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ENSINO MÉDIO – NAP III
                                                                    TEXTO

 ESTUDANTE: ______________________________________________________________________
 ANO: 2º TURMA: TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2012TRIMESTRE: PRIMEIRO
 COMPONENTE CURRICULAR: ARTES CÊNICAS                    EDUCADOR(A): AMANDA
 .




                                                 DIONÍSIO




  Um dos grandes acontecimentos do ano para os gregos era a ida ao teatro. As peças só eram apresentadas
 durante dez dias e cada peça representada apenas uma vez. Como todos queriam ver os espetáculos, o teatro
 tinha que ser grande. A população ia para o teatro muito cedo, logo após o nascer do sol. Pagava dois óbolos
(moeda grega que equivalia a um terço de uma dracma) para entrar. O Estado mantinha um fundo especial para
                                      subsidiar quemnão pudesse pagar.

       A consolidação do teatro, enquanto espetáculo, na Grécia antiga deu-se em função das manifestações em
homenagem ao deus do vinho, Dionísio (Dionisíacas). A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em
agradecimento ao deus, por meio de procissões.
Com a passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como ditirambos’, foram ficando cada vez mais
elaboradas, e surgiram os “diretores de coro” (os organizadores das procissões).
Nas procissões, os participantes se embriagavam, cantavam, dançavam e apresentavam diversas cenas das peripécias
de Dionísio. Em procissões urbanas, se reuniam aproximadamente vinte mil pessoas, enquanto que em procissões de
localidades rurais (procissões campestres), as festas eram menores.
O primeiro diretor de coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano Préstato para dirigir a procissão de Atenas. Téspis
desenvolveu o uso de máscaras para representar, pois em razão do grande número de participantes, era impossível
todos escutarem os relatos, porém podiam visualizar o sentimento da cena pelas máscaras.




                                               MÁSCARA CÔMICA




                                             MÁSCARA TRÁGICA
        O “coro” era composto pelos narradores da história, que por meio de representação, canções e danças,
relatavam as histórias do personagem. Ele era o intermediário entre o ator e a platéia, e trazia os pensamentos e
sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da peça. Também podia haver o “corifeu”, que era um
representante do coro que se comunicava com a platéia.
        Em uma dessas procissões, Téspís -inovou ao subir em um “tablado” (thymele - altar), para responder ao coro,
e assim, tornou-se o primeiro respondedor de coro (hypócrites). Em razão disso, surgiram os diálogos e Téspis tomou-
se o primeiro ator grego.
                                      BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro.
TRAGÉDIA
(do grego tragoedia, canto do bode — sacrifício aos deuses pelos gregos)
Peça que representa uma ação humana funesta muitas vezes terminada em morte. Aristóteles deu uma
definição de tragédia que influencia profundamente os dramaturgos até nossos dias: “A tragédia é a imitação de uma
ação de caráter elevado e completo; de uma certa extensão, numa linguagem temperada com condimentos de uma
espécie particular conforme as diversas partes, imitação que é feita por personagens em
ação e não por meio de uma narrativa, e que, provocando piedade e temor, opera a purgação própria de semelhantes
emoções”. Vários elementos fundamentais caracterizam a obra trágica:
• a catharsisou purgação das paixões pela produção do terror e da piedade;
• a harmatia ou ato do herói que põe em movimento o processo que conduzira à perda;
• a hibris, orgulho e teimosia do herói que persevera apesar das advertências e recusa esquivar-se;
• o pathos, sofrimento do herói que a tragédia comunica ao público.
         A seqüência tipicamente trágica teria por fórmula mínima: o mythos é a mimeses da práxis através do pathos
até a anagnoris. O que significa, dito de maneira clara que a história trágica imita as ações humanas colocadas sob o
signo dos sofrimentos das personagens e da piedade até o momento do reconhecimento das personagens entre si ou
da conscientização da fonte do mal.
         A tragédia floresce, fortemente, em três momentos: a Grécia clássica do século V, a Inglaterra elizabetana e a
França do século XVII (1640 — 1660).
                                          Dicionário de Teatro, Patrice Pavis 1947.




Cena de Édipo Rei, de sófocles. Cenário de Josef Svoboda para o teatro Nacional de Praga, 1963.


