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MOCIDADE ESPÍRITA EURÍPEDES BARSANULFO Esquecimento do Passado
[object Object],[object Object],[object Object]
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PERGUNTA ,[object Object],392 - Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?
RESPOSTA “ Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro.  Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si.  ”
Muito sobre os mistérios do universo não nos é permitido saber, seja por falta de merecimento, seja mesmo pela nossa condição moral e intelectual. No campo mesmo da ciência material, que parte do princípio de que tudo pode ser contestado, existem “buracos” em diversas teorias (especialmente nas áreas da Física e da Química), fato que compromete o entendimento mais amplo das variáveis abrangidas por essas teorias. À medida que o ser humano progride intelectualmente (e moralmente), consegue alcançar meios que completam esses espaços, sempre com o fruto do seu mérito. Em se falando de esquecimento do passado, o espírito consegue seguir seu caminho de forma mais “independente” sem tal conhecimento, permitindo-se aproveitar melhor as oportunidades de renovação.
Os Espíritos nos alertam que existem “certas coisas” que é melhor que sejam mesmo esquecidas. Imaginemos reconhecermos, em um amigo nosso, alguém que foi motivo de desgraça em vidas anteriores à esta? Os espíritos nos chamam a atenção para uma “transição”. Para que o mundo aja em perfeita harmonia a natureza não funciona com transições bruscas. Deve-se existir um processo em que compreende a transposição de fases, partindo de um ponto instável e percorrendo um caminho até o alcance de um ponto de equilíbrio, onde as variáveis não tenham incentivo para mudar de estado. Lembrar do passado pode ser muito perigoso, ainda mais se for de forma brusca, podendo nos mover a um ponto de intenso desequilíbrio, e o retorno à estabilidade ser muito mais demorado.
PERGUNTA ,[object Object]
RESPOSTA “ Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de  intuição   das em que incorreu. Tendes essa intuição no  pensamento , no desejo criminoso que freqüentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”
Comentário de Kardec: Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a  intuição , sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa  consciência , que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores.
PERGUNTA 394.  Nos mundos mais elevados do que a Terra, onde os que os habitam não se vêem premidos pelas necessidades físicas, pelas enfermidades que nos afligem, os homens compreendem que são mais felizes do que nós? Relativa é, em geral, a felicidade. Sentimo-la, mediante comparação com um estado menos ditoso. Visto que, em suma alguns desses mundos, se bem melhores do que o nosso, ainda não atingiram o estado de perfeição, seus habitantes devem ter motivos de desgostos, embora de gênero diverso dos nossos. Entre nós, o rico, conquanto não sofra as angústias das necessidades materiais, como o pobre, nem por isso se acha isento de tribulações, que lhe tornam amarga a vida. Pergunto então: Na situação em que se encontram, os habitantes desses mundos não se consideram tão infelizes quanto nós, na em que nos vemos, e não se lastimam da sorte, olvidados de existências inferiores que lhes sirvam de termos de comparação?
RESPOSTA “ Cabem aqui duas respostas distintas. Há mundos, entre os de que falas, cujos habitantes guardam lembrança clara e exata de suas existências passadas. Esses, compreendes, pedem e sabem apreciar a felicidade de que Deus lhes permite fruir. Outros há, porém, cujos habitantes, achando-se, como dizes, em melhores condições do que vós na Terra, não deixam de experimentar grandes desgostos, até desgraças. Esses não apreciam a felicidade de que gozam, pela razão mesma de se não recordarem de um estado mais infeliz. Entretanto, se não a apreciam como homens, apreciam-na como Espíritos.”
Comentário de Kardec: “ No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabedoria divina? Nos mundos superiores, quando o recordá-las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos mundos inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria as infelicidades presentes? Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é perfeito e que não nos toca criticar-Lhe as obras, nem Lhe ensinar como deveria ter regulado o Universo”.
À medida que o espírito se eleva moralmente e se torna mais desprendido da matéria, pode perceber, graças ao seu  mérito , os feitos de sua(s) vida(s) passada(s). Em mundos superiores ao nosso, a compreensão das leis divinas é exercida na prática, permitindo ao espírito reconhecer seus erros e acertos em existências anteriores e não se abalar, pois possui  equilíbrio  suficiente para saber e aceitar a verdade. Nos mundos inferiores, tomados pelos sentimentos frívolos e inconstantes, a informação de feitos em vidas passadas compromete o  equilíbrio , conduzindo o espírito a um estado de perturbação emocional que estagna a sua situação, impossibilitando encontrar meios de progredir.
