O documento descreve os fatores que levaram à formação do sistema feudal na Europa durante a Alta Idade Média, incluindo elementos da sociedade romana em declínio e da sociedade bárbara em evolução. Os principais pontos são: a contribuição dos latifúndios, do colonato e da Igreja Cristã do lado romano, e da economia baseada em trocas naturais, do comitatus e do benefício do lado bárbaro. Juntos, esses fatores resultaram na síntese que deu origem ao feudalismo europeu.
2. IDADE MÉDIA
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֍ A Idade Média é o período histórico compreendido entre os
anos de 476 ( queda de Roma ) ao ano de 1453 ( a queda de
Constantinopla). Este período apresenta uma divisão, a saber:
.
ALTA IDADE MÉDIA( do século V ao século IX )
• fase marcada pelo processo de formação do feudalismo
BAIXA IDADE MÉDIA( do século XII ao século XIV )
• fase caracterizada pela crise do feudalismo
3. ALTA IDADE MÉDIA
֍ Período do século V ao século IX é caracterizado pela formação do Sistema
Feudal.
֍Neste período observa-se os seguintes processos históricos:
֍ A Alta Idade Média representa o processo de ruralização
da economia e sociedade da Europa.
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A formação dos Reinos Bárbaros
(destaque: Reino Franco).
O Império Bizantino (parte
oriental do Império Romano).
A expansão do Mundo Árabe.
4. Processo de ruralização da sociedade
• A partir do século III com dificuldades para proteger as fronteiras, o
Império Romano passou a ser invadido por diversos povos, sobretudo
os de origem germânica (anglos, saxões, lombardos entre outros).
• No século IV, os hunos, que habitavam a Ásia central, invadiram a
Europa e tornaram essa situação mais grave. Esses guerreiros passaram
a percorrer os territórios ocupados pelos povos germânicos,
obrigando-os a procurar refúgio dentro das fronteiras romanas.
• As invasões e os saques a cidades tornaram-se então constantes.
Muitas famílias passaram a procurar o campo, considerando mais
seguro. Com isso teve início um processo de ruralização em toda a
Europa ocidental.
• Com o passar dos anos, as propriedades rurais tornaram-se mais
protegidas. Transformadas em núcleos fortificados, elas estavam sob a
administração de um proprietário com poderes quase absolutos sobre
as terras e seus habitantes.
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5. OS REINOS BÁRBAROS
֍Para os romanos, "bárbaro" era todo aquele
povo que não possuía uma cultura greco-
romana e que, portanto, não vivia sob o
domínio de sua civilização.
֍Os bárbaros que invadiram e conquistaram a
parte ocidental do Império Romano eram os
Germânicos, que viviam em um estágio de
civilização bem inferior, em relação aos
romanos.
֍Eles não conheciam o Estado e estavam
organizados em tribos.
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6. - Os Anglo-Saxões, que se estabeleceram
na Grã-Bretanha;
- Os Visigodos estabeleceram-se na
Espanha;
- Os Vândalos fixaram-se na África do
Norte; -
- Os Ostrogodos que se instalaram na Itália;
- Os Suevos constituíram-se em Portugal;
- Os Lombardos no norte da Itália;
- Os Francos que construíram seu reino na
França.
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As principais tribos germânicas que se
instalaram na parte ocidental de Roma foram:
7. ֍Os Germânicos não conheciam o Estado, vivendo em
comunidades tribais - cuja principal unidade era a
Família.
֍ A reunião de famílias constituía um Clã e o
agrupamento de clãs formava a Tribo.
֍ A instituição política mais importante dos povos
germânicos era a Assembleia de Guerreiros,
responsável por todas as decisões importantes e
chefiada por um rei ( rei que era indicado pela
Assembleia e que, por isto mesmo, controlava o seu
poder ).
֍ Os jovens guerreiros se uniam - em tempos de
guerra - a um chefe militar por laços de fidelidade, o
chamado Comitatus.
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PÁG. 174OS GERMÂNICOS
8. ֍ A sociedade germânica era assim composta:
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Nobreza: formada pelos líderes políticos e grandes
proprietários de terras.
