2. Romantismo
“Metamos o martelo nas teorias, nas
poéticas e nos sistemas. Abaixo este
velho reboco que mascara a fachada
da arte!”
Victor Hugo
3. Características gerais
Europa (metade do século XVIII)
Libertação dos padrões neoclássicos da
Literatura
Valorização da imaginação
Originalidade
Nacionalismo (identidade das nações)
Emoção supera razão
Consciência Social
4. Victor Hugo
Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda
mais. Morrer de amor é viver dele.
Há pensamentos que são orações. Há
momentos nos quais, seja qual for a posição
do corpo, a alma está de joelhos.
5. Ser bom é fácil. O difícil é ser justo.
O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcançável.
para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a oportunidade.
Não há nada como o sonho para criar o
futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.
6. Chega sempre a hora em que não basta
apenas protestar: após a filosofia, a ação é
indispensável.
É triste pensar que a natureza fala e que o
gênero humano não a ouve.
Tudo quanto aumenta a liberdade,
aumenta a responsabilidade.
11. O canto do guerreiro
CANTO I
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
12. C a n ç ã o d o e x íl io
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
De Primeiros cantos (1847)
Gonçalves Dias
15. Sonhando
Na praia deserta que a lua branqueia,
Que mimo! que rosa, que filha de Deus!
Tão pálida ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
16. Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A praia é tão longa! e a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma;
De noite aos serenos a areia é tão fria,
Tão úmido o vento que os ares perfuma!
17. És tão doentia!
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
18. A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou;
Sentou-se na praia; sozinha no chão
A mão regelada no colo pousou!
(...)
19. E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu!
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do
céu!
Nas águas do mar
Não durmas assim!
Não morras, donzela,
Espera por mim!
(Álvares de Azevedo)
24. O Navio Negreiro
'Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
25. Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
26. E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa dos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia
E chora e dança ali!
27. Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
28. E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
29. Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
30. Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?... Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
31. São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
32. São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos
Filhos e algemas nos braços,
N'alma lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael...
33. Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
34. Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
35. E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira
é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no seu pranto...
36. Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
37. Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
38. Exercícios
1- Pesquisar os termos subsequente, que se
desenvolveram como características do
movimento do Romantismo.
a- Indianismo h- Religiosidade
b- Nacionalismo i- Condoreirismo
c- “Mal do século”
d- Pessimismo
e- Byronismo
f- Escapismo
g- Satanismo
39. 2 – Pesquise o perfil da “mulher” nas três
gerações do Romantismo.
3 – Conforme sua preferência, selecione
três poemas que, respectivamente,
representem cada uma das gerações
românticas, interprete-os e aponte as
características que corroborem seus
estilos românticos.
40. 4 – Pesquise a tradução da música “Bring
me to life” e relacione-a com a segunda
geração romântica.