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III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO: 
O CONCEITO DE NÚMERO NAS AULAS DE MATEMÁTICA DO 1º. AO 3º. 
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
Maria Jose Costa dos Santos/UFC 
Universidade Federal do Ceará/UFC 
mazzesantos@ufc.br 
Resumo: 
O presente trabalho trata sobre a alfabetização matemática, na perspectiva do 
letramento, dos alunos do 1º. ao 3º. anos iniciais do Ensino Fundamental. Objetivamos 
exemplificar a partir da construção do conceito de número, a relevância da 
representação gráfica, oral e escrita dos elementos matemáticos para o desenvolvimento 
do pensamento matemático, das crianças em fase de alfabetização. De acordo com 
nossas análises quando as crianças são estimuladas à pesquisa, elas se tornam sujeitos 
de sua aprendizagem e, por conseguinte, se tornam autônomas intelectualmente. 
Portanto, entendemos que as aulas de matemática devem proporcionar às crianças uma 
alfabetização de forma significativa. 
Palavras-chave: letramento; conceito de número; atividades. 
Introdução 
Os processos de Ensino e Aprendizagem de Matemática acontecem em diversas 
situações e em múltiplos ambientes, que variam desde o convívio em casa até os grupos 
sociais: igreja, parque, clube, escola etc. No entanto, é na escola, especificamente, nas 
salas de aulas, que os conhecimentos formais são apresentados, ampliados, 
aprofundados e consolidados. 
Desse modo, não podemos negar a relevância da escola, do trabalho em sala de 
aula realizado por professores e alunos, pois é nesse espaço que acontecem as interações 
que possibilitam a consolidação desse aprendizado. 
Nessa perspectiva, consideramos o ambiente escolar, o lugar por excelência, 
ideal para o desenvolvimento eficaz do processo de alfabetização matemática, e, 
portanto, ressaltamos que um bom planejamento, composto por uma boa metodologia e 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
um profissional motivado, é o conjunto perfeito para mobilizar os alunos para o sucesso 
da/na alfabetização matemática. 
Compreendemos que as aulas de matemática devem garantir ao alunado a 
possibilidade de se (re) descobrirem como seres pensantes, e entendemos que somente 
será possível na perspectiva do letramento, pois para a educadora Magda Soares 
O letramento não é só de responsabilidade do professor de língua portuguesa 
ou dessa área, mas de todos os educadores que trabalham com leitura e 
escrita. “Mesmo os professores das disciplinas de geografia, matemática e 
ciências. Alunos leem e escrevem nos livros didáticos. Isso é um letramento 
específico de cada área de conhecimento. O correto é usar letramentos, no 
plural. Cada professor, portanto, é responsável pelo letramento em sua área.” 
Em razão disso, a educadora diz acreditar que é preciso oferecer contexto de 
letramento para todo mundo. “Não adianta simplesmente letrar quem não tem 
o que ler nem o que escrever. Precisamos dar as possibilidades de letramento. 
Isso é importante, inclusive, para a criação do sentimento de cidadania nos 
alunos.”(SOARES, 2003, p. 3)1. 
Nesse entendimento, nos apoiamos em Kamii (1986) quando destaca que muitos 
educadores não reconhecem seus alunos como seres pensantes, seres capazes de 
refletirem sobre os mais variados temas, e, portanto, na maioria das vezes, apresentam 
esses alunos como um recipiente vazio que aos poucos deve ir sendo cheio, sendo um 
certo nível no 1º. ano, um pouco mais no 2º. ano, mais um pouco no 3º. ano e, assim, 
sucessivamente. 
Ainda que não seja adequado, os educadores ainda se valem de um modelo de 
ensino que induz a criança a reproduzir modelos, e ao professor transferir 
conhecimento, e não a reelaborar modelos, desenvolver a reversibilidade. Destacamos 
que o letramento, é uma possibilidade de superarmos esse modelo de ensino que só visa 
a reprodução e a memorização. 
Assim, Nacarato e Galvão (2014) destacam que Fonseca (2009), faz uso do 
termo letramento para distinguir o discurso sobre a compreensão da alfabetização como 
uma tecnologia de aquisição do código de registro escrito da língua; de entender o 
letramento como aquisição desse código; e de caracterizar a leitura e a escrita como 
práticas sociais que se apresentam por meio de uma cultura da escrita. 