Homens-livres: pequenos proprietários e
guerreiros que participavam da Assembleia;
Homens não-livres: os vencidos em guerras que viviam sob
o regime de servidão e presos à terra e os escravos - grupo
formado pelos prisioneiros de guerra.
9. ֍ Economicamente, os germânicos viviam da
agricultura e do pastoreio.
֍O sistema de produção estava dividido nas
propriedades privadas e nas chamadas
propriedades coletivas ( florestas e pastos ).
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10. ֍ A religião era politeísta e seus deuses representavam as forças da natureza.
֍ O contato entre Roma e os bárbaros, a princípio, ocorreu de forma pacífica até
meados do século IV.
֍À partir daí, a penetração germânica deu-se de forma violenta, em virtude da pressão
dos hunos.
֍Também contribuíram para a radicalização do contato:
- crescimento demográfico entre os germanos,
- a busca por terras férteis,
- a atração exercida pelas riquezas de Roma e a fraqueza militar do Império Romano.
֍Entre os povos germânicos, os Francos são aqueles que irão constituir o mais
importante reino bárbaro e que mais influenciarão o posterior desenvolvimento
europeu.
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12. ֍ A história do Reino Franco
desenvolve-se sob duas dinastias:
- Dinastia dos Merovíngios ( século V ao
século VIII ) e
- Dinastia dos Carolíngios ( século VIII
ao século IX ).
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PÁG. 174O REINO FRANCO
13. ֍ O unificador das tribos francas foi Clóvis ( neto
de Meroveu, um rei lendário que dá nome a
dinastia).
֍ Em seu reinado houve uma expansão territorial
e a conversão dos Francos ao cristianismo.
֍ A conversão ao cristianismo foi de extrema
importância aos Francos que passam a receber
apoio da Igreja Católica; e para a Igreja Católica
que terá seu número de adeptos aumentado, e
contará com o apoio militar dos Francos.
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PÁG. 174O REINO FRANCO : OS MEROVÍNGIOS
14. ֍ Com a morte de Clóvis, inicia-se um período de
enfraquecimento do poder real, o chamado Período
dos reis indolentes.
֍ Neste período, ao lado do enfraquecimento do
poder real haverá o fortalecimento dos ministros do
rei, o chamado Mordomo do Paço (Major Domus).
Entre os Mordomos do Paço, merecem destaque:
- Pepino d'Herstal, que tornou a função hereditária;
- Carlos Martel, que venceu os árabes na batalha de
Poitiers, em 732;
- Pepino, o Breve, o criador da dinastia Carolíngia.
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PÁG. 174O REINO FRANCO : OS MEROVÍNGIOS
Pepino d'Herstal
Carlos Martel Pepino, o Breve
15. ֍ A Batalha de
Poitiers
representa a
vitória cristã
sobre o avanço
muçulmano na
Europa. Após
esta batalha,
Carlos Martel
ficou conhecido
como "o salvador
da cristandade
ocidental".
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PÁG. 174O REINO FRANCO : OS MEROVÍNGIOS
16. ֍ Dinastia iniciada por
Pepino, o Breve.
֍O poder real de
Pepino foi legitimado
pela Igreja, iniciando-
se assim uma aliança
entre o Estado e a
Igreja - muito comum
na Idade Média, bem
como o início de uma
interferência da Igreja
em assuntos políticos.
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PÁG. 174O REINO FRANCO : OS CAROLÍNGIOS
17. ֍ Após a legitimação de seu poder,
Pepino vai auxiliar a Igreja na luta
contra os Lombardos.
֍As terras conquistadas dos
Lombardos foram entregues à
Igreja, constituindo o chamado
Patrimônio de São Pedro.
֍ A prática de doações de terras à
Igreja irá transformá-la na maior
proprietária de terras da Idade
Média.
֍ Com a morte de Pepino, o Breve
e de seu filho mais velho
Carlomano, o poder fica centrado
nas mãos de Carlos Magno.
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PÁG. 174O REINO FRANCO : OS CAROLÍNGIOS
19. ֍ Carlos Magno ampliou o Reino Franco
por meio de uma política expansionista.
֍O Império Carolíngio vai compreender os
atuais países da França, Holanda, Bélgica,
Suíça, Alemanha, República Tcheca,
Eslovênia, parte da Espanha, da Áustria e
Itália.
