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O último dos Tarairiús*
Maxuel Batista de Araújo
Na aurora de um novo milênio, onde o papel da História em nossa sociedade volta a ser discutida de
forma mais intensiva por historiadores, estudiosos e teóricos de diferentes linhas de pensamentos, em relação a
novas concepções e re-leituras de fatos e acontecimentos do passado da humanidade, entretanto, há um
consenso, que é a ampla visão e semiótica do interpretar da História, almejando uma melhoria geral no atual
panorama de ver e estudar os acontecimentos da humanidade, valorizando os detalhes, fatos locais, o cotidiano
etc., integrando-os no processo maior da formação histórica global.
Dentro deste paradigma, procura-se nesta obra contribuir para a compreensão do processo da formação
histórica do Brasil, no tocante a consolidação do modelo colonizador português na América e a resistência
indígena na Capitania do Rio Grande, a partir do levante conhecido como Guerra dos Bárbaros ou do Açu,
ocorrido entre o final do ano de 1670 e 1699.
Durante o período colonial, as Capitanias Brasileiras tinham como base econômica à cultura da cana-de-
açúcar. No Rio Grande do Norte essa base econômica se solidificou com o cultivo da cana-de-açúcar no litoral e
o desenvolvimento da pecuária no Sertão, onde as terras eram impróprias para a cultura da cana. Essa atividade
que de início era feita em pequena escala, passou a se expandir Sertão adentro quando ocorreu a ocupação
Holandesa em Pernambuco. Tal expansão se deveu especialmente, ao fato de Pernambuco necessitar do gado
tanto como força motriz para seus engenhos, como para o abastecimento alimentício, uma vez que o principal
produto cultivado na referida capitania era o açúcar. Além do mais, o gado se constituía numa fonte econômica
abundante, já que dele era aproveitado quase tudo, inclusive o próprio couro que era exportado para outros
países e que levou ao surgimento de oficinas de beneficiamento (curtumes) em Recife.
Todavia, com a expulsão dos Holandeses do Brasil muito gado ficou sem dono, vagando e espalhando-
se pelo Sertão, fazendo com que logo colonos interessados em apascentá-los, ocupassem suas ribeiras. E com a
colonização Portuguesa e o povoamento se acentuando cada vez mais, através da formação das cidades e vilas,
ficava bastante complicado alimentar a população, visto que as terras que não estavam sendo utilizadas para o
plantio de cana-de-açúcar, estavam ocupadas com a criação do gado. Para solucionar esta questão, as
autoridades provinciais resolveram limitar a criação do gado, proibindo-a até dez léguas do mar e também as
margens dos rios, para que estas terras pudessem ser preservadas tanto para o cultivo da cana, quanto também,
para outros produtos agrícolas. Essa legislação resultou na ocupação das terras até então inexploradas, já que a
atividade pecuária exigia uma maior quantidade das mesmas.
Contudo, a posse da terra era controlada pelo Governador Geral que só concedia a posse mediante o
"povoamento" dentro de um ano, sendo esta posse cabível quando entregue aos colonos portugueses ou vassalos
do rei de Portugal. Assim, criou-se no pensamento colonial a idéia de um interior "vazio", apesar de ser habitado
pelos nativos da terra que não foram tidos como seres humanos. Todavia, de início foi muito comum à
*
Artigo apresentado ao Seminário sobre estudos étnico-históricos da região Nordeste, UnP, Novembro de 2004.
convivência pacífica entre nativos e portugueses, devido principalmente ao pagamento de "resgates", por parte
dos colonos.
Vê-se assim, que existia um medo em demasia por parte do gentio devido ao avanço do colonizador em
suas terras e vice-versa. Esses resgates eram uma espécie de "imposto da paz", que visava uma certa
cordialidade entre o invasor e o invadido.
A partir de então, a ocupação portuguesa no Sertão do Rio Grande do Norte se intensificou devido ao
avanço das frentes pastoris, que objetivava expandir a pecuária Sertão adentro, chegando o momento que devido
a esse avanço pastoril, a presença indígena se torna um empecilho à colonização, levando as autoridades
coloniais a utilizarem como estratégias de desocupação destas terras, a eliminação dos nativos que resistissem
aos interesses colonizadores, especialmente os homens, já que as mulheres e crianças não eram mortas, pois
poderiam servir aos interesses dos colonizadores.
