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FÉLIX ARAÚJO
 - ou o martírio de um
         líder!


Autor: Manoel Monteiro

Da Academia Brasileira
de Literatura de Cordel e
do IHGCP.
01- Todo aglomerado
humano
Urbano, próximo ou
distante,
Que seja cosmopolita
Ou insignificante
Não tem nada a seu
contrário
A que venha ser berçário
De filho muito
importante.
02- VITAL BRASIL que
nasceu
Numa cidade tacanha
Mas com suas descobertas
Inda hoje o mundo ganha;
Contra picada de cobra
O antídoto é obra
Do MINEIRO DE
CAMPANHA.
03- Nosso grande PEDRO
AMÉRICO
Que trouxe a arte na veia
Nascido em plaga ignota
Que os braços do Brejo
enleia
Pelo seu dom magistral
FEZ, de modo literal,
UM MONUMENTO DE
AREIA.
04- Exemplos neste
sentido
Tem de se perder a conta,
A Bromélia mais bonita
Na laje agreste é que
aponta,
Quem tem amor dar
carinho
Quem nasceu pra ser
espinho
De pequeno traz a ponta.
05- Estou começando
assim
Este cordel nas primeiras
Estrofes para mostrar
Que o mundo não tem
fronteiras
Nem limites para o brilho
De um valoroso filho
Das plagas de Cabaceiras.
06- Cabaceiras pequenina
Cidade do Cariri,
Semi-árido nordestino,
Na Paraíba, e, aqui
Tem belezas naturais,
Inscrições rupestres mais
Um sol alegre que ri.
07- Pois foi nesta terra
onde
O sol está “sempre a
pino”
Que aos 22 de dezembro,
De 22, um menino,
Veio alegre a família
Da jovem Dona
NAUTÍLIA
E FRANCISCO
VIRGOLINO.
08- FÉLIX DE SOUSA
ARAÚJO
Foi esse o nome escolhido
Que os pais felizes deram
Ao garotinho nascido
Daquela doce união
E com sua aparição
Fez o casal mais unido.
09- Para suas brincadeiras
FÉLIX não ficou sozinho
Pois dentro de pouco
tempo
Deus mandou-lhe um
irmãozinho,
Os pais bastante felizes
Dispensaram aos dois
petizes
Muito amor, muito
carinho.
10- O irmão de FÉLIX,
Mário,
Mário Araújo, um amigo,
Que conheço há muitos
anos
Por isso mesmo lhe digo:
- Mário é grande
companheiro
Dos que servem ao
parceiro
Mesmo correndo perigo.
11- Em 64 estive
Na “barcaça” que
afundou,
Perseguido, preso e um
Amigo que não faltou
Apesar do grande risco
Foi – O FILHO DE
FRANCISCO –
Que aos meus afins
ajudou.
12- Trago este
depoimento
Pois gratidão não se
apaga,
Coragem não tem à venda
E a mão que nos afaga
Fica satisfeita vendo
Que estamos devolvendo
Um obrigado por paga.
13- Mas vamos voltar a
FÉLIX
Principal objetivo
Não para biografá-lo
Sim, para mantê-lo vivo
E mostrar ao circunstante
O quanto ele foi brilhante
Talentoso e combativo.
14- FÉLIX brincava na
rua
Com os meninos do jeito
Que todo menino brinca
Rindo, alegre, satisfeito.
De corrida, salto e bola,
Até chegar à escola
Pra mostrar do que foi
feito.
15- Na Escola Estadual
Onde foi matriculado
Deu prazer a professora
Maria Neuly Dourado
Logo cedo demonstrando
Rara inteligência dando
Prova de super dotado.
16- Aquele garoto simples
De aparência singular
Compleição física mirrada
Mas de um brilho no
olhar
Inquieto, perscrutando,
Como quem estava
buscado
Um jeito bom de voar.
17- A escola é campo
fértil
Onde uma boa semente
Nasce, flora e frutifica,
Reproduz e vai em frente
Como pontos luminares
Para orgulhar os seus
pares
Num crescendo
intermitente.