֍A Igreja Católica, representada pelo Papa
Leão III, vai coroá-lo imperador do Sacro
Império Romano, no Natal do ano 800.
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PÁG. 174O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
20. ֍ O vasto Império Carolíngio será administrado
através das Capitulares, um conjunto de leis
imposto a todo o Império.
֍ O Império será dividido em províncias: os
Condados, administrados pelos condes; os
Ducados, administrados pelos duques e as
Marcas, sob a tutela dos marqueses.
֍ Condes, Duques e Marqueses estavam sob a
vigilância dos Missi Dominici - funcionários
que em nome do rei inspecionavam as
províncias e controlavam seus administradores.
֍ Os Missi Dominici atuavam em dupla: um
leigo e um clérigo.
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PÁG. 174O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
21. ֍ Na época de Carlos Magno houve um certo
desenvolvimento cultural, o chamado
Renascimento Carolíngio, caracterizado pela
promoção das atividades culturais, através da
criação de escolas e pela vinda de sábios de
várias partes da Europa.
֍Este "renascimento" contribuiu para a
preservação e a transmissão de valores da
cultura clássica ( greco-romana ).
֍Destaque para a ação dos mosteiros,
responsáveis pela tradução e cópia de
manuscritos antigos.
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PÁG. 174RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
22. CAP.14
PÁG. 174DECADÊNCIA DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO
֍ Com a morte de Carlos Magno, em 814, o poder
vai para seu filho Luís, o Piedoso, o qual conseguiu
manter a unidade do Império.
֍ Com a morte de Luís, o Piedoso, em 841, o
Império foi dividido entre os seus filhos.
֍ A divisão do Império ocorreu em 843, com a
assinatura do Tratado de Verdun estabelecendo
que:
- Carlos, o Calvo ficasse com a parte ocidental
( a França atual);
- Lotário ficasse com a parte central ( da Itália ao
mar do Norte)
- Luís, o Germânico ficasse com a parte oriental do
Império.
23. CAP.14
PÁG. 174DECADÊNCIA DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO
֍ Após esta divisão, outras mais
ocorrerão dentro do que antes fora
o Império Carolíngio.
֍ Estas divisões fortalecem os
senhores locais, contribuindo para a
descentralização política que,
somada a uma onda de invasões
sobre a Europa, à partir do século IX
( normandos, magiares (húngaros) e
muçulmanos ) contribuem para a
cristalização do feudalismo.
24. ATIVIDADE Nº 6: GERMÂNICOS E
IMPÉRIO CAROLÍNGIO
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2. COMPREENDENDO: PÁG. 182 (1 AO 4).
3. COMPREENDENDO: PÁG. 183 (1)
4. DE OLHO NA UNIVERSIDADE: PÁG. 185 (1 e 2)
4º BIMESTRE
27. O FEUDALISMO
O feudalismo europeu é resultado da síntese entre a
sociedade romana em decadência e a sociedade
bárbara em evolução.
Esta síntese resulta nos chamados fatores estruturais
para a formação do feudalismo.
Roma contribui para a formação do feudalismo
através dos seguintes elementos:
- a "villa", ou o latifúndio autossuficiente; - o
desenvolvimento do colonato, segundo o qual o
trabalhador ficava preso à terra;
- a Igreja Cristã, que se tornará na principal instituição
medieval. A crise romana reforça seu poder político
local e consolida o processo de ruralização da
economia.
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28. O FEUDALISMO
Os Bárbaros contribuem com os seguintes
elementos:
- uma economia centrada nas trocas naturais;
- o comitatus, instituição que estabelecia uma
relação de fidelidade e reciprocidade entre os
guerreiros e seus chefes;
- a prática do chamado benefício ( beneficium ),
dando imunidade ao proprietário deste;
- - o direito consuetudinário, isto é, os
costumes herdados dos antepassados
possuem força de lei.
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29. O FEUDALISMO
Além destes elementos estruturais ( internos ),
contribuíram também os chamados elementos
conjunturais ( externos ) , que foram as Invasões
Bárbaras dos séculos VIII ao IX - os normandos e
os muçulmanos.
Os normandos efetuam um bloqueio do mar
Báltico e do mar do Norte e os muçulmanos
realizam o bloqueio do mar Mediterrâneo. Estas
invasões aceleram o processo de ruralização
europeia - em curso desde o século III -
acentuando a economia agrária e autossuficiente.