“ (...) Gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o orgulho, peando-nos em conseqüência, o livre-arbítrio. Para nos melhorarmos, dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta:  a voz da consciência e os pendores instintivos . Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais”.
Comentário de Kardec: “ Nem sempre podendo honrar-nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado. Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos acerca dos mundos superiores à Terra. Nesses mundos, onde só reina o bem, a reminiscência do passado nada tem de dolorosa. Tal a razão por que neles as criaturas se lembram da sua antecedente existência, como nos lembramos do que fizemos na véspera. Quanto à estada em mundos inferiores, não passa então, como já dissemos, de mau sonho”.
PERGUNTA ,[object Object]
RESPOSTA “ Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”
Essa resposta dos espíritos dá abertura para o entendimento de que  também podemos saber de existências anteriores . O que importa, nesta passagem, é que o saber delas não pode ser movido pela  curiosidade , pois essa é algo sem causa justa. O conhecimento de existências passadas pode ser usado para o progresso, de acordo com o mérito do espírito, e não para fins frívolos. A busca desse saber pode auxiliar na administração de traumas e dos nossos pendores instintivos, mencionados pelos espíritos. Essa revelação pode ser dada pelos espíritos ou por outras abordagens, inclusive da ciência materialista (abordaremos mais adiante).
PERGUNTA ,[object Object]
RESPOSTA “ Algumas vezes, é uma impressão real; mas também, freqüentemente, não passa de mera ilusão, contra a qual precisa o homem por-se em guarda, porquanto pode ser efeito de superexcitada imaginação.”
Os Espíritos de sabedoria nos orientam, e devemos estar atentos aos seus ensinamentos. Não devemos achar que qualquer impressão nossa seja decisiva para tirarmos conclusões a seu respeito. Nossa capacidade de criar com o pensamento é ilimitada e pode nos induzir a erros brutais. Então, devemos prestar muita atenção em relação aos nossos “achismos”.
PERGUNTA ,[object Object]
RESPOSTA “ Até certo ponto, assim é. Preciso se torna, porém, levar em conta a melhora que se possa ter operado no Espírito e as resoluções que ele haja tomado na  erraticidade . Pode suceder que a existência atual seja muito melhor que a precedente.”
Os nossos pendores instintivos nos são úteis para intuirmos o gênero de nossas faltas do passado e ajudar-nos a melhorar essas tendências. Os Espíritos nos lembram dos nossos esforços conquistados durante o período de erraticidade, onde podemos conhecer de nossas faltas, de acordo com o nosso  mérito  e em momento  oportuno , a fim de continuarmos no progresso.
PERGUNTA ,[object Object]
RESPOSTA “ Depende do seu adiantamento. Se não souber triunfar das provas, possivelmente será arrastado a novas faltas, conseqüentes, então, da posição que escolheu. Mas, em geral, estas faltas denotam mais um estacionamento que uma  retrogradação , porquanto o Espírito é suscetível de se adiantar ou de parar, nunca, porém, de retroceder.”
Ou seja: sim, podemos cometer faltas diferentes e piores em existência presente em relação a uma passada. Mas fica registrado que isso se deve à elevação moral do espírito, ou ainda, de como ele fez a introspecção do aprendizado. Cometer uma falta grave indica um estacionamento evolutivo; se fosse uma retrogradação, estaria procedendo contra as leis da natureza.
PERGUNTA ,[object Object]
RESPOSTA “ Muito amiúde é isso possível, pois que cada um é punido naquilo por onde pecou. Entretanto, não há que tirar daí uma regra absoluta. As tendências instintivas constituem indício mais seguro, visto que as provas por que passa o Espírito o são, tanto pelo que respeita ao passado, quanto pelo que toca ao futuro.”
Primeiro ponto importante a se observar é que Kardec se refere à dedução das faltas anteriores ainda  encarnado . Já foi abordada, de certa maneira, essa questão quando soubemos que nossos pendores instintivos nos dão “pistas” de nossas faltas passadas, permitindo que estejamos atentos e não caiamos em ações de mesma inclinação. Os Espíritos disseram que “cada um é punido naquilo que pecou”. Cabe lembrar que  nós mesmos  também escolhemos nossas provas, devido a um arrependimento anterior diante de atitudes erradas e à vontade de querer mudar e progredir com a  reencarnação . Nossa “punição” é a oportunidade de melhorar e está associada às faltas passadas.
