5. Compilado pelo Departamento de Pesquisas da
Casa Universal de Justiça
Tradução: Foad Shaikhzadeh
Luís Henrique Beust
Rolf Von Czékus
Revisão: Washington Araújo
6. Sempre ao entrardes na sala de consulta, recitai esta prece, com o coração a vibrar de amor
a Deus e a língua purificada de tudo menos de
Sua comemoração, para que o Todo-Poderoso
por Sua graça vos ajude a alcançar a vitória
suprema:
"Ó Deus, meu Deus! Somos servos Teus que
nos voltamos a Teu Sagrado Semblante e nos
desprendemos de tudo menos de Ti, neste Dia
glorioso. Reunimo-nos nesta Assembléia Espiritual, com opiniões e pensamentos unidos e
um único propósito: o de exaltar a Tua Palavra entre o gênero humano. Ó Senhor, nosso
Deus! Faze de nós sinais de Tua orientação divina, estandartes da Tua Fé sublime entre os
homens, servos do Teu poderoso Convênio, ó
Tu, nosso Senhor Altíssimo! Que possamos manifestar Tua Unidade, em Teu Reino de Abhá,
e luzir como estrelas resplandescentes sobre todas as regiões. Senhor! Ajuda-nos a sermos
mares encapelados com as ondas de Tua graça
maravilhosa, rios manando de Tuas alturas de
7. glória, frutos excelentes na árvore da Tua Causa divina, arbustos movidos pelas brisas da Tua
bondade em Tua vinha celestial. Ó Deus! Faze
nossas almas dependerem dos versículos da Tua
Divina Unidade, e nossos corações se alegrarem
com o eflúvio de Tua graça, para que nos unamos como as ondas do mesmo mar e sejamos
fundidos como os raios da Tua luz esplendorosa;
e assim nossos pensamentos, opiniões e afetos
se tornem uma só realidade, manifestando pelo
mundo inteiro o espírito da união. Tu és o Benévolo, o Magnânimo, o Generoso, o Onipotente, o Deus de Misericórdia e Compaixão."
('Abdu'1-Bahá, citado em Bahá'í
Administration, pgs. 20-21)
6
8. INTRODUÇÃO
"A consulta é uma das maiores dádivas de Deus
ao homem. É uma arte, uma chave que pode
desvendar os mistérios da vida e abrir a porta
da resposta para os mais intrincados assuntos
— desde assuntos íntimos e de relação pessoal
até os de maior significado universal. É um
dos maiores instrumentos de uma nova era para
a raça humana, um elemento fundamental no
nascer de uma nova civilização universal."
O desenvolvimento da Ordem Mundial de
Bahá'u'lláh é freqüentemente comparado à
construção de um edifício. Bahá'u'lláh é o
Arquiteto Divino; Ele preparou o plano perfeito. O Centro do Convênio, 'Abdu'1-Bahá deu
instruções detalhadas. O amado Guardião iniciou e supervisionou os primeiros estágios. Agora ela continua progredindo sob a guia da Casa
Universal de Justiça.
9. Os bahá'ís do mundo são os trabalhadores desta construção. Talvez falte-lhes muita habilidade, experiência e talento necessários para tão
grande obra. Porém, eles têm os Ensinamentos;
eles têm o amor e o espírito desta Nova Era;
eles têm o Convênio. Mas, como eles constróem
uma nova ordem mundial? Por onde eles começam?
Eles iniciam preparando o material necessário
para o projeto da construção. Parte deste material é a consulta. Nas palavras de 'Abdu'1-Bahá
"O princípio da consulta é um dos elementos
mais fundamentais do edifício divino."
John E. Kolstoe
A fim de auxiliar, guiar e orientar os bahá'ís
nesta difícil arte de consultar, o Departamento
de Pesquisa da Casa Universal de Justiça preparou a presente compilação dos extratos dos
Escritos de Bahá'u'lláh, 'Abdu'1-Bahá e Shoghi
Effendi e das mensagens da Casa Universal de
Justiça.
Nesta presente edição brasileira da compilação
anexou-se como apêndice algumas admoestações de Bahá'u'lláh e Abdu'1-Bahá referentes
ao padrão de conduta bahá'i em reuniões, bem
como um pequeno resumo dos pontos chaves a
8
10. serem obedecidos e/ou evitados durante uma
consulta.
Desta forma e com o contínuo desenvolvimento da Causa, esperamos cada vez mais aumentar
a nossa compreensão sobre tão nobre e precioso
instrumento que segundo as promessas aqui
contidas, constitui uma fonte garantida e confiável de orientação, entendimento e bem-estar.
9
11.
12. I. EXTRATOS DOS ESCRITOS DE
BAHÁ'U'LLÁH
"Diz o Grande Ser: O céu da sabedoria
divina é iluminado com as duas luminárias
da consulta e compaixão. Deliberai em
conjunto sobre todos os assuntos, pois, a
consulta é a lâmpada da guia que indica
o caminho e confere compreensão."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
"Dize: Nenhum homem pode atingir a sua
verdadeira posição exceto através de sua
justiça. Nenhum poder pode existir exceto através da unidade. Nenhum conforto e
nenhum bem-estar podem ser atingidos exceto através da consulta."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
11
13. 3.
"A consulta confere maior compreensão e
transforma a dúvida em certeza. Ela é uma
luz brilhante que, em um mundo escuro,
indica o caminho e guia. Para tudo existe
e continuará a existir um estágio de perfeição e maturidade. A maturidade da dádiva da compreensão é manifestada através da consulta."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
4.
"Tais assuntos devem ser decididos através
da consulta, e o que emergir da consulta
daqueles escolhidos, é em verdade o comando de Deus, o Amparo no Perigo,
Aquele que subsiste por Si Próprio."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
5.
12
"É necessário consultar sobre todas as coisas. Esse assunto deveria ser energicamente enfatizado por ti, de tal forma que a
consulta seja observada por todos. O intuito daquilo que tem sido revelado pela Pena
Máxima é de que a consulta deve ser plenamente executada entre os amigos, pois
ela é e sempre será uma causa de compre-
14. ensão e de despertar e uma fonte de benefício e bem-estar."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
6.
"Incumbe-lhes serem os fidedignos do Misericordioso entre os homens e considerarem a si próprios guardiões designados por
Deus para todos os que habitam na Terra.
Incumbe-lhes a consulta em conjunto e a
consideração dos interesses dos servos de
Deus, por amor a Ele, assim como consideram seus próprios interesses, e devem escolher o que seja apropriado e digno. Assim o Senhor Vosso Deus, o Benevolente,
o Perdoador vos ordenou. Acautelai-vos de
rejeitar o que está revelado claramente em
Sua Epístola. Temei a Deus, ó vós que percebeis."
