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NO LIMIAR DA

PAZ

Uma Compilação das Escrituras Bahá'ís sobre a Paz
NO LIMIAR DA

PAZ
NO LIMIAR DA

PAZ
Compilado pelo Departamento de Pesquisa da
Casa Universal de Justiça

1987
EDITORA BAHÁ'Í
© Copyright
Assembléia Espiritual Nacional dos
Bahá'ís do Brasil
Rio de Janeiro — RJ
Tradução dos textos ainda não publicados em português:
Foad Shaikhzadeh
Revisor: Washington Araújo
Capa: Flávia Sales
1986 — Ano Internacional da Paz (ONU)
Editora Bahá'í
R. Eng. Gama Lobo, 267
20551 — Rio de Janeiro — RJ
EXTRATOS DOS ESCRITOS DE
BAHÁULLÁH
Este é o Dia em que mais excelentes favores de Deus manaram sobre os homens, o
Dia em que Sua graça suprema se infundiu
em todas as coisas criadas. Todos os povos do
mundo devem reconciliar suas diferenças e,
em paz e união perfeitas, se abrigar à sombra da Árvore de Seu cuidado e Sua benevolência. É mister aderirem a tudo o que, neste Dia, lhes possa elevar a condição e promover os melhores interesses.
(Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh",
pág. 17)

O desígnio de Deus em enviar Seus Profetas aos homens é duplo. O primeiro é livrar
da escuridão da ignorância os filhos dos ho-
mens, e guiá-los à luz da verdadeira compreensão. O segundo é assegurar a paz e tranqüilidade do gênero humano provendo todos
os meios pelos quais podem ser estabelecidas.
("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh",
págs. 58/59)

Ó vós que habitais na terra! A feição distintiva que assinala o preeminente caráter
desta Revelação Suprema consiste em havermos. .. estabelecido os requisitos essenciais
da concórdia, da compreensão, da união completa e duradoura. Bem aventurados aqueles
que guardam Meus estatutos.
("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh'',
pág. 69)

O Grande Ser, desejando revelar os requisitos da paz e tranqüilidade do mundo e
do progresso de seus povos, escreveu: Há de
vir o tempo em que se compreenda universalmente a necessidade imperiosa de se convocar uma vasta assembléia de homens — assembléia essa que a todos abranja. Os go-
vernantes e reis da terra devem forçosamente
assisti-la e participando de suas deliberações, considerar tais meios e métodos que possam lançar entre os homens os alicerces da
Grande Paz no mundo. Tal paz exige que as
Grandes Potências resolvam, para a tranqüilidade dos povos da terra, reconciliar-se
plenamente entre si. Se algum rei empregar
armas contra outro, todos unidos deverão levantar-se e impedi-lo. Se isto for feito, as nações do mundo não mais precisarão de armamentos, exceto a fim de preservar a segurança de seus domínios e manter a ordem interna dentro de seus territórios. Isto assegurará a paz e sossego de cada povo, governo e
nação. Esperaríamos que os reis e governantes da terra, espelhos que são do benévolo e
onipotente nome de Deus, possam atingir este grau e proteger a humanidade contra a investida da tirania... Aproxima-se o dia em
que todos os povos do mundo terão adotado
um idioma universal e uma escrita comum.
Quando isto for realizado, não importa a que
cidade um homem possa viajar, será como se
estivesse entrando em sua própria casa. Estas coisas são obrigatórias e absolutamente
essenciais. Incumbe a todo homem de percepção e compreensão esforçar-se por traduzir para a realidade e ação aquilo que foi es-
crito... É homem, verdadeiramente, quem
hoje se dedica ao serviço da humanidade inteira. Diz o Grande Ser: Bem-aventurado e
feliz é aquele que se levanta para promover
os melhores interesses dos povos e raças da
terra. Em outra passagem, Ele proclamou:
Que não se vanglorie quem ama seu próprio
país, mas sim, quem; ama o mundo inteiro.
A terra é um só país, e o gênero humano, seus
cidadãos.
("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh",
pág. 158)

Ó vós governantes da terra! Por que anuviastes o esplendor do Sol e o impedistes de
se irradiar? Escutai o conselho que vos foi dado pela Pena do Altíssimo, para que talvez
tanto vós como os pobres, possam atingir
tranqüilidade e paz. Suplicamos a Deus que
ajude os reis da terra a estabelecerem nessa
terra, a paz. Ele, verdadeiramente, faz o que
deseja.
Ó reis da terra! Nós vos vemos aumentardes, todos os anos, vossos gastos, cujo peso pondes sobre vossos súditos. Isso, em verdade, é flagrante e inteiramente injusto. TeS
mei os suspiros e as lágrimas deste Injuriado e não ponhais encargos excessivos sobre
vossos povos. Não lhes roubeis a fim de erguerdes palácios para vós; não, antes, escolhei para eles o que escolheis para vós mesmos. Assim desdobramos ante vossos olhos o
que vos é proveitoso — se apenas o percebesseis. Vossos povos são vossos tesouros. Acautelai-vos para que vosso governo não viole os
mandamentos de Deus, e não entregueis vossos tutelados às mãos do ladrão. Por eles é
que governais, por meio deles subsistis, pela
sua ajuda ganhais vossas vitórias. No entanto, com que desdém olhais para eles! Que estranho, muito estranho!
Agora que recusastes a Paz Maior, segurai-vos a essa, a Paz Menor, a fim de que talvez possais melhorar em algum grau vossa
própria condição e a daqueles que de vós dependem .
Ó governantes da terra! Sede reconciliados entre vós, para que não mais necessiteis
de armamentos, salvo na medida precisa a
fim de proteger vossos territórios e domínios.
Guardai-vos de desatender o conselho do
Onisciente, do Fiel.
Uni-vos, ó reis da terra, pois assim a tempestade da discórdia se aquietará entre vós
e vosso povo encontrará sossego — se sois dos
que compreendem. Se alguém dentre vós lançar mão de armas contra outro, levantai-vos
todos contra ele, pois isso nada mais é que
justiça manifesta.
("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh",
págs. 160/161)

O bem-estar da humanidade, sua paz e
segurança, são irrealizáveis, a não ser que primeiro, se estabeleça firmemente sua unidade.
E essa unidade jamais será atingida enquanto se deixar de atender aos conselhos que a
Pena do Altíssimo revelou.
("Seleção dos Escritos de
pág. 180)

Bahá'u'lláh",

Oramos a Deus — exaltada seja Sua Glória — e nutrimos a esperança de que Ele possa benevolamente ajudar as manifestações de
afluência e poder e os alvoreceres da soberania e glória, os reis da terra — que Deus
possa, auxiliá-los através de Sua graça fortalecedora — a estabelecer a Paz Menor. Isto,
em verdade, é o maior de todos os meios para
10
assegurar a tranqüilidade das nações. Incumbe aos Soberanos do mundo — que Deus
os ajude — manterem-se firmemente unidos
a esta Paz, a qual é o principal instrumento
para a proteção de toda a humanidade. É
nossa esperança que eles se levantem para
obter aquilo que conduz ao bem-estar do homem. É dever deles convocarem uma vasta
assembléia, onde eles próprios ou os seus ministros estarão presentes, e decidirão quaisquer medidas que sejam necessárias para se
estabelecer a unidade e concórdia entre os homens. Eles devem abandonar as armas de
guerra, e se dirigirem para os instrumentos
da reconstrução universal. Caso um rei venha a se levantar contra qualquer outro, todos os outros reis devem se levantar para detê-lo. Então armas e armamentos não serão
mais necessários, além daqueles necessários
para se garantir a segurança de seus respectivos países. Se eles obterem esta suprema
bênção, os povos de cada nação com tranqüilidade e alegria, executarão seus próprios deveres, e os gemidos e lamentos da maioria dos
homens serão silenciados. Nós suplicamos a
Deus que os ajude a fazer a Sua vontade e
prazer. Verdadeiramente, Ele é o Senhor do
trono na terra e no céu, e o Senhor deste
mundo e do vindouro.
11
Seria preferível e mais adequado que os
próprios mui honrados reis presenciassem tal
assembléia, e proclamassem os seus éditos.
Qualquer rei que se levante para executar esta tarefa, verdadeiramente será, aos olhos de
Deus, a cinosura de todos os reis. Feliz é Ele,
e grande é sua bem-aventurança!
("Epístola ao Filho do Lobo")

A sexta Boa-Nova é a realização da Paz
Menor, da qual os detalhes foram anteriormente revelados por Nossa Mais Exaltada Pena. Grande é a bem-aventurança daquele que
a sustenta e que observa qualquer coisa que
tenha sido ordenada por Deus, o Onisciente,
o Sapientíssimo.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 31)

Em todos os assuntos a moderação é desejável. Se uma coisa for levada ao excesso
provará ser fonte de mal. Consideremos a civilização do Ocidente, quanto tem agitado e
alarmado os povos do mundo. Inventou-se
uma máquina infernal que se tem mostrado
12
ser arma de destruição tão cruel como jamais
se viu outra semelhante, nem se ouviu falar em outra igual. A fim de efetivarem sua
purificação de corrupções tão profundamente
arraigadas e sobrepuj antes, os povos do mundo deverão se unir em seus esforços por atingirem um objetivo comum e abraçarem uma
fé universal. Inclinai vossos ouvidos ao Chamado deste Ser Oprimido e aderi firmemente à Paz Menor.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 80)

Primeiro: Incumbe aos ministros da Casa de Justiça promoverem a Paz Menor, de
modo que o povo da Terra seja aliviado do
peso de desembolsos exorbitantes. Esse assunto é imperativo e absolutamente essencial,
desde que hostilidade e conflito são a origem
da aflição e das calamidades.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 102)

Na abundância de Nossa graça e benevolência, temos revelado especialmente para os
governantes e ministros do mundo aquilo que
13
conduz à segurança e proteção, à tranqüilidade e paz; talvez possam os filhos dos homens ser protegidos dos males da opressão.
Ele, em verdade, é Quem protege, ampara e
concede vitória. Incumbe aos homens da Casa de Justiça, instituída por Deus, fixarem o
olhar, dia e noite, naquilo que irradiou da
Pena da Glória para o ensino dos povos, a edificação das nações, e a fim de proteger o homem e lhe salvaguardar a honra.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 138)

Os que possuem riqueza e são investidos
de autoridade e poder devem mostrar a mais
profunda consideração para com a religião.
Em verdade, a religião é uma luz radiante e
uma inexpugnável cidadela para a proteção
e o bem-estar dos povos do mundo, pois o temor a Deus impele o homem a segurar-se
àquilo que é bom e a evitar todo o mal. Se
a lâmpada da religião se obscurecesse, caos
e confusão sucederiam e as luzes da eqüidade e justiça, da tranqüilidade e paz, deixariam de brilhar. Disso dará testemunho todo homem de verdadeira compreensão.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 139)
14
Temos ordenado a todo gênero humano
que estabelecesse a Paz Menor — o mais seguro de todos os meios para a proteção da
humanidade. De comum acordo, devem os soberanos do mundo a isso assegurar, pois é o
instrumento supremo que pode garantir a
segurança e o bem-estar de todos os povos
e nações. São eles, realmente, as manifestações do poder de Deus e os alvoreceres de
Sua autoridade. Suplicamos ao Todo-Poderoso que benevolamente os ajude naquilo que
conduza ao bem-estar de seus súditos. Uma
explicação completa desse assunto foi dada
anteriormente pela Pena de Glória; felizes
aqueles que agem desta maneira.
("Epístolas de Bahá'ulláh", pág. 139)

O objetivo da religião, assim como é revelado do céu da santa Vontade de Deus, é
estabelecer unidade e concórdia entre os povos do mundo; não a façais a causa de dissensão e contendas. A religião de Deus e Sua
lei divina são os mais poderosos instrumentos e os mais seguros de todos os meios para o alvorecer da luz da unidade entre os homens. O progresso do mundo, o desenvolvi15
mento das nações, a tranqüilidade dos povos,
e a paz de todos os que habitam na terra, figuram entre os princípios e preceitos de
Deus. A religião confere ao homem a mais
preciosa de todas as dádivas*, oferece o cálice da prosperidade, concede a vida eterna e
sobre a humanidade faz manarem benefícios
imperecíveis. Cumpre aos dirigentes e gover
nantes do mundo e, em especial, aos Membros da Casa de Justiça instituída por Deus,
envidarem os máximos esforços para salvaguardar a posição da religião, lhe promover
os interesses e exaltar o prestígio aos olhos
do mundo. De modo igual lhes incumbe informarem-se das condições de seus súditos e
se familiarizarem com os interesses e as atividades das diversas comunidades em seus
domínios. Apelamos para as manifestações
do poder de Deus — os soberanos e governantes na terra para que se esforcem e tudo
a seu alcance façam, a fim de que, porventura,, possam banir deste mundo a dissensão
e iluminá-lo com a luz da concórdia.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", págs. 143/
144)

16
Nossa esperança é que os dirigentes religiosos e os governantes do mundo se levantem, unidos, para a reforma desta era, e a
reabilitação de seus destinos. Que eles, depois de meditarem sobre aquilo que isso exige, consultem em conjunto, e mediante plena e assídua deliberação, administrem a um
mundo enfermo, penosamente aflito, o remédio que necessita.
Diz o Grande Ser: O céu da sabedoria
divina recebe a luz de dois luminares: a consulta e a compreensão. Consultai-vos em todos os assuntos, pois a consulta é a lâmpada
que guia, que mostra o caminho e confere
compreensão.
("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 197)

Deliberai em conjunto, considerando somente aquilo que possa trazer benefício ao
homem e lhe melhorar a condição... Vede o
mundo como o corpo humano, o qual, embora fosse criado íntegro e perfeito, foi por várias causas vítima de doenças e males graves.
Nem por um só dia teve repouso; antes, suas
enfermidades tornaram-se mais severas, desde quando foi tratado por médicos inábeis,
17
que se deixaram levar pelos seus desejos mundanos e erraram gravemente. E se em algum tempo, através dos cuidados de um médico perito, um membro desse corpo foi curado, os outros continuaram aflitos como antes. Assim vos informa o Onisciente, o Sábio... Aquilo que o Senhor tem ordenado como o remédio soberano e o mais poderoso instrumento para a cura de todo o mundo é a
união de todos os seus povos em uma Causa
universal, uma Fé comum. Isto não pode, de
modo algum, ser alcançado, a não ser através de um médico capaz, inspirado e todo poderoso. Isto é verdadeiramente o certo, e tudo o mais é o erro...
Considerai estes dias nos quais a Antiga
Beleza, Aquele que é o Maior Nome, foi enviado para regenerar e unir a humanidade. Observai como com espadas desembainhadas
eles se levantaram contra Ele, e cometeram
aquilo que fez o Espírito Fiel tremer. E sempre que nós lhes dissemos; "Eis que o Reformador do Mundo já veio", eles nos responderam: "Ele é em verdade, um dos causadores
de discórdia".
(Trechos da Epístola, à Rainha Vitória,
"The World Order of Bahá'u'lláh" — A
Ordem Mundial de Bahá'u'lláh).
18
EXTRATOS DAS PALAVRAS DE
BAHAULIAH
Louvado seja Deus por teres atingido...
Vieste ver um prisioneiro e exilado... Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das
nações; não obstante, consideram-nos provocadores de luta e sedição, dignos de cativeiros e exílio... Que todas as nações se unam
em uma mesma fé e todos os homens se tornem irmãos; que os laços de unidade e afeição entre os filhos dos homens sejam fortalecidos; que cesse a diversidade de religião, e
as diferenças de raça sejam anuladas — que
mal há nisso?... E assim há de ser; essas lutas infrutíferas, essas guerras arruinadoras
hão de passar e a "Paz Máxima" há de vir...
Vós na Europa não precisais disso também?
Não foi o que Cristo predisse?... Vemos entretanto, vossos reis e governantes gastarem
os tesouros mais livremente com os meios da
19
destruição da humanidade, do que com aquilo que lhe pudesse proporcionar felicidade...
Essas lutas, carnificinas e discórdias devem
cessar, e todos os homens serem como uma família. .. Que o homem não se vanglorie pelo
amor à sua espécie..."
(Palavras proferidas a E. G. Browne, da
sua descrição de Bahá'ulláh, "Bahá'u'
lláh e a Nova Era", pág. 44)

20
EXTRATOS DOS ESCRITOS DE
ABDUL-BAHÁ
Sabe tu que todos os poderes conjugados
são impotentes para estabelecer a paz universal e tampouco têm o poder de resistir ao
domínio subjugador e ininterrupto dessas
guerras infindas. Em breve, todavia, haverá
o poder do céu, o domínio do Espírito Santo,
de hastear nos elevados pináculos os estandartes do amor e da paz, que sobre os castelos de majestade e poder tremularão ao sabor
dos ventos impetuosos emanados da terna
mercê de Deus.
("Seleção dos Escritos de <Abdu'l-Bahá">
texto n.° 146)

Tem tu certeza de que, nesta era do espírito, o Reino da Paz içará seu tabernaculo
21
nos píncaros do mundo, e os mandamentos
do Príncipe da Paz tanto dominarão as artérias e nervos de cada pessoa, que atrairão
todas as nações da, Terra ao abrigo de Sua
sombra. É dos mananciais de amor, da verdade e da unidade que o verdadeiro Pastor
dará de beber às Suas ovelhas.
Ó servo de Deus! A paz tem de ser, primeiro, estabelecida entre indivíduos, até resultar, afinal, na paz entre as nações. Conseqüentemente, ó vós bahá'ís, lutai com todas as vossas energias para criardes, mediante o poder do Verbo de Deus, amor genuíno,
comunhão espiritual e laços duradouros entre as pessoas. Eis a vossa tarefa.
("Seleção dos Escritos de 'Abdu'1-Bahá",
texto n9 201)

Presentemente, a paz universal é uma
questão de grande importância, todavia, para que se torne seguro seu alicerce, firme
seu estabelecimento e robusto seu edifício, a
unidade de consciência é essencial.
Destarte, há cinqüenta anos, Bahá'u'lláh
esclareceu esse assunto — a paz universal —
num tempo em que se encontrava confinado
22
na fortaleza de 'Akká', vítima de iniqüidade
e mantido cativo...
Entre Seus ensinamentos figurava a proclamação da paz universal... os princípios
de Bahá'u'lláh não se limitavam ao estabelecimento da paz universal, compreendiam
muitos preceitos que suplementavam e sustentavam o da paz universal...
Em suma, tais ensinamentos são numerosos. Esses múltiplos princípios, que constituem a maior base para a felicidade da humanidade e incluem-se entre as dádivas do
Misericordioso, têm de ser adicionados à
questão da paz universal, e com esta combinados, a fim de se obter resultados. Do contrário difícil é a concretização da paz universal no mundo se tomada isoladamente. Os
ensinamentos de Bahá'u'lláh combinados
com a paz universal, assemelham-se a uma
mesa provida de toda espécie de alimentos deliciosos. Toda alma pode encontrar, nessa mesa de generosidade infinita, o que deseja.
Restringindo-se a questão à paz universal de
per si, os notáveis resultados esperados
não serão atingidos. O escopo da paz
universal deve ser tal que todas* as comunidades e religiões nela vejam a realização de
sua mais elevada aspiração. Os preceitos de
Bahá'u'lláh são tais que todas as comunida23
des do mundo, quer religiosas, políticas ou
éticas, quer antigas ou modernas, neles encontrem a expressão de sua mais alta esperança . . .
Consideremos, por exemplo, a questão da
paz universal, acerca da qual Bahá'ulláh
afirma ser imperioso o estabelecimento do
Supremo Tribunal; conquanto já tenha sido
instituída, a Liga das Nações é incapaz de estabelecer a paz universal. O Supremo Tribunal que Bahá'u'lláh descreveu, porém, levará a cabo essa tarefa sagrada com a máxima pujança e poder. Eis o Seu plano: as Assembléias Nacionais, de cada país e nação —
ou seja os parlamentos — devem eleger duas
ou três pessoas que sejam as mais excelentes
da nação — homens que estejam bem informados no que concerne às leis internacionais
e às relações entre os governos e conscientes
das necessidades essenciais do mundo atual.
O número desses representantes deve ser proporcional à população de cada país. A eleição dessas almas escolhidas pela Assembléia
Nacional, isto é, pelo Parlamento, tem de ser
confirmada pela Câmara Alta, pelo Congresso e pelo Ministério, bem como pelo Presidente ou Monarca de modo que essas pessoas
sejam os eleitos de toda a Nação e do Governo. O Supremo Tribunal será constituído
24
dessas almas e assim toda a humanidade nele terá participação, pois cada um desses delegados é plenamente representativo de sua
Nação — Ao tomar o Supremo Tribunal, uma
deliberação sobre qualquer questão internacional, seja por unanimidade ou maioria, não
mais haverá pretexto para o querelante, nem
fundamento para objeto por parte do réu. Se
qualquer Governo ou Nação for negligente
ou dilatorio no cumprimento da irrefutável
decisão do Supremo Tribunal, contra ele erguer-se-ão as demais Nações, portanto todos
os Governos e Nações do mundo são sustentáculos dessa Corte Máxima. Considerai que
alicerce firme, esse! Todavia, a uma Liga limitada e restrita não será possível levar a
efeito o propósito como se almeja e é necessário . Eis a verdade a respeito da situação, aqui
exposta...
("Seleção dos Escritos de 'Abdu'1-Bahá",
texto n.° 227)