Os Tarairiús eram subdivididos em dois grupos e se diferiam entre outros aspectos, lingüísticos –
culturalmente dos Cariris e tinham como chefes Janduí e Cerro-Corá. Os primeiros habitavam áreas sub-
litorâneas, como as margens dos rios da região Seridó e o segundo habitava nas proximidades de rios
permanentes, como o Rio S. Francisco. Um dos aspectos da cultura indígena que provam as suas diversidades
culturais, é a prática do endocanibalismo, ou seja, quando morria um membro da tribo, este era comido pela
própria tribo, e também quando nascia um bebê morto, este era comido pela mãe, o que não acontecia com a
tribo Cariri. Os Tarairiú que habitavam o Sertão da Capitania do Rio Grande dividiam-se em Janduí, Ariú, Pega,
Canindé, Genipapo, Paiacú, Panati, Caratiú e Corene, os quais tiveram contato com os colonos portugueses
quando a pecuária adentrou os Sertões.
Esses Tapuias tinham os mesmos costumes de alguns índios do Brasil e gostavam de depilar e pintar
todo o rosto e o corpo e costumavam cobrir os genitais, sendo que as mulheres usavam uma espécie de "avental"
feito de folhas e os homens um cendal também de origem vegetal, além de enfeitarem o corpo com penas e
outros adornos naturais.
O clima do sertão impunha aos Tarairiú uma vida seminômade, já que de acordo com as estações do
ano, estes mudavam seu acampamento para outros lugares que garantissem seu sustento, não tendo aldeias fixas.
Assim relatos apontam que nos meses de Novembro, Dezembro e Janeiro, os Tarairiú se colocavam perto do
mar, já que essa região era mais rica. Dormiam em redes ou no chão. As migrações para outras áreas eram
indicadas pelos feiticeiros e anunciadas pelos reis que determinavam o local do próximo acampamento. As
mulheres eram encarregadas de transportar bagagens e procurar paus e folhagens para confecção de um novo
abrigo e os homens eram encarregados da caça, da pesca e da procura de mel, já que sua alimentação básica era
esta, juntamente com frutos, raízes e ervas. Após as chuvas estes se deslocavam para as várzeas dos rios, onde
plantavam mandioca, milho e legumes.
Os Tarairiús eram guerreiros temidos até por outros indígenas, devido sua força, velocidade e destreza
na guerra. Além das armas européias, eles adotaram o uso de cavalos, o que causava espanto aos Portugueses.
Sendo uma sociedade guerreira, a posição dos "principais", ou seja, de um grande guerreiro, era de grande
prestígio, havendo cerimônias de coroação com muitos festejos. Os acordos de paz também eram feitos com a
presença do guerreiro, sendo que este juntamente com os seus, se tornavam a partir do "acordo", vassalos do Rei
de Portugal.
2
Percebe-se até então, que estão explícitos os interesses coloniais para "livrar" o território da presença
indígena, seja pela morte, pela fuga ou pela rendição forçada ou ainda com outras estratégias de intimação para
obter escravos disponíveis a colonização. E na tentativa de expulsar os índios e de se apropriar das suas terras
para desenvolver a pecuária, iniciava-se a ampliação das fronteiras econômicas em direção aos Sertões das
Capitanias Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Contudo, esse empenho colonial gerou muitos conflitos, onde
até os padres seculares temiam vir até o Rio Grande, por medo dos "bárbaros" tapuias. Durante as décadas de
1670 e 80, com a distribuição de sesmarias nas ribeiras dos rios Acauã, Seridó, Açu, Apodi e Mossoró, e
implantação da pecuária na capitania do Rio Grande, foi criada uma situação que de certa forma favoreceu uma
convivência entre os Tapuias e vaqueiros, tanto que os conflitos eram resolvidos através de "acordos", sendo
que em algumas situações, os conflitos eram resolvidos através da "força", ou seja, pela escravização indígena
para a mão-de-obra. Esses conflitos foram se alastrando e fazendo com que a situação se agravasse em ambas as
partes, pois a interiorização cada vez mais forte da pecuária vinda de um lado, do litoral de Pernambuco, Paraíba
e Rio Grande e do outro (Maranhão, Piauí e Ceará), colocava os indígenas numa situação de imobilidade diante
das frentes pastoris, levando-os a se constituir numa barreira à colonização, que foi denominada de "muro do
demônio". Por conseguinte, os índios "espremidos" num limite mínimo de terras, pressionadas e sem saída
reagiram violentamente, levando a capitania a uma deflagração que ficou conhecida como a "Guerra dos
Bárbaros".