         A tragédia é a criação mais característica da democracia ateniense; em nenhuma outra forma artística os
conflitos interiores da estrutura social estão mais clara e diretamente apresentados. Os aspectos exteriores do
espetáculo teatral para as massas eram, sem dúvida, democráticos. Mas o conteúdo era aristocrático. Exaltava-se o
indivíduo excepcional, diferente de todos os demais mortais: isto é, o aristocrata. O único progresso feito pela
democracia ateniense foi o de substituir gradualmente a aristocracia de sangue pela aristocracia do dinheiro. Atenas
era uma democracia imperialista e as suas guerras traziam benefícios apenas para a parte dominante da sociedade. A
própria separação do protagonista do resto do coro demonstra a impopularidade temática do teatro grego. A tragédia
grega é francamente tendenciosa. O Estado e os homens ricos pagavam as produções e naturalmente não permitiam a
encenação de peças de conteúdo contrária ao regime vigente.”
                                AnoldHauser, História Social da Literatura e da Arte.
OS TRAGEDIÓGRAFOS

       Muitas das tragédias escritas se perderam e, na atualidade, são três os tragediógrafos conhecidos e
considerados importantes: Esquilo, Sófocles e Eurípedes.

• Esquilo (525 a456 a.C. aproximadamente)
Principal texto: Prometeu acorrentado. -
Tema principal que tratava: contava fatos sobre os deuses,e os mitos.

• Sófocles (496 a406 a.C. aproximadamente)
Principal texto: Édipo Rei.
Tema principal que tratava: as grandes figuras reais.

• Eurípides (484 a406 a.C aproximadamente)
Principal texto: As troianas.
Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (pai do drama ocidental).
Dicionário de Teatro, Patrice Pavis, 1947.




Comédia Grega:

         A Comédia é uma das formas dramáticas básicas do teatro Ocidental. Tem acolhido em seu manto um grande
número de diferentes subespécies. Embora seu raio de ação seja bastante amplo, pode-se dizer, de um modo geral,
que as peças da comédia constituem-se como peças leves (ausência de emoções e sentimentos muito fortes) voltadas
para assuntos não muito sérios. Seus personagens são deformados, exagerados o que provoca uma não identificação
com a plateia. Ao contrário da tragédia, possui sempre um final feliz e propõe-se a enfatizar a crítica e a correção
através da deformação, do exagero dos defeitos humanos e do ridículo. Sua finalidade principal é a de provocar o riso e
o divertimento.
         A Comédia nasceu cerca de 50 anos após a tragédia como uma espécie de crítica à sociedade, de denúncia à
incompetência dos governantes da polis apresentando sempre em seu interior um fundo de verdade.

   As mulheres continuaram não atuando nos palcos dos grandes teatros gregos.

Definição segundo Aristóteles: “A comédia é uma imitação de caracteres de tipo mais baixo, mas não na plena
aceitação da palavra mal, pois o ridículo é apenas uma subdivisão do feio, e consiste num defeito ou feiúra que não
dolorosos ou destrutivos (...) A comédia tende a representar os homens piores e a tragédia, melhores do que são.”

A origem da comédia é comum à origem da tragédia. Sua raiz também se encontra presente nas Festas Dionisíacas.

A palavra comédia vem do grego Komoidía. Komos = procissão jocosa + oidé = canto, ou seja, canto da alegria.

        Havia dois tipos de procissão que tinham a designação Komoi. Um deles consistia em uma espécie de cordão
carnavalesco na qual participavam os jovens. Estes saíam às ruas da acrópole fantasiados de animais batendo de
porta em porta e pedindo prendas e donativos. Nestas Komoi era hábito também expor os cidadãos da polis à
zombarias.

        O outro tipo de Komoi era de natureza religiosa. Consistia em uma procissão celebrada em honra à fertilidade
da natureza (esta era realizada no decorrer das festas dionisíacas).