A verdadeira civilização içará sua bandeira no próprio âmago do mundo em qualquer ocasião em que certo número de seus
soberanos eminentes e magnânimos — os bri25
lhantes exemplares de devoção e determinação — se levante, com resolução firme e visão clara, para o bem e a felicidade de todo
o gênero humano, a fim de estabelecer a
Causa da Paz Universal. Devem fazer da
Causa da Paz objeto de consulta geral e tentar por todos os meios a seu alcance estabelecer uma União das Nações do mundo. Devem concluir um tratado irrevogável e estabelecer um convênio cujas cláusulas sejam
sãs, invioláveis e bem definidas. Devem proclamá-la ao mundo inteiro e obter para esse
convênio a sanção de toda a raça humana.
Esse supremo e nobre empreendimento —
verdadeira fonte da paz e do bem-estar do
mundo todo — deve ser considerado sagrado
por todos aqueles que habitam na Terra. Todas as forças da humanidade dever ser mobilizadas para garantir a estabilidade e permanência desse Supremo Convênio. Nesse
tratado tão compreensivo, os limites e as
fronteiras de cada nação seriam claramente
fixados, os princípios que baseiam as relações
dos governos entre si seriam definitivamente estabelecidos, e todos os convênios e obrigações internacionais seriam averiguados. De
igual modo, a quantidade dos armamentos de
cada governo deve ser estritamente limitada,
pois se fosse permitido que qualquer nação
26
aumentasse seus preparativos para guerra,
suas forças militares, isso incitaria suspeita
nas outras. O princípio fundamental que baseia esse pacto solene deve ser de tal modo
fixado que se qualquer governo viesse a violar mais taxde uma de suas provisões, todos
os governos da terra se levantariam para seduzi-lo à completa submissão — sim, a raça
humana como um todo resolveria, com todos os poderes a seu dispor, destruir esse governo. Se este, o maior de todos os remédios,
for aplicado ao corpo enfermo do mundo, sanar-lhe-á os males, seguramente, e o fará
permanecer por todo o sempre salvo e seguro.
Observe que se tal feliz situação fosse estabelecida, nenhum governo necessitaria continuar amontoando armas de guerra, nem se
sentiria obrigado a produzir cada vez mais
novas armas militares com as quais, pudesse
conquistar a raça humana. Uma pequena
força com o propósito de segurança interna,
a correção dos elementos desordeiros e criminosos e a prevenção de distúrbios locais, seria o suficiente e nada mais. Deste modo, toda a população, em primeiro lugax, ficaria livre dos pesados encargos atualmente impostos pelos propósitos militares, e em segundo
lugar, um grande número de pessoas deixaria de devotar o seu tempo para o contínuo
27
desenvolvimento de novas armas de destruição — aquele símbolo de ganância, de crueldade, — tão inconsistentes com a dádiva da vida — e ao invés disto esforçar-se-iam na produção de tudo aquilo que fomentasse a paz,
o bem-estar da existência humana, e que se
tornasse a causa do desenvolvimento universal e da prosperidade. Então cada Nação na
Terra prevaleceria com honra, e todos os povos seriam educados com tranqüilidade e contentamento.
Alguns, que ignoram o poder latente no
esforço humano, consideram isso como inteiramente impraticável, além do alcance das
mais sinceras tentativas. Isso, porém, não é
a verdade. Ao contrário, graças à Mercê infalível de Deus, à benevolência de Seus eleitos, aos esforços incomparáveis de pessoas sábias e capazes, e aos pensamentos e idéias
dos líderes proeminentes desta era, nada deve ser considerado como irrealizável. Necessita esforço, reiterado esforço. Só uma indomável determinação poderá efetivar isso.
Mais de uma causa que em épocas passadas
se considerava puramente visionária, tornouse, no tempo presente, muito fácil e praticável. Por que considerar como inatingível esta causa tão grande e sublime, o sol do firmamento da verdadeira civilização e a causa
28
da glória, do progresso, do bem-estar e sucesso de toda humanidade? Certamente, dia
virá em que sua radiante luz iluminará a assembléia dos homens.
Os aparatos de conflito alcançarão um
ponto, do modo pelos quais eles estão se desenvolvendo atualmente, onde a guerra tornar-se-á algo intolerável para a humanidade.
É claro pelo que já foi dito até agora,
que a glória e grandeza do homem não residem em ele ser ávido por sangue e ter garras afiadas, em derrubar cidades e espalhar
destruição, em abater forças armadas ou pessoas civis. O que significaria um futuro brilhante para ele seria a sua reputação pela
justiça, a sua gentileza para com toda a população, seja ela eminente ou humilde, a edificação de países e cidades, vilas e distritos,
o seu esforço em tornar a vida mais fácil, pacífica e feliz para os seus companheiros, em
estabelecer princípios fundamentais para o
progresso, em elevar os padrões e aumentar
a riqueza de toda a população...
Nenhum poder na terra pode prevalecer
contra os exércitos da justiça, e toda cidadela deve sucumbir perante eles; pois os homens submetem-se praseirosamente aos golpes triunfantes desta arma decisiva, e os lu29
gares desolados vicejam e florescem sob a
mancha desta hoste.
Há duas poderosas bandeiras que, quando lançarem a sua sombra sobre a coroa de
qualquer rei, farão com que a influência do
seu governo se espalhe rápida e facilmente
por toda a terra, como se fosse a própria luz
do sol; a primeira destas bandeiras é a sabedoria; a segunda é a justiça. Contra estas
duas forças mais poderosas, as montanhas de
ferro não podem prevalecer, e o muro de Alexandre cairá perante elas. É evidente que a
vida neste mundo passageiro é tão fugaz e
inconstante como a brisa matinal, e assim
sendo, quão afortunados são os grandes que
deixam um bom nome, e a memória de
uma vida despendida no caminho da boa vontade de Deus...
Uma conquista pode ser uma coisa louvável, e há ocasiões em que a guerra se torna poderosa base da paz, e a ruína, o próprio
meio da reconstrução. Se, por exemplo, um
soberano magnânimo dispuser suas tropas para obstruir a investida do insurreto e agressor, ou também, se entrar no campo e se distinguir numa luta para unificar um Estado,
um povo dividido, se, em suma, estiver travando guerra para um fim justificável, então essa aparente ira é a própria misericór30
dia, e o que parece ser tirania é a própria
substância da justiça, essa guerra é a pedra
angular da paz. Hoje a tarefa que convém
aos grandes governantes é o estabelecimento
da paz universal, pois nesta se encerra a liberdade de todos os povos.
("The Secret of Divine Civilization" —
O Segredo da Civilização Divina — págs.
64 — 67, 70 — 71)

Em ciclos passados, se bem que fosse estabelecida alguma harmonia, a unidade de
todo o gênero humano, entretanto, por falta
de meios, não poderia ter sido atingida. Os
continentes estavam separados por grandes
distâncias e até entre os povos de um mesmo continente, a associação e o intercâmbio
de idéias eram praticamente impossíveis.
Em conseqüência disso, intercurso mútuo, entendimento, e união entre os povos e raças
da Terra eram irrealizaveis. Hoje, porém, os
meios de comunicação têm se multiplicado e
os cinco continentes da Terra estão virtualmente unidos em um s ó . . . Da mesma maneira, todos os membros da família humana,
quer povos ou governos, cidades ou aldeias,
31
têm se tornado cada vez mais interdependentes. Não é mais possível que qualquer comunidade subsista por si própria, desde que liames políticos unem todos os povos e nações,
e laços de comércio e indústria, de agricultura e educação dia a dia mais se fortalecem.
Assim, pois, na época atual a unidade de todo o gênero humano é realizável. Em verdade, isso é senão uma das maravilhas desta
época admirável, deste século glorioso. Disso,
os tempos passados ficaram privados, pois este século — o século da luz — foi dotado de
glória, poder e iluminação incomparáveis,
sem precedentes. Daí a miraculosa revelação
de uma nova maravilha todo dia.
Finalmente se verá com que intensidade
ardem suas velas na Assembléia do homem.
Vede agora como sua luz está alvorecendo no horizonte enegrecido do mundo. A primeira vela é a unidade no reino da política,
da qual podem ser agora discernidos os primeiros clarões. A segunda vela é a unidade
de pensamento nos projetos mundiais, cuja
consumação dentro em breve se verificará. A
terceira vela é a unidade na questão da liberdade, a qual seguramente há de ser realizada . A quarta vela é a unidade de religião, sendo esta a pedra principal do próprio alicerce;
através do poder de Deus será esta revelada
32
em todo seu esplendor. A quinta vela é a unidada das nações — uma unidade que, neste
século, será seguramente estabelecida, fazendo com que todos os povos do mundo se considerem como cidadãos da mesma pátria. A
sexta vela é a unidade das raças; todos que
habitam a terra haverão de se tornar povos
de uma única raça. A sétima vela é a unidade de língua; isto é, a escolha de um idioma
universal em que todos os povos serão instruídos e poderão assim conversar.; Tudo isso há
de suceder, inevitavelmente, desde que o poder do Reino de Deus promoverá e facilitará
sua realização.
("O Dia Prometido Chegou" — págs. 146/
147)

. . . toda grande causa neste mundo da
existência encontra-se visível através de três
meios; primeiro, intenção; segundo, confirmação; terceiro, ação. Hoje nesta terra há
muitas almas que são promotoras da paz e
reconciliação e que estão desejando o estabelecimento da união do mundo da humanidade mas esta intenção necessita de
33
um poder dinâmico, de modo que ela se possa manifestar no mundo do ser. Neste dia as
instruções divinas e exortações senhoris promulgam este objetivo máximo, e as confirmações do Reino também apoiam e ajudam a realização desta intenção. Deste modo,
embora as forças e pensamentos conjuntos
das nações do mundo não possam alcançar
este exaltado propósito, o poder da Palavra
de Deus está penetrando em todas as coisas
e a assistência do Reino divino é contínua.
Logo se tornará evidente e claro que a insígnia da Paz Máxima são os ensinamentos de
Bahá'u'lláh, e a tenda da união e harmonia
entre as nações é o Tabernáculo do Reino Divino, pois nela a intenção, o poder e a ação,
todos os três, estão reunidos. A realização de
qualquer coisa no mundo do ser depende destes três elementos.
(Extrato de uma Epístola recém traduzida de 'Abdu'1-Bahá)

Tanto quanto possível, não descansa nem
por um momento, viaja para o Norte e Sul
do país e convoca todos os homens para a uni34
dade do mundo da humanidade e para a paz
universal, dizendo: Ó povo! Bahá'u'lláh estabeleceu a base da paz universal há cinqüenta anos atrás. Ele até mesmo dirigiu Epístolas aos Reis nas quais declarou que a guerra destruiria o alicerce do mundo da humanidade, que a paz conduz à vida eterna e
que um terrível perigo aguarda a raça humana. Também, três anos antes do início da
guerra mundial, 'Abdu'1-Bahá viajou pela
América e a maior parte da Europa, onde Ele
ergueu sua voz perante todas as reuniões, sociedades e igrejas, apelando: Ó Vós, Assembléias de homens! O continente da Europa
tem se tornado virtualmente um arsenal repleto de explosivos. Há vastos depósitos de
material destrutivo escondidos em subterrâneos, capazes de incendiarem com uma simples faísca, fazendo toda a terra tremer. Ó
vós homens de entendimento! Movei-vos para
que talvez este acúmulo de material volátil
não possa explodir. Mas o apelo foi despercebido e deste modo esta guerra assassina
eclodiu.
A maioria da humanidade agora compreende que grande calamidade é a guerra e como ela transforma o homem
em um animal feroz, fazendo com que prós35
per as cidades e vilas sejam reduzidas a ruínas e que os alicerces do edifício humano desintegrem-se. Agora uma vez que todos os
homens foram despertados e os seus ouvidos
estão atentos, é a hora para a promulgação
da paz universal — uma paz baseada na retidão e justiça, que a humanidade não possa
ser exposta a mais perigos no futuro. Agora
é o amanhecer da paz universal, os primeiros lampejos de sua luz estão começando a
aparecer. Nós sinceramente esperamos que a
sua orbe efulgente possa brilhar amplamente
e inundar o Oriente e Ocidente com a sua radiância. O estabelecimento da paz universal
não é possível salvo através do poder da Palavra de Deus...
(Extrato de uma Epístola de 'Abdu'1-Bahá
não traduzida anteriormente)

O caos e a confusão estão aumentando
diariamente no mundo. Eles alcançarão tal
intensidade que farão com que o corpo da humanidade não possa suportá-los. Então o homem despertará e perceberá que a religião é
a fortaleza inexpugnável e a luz manifesta do
36
mundo, e as suas leis, exortações e ensinamentos a fonte da vida na terra.
(Palavras de 'Abdu'1-Bahá citadas em
uma carta da Casa Universal de Justiça.
datada de 10 de fevereiro de 1980)

37
EXTRATOS DAS PALAVRAS DE
'ABDUL-BAHÁ
Hoje o mundo da humanidade precisa de
unidade internacional e conciliação. Para estabelecer estes importantes princípios fundamentais um poder propulsor é necessário. É
auto-evidente que a unidade do mundo humano e a Paz Máxima não podem ser realizadas através de meios materiais. Elas não
podem ser estabelecidas através de poder político das Nações pois estes interesses são diversos e as políticas dos povos são divergentes
e conflitantes. Elas não podem ser obtidas
através do poder racial ou político, pois estes
são poderes humanos, egoístas e fracos. A própria natureza das diferenças raciais e preconceitos patrióticos impede a realização desta
unidade e entendimento. Deste modo, é evidente que a promoção da unidade do reino da
humanidade, que é a essência dos ensinamen38
tos de todas as Manifestações de Deus, é impossível exceto através do poder divino e dos
sopros do Espírito Santo. Os outros poderes
são muitos fracos e incapazes de obter isso.
("The Promulgation of Universal Peace".
— A Promulgação da Paz Universal págs.
11-12)

Nós oramos para que a insígnia da paz internacional possa ser elevada e que a unidade do mundo da humanidade possa ser alcançada e estabelecida. Tudo isto se torna
possível e viável através de seus esforços.
Que esta democracia americana possa ser a
primeira nação a estabelecer a base da concórdia internacional. Que ela possa ser a primeira nação a proclamar a universalidade da
humanidade. Que ela possa ser a primeira a
erguer a insígnia da Paz Máxima, e através
desta nação de democracia possam estas intenções e instituições filantrópicas ser divulgadas através do mundo. Em verdade, esta é
uma grande e respeitada nação. Aqui a liberdade tem alcançado o seu mais alto grau. As
intenções de seu povo são dignas de louvor.
Eles são dignos, em verdade, de serem os pri39
meiros a construir o Tabernáculo da Paz Máxima e proclamar a unidade da humanidade. Eu suplicarei a Deus por vocês, por ajuda
e confirmação.
("The Promulgation of Universal Peace'
págs. 36-37)

Hoje a maior necessidade do mundo da
humanidade é que se acabem os atuais malentendidos entre as nações. Isto pode ser
obtido através da unidade de idioma. A menos que a unidade de idiomas seja alcançada,
a Paz Máxima e a unidade do mundo humano não podem ser efetivamente organizadas
e estabelecidas porque o papel do idioma é retratar os mistérios e segredos dos corações
humanos. O coração é como uma caixa, o
idioma é a chave. Apenas usando a chave
nós podemos abrir a caixa e observar as
jóias que ela contém. Deste modo, a questão
de uma língua, auxiliar internacional tem a
máxima importância... É minha esperança
que ela possa ser solucionada através das
graças de Deus e que homens inteligentes
possam ser escolhidos dos diversos países do
mundo para organizar um congresso inter40
nacional cujo principal objetivo seja a promoção deste meio de comunicação universal.
("The Promulgation of Universal Peace",
págs. 60-61)

.. .por achar a nação americana tão capaz, o seu governo o mais auspicioso dos governos ocidentais, as suas instituições superiores às outras, é meu desejo e esperança
que a bandeira da reconciliação internacional
possa ser erguida em primeiro lugar neste
continente e que o emblema da Paz Máxima
seja aqui estabelecido. Que os povos americanos e seu governo possam se unir em seus
esforços de modo que esta luz venha a nascer
deste ponto e se espalhe por todas as regiões,
pois este é um dos maiores favores de Deus. De
modo que a América possa se aproveitar desta
oportunidade, eu lhes peço que se esforcem e
orem de coração e alma, devotando todas as
suas energias para este fim; que a bandeira
da Paz internacional possa ser erguida aqui
e que esta democracia possa ser a causa do fim
da guerra em todos os outros países.
("The Promulgation of Universal Peace".
pág. 84)
41
Em eras passadas a humanidade tem sido
defeituosa e ineficiente por ter sido incompleta. A guerra e suas ruínas tem feito o
mundo ficar enfermo; a educação da mulher
será um poderoso passo em direção ao seu
fim e abominação, pois ela utilizará toda a
sua influência contra a guerra. A mulher
amamenta a criança e educa a juventude até
a maturidade. Ela recusará dar seus filhos
para o sacrifício no campo da batalha. Em
verdade, ela será o maior fator para o estabelecimento da paz universal e arbítrio internacional. Certamente, a mulher abolirá a
guerra do meio da humanidade.
("The Promulgation of Universal Peace".
pág. 108)

Todos nós sabemos que a paz internacional é boa, que ela conduz ao bem-estar humano e à glória do homem, mas vontade e
ação são necessárias antes que ela seja estabelecida. Ação é essencial. Uma vez que este é
o século da luz, a capacidade de ação é assegurada ao homem. Necessariamente os princípios divinos serão divulgados entre os homens até que chegue o tempo da ação, lenta42
mente assim tem sido e em verdade, a hora e
as condições são agora apropriadas para ação.
("The Promulgation of Universal Peace",
pág. 121)

E assim acontecerá. Os poderes da Terra
não podem suportar os privilégios e favores
que Deus ordenou para este grande e glorioso
século. É uma necessidade e uma exigência
da época... Que este século seja o sol dos séculos anteriores, cujas efulgências devem durar para todo o sempre, de modo que em épocas futuras eles glorifiquem o século vinte,
dizendo que o século vinte foi o século das
luzes, o século vinte foi o século da vida, o
século vinte foi o século da paz internacional,
o século vinte foi o século dos favores divinos, e o século vinte deixou sinais que haverão de durar para sempre.
("The Promulgation of Universal Peace",
págs. 125-126)

O assunto mais importante deste dia é a
paz e o arbítrio internacionais e a paz univer43
sal é impossível sem o sufrágio universal. As
crianças são educadas pelas mulheres. A mãe
suporta os problemas e ansiedade de criar
uma criança, ela sofre com o seu nascimento. Deste modo, é muito difícil para as mães
enviarem para o campo de batalha aqueles
para quem dera tanto amor e carinho. Considere um filho criado e educado durante anos
por uma devotada mãe. Quantas noites sem
sono e descanso, quantos dias de ansiedade
ela passou! Tendo-o trazido à idade da maturidade através de perigos e dificuldades,
quão agonizante então deve ser sacrificá-lo
no campo de batalha! Deste modo, as mães
não apoiariam a guerra nem ficariam satisfeitas com ela. E assim quando as mulheres
participarem plena e igualmente nos afazeres do mundo, quando elas entrarem confiante e capazmente na grande arena das leis e
políticas, a guerra cessará; pois a mulher será
o obstáculo e o impedimento para ela. Isto é
verdade sem dúvida alguma.
("The Promulgation of Universal Peace",
págs. 134-135)

44
Agora alvoreceu o glorioso e brilhante século vinte, e a bondade divina está sendo irradiada universalmente...
. . . em verdade, este pode ser chamado o
século dos milagres, pois está repleto de manifestações miraculosas. Chegou a época em
que toda a humanidade deve ser unida, quando todas as raças devem ser leais a uma pátria, todas as religiões tornar-se uma religião, e, desaparecerem as diferenças de raça
e religião. É um dia em que a unidade da
humanidade deve erguer a sua bandeira e a
paz internacional inundar o mundo com a
sua luz, como numa verdadeira manhã.
("The Promulgation of Universal Peace",
pág. 153)

Ele promulgou a adoção do mesmo nível
de educação para o homem e a mulher. As
filhas e filhos devem seguir o mesmo currículo de estudos, e assim promoverem a unidade dos sexos. Quando toda a humanidade
receber a mesma oportunidade de educação e
a igualdade entre homens e mulheres for estabelecida, as bases da guerra serão expres45
samente destruídas. Sem eqüidade isto será
impossível porque todas as diferenças e distinções1 conduzem à discórdia e luta. A igualdade entre os homens e mulheres conduz à
abolição da guerra porque as mulheres nunca desejariam sancioná-la. As mães não dariam os seus filhos como sacrifício no campo
de batalha após vinte anos criando-os desde
a infância com ansiedade e devoção amorosa, não importando para que causa eles fossem convocados a defender. Não há dúvida
de que quando as mulheres obtiverem igualdade de direitos, a guerra entre a humanidade cessará totalmente.
("The Promulgation of Universal Peace",
pág. 175)

O mundo precisa muito da paz internacional. Até que ela seja estabelecida, a humanidade não poderá ter serenidade e tranqüilidade, É necessário que as nações e governos organizem um tribunal internacional para
o qual sejam dirigidos todos os seus problemas
e diferenças. A decisão daquele tribunal deve
ser final. As questões internacionais serão le46
vadas perante um. tribunal universal e assim
as causas da guerra desaparecerão.
("The Promulgation of Universal Peace",
pág 301)

Eu vejo estas duas grandes nações americanas (os Estados Unidos e o Canadá) altamente capazes e desenvolvidas... é minha
esperança que estas respeitadas nações tornem-se fatores proeminentes no estabelecimento da paz internacional e da unidade do
mundo da humanidade...
("The Promulgation of Universal Peace".
pág. 318)

O mundo da humanidade possui duas asas:
o homem e a mulher. A não ser que estas duas
asas tenham a mesma força, o pássaro não
voará. Até que as mulheres alcancem o mesmo grau do homem, até que ela compartilhe
da mesma arena de atividade, não serão alcançadas extraordinárias realizações para a
humanidade; ela não poderá alçar o seu vôo
47
às alturas da verdadeira realização. Quando
as duas asas ou partes tornarem-se equivalentes em força e desfrutarem das mesmas
prerrogativas, o vôo do homem será muito
suave e extraordinário. Deste modo, a mulher
deve receber a mesma educação do homem
e toda diferença ser ajustada. Assim, imbuída com as mesmas virtudes do homem, elevando-se através de todos os graus de realização humana, as mulheres tornar-se-ão os pares dos homens, e até que esta eqüidade não
seja estabelecida, o verdadeiro progresso e
avanço da raça humana não serão facilitados.
As razões evidentes que fundamentam
isto são as seguintes: A mulher por natureza
é contrária à guerra; ela é uma defensora da
paz. As crianças são educadas e criadas pelas mães que lhe dão os primeiros princípios
de educação e trabalham por eles fervorosamente. Considere, por exemplo, uma rqãe
que amorosamente criou um filho durante
vinte anos até a idade da maturidade. Certamente ela não concordará em ter aquele filho morto e estraçalhado no campo de batalha. Deste modo, enquanto a mulher avança
em direção ao grau do homem emj poder e
privilégio, com o direito de votar e controlar
o governo humano, certamente a guerra ces48
sara; pois, a mulher naturalmente é a mais
leal e devota defensora da paz internacional.
("The Promulgation of Universal Peace",
pág. 375)

Um Supremo Tribunal será eleito pelos
povos e governos de todas as nações, no qual
membros de cada país e governo se reunirão
em unidade. Todas as disputas serão submetidas a esta Corte, cuja missão será evitar a
guerra.
("Palestras de 'Abdu'1-Bahá" pág. 107)

Um Supremo Tribunal será estabelecido
pelos povos e governos de todas as nações,
composto de membros eleitos de cada país e
governo. Os componentes desse Grande Conselho reunir-se-ão em unidade. Todas as
disputas de caráter internacional serão submetidas a essa Corte, cuja tarefa será conciliar por arbitragem tudo quanto, de algum
modo, possa ser a causa de guerra. A missão
desse Tribunal será prevenir a guerra.
("Palestras de 'Abdu'1-Bahá", pág. 125)
49
"Quanto à questão do desarmamento, todas as nações devem se desarmar ao mesmo
tempo. Não adiantará nada, e não se espera
isso, que algumas nações desarme-se enquanto outras, seus vizinhos, continuem armados.
A paz do mundo deve ser obtida por meio de
um acordo internacional. Todas as nações
devem concordar em se desarmar simultaneamente. .. Nenhuma nação pode ter uma
política de paz enquanto o seu vizinho permanecer belicoso... Não há justiça nisto.
Ninguém sonharia em sugerir que a paz do
mundo pudesse ser executada por tal linha
de ação. Ela deve ser alcançada através de
um acordo internacional e geral de compreensão e de nenhum outro modo..."
"Ação simultânea", ele continuou, "é necessária, em qualquer esquema de desarmamento. Todos os governos do mundo devem
transformar os seus navios de combate e frotas de guerra em navios mercantes. Mas nenhuma nação pode iniciar tal política por si
só e seria tolice se alguma tentasse fazê-lo...
ela simplesmente convidaria a destruição..."
"Há algum sinal de que a paz permanente do mundo será estabelecida em um período de tempo razoável?", foi perguntado a
'Abdu'1-Bahá.
"As pressões econômicas determinarão?"
50
"Sim, as nações serão forçadas a chegar
à paz e concordar com a abolição da guerra.
Os terríveis encargos de impostos com o propósito de guerra ultrapassarão os limites humanos. . . "
"Não", disse 'Abdu'1-Bahá concluindo,
"Eu repito que nenhuma nação pode se desarmar nestas circunstâncias. O desarmamento certamente está chegando, mas ele
deve vir, e virá, através da concordância universal das nações civilizadas da Terra. Por
um acordo internacional eles abandonarão as
suas armas e a grande era da paz será inaugurada."
"Por este e por nenhum outro meio a paz
poderá ser estabelecida na Terra."
("Extratos de uma entrevista com um repórter de jornal citado em "'Abdu'1-Bahá
in Canada", págs. 50-51)

