SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
 
Joaquim Maria  Machado de Assis,  cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.     Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.   Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.  Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor. Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias. Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias.
Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título  Queda que as mulheres têm para os tolos,  onde aparece como tradutor.  No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em  O Futuro , órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.    Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de  Crisálidas.    Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa. Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto  Carolina , que a celebrizou.
Seu primeiro romance,  Ressurreição,  foi publicado em 1872.  Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.    No  O Globo  de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance  A mão e a luva.  Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas  O Cruzeiro, A Estação  e  Revista Brasileira. Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura.  Na  Gazeta de Notícias,  no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.
Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época:  Memórias Póstumas de Brás Cubas --  que foi considerado, juntamente com  O Mulato,  de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.     Extraordinário contista, publica  Papéis Avulsos  em 1882,  Histórias sem data  (1884),  Vária Histórias ( 1896 ), Páginas Recolhidas ( 1889 ),  e  Relíquias da casa velha  (1906). Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.
 
Comédia Desencantos, 1861. Tu, só tu, puro amor, 1881. Poesia Crisálidas, 1864. Falenas, 1870. Americanas, 1875. Poesias completas, 1901. Romance Ressurreição, 1872. A mão e a luva, 1874. Helena, 1876. Iaiá Garcia, 1878. Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881. Quincas Borba, 1891. Dom Casmurro, 1899. Esaú Jacó, 1904. Memorial de Aires, 1908.
Conto: Contos Fluminenses,1870. Histórias da meia-noite, 1873. Papéis avulsos, 1882. Histórias sem data, 1884. Várias histórias, 1896. Páginas recolhidas, 1899. Relíquias de casa velha, 1906. Teatro Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861 Desencantos, 1861 Hoje avental, amanhã luva, 1861. O caminho da porta, 1862. O protocolo, 1862. Quase ministro, 1863. Os deuses de casaca, 1865. Tu, só tu, puro amor, 1881.
Algumas obras póstumas Crítica, 1910. Teatro coligido, 1910. Outras relíquias, 1921. Correspondência, 1932. A semana, 1914/1937. Páginas escolhidas, 1921. Novas relíquias, 1932. Crônicas, 1937. Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937. Crítica literária, 1937. Crítica teatral, 1937. Histórias românticas, 1937. Páginas esquecidas, 1939. Casa velha, 1944. Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956. Crônicas de Lélio, 1958. Conto de escola, 2002.
Antologias Obras completas (31 volumes), 1936. Contos e crônicas, 1958. Contos esparsos, 1966. Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998 Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.
UM DE SEUS POEMAS: BONS AMIGOS Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir. Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende. Amigo a gente sente! Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar. Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende. Amigo a gente entende! Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar. Porque amigo sofre e chora. Amigo não tem hora pra consolar! Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade. Porque amigo é a direção. Amigo é a base quando falta o chão! Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros. Porque amigos são herdeiros da real sagacidade. Ter amigos é a melhor cumplicidade! Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
 

Contenu connexe

Tendances

Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assisJorgelgl
 
contexto histórico
contexto históricocontexto histórico
contexto históricomarlidf
 
Semana de leitura 9º ano
Semana de leitura 9º anoSemana de leitura 9º ano
Semana de leitura 9º anojunior santiago
 
Machado de assis - Biografia
Machado de assis - Biografia Machado de assis - Biografia
Machado de assis - Biografia Paulo Gabriel
 
Machado De Assis
Machado De AssisMachado De Assis
Machado De Assisguest7d27ba
 
Biogrfia de saramago preparada para pdf.
Biogrfia de saramago preparada para pdf.Biogrfia de saramago preparada para pdf.
Biogrfia de saramago preparada para pdf.stcnsaidjv
 
São bernardo especial
São bernardo especialSão bernardo especial
São bernardo especialAna Batista
 
Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assisSeduc/AM
 
Joaquim Maria Machado De Assis
Joaquim Maria Machado De AssisJoaquim Maria Machado De Assis
Joaquim Maria Machado De Assismartinsramon
 
Resumo da obra o crime do padre amaro
Resumo da obra o crime do padre amaroResumo da obra o crime do padre amaro
Resumo da obra o crime do padre amaroLeandro Carreira
 
Trabalho de literatura
Trabalho de literaturaTrabalho de literatura
Trabalho de literaturaAlaor
 
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de AssisMemórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assisjasonrplima
 
Doidinho, José Lins do Rego
Doidinho, José Lins do RegoDoidinho, José Lins do Rego
Doidinho, José Lins do RegoPriscila Hilária
 

Tendances (20)

Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assis
 
contexto histórico
contexto históricocontexto histórico
contexto histórico
 
Semana de leitura 9º ano
Semana de leitura 9º anoSemana de leitura 9º ano
Semana de leitura 9º ano
 
Machado de Assis
Machado de AssisMachado de Assis
Machado de Assis
 
Machado de assis - Biografia
Machado de assis - Biografia Machado de assis - Biografia
Machado de assis - Biografia
 
Machado De Assis
Machado De AssisMachado De Assis
Machado De Assis
 
Machado de Assis
Machado de AssisMachado de Assis
Machado de Assis
 
Machado De Assis
Machado De AssisMachado De Assis
Machado De Assis
 
Biogrfia de saramago preparada para pdf.
Biogrfia de saramago preparada para pdf.Biogrfia de saramago preparada para pdf.
Biogrfia de saramago preparada para pdf.
 
