receita da publicidade, as emissoras investiram em equipamentos e nos funcionários. A consequência foi a popularização da programação, o que possibilitou ao rádio viver sua época de ouro, entre os anos 1930 e 1940. A radiodifusão passou a ser uma grande influência em todas as áreas, tendo poder decisivo nos campos econômico, político, social, religioso, cultural e educativo. Os mecanismos de controle e censura no período também foram muito ativos. Em 1937, foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação e vários programas foram implantados como, por exemplo, a Escola Rádio Postal. A partir do fim do Estado Novo (ditadura de Getúlio Vargas que durou de 1937 a 1945), diversas iniciativas ocorreram no campo do ensino a distância. A abertura do SENAC em 1946 foi muito importante. Uma de suas mais relevantes realizações foi a criação da Universidade do Ar que, em 1950, já atingia 318 localidades. 3
  • 4. Imagem 2 – Primeira escola SENAC de Santos/SP Isto não quer dizer que a oferta de cursos por correspondência tenha sofrido diminuição. Pelo contrário. Uma experiência de grande sucesso foram os cursos por correspondência do Instituto Universal Brasileiro (IUB), criado em 1939 em São Paulo. Os anúncios encartados em jornais e revistas ofereciam cursos por correspondência em diversas áreas como corte e costura, fotografia, mecânica, eletrônica, contabilidade, etc. Ou seja, a tecnologia veio contribuir com novas formas de oferta de ensino a distância, numa perspectiva somativa e não substitutiva. A década de 1950 e o início dos anos 60, no Brasil constituíram um período efervescente na política e de grande crescimento dos movimentos populares, que reivindicavam melhores oportunidades em termos políticos, sociais, econômicos e educativos. No início dos anos 1960, por exemplo, com a popularização do rádio de pilha, o Movimento de Educação de Base (MEB), ligado à Igreja Católica, com o apoio do governo federal, desenvolveu um programa de alfabetização de adultos através do Rádio Educativo. 4
  • 5. Imagem 3 – Panfleto de divulgação dos cursos oferecidos pelo Instituto Universal Brasileiro (1945) As primeiras medidas legislativas Em 20 de dezembro de 1961 foi promulgada a Lei n°. 4.024, a primeira LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta lei foi a primeira legislação que tratou especificamente da modalidade do ensino a distância. O Golpe de Estado de 1964 e o aumento da repressão política e social em 1968 com o AI 5 e o recrudescimento da censura tornaram as iniciativas independentes e transformadoras mais difíceis. Houve, neste período, iniciativas governamentais no ensino a distância, como o Projeto Minerva, curso a distância de formação no nível básico de ensino, transmitido via rádio, depois da Voz do Brasil. O curso podia também ser acompanhado com apostilas impressas. Em 11 de agosto de 1971 foi promulgada a Lei n°. 5.692, que fixou diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus. Nessa reforma da LDB foi inserido um capítulo específico sobre o ensino supletivo, definindo que poderiam ser usados o rádio, a televisão, correspondência e outros meios de educação que permitissem alcançar o maior número de alunos. 5
  • 6. Durante o período da Ditadura Militar houve iniciativas de uso da televisão com fins educativos, com a promulgação de leis que determinavam a transmissão de programas educativos pelas emissoras comerciais. A televisão no Brasil iniciou as suas transmissões na década de 1950 e, lentamente, foi ocupando um espaço cada vez mais importante. Em 1970, pelos dados do Censo Demográfico, 27% das casas brasileiras estavam equipadas com televisão e 75% do total de televisores estavam concentrados no Rio de Janeiro e São Paulo. No decorrer da década de 1970, houve algumas experiências interessantes no campo educacional como a criação do Telecurso Segundo Grau. O projeto começou em janeiro de 1978, quando a Fundação Roberto Marinho assinou convênio com a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, para a realização do primeiro Telecurso de Segundo grau. Neste ano o Brasil já possuía 14 milhões e oitocentos mil aparelhos de televisão. Em 1980, 55% das casas brasileiras possuíam televisão. Logo a seguir, em 1981, foi criado o Telecurso Primeiro Grau, voltado para as últimas séries do ensino fundamental. O surgimento do vídeo cassete, no final dos anos 1970 e popularizado nos anos 1980, multiplicou as possibilidades de acesso aos conteúdos. Também não podemos deixar de mencionar o papel das TV’s Educativas, como a TV Cultura. Com o surgimento do sistema de TV a cabo e a satélite surgiram novas emissoras voltadas para o campo educativo como as TV’s Universitárias e o Canal Futura. Uma das mais recentes iniciativas é a TV Escola. Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei n°. 9.394, a segunda Lei de Diretrizes e Bases, também chamada Nova LDB ou Lei Darcy Ribeiro, em homenagem ao seu relator. A partir daí, de fato, foram criadas as bases legais para a modalidade de Ensino a Distância, que passou a ser possível em todos os níveis. A partir de então, o ensino a distância tem se desenvolvido em vários segmentos, nos cursos de graduação e pós-graduação, na educação básica, principalmente na modalidade de jovens e adultos e na educação especial. Houve também um grande aumento da oferta de cursos livres, principalmente no ambiente corporativo. 6