Uma vez que o Parlamento esteja estabelecido e as suas partes constituintes organizadas, os governos do mundo tenham entrado em um convênio de amizade eterna, não
haverá mais necessidade de se manter grandes exércitos e marinha. Uns pequenos ba51
talhões para preservar a ordem interna, e
uma Polícia Internacional para manter os caminhos do modo aberto, são tudo o que será
necessário. Então estas altas somas serão redigidas para outros canais mais benéficos, a
miséria desaparecerá, o conhecimento aumentará, a sabedoria melhorará as condições de
vida e a humanidade estabelecer-se-á em um
berço de alegria e felicidade. E então, qualquer governo, seja constitucional ou republicano, monarquia hereditária ou democracia,
terá os seus governantes devotando o seu
tempo para a prosperidade de suas nações, a
legislação de leis justas e sábias e a promoção
de relações mais íntimas e cordiais com os
seus vizinhos — assim o mundo da humanidade tornar-se-á um espelho refletindo as virtudes e os atributos do Reino de Deus.
. . . Por um acordo geral todos os governos do mundo devem se desarmar simultaneamente . . . Não adiantará se um depuser
as suas armas e outro se recusar a fazê-lo.
As nações do mundo devem concordar umas
com as outras sobre este assunto de suprema
importância, assim elas poderão abandonar
juntas as mortíferas armas de destruição humana. Enquanto uma nação estiver aumentando o seu orçamento militar e naval, outra
nação será forçada a permanecer nesta louca
52
competição devido aos seus supostos interesses naturais...
Agora a questão do desarmamento deve
ser posta em prática por todas as nações e
não apenas por uma ou duas. Consequentemente os defensores da paz devem se esforçar dia e noite, de modo que os indivíduos de
todos os países possam se tornar amantes da
paz, que a opinião pública possa ter uma base
forte e permanente, e que dia após dia possa
aumentar o exército da Paz internacional,
que o desarmamento completo seja estabelecido e que a Bandeira da Conciliação Universal possa tremular no cume das montanhas
da terra.
. . . Os ideais de Paz devem ser nutridos
e divulgados entre os habitantes do mundo;
eles devem ser instruídos na escola de Paz
sobre os males da guerra. Primeiro: os financistas e banqueiros devem desistir de emprestar dinheiro para qualquer governo que tencione empreender uma guerra injusta sobre
uma nação inocente. Segundo: os presidentes e gerentes de estradas de ferro e companhias de navegação devem se recusar a transportar munições de guerra, máquinas infernais, armas, canhões e pólvora de um país
para outro. Terceiro: os soldados devem requerer através de seus representantes, aos Mi53
nistros de Guerra, políticos, congressistas e
generais quais tem sido as razoes e causas
que os têm levado à beira de tal calamidade
nacional. Os soldados devem pedir isto como
uma de suas prerrogativas. "Demonstremnos", eles devem dizer, "que esta é uma guerra justa, e então nós iremos para a batalha,
caso contrário, nós não tomaremos nenhum
passo... Saiam dos seus esconderijos, entrem
no campo de batalha se vocês querem atacar
um ao outro e se despedacem entre si, se vocês
desejam fomentar as suas contendas.
A discórdia e a disputa são entre vocês,
porque vocês fazem de nós, pessoas inocentes, uma parte dela? Se a luta e o derramamento de sangue são coisas boas, então venham nos guiar para o combate com sua presença!"
Em resumo, todos os meios que produzem a guerra devem ser reprimidos e as causas que impedem a ocorrência de guerra devem ser estimuladas — de modo que um conflito físico possa ser impossível. Por outro
lado, todo país deve ser devidamente delimitado, suas fronteiras exatas marcadas, sua
integridade nacional garantida, a sua independência permanentemente protegida e os
seus interesses vitais honrados pela família
das nações. Estes serviços devem ser executa54
dos por uma comissão internacional imparcial. Deste modo, todos os motivos de conflito e diferença serão removidos. E no caso de
surgirem algumas disputas entre eles, eles
poderiam apresentá-las ao Parlamento do
Homem, cujos representantes seriam escolhidos entre os homens mais sábios e mais justos de todas as nações do mundo.
("Star of the West" volume V, págs.
115-117)

Cada século tem a solução para um problema predominante. Embora possam haver
muitos problemas, ainda um dos inúmeros
problemas haverá de se tornar grande e ser
o mais importante de todos... Neste século
luminoso a maior dádiva do mundo da humanidade é a Paz Universal, que deve ser estabelecida de modo que o reino da criação possa ter felicidade, que o Oriente e o Ocidente,
os quais tem em seus exércitos os cinco continentes do globo, possam se abraçar um ao
outro, que a humanidade possa descansar sob
a tenda de unidade do mundo e que a bandeira
da paz universal possa tremular sobre todas
as regiões...
55
Hoje o verdadeiro dever de um poderoso
rei é estabelecer a paz universal, pois verdadeiramente ela significa a liberdade de todos
os povos do mundo. Algumas pessoas que são
ignorantes do mundo da verdadeira humanidade e de suas elevadas ambições pelo bemestar geral, crêem que tão gloriosa condição
de vida seja muito difícil, ou ainda mais, até
impossível de se alcançar. Mas não é assim,
longe disto.
("Star of the West", volume VII, pág. 136)

Ó vós indivíduos da humanidade, encontrai meios para terminar esta matança e derramamento de sangue indiscriminados. Agora é a época indicada! Agora é a época oportuna! Levantai-vos, mostrai esforço, apresentai uma força extraordinária e desfraldai a
Bandeira da Paz Universal e impedi a fúria
irresistível desta torrente selvagem que está
espalhando ruína e destruição por todos os
lugares.
("Star of the West", volume XVIII, pág.
345)
56
"Por que processo", continuou o inquisidor, "esta paz será estabelecida na Terra? Ela
chegará logo depois de uma declaração universal da Verdade?"
"Não, ela virá gradualmente", disse
'Abdu'1-Bahá. "Uma planta que cresce muito
rápido dura pouco tempo. Vocês são a minha
família", e ele olhou ao redor com um sorriso, "meus novos filhos! Se uma família vive
unida, grandes resultados são obtidos. Abram
o círculo; quando uma cidade vive em íntimo
acordo, maiores resultados aparecerão, e um
continente que estiver completamente unido
irá do mesmo modo unir todos os outros continentes. Então virá a época do maior de todos os frutos, pois todos os habitantes da Terra pertencem a uma mesma terra natal."
(" 'Abdu'1-Bahá in London", pág. 106)

57
EXTRATOS DOS ESCRITOS DE
SHOGHI EFFENDI

Mui queridos amigos!
A humanidade, quer vista à luz da conduta individual do homem, quer nas relações
existentes entre as comunidades e nações organizadas, já se desviou demais, infelizmente,
e sofreu um declínio muito grande, para se
redimir, sem outro apoio, simplesmente
através dos esforços dos melhores entre seus
reconhecidos governantes e estadistas, por
mais desinteressados que sejam seus motivos,
por mais unida que seja sua ação e ainda que
seu entusiasmo e devoção à sua causa sejam
incondicionais. Nenhum plano ainda realizável através dos cálculos da mais alta estatística; nenhuma doutrina que os mais ilustres expoentes de teorias econômicas possam
ter esperança de promulgar, nenhum princípio que o mais ardente dos moralistas se pos58
sa esforçar por incluir, pode, em último recurso, fornecer alicerces adequados para sustentar o fruto de um mundo desvairado.
Por mais persuasivo e insistente que seja
qualquer apelo para a tolerância mútua feito
pelos versados nos assuntos do mundo, isso
não conseguirá lhe acalmar as paixões ou facilitar a restauração do vigor. Acrescente-se a
isso a invalidez de todo esquema geral de
simples cooperação internacional que se organizasse — em qualquer esfera de atividade
humana, por mais engenhoso que fosse em
concepção ou extenso em alcance — para remover a causa radical do mal que tão bruscamente destruiu o equilíbrio da sociedade hodierna. E, mais, aventuro assegurar, para o
veneno que constantemente mina o vigor das
nações e povos organizados, o antídoto não
seria fornecido nem mesmo pelo simples ato,
em si, de inventar os mecanismos necessários
para a unificação política e econômica do
mundo — princípio esse cada vez mais advogado em tempos recentes.
De nenhum outro modo — poderíamos
afirmar com confiança — senão pela adoção
incondicional do Programa Divino, que há
sessenta anos passados, foi enunciado por
Bahá'ulláh com tanta simplicidade e força e
que, em sua essência, incorpora o plano de59
lineado por Deus para a unificação do gênero humano nesta era — acompanhado por
uma indomável convicção de que todas as
suas providências são de uma eficácia infalível — poderemos resistir, finalmente, às forças de desintegração interna, as quais, se não
forem detidas, haverão de continuar a corroer as vísceras de uma sociedade desesperada. É para esta meta — a meta de uma
Nova Ordem Mundial, divina em origem, de
âmbito irrestrito, eqüitativo em seus princípios e de características desafiadoras — que
a humanidade atribulada deve dirigir seus
esforços.
Alegar alguém que se haja integrado de
todos os significados implícitos no prodigioso
plano de Bahá'u'lláh para a solidariedade
humana universal, ou tenha penetrado no
âmago de seu intuito, seria presunção até
por parte dos declarados aderentes de Sua
Fé. Tentar concebê-los em todas as suas possibilidades, estimar seus futuros benefícios,
descrever sua glória, seria prematuro até mesmo em uma etapa adiantada como a presente,
na evolução da humanidade.
Tudo o que podemos razoavelmente aventurar-nos a empreender é esforçarmo-nos por
obter um pálido vislumbre dos primeiros traços da prometida Aurora, a qual, na pleni60
tude dos tempos, há de dissipar as trevas que
envolvem a humanidade. Tudo o que podemos fazer é assinalarmos, em seu mais amplo esboço, o que nos parecem ser os princípios norteadores que alicerçam a Ordem
Mundial de Bahá'u'lláh.
Que o desassossego e sofrimento que afligem a generalidade da raça humana são em
grande parte as conseqüências diretas da
Guerra Mundial e causados também pela falta de sabedoria e visão daqueles que formularam os Tratados de Paz, só uma mente parcial pode negar... Seria fútil, entretanto,
alegar que a guerra, mesmo com todos os prejuízos que causou, todas as paixões por ela incitadas e todos os desgostos que deixou em
seu rasto, tivesse sido a causa única da confusão sem precedentes em que quase todo o
mundo civilizado está atualmente submerso.
Não será um fato — e esta é a idéia principal que desejo focalizar — que a causa fundamental dessa inquietação que prevalece no
mundo não seja tanto a conseqüência daquilo
que se há de reconhecer, cedo ou tarde, como
um desequilíbrio transitório nos assuntos de
um mundo sempre em transformação, mas,
antes, a inabilidade daqueles em cujas mãos
foram entregues os destinos imediatos dos
povos e nações — sua incapacidade de adap61
tar seus sistemas de instituições econômicas
e políticas às necessidades imperativas de
uma era em rápida evolução? Essas crises
intermitentes que convulsionam a sociedade
hodierna — não serão elas devidas primeiramente ao fato de serem os reconhecidos líderes do mundo lamentavelmente incapazes
de lerem com acerto os sinais dos tempos, de
se livrarem de uma vez para sempre, de suas
idéias preconcebidas e seus respectivos governos de acordo com aquelas normas que são
implícitas na declaração suprema de Bahá'u'lláh, a da Unidade do Gênero Humano
— a, característica principal e distintiva da
Fé por Ele proclamada?
Dignos de lástima são, de fato, os esforços daqueles líderes das instituições humanas que, não levando em consideração o espírito da época, lutam para aplicar processos
nacionais — próprios dos tempos antigos
quando cada nação se sustentava a si mesma — nesta época que tem ou de atingir a
unidade do mundo, assim como Bahá'u'lláh
a pressagiou, ou perecer. Numa hora tão crítica na história da civilização, cumpre aos líderes de todas as nações do mundo, tanto
pequenas como grandes, orientais como ocidentais, quer vencedoras quer vencidas, atenderem ao chamado de clarim que Bahá'u'lláh
62
soou e, inteiramente imbuídos de um senso
de solidariedade mundial — o sitie qua non
de lealdade à Sua Causa — se levantarem corajosamente para pôr em prática integralmente o plano único, remediador, que Ele, o
Médico Divino, prescreveu para uma humanidade enferma. Que afastem de si uma vez
para sempre, toda idéia preconcebida, todo
preconceito nacional, e atendam ao conselho
sublime de 'Abdu'1-Bahá o autorizado Expositor de Seus ensinamentos. A um alto oficial
no serviço do governo federal dos Estados
Unidos da América, que lhe havia interrogado a respeito da melhor maneira de promover
os interesses de seu governo e do povo,
'Abdu'1-Bahá respondeu; "Podeis melhor servir a vosso país se, em vossa capacidade de cidadão do mundo, vos esforçardes por facilitar a aplicação, afinal, do princípio do federalismo que baseia o governo de vosso próprio país, às relações que atualmente existem
entre os povos e nações do mundo."
.. .Alguma forma de super-estado mundial há de ser evoluída, a cuja autoridade todas as nações do mundo cederão de boa vontade todo e qualquer direito de fazer a guerra, certos direitos de cobrar impostos e todos
os direitos de ter armamentos além do necessário para a manutenção da ordem inter63
na em seus respectivos domínios. Tal estado
terá que incluir dentro de sua órbita um
Executivo Internacional capaz de exercer autoridade suprema e inquestionável no caso de
qualquer membro recalcintrante da comunidade mundial; um Parlamento Mundial cujos
membros serão eleitos pelos povos de seus
respectivos países, e cuja eleição será confirmada pelos respectivos governos; e um Supremo Tribunal cuja decisão será válida mesmo em casos em que os envolvidos não consultam voluntariamente em submeter seu
caso à sua consideração. Uma comunidade
mundial em que todas as barreiras econômicas
tenham sido permanentemente demolidas, emj
que se haja reconhecido definitivamente a
interdependência do Capital e do Trabalho;
em que o clamor do fanatismo e da contenda
religiosa tenha cessado para sempre; em que
a chama da animosidade da raça esteja finalmente apagada; em que um só código de
lei internacional — o produto do juízo considerado dos representantes federados do mundo — tenha como sua garantia a intervenção
instantânea e coerciva das forças combinadas
das unidades federais; e finalmente, uma comunidade mundial em que a fúria de um nacionalismo caprichoso e militante tenha sido
mudada emí uma compreensão duradoura
64
das obrigações de cidadão do mundo — isto,
de fato, parece ser, em seu esboço mais compreensivo, a Ordem antecipada, por Bahá'u'lláh, uma Ordem que virá a ser tida
como o fruto mais belo de uma era que pouco a pouco vai amadurecendo...
Não haja dúvida quanto ao propósito
animador da Lei Universal de BaháVlláh.
Longe de mirar à subversão das alicerces da
sociedade, ele visa a lhe alargar a base, remodelar as instituições de maneira consoante com as necessidades de um mundo sempre
em transformação. Não pode estar em conflito com nenhuma obrigação legítima, ou
minar nenhuma lealdade essencial. O seu
fim não é abafar a chama do patriotismo
são e inteligente no coração do homem, nem
abolir o sistema da autonomia nacional que
é tão indispensável como freio aos males da
centralização excessiva. Não deixa de tomar
em consideração, nem tenta suprimir, a diversidade de origem étnica, de clima, de história, de idioma e tradição, de pensamento e
hábito, que diferencia os povos e as nações
do mundo. Clama por uma lealdade mais
ampla, uma aspiração maior que qualquer
outra que já tenha animado a raça humana.
Insiste em que os impulsos e interesses
nacionais sejam subordinados às necessida65
des imperativas de um mundo unificado. Repudia a centralização excessiva por um lado
e, por outro, rejeita todas as tentativas de
uniformidade. O seu lema é a unidade na diversidade, como o próprio 'Abdu'1-Bahá tem
explicado...
... Ele (o princípio da unidade da Humanidade) significa algo mais profundo, pretende algo mais do que qualquer dos profetas
da antigüidade pode avançar. Sua mensagem
não só é aplicável aos indivíduos, mas também trata primariamente da natureza daquelas relações essenciais que hão de ligar todos os estados e todas as nações como membros de uma única família humana. Este
princípio não constitui a simples enunciação
de um ideal; está inseparavelmente associado à uma instituição capaz de incorporar sua
verdade, demonstrar sua validez e perpetuar
sua influência. Este princípio compreende
uma transformação orgânica na estrutura de
nossa sociedade hodierna — transformação
como o mundo jamais presenciou. Constitui
um desafio, a um tempo audaz e universal,
aos critérios absoletos de credos nacionais —
credos que já tiveram seu dia e devem, no
curso usual dos acontecimentos, assim como
a Providência os determina e controla, ceder
seu lugar a um novo evangelho que difere
66
fundamentalmente de qualquer conceito que
já existe no mundo, e lhe é infinitamente superior. Exige nada menos que a reconstrução
e desmilitarização do inteiro mundo civilizado — um mundo organicamente unificado
em todos os aspectos essenciais de sua vida
— seu mecanismo político, sua aspiração espiritual, seu comércio e suas finanças, sua
escrita e língua, e que é, no entanto, de uma
diversidade infinita no que diz respeito às
características de suas unidades federadas.
Este princípio representa a consumação
da evolução humana — uma evolução que
teve seus primórdios no despontar da vida de
família, seu desenvolvimento posterior ao alcançar a solidaridade de tribo, a qual por sua
vez lembrou à constituição da cidade-estado,
cuja expansão subseqüente resultou na instituição das nações independentes e soberanas.
Para se dar apenas um exemplo. Quão
seguras eram as afirmativas feitas nos dias anteriores à unificação dos estados do continente
norte-americano acerca das insuperáveis barreiras que impediam o estabelecimento final
daquela federação! Não se comentava ampla
e enfaticamente que os conflitos de interesses, a desconfiança mútua, as diferenças de
governo e hábito que dividiam os estados
eram tais que nenhuma força, fosse ela se67
cular ou religiosa, podia estabelecer a harmonia ou o controle? E ainda quão diferentes
eram as condições que prevaleciam há cento
e cinqüenta anos atrás daquelas que caracterizam a sociedade atual! Não seria realmente
exagero dizer que a ausência daquelas facilidades que a ciência moderna colocou ao serviço da humanidade em nossa era fizeram
com; que o problema de fundir os estados
americanos em uma única federação, embora
eles fossem similares em algumas de suas tradições, uma tarefa infinitamente mais complexa do que aquela com que se confronta
uma humanidade dividida em seus esforços
de alcançar a unificação de toda a raça humana.
Para a realização de tão elevado conceito, quem sabe se a humanidade não terá que
passar por um sofrimento mais intenso que
qualquer outro que até agora lhe tem sobrevivido? Poderia algo menos que o fogo de
uma guerra civil com toda sua violência e
todas as suas vicissitudes — uma guerra que
quase destruiu a grande república norte-americana — ter fundido os estados, não apenas
em uma União de unidades independentes e
sim, em uma Nação, apesar de todas as diferenças étnicas que caracterizavam suas partes componentes? Parece-nos pouco provável
68
que uma revolução tão fundamental, acarretando mudanças de tão grande alcance na
estruturada sociedade, possa ser realizada
pelos processos comuns da diplomacia e da
educação. Basta contemplarmos as páginas
sangrentas da história da humanidade para
verificarmos que nada, a não ser uma agonia intensa, tanto mental como física, tem
podido precipitar aquelas transformações que
constituem os mais conspícuos indícios, marcando as épocas na história da civilização humana.
Por grandes que tenham sido essas transformações no passado, e por maior seu âmbito, não podem ser consideradas, quando
vistas pelo seu prisma próprio, senão como
ajustes subsidiários que preludiam a transformação sem paralelo em sua majestade e
seu alcance, pela qual a humanidade nesta
época atual haverá de passar. Torna-se infelizmente, cada vez mais claro que só as forças
de uma catástrofe mundial podem precipitar
tal fase nova do pensamento humano. Os
acontecimentos futuros haverão de demonstrar, cada vez mais, que nada, senão o fogo
de uma tribulação severa, sem paralelo em
sua intensidade, poderá fundir e soldar as entidades discordantes que constituem os elementos de nossa civilização hodierna, de tal
69
modo que venham a formar os componentes
integrais da comunidade mundial do futuro.
A voz profética de Bahá'u'lláh, nas passagens finais das "Palavras Ocultas", advertindo os povos do mundo de que uma calamidade imprevista os segue e penosa retribuição os espera, revela, realmente, em uma luz
lúgubre, o destino imediato dessa humanidade aflita. Nada, senão uma provação fogosa,
da qual a humanidade emergirá, castigada e
preparada, conseguirá implantar a compreensão da responsabilidade que os líderes de
uma era recém-nascida deverão tomar aos
ombros.
Eu desejaria chamar a vossa atenção novamente para aquelas palavras ominosas de
Bahá'u'lláh que já citei: "E quando soar a
hora marcada, aparecerá de repente aquilo
que fará tremerem os membros do gênero
humano."
Não foi o próprio 'Abdu'1-Bahá que assegurou em uma linguagem inequívoca de que
"uma outra guerra, mais selvagem do que a
última, haveria certamente de romper"?
A realização final daquele milênio, o qual
os poetas de todas as eras têm descrito e os
videntes há muito sonham, depende basicamente da consumação deste empreendimento
colossal e indeseritivelmente glorioso — um
70
empreendimento pelo qual lutaram em vão
os estadistas romanos e que os desesperados
esforços de Napoleão falharam em alcançar.
Dele depende o cumprimento das profecias
feitas pelos profetas do passado de que as espadas serão transformadas em arados e que
o leão e o cordeiro viverão juntos. Somente
ele pode acelerar a vinda do Reino do Pai
Celestial como foi predito na Fé de Jesus
Cristo. Somente ele pode estabelecer a base
para a Nova Ordem Mundial visualizada por
Bahá'u'lláh — uma Ordem Mundial que deverá refletir neste plano terreno, embora vagamente os indescritíveis esplendores do Reino de Abhá.
Ainda uma palavra em conclusão. A proclamação da Unidade do Gênero Humano —
pedra fundamental do domínio tão compreensivo de Bahá'u'lláh — não pode, em absoluto, ser comparada com as expressões de esperança piedosa que foram pronunciadas no
passado. Não é um mero apelo feito por Ele,
só, sem apoio, em face da implacável oposição de dois dos mais poderosos potentados
orientais de Seu tempo, conjuntamente, em
cujas mãos Ele estava preso e exilado. Muito
mais do que isso, é, a um tempo, uma admoestaçao e uma promessa, a admoestaçao
de que nela se encontra o único meio de sal71
vação para um mundo severamente atribulado, e a promessa de que está próxima a sua
realização.
Embora, no tempo em que essa proclamação foi feita, se não tivesse concebido
ainda, em parte alguma do mundo, a possibilidade de sua realização, agora, em virtude
daquela potência celestial de que foi revestida
pelo Espírito de Bahá'u'lláh, um sempre
crescente número de homens pensadores vem
finalmente a reconhecê-la, não só como uma
possibilidade que se aproxima, mas sim,
como a conseqüência inevitável das forças
que atualmente operam no mundo.
Certamente o mundo, contraído e transformado em um só organismo altamente
complexo em conseqüência do admirável progresso realizado no reino da ciência física e
da expansão universal do comércio e da indústria — e lutando, sob a pressão de forças
econômicas mundiais, ameaçado pelas emboscadas de uma civilização materialista —
tem urgente necessidade de uma nova exposição da Verdade que baseia todas as Revelações do passado e em uma linguagem
adaptada às suas necessidades essenciais. E
qual a voz, senão a de Bahá'u'lláh — PortaVoz de Deus para esta era — que será capaz
de efetivar na sociedade uma transformação
72
tão radical como aquela que Ele já conseguiu
nos corações dos homens e mulheres, diversificados no extremo e aparentemente irreconciliáveis, os quais constituem o corpo de
Seus declarados seguidores no mundo inteiro?
Poucas pessoas, em verdade, podem duvidar do fato de que esse tão poderoso conceito
esteja rapidamente germinando nas mentes
dos homens, ou de que vozes se levantem em
seu apoio, ou ainda de que suas características salientes breve haverão de se cristalizar
na consciência dos que possuem autoridade.
Somente quem tiver o coração poluído pelo
preconceito deixará de perceber que seu começo modesto já se manifestou na Administração Mundial à qual se associam os aderentes da Fé de Bahá'u'lláh...
("The Goal of a New World Order", 28
de novembro de 1931, publicado em "The
World Order of Bahá'u'lláh" págs. 33-37,
40-43 e 45-48)