1Diário na Escola – Santo André é um projeto do Diário em parceria com a Secretaria de Educação e 
Formação Profissional de Santo André. DIÁRIO DO GRANDE ABC. O que é letramento? Santo André, 
2003. http://www.verzeri.org.br/artigos/003.pdf. 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
Assim, as autoras destacam que no que se refere à alfabetização matemática, 
atribuímos a ela o aprender a ler e a escrever códigos, sistemas, noções básicas de 
lógica, aritmética, geometria, porém, diante da demanda exigida aos sujeitos pela 
sociedade, ser alfabetizado vai bem além, pois significa saber ler, escrever, interpretar 
textos e possuir habilidades matemáticas que o façam agir criticamente sobre/na 
sociedade. 
Desta forma, ainda de acordo com as autoras, é possível que a alfabetização 
matemática não supra tais necessidades, pois possuir habilidades matemáticas constitui 
ser letrado, ou seja, entender e saber aplicar as práticas de leitura, escrita matemática 
para resolver problemas não somente escolares, mas de práticas cotidianas, sociais 
como: ler e interpretar gráficos e tabelas, fazer estimativas, interpretar as contas de luz, 
telefone, água, entre outras ações relacionadas aos diferentes usos socioculturais. 
O conceito de número na perspectiva do letramento 
Considerando que o letramento é indissociável do contexto 
historicosociocultural, e deve compreender a realidade dos sujeitos, é que entendemos 
que o mesmo deve ser sempre pensado e construído para atender as necessidades do 
sujeito, e, por conseguinte, servir a um programa pedagógico estabelecido pelo governo, 
e pela escola, dentro de uma política educacional adequada ao cotidiano escolar. 
De acordo com os dizeres de Freire (1987) é preciso ser letrado para fazer-se 
cidadão do mundo, e, portanto, as oportunidades precisam ser acessíveis a todos. Nesse 
sentido, o responsável para criar essa atmosfera de aprendizagem, por excelência, é o 
professor, que deve proporcionar aos alunos condições reais de aprendizagens, por meio 
de recursos didáticos adequados. 
No que se refere à construção do conceito de número, o PCNM (BRASIL, 1997, 
p. 44), aponta que 
É a partir das situações cotidianas que os alunos constroem hipóteses sobre o 
significado dos números e começam a elaborar conhecimentos sobre as 
escritas numéricas, de forma semelhante ao que fazem em relação à língua 
escrita. As escritas numéricas podem ser apresentadas, num primeiro 
momento, sem que seja necessário compreendê-las e analisá-las pela 
explicitação de sua decomposição em ordens e classes (unidades, dezenas e 
centenas). 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
Porém, conceitualmente, a construção do conceito de número precisa ir além das 
atividades cotidianas, pois é uma construção que necessita aritmeticamente, do 
desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, pois sem a construção das 
relações/conexões entre os esquemas básicos de seriação, comparação, classificação, 
sequenciação, ordenação, correspondência, inclusão hierárquica, o sujeito não será, 
enfim, conservativo de quantidade, área e volume. 
Concordamos que não é um conceito fácil de ser construído, depende além da 
maturação do sujeito, também das possibilidades pedagógicas propostas pelo docente, 
pois de acordo com Lorenzato2 
a formação do conceito de número como relação de equivalência entre dois 
conjuntos é um processo longo, que se utiliza de várias ideias, entre elas, as 
de correspondência, cardinalidade, comparação, ordenação, inclusão, 
contagem, conservação de quantidade. A percepção de quantidade, 
naturalmente presente em crianças de pouca idade - que revelam reconhecer 
que um conjunto de três objetos é maior do que um de dois objetos -, é o 
início do senso numérico. 
Para que essa construção aconteça é preciso que o estudante seja desafiado por 
atividades em que ele necessite classificar objetos mediante um atributo comum; precise 
explicitar os critérios de classificação utilizados num agrupamento; que precise seriar 
objetos de acordo com critério determinado; aprenda a inserir objeto em um grupo em 
que os objetos estão seriados; que saiba comparar grupos de objetos utilizando 
diferentes estratégias para quantificá-los. 
É preciso ainda que realize com competência tarefas para complementar um 
grupo de objetos a fim de que fique com a mesma quantidade que outro grupo 
determinado; o mesmo ainda deve saber organizar grupos de objetos em ordem 
crescente ou decrescente considerando as diferenças numéricas entre eles; e, por fim, 
devem saber inserir um grupo entre outros organizados por ordem numérica. 
Após a realização dessas ações, o estudante terá demonstrado suas habilidades 
matemáticas e possivelmente estará pronto para iniciar o trabalho com as operações 
fundamentais aritméticas, pois de acordo com os PCNM (BRASIL, 1997, p. 44) grande 
2 Que Matemática ensinar no primeiro dos nove anos do Ensino Fundamental? http://alb.com.br/arquivo-morto/ 
edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem07/COLE_2698.pdf. Acesso dia 09 de julho de 2014. 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
parte dos problemas apresentados dentro e fora da matemática são resolvidos pelas 
operações fundamentais. 