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30. CARACTERÍSTICAS GERAIS
O poder político era descentralizado, ou seja, distribuído entre os grandes
proprietários de terra ( os SENHORES FEUDAIS).
Apesar da fragmentação do poder político, havia os laços de fidelidade pessoal ( a
vassalagem).
Por esta relação estabelecia-se o contrato feudo-vassálico, assim caracterizado:
- Homenagem: juramento de fidelidade do vassalo para com o seu suserano;
- Investidura: entrega do feudo do vassalo para o suserano.
O suserano ( aquele que concede o feudo ) deveria auxiliar militarmente seu vassalo e
também prestar assistência jurídica.
O vassalo ( aquele que recebe o feudo e promete fidelidade) deve prestar o serviço
militar para o suserano e comparecer ao tribunal por ele presidido.
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ESTRUTURA POLÍTICA
31.
32. CARACTERÍSTICAS GERAIS
A sociedade feudal era do tipo estamental, onde as funções sociais eram
transmitidas de forma hereditária.
As relações sociais eram marcadas pelos laços de dependência e de dominação. Os
estamentos sociais eram três:
CLERO: constituído pelos membros da Igreja Católica. Dedicavam-se ao ofício
religioso e apresentavam uma subdivisão: - Alto clero- formado por membros da
nobreza feudal (papa, bispo, abade) - Baixo clero- composto por membros não
ligados à nobreza ( padre, vigário ).
NOBREZA: formada pelos grandes proprietários de terra e que se dedicavam à
atividade militar e administrativa.
TRABALHADORES: simplesmente a maioria da população. Os camponeses estavam
ligados à terra ( servos da gleba ) sendo obrigados a sustentarem os senhores feudais.
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ESTRUTURA SOCIAL
34. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Assim, o clero formava o 1º Estado, a nobreza o 2º Estado e os trabalhadores o 3º
Estado.
O Sistema feudal também apresentava as chamadas obrigações feudais, uma
conjunto de relações sociais onde os servos eram explorados pelos senhores feudais.
As principais obrigações feudais eram:
- CORVÉIA: obrigação do servo de trabalhar nas terras do senhor(manso senhorial).
Toda produção de seu trabalho era do proprietário.
- TALHA: obrigação do servo de entregar parte de sua produção na gleba para o senhor
feudal.
- BANALIDADES: pagamento feito pelo servo pelo uso de instrumentos e instalações
do feudo ( celeiro, forno, estrada...).
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ESTRUTURA SOCIAL
35. CARACTERÍSTICAS GERAIS
A economia era basicamente agropastoril, de caráter autossuficiente e com
trocas naturais.
O comércio, embora existisse, não foi a atividade predominante.
As terras dos feudos eram divididas em três partes:
- terras coletivas ou campos abertos: de uso comum, onde se recolhiam madeira,
frutos e efetuava-se a caça. Neste caso, temos uma posse coletiva da terra.
- reserva senhorial - de uso exclusivo do senhor feudal - é era a propriedade
privada do senhor.
- Manso servil ou tenência: terras utilizadas pelos servos. Serviam para manter o
sustento destes e para cumprimento das obrigações feudais.
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ESTRUTURA ECONÔMICA
37. CARACTERÍSTICAS GERAIS
O caráter autossuficiente da economia feudal dava-
se em virtude da baixa produtividade agrícola.
O comércio, embora não fosse a atividade
predominante, existia sob duas formas:
- o comércio local - onde realizava-se as trocas
naturais;
- o comércio a longa distância - responsável pelo
abastecimento de determinados produtos, tais como
o sal, pimenta, cravo, etc...
- O comércio a longa distância funcionava com trocas
monetárias e, à partir do século XII terá um papel
fundamental na economia europeia.
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ESTRUTURA ECONÔMICA
38. ATIVIDADE Nº 7: FEUDALISMO
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1. COMPREENDENDO: PÁG. 187 ( 1 AO 3);
2. COMPREENDENDO: PÁG. 191 (1 AO 4);
3. DE OLHO NA UNIVERSIDADE: PÁG. 193 (1 e 3)
4º BIMESTRE