Nenhum mecanismo que os esforços coletivos do gênero humano talvez possam ainda
inventar, a não ser que se conforme com as
73
normas inculcadas pela Revelação Bahá'í e
esteja em harmonia com o padrão sublime
ordenado em seus ensinamentos, poderá esperar jamais conseguir algo acima e além daquela "Paz Menor", à qual o próprio Autor
de nossa Fé se tem referido em Seus escritos.
"Já que tendes recusado a Paz Máxima", escreveu Ele, admoestando os reis e governantes da Terra, "segurai-vos firmemente a essa,
a Paz Menor, para que possais talvez em algum grau melhorar vossa própria condição
e a de vossos dependentes". Estendendo-se
sobre esse assunto da Paz Menor, Ele, na mesma Epístola, assim se dirige aos governantes
da terra: "Sede reconciliados entre vós mesmos, para que não necessiteis de mais armamentos, salvo em uma medida adequada para
salvaguardar vossos territórios e domínios...
Sede unidos, ó reis da terra, pois assim a tempestade de discórdia entre vós se aquietará e
vossos povos encontrarão sossego — se sois
dos que compreendem. Se qualquer um dentre vós armar contra outro, levantai-vos todos
contra ele, pois isto não é senão justiça manifesta" .
A Paz Máxima, por outro lado, assim
como Bahá'u'lláh a concebeu — uma paz que,
inevitalmente, há de suceder como conseqüência prática da espiritualização do mun«
74
do e da fusão de todas as suas raças, crenças, classes e nações — sobre outra base, não
pode se apoiar, nem por outro meio ser preservada, senão pelos preceitos divinamente
designados, implícitos na Ordem Mundial que
se associa com Seu Santo Nome...
O advento da revelação de Bahá'u'lláh.
cuja missão suprema outra não é senão a
realização dessa unidade orgânica e espiritual de todas as nações, deve ser considerado
se quisermos ser fiéis àquilo que ela implica
— como indício do amadurecimento da inteira raça humana. Deve essa Revelação ser vista
não simplesmente como ainda outra renascença espiritual destinada ao homem em sua
incessante transição, nem apenas como mais
uma etapa em uma sucessão de progressivas
Revelações ( nem mesmo como a culminância de um da série de ciclos proféticos periódicos, mas, antes, como assinalando a última
e mais alta etapa na estupenda evolução da
vida coletiva do homem neste planeta. A formação de uma comunidade mundial, a percepção do conceito de cidadão do mundo e o início de uma civilização e cultura mundiais —
devendo tudo isso sincronizar com as etapas
iniciais no desenvolvimento da Idade Áurea
da Era Bahá'í — devem; ser consideradas, em
virtude da sua própria natureza, no que diz
75
respeito à vida neste planeta, como os limites
extremos na organização da sociedade humana, embora o homem como indivíduo possa,
ou melhor, deva, em conseqüência de tal consumação, continuar indefinitivamente a progredir e se desenvolver.
Toda a humanidade geme, anseia por ser
conduzida à unificação e assim terminar seu
martírio secular. E todavia, obstinadamente,
recusa-se a aceitar a luz e reconhecer a autoridade soberana do único Poder de livrá-la
de seus embaraços e dela desviar a trágica calamidade que ameaça engolfá-la.
Ominosa em verdade é a voz de Bahá'u'lláh
que soa através destas proféticas palavras:
"Ó vós do mundo! Sabei verdadeiramente que
uma calamidade inesperada vos persegue e
que um doloroso castigo vos espera. Não pensai que o que vós tendes cometido tem sido
oculto de Minha vista." E novamente, "Determinamos um tempo para vós, ó povos! Se, na
hora designada, vos volverdes para Deus, Ele
em verdade vos apreenderá com violência e
fará atacarem-vos, de todos os lados, penosas
aflições. Quão severo, em verdade, é o castigo com o qual Vosso Senhor então vos punirá!"
Será que a humanidade, atormentada como
ela está agora, deve ser afligida por tribula76
ções ainda mais severas para que a sua influência purificadora possa prepará-la para
entrar no Reino Celestial destinado a ser estabelecido na Terra? Será que a inauguração
de tão vasta, única e iluminada era da história humana deve ser precedida por tão grande catástrofe que venha a lembrar, ou melhor, ultrapassar o terrível colapso da civilização romana nos primeiros séculos da Era
Cristã? Será que uma, série de profundas convulsões devem abalar e agitar a raça humana até que Bahá'u'lláh possa ser entronizado
nos corações e consciências das massas, até
que a Sua indiscutível ascendência seja universalmente reconhecida, e até que o nobre
edifício de Sua Ordem Mundial seja erguido
e estabelecido?
Os longos períodos de infância e meninice, através dos quais a raça humana tinha
que passar chegaram ao seu fim. A humanidade agora está passando pelas comoções invariavelmente associadas com o estágio mais
turbulento de sua evolução, o estágio da adolescência, quando a impetuosidade da juventude e o seu ardor atingem o seu clímax e
devem gradualmente ser substituídos pela calma, sabedoria e maturidade que caracterizam
um adulto. Então a raça humana atingirá o
estado de maturidade que a capacitará a ad77
quirir todos os poderes e faculdade dos quais
depende o seu desenvolvimento final.
A unificação da humanidade inteira é o
distintivo da etapa da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade de
família, a de tribo, a de cidade-estado e a de
nação, fora sucessivamente tentadas e completamente estabelecidas. A unidade do mundo é agora a meta à qual a, humanidade, em
sua aflição, dirige seus esforços. O processo
de formar nações já chegou ao fim. A anarquia inerente à soberania estatal aproxima-se
de um clímax. Um mundo marchando para
a maturidade deve abandonar esse fetiche,
reconhecer a unicidade e a integridade das
relações humanas e estabelecer, de uma vez
por todas, os instrumentos que melhor possam
concretizar este princípio fundamental de sua
vida...
A unidade do gênero humano, assim
como Bahá'u'lláh a concebeu, compreende o
estabelecimento de uma comunidade mundial
em que todas as nações, raças, crenças e classes estejam estreita e permanentemente unidas, e em que a autonomia dos estados que a
compõem, e a liberdade e iniciativa pessoal
dos seus membros individuais, sejam garantidas de um modo definitivo e completo. Tal
comunidade mundial, deve abranger, segun78
do nosso conceito, uma legislatura mundial,
cujos membros, os representantes de todo o
gênero humano, virão a controlar todos os
recursos das respectivas nações componentes
e criar as leis que forem necessárias para regular a vida, satisfazer as necessidades e
ajustar as relações de todas as raças e povos
entre si. Um executivo mundial, apoiado por
uma força internacional, executará as decisões dessa legislatura mundial, aplicará as
leis por ela criadas, e protegerá a unidade orgânica da inteira comunidade mundial. Um
Tribunal mundial deverá adjudicar toda e
qualquer disputa que surja entre os vários elementos que constituem esse sistema universal, sendo irrevogável a sua decisão. Um sistema de inter-comunicação mundial será adotado que abranja todo o planeta e, livre de
qualquer embaraço ou restrição nacional, funcionará com admirável rapidez e perfeita regularidade. Uma metrópole mundial será o
centro de uma civilização mundial, o foco
para que convergirão as forças unificadoras
da vida e da qual hão de irradiar suas influências vigorantes. Um idioma mundial
será criado ou escolhido dentre as línguas
existentes e será ensinado em todas as escolas de todas as nações federadas como auxiliar à língua nativa. Uma escrita mundial,
79
uma literatura mundial, um sistema uniforme de moeda, de pesos e medidas simplificarão e facilitarão o intercâmbio e entendimentos entre as nações e raças da humanidade.
Em tal sociedade mundial, a ciência e a religião, as duas forças mais potentes da vida
humana, serão reconciliadas, assim cooperando e desenvolvendo-se harmoniosamente.
Não mais será a imprensa, sob tal sistema, perniciosamente dominada por interesses, quer
particulares, quer públicos, embora dê plena
expressão às várias opiniões e convicções do
gênero humano; e será livrada da influência
de governos e povos querelentes. Os recursos
econômicos do mundo serão organizados, suas
fontes* de matérias primas serão exploradas
e completamente utilizadas, seus mercados
serão coordenados e desenvolvidos e a distribuição de seus produtos será regulada de um
modo eqüitativo.
As rivalidades entre as nações, os ódios e
as intrigas, cessarão, e os preconceitos e animosidades de raça serão substituídos por amizade, entendimento mútuo e cooperação. Não
mais existirão os motivos da contenda religiosa; abolir-se-ão as barreiras e restrições
econômicas e a desmedida distinção entre as
classes será eliminada. Desaparecerão a pobreza extrema, por um lado, e, por outro, a
80
excessiva acumulação de bens. A quantidade enorme de energia que se desperdiça com
a guerra, quer econômica ou política, será dedicada a fins como estes; a extensão do alcance das invenções humanas e do desenvolvivimento técnico, o aumento da capacidade
produtiva da humanidade, o extermínio das
moléstias, a ampliação das pesquisas científicas a adoção de mais altos padrões de saúde
física, a refinação do cérebro humano, a exploração dos recursos do planeta que ainda
não foram utilizados ou descobertos, o prolongamento da vida do homem, a promoção
de qualquer outro meio de estimular a vida
intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira.
A meta para a qual a força unificadora
da vida impele a humanidade é um sistema
federal mundial que regerá a Terra, exercendo uma autoridade inquestionável sobre seus
recursos inimaginavelmente vastos, harmonizando e incorporando os ideais de Leste e
Oeste, liberto do flagelo da guerra e suas tristes conseqüências, esforçando-se por aproveitar todas as fontes de energia existentes na
superfície do planeta — um sistema em que
a Força se subordina à justiça, e cuja vida é
sustentada por seu reconhecimento universal
81
de um só Deus e sua lealdade a uma Revelação comum.
("The Unfoldment of World Civilization",
11 de março de 1936, publicado em "The
World Order of Bahá'u'lláh", págs. 162163, 201-204)

A tribulação que há de abalá-la ( nação
americana) tão graficamente profetizada por
Bahá'u'lláh — como citamos nas páginas precedentes — talvez a veja repuxada para seu
vórtice, num grau sem precedentes. Do contrário de suas reações ao último conflito mundial, emergirá — é provável — conscientemente determinada a aproveitar sua oportunidade de aplicar o pleno peso de sua influência aos problemas gigantescos que tamanha
tribulação haverá de deixar em seu rasto e,
em conjunto com suas nações irmãs, tanto
do Oriente como do Ocidente, exorcismar
para sempre a maior maldição que, desde os
tempos imemoriais, afringe e degrada a espécie humana.
Então, e somente então, a nação americana, amoldada e purificada no crisol de uma
guerra comum, habituada a seus rigores e dis82
ciplinada pelas suas lições, estará na posição
de poder levantar sua voz no concilio das nações, lançar, ela mesma, a pedra angular de
uma paz universal e duradoura, proclamar a
solidariedade, a unidade e a maturidade do
gênero humano e ajudar a estabelecer o prometido reinado da justiça na terra. Então,
e somente então, a nação americana — enquanto a comjunidade dos bahá'ís americanos
em seu seio estiver consumado sua missão
que Deus lhe determinou poderá cumprir o
destino indizivelmente glorioso que lhe foi
designado pelo Onipotente e que os escritos
de 'Abdu'1-Bahá consagraram imortalmente.
Então, e somente então, a nação americana
atingirá "aquilo que há de adornar as páginas da história", e tornar-se-á "objeto da inveja do mundo, abençoada tanto no Oriente
como no Ocidente".
("O Advento da Justiça Divina", 25 de
dezembro de 1938, págs. 137-139)

O mundo, em verdade, move-se para seu
destino. A interdependência dos povos e nações da terra — não obstante o que digam ou
façam os que incentivam as forças divisoras
83
do mundo — já é fato consumado. Compreende-se e reconhece-se agora sua unidade
na esfera econômica. O bem-estar da parte
significa o bem-estar do todo, e o sofrimento
da parte traz sofrimento ao todo. A Revelação de Bahá'u'lláh — para usarmos Suas próprias palavras — "prestou um novo impulso e
fixou uma direção nova" a esse vasto processo que opera presentemente no mundo. Os fogos ateiados por essa grande provação são as
conseqüências da falha dos homens, por não
havem-na reconhecido. Ainda mais, apressam sua consumação. A longa adversidade
mundial, aflitiva, aliada aos caos e à destruição universal, há de convulsionar as nações,
despertar a consciência do mundo, desiludir
as massas, precipitar uma transformação radical no próprio conceito da sociedade, e coligar, afinal, os membros desunidos e sangrentos da humanidade num só corpo organicamente unido e indivisível.
Ao caráter geral, às implicações e feições
dessa comunidade mundial, destinada a emergir, cedo ou tarde, da carnificina, agonia e
destruição dessa grande convulsão, já me referi em comunicações anteriores. Basta dizer
que esta consumação, por sua própria natureza ,há de ser um processo gradativo e deve
primeiro como o próprio Bahá'u'lláh anteci84
pou, levar à realização daquela Paz Menor
que as nações da Terra por si mesma estabelecerão, pois embora despercebendo ainda Sua
Revelação estão executando, no entanto, os
princípios gerais por Ele enunciados. Esse
passo momentoso e histórico, envolvendo a reconstrução da humanidade, em conseqüência do reconhecimento universal de ser ela
uma só, de formar um todo, conduzirá à espiritualização das massas, uma vez reconhecido o caráter da Fé introduzida por Bahá'u'lláh e admitida a verdade de suas declarações — condição essa, essencial àquela fusão final de todas as raças, crenças, classes
e nações, o que deve assinalar o surgir de Sua
Nova Ordem Mundial.
Então o amadurecimento da inteira espécie humana será proclamado e celebrado por
todos os povos e nações da terra. Içar-se-á,
então, a bandeira da Paz Máxima. Então a
soberania mundial de Bahá'u'lláh — aquele
que estabeleceu o Reino do Pai predito pelo
Filho e antecipado pelos Profetas de Deus antes e depois Dele — será reconhecida, aclamada e firmemente estabelecida. Nascerá
então, uma civilização mundial, fadada a florescer e perpetuar-se, uma civilização com
uma plenitude de vida que o mundo jamais
viu nem pode ainda conceber. Então se cum85
prirá completamente o Convênio eterno. Redimir-se-á a promessa encerrada em todos os
livros de Deus, cumprindo todas as profecias
pronunciadas pelos Profetas de antanho e
sendo assim realizada a visão de videntes e
poetas. Então o planeta, galvanizado pela
crença universal de seus habitantes em um
só Deus1, e pela sua lealdade a uma Revelação
comum, espelhará, dentro dos limites que lhe
forem impostos, as fulgentes glórias da soberania de Bahá'u'lláh, brilhando na plenitude
de seu esplendor no Paraíso de Abhá, e se fará
o escabelo de Seu Trono no alto; será aclamado como o céu terrestre, capaz de cumprir
aquele destino inefável que lhe foi determinado desde tempos imemoriais, pelo amor e sabedoria de seu Criador.
("O Dia Prometido Chegou", 28 de março
de 1941, págs. 149-151)

Ele (Bahá'u'lláh) encarece sem reservas
o princípio da segurança coletiva, recomenda
a redução dos armamentos das nações, e proclama como necessária e inevitável a convocação de uma assembléia mundial em que os
86
reis e chefes de estados deliberem sobre o estabelecimento da paz entre as nações.
("A Presença de Deus", 1944, pág. 299)

Durante esta Idade Pormativa da Fé, e
durante o presente período e os futuros, o
último estágio e o clímax da ereção da estrutura da Ordem Administrativa da Fé de
Bahá'u'lláh — a eleição da Casa Universal
de Justiça — terá sido realizada, o Kitáb-iAqdás, o Livro Mater da Sua Revelação, terá
sido codificado e as suas leis promulgadas, a
Paz Menor terá sido estabelecida, a unidade
da humanidade terá sido alcançada e a sua
maturidade atingida, o Plano concebido por
'Abdu'1-Bahá terá sido executado, a emancipação da Fé dos grilhões da ortodoxia religiosa terá sido obtida, e o seu status de independência religiosa terá sido universalmente
reconhecido.
. . . Nós não podemos falhar em perceber
o trabalho de dois processos simultâneos, gerados desde os anos finais da idade Heróica
de nossa Fé, cada um claramente definido,
cada um bem distinto, ainda que intimamente relacionados e destinados a culminar no
87
final dos tempos, em uma única consumação
gloriosa.
Um destes processos associa-se com a missão da Comiunidade Bahál Americana, o outro com o destino da nação americana. O primeiro serve diretamente os interesses da Ordem Administrativa da Fé de Bahá'ulláh...
O outro processo data do romper da primeira Guerra Mundial a qual lançou a grande república do Ocidente no vórtice do primeiro estágio de um levante mundial. Ele recebeu o seu ímpeto inicial através da formulação dos Quatorze Pontos do Presidente Wilson, os quais pela primeira vez associaram intimamente aquela República com o destino
do Velho Mundo. Ele sofreu o seu primeiro
revés recém do desligamento daquela república da recém nascida Liga das Nações, cuja
criação foi devida aos esforços daquele presidente. Ele cresceu com o romper da Segunda
Guerra Mundial, infligindo sofrimentos sem
precedentes naquela república, e envolvendo-a
ainda mais nos afazeres de todos os continentes do globo. Ele foi reforçado através da declaração existente na Carta do Atlântico,
como apresentado por um de seus principais
criadores, Franklin D. Roosevelt. Ele assumiu um delineamento definitivo através do
nascimento das Nações Unidas na Conferên88
cia de São Francisco. Ele adquiriu um significado ainda maior com a escolha da própria
Cidade do Convênio como a sede da recém
criada organização, através das declarações
feitas recentemente pelo presidente americano na Grécia e Turquia, com relação às responsabilidades de seu país como também através da discussão pela Assembléia Geral das
Nações Unidas do desafiante e espinhoso problema da Terra Santa, o centro espiritual
como também administrativo da Fé Mundial
de Bahá'u'lláh. Porém, ele deve atravessar um
caminho longo e tortuoso até atingir, através de uma série de vitórias e reveses, a união
política dos hemisférios ocidental e oriental
o nascimento de um governo mundial e o estabelecimento da Paz Menor, como prenunciado por Bahá'u'lláh e predito pelo Profeta
Isaias. Ele deve finalmente culminar no desfraldar da bandeira da Paz Maior, na Idade
Áurea da Dispensação de Bahá'u'lláh.
("Citadel of Faith", 05 de junho de 1947,
pág. 6, págs. 32-33)

A construção deste edifício (o Arquivo
Internacional Bahá'í) por sua vez anunciará
89
a construção, no decorrer dos sucessivos períodos da Idade Formativa da Fé, de diversos
outros períodos que servirão como sedes administrativas daquelas instituições divinamente indicadas como a Guardiania, as Mãos
da Causa, e a Casa Universal de Justiça. Estes edifícios envolverão em uma forma de
arco aberto e com um estilo arquitetônico
harmonioso os túmulos da Folha Mais Sagrada, distinta como a pessoa mais proeminente
do seu sexo na Dispensação Bahá'í, do Irmão
dela, oferecido como um resgate por Bahá'u'lláh para o despertar do mundo e a sua
unidade e da Mãe deles, proclamada por Ele
como a sua consorte escolhida "em todos os
mundos de Deus". O término deste estupendo empreendimento marcará a culmânação
do desenvolvimjento de uma Ordem Administrativa Mundial divinamente indicada, cujo
início pode ser determinado nos anos finais
da Idade Heróica da Fé.
Este vasto e irresistível processo, inigualável na história espiritual da humanidade, e
que será sincronizado com dois outros desenvolvimentos não menos significativos — o
estabelecimento da Paz Menor e a evolução
das instituições Bahá'ís locais e nacionais —
atingirá a sua consumação na Idade Áurea
da Fé, através do hasteamento da bandeira
90
da Paz Máxima e da emergência na plenitude
de seu poder e glória do Centro focai das
instituições que constituem a Ordem Mundial de Bahá'u'lláh. O estabelecimento final
desta sede da futura Comunidade Mundial
Bahá'í assinalará imediatamente a proclamação da soberania do Fundador de nossa Fé
e o advento do Reino da Paz, repetidamente
enaltecido e prometido por Jesus Cristo.
Esta Ordem Mundial, por sua vez, durante as sucessivas dispensações do Ciclo Banal, dará o seu mais belo fruto através do
nascimento e desabrochar de uma civilização
divinamente inspirada em suas características, de âmbito mundial em sua abrangência,
e fundamentalmente espiritual em seu caráter — uma civilização destinada durante o
seu desenvolvimento a derivar o seu impulso
inicial do espírito animador das próprias instituições que agora, em seu estado embrionário, estão em movimento no ventre da atual
Idade Formativa da Fé.
("Messages to the Bahá'í World, 19501957" 27 de novembro de 1954, págs.
74-75)

91
EXTRATOS DE CARTAS ESCRITAS
EM NOME DE SHOGHI EFFENDI

O mundo está muito agitado, e o que é
mais patético é o fato de ele ter aprendido a
se manter longe de Deus, que é o único que
pode salvá-lo e aliviar os seus sofrimentos. É
nosso dever, nós que fomos incumbidos de
ministrar o remédio divino dado por Bahá'u'lláh, concentrar nossa atenção na realização desta tarefa, e não descansar até que
a paz predita pelos Profetas de Deus tenha
sido permanentemente estabelecida.
(09 de dezembro de 1931)

Shoghi Effendi escreveu a sua última
carta geral ("The Goal of a New World Order" — A Meta de uma Nova Ordem Mundial) para os amigos ocidentais porque ele
92
sentia que se deveria esclarecer ao público a
atitude mantida pela Fé Bahá'í em relação
aos atuais problemas econômicos e políticos.
Nós devemos fazer o mundo conhecer qual
era o verdadeiro objetivo de Bahá'u'lláh. Até
agora a Unidade da Humanidade era um assunto de importância apenas acadêmica.
Agora ele está se tornando cada vez mais um
tema de interesse dos governantes. Conseqüentemente esta é uma oportunidade maravilhosa paxá que nos destaquemos e apresentemos o ensinamento que é o objetivo e a meta dos preceitos sociais de Bahá'u'lláh. Shoghi
Effendi espera que os amigos façam ressonar
este chamado pela união orgânica da humanidade até que ele seja parte da consciência
de cada ser humano no mundo. Porém um
grande cuidado deve ser tomado para que
não sejamos mal entendidos e a nossa Fé não
seja classificada como um movimento radical.
(28 de janeiro de 1932)