Portanto, o letramento não pode se resumir a língua portuguesa, e muito menos 
aos atos de ler e escrever, pois interpretar, representar graficamente, verbalizar seu 
pensamento matemático, apresentar suas estratégias, registrar as construções 
matemáticas, são partes indissociáveis do processo da alfabetização matemática, e 
relevantes nas resoluções das operações. 
Sugestões de atividades – reflexões 
As atividades ora propostas, têm como objetivo promover o desenvolvimento 
global e harmônico do sujeito, tanto no que diz respeito ao físico, histórico, social, 
cultural, intelectual, como também do afetivo, ético e moral, implicando numa formação 
para/na cidadania de sujeitos autônomos, críticos, e, portanto, capazes de pensar por si 
mesmos, e de resolver situações-problemas em sociedade. 
Considerando que para Piaget (1995), existem três tipos de conhecimentos: 
físico, social e lógico-matemático, destacamos que historicamente, esses tipos de 
conhecimentos têm sido evidenciados e precisam ser bem trabalhados, principalmente 
para o sucesso na construção do conceito de número. 
As atividades devem partir do pressuposto de que numeral: é o conhecimento 
social, a representação escrita e verbalizada; o algarismo: é o conhecimento físico – o 
símbolo; o número: conhecimento lógico-matemático - a ideia – conservação de 
quantidade (grandeza discreta), medida ou volume (grandeza contínua). 
(…) os números são as relações mentais (psicológicas) que se estabelecem 
entre as quantidades do mundo físico em que vivemos. Que tipos de relações 
são essas? São relações lógico-matemáticas de ordem e de inclusão 
hierárquica de classe. Esse tipo de conhecimento não é passível de 
transmissão oral porque para fazer tais relações a criança precisa de estruturas 
mentais específicas que lhes permitam compreender por experimentação ativa 
e não apenas memorizar informações. Isto é, exige compreensão e não 
memorização de dados. (UNESP, 2011, p. 144) 
Nesse sentido, de acordo com Smole (2001) os alunos devem aprender a ler e a 
escrever matemática, para aprender a ler e aprender matemática, para assim, também, 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
aprender a interpretar e produzir textos matemáticos, pois o papel da matemática é 
buscar a organização do pensamento, desenvolver habilidades, aperfeiçoar 
competências relacionadas as construções do raciocínio lógico-matemático. Assim, de 
acordo com Nacarato (20123) “você tem que pensar sempre que a matemática 
trabalhada na escola possibilitará a leitura de um texto.” 
Portanto, tanto alunos como professores devem ter consciência que falar e fazer 
a representação gráfica do número a partir da cultura que a criança está inserida, 
conhecer os símbolos numéricos e representá-los no papel, escrever o nome do numeral 
ou por extenso. 
No quadro 1 a seguir, as atividades visam proporcionar de acordo com o estágio 
de maturação do sujeito, o desenvolvimento da aprendizagem matemática na 
perspectiva do letramento, considerando a proposta do PISA4 assinalando que o 
(…) letramento matemático demanda o uso de competências matemáticas em 
vários níveis, abrangendo desde a realização de operações básicas até o racio-cínio 
e as descobertas matemáticas. Requer o conhecimento e a aplicação de 
uma variedade de conteúdos matemáticos extraídos de áreas como: estimati-va, 
mudança e crescimento, espaço e forma, raciocínio quantitativo, incerte-za, 
dependências e relações. 
Para o PISA, de forma geral, o letramento é a capacidade de reconhecer e 
formular problemas matemáticos em situações diversas do cotidiano. 
Portanto, tanto alunos como professores devem ter consciência que falar e fazer 
a representação gráfica do número a partir da cultura que a criança está inserida, 
conhecer os símbolos numéricos e representá-los no papel, escrever o nome do numeral 
ou por extenso. 
Desse modo, vejamos algumas atividades propostas no quadro a seguir, na pers-pectiva 
do letramento matemático. 
3 Nacarato, Adair. Escrita, leitura e ensino da matemática Adair Nacarato, Universidade de São Fran-cisco/ 
SP, em entrevista ao grupo CONTAR. Natal | RN| Ano I, n. 01, out./jan. 2012| EDUFRN. 
4 Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Alunos é um programa desenvolvido e coordenado 
internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas cada 
país participante tem uma coordenação nacional. No Brasil, o Pisa é coordenado pelo Instituto Nacional 
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Inep. 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
Quadro 1. Atividades na perspectiva do letramento matemático. 