(Citado na carta do Guardião, 5 de
Março de 1922 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pág. 21)
7.
"Se no primeiro grupo de pessoas que se
reuniram a unanimidade não for alcançada, novas pessoas deverão ser acrescentadas, após o que um grupo, igual em nú13
15. mero ao Máximo Nome (9), ou menor ou
maior, deverá ser escolhido dentre eles por
votos; quando então a consulta deverá ser
renovada; qualquer que for o resultado,
este deverá ser obedecido. Se, na segunda
ocasião, as opiniões novamente divergirem,
repeti o processo uma terceira vez. Desta
vez, obedecei o voto da maioria. Verdadeiramente, Ele guia a quem Ele deseja ao
Caminho reto." (1)
(Perguntas e Respostas)
(1)
14
Esta declaração foi revelada em resposta a uma
pergunta acerca dos ensinamentos bahá'ís sobre
consulta. Ela aparece em "Perguntas e Respostas",
descrito por Shoghi Effendi como um apêndice ao
'Kitáb-i-Aqdas'. Foi revelada antes das Assembléias Espirituais terem sido estabelecidas e em
resposta a uma pergunta sobre o ensinamento
bahá'í sobre consulta. O surgimento das Assembléias Espirituais, às quais os amigos podem sempre recorrer, de forma alguma os proíbe de seguirem, se desejarem, o procedimento delineado na
passagem acima quando desejarem consultar sobre
seus problemas pessoais. A citação claramente indica a preferência de Bahá'u'lláh pela unanimidade.
16. II. EXTRATOS DOS ESCRITOS E
ELOCUÇÕES DE 'ABDU'L-BAHÁ
8.
"Incumbe a cada um não tomar nenhuma
medida sem consultar a Assembléia Espiritual, e devem todos, certamente, obedecer de coração e alma às suas determinações e serem submissos a ela, a fim de que
as coisas sejam devidamente dispostas e
ordenadas. De outro modo, cada pessoa
agirá independentemente e de acordo com
seu próprio juízo, seguirá seu próprio desejo e prejudicará a Causa."
(Citado na carta do Guardião, datada de
5 de Março de 1922 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pg. 21)
9.
"Os requisitos primordiais para aqueles
que se reúnem para consultarem são: pureza de motivo, espírito radiante, desprendimento de tudo a não ser de Deus, atração
15
17. as suas Divinas Fragrâncias; humildade e
submissão entre Seus amados, paciência
e resignação em dificuldades, e servitude
ao Seu excelso Limiar. Se, bondosamente,
forem auxiliados a adquirir estes atributos,
a vitória lhes será concedida do Keino invisível de Bahá. Seus membros devem
consultar em conjunto de tal modo a não
dar ocasião para ressentimento ou discórdia. Isto pode ser atingido quando cada
membro expressa com liberdade absoluta
a sua própria opinião e expõe seu argumento. Se alguém se opuser, de modo algum deverá ele se ofender, pois só pela
ampla discussão dos assuntos poderá ser
revelado o caminho certo. A brilhante fagulha da verdade só aparece após o impacto das opiniões divergentes. Se, após o
debate, chegarem a uma decisão unânime,
muito bem; mas, se — Deus proíba — surgirem diferenças de opinião, a voz da maioria deve prevalecer."
(Citado na carta do Guardião, datada de
5 de Março de 1922 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pg. 21)
10.
16
' A primeira condição é absoluto amor e
harmonia entre os membros da Assem-
18. bléia. Eles devem estar totalmente livres
de estranheza e manifestar em si mesmos
a Unidade de Deus, pois são as ondas do
mesmo mar, as gotas de um só rio, as estrelas de um só céu, os raios do mesmo
sol, as árvores de um único pomar e as
flores do mesmo jardim. Caso não exista
harmonia de pensamento e absoluta unidade, essa reunião será dispersada, essa
Assembléia reduzir-se-á a nada. A segunda condição: Devem, ao reunirem-se, volver a face ao Reino nas alturas e pedir
auxílio do Reino da Glória. Devem prosseguir então com a maior devoção, cortesia, dignidade, carinho e moderação, expressando suas opiniões. Em todo assunto
devem eles buscar a verdade e não insistir em sustentar sua própria opinião, pois
a obstinação e persistência no próprio
ponto de vista levarão afinal à discórdia
e desavença e a verdade permanecerá
oculta. Os honrados membros devem com
toda liberdade expressar seus próprios
pensamentos e, de modo algum é permissível menosprezar o pensamento de um
outro; antes devem, com moderação, expor a verdade e, se surgirem diferenças
de opinião, a maioria das vozes deverá
17
19. prevalecer, devendo todos obedecer e se
submeter à maioria. Também, não é permissível que qualquer um dos honrados
membros faça objeção ou censure, seja na
reunião ou fora, uma decisão tomada anteriormente, embora essa decisão não seja
certa, pois tal crítica lhe impediria a execução. Resumindo, tudo quanto for decidido em harmonia e com amor e pureza
de motivo, seu resultado é luz, e se predominar o menor traço de estranheza, o resultado será treva sobre t r e v a . . . Se isso
for assim levado em consideração, aquela
Assembléia será de Deus, mas de outro
modo levará à frieza e alienação, as quais
procedem do Ente M a u . . .
Se se esforçarem por cumprir estas condições, a graça do Espírito Santo lhes será
concedida, essa Assembléia tornar-se-á o
centro das bênçãos divinas, será auxiliada
pelas hostes da confirmação divina e, dia
a dia, receberá uma nova efusão de Espírito."
(Citado na Carta do Guardião, datada
de 5 de Março de 1922, aos Amigos na
América, Bahá'í Administration, págs.
22-23)
18
20. 11.
"Se umas poucas almas reunirem-se em
uma querida reunião com os sentimentos
do Reino, com as atuações divinas, com
corações puros e com absoluta pureza e
santidade, a fim de se associarem em espírito e fragrancia, essa reunião exercerá
seu efeito em todo o mundo. As condições, as palavras e os atos dessa reunião
conduzirão a um mundo de eterna felicidade e serão uma evidência dos favores
do Reino. O Espírito Santo fortalecê4a-á
e as hostes do Concurso Supremo torná-las-ão vitoriosas e os anjos de Abhá virão em sucessão."
(Tablets of 'Abdu'1-Bahá, pág. 508)
12.