Shoghi Effendi pediu-me que informasse
o recebimento de sua carta datada de 26 de
fevereiro de 1932 a qual tinha em anexo uma
93
cópia impressa da sua última carta geral
("The Goal of a New World Order" — A
Meta de uma Nova Ordem Mundial)... Ele
ficou muito feliz em saber que os amigos a
acharam suficientemente interessante para
fazê-la o tema de sua campanha de ensino.
Ele também espera sinceramente que isto
desperte alguns dos amigos para a importância deste ensinamento da Causa e que os estimule a uma maior aprofundação e estudo
sobre este assunto. Pois ele é indubitavelmente o objetivo dos preceitos sociais da Fé.
Não há nenhuma razão porque os baháls
não deveriam ser os primeiros a pleitear tal
Federação Mundial, para a qual o mundo está sendo dirigido por forças que ele não pode
controlar.
(16 de fevereiro de 1932)

As diversas nações do mundo nunca atingirão a paz a não ser que reconheçam o significado dos ensinamentos e os observem de
todo o coração pois através daqueles preceitos
todos os problemas internacionais serão resolvidos e todo homem terá o ambiente espi94
A Paz nos Escritos Bahá'ís
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A Paz nos Escritos Bahá'ís

  • 1. NO LIMIAR DA PAZ Uma Compilação das Escrituras Bahá'ís sobre a Paz
  • 2.
  • 4.
  • 5. NO LIMIAR DA PAZ Compilado pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça 1987 EDITORA BAHÁ'Í
  • 6. © Copyright Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do Brasil Rio de Janeiro — RJ Tradução dos textos ainda não publicados em português: Foad Shaikhzadeh Revisor: Washington Araújo Capa: Flávia Sales 1986 — Ano Internacional da Paz (ONU) Editora Bahá'í R. Eng. Gama Lobo, 267 20551 — Rio de Janeiro — RJ
  • 7. EXTRATOS DOS ESCRITOS DE BAHÁULLÁH Este é o Dia em que mais excelentes favores de Deus manaram sobre os homens, o Dia em que Sua graça suprema se infundiu em todas as coisas criadas. Todos os povos do mundo devem reconciliar suas diferenças e, em paz e união perfeitas, se abrigar à sombra da Árvore de Seu cuidado e Sua benevolência. É mister aderirem a tudo o que, neste Dia, lhes possa elevar a condição e promover os melhores interesses. (Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh", pág. 17) O desígnio de Deus em enviar Seus Profetas aos homens é duplo. O primeiro é livrar da escuridão da ignorância os filhos dos ho-
  • 8. mens, e guiá-los à luz da verdadeira compreensão. O segundo é assegurar a paz e tranqüilidade do gênero humano provendo todos os meios pelos quais podem ser estabelecidas. ("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh", págs. 58/59) Ó vós que habitais na terra! A feição distintiva que assinala o preeminente caráter desta Revelação Suprema consiste em havermos. .. estabelecido os requisitos essenciais da concórdia, da compreensão, da união completa e duradoura. Bem aventurados aqueles que guardam Meus estatutos. ("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh'', pág. 69) O Grande Ser, desejando revelar os requisitos da paz e tranqüilidade do mundo e do progresso de seus povos, escreveu: Há de vir o tempo em que se compreenda universalmente a necessidade imperiosa de se convocar uma vasta assembléia de homens — assembléia essa que a todos abranja. Os go-
  • 9. vernantes e reis da terra devem forçosamente assisti-la e participando de suas deliberações, considerar tais meios e métodos que possam lançar entre os homens os alicerces da Grande Paz no mundo. Tal paz exige que as Grandes Potências resolvam, para a tranqüilidade dos povos da terra, reconciliar-se plenamente entre si. Se algum rei empregar armas contra outro, todos unidos deverão levantar-se e impedi-lo. Se isto for feito, as nações do mundo não mais precisarão de armamentos, exceto a fim de preservar a segurança de seus domínios e manter a ordem interna dentro de seus territórios. Isto assegurará a paz e sossego de cada povo, governo e nação. Esperaríamos que os reis e governantes da terra, espelhos que são do benévolo e onipotente nome de Deus, possam atingir este grau e proteger a humanidade contra a investida da tirania... Aproxima-se o dia em que todos os povos do mundo terão adotado um idioma universal e uma escrita comum. Quando isto for realizado, não importa a que cidade um homem possa viajar, será como se estivesse entrando em sua própria casa. Estas coisas são obrigatórias e absolutamente essenciais. Incumbe a todo homem de percepção e compreensão esforçar-se por traduzir para a realidade e ação aquilo que foi es-
  • 10. crito... É homem, verdadeiramente, quem hoje se dedica ao serviço da humanidade inteira. Diz o Grande Ser: Bem-aventurado e feliz é aquele que se levanta para promover os melhores interesses dos povos e raças da terra. Em outra passagem, Ele proclamou: Que não se vanglorie quem ama seu próprio país, mas sim, quem; ama o mundo inteiro. A terra é um só país, e o gênero humano, seus cidadãos. ("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh", pág. 158) Ó vós governantes da terra! Por que anuviastes o esplendor do Sol e o impedistes de se irradiar? Escutai o conselho que vos foi dado pela Pena do Altíssimo, para que talvez tanto vós como os pobres, possam atingir tranqüilidade e paz. Suplicamos a Deus que ajude os reis da terra a estabelecerem nessa terra, a paz. Ele, verdadeiramente, faz o que deseja. Ó reis da terra! Nós vos vemos aumentardes, todos os anos, vossos gastos, cujo peso pondes sobre vossos súditos. Isso, em verdade, é flagrante e inteiramente injusto. TeS
  • 11. mei os suspiros e as lágrimas deste Injuriado e não ponhais encargos excessivos sobre vossos povos. Não lhes roubeis a fim de erguerdes palácios para vós; não, antes, escolhei para eles o que escolheis para vós mesmos. Assim desdobramos ante vossos olhos o que vos é proveitoso — se apenas o percebesseis. Vossos povos são vossos tesouros. Acautelai-vos para que vosso governo não viole os mandamentos de Deus, e não entregueis vossos tutelados às mãos do ladrão. Por eles é que governais, por meio deles subsistis, pela sua ajuda ganhais vossas vitórias. No entanto, com que desdém olhais para eles! Que estranho, muito estranho! Agora que recusastes a Paz Maior, segurai-vos a essa, a Paz Menor, a fim de que talvez possais melhorar em algum grau vossa própria condição e a daqueles que de vós dependem . Ó governantes da terra! Sede reconciliados entre vós, para que não mais necessiteis de armamentos, salvo na medida precisa a fim de proteger vossos territórios e domínios. Guardai-vos de desatender o conselho do Onisciente, do Fiel. Uni-vos, ó reis da terra, pois assim a tempestade da discórdia se aquietará entre vós e vosso povo encontrará sossego — se sois dos
  • 12. que compreendem. Se alguém dentre vós lançar mão de armas contra outro, levantai-vos todos contra ele, pois isso nada mais é que justiça manifesta. ("Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh", págs. 160/161) O bem-estar da humanidade, sua paz e segurança, são irrealizáveis, a não ser que primeiro, se estabeleça firmemente sua unidade. E essa unidade jamais será atingida enquanto se deixar de atender aos conselhos que a Pena do Altíssimo revelou. ("Seleção dos Escritos de pág. 180) Bahá'u'lláh", Oramos a Deus — exaltada seja Sua Glória — e nutrimos a esperança de que Ele possa benevolamente ajudar as manifestações de afluência e poder e os alvoreceres da soberania e glória, os reis da terra — que Deus possa, auxiliá-los através de Sua graça fortalecedora — a estabelecer a Paz Menor. Isto, em verdade, é o maior de todos os meios para 10
  • 13. assegurar a tranqüilidade das nações. Incumbe aos Soberanos do mundo — que Deus os ajude — manterem-se firmemente unidos a esta Paz, a qual é o principal instrumento para a proteção de toda a humanidade. É nossa esperança que eles se levantem para obter aquilo que conduz ao bem-estar do homem. É dever deles convocarem uma vasta assembléia, onde eles próprios ou os seus ministros estarão presentes, e decidirão quaisquer medidas que sejam necessárias para se estabelecer a unidade e concórdia entre os homens. Eles devem abandonar as armas de guerra, e se dirigirem para os instrumentos da reconstrução universal. Caso um rei venha a se levantar contra qualquer outro, todos os outros reis devem se levantar para detê-lo. Então armas e armamentos não serão mais necessários, além daqueles necessários para se garantir a segurança de seus respectivos países. Se eles obterem esta suprema bênção, os povos de cada nação com tranqüilidade e alegria, executarão seus próprios deveres, e os gemidos e lamentos da maioria dos homens serão silenciados. Nós suplicamos a Deus que os ajude a fazer a Sua vontade e prazer. Verdadeiramente, Ele é o Senhor do trono na terra e no céu, e o Senhor deste mundo e do vindouro. 11
  • 14. Seria preferível e mais adequado que os próprios mui honrados reis presenciassem tal assembléia, e proclamassem os seus éditos. Qualquer rei que se levante para executar esta tarefa, verdadeiramente será, aos olhos de Deus, a cinosura de todos os reis. Feliz é Ele, e grande é sua bem-aventurança! ("Epístola ao Filho do Lobo") A sexta Boa-Nova é a realização da Paz Menor, da qual os detalhes foram anteriormente revelados por Nossa Mais Exaltada Pena. Grande é a bem-aventurança daquele que a sustenta e que observa qualquer coisa que tenha sido ordenada por Deus, o Onisciente, o Sapientíssimo. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 31) Em todos os assuntos a moderação é desejável. Se uma coisa for levada ao excesso provará ser fonte de mal. Consideremos a civilização do Ocidente, quanto tem agitado e alarmado os povos do mundo. Inventou-se uma máquina infernal que se tem mostrado 12
  • 15. ser arma de destruição tão cruel como jamais se viu outra semelhante, nem se ouviu falar em outra igual. A fim de efetivarem sua purificação de corrupções tão profundamente arraigadas e sobrepuj antes, os povos do mundo deverão se unir em seus esforços por atingirem um objetivo comum e abraçarem uma fé universal. Inclinai vossos ouvidos ao Chamado deste Ser Oprimido e aderi firmemente à Paz Menor. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 80) Primeiro: Incumbe aos ministros da Casa de Justiça promoverem a Paz Menor, de modo que o povo da Terra seja aliviado do peso de desembolsos exorbitantes. Esse assunto é imperativo e absolutamente essencial, desde que hostilidade e conflito são a origem da aflição e das calamidades. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 102) Na abundância de Nossa graça e benevolência, temos revelado especialmente para os governantes e ministros do mundo aquilo que 13
  • 16. conduz à segurança e proteção, à tranqüilidade e paz; talvez possam os filhos dos homens ser protegidos dos males da opressão. Ele, em verdade, é Quem protege, ampara e concede vitória. Incumbe aos homens da Casa de Justiça, instituída por Deus, fixarem o olhar, dia e noite, naquilo que irradiou da Pena da Glória para o ensino dos povos, a edificação das nações, e a fim de proteger o homem e lhe salvaguardar a honra. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 138) Os que possuem riqueza e são investidos de autoridade e poder devem mostrar a mais profunda consideração para com a religião. Em verdade, a religião é uma luz radiante e uma inexpugnável cidadela para a proteção e o bem-estar dos povos do mundo, pois o temor a Deus impele o homem a segurar-se àquilo que é bom e a evitar todo o mal. Se a lâmpada da religião se obscurecesse, caos e confusão sucederiam e as luzes da eqüidade e justiça, da tranqüilidade e paz, deixariam de brilhar. Disso dará testemunho todo homem de verdadeira compreensão. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 139) 14
  • 17. Temos ordenado a todo gênero humano que estabelecesse a Paz Menor — o mais seguro de todos os meios para a proteção da humanidade. De comum acordo, devem os soberanos do mundo a isso assegurar, pois é o instrumento supremo que pode garantir a segurança e o bem-estar de todos os povos e nações. São eles, realmente, as manifestações do poder de Deus e os alvoreceres de Sua autoridade. Suplicamos ao Todo-Poderoso que benevolamente os ajude naquilo que conduza ao bem-estar de seus súditos. Uma explicação completa desse assunto foi dada anteriormente pela Pena de Glória; felizes aqueles que agem desta maneira. ("Epístolas de Bahá'ulláh", pág. 139) O objetivo da religião, assim como é revelado do céu da santa Vontade de Deus, é estabelecer unidade e concórdia entre os povos do mundo; não a façais a causa de dissensão e contendas. A religião de Deus e Sua lei divina são os mais poderosos instrumentos e os mais seguros de todos os meios para o alvorecer da luz da unidade entre os homens. O progresso do mundo, o desenvolvi15
  • 18. mento das nações, a tranqüilidade dos povos, e a paz de todos os que habitam na terra, figuram entre os princípios e preceitos de Deus. A religião confere ao homem a mais preciosa de todas as dádivas*, oferece o cálice da prosperidade, concede a vida eterna e sobre a humanidade faz manarem benefícios imperecíveis. Cumpre aos dirigentes e gover nantes do mundo e, em especial, aos Membros da Casa de Justiça instituída por Deus, envidarem os máximos esforços para salvaguardar a posição da religião, lhe promover os interesses e exaltar o prestígio aos olhos do mundo. De modo igual lhes incumbe informarem-se das condições de seus súditos e se familiarizarem com os interesses e as atividades das diversas comunidades em seus domínios. Apelamos para as manifestações do poder de Deus — os soberanos e governantes na terra para que se esforcem e tudo a seu alcance façam, a fim de que, porventura,, possam banir deste mundo a dissensão e iluminá-lo com a luz da concórdia. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", págs. 143/ 144) 16
  • 19. Nossa esperança é que os dirigentes religiosos e os governantes do mundo se levantem, unidos, para a reforma desta era, e a reabilitação de seus destinos. Que eles, depois de meditarem sobre aquilo que isso exige, consultem em conjunto, e mediante plena e assídua deliberação, administrem a um mundo enfermo, penosamente aflito, o remédio que necessita. Diz o Grande Ser: O céu da sabedoria divina recebe a luz de dois luminares: a consulta e a compreensão. Consultai-vos em todos os assuntos, pois a consulta é a lâmpada que guia, que mostra o caminho e confere compreensão. ("Epístolas de Bahá'u'lláh", pág. 197) Deliberai em conjunto, considerando somente aquilo que possa trazer benefício ao homem e lhe melhorar a condição... Vede o mundo como o corpo humano, o qual, embora fosse criado íntegro e perfeito, foi por várias causas vítima de doenças e males graves. Nem por um só dia teve repouso; antes, suas enfermidades tornaram-se mais severas, desde quando foi tratado por médicos inábeis, 17
  • 20. que se deixaram levar pelos seus desejos mundanos e erraram gravemente. E se em algum tempo, através dos cuidados de um médico perito, um membro desse corpo foi curado, os outros continuaram aflitos como antes. Assim vos informa o Onisciente, o Sábio... Aquilo que o Senhor tem ordenado como o remédio soberano e o mais poderoso instrumento para a cura de todo o mundo é a união de todos os seus povos em uma Causa universal, uma Fé comum. Isto não pode, de modo algum, ser alcançado, a não ser através de um médico capaz, inspirado e todo poderoso. Isto é verdadeiramente o certo, e tudo o mais é o erro... Considerai estes dias nos quais a Antiga Beleza, Aquele que é o Maior Nome, foi enviado para regenerar e unir a humanidade. Observai como com espadas desembainhadas eles se levantaram contra Ele, e cometeram aquilo que fez o Espírito Fiel tremer. E sempre que nós lhes dissemos; "Eis que o Reformador do Mundo já veio", eles nos responderam: "Ele é em verdade, um dos causadores de discórdia". (Trechos da Epístola, à Rainha Vitória, "The World Order of Bahá'u'lláh" — A Ordem Mundial de Bahá'u'lláh). 18
  • 21. EXTRATOS DAS PALAVRAS DE BAHAULIAH Louvado seja Deus por teres atingido... Vieste ver um prisioneiro e exilado... Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das nações; não obstante, consideram-nos provocadores de luta e sedição, dignos de cativeiros e exílio... Que todas as nações se unam em uma mesma fé e todos os homens se tornem irmãos; que os laços de unidade e afeição entre os filhos dos homens sejam fortalecidos; que cesse a diversidade de religião, e as diferenças de raça sejam anuladas — que mal há nisso?... E assim há de ser; essas lutas infrutíferas, essas guerras arruinadoras hão de passar e a "Paz Máxima" há de vir... Vós na Europa não precisais disso também? Não foi o que Cristo predisse?... Vemos entretanto, vossos reis e governantes gastarem os tesouros mais livremente com os meios da 19
  • 22. destruição da humanidade, do que com aquilo que lhe pudesse proporcionar felicidade... Essas lutas, carnificinas e discórdias devem cessar, e todos os homens serem como uma família. .. Que o homem não se vanglorie pelo amor à sua espécie..." (Palavras proferidas a E. G. Browne, da sua descrição de Bahá'ulláh, "Bahá'u' lláh e a Nova Era", pág. 44) 20
  • 23. EXTRATOS DOS ESCRITOS DE ABDUL-BAHÁ Sabe tu que todos os poderes conjugados são impotentes para estabelecer a paz universal e tampouco têm o poder de resistir ao domínio subjugador e ininterrupto dessas guerras infindas. Em breve, todavia, haverá o poder do céu, o domínio do Espírito Santo, de hastear nos elevados pináculos os estandartes do amor e da paz, que sobre os castelos de majestade e poder tremularão ao sabor dos ventos impetuosos emanados da terna mercê de Deus. ("Seleção dos Escritos de <Abdu'l-Bahá"> texto n.° 146) Tem tu certeza de que, nesta era do espírito, o Reino da Paz içará seu tabernaculo 21
  • 24. nos píncaros do mundo, e os mandamentos do Príncipe da Paz tanto dominarão as artérias e nervos de cada pessoa, que atrairão todas as nações da, Terra ao abrigo de Sua sombra. É dos mananciais de amor, da verdade e da unidade que o verdadeiro Pastor dará de beber às Suas ovelhas. Ó servo de Deus! A paz tem de ser, primeiro, estabelecida entre indivíduos, até resultar, afinal, na paz entre as nações. Conseqüentemente, ó vós bahá'ís, lutai com todas as vossas energias para criardes, mediante o poder do Verbo de Deus, amor genuíno, comunhão espiritual e laços duradouros entre as pessoas. Eis a vossa tarefa. ("Seleção dos Escritos de 'Abdu'1-Bahá", texto n9 201) Presentemente, a paz universal é uma questão de grande importância, todavia, para que se torne seguro seu alicerce, firme seu estabelecimento e robusto seu edifício, a unidade de consciência é essencial. Destarte, há cinqüenta anos, Bahá'u'lláh esclareceu esse assunto — a paz universal — num tempo em que se encontrava confinado 22
  • 25. na fortaleza de 'Akká', vítima de iniqüidade e mantido cativo... Entre Seus ensinamentos figurava a proclamação da paz universal... os princípios de Bahá'u'lláh não se limitavam ao estabelecimento da paz universal, compreendiam muitos preceitos que suplementavam e sustentavam o da paz universal... Em suma, tais ensinamentos são numerosos. Esses múltiplos princípios, que constituem a maior base para a felicidade da humanidade e incluem-se entre as dádivas do Misericordioso, têm de ser adicionados à questão da paz universal, e com esta combinados, a fim de se obter resultados. Do contrário difícil é a concretização da paz universal no mundo se tomada isoladamente. Os ensinamentos de Bahá'u'lláh combinados com a paz universal, assemelham-se a uma mesa provida de toda espécie de alimentos deliciosos. Toda alma pode encontrar, nessa mesa de generosidade infinita, o que deseja. Restringindo-se a questão à paz universal de per si, os notáveis resultados esperados não serão atingidos. O escopo da paz universal deve ser tal que todas* as comunidades e religiões nela vejam a realização de sua mais elevada aspiração. Os preceitos de Bahá'u'lláh são tais que todas as comunida23
  • 26. des do mundo, quer religiosas, políticas ou éticas, quer antigas ou modernas, neles encontrem a expressão de sua mais alta esperança . . . Consideremos, por exemplo, a questão da paz universal, acerca da qual Bahá'ulláh afirma ser imperioso o estabelecimento do Supremo Tribunal; conquanto já tenha sido instituída, a Liga das Nações é incapaz de estabelecer a paz universal. O Supremo Tribunal que Bahá'u'lláh descreveu, porém, levará a cabo essa tarefa sagrada com a máxima pujança e poder. Eis o Seu plano: as Assembléias Nacionais, de cada país e nação — ou seja os parlamentos — devem eleger duas ou três pessoas que sejam as mais excelentes da nação — homens que estejam bem informados no que concerne às leis internacionais e às relações entre os governos e conscientes das necessidades essenciais do mundo atual. O número desses representantes deve ser proporcional à população de cada país. A eleição dessas almas escolhidas pela Assembléia Nacional, isto é, pelo Parlamento, tem de ser confirmada pela Câmara Alta, pelo Congresso e pelo Ministério, bem como pelo Presidente ou Monarca de modo que essas pessoas sejam os eleitos de toda a Nação e do Governo. O Supremo Tribunal será constituído 24
  • 27. dessas almas e assim toda a humanidade nele terá participação, pois cada um desses delegados é plenamente representativo de sua Nação — Ao tomar o Supremo Tribunal, uma deliberação sobre qualquer questão internacional, seja por unanimidade ou maioria, não mais haverá pretexto para o querelante, nem fundamento para objeto por parte do réu. Se qualquer Governo ou Nação for negligente ou dilatorio no cumprimento da irrefutável decisão do Supremo Tribunal, contra ele erguer-se-ão as demais Nações, portanto todos os Governos e Nações do mundo são sustentáculos dessa Corte Máxima. Considerai que alicerce firme, esse! Todavia, a uma Liga limitada e restrita não será possível levar a efeito o propósito como se almeja e é necessário . Eis a verdade a respeito da situação, aqui exposta... ("Seleção dos Escritos de 'Abdu'1-Bahá", texto n.° 227) A verdadeira civilização içará sua bandeira no próprio âmago do mundo em qualquer ocasião em que certo número de seus soberanos eminentes e magnânimos — os bri25
  • 28. lhantes exemplares de devoção e determinação — se levante, com resolução firme e visão clara, para o bem e a felicidade de todo o gênero humano, a fim de estabelecer a Causa da Paz Universal. Devem fazer da Causa da Paz objeto de consulta geral e tentar por todos os meios a seu alcance estabelecer uma União das Nações do mundo. Devem concluir um tratado irrevogável e estabelecer um convênio cujas cláusulas sejam sãs, invioláveis e bem definidas. Devem proclamá-la ao mundo inteiro e obter para esse convênio a sanção de toda a raça humana. Esse supremo e nobre empreendimento — verdadeira fonte da paz e do bem-estar do mundo todo — deve ser considerado sagrado por todos aqueles que habitam na Terra. Todas as forças da humanidade dever ser mobilizadas para garantir a estabilidade e permanência desse Supremo Convênio. Nesse tratado tão compreensivo, os limites e as fronteiras de cada nação seriam claramente fixados, os princípios que baseiam as relações dos governos entre si seriam definitivamente estabelecidos, e todos os convênios e obrigações internacionais seriam averiguados. De igual modo, a quantidade dos armamentos de cada governo deve ser estritamente limitada, pois se fosse permitido que qualquer nação 26
  • 29. aumentasse seus preparativos para guerra, suas forças militares, isso incitaria suspeita nas outras. O princípio fundamental que baseia esse pacto solene deve ser de tal modo fixado que se qualquer governo viesse a violar mais taxde uma de suas provisões, todos os governos da terra se levantariam para seduzi-lo à completa submissão — sim, a raça humana como um todo resolveria, com todos os poderes a seu dispor, destruir esse governo. Se este, o maior de todos os remédios, for aplicado ao corpo enfermo do mundo, sanar-lhe-á os males, seguramente, e o fará permanecer por todo o sempre salvo e seguro. Observe que se tal feliz situação fosse estabelecida, nenhum governo necessitaria continuar amontoando armas de guerra, nem se sentiria obrigado a produzir cada vez mais novas armas militares com as quais, pudesse conquistar a raça humana. Uma pequena força com o propósito de segurança interna, a correção dos elementos desordeiros e criminosos e a prevenção de distúrbios locais, seria o suficiente e nada mais. Deste modo, toda a população, em primeiro lugax, ficaria livre dos pesados encargos atualmente impostos pelos propósitos militares, e em segundo lugar, um grande número de pessoas deixaria de devotar o seu tempo para o contínuo 27