CONCEITO DE NÚMERO X ATIVIDADES 
Imagem Faixa 
etária 
Fonte: própria. 
Nível 
cognitivo 
Conceitos Atividades 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014. 
1º. Ano 
(googleimages, 2014) 
5-6 Ordenação; 
Comparação; 
Quantidade; 
Classificação. 
Contar os 
personagens; 
Classificar quanto ao 
gênero; 
Comparar os 
personagens, sem 
critérios estabelecidos; 
Produção de texto, 
após a leitura da 
imagem. 
2º. ano 
(googleimages, 2014) 
6-7 Conservação de 
quantidade; 
Sistema 
monetário; 
Inclusão 
hierárquica; 
Narrativa. 
Correção ortográfica 
das palavras da placa; 
Construção de 
situações-problemas; 
Produção textual. 
3º. ano 
(googleimages, 2014) 
7-8 Formas; 
Classificação 
simples; 
Conservação de 
espaço e forma; 
Medidas. 
Reconhecimento de 
figuras; 
Escrita do nome das 
figuras; 
Representar gráfica 
das figuras; 
Planificação;
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
Conclusões 
Na alfabetização matemática, o estudante precisa além de decodificar letras e 
números, requer também pensar sobre as ações que realiza, e deve saber desfazê-las, 
quando for solicitado. As operações irreversíveis são difíceis para as crianças 
compreenderem, mas a partir das atividades propostas pelos professores essas ações são 
facilitadas, contribuindo para o processo de desenvolvimento na construção do conceito 
de número. 
É importante nesse contexto, ressaltarmos um modelo de ensino pautado na 
reflexão-ação-reflexão, visando sempre que o mais importante segundo Morin (2011) 
“que mais vale uma cabeça bem-feita do que uma cabeça cheia”. Mas a efetivação desse 
modelo de ensino vai depender da formação dos professores, da forma como são 
propostas as situações-problemas aos estudantes, pois esperamos que o mais importante 
não seja apenas a de verificar quantas informações o aluno “armazenou/guardou”, mas 
sim perceber como o estudante utiliza/aplica o que realmente consegue aprender. O 
aluno precisa sentir que o que aprendeu faz sentido na/para sua vida, mesmo que ele só 
tenha 5 ou 7 anos de idade, e o professor precisa ter essa consciência. 
Por fim, letramento matemático, é a possibilidade do sujeito de reconhecer o 
mundo, como seu espaço físico, proporcionando-o levar a realidade, as situações 
cotidianas para a formalização dos conteúdos matemáticos, de forma crítica, na/para 
cidadania, dentro e fora do ambiente escolar. 
Referências 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 
BRIZUELA, Bárbara M. Desenvolvimento matemático na criança: explorando 
notações. Porto Alegre. Artmed, 2006. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
GALVÃO, Elizangela da Silva e Nacarato, Adair Mendes. O letramento matemático e a 
resolução de problemas na Provinha Brasil. 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) 
http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/849/293. Acesso dia 19 de 
junho de 2014. 
KAMII. Constance. A criança e o número: implicações da teoria de Piaget. Campinas: 
Papirus, 1990. 
LORENZATO, Sergio. Que Matemática ensinar no primeiro dos nove anos do Ensino 
Fundamental? http://alb.com.br/arquivo-morto/ 
edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem07/COLE_2698.pdf. Acesso dia 09 
de julho de 2014. 
LORENZATO, Sergio. Para aprender Matemática. 2. ed. rev. Campinas: Autores 
Associados, 2008. Coleção Formação de Professores. 
Morin, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 
Tradução Eloá Jacobina. 19ª ed. Rio de Janeiro - RJ: ed. Bertrand Brasil, 2011. 
NACARATO, Adair. Escrita, leitura e ensino da matemática Adair Nacarato, 
Universidade de São Francisco/SP, em entrevista ao grupo CONTAR. Natal | RN| Ano 
I, n. 01, out./jan. 2012| EDUFRN. 
NACARATO, Adair Mendes; MENGALI, Brenda Leme da Silva; PASSOS. Cármem 
Lúcia Brancaglion. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental : tecendo fios 
do ensinar e do aprender. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. (Tendências em Educação 
Matemática). 
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Trad. Maria Alice Magalhães D’Amorim e Paulo 
Sergio Lima Silva. 21. ed., Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. 
SOARES, Magda Becker. Letramento: Um Tema em Três Gêneros. Belo Horizonte: 
Autêntica, 1998, v.1. p.190. 