No ano de 1687, a reação Tarairiú à colonização, intensificou-se tanto que foi preciso pedir intermédio
de um vereador da câmara enviado ao governador geral na Bahia, pois o levante já havia causado grande
catástrofe. O governador geral Mathias da Cunha, vendo a possibilidade da retomada das terras pelos Tarairiú,
ordenou que o coronel Antônio de Albuquerque da câmara assumisse a liderança de interesse dos colonizadores.
Os Portugueses construíam várias casas fortes onde se instalavam, só que por serem feitas
apressadamente, estas eram inseguras o que permitia constantes ataques dos nativos. Logo os colonizadores
tentaram repreender os "indígenas", enviando tropas paulistas lideradas por Domingos Jorge Velho, para
guerrear contra eles. Os objetivos dessa luta seriam degolar os guerreiros e escravizar suas mulheres e crianças,
já que estas úteis, podendo ser inclusive vendidas para pagar os custos da guerra. Além disso, as mulheres
cativas, iriam trabalhar na agricultura, enquanto as crianças seriam educadas nos moldes católicos e de acordo
com os interesses dos dominadores. Nesse sentido, aos poucos eles iriam se desprendendo de suas raízes
culturais.
Percebe-se assim, que a guerra afetava profundamente o cotidiano dos indígenas, já que estas
aconteciam em seus territórios forçando-os a migrar para o Litoral em busca da sobrevivência, o que antes
faziam voluntariamente só nos períodos de seca para dela escapar. Essa nova situação levava os indígenas,
como os Panati, a saquearem fazendas roubando e matando gado na tentativa desesperada de sobreviver à
colonização portuguesa, fato que suscitou reações dos dominantes que logo buscaram conte-los, como
comprovam as cartas enviadas pelos oficiais da Câmara de Natal ao capital-mor, solicitando desse que fizesse a
distribuição desses índios já reduzidos na Aldeia do Guajiru, entre a população da Capitania para que estes
passassem a reparar os danos que haviam causado aos colonos e moradores.
3
Como se não bastasse à expropriação e a dizimação já realizada com esses índios pelos portugueses,
estes ainda tinha que pagar uma conta que não lhes era sua e sim, devida pelos brancos aos mesmos. Todavia,
como a lógica da colonização era além da liberação das terras para a pecuária, obter mão-de-obra necessária
para o trabalho, se fazia então fundamental, desenvolver a escravidão. Daí o porque de retirar os indígenas da
Aldeia com o pretexto de introduzi-los na fé católica, batizando-os e sustentando suas despesas em troca de seus
serviços, pois caso permanecessem na aldeia não haveria como forçá-los ao trabalho, ou seja, escravizá-los. Por
conseguinte, a guerra dos bárbaros só reforçou essa lógica ao atender os objetivos da colonização. Foi assim,
que tanto Domingos Jorge Velho que dizimou muitos indígenas na serra do Acauã, hoje a conhecida Serra da
Rajada, bem como, a tropa do Pernambuco comandada pelo capitão Afonso de Albertin, que dizimou a tribo dos
Janduí na Ribeira do Açu, foram parabenizados pelos seus feitos pelo Governador geral e pelo novo governador
de Pernambuco, já que seus prisioneiros foram levados para Recife como presentes para este último, sendo
comercializados como escravos em praça pública para bom proveito de seus "carrascos" e ou vencedores.
Com o continuar da repressão aos Tapuias e as vitórias obtidas, os oficiais da Câmara de Natal enviaram
um Memorial ao Rei, no qual alegando a este as perdas de colonos e despesas realizadas para com o
desenvolvimento da "guerra dos bárbaros", solicitava o reparo das mesmas com o pagamento do gado perdido e
a distribuição das terras "liberadas" entre as pessoas da Capitania, além da criação de um presídio no Arraial do
Açu e de um alojamento com cem índios domesticados, para a proteção dos moradores e para que estes
"ajudassem" no transporte do gado para Pernambuco.