"Se eles concordam sobre determinado assunto, mesmo que esteja errado, isto é
melhor do que discordar e estar certo,
pois, essa divergência produzirá a demolição dos alicerces divinos. Ainda que um
dos lados esteja com a razão, se eles discordarem, isto será a causa de mil erros,
mas se eles concordam e ambos os lados
estão errados, como há unidade, a verdade será revelada e o errado se fará
certo."
(Bahá'í World Faith, pág. 411)
19
21. 13.
"A questão da consulta é da máxima importância e é um dos mais potentes instrumentos que conduzem à felicidade e
tranqüilidade dos povos.
Por exemplo, quando um crente está indeciso a respeito de seus afazeres, ou
quando tenciona levar avante um projeto
ou negócio, os amigos devem se reunir e
buscar uma solução para ele. Ele, por sua
vez, deve agir de acordo. Da mesma forma, em questões mais abrangentes quando
surge um problema ou ocorre uma dificuldade, os sábios devem se reunir, consultar
e encontrar uma solução. Devem então
confiar no Deus Único e Verdadeiro e se
submeterem a Sua Providência, no que
quer que seja revelado, pois, as confirmações divinas incontestavelmente prestarão
ajuda. A consulta, deste modo, é um dos
mandamentos explícitos do Senhor da humanidade."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
14.
20
"O homem deve consultar sobre todos os
assuntos, sejam de maior ou menor importância, para que possa se tornar ciente
22. daquilo que é bom. A consulta dá-lhe
compreensão sobre as coisas e lhe permite
investigar assuntos desconhecidos. A luz
da verdade brilha das faces daqueles que
se empenham em consultar. Tal consulta
faz com que as águas vivas fluam nos prados da realidade do homem, que os raios
da glória antiga brilhem sobre ele, e que
a árvore do seu ser seja adornada com
frutos maravilhosos. Os membros que estão consultando, entretanto, deveriam se
comportar com o maior amor, harmonia
e sinceridade uns para com os outros. O
princípio da consulta é um dos elementos
mais fundamentais do edifício divino.
Mesmo em seus afazeres habituais os
membros individuais da sociedade deveriam consultar."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
15.
"Cada um dos amigos deveria louvar em
muito o outro e cada um deveria se considerar como evanescente e como nada na
presença dos outros. Todos os assuntos
deveriam ser consultados na reunião e
qualquer que seja o voto da maioria, este
21
23. deve ser executado. Juro pelo Deus Uno
e verdadeiro, é melhor que todos concordem com uma decisão errada do que um
voto certo se distinga, já que votos únicos
podem ser fontes de dissensão, que conduz à ruína. Enquanto que, se em um caso
eles tomam uma decisão errada, em cem
outros casos eles adotarão decisões corretas, e a concórdia e a unidade são preservadas. Isto compensará toda deficiência e, eventualmente, conduzirá à remediação do erro."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
16.
22
"O propósito da consulta é demonstrar
que pontos de vista de diversos indivíduos
são, certamente, preferíveis aos de uma
única pessoa, da mesma forma que a força
de um grupo de homens é, naturalmente,
maior que a força de um único homem.
Assim, a consulta é aceitável na presença
do Todo-Poderoso, e foi ordenada aos
crentes, para que eles possam deliberar
sobre questões comuns e pessoais bem
como sobre assuntos que são de natureza
geral e universal."
24. Por exemplo, quando um homem tem um
projeto a concretizar, fosse ele consultar
com alguns dos seus irmãos, aquilo que é
apropriado será certamente investigado e
exposto aos seus olhos, e a verdade será
desvendada. Da mesma forma, em um nível mais elevado, fossem as pessoas de
uma vila consultar umas às outras a respeito de seus afazeres, a solução adequada
certamente será revelada. De maneira
idêntica, os membros de cada profissão,
como na indústria, deveriam consultar e
aqueles no comércio deveriam igualmente
consultar sobre questões de negócios. Em
resumo, a consulta é desejável e aceitável
em todas as coisas e a respeito de todas
as questões."
(Citado na carta do Guardião, datada
de 15 de Fevereiro de 1922 à Assembléia Espiritual Nacional da Pérsia)
17.
"A respeito de tua pergunta sobre a consulta de um pai com seu filho ou de um
filho com seu pai, em assuntos de negócio
e comércio; a consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de
23
25. Deus. Tal consulta é, seguramente, aceitável, seja entre pai e filho ou com
outros.
Não há nada melhor do que isso. O homem deve consultar sobre todos os assuntos pois isso o conduzirá aos detalhes
de cada problema e o capacitará a encontrar a solução correta."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
18.
"Os ilustres membros da Assembléia Espiritual deveriam envidar esforços para
que divergências de nenhuma espécie possam ocorrer e, se tais controvérsias surgirem, elas não deveriam chegar ao ponto
de causar conflito, ódio e antagonismo,
que conduzem a ameaças. Quando notardes que se chegou a um ponto onde a inimizade e as ameaças estão prestes a ocorrer, devereis imediatamente adiar a deliberação do assunto até que controvérsias,
disputas e vozes altas desapareçam, e um
momento propício esteja disponível."
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
24
26. 19.
"Resolvei todas as coisas, grandes e pequenas, pela consulta. Sem consulta prévia, não tomeis nenhum passo importante
em vossos próprios assuntos pessoais.
Preocupai-vos uns com os outros. Ajudai
um ao outro em vossos projetos e planos.
Afligi-vos uns com os outros. Não deixai
ninguém em todo o país ficar em necessidade. Favorecei um ao outro até que vos
torneis um único corpo, um e t o d o s . . . "
(De uma Epístola anteriormente não
traduzida)
20.
"Toda reunião que é organizada com o
propósito de unidade e concórdia conduzirá à transformação de estranhos em
amigos, de inimigos em companheiros, e
'Abdu'1-Bahá estará presente em seu coração e alma nessa reunião."
(Tablets of 'Abdu'1-Bahá, pág. 533)
21.
"Nesta causa, a consulta é de importância
vital; mas o que se deseja é deliberação
espiritual e não a mera expressão de pontos de vista pessoais. Na França estive
presente em uma sessão do senado mas a
experiência não me foi impressionante.
25
27. O procedimento parlamentar deveria ter
como seu objetivo alcançar a luz da verdade a respeito das questões apresentadas e não prover uma arena para confronto e opiniões pessoais. O antagonismo e a
contradição são impróprios e sempre destruidores da verdade. Na mencionada reunião parlamentar, contendas e jogos de
palavras inúteis eram freqüentes; o resultado foi principalmente confusão e tumulto; até mesmo em um caso houve uma
agressão física entre dois dos membros.