SOARES, Magda Becker. O que é letramento. DIÁRIO DO GRANDE ABC, Santo 
André, São Paulo, 2003. http://www.verzeri.org.br/artigos/003.pdf. Acesso dia 19 de junho 
de 2014. 
SMOLE, Kátia C. Stocco. Textos em Matemática: Por que não? In: SMOLE, Kátia C. 
Stocco e DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas 
para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
UNESP-UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Caderno de formação: 
didática dos conteúdos formação de professores /Universidade Estadual Paulista. 
Pró-Reitoria de Graduação; Universidade Virtual do Estado de São Paulo. – São 
Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 1; 200 p.; 28 cm. – (Curso de Pedagogia). 
Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
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  • 1. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO: O CONCEITO DE NÚMERO NAS AULAS DE MATEMÁTICA DO 1º. AO 3º. ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Maria Jose Costa dos Santos/UFC Universidade Federal do Ceará/UFC mazzesantos@ufc.br Resumo: O presente trabalho trata sobre a alfabetização matemática, na perspectiva do letramento, dos alunos do 1º. ao 3º. anos iniciais do Ensino Fundamental. Objetivamos exemplificar a partir da construção do conceito de número, a relevância da representação gráfica, oral e escrita dos elementos matemáticos para o desenvolvimento do pensamento matemático, das crianças em fase de alfabetização. De acordo com nossas análises quando as crianças são estimuladas à pesquisa, elas se tornam sujeitos de sua aprendizagem e, por conseguinte, se tornam autônomas intelectualmente. Portanto, entendemos que as aulas de matemática devem proporcionar às crianças uma alfabetização de forma significativa. Palavras-chave: letramento; conceito de número; atividades. Introdução Os processos de Ensino e Aprendizagem de Matemática acontecem em diversas situações e em múltiplos ambientes, que variam desde o convívio em casa até os grupos sociais: igreja, parque, clube, escola etc. No entanto, é na escola, especificamente, nas salas de aulas, que os conhecimentos formais são apresentados, ampliados, aprofundados e consolidados. Desse modo, não podemos negar a relevância da escola, do trabalho em sala de aula realizado por professores e alunos, pois é nesse espaço que acontecem as interações que possibilitam a consolidação desse aprendizado. Nessa perspectiva, consideramos o ambiente escolar, o lugar por excelência, ideal para o desenvolvimento eficaz do processo de alfabetização matemática, e, portanto, ressaltamos que um bom planejamento, composto por uma boa metodologia e Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 2. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) um profissional motivado, é o conjunto perfeito para mobilizar os alunos para o sucesso da/na alfabetização matemática. Compreendemos que as aulas de matemática devem garantir ao alunado a possibilidade de se (re) descobrirem como seres pensantes, e entendemos que somente será possível na perspectiva do letramento, pois para a educadora Magda Soares O letramento não é só de responsabilidade do professor de língua portuguesa ou dessa área, mas de todos os educadores que trabalham com leitura e escrita. “Mesmo os professores das disciplinas de geografia, matemática e ciências. Alunos leem e escrevem nos livros didáticos. Isso é um letramento específico de cada área de conhecimento. O correto é usar letramentos, no plural. Cada professor, portanto, é responsável pelo letramento em sua área.” Em razão disso, a educadora diz acreditar que é preciso oferecer contexto de letramento para todo mundo. “Não adianta simplesmente letrar quem não tem o que ler nem o que escrever. Precisamos dar as possibilidades de letramento. Isso é importante, inclusive, para a criação do sentimento de cidadania nos alunos.”(SOARES, 2003, p. 3)1. Nesse entendimento, nos apoiamos em Kamii (1986) quando destaca que muitos educadores não reconhecem seus alunos como seres pensantes, seres capazes de refletirem sobre os mais variados temas, e, portanto, na maioria das vezes, apresentam esses alunos como um recipiente vazio que aos poucos deve ir sendo cheio, sendo um certo nível no 1º. ano, um pouco mais no 2º. ano, mais um pouco no 3º. ano e, assim, sucessivamente. Ainda que não seja adequado, os educadores ainda se valem de um modelo de ensino que induz a criança a reproduzir modelos, e ao professor transferir conhecimento, e não a reelaborar modelos, desenvolver a reversibilidade. Destacamos que o letramento, é uma possibilidade de superarmos esse modelo de ensino que só visa a reprodução e a memorização. Assim, Nacarato e Galvão (2014) destacam que Fonseca (2009), faz uso do termo letramento para distinguir o discurso sobre a compreensão da alfabetização como uma tecnologia de aquisição do código de registro escrito da língua; de entender o letramento como aquisição desse código; e de caracterizar a leitura e a escrita como práticas sociais que se apresentam por meio de uma cultura da escrita. 