18- No primário
distinguiu-se
Dos demais pelo QI
Apreendendo as matérias
Dum jeito com que Neuly
Achava até que um dia
Aquele garoto iria
Orgulhar o Cariri.
19- Ao concluir o
primário
Com louvor e distinção
O professor Ariel
Oliveira “deu-lhe a mão”
E o direcionou
Dum jeito que ele passou
Do Curso de Admissão.
20- Daí, em Campina
Grande,
Prosseguiu o ritual
De ingressar num colégio
E ao tentar o portal
Passou da primeira vez
No Pio XI onde fez
O Curso Ginasial.
21- Durante o correr do
curso
Mostrou-se muito vivaz
Sempre à frente nas
matérias,
Participante e loquaz,
Pra tudo tinha um
discurso
Tanto que ao final do
curso
Orador dele se faz.
22- Do jovem
cabaceirense
Já transbordavam
pendores
De uma palavra fluente,
Revides devastadores
Na contra-argumentação
Méritos que só estarão
Junto aos grandes
oradores.
23- O Curso Clássico ele
fez
No Estadual da Prata,
No Liceu Paraibano,
No Pio XI e já trata
De mostrar para o que
veio
Vibrante, inquieto e cheio
De aspiração democrata.
24- Sua aguerrida
presença
Na política estudantil
Fazia imenso contraste
Com seu porte juvenil,
Toda aparente fraqueza
Tinha o triplo de grandeza
Na defesa do Brasil.
25- Dá-nos orgulho
lembrar
Os seus feitos pioneiros
No jornal cabaceirense
Que deu o nome
CRUZEIROS
Pelos Cruzeiros da Terra
Nas páginas do qual
descerra
Os seus escritos
primeiros.
26- Do comentário
político
Ia a crônica social
Levando a letra de fôrma
Tudo de bem e de mal
Com seu talento imanente
Caminhava um passo a
frente
O que pra gênio é normal.
27- O pai de FÉLIX e
Mário
Um honesto Coletor
Em cujo lar quem
chegasse
Tinha pão e cobertor
Um dia caiu doente
Indo embora de repente
Deixando saudade e dor.
28- Sem a ajuda do pai
FÉLIX no estudo seguia
Dando conferência pagas
E o pouco que recebia
Tinha de ser o bastante
Para levar adiante
O projeto que antevia.
29- (Quando ouço alguém
dizer
Não estudo porque não
tenho
Dinheiro e mesmo por
que
No lugar de onde venho
Não tem jeito de ganhar
Sou obrigado falar:
- O que lhe falta é
empenho.)
30- Vejam como um
rapaz pobre
Rico dos bens da virtude
Vencia dificuldades
E por ter essa atitude
Não se deixou abater
Podendo muito bem ser
Exemplo pra juventude.
31- Ganhava pouco, mas
dava
Pra prosseguir
caminhando
Por João Pessoa e por
Campina o verbo atirando
Sobre o povo atento e
pasmo
Vibrante de entusiasmo
Do tributo lhes falando.
32- A breve vida de
FÉLIX
Foi efêmera, passageira,
Como u’a estrela cadente
Desfez-se baça em poeira
Mas enquanto estava
acesa
Era atalaia e defesa
Da gente humilde e
obreira.
33- Como estudante
integrou
Toda campanha onde o
pleito
Fosse para conquistar
O que se tinha direito,
Nunca se omitiu da luta
Por mais ferrenha a
disputa
Enfrentava peito a peito.
34- Foi assim que
integrou
A FEB como pracinha,
Voluntário apresentou-se
Para lutar porque tinha
Consciência do perigo
Visto que aquele inimigo
Contra a humanidade
vinha.
35- Parou nos campos
d’Itália
Como mais um
combatente
Simples soldado correndo
Todo risco, consciente,
Estava lá porque quis,
Assim, estava feliz,
Mesmo na linha de frente.
36- Com o Nº. 3 mil
trezentos e sessenta e dois
Na FEB o pracinha
FÉLIX
Voluntário se dispôs
A ir lutar pela ordem
E recompor a desordem
Que o Nazi-Fascismo
impôs.