  • 7. Imagem 4 – O político e escritor Darcy Ribeiro, relator da LDB de 1996 O artigo 80 da lei 9.394 determina que o poder público deve incentivar o desenvolvimento de programas em EAD e também programas de educação continuada na modalidade EAD. A lei prevê igualmente, dentre outras coisas, tratamento diferenciado para a concessão de canais com finalidade educativa e a redução de custos de transmissão por via de canais comerciais para uso de programas de EAD. Há muitas definições possíveis para a EAD. O Decreto n°. 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, que regulamentou o art. 80 da Lei n°. 9.394 (LDB), estabeleceu um conceito oficial de EAD: Forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem com a mediação de recursos didáticos, sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação (DECRETO N.2.494/1998). Ao analisarmos essa definição podemos perceber alguns problemas. Se, em termos jurídicos, a definição era legítima, pois pretendia clarificar o conceito, por outro lado, academicamente falando, sofreu diversas críticas, uma vez que essa definição corria o risco de rápida obsolescência. Diversos autores que analisaram o Decreto 2.934, como Candido Alberto da Costa Gomes, por exemplo, afirmam que essa regulamentação foi muito cautelosa, estabelecendo uma equiparação entre educação presencial e a distância, condicionando a avaliação do rendimento dos alunos à realização de exames presenciais. 7
  • 8. Segundo a ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), a EAD é uma modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas, em sua maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora. Como se vê no histórico traçado, o ensino a distância não é algo novo. O que é inovador são os meios empregados hoje. Cada nova tecnologia não descarta as anteriores, há uma complementação. O rádio ainda tem um papel importantíssimo em regiões de difícil acesso. Não podemos esquecer que as novas tecnologias ainda estão muito distantes da maioria dos brasileiros. Podemos perceber, portanto, que houve momentos históricos diferentes marcados pelo uso de diferentes tecnologias. Não há consenso sobre a periodização desses momentos, alguns autores dividindo a história da EAD em três gerações, outros em até cinco. Para os que defendem a periodização em três gerações, teríamos as seguintes fases: a) Primeira geração: ensino por correspondência, modalidade que marca o início da EAD e predominante no Brasil na primeira metade do século XX; b) Segunda Geração: modelo Multimída, a partir do final dos anos 70, com uso da Teleaprendizagem, de videoaulas, de fitas de áudio e de vídeo; c) Terceira Geração: momento em que são utilizadas redes de comunicação interativas, como a internet e recursos WWW (web), os computadores pessoais e os sistemas de videoconferência, incorporando também as mídias anteriores. A interatividade é reforçada através da comunicação mediada pelo computador e acesso a portais educativos e softwares interativos de aprendizagem, como o ambiente Moodle. 8
  • 9. Imagem 5 – Ambiente virtual da Plataforma Moodle A Educação a Distância na era digital Vivemos agora um momento importante, com a expansão dos computadores pessoais e a comunicação via internet. O ensino a distância está se consolidando atualmente graças a essa tecnologia usada por vocês no presente curso. A tecnologia digital, a educação on-line, estimulam, hoje, a interatividade. Há diversas ferramentas disponíveis para isso: o e-mail, os fóruns de discussão, os chats (ambientes de conversa on-line), amplamente explorados em softwares de educação como o Moodle, e as videoconferências. O desafio agora, no Brasil, é fazer a inclusão digital de todos os brasileiros. Isso só será possível com o barateamento dos custos de transmissão para fins sociais, com a democratização do acesso via banda larga. Em 2005 houve uma nova regulamentação do art. 80 da Lei n°. 9.394 (LDB) que revogou a de 1998. O decreto n°. 5.622, de 19 de dezembro de 2005 é mais amplo que o anterior, em termos de artigos e também em termos de impacto e abrangência. Formulou a seguinte definição de EAD: 9
  • 10. Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (DECRETO N.5.622/2005). Nessa definição, o conceito de EAD é atualizado e referenciado como modalidade educacional e há a referência às TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação. Seria interessante se vocês consultassem esse decreto, disponível no seguinte endereço: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm No texto do decreto vocês constatarão que são estabelecidas, por exemplo, a obrigatoriedade de momentos presenciais não só para a avaliação dos estudantes, mas também nas seguintes etapas do ensino: (i) nos estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; (ii) na defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente, e (iii) nas atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso, tudo isso com a obrigatoriedade de criação de polos de apoio presencial. Conforme estabelece o Decreto n°. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, os diplomas de cursos a distância têm a mesma validade dos cursos equivalentes em universidades presenciais, desde que devidamente reconhecidos pelo MEC. Desde 2004, com a criação do SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, através da Lei n°. 10.861 de 14 de abril de 2004, que instituiu a avaliação das instituições, de cursos e do desempenho dos estudantes de forma integrada, as instituições de Ensino Superior e os cursos de graduação presenciais e a distância têm passado por um contínuo processo de avaliação sob a responsabilidade do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). O Decreto Federal n°. 5.773, de 9 de maio de 2006, dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Nesse decreto são definidas as competências da Secretaria de Educação a Distância (SEED), 10