  • 30. desenvolvimento de novas armas de destruição — aquele símbolo de ganância, de crueldade, — tão inconsistentes com a dádiva da vida — e ao invés disto esforçar-se-iam na produção de tudo aquilo que fomentasse a paz, o bem-estar da existência humana, e que se tornasse a causa do desenvolvimento universal e da prosperidade. Então cada Nação na Terra prevaleceria com honra, e todos os povos seriam educados com tranqüilidade e contentamento. Alguns, que ignoram o poder latente no esforço humano, consideram isso como inteiramente impraticável, além do alcance das mais sinceras tentativas. Isso, porém, não é a verdade. Ao contrário, graças à Mercê infalível de Deus, à benevolência de Seus eleitos, aos esforços incomparáveis de pessoas sábias e capazes, e aos pensamentos e idéias dos líderes proeminentes desta era, nada deve ser considerado como irrealizável. Necessita esforço, reiterado esforço. Só uma indomável determinação poderá efetivar isso. Mais de uma causa que em épocas passadas se considerava puramente visionária, tornouse, no tempo presente, muito fácil e praticável. Por que considerar como inatingível esta causa tão grande e sublime, o sol do firmamento da verdadeira civilização e a causa 28
  • 31. da glória, do progresso, do bem-estar e sucesso de toda humanidade? Certamente, dia virá em que sua radiante luz iluminará a assembléia dos homens. Os aparatos de conflito alcançarão um ponto, do modo pelos quais eles estão se desenvolvendo atualmente, onde a guerra tornar-se-á algo intolerável para a humanidade. É claro pelo que já foi dito até agora, que a glória e grandeza do homem não residem em ele ser ávido por sangue e ter garras afiadas, em derrubar cidades e espalhar destruição, em abater forças armadas ou pessoas civis. O que significaria um futuro brilhante para ele seria a sua reputação pela justiça, a sua gentileza para com toda a população, seja ela eminente ou humilde, a edificação de países e cidades, vilas e distritos, o seu esforço em tornar a vida mais fácil, pacífica e feliz para os seus companheiros, em estabelecer princípios fundamentais para o progresso, em elevar os padrões e aumentar a riqueza de toda a população... Nenhum poder na terra pode prevalecer contra os exércitos da justiça, e toda cidadela deve sucumbir perante eles; pois os homens submetem-se praseirosamente aos golpes triunfantes desta arma decisiva, e os lu29
  • 32. gares desolados vicejam e florescem sob a mancha desta hoste. Há duas poderosas bandeiras que, quando lançarem a sua sombra sobre a coroa de qualquer rei, farão com que a influência do seu governo se espalhe rápida e facilmente por toda a terra, como se fosse a própria luz do sol; a primeira destas bandeiras é a sabedoria; a segunda é a justiça. Contra estas duas forças mais poderosas, as montanhas de ferro não podem prevalecer, e o muro de Alexandre cairá perante elas. É evidente que a vida neste mundo passageiro é tão fugaz e inconstante como a brisa matinal, e assim sendo, quão afortunados são os grandes que deixam um bom nome, e a memória de uma vida despendida no caminho da boa vontade de Deus... Uma conquista pode ser uma coisa louvável, e há ocasiões em que a guerra se torna poderosa base da paz, e a ruína, o próprio meio da reconstrução. Se, por exemplo, um soberano magnânimo dispuser suas tropas para obstruir a investida do insurreto e agressor, ou também, se entrar no campo e se distinguir numa luta para unificar um Estado, um povo dividido, se, em suma, estiver travando guerra para um fim justificável, então essa aparente ira é a própria misericór30
  • 33. dia, e o que parece ser tirania é a própria substância da justiça, essa guerra é a pedra angular da paz. Hoje a tarefa que convém aos grandes governantes é o estabelecimento da paz universal, pois nesta se encerra a liberdade de todos os povos. ("The Secret of Divine Civilization" — O Segredo da Civilização Divina — págs. 64 — 67, 70 — 71) Em ciclos passados, se bem que fosse estabelecida alguma harmonia, a unidade de todo o gênero humano, entretanto, por falta de meios, não poderia ter sido atingida. Os continentes estavam separados por grandes distâncias e até entre os povos de um mesmo continente, a associação e o intercâmbio de idéias eram praticamente impossíveis. Em conseqüência disso, intercurso mútuo, entendimento, e união entre os povos e raças da Terra eram irrealizaveis. Hoje, porém, os meios de comunicação têm se multiplicado e os cinco continentes da Terra estão virtualmente unidos em um s ó . . . Da mesma maneira, todos os membros da família humana, quer povos ou governos, cidades ou aldeias, 31
  • 34. têm se tornado cada vez mais interdependentes. Não é mais possível que qualquer comunidade subsista por si própria, desde que liames políticos unem todos os povos e nações, e laços de comércio e indústria, de agricultura e educação dia a dia mais se fortalecem. Assim, pois, na época atual a unidade de todo o gênero humano é realizável. Em verdade, isso é senão uma das maravilhas desta época admirável, deste século glorioso. Disso, os tempos passados ficaram privados, pois este século — o século da luz — foi dotado de glória, poder e iluminação incomparáveis, sem precedentes. Daí a miraculosa revelação de uma nova maravilha todo dia. Finalmente se verá com que intensidade ardem suas velas na Assembléia do homem. Vede agora como sua luz está alvorecendo no horizonte enegrecido do mundo. A primeira vela é a unidade no reino da política, da qual podem ser agora discernidos os primeiros clarões. A segunda vela é a unidade de pensamento nos projetos mundiais, cuja consumação dentro em breve se verificará. A terceira vela é a unidade na questão da liberdade, a qual seguramente há de ser realizada . A quarta vela é a unidade de religião, sendo esta a pedra principal do próprio alicerce; através do poder de Deus será esta revelada 32
  • 35. em todo seu esplendor. A quinta vela é a unidada das nações — uma unidade que, neste século, será seguramente estabelecida, fazendo com que todos os povos do mundo se considerem como cidadãos da mesma pátria. A sexta vela é a unidade das raças; todos que habitam a terra haverão de se tornar povos de uma única raça. A sétima vela é a unidade de língua; isto é, a escolha de um idioma universal em que todos os povos serão instruídos e poderão assim conversar.; Tudo isso há de suceder, inevitavelmente, desde que o poder do Reino de Deus promoverá e facilitará sua realização. ("O Dia Prometido Chegou" — págs. 146/ 147) . . . toda grande causa neste mundo da existência encontra-se visível através de três meios; primeiro, intenção; segundo, confirmação; terceiro, ação. Hoje nesta terra há muitas almas que são promotoras da paz e reconciliação e que estão desejando o estabelecimento da união do mundo da humanidade mas esta intenção necessita de 33
  • 36. um poder dinâmico, de modo que ela se possa manifestar no mundo do ser. Neste dia as instruções divinas e exortações senhoris promulgam este objetivo máximo, e as confirmações do Reino também apoiam e ajudam a realização desta intenção. Deste modo, embora as forças e pensamentos conjuntos das nações do mundo não possam alcançar este exaltado propósito, o poder da Palavra de Deus está penetrando em todas as coisas e a assistência do Reino divino é contínua. Logo se tornará evidente e claro que a insígnia da Paz Máxima são os ensinamentos de Bahá'u'lláh, e a tenda da união e harmonia entre as nações é o Tabernáculo do Reino Divino, pois nela a intenção, o poder e a ação, todos os três, estão reunidos. A realização de qualquer coisa no mundo do ser depende destes três elementos. (Extrato de uma Epístola recém traduzida de 'Abdu'1-Bahá) Tanto quanto possível, não descansa nem por um momento, viaja para o Norte e Sul do país e convoca todos os homens para a uni34
  • 37. dade do mundo da humanidade e para a paz universal, dizendo: Ó povo! Bahá'u'lláh estabeleceu a base da paz universal há cinqüenta anos atrás. Ele até mesmo dirigiu Epístolas aos Reis nas quais declarou que a guerra destruiria o alicerce do mundo da humanidade, que a paz conduz à vida eterna e que um terrível perigo aguarda a raça humana. Também, três anos antes do início da guerra mundial, 'Abdu'1-Bahá viajou pela América e a maior parte da Europa, onde Ele ergueu sua voz perante todas as reuniões, sociedades e igrejas, apelando: Ó Vós, Assembléias de homens! O continente da Europa tem se tornado virtualmente um arsenal repleto de explosivos. Há vastos depósitos de material destrutivo escondidos em subterrâneos, capazes de incendiarem com uma simples faísca, fazendo toda a terra tremer. Ó vós homens de entendimento! Movei-vos para que talvez este acúmulo de material volátil não possa explodir. Mas o apelo foi despercebido e deste modo esta guerra assassina eclodiu. A maioria da humanidade agora compreende que grande calamidade é a guerra e como ela transforma o homem em um animal feroz, fazendo com que prós35
  • 38. per as cidades e vilas sejam reduzidas a ruínas e que os alicerces do edifício humano desintegrem-se. Agora uma vez que todos os homens foram despertados e os seus ouvidos estão atentos, é a hora para a promulgação da paz universal — uma paz baseada na retidão e justiça, que a humanidade não possa ser exposta a mais perigos no futuro. Agora é o amanhecer da paz universal, os primeiros lampejos de sua luz estão começando a aparecer. Nós sinceramente esperamos que a sua orbe efulgente possa brilhar amplamente e inundar o Oriente e Ocidente com a sua radiância. O estabelecimento da paz universal não é possível salvo através do poder da Palavra de Deus... (Extrato de uma Epístola de 'Abdu'1-Bahá não traduzida anteriormente) O caos e a confusão estão aumentando diariamente no mundo. Eles alcançarão tal intensidade que farão com que o corpo da humanidade não possa suportá-los. Então o homem despertará e perceberá que a religião é a fortaleza inexpugnável e a luz manifesta do 36
  • 39. mundo, e as suas leis, exortações e ensinamentos a fonte da vida na terra. (Palavras de 'Abdu'1-Bahá citadas em uma carta da Casa Universal de Justiça. datada de 10 de fevereiro de 1980) 37
  • 40. EXTRATOS DAS PALAVRAS DE 'ABDUL-BAHÁ Hoje o mundo da humanidade precisa de unidade internacional e conciliação. Para estabelecer estes importantes princípios fundamentais um poder propulsor é necessário. É auto-evidente que a unidade do mundo humano e a Paz Máxima não podem ser realizadas através de meios materiais. Elas não podem ser estabelecidas através de poder político das Nações pois estes interesses são diversos e as políticas dos povos são divergentes e conflitantes. Elas não podem ser obtidas através do poder racial ou político, pois estes são poderes humanos, egoístas e fracos. A própria natureza das diferenças raciais e preconceitos patrióticos impede a realização desta unidade e entendimento. Deste modo, é evidente que a promoção da unidade do reino da humanidade, que é a essência dos ensinamen38
  • 41. tos de todas as Manifestações de Deus, é impossível exceto através do poder divino e dos sopros do Espírito Santo. Os outros poderes são muitos fracos e incapazes de obter isso. ("The Promulgation of Universal Peace". — A Promulgação da Paz Universal págs. 11-12) Nós oramos para que a insígnia da paz internacional possa ser elevada e que a unidade do mundo da humanidade possa ser alcançada e estabelecida. Tudo isto se torna possível e viável através de seus esforços. Que esta democracia americana possa ser a primeira nação a estabelecer a base da concórdia internacional. Que ela possa ser a primeira nação a proclamar a universalidade da humanidade. Que ela possa ser a primeira a erguer a insígnia da Paz Máxima, e através desta nação de democracia possam estas intenções e instituições filantrópicas ser divulgadas através do mundo. Em verdade, esta é uma grande e respeitada nação. Aqui a liberdade tem alcançado o seu mais alto grau. As intenções de seu povo são dignas de louvor. Eles são dignos, em verdade, de serem os pri39
  • 42. meiros a construir o Tabernáculo da Paz Máxima e proclamar a unidade da humanidade. Eu suplicarei a Deus por vocês, por ajuda e confirmação. ("The Promulgation of Universal Peace' págs. 36-37) Hoje a maior necessidade do mundo da humanidade é que se acabem os atuais malentendidos entre as nações. Isto pode ser obtido através da unidade de idioma. A menos que a unidade de idiomas seja alcançada, a Paz Máxima e a unidade do mundo humano não podem ser efetivamente organizadas e estabelecidas porque o papel do idioma é retratar os mistérios e segredos dos corações humanos. O coração é como uma caixa, o idioma é a chave. Apenas usando a chave nós podemos abrir a caixa e observar as jóias que ela contém. Deste modo, a questão de uma língua, auxiliar internacional tem a máxima importância... É minha esperança que ela possa ser solucionada através das graças de Deus e que homens inteligentes possam ser escolhidos dos diversos países do mundo para organizar um congresso inter40
  • 43. nacional cujo principal objetivo seja a promoção deste meio de comunicação universal. ("The Promulgation of Universal Peace", págs. 60-61) .. .por achar a nação americana tão capaz, o seu governo o mais auspicioso dos governos ocidentais, as suas instituições superiores às outras, é meu desejo e esperança que a bandeira da reconciliação internacional possa ser erguida em primeiro lugar neste continente e que o emblema da Paz Máxima seja aqui estabelecido. Que os povos americanos e seu governo possam se unir em seus esforços de modo que esta luz venha a nascer deste ponto e se espalhe por todas as regiões, pois este é um dos maiores favores de Deus. De modo que a América possa se aproveitar desta oportunidade, eu lhes peço que se esforcem e orem de coração e alma, devotando todas as suas energias para este fim; que a bandeira da Paz internacional possa ser erguida aqui e que esta democracia possa ser a causa do fim da guerra em todos os outros países. ("The Promulgation of Universal Peace". pág. 84) 41
  • 44. Em eras passadas a humanidade tem sido defeituosa e ineficiente por ter sido incompleta. A guerra e suas ruínas tem feito o mundo ficar enfermo; a educação da mulher será um poderoso passo em direção ao seu fim e abominação, pois ela utilizará toda a sua influência contra a guerra. A mulher amamenta a criança e educa a juventude até a maturidade. Ela recusará dar seus filhos para o sacrifício no campo da batalha. Em verdade, ela será o maior fator para o estabelecimento da paz universal e arbítrio internacional. Certamente, a mulher abolirá a guerra do meio da humanidade. ("The Promulgation of Universal Peace". pág. 108) Todos nós sabemos que a paz internacional é boa, que ela conduz ao bem-estar humano e à glória do homem, mas vontade e ação são necessárias antes que ela seja estabelecida. Ação é essencial. Uma vez que este é o século da luz, a capacidade de ação é assegurada ao homem. Necessariamente os princípios divinos serão divulgados entre os homens até que chegue o tempo da ação, lenta42
  • 45. mente assim tem sido e em verdade, a hora e as condições são agora apropriadas para ação. ("The Promulgation of Universal Peace", pág. 121) E assim acontecerá. Os poderes da Terra não podem suportar os privilégios e favores que Deus ordenou para este grande e glorioso século. É uma necessidade e uma exigência da época... Que este século seja o sol dos séculos anteriores, cujas efulgências devem durar para todo o sempre, de modo que em épocas futuras eles glorifiquem o século vinte, dizendo que o século vinte foi o século das luzes, o século vinte foi o século da vida, o século vinte foi o século da paz internacional, o século vinte foi o século dos favores divinos, e o século vinte deixou sinais que haverão de durar para sempre. ("The Promulgation of Universal Peace", págs. 125-126) O assunto mais importante deste dia é a paz e o arbítrio internacionais e a paz univer43
  • 46. sal é impossível sem o sufrágio universal. As crianças são educadas pelas mulheres. A mãe suporta os problemas e ansiedade de criar uma criança, ela sofre com o seu nascimento. Deste modo, é muito difícil para as mães enviarem para o campo de batalha aqueles para quem dera tanto amor e carinho. Considere um filho criado e educado durante anos por uma devotada mãe. Quantas noites sem sono e descanso, quantos dias de ansiedade ela passou! Tendo-o trazido à idade da maturidade através de perigos e dificuldades, quão agonizante então deve ser sacrificá-lo no campo de batalha! Deste modo, as mães não apoiariam a guerra nem ficariam satisfeitas com ela. E assim quando as mulheres participarem plena e igualmente nos afazeres do mundo, quando elas entrarem confiante e capazmente na grande arena das leis e políticas, a guerra cessará; pois a mulher será o obstáculo e o impedimento para ela. Isto é verdade sem dúvida alguma. ("The Promulgation of Universal Peace", págs. 134-135) 44
  • 47. Agora alvoreceu o glorioso e brilhante século vinte, e a bondade divina está sendo irradiada universalmente... . . . em verdade, este pode ser chamado o século dos milagres, pois está repleto de manifestações miraculosas. Chegou a época em que toda a humanidade deve ser unida, quando todas as raças devem ser leais a uma pátria, todas as religiões tornar-se uma religião, e, desaparecerem as diferenças de raça e religião. É um dia em que a unidade da humanidade deve erguer a sua bandeira e a paz internacional inundar o mundo com a sua luz, como numa verdadeira manhã. ("The Promulgation of Universal Peace", pág. 153) Ele promulgou a adoção do mesmo nível de educação para o homem e a mulher. As filhas e filhos devem seguir o mesmo currículo de estudos, e assim promoverem a unidade dos sexos. Quando toda a humanidade receber a mesma oportunidade de educação e a igualdade entre homens e mulheres for estabelecida, as bases da guerra serão expres45
  • 48. samente destruídas. Sem eqüidade isto será impossível porque todas as diferenças e distinções1 conduzem à discórdia e luta. A igualdade entre os homens e mulheres conduz à abolição da guerra porque as mulheres nunca desejariam sancioná-la. As mães não dariam os seus filhos como sacrifício no campo de batalha após vinte anos criando-os desde a infância com ansiedade e devoção amorosa, não importando para que causa eles fossem convocados a defender. Não há dúvida de que quando as mulheres obtiverem igualdade de direitos, a guerra entre a humanidade cessará totalmente. ("The Promulgation of Universal Peace", pág. 175) O mundo precisa muito da paz internacional. Até que ela seja estabelecida, a humanidade não poderá ter serenidade e tranqüilidade, É necessário que as nações e governos organizem um tribunal internacional para o qual sejam dirigidos todos os seus problemas e diferenças. A decisão daquele tribunal deve ser final. As questões internacionais serão le46
  • 49. vadas perante um. tribunal universal e assim as causas da guerra desaparecerão. ("The Promulgation of Universal Peace", pág 301) Eu vejo estas duas grandes nações americanas (os Estados Unidos e o Canadá) altamente capazes e desenvolvidas... é minha esperança que estas respeitadas nações tornem-se fatores proeminentes no estabelecimento da paz internacional e da unidade do mundo da humanidade... ("The Promulgation of Universal Peace". pág. 318) O mundo da humanidade possui duas asas: o homem e a mulher. A não ser que estas duas asas tenham a mesma força, o pássaro não voará. Até que as mulheres alcancem o mesmo grau do homem, até que ela compartilhe da mesma arena de atividade, não serão alcançadas extraordinárias realizações para a humanidade; ela não poderá alçar o seu vôo 47
  • 50. às alturas da verdadeira realização. Quando as duas asas ou partes tornarem-se equivalentes em força e desfrutarem das mesmas prerrogativas, o vôo do homem será muito suave e extraordinário. Deste modo, a mulher deve receber a mesma educação do homem e toda diferença ser ajustada. Assim, imbuída com as mesmas virtudes do homem, elevando-se através de todos os graus de realização humana, as mulheres tornar-se-ão os pares dos homens, e até que esta eqüidade não seja estabelecida, o verdadeiro progresso e avanço da raça humana não serão facilitados. As razões evidentes que fundamentam isto são as seguintes: A mulher por natureza é contrária à guerra; ela é uma defensora da paz. As crianças são educadas e criadas pelas mães que lhe dão os primeiros princípios de educação e trabalham por eles fervorosamente. Considere, por exemplo, uma rqãe que amorosamente criou um filho durante vinte anos até a idade da maturidade. Certamente ela não concordará em ter aquele filho morto e estraçalhado no campo de batalha. Deste modo, enquanto a mulher avança em direção ao grau do homem emj poder e privilégio, com o direito de votar e controlar o governo humano, certamente a guerra ces48
  • 51. sara; pois, a mulher naturalmente é a mais leal e devota defensora da paz internacional. ("The Promulgation of Universal Peace", pág. 375) Um Supremo Tribunal será eleito pelos povos e governos de todas as nações, no qual membros de cada país e governo se reunirão em unidade. Todas as disputas serão submetidas a esta Corte, cuja missão será evitar a guerra. ("Palestras de 'Abdu'1-Bahá" pág. 107) Um Supremo Tribunal será estabelecido pelos povos e governos de todas as nações, composto de membros eleitos de cada país e governo. Os componentes desse Grande Conselho reunir-se-ão em unidade. Todas as disputas de caráter internacional serão submetidas a essa Corte, cuja tarefa será conciliar por arbitragem tudo quanto, de algum modo, possa ser a causa de guerra. A missão desse Tribunal será prevenir a guerra. ("Palestras de 'Abdu'1-Bahá", pág. 125) 49
  • 52. "Quanto à questão do desarmamento, todas as nações devem se desarmar ao mesmo tempo. Não adiantará nada, e não se espera isso, que algumas nações desarme-se enquanto outras, seus vizinhos, continuem armados. A paz do mundo deve ser obtida por meio de um acordo internacional. Todas as nações devem concordar em se desarmar simultaneamente. .. Nenhuma nação pode ter uma política de paz enquanto o seu vizinho permanecer belicoso... Não há justiça nisto. Ninguém sonharia em sugerir que a paz do mundo pudesse ser executada por tal linha de ação. Ela deve ser alcançada através de um acordo internacional e geral de compreensão e de nenhum outro modo..." "Ação simultânea", ele continuou, "é necessária, em qualquer esquema de desarmamento. Todos os governos do mundo devem transformar os seus navios de combate e frotas de guerra em navios mercantes. Mas nenhuma nação pode iniciar tal política por si só e seria tolice se alguma tentasse fazê-lo... ela simplesmente convidaria a destruição..." "Há algum sinal de que a paz permanente do mundo será estabelecida em um período de tempo razoável?", foi perguntado a 'Abdu'1-Bahá. "As pressões econômicas determinarão?" 50
  • 53. "Sim, as nações serão forçadas a chegar à paz e concordar com a abolição da guerra. Os terríveis encargos de impostos com o propósito de guerra ultrapassarão os limites humanos. . . " "Não", disse 'Abdu'1-Bahá concluindo, "Eu repito que nenhuma nação pode se desarmar nestas circunstâncias. O desarmamento certamente está chegando, mas ele deve vir, e virá, através da concordância universal das nações civilizadas da Terra. Por um acordo internacional eles abandonarão as suas armas e a grande era da paz será inaugurada." "Por este e por nenhum outro meio a paz poderá ser estabelecida na Terra." ("Extratos de uma entrevista com um repórter de jornal citado em "'Abdu'1-Bahá in Canada", págs. 50-51) Uma vez que o Parlamento esteja estabelecido e as suas partes constituintes organizadas, os governos do mundo tenham entrado em um convênio de amizade eterna, não haverá mais necessidade de se manter grandes exércitos e marinha. Uns pequenos ba51