Realismo Machado de Assis
Realismo   Machado de AssisRealismo   Machado de Assis
Realismo Machado de Assis
 
Machado de Assis
Machado de AssisMachado de Assis
Machado de Assis
 
São bernardo especial
São bernardo especialSão bernardo especial
São bernardo especial
 
Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assis
 
São Bernardo
São BernardoSão Bernardo
São Bernardo
 
Joaquim Maria Machado De Assis
Joaquim Maria Machado De AssisJoaquim Maria Machado De Assis
Joaquim Maria Machado De Assis
 
Resumo da obra o crime do padre amaro
Resumo da obra o crime do padre amaroResumo da obra o crime do padre amaro
Resumo da obra o crime do padre amaro
 
Trabalho de literatura
Trabalho de literaturaTrabalho de literatura
Trabalho de literatura
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de AssisMemórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
 
Doidinho, José Lins do Rego
Doidinho, José Lins do RegoDoidinho, José Lins do Rego
Doidinho, José Lins do Rego
 

Similaire à O maior escritor brasileiro: vida e obra de Machado de Assis

Trabalho Literatura Helena Camila E Leticia
Trabalho Literatura Helena Camila E LeticiaTrabalho Literatura Helena Camila E Leticia
Trabalho Literatura Helena Camila E Leticiamartinsramon
 
Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis
Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis
Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis Mima Badan
 
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro Aberto
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro AbertoBiografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro Aberto
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro AbertovaldeniDinamizador
 
Modelos pedagogicos
Modelos pedagogicosModelos pedagogicos
Modelos pedagogicosJoanaPaiva16
 
Memorias Bras Cubas
Memorias Bras Cubas Memorias Bras Cubas
Memorias Bras Cubas Vinicius Soco
 
Eça de queiróz trabalho da universidade
Eça de queiróz trabalho da universidadeEça de queiróz trabalho da universidade
Eça de queiróz trabalho da universidademarcos pereira
 
Recordações do escrivão isaías caminha
Recordações do escrivão isaías caminhaRecordações do escrivão isaías caminha
Recordações do escrivão isaías caminhama.no.el.ne.ves
 
Machado de assis breve biografia em 1ª pessoa
Machado de assis   breve biografia em 1ª pessoaMachado de assis   breve biografia em 1ª pessoa
Machado de assis breve biografia em 1ª pessoagil junior
 
EçA De QueiróS.Pptcarol
EçA De QueiróS.PptcarolEçA De QueiróS.Pptcarol
EçA De QueiróS.Pptcarolguestd4ad52
 

Similaire à O maior escritor brasileiro: vida e obra de Machado de Assis (20)

Dom casmurro - 3ª A - 2011
Dom casmurro - 3ª A - 2011Dom casmurro - 3ª A - 2011
Dom casmurro - 3ª A - 2011
 
Quincas borba
Quincas borbaQuincas borba
Quincas borba
 
trabalho.pdf
trabalho.pdftrabalho.pdf
trabalho.pdf
 
Trabalho Literatura Helena Camila E Leticia
Trabalho Literatura Helena Camila E LeticiaTrabalho Literatura Helena Camila E Leticia
Trabalho Literatura Helena Camila E Leticia
 
obras
obrasobras
obras
 
Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis
Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis
Os dois horizontes e biografia de Machado de Assis
 
Machado De Assis
Machado De AssisMachado De Assis
Machado De Assis
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro Aberto
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro AbertoBiografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro Aberto
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro Aberto
 
Modelos pedagogicos
Modelos pedagogicosModelos pedagogicos
Modelos pedagogicos
 
Portugues4em
Portugues4emPortugues4em
Portugues4em
 
Vida e Obra de Mario Quintana
Vida e Obra de Mario QuintanaVida e Obra de Mario Quintana
Vida e Obra de Mario Quintana
 
Memorias Bras Cubas
Memorias Bras Cubas Memorias Bras Cubas
Memorias Bras Cubas
 
Projeto poesia - 2015
Projeto poesia - 2015Projeto poesia - 2015
Projeto poesia - 2015
 
Eça de queiróz trabalho da universidade
Eça de queiróz trabalho da universidadeEça de queiróz trabalho da universidade
Eça de queiróz trabalho da universidade
 