Não era uma consulta mas sim uma comédia.
"O propósito é o de enfatizar a afirmação
de que a consulta deve ter como seu objetivo a investigação da verdade. Aquele
que expressa uma opinião não deve apresentá-la como certa e correta mas sim estabelecê-la como uma contribuição para o
consenso de opinião; pois a luz da realidade torna-se manifesta quando duas opiniões coincidem. Uma faísca é produzida
quando o fuzil e a pederneira se unem. O
homem deve avaliar as suas opiniões com
a máxima serenidade, calma e tranqüilidade. Antes de expressar suas próprias
opiniões ele deveria cuidadosamente con26
28. siderar as idéias já apresentadas por outros. Se ele perceber que uma opinião previamente expressa é mais verdadeira e
meritória, ele deveria aceitá-la imediatamente e não ficar se atendo teimosamente à sua própria opinião. Através deste
excelente método ele procura alcançar a
unidade e a verdade. A oposição e a divisão são deploráveis. Então seria melhor
obter a opinião de um homem sábio e inteligente; do contrário, a contradição e o
jogo de palavras através dos quais as várias e diversas opiniões são apresentadas
torna necessário que um corpo judicial
tome a decisão final sobre a questão. Até
mesmo uma opinião majoritária ou um
consenso podem ser incorretos. Mil pessoas podem manter uma opinião e estarem erradas enquanto que um único homem sábio pode estar certo. Deste modo
a verdadeira consulta é uma deliberação
espiritual em uma atitude e atmosfera de
amor. Os membros devem se amar uns
aos outros em um espírito de camaradagem de modo que bons resultados possam
se manifestar. O amor e o companheirismo são o alicerce.
27
29. "O mais memorável exemplo de consulta
espiritual foi o encontro dos discípulos de
Jesus Cristo, no monte, após Sua ascensão. Eles disseram 'Sua Santidade Jesus
Cristo foi crucificado e nós não mais temos associação e relacionamento com Ele
em Seu corpo físico; portanto, devemos
ser leais e fiéis a Ele; devemos ser agradecidos e estimá-Lo, pois Ele nos levantou dos mortos, nos fez sábios; Ele nos
deu a vida eterna. O que faremos nós
para sermos fiéis a Ele?' E assim deliberaram. Um deles disse 'Nós temos que
nos desprender das amarras e dos grilhões do mundo; de outra forma não podemos ser fiéis. Os outros responderam
'Assim é'. Outro disse 'Ou casamos e somos fiéis para nossas esposas e crianças,
ou servimos nosso Senhor livres destes
laços. Não podemos estar ocupados com
o cuidado e a provisão de famílias e, ao
mesmo tempo, anunciar o reino em lugares desolados. Portanto, que aqueles ainda solteiros permaneçam assim, e aqueles que já casaram garantam meios de
sustento e conforto para suas famílias e
então saiam e difundam a mensagem das
boas-novas.' Não houve vozes dissidentes;
28
30. todos concordaram dizendo 'Assim é certo.' Um terceiro discípulo disse 'Para realizarmos atos dignos no reino temos que
ser ainda mais abnegados. De agora em
diante deveríamos renunciar tranqüilidade e conforto físico, aceitar toda dificuldade, esquecer o ego e ensinar a Causa
de Deus.' Isto encontrou a aceitação e a
aprovação de todos os demais. Finalmente um quarto discípulo disse 'Há ainda
outro aspecto para nossa fé e unidade.
Por causa de Jesus nós seremos espancados, aprisionados e exilados. Podem nos
matar. Que aprendamos esta lição agora.
Que nos apercebamos e decidamos que
apesar de sermos espancados, banidos e
amaldiçoados, e ainda que cuspam em
nós e nos conduzam à morte, nós aceitaremos tudo isto com alegria, amando
aqueles que nos odeiam e ferem.' Todos
os discípulos responderam 'Certamente
nós o faremos — está combinado; isto é
certo.' Então eles desceram do cume da
montanha e cada qual se foi em uma direção diferente em sua missão divina.
"Esta foi uma verdadeira consulta. Isto foi
deliberação espiritual e não a mera elo29
31. cução de opiniões pessoais em oposição e
debate parlamentar."
(The Promulgation of Universal Peace,
pags. 68-70)
22.
"O primeiro dever dos membros é garantirem sua própria unidade e harmonia, de
forma a obter bons resultados. Se não
houver unidade, ou o Comitê se tornar
causa de desarmonia, sem dúvida alguma
é melhor que ele não e x i s t a . . .
"Portanto, quando a unidade dos membros do Comitê está estabelecida, seu se^
gundo dever é lerem os versículos e orações, para estarem em um estado de comemoração e diligência, para que possam
ver uns aos outros como que na presença
de Deus."
(Star of the West, vol. VIII, N.° 9, pág. 114)
23 o "Então eles (os membros) precisam consultar e deliberar de tal forma que nenhuma discórdia ou desafeiçoamento venham
a ocorrer. Quando reunidos em consulta
cada um deve desfrutar de perfeita liberdade para expor suas opiniões e apresen30
32. tar seus argumentos. Se algum membro o
contradizer, ele não deve se exasperar,
pois se não houver investigação ou verificação dos assuntos, a concórdia não será
descoberta, nem entendida. A luz brilhante que surge do atrito de pensamentos é
a esclarecedora dos fatos."
(Bahá'í World Faith, p. 406).
31
33. III. EXTRATOS DOS ESCRITOS DE
SHOGHI EFFENDI E CARTAS
ESCRITAS EM SEU NOME
24.
"Que também tenhamos em mente que a
nota-chave da Causa de Deus não é autoridade ditatorial, mas, sim, a camaradagem humilde, não o poder arbitrário,
mas o espírito de consulta franca e amorosa. Nada menos do que o espírito de
um verdadeiro bahá'i pode esperar reconciliar os princípios da misericórdia e
da justiça, da liberdade e da submissão,
da santidade do direito do indivíduo e da
abnegação, da vigilância, discreção e prudência por um lado, e da camaradagem,
candor e coragem por outro."
(De uma carta datada de 23 de Fevereiro de 1924 aos Amigos na América,
Bahá'í Administration, pág. 68)
32
34. 25.
"Os deveres daqueles que os amigos elegeram livre e conscienciosamente como
seus representantes não são menos vitais
e compulsórios do que as obrigações daqueles que os escolheram. Sua função não
é ditar, mas sim, consultar, e consultar
não somente entre si mesmos mas, tanto
quanto possível, com os amigos que eles
representam. Devem considerar a si próprios apenas como instrumentos escolhidos para apresentarem a Causa de Deus
de maneira mais eficiente e condigna.