Principais características da Comédia:

        Obra teatral em versos
        Caráter burlesco, leve e humorado
        Envolve ações ordinárias, corrigidas por meio do ridículo
        Possui importantes implicações filosóficas e morais
        Personagens ilustres e gente comum das ruas (o povo em geral)
        Versa sobre instrumentos opressores da sociedade, sobre a burocracia, valorização do dinheiro,...
        Inspira o riso

Comédia X Tragédia

         Muitas são as diferenças que distinguem ambas formas dramáticas básicas do Teatro Ocidental. O estilo nobre
e elevado da tragédia trata os aspectos fatalidade, purgação, compaixão, piedade, terror, entre outros. Na comédia tal
estilo encontra-se reduzido e a ênfase maior recai sobre uma retratação de aspectos mais caricaturados ou fantásticos,
onde o herói cômico torna-se um personagem bem menos especializado se comparado ao herói trágico.
HERÓI TRÁGICO (Rei; Pessoas Ilustres; Pessoas com poder; etc.) X HERÓI CÔMICO (Palhaço; Bobo; Inocente;
Santo; Idiota; Fingidor; Trapalhão; etc.)
         Enquanto a tragédia grega fundamentava-se na temática mitológica, a comédia não possuía nenhum padrão
rígido de fundamentação mitológica. Sua pretensão era a de criar situações absurdas e, dentro destas, elaborar críticas
essencialmente políticas aos governantes e aos costumes da época.
         A Comédia aumenta o número de pessoas do Coro mas diminui consideravelmente sua importância. Ainda não
existiam mulheres participando do elenco ou do coro. Sua estrutura é semelhante à da tragédia: PRÓLOGO, PÁRODO,
AGÓN, CHORIKÁ (estásimo), ÊXODO. Existia ainda um momento denominado PARÁBASE que consistia em uma
cena onde a peça se interrompia radicalmente e o coro, sem máscara, falava diretamente ao público sobre um assunto
totalmente diferente daquele retratado na peça. Consistia em uma quebra total da história da peça.
IMPORTANTE: O surgimento da comédia só foi possível devido à democracia conquistada no século V a.C.,
quando a liberdade de expressão dada aos homens livres (não se inclui escravos, mulheres e estrangeiros) atingiu um
nível nunca mais conseguido em nenhum outro momento da história política mundial. (talvez nem nos nossos dias
atuais).
          Apesar de a comédia ser apresentada nas Festas Dionisíacas lado a lado com o gênero trágico, vários são os
fatores que nos levam à conclusão de que a comédia era tida como uma arte menor quando comparada à tragédia.
         Uma das razões que induz-nos a tal afirmativa encontra-se na diferenciação entre o júri responsável por
apreciar a tragédia e o grupo responsável por avaliar as comédias. As obras trágicas eram julgadas por cidadãos
escolhidos pelo arconte (magistrado) entre as famílias aristocráticas e por pessoas que se destacavam na sociedade
ateniense. Ser um integrante do corpo de júri de uma tragédia denotava uma espécie de distinção e superioridade. As
obras cômicas, por sua vez, possuíam uma forma de escolha dos júris bem menos elaborada. Apenas sorteavam-se
cinco pessoas quaisquer da plateia com a finalidade de se compor o corpo de jurados.
         A comédia grega passou por três fases. São elas:

            o   Comédia Antiga (486 a.C. – 404 a.C.):

                Esta comédia é a mais antiga existente no Teatro Grego. Foi introduzida nos Festivais Dionisíacos 50
                anos após a tragédia. Sua principal finalidade era a de criticar a política. Nesse sentido pode-se afirmar
                que tratava dos problemas da polis. Foi muito combatida pelos governantes. Sua existência deveu-se à
                democracia ateniense mas, posteriormente, a queda de Atenas e de sua democracia pôs fim à
                Comédia Antiga. Sua característica baseava-se em uma mistura de fantasia, crítica, obscenidade,
                paródia e insulto social, pessoal e, principalmente, político. Seu principal representante foi Aristófanes,
                que                escreveu                 cerca               de               onze               peças.


            o   Comédia Mediana ou Intermediária(404 a.C. – 336 a.C.):

                 Constitui-se de uma forma indefinida. Trata-se, na verdade, de um enfraquecimento da sátira política
                pertencente à Comédia Antiga. A comédia intermediária representa uma transição. Podados e
                cansados da crítica política, os comediógrafos começam a voltar suas atenções para outros assuntos.
                Sua temática passou a girar um pouco em torno de paródias míticas, sátiras a sistemas filosóficos,
                instabilidade de fortunas, assuntos gastronômicos, entre outros. Desse período pouco nos chegou.
                Somente duas peças de Aristófanes que, ao término de sua vida, pertenceu ao estilo da Comédia
                Mediana. Tal fase possui curta duração. Representou muito mais uma procura por uma estética que
                fosse condizente com os novos tempos.