É notório o interesse dos luso-brasileiros para que as perdas sofridas com a guerra fossem logo
reparadas, as terras expropriadas fossem distribuídas e ocupadas, evitando possíveis iniciativas dos Tarairiú de
retomá-las. Todavia, estes bravios guerreiros, apesar das degolas, dos aprisionamentos, cativeiros e reduções em
aldeamentos jesuíticos que sofreram ao longo dessa história que lhes fora imposta, resistiram por cerca de mais
trinta anos sempre lutando como podiam pela posse de suas terras e na tentativa de vencer as injustas estratégias
da dominação colonial. Assim, a colonização portuguesa no Rio Grande e no Brasil, se consolidou sob os
moldes de uma visão cultural preconceituosa e injusta, onde o nativo passou de gentio a infiel, por não se
submeter ou tentar resistir às imposições européias, fato esse, que acarretou o extermínio quase que completo
dos nossos nativos.
Referências
CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2 ed. Rio de Janeiro: Achiamê; Natal:
Fundação José Augusto, 1984.
DIAS, Leonardo Guimarães Vaz. A Guerra dos Bárbaros: manifestações das forças colonizadoras e da
resistência nativa na América Portuguesa. Revista Eletrônica de História do Brasil. Juiz de Fora, UFJF, v. 5,
n. 1, jan. - jun. 2001.
LOPES, Maria de Fátima M. Índios, colonos e missionários na colonização da Capitania do Rio Grande de
Norte. Natal, 1999. 210 p. Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (Cap. 4-5)
4
MACÊDO, M. História e espaço seridoenses entre os séculos XIX e XX. Mneme – Revista Virtual de
Humanidades. CERES. Vol. 01, n.01. p.01-50. 2000.
MEDEIROS FILHO, Olavo. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1984.
MONTEIRO, Denise M. Introdução à História do Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN, 2000.
PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros: Povos indígenas e a Colonização do sertão Nordeste do
Brasil,1650-1720. São Paulo: HUCITEC, 2002.
SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte colonial
(1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997.
5
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Ultimo dos tarairius [artigo]

  • 1. O último dos Tarairiús* Maxuel Batista de Araújo Na aurora de um novo milênio, onde o papel da História em nossa sociedade volta a ser discutida de forma mais intensiva por historiadores, estudiosos e teóricos de diferentes linhas de pensamentos, em relação a novas concepções e re-leituras de fatos e acontecimentos do passado da humanidade, entretanto, há um consenso, que é a ampla visão e semiótica do interpretar da História, almejando uma melhoria geral no atual panorama de ver e estudar os acontecimentos da humanidade, valorizando os detalhes, fatos locais, o cotidiano etc., integrando-os no processo maior da formação histórica global. Dentro deste paradigma, procura-se nesta obra contribuir para a compreensão do processo da formação histórica do Brasil, no tocante a consolidação do modelo colonizador português na América e a resistência indígena na Capitania do Rio Grande, a partir do levante conhecido como Guerra dos Bárbaros ou do Açu, ocorrido entre o final do ano de 1670 e 1699. Durante o período colonial, as Capitanias Brasileiras tinham como base econômica à cultura da cana-de- açúcar. No Rio Grande do Norte essa base econômica se solidificou com o cultivo da cana-de-açúcar no litoral e o desenvolvimento da pecuária no Sertão, onde as terras eram impróprias para a cultura da cana. Essa atividade que de início era feita em pequena escala, passou a se expandir Sertão adentro quando ocorreu a ocupação Holandesa em Pernambuco. Tal expansão se deveu especialmente, ao fato de Pernambuco necessitar do gado tanto como força motriz para seus engenhos, como para o abastecimento alimentício, uma vez que o principal produto cultivado na referida capitania era o açúcar. Além do mais, o gado se constituía numa fonte econômica abundante, já que dele era aproveitado quase tudo, inclusive o próprio couro que era exportado para outros países e que levou ao surgimento de oficinas de beneficiamento (curtumes) em Recife. Todavia, com a expulsão dos Holandeses do Brasil muito gado ficou sem dono, vagando e espalhando- se pelo Sertão, fazendo com que logo colonos interessados em apascentá-los, ocupassem suas ribeiras. E com a colonização Portuguesa e o povoamento se acentuando cada vez mais, através da formação das cidades e vilas, ficava bastante complicado alimentar a população, visto que as terras que não estavam sendo utilizadas para o plantio de cana-de-açúcar, estavam ocupadas com a criação do gado. Para solucionar esta questão, as autoridades provinciais resolveram limitar a criação do gado, proibindo-a até dez léguas do mar e também as margens dos rios, para que estas terras pudessem ser preservadas tanto para o cultivo da cana, quanto também, para outros produtos agrícolas. Essa legislação resultou na ocupação das terras até então inexploradas, já que a atividade pecuária exigia uma maior quantidade das mesmas. Contudo, a posse da terra era controlada pelo Governador Geral que só concedia a posse mediante o "povoamento" dentro de um ano, sendo esta posse cabível quando entregue aos colonos portugueses ou vassalos do rei de Portugal. Assim, criou-se no pensamento colonial a idéia de um interior "vazio", apesar de ser habitado pelos nativos da terra que não foram tidos como seres humanos. Todavia, de início foi muito comum à * Artigo apresentado ao Seminário sobre estudos étnico-históricos da região Nordeste, UnP, Novembro de 2004.