Nunca devem ser levados a supor serem
eles os ornamentos centrais do corpo da
Causa, intrinsecamente superiores aos outros quanto à capacidade ou mérito e os
únicos promotores dos seus ensinamentos
e princípios. Devem aproximar-se de sua
tarefa com humildade extrema e, com
mente aberta, seu alto senso de justiça e
dever, seu candor, sua modéstia, sua inteira devoção ao bem-estar e aos interesses dos amigos, da Causa e da humanidade, esforçar-se para ganhar não só a
confiança e o genuíno apoio e respeito
daqueles a quem servem, mas também sua
estima e verdadeiro afeto. Devem, em
todas as ocasiões, evitar o espírito de ex33
35. clusividade, a atmosfera de segredo, livrar-se de uma atitude dominante, e banir de suas deliberações toda e qualquer
forma de preconceito e paixão. Deveriam,
dentro dos limites da sábia discreção,
confiar nos amigos, participar-lhes seus
planos, compartilhar com eles seus problemas e suas ansiedades e procurar seus
conselhos. E, quando chegam ao ponto de
tomarem certa decisão devem, após consulta desapaixonada, atenciosa e cordial,
volver-se a Deus em oração, e com sinceridade, convicção e coragem manifestar
seu voto e acatar o voto da maioria, que
nosso Mestre nos diz ser a voz da verdade, nunca a ser desafiada e, sim, sempre aplicada completamente. A essa voz
os amigos devem responder de coração,
considerando-a o único meio que pode
assegurar a proteção e o progresso da
Causa."
(De uma carta datada de 23 de Fevereiro de 1924 aos Amigos na América Bahá'í Administration, pág. 64)
26.
34
"Não raras vezes, antes, seguidamente, os
mais humildes, incultos e inexperientes
entre os amigos irão, pela força pura da
36. devoção abnegada e ardente, contribuir
distintiva e memorável parcela para uma
deliberação altamente intrincada em qualquer Assembléia."
(De uma carta datada de 29 de Janeiro de
1925 à Assembléia Espiritual Nacional
dos Bahá'ís dos Estados Unidos e Canadá, Bahá'í Administration, pág. 79)
27.
"Na verdade, sempre foi o acalentado desejo do nosso Mestre, 'Abdu'1-Bahá, que
os amigos em seus conselhos, tanto locais quanto nacionais, obtivessem a unanimidade em todas as coisas através de
sua franqueza, sua honestidade de propósito, sua sinceridade de pensamento e
a meticulosidade em seus debates."
(De uma carta datada de 29 de Janeiro de 1925 à Assembléia Espiritual
Nacional dos Bahá'ís dos Estados Unidos e Canadá, Bahá'í Administration,
pag. 80)
28.
"Com respeito ao comparecimento de certos indivíduos nas reuniões das Assembléias ao convite daquela instituição: isto,
Shoghi Effendi considera como sendo
aconselhamento por peritos, absolutamen-i
35
37. te necessário para a boa administração.
Os membros da Assembléia não são obrigados a conhecer tudo sobre todos os assuntos, assim, podem convidar pessoas
versadas naquele tema para participarem
de suas reuniões e explicar suas considerações. Mas, naturalmente, elas não terão
direito a voto."
(De uma carta datada de 23 de Outubro de 1926 escrita em nome de Shoghi
Effendi à Assembléia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)
29.
"Muitas vezes nos é dito pelo Mestre que
sob tais circunstâncias deveríamos consultar nossos amigos especialmente as Assembléias e procurar a sua orientação.
Seria muito bom se você procurasse esta
orientação e tomasse alguns dos amigos
para confidentes. Possivelmente a vontade de Deus é melhor atingida através da
consulta."
(De uma carta datada de 12 de Novembro de 1930 escrita em nome de
Shoghi Effendi a um crente individual)
30.
36
"Com a consulta apropriada seguramente algum método será encontrado. Não
38. há necessidade de se esperar até que uma
Assembléia seja constituída para começar
a consultar. A opinião de duas almas sinceras é sempre melhor do que a de uma
única."
(De uma carta datada de 16 de Junho
de 1932 escrita em nome de Shoghi
Effendi a um crente individual)
31.
"O princípio da consulta que constitui
uma das leis básicas da Administração,
deveria ser aplicado em todas as atividades bahá'ís que afetem os interesses coletivos da Fé, pois é através da cooperação e do contínuo intercâmbio de opiniões
e idéias que a Causa poderá melhor salvaguardar e promover os seus interesses.
A iniciativa individual, a habilidade e
desenvoltura pessoais, embora indispensáveis, são absolutamente incapazes de atender tão grande tarefa, a menos que sejam
apoiadas e enriquecidas pela sabedoria e
experiências coletivas do grupo."
(De uma carta datada de 30 de Agosto
de 1933 escrita em nome de Shoghi
Effendi a um crente individual)
37
39. 32.
"A consulta, franca e irrestrita, é a pedra
fundamental desta ordem incomparável."
(De uma observação escrita por Shoghi
Effendi em uma carta datada de 18 de
Novembro de 1933 à Assembléia Espiritual Nacional dos Estados Unidos
e Canadá)
33.
"Os crentes deveriam ter confiança nas
instruções e ordens de sua Assembléia,
mesmo que ainda não estejam convencidos de sua justiça ou direito. Uma vez
que a Assembléia, por voto de maioria de
seus membros, chega a uma decisão, os
amigos devem prontamente obedecê-la.
Especialmente aqueles membros dissidentes dentro da Assembléia, cuja opinião é
contrária àquela da maioria de seus companheiros, deveriam dar um bom exemplo diante da comunidade pelo sacrifício
de suas opiniões pessoais a fim de obedecerem o princípio do voto de maioria
que baseia o funcionamento de todas as
Assembléias bahá'ís.
No entanto, antes que a maioria da Assembléia chegue a uma decisão, não apenas é o direito, mas a obrigação sagrada
38
40. de cada membro expressar livre e abertamente suas considerações, sem receio de
desagradar ou indispor qualquer um de
seus companheiros de Assembléia. Tendo
em vista este importante princípio administrativo de franca e aberta consulta, o
Guardião o aconselharia a abandonar o
método de solicitar a outros membros para
expressarem sua opinião e sugestões. Esta
maneira indireta de expor suas opiniões à
Assembléia não apenas cria uma atmosfera de segredo que é extremamente
alheia ao espírito da Causa, mas também
conduziria a muitos mal-entendidos e complicações. Os membros da Assembléia
devem ter a coragem de suas convicções,
mas devem também demonstrar obediência irrestrita e de todo coração ao julgamento bem ponderado e às orientações da
maioria de seus companheiros."