            o   Comédia Nova (336 a.C. – 150 a.C.): Surgiu com a queda da democracia ateniense. Sua temática
                girava em torno de diversos comportamentos como por exemplo problemas sentimentais de jovens
                casais enamorados, casamentos, intrigas, brigas de vizinhos e de tipos e costumes que cercavam
                essas situações básicas. Pode ser considerada como a precursora da Comédia de Costumes (em que
                se retratava a vida cotidiana). Os seus personagens oscilavam entre pessoas do povo (A grande
                maioria. Eram escravos, militares, cozinheiras, ...) e nobres. Características: Vida privada, intimidade
                dos cidadãos, amor, prazeres da vida, intrigas sentimentais, entre outros. Nesse momento não se
                encontra a presença do coro. Ele foi extinto. Seu maior representante foi Menandro.

COMÉDIA (DO GREGO KOMEDIA, CANÇÃO RITUAL POR OCASIÃO DO CORTEJO EM HOMENAGEM A
DIONÍSIO)

No sentido literário e antigo, comédia designa qualquer peça, independente do gênero.
                 Sua temática gira em torno de questões amorosas, de honra, de fidelidade conjugal e de política.
        Distinguem-se:

        • comédia de capa e espada, que mostra conflitos de nobres e cavaleiros;

        • comédia de caráter;

        • comédia de enredo, de intriga;

        • comédia satírica: dá uma imagem caricatural da sociedade.

       Tradicionalmente, define-se a comédia por três critérios que a opõem à tragédia :(suas personagens são de
condição modesta, seu desenlace é feliz ë sua finalidade é provocar o riso no espectador. Sendo “uma imitação de
homens de qualidade moral inferior” (Aristóteles), a comédia nada tem a extrair de um fundo histórico ou mitológico; ela
se dedica à realidade quotidiana e prosaica das pessoas comuns: daí sua capacidade de adaptação a qualquer
sociedade, a infinita diversidade de suas manifestações e a dificuldade de deduzir uma teoria coerente da comédia.
Quanto ao desenlace, ele não só não poderia deixar cadáveres nem vítimas desencantadas, como desemboca quase
sempre numa conclusão otimista (casamento, reconciliação, reconhecimento). O riso do espectador ora é de
cumplicidade, ora de superioridade: ele o protege contra a angústia trágica, propiciando-lhe uma espécie de “anestesia
afetiva” (Mauron, 1964:27). O público se sente protegido pela imbecilidade ou pela doença da personagem cômica; ele
reage, por um sentimento de superioridade, aos mecanismos de exagero, contraste ou surpresa.
                               Dicionário de Teatro, Patrice Pavis. 1947.




                                                  SOBRE A COMÉDIA
                “As comédias foram admitidas pela primeira vez nas festas dionisíacas por volta do ano 486 a.C.
       Porém, durante muitas décadas anteriores, a forma cômica foi evoluindo a partir de uma variada série de festas
       e rituais populares.”
                                            AllardyceNicoli. História Dei Teatro Mundial.


                Aristóteles, em sua Arte Poética, para diferenciar comédia de tragédia, diz que enquanto esta última
       trata essencialmente de homens superiores (heróis), a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas
       comuns da polis). Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos
       durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser escolhido como jurado de tragédia era comprovação de
       nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas
       da plateia.
                Porém, a importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de idéia,
       inicialmente política. Assim como hoje, em seu surgimento, ninguém estava a salvo de ser alvo das críticas da
       comédia: governantes, nobres e nem ao menos os Deuses. Isso pode ser visto, por exemplo, no texto “As
       Rãs”, de Aristófanes. As rãs) é uma comédia escrita por Aristófanes. Foi apresentada ao público num dos
       festivais dedicado a Dionísio, no ano de 405 a.C. Satiriza a submissão das mulheres, retorna ao tema da
       sexualidade, como havia feito em Lisístrata e não deixa de louvar a graça feminina, mas a sua meta é atingir a
       hierarquia de valores estéticos e afetivos numa Grécia que lhe parecia decadente.
                Hoje a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de manifestação crítica em
       qualquer esfera: política, social, econômica. Encontra forte apoio no consumo de massa e é extremamente
       apreciada por grande parte do público consumidor da indústria do entretenimento.