  • 2. convivência pacífica entre nativos e portugueses, devido principalmente ao pagamento de "resgates", por parte dos colonos. Vê-se assim, que existia um medo em demasia por parte do gentio devido ao avanço do colonizador em suas terras e vice-versa. Esses resgates eram uma espécie de "imposto da paz", que visava uma certa cordialidade entre o invasor e o invadido. A partir de então, a ocupação portuguesa no Sertão do Rio Grande do Norte se intensificou devido ao avanço das frentes pastoris, que objetivava expandir a pecuária Sertão adentro, chegando o momento que devido a esse avanço pastoril, a presença indígena se torna um empecilho à colonização, levando as autoridades coloniais a utilizarem como estratégias de desocupação destas terras, a eliminação dos nativos que resistissem aos interesses colonizadores, especialmente os homens, já que as mulheres e crianças não eram mortas, pois poderiam servir aos interesses dos colonizadores. Os Tarairiús eram subdivididos em dois grupos e se diferiam entre outros aspectos, lingüísticos – culturalmente dos Cariris e tinham como chefes Janduí e Cerro-Corá. Os primeiros habitavam áreas sub- litorâneas, como as margens dos rios da região Seridó e o segundo habitava nas proximidades de rios permanentes, como o Rio S. Francisco. Um dos aspectos da cultura indígena que provam as suas diversidades culturais, é a prática do endocanibalismo, ou seja, quando morria um membro da tribo, este era comido pela própria tribo, e também quando nascia um bebê morto, este era comido pela mãe, o que não acontecia com a tribo Cariri. Os Tarairiú que habitavam o Sertão da Capitania do Rio Grande dividiam-se em Janduí, Ariú, Pega, Canindé, Genipapo, Paiacú, Panati, Caratiú e Corene, os quais tiveram contato com os colonos portugueses quando a pecuária adentrou os Sertões. Esses Tapuias tinham os mesmos costumes de alguns índios do Brasil e gostavam de depilar e pintar todo o rosto e o corpo e costumavam cobrir os genitais, sendo que as mulheres usavam uma espécie de "avental" feito de folhas e os homens um cendal também de origem vegetal, além de enfeitarem o corpo com penas e outros adornos naturais. O clima do sertão impunha aos Tarairiú uma vida seminômade, já que de acordo com as estações do ano, estes mudavam seu acampamento para outros lugares que garantissem seu sustento, não tendo aldeias fixas. Assim relatos apontam que nos meses de Novembro, Dezembro e Janeiro, os Tarairiú se colocavam perto do mar, já que essa região era mais rica. Dormiam em redes ou no chão. As migrações para outras áreas eram indicadas pelos feiticeiros e anunciadas pelos reis que determinavam o local do próximo acampamento. As mulheres eram encarregadas de transportar bagagens e procurar paus e folhagens para confecção de um novo abrigo e os homens eram encarregados da caça, da pesca e da procura de mel, já que sua alimentação básica era esta, juntamente com frutos, raízes e ervas. Após as chuvas estes se deslocavam para as várzeas dos rios, onde plantavam mandioca, milho e legumes. Os Tarairiús eram guerreiros temidos até por outros indígenas, devido sua força, velocidade e destreza na guerra. Além das armas européias, eles adotaram o uso de cavalos, o que causava espanto aos Portugueses. Sendo uma sociedade guerreira, a posição dos "principais", ou seja, de um grande guerreiro, era de grande prestígio, havendo cerimônias de coroação com muitos festejos. Os acordos de paz também eram feitos com a presença do guerreiro, sendo que este juntamente com os seus, se tornavam a partir do "acordo", vassalos do Rei de Portugal. 2