37- Merecem destaques
duas
Passagens desse
momento,
Uma, quando o praça
FÉLIX
Ao tomar conhecimento
Que no barco que os
levava
Pra o front de Itália estava
JOEL SILVEIRA, um
talento.
38- JOEL como jornalista
E dos mais conceituados
Estava cobrindo a guerra
Pra os órgãos Associados,
FÉLIX ao saber do fato
Mandou-lhe extenso
relato
Lá do meio dos soldados.
39- Joel Silveira que era
Experiente e sagaz
Ao ler as colocações
Daquele humilde rapaz
Viu imediatamente
Que se tratava de gente
Inteligente e capaz.
40- Então foi falar com
FÉLIX
Já de igual pra igual
Pois sentiu no jovem um
Tipo muito especial
Mas convenceu-se a ouvir
O pracinha dirigir
Falação ao pessoal.
41- Pois bem, um simples
soldado
Sem estrela e sem galão
Falando a seus
companheiros
Não era um ato padrão
Diante da novidade
A oficialidade
Interrompeu a sessão.
42- Porém aquele
pracinha
De oratória inflamada
Fazia a tropa sentir
A guerra justificada;
Mandaram-no prosseguir
Pois todos queriam ouvir
A voz do seu camarada.
43- Finda a guerra volta
FÉLIX
Para Campina e afeito
As procelas do caminho
Vai lutar do mesmo feito
Trabalhando pra viver
E ao mesmo tempo fazer
O seu Curso de Direito.
44- Na provecta
Faculdade
Onde Rui também
“baixou”,
Tobias Barreto esteve,
Castro Alves declamou
FÉLIX se sentiu em casa,
Cantou alto, bateu asa,
Galhardamente voou.
45- Suas provas eram
postas
No quadro para mostrar
Aos outros estudantes
Seu modo de interpretar
As Leis, Códigos,
Artigos,
Para novos e antigos
Terem nele um exemplar.
46- Além do Curso
Jurídico
Atuava febrilmente
Já defendendo no fórum
Quem estivesse carente
Do amparo da justiça
Em FÉLIX via a premissa
De não pagar inocente.
47- Criador e criativo,
Inquieto e sonhador,
Jornalista de mancheia,
Político por puro amor,
Dedicadíssimo ao estudo
Tudo isso e sobretudo
Poeta e grande escritor.
48- DOR, FOLHAS
SOLTAS e mais
O livro
FRATERNIDADE
São títulos que produziu
Porém TAMAR, em
verdade,
É sua obra mais terna
Pois nela o poeta externa
Toda sensibilidade.
49- Ele estava na Itália
Quando TAMAR veio à
lume
Com seu texto
impregnado
Do mais plangente
queixume,
Doces sons e acalantos,
Amontoados de cantos
Que o estro ingente
resume.
50- “TAMAR de FÉLIX é
poema
Que ao leitor maravilha,
Tem langor de sol poente
Albor de manhã que
brilha
- Outro cordel assegura
TAMAR tem tanta
ternura
Que foi ser nome de
filha.”
51- Antes de falar de
FÉLIX
Eleito Vereador
Vamos falar de MARIA
SOCORRO DUETTES,
flor
Que o poeta escolheu
E que dois filhos lhe deu
Frutos do seu grande
amor.
52- FÉLIX DE SOUSA
ARAÚJO
FILHO e MARIA
TAMAR
São a prova verdadeira
Que valeu a pena amar
E gerar filhos por que
Olhando os filhos se vê
A vida continuar.
53- FÉLIX saiu candidato
Em um concorrido pleito
Pelos serviços prestados
Ganhou votos, foi eleito,
Ao assumir o lugar
Começou a trabalhar
Como sempre havia feito.
54- Por conhecer a missão
Própria do Legislativo
Que é de fazer as Leis
E ficar de olho vivo
Sempre a pequena
distância
Pra ter sob vigilância
O Poder Executivo.
55- Assim ele fez e foi
Fiscalizar o Prefeito
Que no acerto de contas
Não estava agindo direito
Porque pegava o erário
Dava novo itinerário
Como uns por ai têm
feito.