                                                   OS COMEDIÓGRAFOS

       Aristófanes (445 a.C.? — 386 a.C.)
       Dramaturgo grego considerado o maior representante da comédia grega clássica.
                                            Dicionário de Teatro, Patrice Pavis, 1947.

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Apostila 01 2 ano 2012 grécia tragédia e comédia

  • 1. ENSINO MÉDIO – NAP III TEXTO ESTUDANTE: ______________________________________________________________________ ANO: 2º TURMA: TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2012TRIMESTRE: PRIMEIRO COMPONENTE CURRICULAR: ARTES CÊNICAS EDUCADOR(A): AMANDA . DIONÍSIO Um dos grandes acontecimentos do ano para os gregos era a ida ao teatro. As peças só eram apresentadas durante dez dias e cada peça representada apenas uma vez. Como todos queriam ver os espetáculos, o teatro tinha que ser grande. A população ia para o teatro muito cedo, logo após o nascer do sol. Pagava dois óbolos (moeda grega que equivalia a um terço de uma dracma) para entrar. O Estado mantinha um fundo especial para subsidiar quemnão pudesse pagar. A consolidação do teatro, enquanto espetáculo, na Grécia antiga deu-se em função das manifestações em homenagem ao deus do vinho, Dionísio (Dionisíacas). A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em agradecimento ao deus, por meio de procissões.
  • 2. Com a passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como ditirambos’, foram ficando cada vez mais elaboradas, e surgiram os “diretores de coro” (os organizadores das procissões). Nas procissões, os participantes se embriagavam, cantavam, dançavam e apresentavam diversas cenas das peripécias de Dionísio. Em procissões urbanas, se reuniam aproximadamente vinte mil pessoas, enquanto que em procissões de localidades rurais (procissões campestres), as festas eram menores. O primeiro diretor de coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano Préstato para dirigir a procissão de Atenas. Téspis desenvolveu o uso de máscaras para representar, pois em razão do grande número de participantes, era impossível todos escutarem os relatos, porém podiam visualizar o sentimento da cena pelas máscaras. MÁSCARA CÔMICA MÁSCARA TRÁGICA O “coro” era composto pelos narradores da história, que por meio de representação, canções e danças, relatavam as histórias do personagem. Ele era o intermediário entre o ator e a platéia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da peça. Também podia haver o “corifeu”, que era um representante do coro que se comunicava com a platéia. Em uma dessas procissões, Téspís -inovou ao subir em um “tablado” (thymele - altar), para responder ao coro, e assim, tornou-se o primeiro respondedor de coro (hypócrites). Em razão disso, surgiram os diálogos e Téspis tomou- se o primeiro ator grego. BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. TRAGÉDIA (do grego tragoedia, canto do bode — sacrifício aos deuses pelos gregos)
  • 3. Peça que representa uma ação humana funesta muitas vezes terminada em morte. Aristóteles deu uma definição de tragédia que influencia profundamente os dramaturgos até nossos dias: “A tragédia é a imitação de uma ação de caráter elevado e completo; de uma certa extensão, numa linguagem temperada com condimentos de uma espécie particular conforme as diversas partes, imitação que é feita por personagens em ação e não por meio de uma narrativa, e que, provocando piedade e temor, opera a purgação própria de semelhantes emoções”. Vários elementos fundamentais caracterizam a obra trágica: • a catharsisou purgação das paixões pela produção do terror e da piedade; • a harmatia ou ato do herói que põe em movimento o processo que conduzira à perda; • a hibris, orgulho e teimosia do herói que persevera apesar das advertências e recusa esquivar-se; • o pathos, sofrimento do herói que a tragédia comunica ao público. A seqüência tipicamente trágica teria por fórmula mínima: o mythos é a mimeses da práxis através do pathos até a anagnoris. O que significa, dito de maneira clara que a história trágica imita as ações humanas colocadas sob o signo dos sofrimentos das personagens e da piedade até o momento do reconhecimento das personagens entre si ou da