2. As alterações climáticas são alterações do clima que
ocorrem a nível global.
Na verdade, a Terra está periodicamente a sofrer alterações
climáticas devido a factores naturais previsíveis como as
variações na inclinação do eixo terrestre, na curvatura da
sua orbita em torno do sol ou alterações na radiação solar. A
diferença entre estes fenómenos naturais e o que
actualmente se verifica, é de que nos últimos 250 anos a
humanidade tem acelerado a tendência de subida da
temperatura, que já existia desde o fim da última glaciação,
devido às emissões dos chamados gases de efeito de
estufa, cuja presença na atmosfera está a aumentar
rapidamente devido às actividades humanas. Ou seja, a
alteração do clima tem-se verificado a uma velocidade
superior à alteração verificada pela acção da natureza.
3. Há vários tipos de causas relacionados com as alterações
climáticas:
• Causas Naturais:
- Tecido Solar;
- Variação Orbital;
- Impactos de Meteoritos;
- Arrefecimento Global;
- Vulcanismo;
- Deriva dos continentes;
• Causas Humanas:
- Emissão de gases do efeito de estufa;
4. Consequências das alterações climáticas nos diferentes
setores socio-económicos:
• Recursos hídricos e Pescas:
- Menor quantidade água disponível;
- Pior qualidade das águas fluviais;
- Os nossos rios internacionais serão afectados, pois
os espanhóis vão precisar de reter mais água. Sado e
Guadiana poderão perder 60% de escoamento anual e o
Tejo 30%;
- Aumento da temperatura superficial do mar;
- Alterações nos recursos pesqueiros.
5. • Zonas Costeiras:
- Subida do nível médio do mar (aproximadamente 50
centímetros) e aumento da erosão costeira, sobretudo marés
vivas;
- Intrusão salina ;
- Alto e muito alto risco em 67% da nossa zona costeira,
onde se concentra a maior parte da população portuguesa;
• Saúde humana:
- Aumento de doenças associadas a ondas de calor;
diminuição de doenças ligadas ao excesso de frio;
- Aumento de doenças por poluição do ar e de alergias;
- Surtos de doenças transmitidas pela água e alimentos -
febre tifóide, salmoneloses, toxinas associadas com
mariscos, cianobactérias;
- Surtos de doenças transmitidas por vectores (sobretudo
insectos) - malária, dengue, febre amarela, doença de Lyme,
febre escaronodular, encefalites.
6. • Agricultura e Florestas:
- Mudanças no tipo de culturas devido à escassez de água para
irrigação; e readaptação a novos períodos de cultivo;
- Aumento de pragas, doenças e infestantes, tanto na floresta como
na agricultura;
- Aumento acentuado de incêndios;
- Redução da produtividade florestal;
- Perda de biodiversidade.
• Energia:
- Forte aumento das necessidades de arrefecimento em edifícios e
transportes, com maior recurso ao ar condicionado;
- Alguma diminuição das necessidades de aquecimento no
Inverno;
- Mais custo de conservação em equipamentos públicos, devido
aos fenómenos climáticos extremos (estradas, aeroportos, coberturas,
etc.);
- Aumento geral dos gastos energéticos à escala nacional e
individual;
- À força de tanto calor, haverá uma corrida aos ares
condicionados: subirá a factura energética, o orçamento familiar, o
contributo nacional para o efeito de estufa, a poluição.
7. - A Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas encontra-se estruturada
sob quatro objectivos principais:
Informação e Conhecimento – constitui a base de todo o exercício de adaptação às
alterações climáticas e foca-se sobre a necessidade de consolidar e desenvolver uma
base científica e técnica sólida.
Reduzir a Vulnerabilidade e Aumentar a Capacidade de Resposta – constitui o fulcro
desta estratégia, e corresponde ao trabalho de identificação, definição de prioridades e
aplicação das principais medidas de adaptação.
Participar, Sensibilizar e Divulgar – identifica o imperativo de levar a todos os agentes
sociais o conhecimento sobre alterações climáticas e a transmitir a necessidade de acção
e, sobretudo, suscitar a maior participação possível por parte desses agentes na definição
e aplicação desta estratégia.
Cooperar a Nível Internacional – aborda as responsabilidades de Portugal em matéria
de cooperação internacional na área da adaptação às alterações climáticas, bem como no
acompanhamento das negociações levadas a cabo nos diversos fora internacionais.