56- Quem surrupia não
gosta
Quando o furto é
descoberto
Foi isso que aconteceu
E o prefeitinho esperto
Mandou um atirador
Calar o Vereador
Que estava falando certo.
57- Não vou declinar o
nome
Do mandante ou do
bandido
Pra tanto um quanto o
outro
Permanecer esquecido,
Anula-los é premente
Falar nome dessa gente
É tempo e papel perdido.
58- Com a voz embargada
vamos
Trazer pra todos vocês
Aquela manhã de julho,
13 de 53;
Quando o poeta aguerrido
Foi mortalmente ferido
Por perversa insensatez.
59- (Eu era recém
chegado
A esta terra louçã,
Vendia versos nas feiras
E nessa infausta manhã
Lembro-me perfeitamente
Na hora do incidente
Estava em Puxinanã.)
60- Lá na Maciel Pinheiro
FÉLIX tombou baleado
Prontamente socorrido
Ao hospital foi levado,
Operado com urgência
Mas a fatídica ocorrência
Havia só começado.
61- A bala insana alojou-
se
Na coluna vertebral
Não pôde ser retirada
Causando um terrível mal,
Grandes dores, agonias,
Passados 14 dias
Foi-se o poeta. Final.
62- Foi embora como veio
Calmo, ledo, livre, leve,
Deixando uma vasta obra
Em sua passagem breve,
Morreu, mas, é imortal
Porque este capital
Só o possui quem
escreveu.
63- Ele vive em sua
esposa,
Vive nos filhos bonitos,
Na saudade dos amigos,
No coração dos aflitos
Que ele tanto defendeu,
Nos poemas que verteu
Nas páginas dos seus
escritos.
PALAVRA DE IRMÃO.

(*)

  FÉLIX ARAÚJO, como
intelectual, embora tenha
vivido pouco menos de 32
anos, teve uma atividade
intensa.         Escreveu
TAMAR, um poema em
prosa, editado quando se
encontrava na Itália como
soldado brasileiro na
guerra que destruiu o
Nazismo. Deixou, ao
morrer,       os     livros
FRATERNIDADE, DOR,
FOLHAS SOLTAS e uma
gema enorme de belos
sonetos      e    poemas.
Durante os mais de 50
anos de sua morte, e obra
literária de Félix Araújo
encantou aqueles que a
conheceram...
  Sua atuação no rádio é
sempre lembrada. Criou e
apresentou, na Rádio
Borborema, o programa A
VOZ                  DOS
MUNICÍPIOS,           que
popularizou a presença
das populações citadinas e
rurais na comunicação
radiofônica, trazendo ao
vivo sua voz e seus
problemas. Escreveu, por
muito tempo, crônicas
diárias, apresentadas, à
noite,    pela      Rádio
Borborema,      sob     a
denominação            de
CARROSSEL DA VIDA,
com grande repercussão.
  Na juventude, fundou
em Cabaceiras, o jornal
CRUZEIROS, cujo nome
era uma homenagem a sua
terra natal, Cabaceiras,
conhecida como CIDADE
DOS CRUZEIROS.
  FÉLIX, na Itália, como
integrante da FEB, teve
inusitada    participação.
Quebrando          rígidos
padrões de disciplina,
conseguiu várias vezes
falar para a tropa, em
vibrantes discursos em
defesa       dos      ideais
antifascistas e de estímulo
à luta dos compatriotas
em operação de guerra.
Fiel à sua vocação
jornalística, fundou o
jornal CRUZEIRO DO
SUL, com esses mesmos
objetivos de liberdade.
  Tombou, varado por
uma bala assassina no dia
13 de julho de 1953,
vindo a falecer no dia 27;
crime executado por um
pistoleiro profissional. O
infeliz     acontecimento
ocorreu em pleno centro
da cidade, quando no
cumprimento do seu
dever o inditoso jovem
Vereador saía da Câmara
sobraçando documentos
com que se comprovariam
irregularidades          e
malversação do dinheiro
público. Este atentado
fatal chocou Campina
Grande e a Paraíba e
repercutiu em todo Brasil.
