1. CADERNO DE PROVA – BLOCO I – ARTES
ARTES VISUAIS
SUBPROGRAMA 2000 – PRIMEIRA ETAPA
Nas questões de 1 a 5, marque, de acordo com o comando de cada uma delas: itens CERTOS na coluna C; itens ERRADOS na coluna E.
Use a Folha de Rascunho para as devidas marcações e, posteriormente, a Folha de Respostas.
QUESTÃO 1
A figura ao lado ilustra o detalhe da pintura do forro da Igreja do
Convento de Santo Antônio, em João Pessoa – PB, considerada a
mais evoluída realização da arquitetura franciscana no Nordeste.
A respeito dessa figura e da pintura barroca, julgue os seguintes
itens.
1 Nessa pintura, as figuras humanas são representadas de acordo
com o modelo da arte religiosa medieval.
2 A ilusão de profundidade espacial observada nessa obra é uma
inovação da pintura barroca.
3 O movimento contínuo desequilibra a simetria dos elementos
da composição dessa obra.
4 A representação do céu que se abre ao infinito, na parte central
da figura, é característica da pintura barroca. Forro da igreja do convento de Santo Antônio, João Pessoa – PB.
In: Walter Zanini. História geral da arte no Brasil, v. 1, p. 148.
QUESTÃO 2
No século XVIII, a maior parte das imagens das igrejas ou dos oratórios domésticos de Goiás
era confeccionada em Portugal, em outras regiões do Brasil e em possessões espanholas da América.
Entretanto, sabe-se que na Capitania trabalharam santeiros, escultores e entalhadores, dos quais um
apenas tem vida e obra conhecidas. Chamava-se José Joaquim da Veiga Vale, que, embora nascido
no século XIX, liga-se, por seu estilo, aos padrões setecentistas.
Victor Civita. Arte no Brasil. São Paulo: Nova Cultural, 1986, p. 97 (com adaptações).
Com o auxílio do texto, julgue os itens a seguir, relativos à imagem de São José de Botas, reproduzida ao
lado.
1 O tamanho reduzido do menino, no braço de São José, o faz parecer mais frágil.
2 Há, no rosto do santo, o detalhamento naturalista característico das imagens rococós.
3 O movimento da perna e o esvoaçamento do tecido que envolve o santo e o menino rompem o
equilíbrio da imagem.
4 A vara na mão direita do santo contrapõe-se ao movimento do lado oposto.
José Joaquim da Veiga Vale (1806-1874).
São José de botas, madeira policromada.
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Bloco I – Artes: Artes Visuais – 1 / 3 É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
2. QUESTÃO 3
O adro de Congonhas do Campo notabiliza-se pelo vigor de seu volume e
pela hábil movimentação de sua escada, onde os profetas conheceram uma
engenhosa implantação. Certamente, não produziriam o mesmo efeito que
conhecemos, fossem os profetas dispostos no mesmo plano. Aí está uma
fundamental diferença em relação aos protótipos europeus. Em Congonhas, cada
figura foi concebida para uma posição no adro, o que dá ao conjunto unidade e
força. Vistas ao longe, as figuras destacam-se na paisagem como um conjunto
homogêneo. À medida que o observador se aproxima, cada figura vai-se
individualizando e os gestos começam a transmitir mensagens.
Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. In: Walter Zanini. História
Benedito Lima de Toledo. In: Walter Zanini. História geral da arte geral da arte no Brasil. Congonhas do Campo – MG, v. 1, p. 233.
no Brasil. Congonhas do Campo – MG, v. 1 (com adaptações).
Considerando o texto acima e as imagens apresentadas ao lado, julgue os itens que se seguem, a
respeito das esculturas dos profetas existentes no adro de Congonhas do Campo.
1 Para esculpi-las, o artista utilizou matéria-prima disponível na região: pedra-sabão.
2 Em cada imagem, as reentrâncias na pedra que destacam as dobras das vestes produzem uma
transição suave entre áreas de luz e de sombra.
3 No detalhamento da expressão facial, com rugas, ilustrado na figura ao lado, nota-se a
preocupação naturalista do artista.
4 Nas esculturas, o ziguezague das dobras das vestes produz movimento.
Antônio Francisco Lisboa. Santuário de Bom Jesus de
Matosinhos.
QUESTÃO 4
O século XVIII não foi um período próspero na economia
nordestina. O comércio internacional do açúcar sofreu baixas, causadas
pela expansão da indústria açucareira nas Antilhas. Transformada em
florescente centro comercial, apesar da crise econômica, Recife tornou-se
a principal cidade do Nordeste, suplantando Olinda, cidade aristocrática
dos senhores de engenho.
Dois tipos de fachada predominaram nessa época em Pernambuco:
um, mais sóbrio, derivado da composição maneirista; outro, barroco,
exibindo frontões decorados e movimentos com voltas e contravoltas.
Com o auxílio do texto, julgue os itens abaixo, relativos à fachada reproduzida
na imagem ao lado.
1 A torre do campanário, à esquerda, não rompe a simetria da composição
da fachada.
2 A torre do campanário, à esquerda, rompe a unidade estilística da
fachada.
3 Há ênfase nos elementos centrais da fachada: desde a porta no nível da
rua até a cruz no alto do frontão.
4 É sobretudo no arremate do frontão e do campanário que se identifica o
estilo da fachada ilustrada ao lado.
Fachada da igreja de Nossa Senhora do Carmo, Recife – PE. In: Victor Civita. Arte no Brasil,
p. 65.
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3. QUESTÃO 5
Os mais antigos retábulos de que se tem notícia no Brasil, segundo Benedito Lima de Toledo, são ornatos de madeira, ao centro dos quais
figura uma imagem, termo que, no século XVI, designava, indistintamente, pintura e escultura. As figuras abaixo, reproduzidas da obra
História Geral da Arte no Brasil, de Walter Zanini, ilustram o retábulo da capela de Nossa Senhora da Conceição, situada em Voturuna,
São Paulo.
A partir das informações apresentadas e considerando
as figuras ao lado, julgue os itens a seguir.
1 A composição predominantemente horizontal,
simétrica e subdividida em áreas diferenciadas é
característica do estilo Rococó do retábulo ilustrado
na figura I.
Figura I
2 No detalhe ilustrado na figura II, as frutas enlaçadas
por uma fita são exemplos da decoração que inclui
motivos brasileiros.
3 Usualmente, o retábulo localiza-se ao lado do altar
da igreja, que não é decorado.
4 No período colonial, as talhas, como as do retábulo
ilustrado na figura I, eram importadas de Portugal.
Figura II (detalhe)
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