(De uma carta de 28 de Outubro de
1935 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
34.
"Como foi afirmado por 'Abdul'-Bahá, a
centelha da verdade é freqüentemente
acesa e a orientação Divina é revelada
através do choque de opiniões pessoais.
39
41. Os amigos não deveriam, pois, sentir-se
desanimados por causa das diferenças de
opinião que possam prevalecer entre os
membros de uma Assembléia, pois estas,
assim como a experiência já demonstrou
e as palavras do Mestre atestam, desempenham uma valiosa função em todas as
deliberações da Assembléia. Uma vez, porém, que a opinião da maioria tenha sido
estabelecida, todos os membros devem
obedecê-la automaticamente e sem reservas, e executá-la fielmente. Paciência e
auto-disciplina, entretanto, devem sempre
caracterizar as discussões e deliberações
dos representantes eleitos da comunidade
local, e em circunstância alguma devem
ser permitidas discussões infrutíferas e
banais."
(De uma carta datada de 18 de Abril
de 1939 escrita em nome de Shoghi
Effendi a um crente individual)
35.
40
"Em sua última pergunta, a respeito de
casos em que aqueles que seriam necessários à consulta não estão acessíveis e
uma pessoa está indecisa sobre o rumo a
ser tomado em um assunto importante,
você questiona se lhe é permissível recor-
42. rer à prática do 'istikháril' (2), utilizando
o Kitáb-i-Aqdas.
O Guardião declarou que, em tais casos,
o que é necessário e essencial é a pessoa
volver seu coração totalmente a Deus e
implorar ajuda da Fonte de graça e inspiração, e nada mais. Se for possível adiar
a decisão seria preferível e mais adequado
fazê-lo, até que os meios para a consulta
se tornem disponíveis."
(De uma carta datada de 23 de Abril
de 1941 escrita em nome de Shoghi
Effendi a um crente individual, traduzida do persa).
36.
"A solução para desarmonia na Assembléia não pode ser encontrada na renúncia
ou abstinência de qualquer um de seus
membros. Ela deve aprender, apesar de
elementos perturbadores, a continuar funcionando como um todo, pois, do contrário, o sistema inteiro se tornaria desacre-
(2)
Este é um processo de adivinhação, similar ao
que é feito através da bibliomancia, quando um
Livro Sagrado é aberto aleatoriamente e se busca
orientação para o problema que se tenha através
da leitura de trechos do Livro na página aberta.
41
43. ditado pela introdução de exceções à
regra.
Os crentes, amando a Causa sobre todas
as outras coisas e colocando em primeiro
lugar os interesses da mesma, devem estar prontos a suportar as dificuldades
envolvidas, qualquer que seja a sua natureza. Apenas através de tal persistência e auto-sacrifício é que podemos, por
um lado, preservar intactas nossas divinas instituições e, por outro, forçar-inos
a nos tornarmos mais nobres e melhores
instrumentos para servir esta gloriosa
Fé."
(De uma carta data de 20 de Novembro de 1941 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
37.
42
"As perguntas que você faz em sua carta sobre guia individual, pode-se dizer,
têm dois aspectos. É bom que as pessoas
se volvam a Deus e implorem Sua ajuda
na solução de seus problemas e na guia
de seus atos, mesmo durante todos os
dias de suas vidas, se sentirem o desejo
de o fazer. Mas eles de forma alguma
podem impor aquilo que eles sentem ser
a guia para si mesmos a ninguém mais,
44. muito menos às Assembléias e aos Comitês, já que Bahá'u'lláh expressamente
estabeleceu a lei da consulta e jamais
indicou que qualquer outra coisa a substituísse."
(De uma carta datada de 25 de Janeiro de 1943 escrita em nome de
Shoghi Effendi a um crente individual)
38.
"O Guardião lhe aconselha a procurar
outros médicos e seguir o voto da maioria." (3)
(De uma carta datada de 14 de Fevereiro de 1945 escrita em nome de
Shoghi Effendi a um crente individual, traduzida do persa)
39.
"Você salientou que em corpos consultivos pode algumas vezes acontecer que,
em dado caso, a opinião de um dos membros é melhor e tem maior mérito do
que a dos demais, mas esses membros
(3)
Este conselho foi dado pelo Guardião quando um
inquiridor buscou o seu parecer, já que um médico
tinha a opinião de que uma operação era necessária, enquanto outro médico não considerava tal
operação indispensável.
43
45. não estão preparados para aceitar tal opinião. O Guardião afirmou que é necessário e imperativo consultar francamente e com motivos puros antes de chegar
a uma decisão. Uma vez que a decisão é
tomada, cabe a todos seguirem a opinião
da maioria, apoiá-la e colocá-la em ação,
mesmo que a decisão seja errada."
(De uma carta
neiro de 1946
Shoghi Effendi
dual, traduzida
40.
datada de 12 de Jaescrita em nome de
a um crente individo persa)
"Todos temos direito a nossas próprias
opiniões, pois, estamos fadados a pensar
de modo diferente; mas um bahá'í deve
aceitar a decisão da maioria de sua Assembléia, compreendendo que a aceitação e a harmonia — mesmo que se tenha
feito um erro — são as coisas realmente
importantes e quando nós servimos a
Causa devidamente do modo bahá'í, Deus,
no fim, corrigirá quaisquer erros cometidos."
(De uma carta datada de 19 de Outubro de 1947 escrita em nome de
Shoghi Effendi a um crente individual)
44
46. 41.
"Os bahá'ís não são obrigados a votar
contra sua consciência numa Assembléia.
É melhor que se submetam à opinião da
maioria e a tornem unânime. Mas não
são forçados a isso. O que têm de fazer,
porém, é aquiescer à decisão da maioria,
pois isso é o que se torna efetivo. Não
devem andar dizendo que discordaram da
maioria e assim debilitarem a Assembléia.
Em outras palavras, incumbe-lhes colocar a Causa em primeiro lugar e não
suas próprias opiniões. Ele (um membro
de uma Assembléia Espiritual) pode pedir
à Assembléia que reconsidere um assunto,
mas não tem direito de forçá-la ou de
criar desarmonia porque não concedem.
Votos unânimes são preferíveis, mas certamente não podem ser impostos por métodos artificiais como os que são usados
por outras sociedades."