  • 11. como são feitas as autorizações, os reconhecimentos e as renovações de reconhecimento de cursos, os credenciamentos e recredenciamentos de Instituições de Ensino Superior. Ao Ministério da Educação compete promover os atos de credenciamento de instituições para oferta de cursos e programas a distância para a educação superior. Às autoridades dos sistemas de ensino estaduais e do Distrito Federal compete promover os atos de credenciamento de instituições para a oferta de cursos a distância, no âmbito da respectiva unidade da federação, no nível básico nas modalidades de educação de jovens e adultos, educação especial e educação profissional. A Secretaria de Educação a Distância (SEED) foi criada em 1996 e tem por missão atuar como agente de inovação dos processos de ensino-aprendizagem, fomentando a incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e da Educação a Distância aos métodos didático-pedagógicos das escolas públicas. Vocês podem consultar a página da secretaria na internet (http://www.portal.mec.gov.br/). Dentre os programas da secretaria, podemos destacar o Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação), o Programa Banda Larga nas Escolas e a TV Escola. A Portaria Normativa n°. 2 de 10 de janeiro de 2007, dispõe sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a distância, regulamentando também a criação de polos para a atuação da Instituição de Ensino Superior na modalidade de EAD, para que possam ser realizados os momentos presenciais obrigatórios. O polo de apoio presencial é a unidade operacional para o desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância. O Ministério da Educação instituiu, por meio do Decreto n°. 5.800, de 8 de junho de 2006, o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. Esse sistema é mantido mediante a oferta de cursos e programas por instituições de educação superior filiadas, num sistema de colaboração entre a União e os estados com o apoio financeiro de dotações do Ministério da Educação e do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Sua ação, prioritariamente, está voltada para a formação inicial e continuada de professores da educação básica. Cabe aos estados e municípios a responsabilidade pela implementação e sustentação de seus polos, onde são desenvolvidas as atividades presenciais. Cada polo pode se associar a uma ou mais instituições públicas de ensino, responsáveis pela execução das atividades acadêmicas dos cursos bem como pela expedição dos diplomas aos concluintes. 11
  • 12. A democratização do Ensino a Distância Nos últimos anos houve um crescimento exponencial da EAD no Brasil. Ao consultarmos os dados do censo divulgado pelo Ministério da Educação no início de 2009, podemos constatar que, em 2007, doze por cento dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos cursavam o Ensino Superior. Em 2007, o número de alunos matriculados aumentou 7%. Deste total, 93% faziam cursos presenciais. Em relação ao Ensino a Distância, as matrículas cresceram 78%, quase 20 vezes mais que nos cursos presenciais, que tiveram um aumento de 4%. Como se pode ver, os cursos a distância são os que mais se expandem no país. Os dados do censo também demonstram que, em 2007, o maior crescimento do número de matrículas em EAD ocorreu nas instituições estaduais, cujo percentual de aumento foi de 219%. As instituições privadas tiveram um aumento de matrículas da ordem de 66% e as instituições federais de 47%. Foi publicado, no início de 2010, o Censo EaD.Br. O livro é organizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância. Esse censo foi lançado no 15º CIAED – Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, realizado entre os dias 27 e 30 de setembro de 2009, em Fortaleza. O livro é o primeiro de uma série que a Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED pretende publicar anualmente, com o objetivo de mapear, analiticamente, todas as atividades relacionadas à aprendizagem a distância no País. Para tal fim, a ABED enviou, para as Instituições de Ensino e o Mercado de Educação a Distância, um questionário com o objetivo de coletar as informações necessárias para a consecução dessa nova publicação – Censo EaD.Br – Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil. A ampla coleta de dados do Censo EaD.Br, publicada em 2010, mostra os resultados referentes ao ano base de 2008 e tendências apontadas por centenas de instituições de ensino, empresas e alunos de educação a distância no País. A ABED afirma que esse censo é mais abrangente que o do Ministério da Educação, pois inclui os cursos de extensão e os corporativos. Esse censo nos dá os seguintes números: de um total de 2.648.031 alunos, 1.075.272 pertencem aos cursos regulares, enquanto 1.074.106 estão na modalidade extensão e 498.653 na modalidade corporativa. Dos alunos regulares, 273.487 estão em instituições públicas, enquanto 801.785 estão matriculados em instituições particulares. Somente na Região Norte, há mais alunos regulares nas instituições públicas do que nas particulares. O total de cursos 12