  • 54. talhões para preservar a ordem interna, e uma Polícia Internacional para manter os caminhos do modo aberto, são tudo o que será necessário. Então estas altas somas serão redigidas para outros canais mais benéficos, a miséria desaparecerá, o conhecimento aumentará, a sabedoria melhorará as condições de vida e a humanidade estabelecer-se-á em um berço de alegria e felicidade. E então, qualquer governo, seja constitucional ou republicano, monarquia hereditária ou democracia, terá os seus governantes devotando o seu tempo para a prosperidade de suas nações, a legislação de leis justas e sábias e a promoção de relações mais íntimas e cordiais com os seus vizinhos — assim o mundo da humanidade tornar-se-á um espelho refletindo as virtudes e os atributos do Reino de Deus. . . . Por um acordo geral todos os governos do mundo devem se desarmar simultaneamente . . . Não adiantará se um depuser as suas armas e outro se recusar a fazê-lo. As nações do mundo devem concordar umas com as outras sobre este assunto de suprema importância, assim elas poderão abandonar juntas as mortíferas armas de destruição humana. Enquanto uma nação estiver aumentando o seu orçamento militar e naval, outra nação será forçada a permanecer nesta louca 52
  • 55. competição devido aos seus supostos interesses naturais... Agora a questão do desarmamento deve ser posta em prática por todas as nações e não apenas por uma ou duas. Consequentemente os defensores da paz devem se esforçar dia e noite, de modo que os indivíduos de todos os países possam se tornar amantes da paz, que a opinião pública possa ter uma base forte e permanente, e que dia após dia possa aumentar o exército da Paz internacional, que o desarmamento completo seja estabelecido e que a Bandeira da Conciliação Universal possa tremular no cume das montanhas da terra. . . . Os ideais de Paz devem ser nutridos e divulgados entre os habitantes do mundo; eles devem ser instruídos na escola de Paz sobre os males da guerra. Primeiro: os financistas e banqueiros devem desistir de emprestar dinheiro para qualquer governo que tencione empreender uma guerra injusta sobre uma nação inocente. Segundo: os presidentes e gerentes de estradas de ferro e companhias de navegação devem se recusar a transportar munições de guerra, máquinas infernais, armas, canhões e pólvora de um país para outro. Terceiro: os soldados devem requerer através de seus representantes, aos Mi53
  • 56. nistros de Guerra, políticos, congressistas e generais quais tem sido as razoes e causas que os têm levado à beira de tal calamidade nacional. Os soldados devem pedir isto como uma de suas prerrogativas. "Demonstremnos", eles devem dizer, "que esta é uma guerra justa, e então nós iremos para a batalha, caso contrário, nós não tomaremos nenhum passo... Saiam dos seus esconderijos, entrem no campo de batalha se vocês querem atacar um ao outro e se despedacem entre si, se vocês desejam fomentar as suas contendas. A discórdia e a disputa são entre vocês, porque vocês fazem de nós, pessoas inocentes, uma parte dela? Se a luta e o derramamento de sangue são coisas boas, então venham nos guiar para o combate com sua presença!" Em resumo, todos os meios que produzem a guerra devem ser reprimidos e as causas que impedem a ocorrência de guerra devem ser estimuladas — de modo que um conflito físico possa ser impossível. Por outro lado, todo país deve ser devidamente delimitado, suas fronteiras exatas marcadas, sua integridade nacional garantida, a sua independência permanentemente protegida e os seus interesses vitais honrados pela família das nações. Estes serviços devem ser executa54
  • 57. dos por uma comissão internacional imparcial. Deste modo, todos os motivos de conflito e diferença serão removidos. E no caso de surgirem algumas disputas entre eles, eles poderiam apresentá-las ao Parlamento do Homem, cujos representantes seriam escolhidos entre os homens mais sábios e mais justos de todas as nações do mundo. ("Star of the West" volume V, págs. 115-117) Cada século tem a solução para um problema predominante. Embora possam haver muitos problemas, ainda um dos inúmeros problemas haverá de se tornar grande e ser o mais importante de todos... Neste século luminoso a maior dádiva do mundo da humanidade é a Paz Universal, que deve ser estabelecida de modo que o reino da criação possa ter felicidade, que o Oriente e o Ocidente, os quais tem em seus exércitos os cinco continentes do globo, possam se abraçar um ao outro, que a humanidade possa descansar sob a tenda de unidade do mundo e que a bandeira da paz universal possa tremular sobre todas as regiões... 55
  • 58. Hoje o verdadeiro dever de um poderoso rei é estabelecer a paz universal, pois verdadeiramente ela significa a liberdade de todos os povos do mundo. Algumas pessoas que são ignorantes do mundo da verdadeira humanidade e de suas elevadas ambições pelo bemestar geral, crêem que tão gloriosa condição de vida seja muito difícil, ou ainda mais, até impossível de se alcançar. Mas não é assim, longe disto. ("Star of the West", volume VII, pág. 136) Ó vós indivíduos da humanidade, encontrai meios para terminar esta matança e derramamento de sangue indiscriminados. Agora é a época indicada! Agora é a época oportuna! Levantai-vos, mostrai esforço, apresentai uma força extraordinária e desfraldai a Bandeira da Paz Universal e impedi a fúria irresistível desta torrente selvagem que está espalhando ruína e destruição por todos os lugares. ("Star of the West", volume XVIII, pág. 345) 56
  • 59. "Por que processo", continuou o inquisidor, "esta paz será estabelecida na Terra? Ela chegará logo depois de uma declaração universal da Verdade?" "Não, ela virá gradualmente", disse 'Abdu'1-Bahá. "Uma planta que cresce muito rápido dura pouco tempo. Vocês são a minha família", e ele olhou ao redor com um sorriso, "meus novos filhos! Se uma família vive unida, grandes resultados são obtidos. Abram o círculo; quando uma cidade vive em íntimo acordo, maiores resultados aparecerão, e um continente que estiver completamente unido irá do mesmo modo unir todos os outros continentes. Então virá a época do maior de todos os frutos, pois todos os habitantes da Terra pertencem a uma mesma terra natal." (" 'Abdu'1-Bahá in London", pág. 106) 57
  • 60. EXTRATOS DOS ESCRITOS DE SHOGHI EFFENDI Mui queridos amigos! A humanidade, quer vista à luz da conduta individual do homem, quer nas relações existentes entre as comunidades e nações organizadas, já se desviou demais, infelizmente, e sofreu um declínio muito grande, para se redimir, sem outro apoio, simplesmente através dos esforços dos melhores entre seus reconhecidos governantes e estadistas, por mais desinteressados que sejam seus motivos, por mais unida que seja sua ação e ainda que seu entusiasmo e devoção à sua causa sejam incondicionais. Nenhum plano ainda realizável através dos cálculos da mais alta estatística; nenhuma doutrina que os mais ilustres expoentes de teorias econômicas possam ter esperança de promulgar, nenhum princípio que o mais ardente dos moralistas se pos58
  • 61. sa esforçar por incluir, pode, em último recurso, fornecer alicerces adequados para sustentar o fruto de um mundo desvairado. Por mais persuasivo e insistente que seja qualquer apelo para a tolerância mútua feito pelos versados nos assuntos do mundo, isso não conseguirá lhe acalmar as paixões ou facilitar a restauração do vigor. Acrescente-se a isso a invalidez de todo esquema geral de simples cooperação internacional que se organizasse — em qualquer esfera de atividade humana, por mais engenhoso que fosse em concepção ou extenso em alcance — para remover a causa radical do mal que tão bruscamente destruiu o equilíbrio da sociedade hodierna. E, mais, aventuro assegurar, para o veneno que constantemente mina o vigor das nações e povos organizados, o antídoto não seria fornecido nem mesmo pelo simples ato, em si, de inventar os mecanismos necessários para a unificação política e econômica do mundo — princípio esse cada vez mais advogado em tempos recentes. De nenhum outro modo — poderíamos afirmar com confiança — senão pela adoção incondicional do Programa Divino, que há sessenta anos passados, foi enunciado por Bahá'ulláh com tanta simplicidade e força e que, em sua essência, incorpora o plano de59
  • 62. lineado por Deus para a unificação do gênero humano nesta era — acompanhado por uma indomável convicção de que todas as suas providências são de uma eficácia infalível — poderemos resistir, finalmente, às forças de desintegração interna, as quais, se não forem detidas, haverão de continuar a corroer as vísceras de uma sociedade desesperada. É para esta meta — a meta de uma Nova Ordem Mundial, divina em origem, de âmbito irrestrito, eqüitativo em seus princípios e de características desafiadoras — que a humanidade atribulada deve dirigir seus esforços. Alegar alguém que se haja integrado de todos os significados implícitos no prodigioso plano de Bahá'u'lláh para a solidariedade humana universal, ou tenha penetrado no âmago de seu intuito, seria presunção até por parte dos declarados aderentes de Sua Fé. Tentar concebê-los em todas as suas possibilidades, estimar seus futuros benefícios, descrever sua glória, seria prematuro até mesmo em uma etapa adiantada como a presente, na evolução da humanidade. Tudo o que podemos razoavelmente aventurar-nos a empreender é esforçarmo-nos por obter um pálido vislumbre dos primeiros traços da prometida Aurora, a qual, na pleni60
  • 63. tude dos tempos, há de dissipar as trevas que envolvem a humanidade. Tudo o que podemos fazer é assinalarmos, em seu mais amplo esboço, o que nos parecem ser os princípios norteadores que alicerçam a Ordem Mundial de Bahá'u'lláh. Que o desassossego e sofrimento que afligem a generalidade da raça humana são em grande parte as conseqüências diretas da Guerra Mundial e causados também pela falta de sabedoria e visão daqueles que formularam os Tratados de Paz, só uma mente parcial pode negar... Seria fútil, entretanto, alegar que a guerra, mesmo com todos os prejuízos que causou, todas as paixões por ela incitadas e todos os desgostos que deixou em seu rasto, tivesse sido a causa única da confusão sem precedentes em que quase todo o mundo civilizado está atualmente submerso. Não será um fato — e esta é a idéia principal que desejo focalizar — que a causa fundamental dessa inquietação que prevalece no mundo não seja tanto a conseqüência daquilo que se há de reconhecer, cedo ou tarde, como um desequilíbrio transitório nos assuntos de um mundo sempre em transformação, mas, antes, a inabilidade daqueles em cujas mãos foram entregues os destinos imediatos dos povos e nações — sua incapacidade de adap61
  • 64. tar seus sistemas de instituições econômicas e políticas às necessidades imperativas de uma era em rápida evolução? Essas crises intermitentes que convulsionam a sociedade hodierna — não serão elas devidas primeiramente ao fato de serem os reconhecidos líderes do mundo lamentavelmente incapazes de lerem com acerto os sinais dos tempos, de se livrarem de uma vez para sempre, de suas idéias preconcebidas e seus respectivos governos de acordo com aquelas normas que são implícitas na declaração suprema de Bahá'u'lláh, a da Unidade do Gênero Humano — a, característica principal e distintiva da Fé por Ele proclamada? Dignos de lástima são, de fato, os esforços daqueles líderes das instituições humanas que, não levando em consideração o espírito da época, lutam para aplicar processos nacionais — próprios dos tempos antigos quando cada nação se sustentava a si mesma — nesta época que tem ou de atingir a unidade do mundo, assim como Bahá'u'lláh a pressagiou, ou perecer. Numa hora tão crítica na história da civilização, cumpre aos líderes de todas as nações do mundo, tanto pequenas como grandes, orientais como ocidentais, quer vencedoras quer vencidas, atenderem ao chamado de clarim que Bahá'u'lláh 62
  • 65. soou e, inteiramente imbuídos de um senso de solidariedade mundial — o sitie qua non de lealdade à Sua Causa — se levantarem corajosamente para pôr em prática integralmente o plano único, remediador, que Ele, o Médico Divino, prescreveu para uma humanidade enferma. Que afastem de si uma vez para sempre, toda idéia preconcebida, todo preconceito nacional, e atendam ao conselho sublime de 'Abdu'1-Bahá o autorizado Expositor de Seus ensinamentos. A um alto oficial no serviço do governo federal dos Estados Unidos da América, que lhe havia interrogado a respeito da melhor maneira de promover os interesses de seu governo e do povo, 'Abdu'1-Bahá respondeu; "Podeis melhor servir a vosso país se, em vossa capacidade de cidadão do mundo, vos esforçardes por facilitar a aplicação, afinal, do princípio do federalismo que baseia o governo de vosso próprio país, às relações que atualmente existem entre os povos e nações do mundo." .. .Alguma forma de super-estado mundial há de ser evoluída, a cuja autoridade todas as nações do mundo cederão de boa vontade todo e qualquer direito de fazer a guerra, certos direitos de cobrar impostos e todos os direitos de ter armamentos além do necessário para a manutenção da ordem inter63
  • 66. na em seus respectivos domínios. Tal estado terá que incluir dentro de sua órbita um Executivo Internacional capaz de exercer autoridade suprema e inquestionável no caso de qualquer membro recalcintrante da comunidade mundial; um Parlamento Mundial cujos membros serão eleitos pelos povos de seus respectivos países, e cuja eleição será confirmada pelos respectivos governos; e um Supremo Tribunal cuja decisão será válida mesmo em casos em que os envolvidos não consultam voluntariamente em submeter seu caso à sua consideração. Uma comunidade mundial em que todas as barreiras econômicas tenham sido permanentemente demolidas, emj que se haja reconhecido definitivamente a interdependência do Capital e do Trabalho; em que o clamor do fanatismo e da contenda religiosa tenha cessado para sempre; em que a chama da animosidade da raça esteja finalmente apagada; em que um só código de lei internacional — o produto do juízo considerado dos representantes federados do mundo — tenha como sua garantia a intervenção instantânea e coerciva das forças combinadas das unidades federais; e finalmente, uma comunidade mundial em que a fúria de um nacionalismo caprichoso e militante tenha sido mudada emí uma compreensão duradoura 64
  • 67. das obrigações de cidadão do mundo — isto, de fato, parece ser, em seu esboço mais compreensivo, a Ordem antecipada, por Bahá'u'lláh, uma Ordem que virá a ser tida como o fruto mais belo de uma era que pouco a pouco vai amadurecendo... Não haja dúvida quanto ao propósito animador da Lei Universal de BaháVlláh. Longe de mirar à subversão das alicerces da sociedade, ele visa a lhe alargar a base, remodelar as instituições de maneira consoante com as necessidades de um mundo sempre em transformação. Não pode estar em conflito com nenhuma obrigação legítima, ou minar nenhuma lealdade essencial. O seu fim não é abafar a chama do patriotismo são e inteligente no coração do homem, nem abolir o sistema da autonomia nacional que é tão indispensável como freio aos males da centralização excessiva. Não deixa de tomar em consideração, nem tenta suprimir, a diversidade de origem étnica, de clima, de história, de idioma e tradição, de pensamento e hábito, que diferencia os povos e as nações do mundo. Clama por uma lealdade mais ampla, uma aspiração maior que qualquer outra que já tenha animado a raça humana. Insiste em que os impulsos e interesses nacionais sejam subordinados às necessida65
  • 68. des imperativas de um mundo unificado. Repudia a centralização excessiva por um lado e, por outro, rejeita todas as tentativas de uniformidade. O seu lema é a unidade na diversidade, como o próprio 'Abdu'1-Bahá tem explicado... ... Ele (o princípio da unidade da Humanidade) significa algo mais profundo, pretende algo mais do que qualquer dos profetas da antigüidade pode avançar. Sua mensagem não só é aplicável aos indivíduos, mas também trata primariamente da natureza daquelas relações essenciais que hão de ligar todos os estados e todas as nações como membros de uma única família humana. Este princípio não constitui a simples enunciação de um ideal; está inseparavelmente associado à uma instituição capaz de incorporar sua verdade, demonstrar sua validez e perpetuar sua influência. Este princípio compreende uma transformação orgânica na estrutura de nossa sociedade hodierna — transformação como o mundo jamais presenciou. Constitui um desafio, a um tempo audaz e universal, aos critérios absoletos de credos nacionais — credos que já tiveram seu dia e devem, no curso usual dos acontecimentos, assim como a Providência os determina e controla, ceder seu lugar a um novo evangelho que difere 66
  • 69. fundamentalmente de qualquer conceito que já existe no mundo, e lhe é infinitamente superior. Exige nada menos que a reconstrução e desmilitarização do inteiro mundo civilizado — um mundo organicamente unificado em todos os aspectos essenciais de sua vida — seu mecanismo político, sua aspiração espiritual, seu comércio e suas finanças, sua escrita e língua, e que é, no entanto, de uma diversidade infinita no que diz respeito às características de suas unidades federadas. Este princípio representa a consumação da evolução humana — uma evolução que teve seus primórdios no despontar da vida de família, seu desenvolvimento posterior ao alcançar a solidaridade de tribo, a qual por sua vez lembrou à constituição da cidade-estado, cuja expansão subseqüente resultou na instituição das nações independentes e soberanas. Para se dar apenas um exemplo. Quão seguras eram as afirmativas feitas nos dias anteriores à unificação dos estados do continente norte-americano acerca das insuperáveis barreiras que impediam o estabelecimento final daquela federação! Não se comentava ampla e enfaticamente que os conflitos de interesses, a desconfiança mútua, as diferenças de governo e hábito que dividiam os estados eram tais que nenhuma força, fosse ela se67
  • 70. cular ou religiosa, podia estabelecer a harmonia ou o controle? E ainda quão diferentes eram as condições que prevaleciam há cento e cinqüenta anos atrás daquelas que caracterizam a sociedade atual! Não seria realmente exagero dizer que a ausência daquelas facilidades que a ciência moderna colocou ao serviço da humanidade em nossa era fizeram com; que o problema de fundir os estados americanos em uma única federação, embora eles fossem similares em algumas de suas tradições, uma tarefa infinitamente mais complexa do que aquela com que se confronta uma humanidade dividida em seus esforços de alcançar a unificação de toda a raça humana. Para a realização de tão elevado conceito, quem sabe se a humanidade não terá que passar por um sofrimento mais intenso que qualquer outro que até agora lhe tem sobrevivido? Poderia algo menos que o fogo de uma guerra civil com toda sua violência e todas as suas vicissitudes — uma guerra que quase destruiu a grande república norte-americana — ter fundido os estados, não apenas em uma União de unidades independentes e sim, em uma Nação, apesar de todas as diferenças étnicas que caracterizavam suas partes componentes? Parece-nos pouco provável 68
  • 71. que uma revolução tão fundamental, acarretando mudanças de tão grande alcance na estruturada sociedade, possa ser realizada pelos processos comuns da diplomacia e da educação. Basta contemplarmos as páginas sangrentas da história da humanidade para verificarmos que nada, a não ser uma agonia intensa, tanto mental como física, tem podido precipitar aquelas transformações que constituem os mais conspícuos indícios, marcando as épocas na história da civilização humana. Por grandes que tenham sido essas transformações no passado, e por maior seu âmbito, não podem ser consideradas, quando vistas pelo seu prisma próprio, senão como ajustes subsidiários que preludiam a transformação sem paralelo em sua majestade e seu alcance, pela qual a humanidade nesta época atual haverá de passar. Torna-se infelizmente, cada vez mais claro que só as forças de uma catástrofe mundial podem precipitar tal fase nova do pensamento humano. Os acontecimentos futuros haverão de demonstrar, cada vez mais, que nada, senão o fogo de uma tribulação severa, sem paralelo em sua intensidade, poderá fundir e soldar as entidades discordantes que constituem os elementos de nossa civilização hodierna, de tal 69
  • 72. modo que venham a formar os componentes integrais da comunidade mundial do futuro. A voz profética de Bahá'u'lláh, nas passagens finais das "Palavras Ocultas", advertindo os povos do mundo de que uma calamidade imprevista os segue e penosa retribuição os espera, revela, realmente, em uma luz lúgubre, o destino imediato dessa humanidade aflita. Nada, senão uma provação fogosa, da qual a humanidade emergirá, castigada e preparada, conseguirá implantar a compreensão da responsabilidade que os líderes de uma era recém-nascida deverão tomar aos ombros. Eu desejaria chamar a vossa atenção novamente para aquelas palavras ominosas de Bahá'u'lláh que já citei: "E quando soar a hora marcada, aparecerá de repente aquilo que fará tremerem os membros do gênero humano." Não foi o próprio 'Abdu'1-Bahá que assegurou em uma linguagem inequívoca de que "uma outra guerra, mais selvagem do que a última, haveria certamente de romper"? A realização final daquele milênio, o qual os poetas de todas as eras têm descrito e os videntes há muito sonham, depende basicamente da consumação deste empreendimento colossal e indeseritivelmente glorioso — um 70
  • 73. empreendimento pelo qual lutaram em vão os estadistas romanos e que os desesperados esforços de Napoleão falharam em alcançar. Dele depende o cumprimento das profecias feitas pelos profetas do passado de que as espadas serão transformadas em arados e que o leão e o cordeiro viverão juntos. Somente ele pode acelerar a vinda do Reino do Pai Celestial como foi predito na Fé de Jesus Cristo. Somente ele pode estabelecer a base para a Nova Ordem Mundial visualizada por Bahá'u'lláh — uma Ordem Mundial que deverá refletir neste plano terreno, embora vagamente os indescritíveis esplendores do Reino de Abhá. Ainda uma palavra em conclusão. A proclamação da Unidade do Gênero Humano — pedra fundamental do domínio tão compreensivo de Bahá'u'lláh — não pode, em absoluto, ser comparada com as expressões de esperança piedosa que foram pronunciadas no passado. Não é um mero apelo feito por Ele, só, sem apoio, em face da implacável oposição de dois dos mais poderosos potentados orientais de Seu tempo, conjuntamente, em cujas mãos Ele estava preso e exilado. Muito mais do que isso, é, a um tempo, uma admoestaçao e uma promessa, a admoestaçao de que nela se encontra o único meio de sal71
  • 74. vação para um mundo severamente atribulado, e a promessa de que está próxima a sua realização. Embora, no tempo em que essa proclamação foi feita, se não tivesse concebido ainda, em parte alguma do mundo, a possibilidade de sua realização, agora, em virtude daquela potência celestial de que foi revestida pelo Espírito de Bahá'u'lláh, um sempre crescente número de homens pensadores vem finalmente a reconhecê-la, não só como uma possibilidade que se aproxima, mas sim, como a conseqüência inevitável das forças que atualmente operam no mundo. Certamente o mundo, contraído e transformado em um só organismo altamente complexo em conseqüência do admirável progresso realizado no reino da ciência física e da expansão universal do comércio e da indústria — e lutando, sob a pressão de forças econômicas mundiais, ameaçado pelas emboscadas de uma civilização materialista — tem urgente necessidade de uma nova exposição da Verdade que baseia todas as Revelações do passado e em uma linguagem adaptada às suas necessidades essenciais. E qual a voz, senão a de Bahá'u'lláh — PortaVoz de Deus para esta era — que será capaz de efetivar na sociedade uma transformação 72