Recordações do escrivão isaías caminha
Recordações do escrivão isaías caminhaRecordações do escrivão isaías caminha
Recordações do escrivão isaías caminha
 
Machado de assis breve biografia em 1ª pessoa
Machado de assis   breve biografia em 1ª pessoaMachado de assis   breve biografia em 1ª pessoa
Machado de assis breve biografia em 1ª pessoa
 
Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assis
 
Gonçalves dias 191 por Carvalho Junior
Gonçalves dias 191 por Carvalho JuniorGonçalves dias 191 por Carvalho Junior
Gonçalves dias 191 por Carvalho Junior
 
EçA De QueiróS.Pptcarol
EçA De QueiróS.PptcarolEçA De QueiróS.Pptcarol
EçA De QueiróS.Pptcarol
 

Plus de martinsramon

Plus de martinsramon (20)

As frases estão corretas
As frases estão corretasAs frases estão corretas
As frases estão corretas
 
Restart
RestartRestart
Restart
 
Como Fazer Uma DissertaçãO
Como Fazer Uma DissertaçãOComo Fazer Uma DissertaçãO
Como Fazer Uma DissertaçãO
 
Vanguardas Europeias
Vanguardas EuropeiasVanguardas Europeias
Vanguardas Europeias
 
Pré Modernismo
Pré ModernismoPré Modernismo
Pré Modernismo
 
Antecedentes E A Semana De Arte Moderna De 1210290778407615 8
Antecedentes E A Semana De Arte Moderna De 1210290778407615 8Antecedentes E A Semana De Arte Moderna De 1210290778407615 8
Antecedentes E A Semana De Arte Moderna De 1210290778407615 8
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
A Prosa Modernista Ppt
A Prosa Modernista PptA Prosa Modernista Ppt
A Prosa Modernista Ppt
 
Discurso Direto E Indireto
Discurso Direto E IndiretoDiscurso Direto E Indireto
Discurso Direto E Indireto
 
A DescriçãO
A DescriçãOA DescriçãO
A DescriçãO
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Realismo E Naturalismo
Realismo E NaturalismoRealismo E Naturalismo
Realismo E Naturalismo
 
Formas De RedaçãO
Formas De RedaçãOFormas De RedaçãO
Formas De RedaçãO
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Animais
AnimaisAnimais
Animais
 
Marra
MarraMarra
Marra
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 

O maior escritor brasileiro: vida e obra de Machado de Assis

  • 1.  
  • 2. Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
  • 3. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.    Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
  • 4. Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.   Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.  Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor. Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias. Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias.
  • 5. Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor.  No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro , órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.   Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.   Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa. Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina , que a celebrizou.
  • 6. Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872.  Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.   No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva.  Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira. Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura. Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.
  • 7. Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.   Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data (1884), Vária Histórias ( 1896 ), Páginas Recolhidas ( 1889 ), e Relíquias da casa velha (1906). Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.
  • 8.  
  • 9. Comédia Desencantos, 1861. Tu, só tu, puro amor, 1881. Poesia Crisálidas, 1864. Falenas, 1870. Americanas, 1875. Poesias completas, 1901. Romance Ressurreição, 1872. A mão e a luva, 1874. Helena, 1876. Iaiá Garcia, 1878. Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881. Quincas Borba, 1891. Dom Casmurro, 1899. Esaú Jacó, 1904. Memorial de Aires, 1908.
  • 10. Conto: Contos Fluminenses,1870. Histórias da meia-noite, 1873. Papéis avulsos, 1882. Histórias sem data, 1884. Várias histórias, 1896. Páginas recolhidas, 1899. Relíquias de casa velha, 1906. Teatro Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861 Desencantos, 1861 Hoje avental, amanhã luva, 1861. O caminho da porta, 1862. O protocolo, 1862. Quase ministro, 1863. Os deuses de casaca, 1865. Tu, só tu, puro amor, 1881.
  • 11. Algumas obras póstumas Crítica, 1910. Teatro coligido, 1910. Outras relíquias, 1921. Correspondência, 1932. A semana, 1914/1937. Páginas escolhidas, 1921. Novas relíquias, 1932. Crônicas, 1937. Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937. Crítica literária, 1937. Crítica teatral, 1937. Histórias românticas, 1937. Páginas esquecidas, 1939. Casa velha, 1944. Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956. Crônicas de Lélio, 1958. Conto de escola, 2002.
  • 12. Antologias Obras completas (31 volumes), 1936. Contos e crônicas, 1958. Contos esparsos, 1966. Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998 Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.
  • 13. UM DE SEUS POEMAS: BONS AMIGOS Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir. Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende. Amigo a gente sente! Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar. Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende. Amigo a gente entende! Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar. Porque amigo sofre e chora. Amigo não tem hora pra consolar! Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade. Porque amigo é a direção. Amigo é a base quando falta o chão! Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros. Porque amigos são herdeiros da real sagacidade. Ter amigos é a melhor cumplicidade! Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
  • 14.