  Eis aí, de forma
resumida,     os    traços
marcantes do patrono da
cadeira que vou ocupar...

Mário de Sousa Araújo.
(*)
Tópicos do discurso de
posse à sua cadeira do
IHCGP em 08/12/2006.

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O martírio de Félix Araújo

  • 1.
  • 2. FÉLIX ARAÚJO - ou o martírio de um líder! Autor: Manoel Monteiro Da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e do IHGCP.
  • 3. 01- Todo aglomerado humano Urbano, próximo ou distante, Que seja cosmopolita Ou insignificante Não tem nada a seu contrário A que venha ser berçário De filho muito importante.
  • 4. 02- VITAL BRASIL que nasceu Numa cidade tacanha Mas com suas descobertas Inda hoje o mundo ganha; Contra picada de cobra O antídoto é obra Do MINEIRO DE CAMPANHA.
  • 5. 03- Nosso grande PEDRO AMÉRICO Que trouxe a arte na veia Nascido em plaga ignota Que os braços do Brejo enleia Pelo seu dom magistral FEZ, de modo literal, UM MONUMENTO DE AREIA.
  • 6. 04- Exemplos neste sentido Tem de se perder a conta, A Bromélia mais bonita Na laje agreste é que aponta, Quem tem amor dar carinho Quem nasceu pra ser espinho De pequeno traz a ponta.
  • 7. 05- Estou começando assim Este cordel nas primeiras Estrofes para mostrar Que o mundo não tem fronteiras Nem limites para o brilho De um valoroso filho Das plagas de Cabaceiras.
  • 8. 06- Cabaceiras pequenina Cidade do Cariri, Semi-árido nordestino, Na Paraíba, e, aqui Tem belezas naturais, Inscrições rupestres mais Um sol alegre que ri.
  • 9. 07- Pois foi nesta terra onde O sol está “sempre a pino” Que aos 22 de dezembro, De 22, um menino, Veio alegre a família Da jovem Dona NAUTÍLIA E FRANCISCO VIRGOLINO.
  • 10. 08- FÉLIX DE SOUSA ARAÚJO Foi esse o nome escolhido Que os pais felizes deram Ao garotinho nascido Daquela doce união E com sua aparição Fez o casal mais unido.
  • 11. 09- Para suas brincadeiras FÉLIX não ficou sozinho Pois dentro de pouco tempo Deus mandou-lhe um irmãozinho, Os pais bastante felizes Dispensaram aos dois petizes Muito amor, muito carinho.
  • 12. 10- O irmão de FÉLIX, Mário, Mário Araújo, um amigo, Que conheço há muitos anos Por isso mesmo lhe digo: - Mário é grande companheiro Dos que servem ao parceiro Mesmo correndo perigo.
  • 13. 11- Em 64 estive Na “barcaça” que afundou, Perseguido, preso e um Amigo que não faltou Apesar do grande risco Foi – O FILHO DE FRANCISCO – Que aos meus afins ajudou.
  • 14. 12- Trago este depoimento Pois gratidão não se apaga, Coragem não tem à venda E a mão que nos afaga Fica satisfeita vendo Que estamos devolvendo Um obrigado por paga.
  • 15. 13- Mas vamos voltar a FÉLIX Principal objetivo Não para biografá-lo Sim, para mantê-lo vivo E mostrar ao circunstante O quanto ele foi brilhante Talentoso e combativo.
  • 16. 14- FÉLIX brincava na rua Com os meninos do jeito Que todo menino brinca Rindo, alegre, satisfeito. De corrida, salto e bola, Até chegar à escola Pra mostrar do que foi feito.
  • 17. 15- Na Escola Estadual Onde foi matriculado Deu prazer a professora Maria Neuly Dourado Logo cedo demonstrando Rara inteligência dando Prova de super dotado.
  • 18. 16- Aquele garoto simples De aparência singular Compleição física mirrada Mas de um brilho no olhar Inquieto, perscrutando, Como quem estava buscado Um jeito bom de voar.
  • 19. 17- A escola é campo fértil Onde uma boa semente Nasce, flora e frutifica, Reproduz e vai em frente Como pontos luminares Para orgulhar os seus pares Num crescendo intermitente.