  • 75. tão radical como aquela que Ele já conseguiu nos corações dos homens e mulheres, diversificados no extremo e aparentemente irreconciliáveis, os quais constituem o corpo de Seus declarados seguidores no mundo inteiro? Poucas pessoas, em verdade, podem duvidar do fato de que esse tão poderoso conceito esteja rapidamente germinando nas mentes dos homens, ou de que vozes se levantem em seu apoio, ou ainda de que suas características salientes breve haverão de se cristalizar na consciência dos que possuem autoridade. Somente quem tiver o coração poluído pelo preconceito deixará de perceber que seu começo modesto já se manifestou na Administração Mundial à qual se associam os aderentes da Fé de Bahá'u'lláh... ("The Goal of a New World Order", 28 de novembro de 1931, publicado em "The World Order of Bahá'u'lláh" págs. 33-37, 40-43 e 45-48) Nenhum mecanismo que os esforços coletivos do gênero humano talvez possam ainda inventar, a não ser que se conforme com as 73
  • 76. normas inculcadas pela Revelação Bahá'í e esteja em harmonia com o padrão sublime ordenado em seus ensinamentos, poderá esperar jamais conseguir algo acima e além daquela "Paz Menor", à qual o próprio Autor de nossa Fé se tem referido em Seus escritos. "Já que tendes recusado a Paz Máxima", escreveu Ele, admoestando os reis e governantes da Terra, "segurai-vos firmemente a essa, a Paz Menor, para que possais talvez em algum grau melhorar vossa própria condição e a de vossos dependentes". Estendendo-se sobre esse assunto da Paz Menor, Ele, na mesma Epístola, assim se dirige aos governantes da terra: "Sede reconciliados entre vós mesmos, para que não necessiteis de mais armamentos, salvo em uma medida adequada para salvaguardar vossos territórios e domínios... Sede unidos, ó reis da terra, pois assim a tempestade de discórdia entre vós se aquietará e vossos povos encontrarão sossego — se sois dos que compreendem. Se qualquer um dentre vós armar contra outro, levantai-vos todos contra ele, pois isto não é senão justiça manifesta" . A Paz Máxima, por outro lado, assim como Bahá'u'lláh a concebeu — uma paz que, inevitalmente, há de suceder como conseqüência prática da espiritualização do mun« 74
  • 77. do e da fusão de todas as suas raças, crenças, classes e nações — sobre outra base, não pode se apoiar, nem por outro meio ser preservada, senão pelos preceitos divinamente designados, implícitos na Ordem Mundial que se associa com Seu Santo Nome... O advento da revelação de Bahá'u'lláh. cuja missão suprema outra não é senão a realização dessa unidade orgânica e espiritual de todas as nações, deve ser considerado se quisermos ser fiéis àquilo que ela implica — como indício do amadurecimento da inteira raça humana. Deve essa Revelação ser vista não simplesmente como ainda outra renascença espiritual destinada ao homem em sua incessante transição, nem apenas como mais uma etapa em uma sucessão de progressivas Revelações ( nem mesmo como a culminância de um da série de ciclos proféticos periódicos, mas, antes, como assinalando a última e mais alta etapa na estupenda evolução da vida coletiva do homem neste planeta. A formação de uma comunidade mundial, a percepção do conceito de cidadão do mundo e o início de uma civilização e cultura mundiais — devendo tudo isso sincronizar com as etapas iniciais no desenvolvimento da Idade Áurea da Era Bahá'í — devem; ser consideradas, em virtude da sua própria natureza, no que diz 75
  • 78. respeito à vida neste planeta, como os limites extremos na organização da sociedade humana, embora o homem como indivíduo possa, ou melhor, deva, em conseqüência de tal consumação, continuar indefinitivamente a progredir e se desenvolver. Toda a humanidade geme, anseia por ser conduzida à unificação e assim terminar seu martírio secular. E todavia, obstinadamente, recusa-se a aceitar a luz e reconhecer a autoridade soberana do único Poder de livrá-la de seus embaraços e dela desviar a trágica calamidade que ameaça engolfá-la. Ominosa em verdade é a voz de Bahá'u'lláh que soa através destas proféticas palavras: "Ó vós do mundo! Sabei verdadeiramente que uma calamidade inesperada vos persegue e que um doloroso castigo vos espera. Não pensai que o que vós tendes cometido tem sido oculto de Minha vista." E novamente, "Determinamos um tempo para vós, ó povos! Se, na hora designada, vos volverdes para Deus, Ele em verdade vos apreenderá com violência e fará atacarem-vos, de todos os lados, penosas aflições. Quão severo, em verdade, é o castigo com o qual Vosso Senhor então vos punirá!" Será que a humanidade, atormentada como ela está agora, deve ser afligida por tribula76
  • 79. ções ainda mais severas para que a sua influência purificadora possa prepará-la para entrar no Reino Celestial destinado a ser estabelecido na Terra? Será que a inauguração de tão vasta, única e iluminada era da história humana deve ser precedida por tão grande catástrofe que venha a lembrar, ou melhor, ultrapassar o terrível colapso da civilização romana nos primeiros séculos da Era Cristã? Será que uma, série de profundas convulsões devem abalar e agitar a raça humana até que Bahá'u'lláh possa ser entronizado nos corações e consciências das massas, até que a Sua indiscutível ascendência seja universalmente reconhecida, e até que o nobre edifício de Sua Ordem Mundial seja erguido e estabelecido? Os longos períodos de infância e meninice, através dos quais a raça humana tinha que passar chegaram ao seu fim. A humanidade agora está passando pelas comoções invariavelmente associadas com o estágio mais turbulento de sua evolução, o estágio da adolescência, quando a impetuosidade da juventude e o seu ardor atingem o seu clímax e devem gradualmente ser substituídos pela calma, sabedoria e maturidade que caracterizam um adulto. Então a raça humana atingirá o estado de maturidade que a capacitará a ad77
  • 80. quirir todos os poderes e faculdade dos quais depende o seu desenvolvimento final. A unificação da humanidade inteira é o distintivo da etapa da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade de família, a de tribo, a de cidade-estado e a de nação, fora sucessivamente tentadas e completamente estabelecidas. A unidade do mundo é agora a meta à qual a, humanidade, em sua aflição, dirige seus esforços. O processo de formar nações já chegou ao fim. A anarquia inerente à soberania estatal aproxima-se de um clímax. Um mundo marchando para a maturidade deve abandonar esse fetiche, reconhecer a unicidade e a integridade das relações humanas e estabelecer, de uma vez por todas, os instrumentos que melhor possam concretizar este princípio fundamental de sua vida... A unidade do gênero humano, assim como Bahá'u'lláh a concebeu, compreende o estabelecimento de uma comunidade mundial em que todas as nações, raças, crenças e classes estejam estreita e permanentemente unidas, e em que a autonomia dos estados que a compõem, e a liberdade e iniciativa pessoal dos seus membros individuais, sejam garantidas de um modo definitivo e completo. Tal comunidade mundial, deve abranger, segun78
  • 81. do nosso conceito, uma legislatura mundial, cujos membros, os representantes de todo o gênero humano, virão a controlar todos os recursos das respectivas nações componentes e criar as leis que forem necessárias para regular a vida, satisfazer as necessidades e ajustar as relações de todas as raças e povos entre si. Um executivo mundial, apoiado por uma força internacional, executará as decisões dessa legislatura mundial, aplicará as leis por ela criadas, e protegerá a unidade orgânica da inteira comunidade mundial. Um Tribunal mundial deverá adjudicar toda e qualquer disputa que surja entre os vários elementos que constituem esse sistema universal, sendo irrevogável a sua decisão. Um sistema de inter-comunicação mundial será adotado que abranja todo o planeta e, livre de qualquer embaraço ou restrição nacional, funcionará com admirável rapidez e perfeita regularidade. Uma metrópole mundial será o centro de uma civilização mundial, o foco para que convergirão as forças unificadoras da vida e da qual hão de irradiar suas influências vigorantes. Um idioma mundial será criado ou escolhido dentre as línguas existentes e será ensinado em todas as escolas de todas as nações federadas como auxiliar à língua nativa. Uma escrita mundial, 79
  • 82. uma literatura mundial, um sistema uniforme de moeda, de pesos e medidas simplificarão e facilitarão o intercâmbio e entendimentos entre as nações e raças da humanidade. Em tal sociedade mundial, a ciência e a religião, as duas forças mais potentes da vida humana, serão reconciliadas, assim cooperando e desenvolvendo-se harmoniosamente. Não mais será a imprensa, sob tal sistema, perniciosamente dominada por interesses, quer particulares, quer públicos, embora dê plena expressão às várias opiniões e convicções do gênero humano; e será livrada da influência de governos e povos querelentes. Os recursos econômicos do mundo serão organizados, suas fontes* de matérias primas serão exploradas e completamente utilizadas, seus mercados serão coordenados e desenvolvidos e a distribuição de seus produtos será regulada de um modo eqüitativo. As rivalidades entre as nações, os ódios e as intrigas, cessarão, e os preconceitos e animosidades de raça serão substituídos por amizade, entendimento mútuo e cooperação. Não mais existirão os motivos da contenda religiosa; abolir-se-ão as barreiras e restrições econômicas e a desmedida distinção entre as classes será eliminada. Desaparecerão a pobreza extrema, por um lado, e, por outro, a 80
  • 83. excessiva acumulação de bens. A quantidade enorme de energia que se desperdiça com a guerra, quer econômica ou política, será dedicada a fins como estes; a extensão do alcance das invenções humanas e do desenvolvivimento técnico, o aumento da capacidade produtiva da humanidade, o extermínio das moléstias, a ampliação das pesquisas científicas a adoção de mais altos padrões de saúde física, a refinação do cérebro humano, a exploração dos recursos do planeta que ainda não foram utilizados ou descobertos, o prolongamento da vida do homem, a promoção de qualquer outro meio de estimular a vida intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira. A meta para a qual a força unificadora da vida impele a humanidade é um sistema federal mundial que regerá a Terra, exercendo uma autoridade inquestionável sobre seus recursos inimaginavelmente vastos, harmonizando e incorporando os ideais de Leste e Oeste, liberto do flagelo da guerra e suas tristes conseqüências, esforçando-se por aproveitar todas as fontes de energia existentes na superfície do planeta — um sistema em que a Força se subordina à justiça, e cuja vida é sustentada por seu reconhecimento universal 81
  • 84. de um só Deus e sua lealdade a uma Revelação comum. ("The Unfoldment of World Civilization", 11 de março de 1936, publicado em "The World Order of Bahá'u'lláh", págs. 162163, 201-204) A tribulação que há de abalá-la ( nação americana) tão graficamente profetizada por Bahá'u'lláh — como citamos nas páginas precedentes — talvez a veja repuxada para seu vórtice, num grau sem precedentes. Do contrário de suas reações ao último conflito mundial, emergirá — é provável — conscientemente determinada a aproveitar sua oportunidade de aplicar o pleno peso de sua influência aos problemas gigantescos que tamanha tribulação haverá de deixar em seu rasto e, em conjunto com suas nações irmãs, tanto do Oriente como do Ocidente, exorcismar para sempre a maior maldição que, desde os tempos imemoriais, afringe e degrada a espécie humana. Então, e somente então, a nação americana, amoldada e purificada no crisol de uma guerra comum, habituada a seus rigores e dis82
  • 85. ciplinada pelas suas lições, estará na posição de poder levantar sua voz no concilio das nações, lançar, ela mesma, a pedra angular de uma paz universal e duradoura, proclamar a solidariedade, a unidade e a maturidade do gênero humano e ajudar a estabelecer o prometido reinado da justiça na terra. Então, e somente então, a nação americana — enquanto a comjunidade dos bahá'ís americanos em seu seio estiver consumado sua missão que Deus lhe determinou poderá cumprir o destino indizivelmente glorioso que lhe foi designado pelo Onipotente e que os escritos de 'Abdu'1-Bahá consagraram imortalmente. Então, e somente então, a nação americana atingirá "aquilo que há de adornar as páginas da história", e tornar-se-á "objeto da inveja do mundo, abençoada tanto no Oriente como no Ocidente". ("O Advento da Justiça Divina", 25 de dezembro de 1938, págs. 137-139) O mundo, em verdade, move-se para seu destino. A interdependência dos povos e nações da terra — não obstante o que digam ou façam os que incentivam as forças divisoras 83
  • 86. do mundo — já é fato consumado. Compreende-se e reconhece-se agora sua unidade na esfera econômica. O bem-estar da parte significa o bem-estar do todo, e o sofrimento da parte traz sofrimento ao todo. A Revelação de Bahá'u'lláh — para usarmos Suas próprias palavras — "prestou um novo impulso e fixou uma direção nova" a esse vasto processo que opera presentemente no mundo. Os fogos ateiados por essa grande provação são as conseqüências da falha dos homens, por não havem-na reconhecido. Ainda mais, apressam sua consumação. A longa adversidade mundial, aflitiva, aliada aos caos e à destruição universal, há de convulsionar as nações, despertar a consciência do mundo, desiludir as massas, precipitar uma transformação radical no próprio conceito da sociedade, e coligar, afinal, os membros desunidos e sangrentos da humanidade num só corpo organicamente unido e indivisível. Ao caráter geral, às implicações e feições dessa comunidade mundial, destinada a emergir, cedo ou tarde, da carnificina, agonia e destruição dessa grande convulsão, já me referi em comunicações anteriores. Basta dizer que esta consumação, por sua própria natureza ,há de ser um processo gradativo e deve primeiro como o próprio Bahá'u'lláh anteci84
  • 87. pou, levar à realização daquela Paz Menor que as nações da Terra por si mesma estabelecerão, pois embora despercebendo ainda Sua Revelação estão executando, no entanto, os princípios gerais por Ele enunciados. Esse passo momentoso e histórico, envolvendo a reconstrução da humanidade, em conseqüência do reconhecimento universal de ser ela uma só, de formar um todo, conduzirá à espiritualização das massas, uma vez reconhecido o caráter da Fé introduzida por Bahá'u'lláh e admitida a verdade de suas declarações — condição essa, essencial àquela fusão final de todas as raças, crenças, classes e nações, o que deve assinalar o surgir de Sua Nova Ordem Mundial. Então o amadurecimento da inteira espécie humana será proclamado e celebrado por todos os povos e nações da terra. Içar-se-á, então, a bandeira da Paz Máxima. Então a soberania mundial de Bahá'u'lláh — aquele que estabeleceu o Reino do Pai predito pelo Filho e antecipado pelos Profetas de Deus antes e depois Dele — será reconhecida, aclamada e firmemente estabelecida. Nascerá então, uma civilização mundial, fadada a florescer e perpetuar-se, uma civilização com uma plenitude de vida que o mundo jamais viu nem pode ainda conceber. Então se cum85
  • 88. prirá completamente o Convênio eterno. Redimir-se-á a promessa encerrada em todos os livros de Deus, cumprindo todas as profecias pronunciadas pelos Profetas de antanho e sendo assim realizada a visão de videntes e poetas. Então o planeta, galvanizado pela crença universal de seus habitantes em um só Deus1, e pela sua lealdade a uma Revelação comum, espelhará, dentro dos limites que lhe forem impostos, as fulgentes glórias da soberania de Bahá'u'lláh, brilhando na plenitude de seu esplendor no Paraíso de Abhá, e se fará o escabelo de Seu Trono no alto; será aclamado como o céu terrestre, capaz de cumprir aquele destino inefável que lhe foi determinado desde tempos imemoriais, pelo amor e sabedoria de seu Criador. ("O Dia Prometido Chegou", 28 de março de 1941, págs. 149-151) Ele (Bahá'u'lláh) encarece sem reservas o princípio da segurança coletiva, recomenda a redução dos armamentos das nações, e proclama como necessária e inevitável a convocação de uma assembléia mundial em que os 86
  • 89. reis e chefes de estados deliberem sobre o estabelecimento da paz entre as nações. ("A Presença de Deus", 1944, pág. 299) Durante esta Idade Pormativa da Fé, e durante o presente período e os futuros, o último estágio e o clímax da ereção da estrutura da Ordem Administrativa da Fé de Bahá'u'lláh — a eleição da Casa Universal de Justiça — terá sido realizada, o Kitáb-iAqdás, o Livro Mater da Sua Revelação, terá sido codificado e as suas leis promulgadas, a Paz Menor terá sido estabelecida, a unidade da humanidade terá sido alcançada e a sua maturidade atingida, o Plano concebido por 'Abdu'1-Bahá terá sido executado, a emancipação da Fé dos grilhões da ortodoxia religiosa terá sido obtida, e o seu status de independência religiosa terá sido universalmente reconhecido. . . . Nós não podemos falhar em perceber o trabalho de dois processos simultâneos, gerados desde os anos finais da idade Heróica de nossa Fé, cada um claramente definido, cada um bem distinto, ainda que intimamente relacionados e destinados a culminar no 87
  • 90. final dos tempos, em uma única consumação gloriosa. Um destes processos associa-se com a missão da Comiunidade Bahál Americana, o outro com o destino da nação americana. O primeiro serve diretamente os interesses da Ordem Administrativa da Fé de Bahá'ulláh... O outro processo data do romper da primeira Guerra Mundial a qual lançou a grande república do Ocidente no vórtice do primeiro estágio de um levante mundial. Ele recebeu o seu ímpeto inicial através da formulação dos Quatorze Pontos do Presidente Wilson, os quais pela primeira vez associaram intimamente aquela República com o destino do Velho Mundo. Ele sofreu o seu primeiro revés recém do desligamento daquela república da recém nascida Liga das Nações, cuja criação foi devida aos esforços daquele presidente. Ele cresceu com o romper da Segunda Guerra Mundial, infligindo sofrimentos sem precedentes naquela república, e envolvendo-a ainda mais nos afazeres de todos os continentes do globo. Ele foi reforçado através da declaração existente na Carta do Atlântico, como apresentado por um de seus principais criadores, Franklin D. Roosevelt. Ele assumiu um delineamento definitivo através do nascimento das Nações Unidas na Conferên88
  • 91. cia de São Francisco. Ele adquiriu um significado ainda maior com a escolha da própria Cidade do Convênio como a sede da recém criada organização, através das declarações feitas recentemente pelo presidente americano na Grécia e Turquia, com relação às responsabilidades de seu país como também através da discussão pela Assembléia Geral das Nações Unidas do desafiante e espinhoso problema da Terra Santa, o centro espiritual como também administrativo da Fé Mundial de Bahá'u'lláh. Porém, ele deve atravessar um caminho longo e tortuoso até atingir, através de uma série de vitórias e reveses, a união política dos hemisférios ocidental e oriental o nascimento de um governo mundial e o estabelecimento da Paz Menor, como prenunciado por Bahá'u'lláh e predito pelo Profeta Isaias. Ele deve finalmente culminar no desfraldar da bandeira da Paz Maior, na Idade Áurea da Dispensação de Bahá'u'lláh. ("Citadel of Faith", 05 de junho de 1947, pág. 6, págs. 32-33) A construção deste edifício (o Arquivo Internacional Bahá'í) por sua vez anunciará 89
  • 92. a construção, no decorrer dos sucessivos períodos da Idade Formativa da Fé, de diversos outros períodos que servirão como sedes administrativas daquelas instituições divinamente indicadas como a Guardiania, as Mãos da Causa, e a Casa Universal de Justiça. Estes edifícios envolverão em uma forma de arco aberto e com um estilo arquitetônico harmonioso os túmulos da Folha Mais Sagrada, distinta como a pessoa mais proeminente do seu sexo na Dispensação Bahá'í, do Irmão dela, oferecido como um resgate por Bahá'u'lláh para o despertar do mundo e a sua unidade e da Mãe deles, proclamada por Ele como a sua consorte escolhida "em todos os mundos de Deus". O término deste estupendo empreendimento marcará a culmânação do desenvolvimjento de uma Ordem Administrativa Mundial divinamente indicada, cujo início pode ser determinado nos anos finais da Idade Heróica da Fé. Este vasto e irresistível processo, inigualável na história espiritual da humanidade, e que será sincronizado com dois outros desenvolvimentos não menos significativos — o estabelecimento da Paz Menor e a evolução das instituições Bahá'ís locais e nacionais — atingirá a sua consumação na Idade Áurea da Fé, através do hasteamento da bandeira 90
  • 93. da Paz Máxima e da emergência na plenitude de seu poder e glória do Centro focai das instituições que constituem a Ordem Mundial de Bahá'u'lláh. O estabelecimento final desta sede da futura Comunidade Mundial Bahá'í assinalará imediatamente a proclamação da soberania do Fundador de nossa Fé e o advento do Reino da Paz, repetidamente enaltecido e prometido por Jesus Cristo. Esta Ordem Mundial, por sua vez, durante as sucessivas dispensações do Ciclo Banal, dará o seu mais belo fruto através do nascimento e desabrochar de uma civilização divinamente inspirada em suas características, de âmbito mundial em sua abrangência, e fundamentalmente espiritual em seu caráter — uma civilização destinada durante o seu desenvolvimento a derivar o seu impulso inicial do espírito animador das próprias instituições que agora, em seu estado embrionário, estão em movimento no ventre da atual Idade Formativa da Fé. ("Messages to the Bahá'í World, 19501957" 27 de novembro de 1954, págs. 74-75) 91
  • 94. EXTRATOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DE SHOGHI EFFENDI O mundo está muito agitado, e o que é mais patético é o fato de ele ter aprendido a se manter longe de Deus, que é o único que pode salvá-lo e aliviar os seus sofrimentos. É nosso dever, nós que fomos incumbidos de ministrar o remédio divino dado por Bahá'u'lláh, concentrar nossa atenção na realização desta tarefa, e não descansar até que a paz predita pelos Profetas de Deus tenha sido permanentemente estabelecida. (09 de dezembro de 1931) Shoghi Effendi escreveu a sua última carta geral ("The Goal of a New World Order" — A Meta de uma Nova Ordem Mundial) para os amigos ocidentais porque ele 92
  • 95. sentia que se deveria esclarecer ao público a atitude mantida pela Fé Bahá'í em relação aos atuais problemas econômicos e políticos. Nós devemos fazer o mundo conhecer qual era o verdadeiro objetivo de Bahá'u'lláh. Até agora a Unidade da Humanidade era um assunto de importância apenas acadêmica. Agora ele está se tornando cada vez mais um tema de interesse dos governantes. Conseqüentemente esta é uma oportunidade maravilhosa paxá que nos destaquemos e apresentemos o ensinamento que é o objetivo e a meta dos preceitos sociais de Bahá'u'lláh. Shoghi Effendi espera que os amigos façam ressonar este chamado pela união orgânica da humanidade até que ele seja parte da consciência de cada ser humano no mundo. Porém um grande cuidado deve ser tomado para que não sejamos mal entendidos e a nossa Fé não seja classificada como um movimento radical. (28 de janeiro de 1932) Shoghi Effendi pediu-me que informasse o recebimento de sua carta datada de 26 de fevereiro de 1932 a qual tinha em anexo uma 93
  • 96. cópia impressa da sua última carta geral ("The Goal of a New World Order" — A Meta de uma Nova Ordem Mundial)... Ele ficou muito feliz em saber que os amigos a acharam suficientemente interessante para fazê-la o tema de sua campanha de ensino. Ele também espera sinceramente que isto desperte alguns dos amigos para a importância deste ensinamento da Causa e que os estimule a uma maior aprofundação e estudo sobre este assunto. Pois ele é indubitavelmente o objetivo dos preceitos sociais da Fé. Não há nenhuma razão porque os baháls não deveriam ser os primeiros a pleitear tal Federação Mundial, para a qual o mundo está sendo dirigido por forças que ele não pode controlar. (16 de fevereiro de 1932) As diversas nações do mundo nunca atingirão a paz a não ser que reconheçam o significado dos ensinamentos e os observem de todo o coração pois através daqueles preceitos todos os problemas internacionais serão resolvidos e todo homem terá o ambiente espi94