  • 13. é de 1.752 e 80% das matrículas se encontram nas regiões Sul e Sudeste e 54% das instituições informam que a idade predominante fica acima de 30 anos. O pessoal docente envolvido (professor, monitor, coordenador e outros) compreende 28.457 profissionais, dos quais 12.236 no setor público e 16.221 no particular. O material impresso ainda é o mais importante nos cursos de EAD. O crescimento dos cursos em relação a 2007 foi de 90%. Como vemos, de fato, está ocorrendo um crescimento exponencial do ensino a distância. Mais um exemplo disso é a presença de vocês aqui. O presente curso pretende, exatamente, usar a modalidade do ensino a distância para contribuir na aplicação da Lei n°. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que altera a Lei n°. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (LDB). Dentre os artigos acrescidos à LDB, através dessa última Lei, temos o artigo 26-A, determinando que nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afrobrasileiras. O artigo tem dois parágrafos determinando que o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. Além disso, ficou definido que os conteúdos referentes à História e Cultura Afrobrasileiras serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. Para cumprir o que estabelece a Lei n°. 10.639, é preciso que tenhamos professores capacitados em História da África e que dominem os conteúdos referentes à História e Cultura Afrobrasileiras. Há um grande contingente de professores, no ensino fundamental e médio, que não estão capacitados para atender essa demanda. É nesse ponto que o ensino a distância assume papel de destaque. Tendo tal perspectiva em mente, foi criado este curso, Educação para as Relações Étnico-raciais: A História e a Cultura Afrobrasileiras, na modalidade de ensino a distância. Por intermédio dele, professores da educação básica, principalmente os residentes longe dos grandes centros ou que não podem abandonar fisicamente o seu local de trabalho estarão capacitados a frequentar o curso, independentemente da localização geográfica dos alunos ou dos horários em que possam estar disponíveis. 13
  • 14. Os novos desafios da EAD Gostaria de encerrar este texto discutindo as questões da aprendizagem por meio da modalidade de ensino a distância. Há muitos desafios. Nessa modalidade de ensino, vocês, alunos, têm um novo papel. Devem ser participantes ativos no processo de educação a distância. Uma habilidade importante é desenvolver a capacidade de pesquisar e avaliar fontes de informação, transformando-as em conhecimento. Devem também desejar dedicar uma parte de seu tempo semanal aos estudos e não ver o curso como uma forma mais fácil de obter créditos ou um diploma. Devem gerenciar o tempo e organizar as atividades a serem realizadas. O estudo a distância toma, geralmente, mais tempo do que os cursos presenciais. Vocês devem também ser capazes de estudar em ambientes informatizados, ter autodeterminação, saber selecionar, tomar decisões e aprender de modo autônomo. Para tanto, precisam desenvolver estratégias de estudo adequadas e utilizar e explorar os novos recursos de comunicação, criando habilidades para participar de grupos virtuais, ter confiança no uso da tecnologia e motivação extra para os estudos. Que vocês tenham sucesso e um bom proveito neste curso! Referências DIAS, Rosilânia Aparecida; LEITE, Lígia Silva. Educação a Distância: da legislação ao pedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2009. LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (Org.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. MAIA, Carmen; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. ALVES, João Roberto Moreira. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. GOMES, Candido Alberto da Costa. A legislação que trata da EAD. In: LITTO, Fredric 14
  • 15. Michael; FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Censo EAD.br. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010 Sítios da internet ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ABED). Disponível em:<www.abed.org.br/>. Acesso em: 20 set. 2010. EAD-L. LISTA DE DISCUSSÃO. Disponível em: <www.listas.unicamp.br/mailman /listinfo/ead-l>. Acesso em: 20 set. 2010. ESCOLA DO FUTURO. Disponível em:<http://futuro.usp.br/>. Acesso em: 15 set. 2010. EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS. Disponível em: <www.eca.usp.br/prof/moran/tec. htm>. Acesso em: 8 set. 2010. RBAAD - Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância. Disponível em: <www.abed.org.br/revistacientifica/_brazilian />. Acesso em: 15 set. 2010. SALA DE AULA INTERATIVA. Disponível em:<www.saladeaulainterativa.pro.br/>. Acesso em: 4 set. 2010. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Disponível em:<portal.mec.gov.br> - Clique em Serviços - Depois clique em Secretarias e Órgãos vinculados - Clique então em SEED. Acesso em: 3 set. 2010. 15