  • 3. Percebe-se até então, que estão explícitos os interesses coloniais para "livrar" o território da presença indígena, seja pela morte, pela fuga ou pela rendição forçada ou ainda com outras estratégias de intimação para obter escravos disponíveis a colonização. E na tentativa de expulsar os índios e de se apropriar das suas terras para desenvolver a pecuária, iniciava-se a ampliação das fronteiras econômicas em direção aos Sertões das Capitanias Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Contudo, esse empenho colonial gerou muitos conflitos, onde até os padres seculares temiam vir até o Rio Grande, por medo dos "bárbaros" tapuias. Durante as décadas de 1670 e 80, com a distribuição de sesmarias nas ribeiras dos rios Acauã, Seridó, Açu, Apodi e Mossoró, e implantação da pecuária na capitania do Rio Grande, foi criada uma situação que de certa forma favoreceu uma convivência entre os Tapuias e vaqueiros, tanto que os conflitos eram resolvidos através de "acordos", sendo que em algumas situações, os conflitos eram resolvidos através da "força", ou seja, pela escravização indígena para a mão-de-obra. Esses conflitos foram se alastrando e fazendo com que a situação se agravasse em ambas as partes, pois a interiorização cada vez mais forte da pecuária vinda de um lado, do litoral de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande e do outro (Maranhão, Piauí e Ceará), colocava os indígenas numa situação de imobilidade diante das frentes pastoris, levando-os a se constituir numa barreira à colonização, que foi denominada de "muro do demônio". Por conseguinte, os índios "espremidos" num limite mínimo de terras, pressionadas e sem saída reagiram violentamente, levando a capitania a uma deflagração que ficou conhecida como a "Guerra dos Bárbaros". No ano de 1687, a reação Tarairiú à colonização, intensificou-se tanto que foi preciso pedir intermédio de um vereador da câmara enviado ao governador geral na Bahia, pois o levante já havia causado grande catástrofe. O governador geral Mathias da Cunha, vendo a possibilidade da retomada das terras pelos Tarairiú, ordenou que o coronel Antônio de Albuquerque da câmara assumisse a liderança de interesse dos colonizadores. Os Portugueses construíam várias casas fortes onde se instalavam, só que por serem feitas apressadamente, estas eram inseguras o que permitia constantes ataques dos nativos. Logo os colonizadores tentaram repreender os "indígenas", enviando tropas paulistas lideradas por Domingos Jorge Velho, para guerrear contra eles. Os objetivos dessa luta seriam degolar os guerreiros e escravizar suas mulheres e crianças, já que estas úteis, podendo ser inclusive vendidas para pagar os custos da guerra. Além disso, as mulheres cativas, iriam trabalhar na agricultura, enquanto as crianças seriam educadas nos moldes católicos e de acordo com os interesses dos dominadores. Nesse sentido, aos poucos eles iriam se desprendendo de suas raízes culturais. Percebe-se assim, que a guerra afetava profundamente o cotidiano dos indígenas, já que estas aconteciam em seus territórios forçando-os a migrar para o Litoral em busca da sobrevivência, o que antes faziam voluntariamente só nos períodos de seca para dela escapar. Essa nova situação levava os indígenas, como os Panati, a saquearem fazendas roubando e matando gado na tentativa desesperada de sobreviver à colonização portuguesa, fato que suscitou reações dos dominantes que logo buscaram conte-los, como comprovam as cartas enviadas pelos oficiais da Câmara de Natal ao capital-mor, solicitando desse que fizesse a distribuição desses índios já reduzidos na Aldeia do Guajiru, entre a população da Capitania para que estes passassem a reparar os danos que haviam causado aos colonos e moradores. 3