conscientização da fonte do mal. A tragédia floresce, fortemente, em três momentos: a Grécia clássica do século V, a Inglaterra elizabetana e a França do século XVII (1640 — 1660). Dicionário de Teatro, Patrice Pavis 1947. Cena de Édipo Rei, de sófocles. Cenário de Josef Svoboda para o teatro Nacional de Praga, 1963. A tragédia é a criação mais característica da democracia ateniense; em nenhuma outra forma artística os conflitos interiores da estrutura social estão mais clara e diretamente apresentados. Os aspectos exteriores do espetáculo teatral para as massas eram, sem dúvida, democráticos. Mas o conteúdo era aristocrático. Exaltava-se o indivíduo excepcional, diferente de todos os demais mortais: isto é, o aristocrata. O único progresso feito pela democracia ateniense foi o de substituir gradualmente a aristocracia de sangue pela aristocracia do dinheiro. Atenas era uma democracia imperialista e as suas guerras traziam benefícios apenas para a parte dominante da sociedade. A própria separação do protagonista do resto do coro demonstra a impopularidade temática do teatro grego. A tragédia grega é francamente tendenciosa. O Estado e os homens ricos pagavam as produções e naturalmente não permitiam a encenação de peças de conteúdo contrária ao regime vigente.” AnoldHauser, História Social da Literatura e da Arte. OS TRAGEDIÓGRAFOS Muitas das tragédias escritas se perderam e, na atualidade, são três os tragediógrafos conhecidos e considerados importantes: Esquilo, Sófocles e Eurípedes. • Esquilo (525 a456 a.C. aproximadamente) Principal texto: Prometeu acorrentado. - Tema principal que tratava: contava fatos sobre os deuses,e os mitos. • Sófocles (496 a406 a.C. aproximadamente) Principal texto: Édipo Rei. Tema principal que tratava: as grandes figuras reais. • Eurípides (484 a406 a.C aproximadamente) Principal texto: As troianas. Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (pai do drama ocidental).
  • 4. Dicionário de Teatro, Patrice Pavis, 1947. Comédia Grega: A Comédia é uma das formas dramáticas básicas do teatro Ocidental. Tem acolhido em seu manto um grande número de diferentes subespécies. Embora seu raio de ação seja bastante amplo, pode-se dizer, de um modo geral, que as peças da comédia constituem-se como peças leves (ausência de emoções e sentimentos muito fortes) voltadas para assuntos não muito sérios. Seus personagens são deformados, exagerados o que provoca uma não identificação com a plateia. Ao contrário da tragédia, possui sempre um final feliz e propõe-se a enfatizar a crítica e a correção através da deformação, do exagero dos defeitos humanos e do ridículo. Sua finalidade principal é a de provocar o riso e o divertimento. A Comédia nasceu cerca de 50 anos após a tragédia como uma espécie de crítica à sociedade, de denúncia à incompetência dos governantes da polis apresentando sempre em seu interior um fundo de verdade. As mulheres continuaram não atuando nos palcos dos grandes teatros gregos. Definição segundo Aristóteles: “A comédia é uma imitação de caracteres de tipo mais baixo, mas não na plena aceitação da palavra mal, pois o ridículo é apenas uma subdivisão do feio, e consiste num defeito ou feiúra que não dolorosos ou destrutivos (...) A comédia tende a representar os homens piores e a tragédia, melhores do que são.” A origem da comédia é comum à origem da tragédia. Sua raiz também se encontra presente nas Festas Dionisíacas. A palavra comédia vem do grego Komoidía. Komos = procissão jocosa + oidé = canto, ou seja, canto da alegria. Havia dois tipos de procissão que tinham a designação Komoi. Um deles consistia em uma espécie de cordão carnavalesco na qual participavam os jovens. Estes saíam às ruas da acrópole fantasiados de animais batendo de porta em porta e pedindo prendas e donativos. Nestas Komoi era hábito também expor os cidadãos da polis à zombarias. O outro tipo de Komoi era de natureza religiosa. Consistia em uma procissão celebrada em honra à fertilidade da natureza (esta era realizada no decorrer das festas dionisíacas). Principais características da Comédia: Obra teatral em versos Caráter burlesco, leve e humorado Envolve ações ordinárias, corrigidas por meio do ridículo Possui importantes implicações filosóficas e