  • 20. 18- No primário distinguiu-se Dos demais pelo QI Apreendendo as matérias Dum jeito com que Neuly Achava até que um dia Aquele garoto iria Orgulhar o Cariri.
  • 21. 19- Ao concluir o primário Com louvor e distinção O professor Ariel Oliveira “deu-lhe a mão” E o direcionou Dum jeito que ele passou Do Curso de Admissão.
  • 22. 20- Daí, em Campina Grande, Prosseguiu o ritual De ingressar num colégio E ao tentar o portal Passou da primeira vez No Pio XI onde fez O Curso Ginasial.
  • 23. 21- Durante o correr do curso Mostrou-se muito vivaz Sempre à frente nas matérias, Participante e loquaz, Pra tudo tinha um discurso Tanto que ao final do curso Orador dele se faz.
  • 24. 22- Do jovem cabaceirense Já transbordavam pendores De uma palavra fluente, Revides devastadores Na contra-argumentação Méritos que só estarão Junto aos grandes oradores.
  • 25. 23- O Curso Clássico ele fez No Estadual da Prata, No Liceu Paraibano, No Pio XI e já trata De mostrar para o que veio Vibrante, inquieto e cheio De aspiração democrata.
  • 26. 24- Sua aguerrida presença Na política estudantil Fazia imenso contraste Com seu porte juvenil, Toda aparente fraqueza Tinha o triplo de grandeza Na defesa do Brasil.
  • 27. 25- Dá-nos orgulho lembrar Os seus feitos pioneiros No jornal cabaceirense Que deu o nome CRUZEIROS Pelos Cruzeiros da Terra Nas páginas do qual descerra Os seus escritos primeiros.
  • 28. 26- Do comentário político Ia a crônica social Levando a letra de fôrma Tudo de bem e de mal Com seu talento imanente Caminhava um passo a frente O que pra gênio é normal.
  • 29. 27- O pai de FÉLIX e Mário Um honesto Coletor Em cujo lar quem chegasse Tinha pão e cobertor Um dia caiu doente Indo embora de repente Deixando saudade e dor.
  • 30. 28- Sem a ajuda do pai FÉLIX no estudo seguia Dando conferência pagas E o pouco que recebia Tinha de ser o bastante Para levar adiante O projeto que antevia.
  • 31. 29- (Quando ouço alguém dizer Não estudo porque não tenho Dinheiro e mesmo por que No lugar de onde venho Não tem jeito de ganhar Sou obrigado falar: - O que lhe falta é empenho.)
  • 32. 30- Vejam como um rapaz pobre Rico dos bens da virtude Vencia dificuldades E por ter essa atitude Não se deixou abater Podendo muito bem ser Exemplo pra juventude.
  • 33. 31- Ganhava pouco, mas dava Pra prosseguir caminhando Por João Pessoa e por Campina o verbo atirando Sobre o povo atento e pasmo Vibrante de entusiasmo Do tributo lhes falando.
  • 34. 32- A breve vida de FÉLIX Foi efêmera, passageira, Como u’a estrela cadente Desfez-se baça em poeira Mas enquanto estava acesa Era atalaia e defesa Da gente humilde e obreira.
  • 35. 33- Como estudante integrou Toda campanha onde o pleito Fosse para conquistar O que se tinha direito, Nunca se omitiu da luta Por mais ferrenha a disputa Enfrentava peito a peito.
  • 36. 34- Foi assim que integrou A FEB como pracinha, Voluntário apresentou-se Para lutar porque tinha Consciência do perigo Visto que aquele inimigo Contra a humanidade vinha.
  • 37. 35- Parou nos campos d’Itália Como mais um combatente Simples soldado correndo Todo risco, consciente, Estava lá porque quis, Assim, estava feliz, Mesmo na linha de frente.
  • 38. 36- Com o Nº. 3 mil trezentos e sessenta e dois Na FEB o pracinha FÉLIX Voluntário se dispôs A ir lutar pela ordem E recompor a desordem Que o Nazi-Fascismo impôs.