  • 4. Como se não bastasse à expropriação e a dizimação já realizada com esses índios pelos portugueses, estes ainda tinha que pagar uma conta que não lhes era sua e sim, devida pelos brancos aos mesmos. Todavia, como a lógica da colonização era além da liberação das terras para a pecuária, obter mão-de-obra necessária para o trabalho, se fazia então fundamental, desenvolver a escravidão. Daí o porque de retirar os indígenas da Aldeia com o pretexto de introduzi-los na fé católica, batizando-os e sustentando suas despesas em troca de seus serviços, pois caso permanecessem na aldeia não haveria como forçá-los ao trabalho, ou seja, escravizá-los. Por conseguinte, a guerra dos bárbaros só reforçou essa lógica ao atender os objetivos da colonização. Foi assim, que tanto Domingos Jorge Velho que dizimou muitos indígenas na serra do Acauã, hoje a conhecida Serra da Rajada, bem como, a tropa do Pernambuco comandada pelo capitão Afonso de Albertin, que dizimou a tribo dos Janduí na Ribeira do Açu, foram parabenizados pelos seus feitos pelo Governador geral e pelo novo governador de Pernambuco, já que seus prisioneiros foram levados para Recife como presentes para este último, sendo comercializados como escravos em praça pública para bom proveito de seus "carrascos" e ou vencedores. Com o continuar da repressão aos Tapuias e as vitórias obtidas, os oficiais da Câmara de Natal enviaram um Memorial ao Rei, no qual alegando a este as perdas de colonos e despesas realizadas para com o desenvolvimento da "guerra dos bárbaros", solicitava o reparo das mesmas com o pagamento do gado perdido e a distribuição das terras "liberadas" entre as pessoas da Capitania, além da criação de um presídio no Arraial do Açu e de um alojamento com cem índios domesticados, para a proteção dos moradores e para que estes "ajudassem" no transporte do gado para Pernambuco. É notório o interesse dos luso-brasileiros para que as perdas sofridas com a guerra fossem logo reparadas, as terras expropriadas fossem distribuídas e ocupadas, evitando possíveis iniciativas dos Tarairiú de retomá-las. Todavia, estes bravios guerreiros, apesar das degolas, dos aprisionamentos, cativeiros e reduções em aldeamentos jesuíticos que sofreram ao longo dessa história que lhes fora imposta, resistiram por cerca de mais trinta anos sempre lutando como podiam pela posse de suas terras e na tentativa de vencer as injustas estratégias da dominação colonial. Assim, a colonização portuguesa no Rio Grande e no Brasil, se consolidou sob os moldes de uma visão cultural preconceituosa e injusta, onde o nativo passou de gentio a infiel, por não se submeter ou tentar resistir às imposições européias, fato esse, que acarretou o extermínio quase que completo dos nossos nativos. Referências CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2 ed. Rio de Janeiro: Achiamê; Natal: Fundação José Augusto, 1984. DIAS, Leonardo Guimarães Vaz. A Guerra dos Bárbaros: manifestações das forças colonizadoras e da resistência nativa na América Portuguesa. Revista Eletrônica de História do Brasil. Juiz de Fora, UFJF, v. 5, n. 1, jan. - jun. 2001. LOPES, Maria de Fátima M. Índios, colonos e missionários na colonização da Capitania do Rio Grande de Norte. Natal, 1999. 210 p. Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (Cap. 4-5) 4
  • 5. MACÊDO, M. História e espaço seridoenses entre os séculos XIX e XX. Mneme – Revista Virtual de Humanidades. CERES. Vol. 01, n.01. p.01-50. 2000. MEDEIROS FILHO, Olavo. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1984. MONTEIRO, Denise M. Introdução à História do Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN, 2000. PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros: Povos indígenas e a Colonização do sertão Nordeste do Brasil,1650-1720. São Paulo: HUCITEC, 2002. SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997. 5
  • 6. MACÊDO, M. História e espaço seridoenses entre os séculos XIX e XX. Mneme – Revista Virtual de Humanidades. CERES. Vol. 01, n.01. p.01-50. 2000. MEDEIROS FILHO, Olavo. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1984. MONTEIRO, Denise M. Introdução à História do Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN, 2000. PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros: Povos indígenas e a Colonização do sertão Nordeste do Brasil,1650-1720. São Paulo: HUCITEC, 2002. SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997. 5