1Diário na Escola – Santo André é um projeto do Diário em parceria com a Secretaria de Educação e Formação Profissional de Santo André. DIÁRIO DO GRANDE ABC. O que é letramento? Santo André, 2003. http://www.verzeri.org.br/artigos/003.pdf. Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 3. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) Assim, as autoras destacam que no que se refere à alfabetização matemática, atribuímos a ela o aprender a ler e a escrever códigos, sistemas, noções básicas de lógica, aritmética, geometria, porém, diante da demanda exigida aos sujeitos pela sociedade, ser alfabetizado vai bem além, pois significa saber ler, escrever, interpretar textos e possuir habilidades matemáticas que o façam agir criticamente sobre/na sociedade. Desta forma, ainda de acordo com as autoras, é possível que a alfabetização matemática não supra tais necessidades, pois possuir habilidades matemáticas constitui ser letrado, ou seja, entender e saber aplicar as práticas de leitura, escrita matemática para resolver problemas não somente escolares, mas de práticas cotidianas, sociais como: ler e interpretar gráficos e tabelas, fazer estimativas, interpretar as contas de luz, telefone, água, entre outras ações relacionadas aos diferentes usos socioculturais. O conceito de número na perspectiva do letramento Considerando que o letramento é indissociável do contexto historicosociocultural, e deve compreender a realidade dos sujeitos, é que entendemos que o mesmo deve ser sempre pensado e construído para atender as necessidades do sujeito, e, por conseguinte, servir a um programa pedagógico estabelecido pelo governo, e pela escola, dentro de uma política educacional adequada ao cotidiano escolar. De acordo com os dizeres de Freire (1987) é preciso ser letrado para fazer-se cidadão do mundo, e, portanto, as oportunidades precisam ser acessíveis a todos. Nesse sentido, o responsável para criar essa atmosfera de aprendizagem, por excelência, é o professor, que deve proporcionar aos alunos condições reais de aprendizagens, por meio de recursos didáticos adequados. No que se refere à construção do conceito de número, o PCNM (BRASIL, 1997, p. 44), aponta que É a partir das situações cotidianas que os alunos constroem hipóteses sobre o significado dos números e começam a elaborar conhecimentos sobre as escritas numéricas, de forma semelhante ao que fazem em relação à língua escrita. As escritas numéricas podem ser apresentadas, num primeiro momento, sem que seja necessário compreendê-las e analisá-las pela explicitação de sua decomposição em ordens e classes (unidades, dezenas e centenas). Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 4. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) Porém, conceitualmente, a construção do conceito de número precisa ir além das atividades cotidianas, pois é uma construção que necessita aritmeticamente, do desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, pois sem a construção das relações/conexões entre os esquemas básicos de seriação, comparação, classificação, sequenciação, ordenação, correspondência, inclusão hierárquica, o sujeito não será, enfim, conservativo de quantidade, área e volume. Concordamos que não é um conceito fácil de ser construído, depende além da maturação do sujeito, também das possibilidades pedagógicas propostas pelo docente, pois de acordo com Lorenzato2 a formação do conceito de número como relação de equivalência entre dois conjuntos é um processo longo, que se utiliza de várias ideias, entre elas, as de correspondência, cardinalidade, comparação, ordenação, inclusão, contagem, conservação de quantidade. A percepção de quantidade, naturalmente presente em crianças de pouca idade - que revelam reconhecer que um conjunto de três objetos é maior do que um de dois objetos -, é o início do senso numérico. Para que essa construção aconteça é preciso que o estudante seja desafiado por atividades em que ele necessite classificar objetos mediante um atributo comum; precise explicitar os critérios de classificação utilizados num agrupamento; que precise seriar objetos de acordo com critério determinado; aprenda a inserir objeto em um grupo em que os objetos estão seriados; que saiba comparar grupos de objetos utilizando diferentes estratégias para quantificá-los. É preciso ainda que realize com competência tarefas para complementar um grupo de objetos a fim de que fique com a mesma quantidade que outro grupo determinado; o mesmo ainda deve saber organizar grupos de objetos em ordem crescente ou decrescente considerando as diferenças numéricas entre eles; e, por fim, devem saber inserir um grupo entre outros organizados por ordem numérica. Após a realização dessas ações, o estudante terá demonstrado suas habilidades matemáticas e possivelmente estará pronto para iniciar o trabalho com as operações fundamentais aritméticas, pois de acordo com os PCNM (BRASIL, 1997, p. 44) grande 2 Que Matemática ensinar no primeiro dos nove anos do Ensino Fundamental? http://alb.com.br/arquivo-morto/ edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem07/COLE_2698.pdf. Acesso dia 09 de julho de 2014. Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 5. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) parte dos problemas apresentados dentro e fora da matemática são resolvidos pelas operações fundamentais. Portanto, o letramento não pode se resumir a língua portuguesa, e muito menos aos atos de ler e escrever, pois interpretar, representar graficamente, verbalizar seu pensamento matemático, apresentar suas estratégias, registrar as construções matemáticas, são partes indissociáveis do processo da alfabetização matemática, e relevantes nas resoluções das operações. Sugestões de atividades – reflexões As atividades ora propostas, têm como objetivo promover o desenvolvimento global e harmônico do sujeito, tanto no que diz respeito ao físico, histórico, social, cultural, intelectual, como também do afetivo, ético e moral, implicando numa formação para/na cidadania de sujeitos autônomos, críticos, e, portanto, capazes de pensar por si mesmos, e de resolver situações-problemas em sociedade. Considerando que para Piaget (1995), existem três tipos de conhecimentos: físico, social e lógico-matemático, destacamos que historicamente, esses tipos de conhecimentos têm sido evidenciados e precisam ser bem trabalhados, principalmente para o sucesso na construção do conceito de número. As atividades devem partir do pressuposto de que numeral: é o conhecimento social, a representação escrita e verbalizada; o algarismo: é o conhecimento físico – o símbolo; o número: conhecimento lógico-matemático - a ideia – conservação de quantidade (grandeza discreta), medida ou volume (grandeza contínua). (…) os números são as relações mentais (psicológicas) que se estabelecem entre as quantidades do mundo físico em que vivemos. Que tipos de relações são essas? São relações lógico-matemáticas de ordem e de inclusão hierárquica de classe. Esse tipo de conhecimento não é passível de transmissão oral porque para fazer tais relações a criança precisa de estruturas mentais específicas que lhes permitam compreender por experimentação ativa e não apenas memorizar informações. Isto é, exige compreensão e não memorização de dados. (UNESP, 2011, p. 144) Nesse sentido, de acordo com Smole (2001) os alunos devem aprender a ler e a escrever matemática, para aprender a ler e aprender matemática, para assim, também, Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 6. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) aprender a interpretar e produzir textos matemáticos, pois o papel da matemática é buscar a organização do pensamento, desenvolver habilidades, aperfeiçoar competências relacionadas as construções do raciocínio lógico-matemático. Assim, de acordo com Nacarato (20123) “você tem que pensar sempre que a matemática trabalhada na escola possibilitará a leitura de um texto.” Portanto, tanto alunos como professores devem ter consciência que falar e fazer a representação gráfica do número a partir da cultura que a criança está inserida, conhecer os símbolos numéricos e representá-los no papel, escrever o nome do numeral ou por extenso. No quadro 1 a seguir, as atividades visam proporcionar de acordo com o estágio de maturação do sujeito, o desenvolvimento da aprendizagem matemática na perspectiva do letramento, considerando a proposta do PISA4 assinalando que o (…) letramento matemático demanda o uso de competências matemáticas em vários níveis, abrangendo desde a realização de operações básicas até o racio-cínio e as descobertas matemáticas. Requer o conhecimento e a aplicação de uma variedade de conteúdos matemáticos extraídos de áreas como: estimati-va, mudança e crescimento, espaço e forma, raciocínio quantitativo, incerte-za, dependências e relações. Para o PISA, de forma geral, o letramento é a capacidade de reconhecer e formular problemas matemáticos em situações diversas do cotidiano. Portanto, tanto alunos como professores devem ter consciência que falar e fazer a representação gráfica do número a partir da cultura que a criança está inserida, conhecer os símbolos numéricos e representá-los no papel, escrever o nome do numeral ou por extenso. Desse modo, vejamos algumas atividades propostas no quadro a seguir, na pers-pectiva do letramento matemático. 3 Nacarato, Adair. Escrita, leitura e ensino da matemática Adair Nacarato, Universidade de São Fran-cisco/ SP, em entrevista ao grupo CONTAR. Natal | RN| Ano I, n. 01, out./jan. 2012| EDUFRN. 4 Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Alunos é um programa desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas cada país participante tem uma coordenação nacional. No Brasil, o Pisa é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Inep. Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 7. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) Quadro 1. Atividades na perspectiva do letramento matemático. CONCEITO DE NÚMERO X ATIVIDADES Imagem Faixa etária Fonte: própria. Nível cognitivo Conceitos Atividades Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014. 