  • 39. 37- Merecem destaques duas Passagens desse momento, Uma, quando o praça FÉLIX Ao tomar conhecimento Que no barco que os levava Pra o front de Itália estava JOEL SILVEIRA, um talento.
  • 40. 38- JOEL como jornalista E dos mais conceituados Estava cobrindo a guerra Pra os órgãos Associados, FÉLIX ao saber do fato Mandou-lhe extenso relato Lá do meio dos soldados.
  • 41. 39- Joel Silveira que era Experiente e sagaz Ao ler as colocações Daquele humilde rapaz Viu imediatamente Que se tratava de gente Inteligente e capaz.
  • 42. 40- Então foi falar com FÉLIX Já de igual pra igual Pois sentiu no jovem um Tipo muito especial Mas convenceu-se a ouvir O pracinha dirigir Falação ao pessoal.
  • 43. 41- Pois bem, um simples soldado Sem estrela e sem galão Falando a seus companheiros Não era um ato padrão Diante da novidade A oficialidade Interrompeu a sessão.
  • 44. 42- Porém aquele pracinha De oratória inflamada Fazia a tropa sentir A guerra justificada; Mandaram-no prosseguir Pois todos queriam ouvir A voz do seu camarada.
  • 45. 43- Finda a guerra volta FÉLIX Para Campina e afeito As procelas do caminho Vai lutar do mesmo feito Trabalhando pra viver E ao mesmo tempo fazer O seu Curso de Direito.
  • 46. 44- Na provecta Faculdade Onde Rui também “baixou”, Tobias Barreto esteve, Castro Alves declamou FÉLIX se sentiu em casa, Cantou alto, bateu asa, Galhardamente voou.
  • 47. 45- Suas provas eram postas No quadro para mostrar Aos outros estudantes Seu modo de interpretar As Leis, Códigos, Artigos, Para novos e antigos Terem nele um exemplar.
  • 48. 46- Além do Curso Jurídico Atuava febrilmente Já defendendo no fórum Quem estivesse carente Do amparo da justiça Em FÉLIX via a premissa De não pagar inocente.
  • 49. 47- Criador e criativo, Inquieto e sonhador, Jornalista de mancheia, Político por puro amor, Dedicadíssimo ao estudo Tudo isso e sobretudo Poeta e grande escritor.
  • 50. 48- DOR, FOLHAS SOLTAS e mais O livro FRATERNIDADE São títulos que produziu Porém TAMAR, em verdade, É sua obra mais terna Pois nela o poeta externa Toda sensibilidade.
  • 51. 49- Ele estava na Itália Quando TAMAR veio à lume Com seu texto impregnado Do mais plangente queixume, Doces sons e acalantos, Amontoados de cantos Que o estro ingente resume.
  • 52. 50- “TAMAR de FÉLIX é poema Que ao leitor maravilha, Tem langor de sol poente Albor de manhã que brilha - Outro cordel assegura TAMAR tem tanta ternura Que foi ser nome de filha.”
  • 53. 51- Antes de falar de FÉLIX Eleito Vereador Vamos falar de MARIA SOCORRO DUETTES, flor Que o poeta escolheu E que dois filhos lhe deu Frutos do seu grande amor.
  • 54. 52- FÉLIX DE SOUSA ARAÚJO FILHO e MARIA TAMAR São a prova verdadeira Que valeu a pena amar E gerar filhos por que Olhando os filhos se vê A vida continuar.
  • 55. 53- FÉLIX saiu candidato Em um concorrido pleito Pelos serviços prestados Ganhou votos, foi eleito, Ao assumir o lugar Começou a trabalhar Como sempre havia feito.
  • 56. 54- Por conhecer a missão Própria do Legislativo Que é de fazer as Leis E ficar de olho vivo Sempre a pequena distância Pra ter sob vigilância O Poder Executivo.
  • 57. 55- Assim ele fez e foi Fiscalizar o Prefeito Que no acerto de contas Não estava agindo direito Porque pegava o erário Dava novo itinerário Como uns por ai têm feito.