morais Personagens ilustres e gente comum das ruas (o povo em geral) Versa sobre instrumentos opressores da sociedade, sobre a burocracia, valorização do dinheiro,... Inspira o riso Comédia X Tragédia Muitas são as diferenças que distinguem ambas formas dramáticas básicas do Teatro Ocidental. O estilo nobre e elevado da tragédia trata os aspectos fatalidade, purgação, compaixão, piedade, terror, entre outros. Na comédia tal estilo encontra-se reduzido e a ênfase maior recai sobre uma retratação de aspectos mais caricaturados ou fantásticos, onde o herói cômico torna-se um personagem bem menos especializado se comparado ao herói trágico. HERÓI TRÁGICO (Rei; Pessoas Ilustres; Pessoas com poder; etc.) X HERÓI CÔMICO (Palhaço; Bobo; Inocente; Santo; Idiota; Fingidor; Trapalhão; etc.) Enquanto a tragédia grega fundamentava-se na temática mitológica, a comédia não possuía nenhum padrão rígido de fundamentação mitológica. Sua pretensão era a de criar situações absurdas e, dentro destas, elaborar críticas essencialmente políticas aos governantes e aos costumes da época. A Comédia aumenta o número de pessoas do Coro mas diminui consideravelmente sua importância. Ainda não existiam mulheres participando do elenco ou do coro. Sua estrutura é semelhante à da tragédia: PRÓLOGO, PÁRODO, AGÓN, CHORIKÁ (estásimo), ÊXODO. Existia ainda um momento denominado PARÁBASE que consistia em uma cena onde a peça se interrompia radicalmente e o coro, sem máscara, falava diretamente ao público sobre um assunto totalmente diferente daquele retratado na peça. Consistia em uma quebra total da história da peça.
  • 5. IMPORTANTE: O surgimento da comédia só foi possível devido à democracia conquistada no século V a.C., quando a liberdade de expressão dada aos homens livres (não se inclui escravos, mulheres e estrangeiros) atingiu um nível nunca mais conseguido em nenhum outro momento da história política mundial. (talvez nem nos nossos dias atuais). Apesar de a comédia ser apresentada nas Festas Dionisíacas lado a lado com o gênero trágico, vários são os fatores que nos levam à conclusão de que a comédia era tida como uma arte menor quando comparada à tragédia. Uma das razões que induz-nos a tal afirmativa encontra-se na diferenciação entre o júri responsável por apreciar a tragédia e o grupo responsável por avaliar as comédias. As obras trágicas eram julgadas por cidadãos escolhidos pelo arconte (magistrado) entre as famílias aristocráticas e por pessoas que se destacavam na sociedade ateniense. Ser um integrante do corpo de júri de uma tragédia denotava uma espécie de distinção e superioridade. As obras cômicas, por sua vez, possuíam uma forma de escolha dos júris bem menos elaborada. Apenas sorteavam-se cinco pessoas quaisquer da plateia com a finalidade de se compor o corpo de jurados. A comédia grega passou por três fases. São elas: o Comédia Antiga (486 a.C. – 404 a.C.): Esta comédia é a mais antiga existente no Teatro Grego. Foi introduzida nos Festivais Dionisíacos 50 anos após a tragédia. Sua principal finalidade era a de criticar a política. Nesse sentido pode-se afirmar que tratava dos problemas da polis. Foi muito combatida pelos governantes. Sua existência deveu-se à democracia ateniense mas, posteriormente, a queda de Atenas e de sua democracia pôs fim à Comédia Antiga. Sua característica baseava-se em uma mistura de fantasia, crítica, obscenidade, paródia e insulto social, pessoal e, principalmente, político. Seu principal representante foi Aristófanes, que escreveu cerca de onze peças. o Comédia Mediana ou Intermediária(404 a.C. – 336 a.C.): Constitui-se de uma forma indefinida. Trata-se, na verdade, de um enfraquecimento da sátira política pertencente à Comédia Antiga. A comédia intermediária representa uma transição. Podados e cansados da crítica política, os comediógrafos começam a voltar suas atenções para outros assuntos. Sua temática passou a girar um pouco em torno de paródias míticas, sátiras a sistemas filosóficos, instabilidade de fortunas, assuntos gastronômicos, entre outros. Desse período pouco nos chegou. Somente duas peças de Aristófanes que, ao término de sua vida, pertenceu ao estilo da Comédia Mediana. Tal fase possui curta duração. Representou muito mais uma procura