1º. Ano (googleimages, 2014) 5-6 Ordenação; Comparação; Quantidade; Classificação. Contar os personagens; Classificar quanto ao gênero; Comparar os personagens, sem critérios estabelecidos; Produção de texto, após a leitura da imagem. 2º. ano (googleimages, 2014) 6-7 Conservação de quantidade; Sistema monetário; Inclusão hierárquica; Narrativa. Correção ortográfica das palavras da placa; Construção de situações-problemas; Produção textual. 3º. ano (googleimages, 2014) 7-8 Formas; Classificação simples; Conservação de espaço e forma; Medidas. Reconhecimento de figuras; Escrita do nome das figuras; Representar gráfica das figuras; Planificação;
  • 8. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) Conclusões Na alfabetização matemática, o estudante precisa além de decodificar letras e números, requer também pensar sobre as ações que realiza, e deve saber desfazê-las, quando for solicitado. As operações irreversíveis são difíceis para as crianças compreenderem, mas a partir das atividades propostas pelos professores essas ações são facilitadas, contribuindo para o processo de desenvolvimento na construção do conceito de número. É importante nesse contexto, ressaltarmos um modelo de ensino pautado na reflexão-ação-reflexão, visando sempre que o mais importante segundo Morin (2011) “que mais vale uma cabeça bem-feita do que uma cabeça cheia”. Mas a efetivação desse modelo de ensino vai depender da formação dos professores, da forma como são propostas as situações-problemas aos estudantes, pois esperamos que o mais importante não seja apenas a de verificar quantas informações o aluno “armazenou/guardou”, mas sim perceber como o estudante utiliza/aplica o que realmente consegue aprender. O aluno precisa sentir que o que aprendeu faz sentido na/para sua vida, mesmo que ele só tenha 5 ou 7 anos de idade, e o professor precisa ter essa consciência. Por fim, letramento matemático, é a possibilidade do sujeito de reconhecer o mundo, como seu espaço físico, proporcionando-o levar a realidade, as situações cotidianas para a formalização dos conteúdos matemáticos, de forma crítica, na/para cidadania, dentro e fora do ambiente escolar. Referências BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRIZUELA, Bárbara M. Desenvolvimento matemático na criança: explorando notações. Porto Alegre. Artmed, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. GALVÃO, Elizangela da Silva e Nacarato, Adair Mendes. O letramento matemático e a resolução de problemas na Provinha Brasil. Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 9. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/849/293. Acesso dia 19 de junho de 2014. KAMII. Constance. A criança e o número: implicações da teoria de Piaget. Campinas: Papirus, 1990. LORENZATO, Sergio. Que Matemática ensinar no primeiro dos nove anos do Ensino Fundamental? http://alb.com.br/arquivo-morto/ edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem07/COLE_2698.pdf. Acesso dia 09 de julho de 2014. LORENZATO, Sergio. Para aprender Matemática. 2. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2008. Coleção Formação de Professores. Morin, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução Eloá Jacobina. 19ª ed. Rio de Janeiro - RJ: ed. Bertrand Brasil, 2011. NACARATO, Adair. Escrita, leitura e ensino da matemática Adair Nacarato, Universidade de São Francisco/SP, em entrevista ao grupo CONTAR. Natal | RN| Ano I, n. 01, out./jan. 2012| EDUFRN. NACARATO, Adair Mendes; MENGALI, Brenda Leme da Silva; PASSOS. Cármem Lúcia Brancaglion. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental : tecendo fios do ensinar e do aprender. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. (Tendências em Educação Matemática). PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Trad. Maria Alice Magalhães D’Amorim e Paulo Sergio Lima Silva. 21. ed., Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. SOARES, Magda Becker. Letramento: Um Tema em Três Gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998, v.1. p.190. SOARES, Magda Becker. O que é letramento. DIÁRIO DO GRANDE ABC, Santo André, São Paulo, 2003. http://www.verzeri.org.br/artigos/003.pdf. Acesso dia 19 de junho de 2014. SMOLE, Kátia C. Stocco. Textos em Matemática: Por que não? In: SMOLE, Kátia C. Stocco e DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. UNESP-UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Caderno de formação: didática dos conteúdos formação de professores /Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de Graduação; Universidade Virtual do Estado de São Paulo. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 1; 200 p.; 28 cm. – (Curso de Pedagogia). Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.
  • 10. III SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (III SELEM) Anais do III Seminário de Escrita e Leitura em Educação Matemática. Lavras. p. 1-X, 2014.