(De uma carta datada de 19 de Outubro de 1947 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
42.
"Os bahá'ís devem aprender a esquecer
personalidades e a superar o desejo — tão
natural nas pessoas — de tomar partidos
45
47. e defendê-los. Eles devem também realmente aprender a fazer uso do grande
princípio da consulta."
(De uma carta datada de 30 de Junho
de 1949 escrita em nome de Shoghi
Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Alemanha e Áustria)
43.
"Não existem votos dissidentes na Causa.
Quando a maioria de uma Assembléia decide um assunto, nos é dito pelo Mestre,
que a minoria deve aceitar a decisão. Insistir em ter registrado um voto dissidente
não é bom e não leva a nenhum fim construtivo."
(De uma carta datada de 19 de Março
de 1950 escrita em nome de Shoghi
Effendi a um crente individual)
44.
46
"O Guardião lamenta que, à luz das declarações do Mestre de que as deliberações das Assembléias deveriam ser secretas e confidenciais, não é permissível ter
um não-membro da Assembléia na reunião da Assembléia Espiritual Nacional...
Assuntos altamente pessoais, relativos à
48. reputação e felicidade de outras pessoas,
são freqüentemente tratados pelas Assembléias Nacionais e o perigo de se trair
a confidencialidade já é suficientemente
grande com os nove representantes escolhidos de toda a comunidade, quanto mais
introduzindo membros que não são da
Assembléia. Tudo o que vocês têm a fazer
é fazer as suas atas um pouco mais compactas e sacrificar, se necessário, uma
certa dose de eficiência de modo a obedecer este princípio tão importante." (4)
(De uma carta datada de 5 de Julho
de 1950 escrita em nome de Shoghi
Effendi à Assembléia Espiritual Nacional dos Estados Unidos)
(4)
Esta recomendação foi dada pelo Guardião em
resposta a uma solicitação da Assembléia Espiritual Nacional em ter um não-membro presente
durante as suas deliberações para tomar notas e
fazer as atas das decisões da Assembléia. Isto não
contradiz com a orientação dada no trecho número 28 desta compilação.
47
49. IV — MENSAGENS DA CASA
UNIVERSAL DE JUSTIÇA
45.
"Apesar de que as Assembléias Espirituais Locais são as principais responsáveis pelo aconselhamento dos crentes no
tocante a problemas pessoais, pode haver
ocasiões quando, no julgamento da Assembléia Nacional ou Local, seria preferível designar deveres de aconselhamento
e orientação a indivíduos ou comitês. Isto
fica à discrição da Assembléia."
(De uma carta datada de 27 de Março
de 1966 à Assembléia Espiritual Nacional da Bolívia).
46.
48
"É importante compreender que o espírito
da consulta bahá'í é muito diferente daquele corrente nos processos de decisão
de entidades não-bahá'ís.
50. O ideal da consulta bahá'í é de se alcançar uma decisão unânime. Quando isto
não é possível uma votação deve ser executada. Nas palavras do amado Guardião:
' . . . quando eles chegam ao ponto de tomarem certa decisão, eles devem, após
consulta desapaixonada, ansiosa e cordial,
volver-se a Deus em oração e} com sinceridade, convicção e coragem manifestar
seu voto e acatar a voz da maioria, a qual
o nosso Mestre nos diz ser a Voz da Verdade, nunca a ser desafiada e, sim, sempre aplicada completamente.
Assim que uma decisão é tomada, ela se
torna a decisão de toda a Assembléia, não
apenas daqueles membros que se encontram na maioria.
Quando se propõe colocar uma matéria
em votação, um membro da Assembléia
pode sentir que há fatos e opiniões adicionais que devem ser buscados antes de
ele poder tomar sua decisão e votar inteligentemente a proposição. Ele deveria
expressar este sentimento para a Assembléia e cabe à Assembléia decidir se mais
consulta é ou não necessária antes da
votação.
49
51. Sempre que é decidido votar uma proposição, tudo o que se faz necessário é
verificar quantos dos membros estão a
favor dela; se forem a maioria dos presentes, a moção é aprovada; se for uma
minoria, a moção é rejeitada. Assim, toda
a questão da 'abstenção' não surge na votação bahá'í. Um membro que não vota
a favor de uma proposição está, na verdade, votando contra ela, mesmo que
naquele momento ele próprio sinta não
ter ainda podido tomar uma decisão sobre
o assunto."
(De uma carta datada de 6 de Março
de 1970 à Assembléia Espiritual Nacional do Canadá)
47.
"Sua carta de 14 de fevereiro de 1973
questionando sobre os usos da consulta
bahá'í foi recebida."
Este é, sem dúvidas, um assunto no qual
a rigidez deveria ser evitada.
"Quando um crente tem um problema
sobre o qual deve tomar uma decisão, ele
tem várias opções a sua disposição. Se for
um assunto que afeta os interesses da Fé
ele deveria consultar com a Assembléia ou
50
52. comitê adequados, mas os indivíduos têm
muitos problemas que são puramente pessoais e não há qualquer obrigação imposta
a eles para levarem estes problemas às
instituições da Fé; na verdade, quando
as necessidades do trabalho de ensino são
de tal urgência é melhor que os amigos
não sobrecarreguem suas Assembléias com
problemas pessoais que eles podem solucionar por si mesmos."
"Um bahá'í que tem um problema pode
desejar tomar sua própria decisão a respeito dele depois de orar e após pesar todos os aspectos do mesmo em sua própria
mente; ele pode preferir buscar o conselho de amigos individuais ou de conselheiros profissionais, tais como seu médico
ou advogado, de tal forma que ele possa
considerar tais conselhos quando tomar
sua decisão; ou em um caso quando várias
pessoas estão envolvidas, como numa situação familiar, ele pode desejar reunir
aqueles que são afetados para que possam
chegar a uma decisão coletiva. Também
não há qualquer objeção ao fato de um
bahá'í pedir a um grupo de pessoas para
consultarem sobre um problema enfrentado por ele."
51
53. "Deveria se ter em mente que toda consulta tem como finalidade chegar a uma
solução para um problema e é bem diferente das atividades do tipo desnudamento da alma em grupo, que são populares
em alguns círculos nos dias atuais e que
beiram o tipo de confissão que é proibido
na Fé. Sobre o assunto de confissão, a
secretária do Guardião escreveu em seu
nome a um crente individual: 'Estamos
proibidos de confessar a qualquer pessoa
nossos pecados e faltas, como os católicos
fazem a seus sacerdotes, bem como de
fazê-lo em público, como algumas seitas
religiosas fazem. No entanto, se nós expontaneamente desejamos reconhecer que
erramos em algo, ou que temos alguma
falha de caráter, e pedir as desculpas ou
o perdão de outra pessoa, estamos plenamente livres para assim proceder. O Guardião deseja destacar, entretanto, que não
somos obrigados a fazê-lo. Isto repousa
inteiramente na decisão do indivíduo."