  • 58. 56- Quem surrupia não gosta Quando o furto é descoberto Foi isso que aconteceu E o prefeitinho esperto Mandou um atirador Calar o Vereador Que estava falando certo.
  • 59. 57- Não vou declinar o nome Do mandante ou do bandido Pra tanto um quanto o outro Permanecer esquecido, Anula-los é premente Falar nome dessa gente É tempo e papel perdido.
  • 60. 58- Com a voz embargada vamos Trazer pra todos vocês Aquela manhã de julho, 13 de 53; Quando o poeta aguerrido Foi mortalmente ferido Por perversa insensatez.
  • 61. 59- (Eu era recém chegado A esta terra louçã, Vendia versos nas feiras E nessa infausta manhã Lembro-me perfeitamente Na hora do incidente Estava em Puxinanã.)
  • 62. 60- Lá na Maciel Pinheiro FÉLIX tombou baleado Prontamente socorrido Ao hospital foi levado, Operado com urgência Mas a fatídica ocorrência Havia só começado.
  • 63. 61- A bala insana alojou- se Na coluna vertebral Não pôde ser retirada Causando um terrível mal, Grandes dores, agonias, Passados 14 dias Foi-se o poeta. Final.
  • 64. 62- Foi embora como veio Calmo, ledo, livre, leve, Deixando uma vasta obra Em sua passagem breve, Morreu, mas, é imortal Porque este capital Só o possui quem escreveu.
  • 65. 63- Ele vive em sua esposa, Vive nos filhos bonitos, Na saudade dos amigos, No coração dos aflitos Que ele tanto defendeu, Nos poemas que verteu Nas páginas dos seus escritos.
  • 66. PALAVRA DE IRMÃO. (*) FÉLIX ARAÚJO, como intelectual, embora tenha vivido pouco menos de 32 anos, teve uma atividade intensa. Escreveu TAMAR, um poema em prosa, editado quando se
  • 67. encontrava na Itália como soldado brasileiro na guerra que destruiu o Nazismo. Deixou, ao morrer, os livros FRATERNIDADE, DOR, FOLHAS SOLTAS e uma gema enorme de belos sonetos e poemas. Durante os mais de 50 anos de sua morte, e obra literária de Félix Araújo
  • 68. encantou aqueles que a conheceram... Sua atuação no rádio é sempre lembrada. Criou e apresentou, na Rádio Borborema, o programa A VOZ DOS MUNICÍPIOS, que popularizou a presença das populações citadinas e rurais na comunicação radiofônica, trazendo ao
  • 69. vivo sua voz e seus problemas. Escreveu, por muito tempo, crônicas diárias, apresentadas, à noite, pela Rádio Borborema, sob a denominação de CARROSSEL DA VIDA, com grande repercussão. Na juventude, fundou em Cabaceiras, o jornal CRUZEIROS, cujo nome
  • 70. era uma homenagem a sua terra natal, Cabaceiras, conhecida como CIDADE DOS CRUZEIROS. FÉLIX, na Itália, como integrante da FEB, teve inusitada participação. Quebrando rígidos padrões de disciplina, conseguiu várias vezes falar para a tropa, em vibrantes discursos em
  • 71. defesa dos ideais antifascistas e de estímulo à luta dos compatriotas em operação de guerra. Fiel à sua vocação jornalística, fundou o jornal CRUZEIRO DO SUL, com esses mesmos objetivos de liberdade. Tombou, varado por uma bala assassina no dia 13 de julho de 1953,
  • 72. vindo a falecer no dia 27; crime executado por um pistoleiro profissional. O infeliz acontecimento ocorreu em pleno centro da cidade, quando no cumprimento do seu dever o inditoso jovem Vereador saía da Câmara sobraçando documentos com que se comprovariam irregularidades e
  • 73. malversação do dinheiro público. Este atentado fatal chocou Campina Grande e a Paraíba e repercutiu em todo Brasil. Eis aí, de forma resumida, os traços marcantes do patrono da cadeira que vou ocupar... Mário de Sousa Araújo. (*)
  • 74. Tópicos do discurso de posse à sua cadeira do IHCGP em 08/12/2006.