por uma estética que fosse condizente com os novos tempos. o Comédia Nova (336 a.C. – 150 a.C.): Surgiu com a queda da democracia ateniense. Sua temática girava em torno de diversos comportamentos como por exemplo problemas sentimentais de jovens casais enamorados, casamentos, intrigas, brigas de vizinhos e de tipos e costumes que cercavam essas situações básicas. Pode ser considerada como a precursora da Comédia de Costumes (em que se retratava a vida cotidiana). Os seus personagens oscilavam entre pessoas do povo (A grande maioria. Eram escravos, militares, cozinheiras, ...) e nobres. Características: Vida privada, intimidade dos cidadãos, amor, prazeres da vida, intrigas sentimentais, entre outros. Nesse momento não se encontra a presença do coro. Ele foi extinto. Seu maior representante foi Menandro. COMÉDIA (DO GREGO KOMEDIA, CANÇÃO RITUAL POR OCASIÃO DO CORTEJO EM HOMENAGEM A DIONÍSIO) No sentido literário e antigo, comédia designa qualquer peça, independente do gênero. Sua temática gira em torno de questões amorosas, de honra, de fidelidade conjugal e de política. Distinguem-se: • comédia de capa e espada, que mostra conflitos de nobres e cavaleiros; • comédia de caráter; • comédia de enredo, de intriga; • comédia satírica: dá uma imagem caricatural da sociedade. Tradicionalmente, define-se a comédia por três critérios que a opõem à tragédia :(suas personagens são de condição modesta, seu desenlace é feliz ë sua finalidade é provocar o riso no espectador. Sendo “uma imitação de homens de qualidade moral inferior” (Aristóteles), a comédia nada tem a extrair de um fundo histórico ou mitológico; ela se dedica à realidade quotidiana e prosaica das pessoas comuns: daí sua capacidade de adaptação a qualquer sociedade, a infinita diversidade de suas manifestações e a dificuldade de deduzir uma teoria coerente da comédia. Quanto ao desenlace, ele não só não poderia deixar cadáveres nem vítimas desencantadas, como desemboca quase
  • 6. sempre numa conclusão otimista (casamento, reconciliação, reconhecimento). O riso do espectador ora é de cumplicidade, ora de superioridade: ele o protege contra a angústia trágica, propiciando-lhe uma espécie de “anestesia afetiva” (Mauron, 1964:27). O público se sente protegido pela imbecilidade ou pela doença da personagem cômica; ele reage, por um sentimento de superioridade, aos mecanismos de exagero, contraste ou surpresa. Dicionário de Teatro, Patrice Pavis. 1947. SOBRE A COMÉDIA “As comédias foram admitidas pela primeira vez nas festas dionisíacas por volta do ano 486 a.C. Porém, durante muitas décadas anteriores, a forma cômica foi evoluindo a partir de uma variada série de festas e rituais populares.” AllardyceNicoli. História Dei Teatro Mundial. Aristóteles, em sua Arte Poética, para diferenciar comédia de tragédia, diz que enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis), a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da polis). Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser escolhido como jurado de tragédia era comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da plateia. Porém, a importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de idéia, inicialmente política. Assim como hoje, em seu surgimento, ninguém estava a salvo de ser alvo das críticas da comédia: governantes, nobres e nem ao menos os Deuses. Isso pode ser visto, por exemplo, no texto “As Rãs”, de Aristófanes. As rãs) é uma comédia escrita por Aristófanes. Foi apresentada ao público num dos festivais dedicado a Dionísio, no ano de 405 a.C. Satiriza a submissão das mulheres, retorna ao tema da sexualidade, como havia feito em Lisístrata e não deixa de louvar a graça feminina, mas a sua meta é atingir a hierarquia de valores estéticos e afetivos numa Grécia que lhe parecia decadente. Hoje a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de manifestação crítica em qualquer esfera: política, social, econômica. Encontra forte apoio no consumo de massa e é extremamente apreciada por grande parte do público consumidor da indústria do entretenimento. OS COMEDIÓGRAFOS Aristófanes (445 a.C.? — 386 a.C.) Dramaturgo grego considerado o maior representante da comédia grega clássica. Dicionário de Teatro, Patrice Pavis, 1947.