(De uma carta datada de 19 de Março
de 1973 à Assembléia Espiritual Nacional do Canadá)
52
54. 48.
"A passagem que você cita (5) no segundo parágrafo de sua carta é retirada de
uma Epístola de 'Abdu'1-Bahá que foi dirigida por ele aos amigos em Teerã na
ocasião em que, sem o conhecimento e a
permissão da Assembléia Espiritual e contra as leis governamentais, um dos amigos empreendeu a impressão do Kitáb-iAqdas. As instruções de 'Abdu'1-Bahá que
você cita foram emitidas naquela ocasião
e naquele contexto."
"A Casa Universal de Justiça indicou que
quando Shoghi Effendi enumera as funções da Assembléia Espiritual Local em
Bahá'í Administration', página 37, ele indica que os assuntos locais a serem referidos à Assembléia Espiritual Local são
aqueles que dizem respeito à Causa. Isto
não significa, é claro, que problemas pessoais não possam ser encaminhados às
Assembléias bahá'ís. A Assembléia Espiritual Local, no entanto, não é a única
instituição ou o único meio ao qual os
amigos podem recorrer para consulta em
assuntos pessoais. Tal consulta poderia
ser mantida com membros da família,
(5) Trata-se do texto número 8 desta compilação.
53
55. com amigos ou com especialistas. Por
exemplo, em uma de Suas Epístolas,
'Abdu'1-Bahá contempla a possibilidade
de que especialistas em uma profissão
consultem em conjunto."
(De uma carta datada de 8 de Abril
de 1975 a um crente individual)
58. A. Admoestações de Bahá'u'íláh e Abdu'1-Bahá
"Os que disputam, levados por seus próprios
desejos estão, de fato envolvidos num véu
palpável."
Bahá'u'lláh (Padrão de Vida Bahá'í, pág. 34)
"O Credo de Deus é para amor e união; não
o torneis motivo de discórdia e desunião... Ele
interditou a disputa e a contenda com uma
proibição absoluta.
"Nada há, neste Dia, que possa infligir maior
prejuízo a esta Causa do que a dissenção e a
contenda, o afastamento e a apatia entre os
amados de Deus."
Bahá'u'lláh (Padrão de Vida Bahá'í, pág. 35)
"Uma língua bondosa é o ímã dos corações dos
homens. É o pão do Espírito, veste as palavras
57
59. com significado; é a fonte da luz da sabedoria
e compreensão."
BaháVlláh (Padrão de Vida Bahá'í, pág. 42)
"A língua é um fogo latente e o excesso de
fala, veneno mortal."
Bahá'u'lláh (Padrão de Vida Bahá'í, pág. 45)
"Ó vós amigos de Deus! Acautelai-vos! Acautelai-vos com as divergências! Por causa de divergências o Templo de Deus é arrasado até o
próprio fundamento e pelos sopros dos ventos
da discórdia a Bendita Árvore é impedida de
produzir qualquer fruto. Pelo frio intenso da
diversidade de opiniões, o roseiral da unidade
definha-se e o fogo do amor de Deus se extingue.
Abdu'1-Bahá (Padrão de Vida Bahá'í, pág. 35)
"Acautelai-vos! Acautelai-vos para que não
ofendais a nenhum coração!
"Acautelai-vos! Acautelai-vos
magoeis a nenhuma alma!
para que não
"Acautelai-vos! Acautelai-vos para que a pessoa alguma trateis de um modo pouco bondoso'
58
60. "Acautelai-vos! Acautelai-vos a fim de que não
sejais causa de desespero para nenhum ser!
"Se alguém se tornasse causa de tristeza para
algum coração, ou de desânimo para qualquer
alma, melhor seria que se escondesse nas ínfimas profundidades da terra do que sobre ela
andasse."
'Abdu'1-Bahá
(Bahá'u'lláh e a Nova Era, pág. 70)
59
61. B. O que observar durante uma consulta?
— unanimidade
— pureza de motivo
— radiância de espírito
— desprendimento
— atração às Fragrâncias Divinas
— humildade ante os demais
— submissão ante os demais
— paciência
— resignação
— servitude
— perfeito amor
— perfeita harmonia
— manifestar em si a Unidade de Deus
— pedir auxílio em oração
— devoção ao expressar suas opiniões
— cortesia ao expressar suas opiniões
— dignidade ao expressar suas opiniões
— cuidado ao expressar suas opiniões
— moderação ao expressar suas opiniões
60
62. expressar seus pensamentos com toda
liberdade
sinceridade
consideração para com o próximo
considerar-se evanescente
considerar-se como um simples nada
lançar a idéia como uma contribuição
para o consenso
pesar suas opiniões com sinceridade
pesar suas opiniões com calma
pesar suas opiniões com compostura
considerar cuidadosamente as idéias já
apresentadas
aceitar imediatamente opiniões mais
verdadeiras
aceitar imediatamente opiniões mais
meritórias
amor recíproco em espírito de camaradagem
companheirismo
garantir a unidade dos membros
ler versículos e orações para estar em
estado de comemoração e diligência
deliberar desapaixonadamente
• deliberar
deliberar
• expressar
• expressar
com anelo
com cordialidade
seu voto com ardor
seu voto com convicção
61
63. —
—
—
—
—
—
—
—
—
62
expressar seu voto com coragem
aquiescer à voz da maioria
expressar suas opiniões abertamente
ter a coragem de suas convicções
demonstrar obediência irrestrita à opinião da maioria
controle
persistência nas dificuldades
auto-sacrifício
adiar a deliberação quando surge conflito
64. C. O que evitar durante uma consulta?
— banir completamente a desunião
— não expressar sua opinião como sendo
a única correta e justa
— não agarrar-se teimosamente às suas
opiniões
— desarmonia
— não ter receio de desagradar com sua
opinião
— não ter receio de indispor alguém com
sua opinião
— não usar subterfúgios e formas indiretas para expressar a opinião
— renúncia
— abstinência
— surgimento de rancor
— surgimento de discórdia
— não insistir em suas opiniões
— surgimento de disputa
— menosprezar o pensamento de outrem
— o menor traço de desavença
63