Comentários de Kardec Chegando ao termo que a Providência lhe assinou à vida na erraticidade, o próprio Espírito escolhe as provas a que deseja submeter-se para apressar o seu adiantamento, isto é, escolhe meios de adiantar-se e tais provas estão sempre em relação com as faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem que recomeçar. O Espírito goza sempre do  livre-arbítrio . Em virtude dessa liberdade é que escolhe, quando desencarnado, as provas da vida corporal e que, quando encarnado, decide fazer ou não uma coisa procede à escolha entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio fora reduzi-lo à condição de máquina.
Mergulhando na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciências, lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lhe fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã  curiosidade . As existências futuras, essas em nenhum caso podem ser reveladas, pela razão de que dependem do modo por que o Espírito se sairá da existência atual e da escolha que ulteriormente faça.
O esquecimento das faltas praticadas não constitui obstáculo à melhoria do Espírito, porquanto, se é certo que este não se lembra delas com precisão, não menos certo é que a circunstância de as ter conhecido na erraticidade e de haver desejado repará-las o guia por intuição e lhe dá a idéia de resistir ao mal, idéia que é a voz da consciência, tendo a secundá-la os Espíritos superiores que o assistem, se atende às boas inspirações que lhe dão. O homem não conhece os atos que praticou em suas existências pretéritas, mas pode sempre saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e qual o cunho predominante do seu caráter. Bastará então julgar do que foi, não pelo que é, sim, pelas suas tendências.
As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar. A natureza dessas vicissitudes e das provas que sofremos também nos podem esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos dos atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei. Assim, o orgulhoso será castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência subalterna; o mau-rico, o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.
O Evangelho Segundo o Espiritismo “ Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.”
“ Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.” “ Aliás, o esquecimento ocorre apenas durante a vida corpórea. Volvendo à vida espiritual, readquire o Espírito a lembrança do passado (...)”
Importante “ E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança dó passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça. A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação. Mas, na falta de uma recordação exata, que lhe poderia ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais, forças novas haure ele nesses instantes de emancipação da alma, se os sabe aproveitar.”
A parábola de Jesus “ Por estas palavras:  Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados,  Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura. Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranqüilidade no porvir.”
Como se dá o esquecimento do passado? ,[object Object],[object Object]
Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É  semimaterial  esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do  fluido cósmico universal  que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial. Esse envoltório, denominado  perispírito , faz de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo  pensamento . Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os mais poderosos motores.
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu  perispírito , o liga ao gérmen que o atraí por uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
“  (...) Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de  sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.
Mas, ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si mesmo,  perde a lembrança do seu passado , sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor do que antes. Ele renasce qual se fizera pelo seu trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir.
Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante, do passado, poderia turbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que aprendeu, por lhe ser isso útil. Se às vezes lhe é dado ter uma intuição dos acontecimentos passados, essa intuição é como a lembrança de um sonho fugitivo. Ei-lo, pois, novo homem por mais antigo que seja como Espírito. Adota novos processos, auxiliado pelas suas aquisições precedentes. Quando retorna à vida espiritual, seu passado se lhe desdobra diante dos olhos e ele julga de como empregou o tempo, se bem ou mal.
Não há, portanto, solução de continuidade na vida espiritual, sem embargo do esquecimento do passado. Cada Espírito é sempre o mesmo eu, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas, uma fase da sua existência. O próprio esquecimento se dá tão-só no curso da vida exterior de relação. Durante o sono, desprendido, em parte, dos liames carnais, restituído à liberdade e à vida espiritual, o Espírito se lembra, pois que, então, já não tem a visão tão obscurecida pela matéria.
História de um Criado (Céu e Inferno) Servindo a uma família de alta posição, era um moço cuja figura inteligente e fina surpreendia por sua distinção. Em suas maneiras nada havia de rústico ou plebeu, e, ao mesmo tempo que diligenciava bem servir seus patrões, estava longe de ostentar quaisquer servilismos, aliás muito próprios das pessoas de sua condição. Voltando, de uma feita, a casa dessa família, onde o conhecêramos, e porque não o víssemos, perguntamos se o haviam despedido. Disseram-nos que tinha ido passar alguns dias na sua terra natal, e que lá falecera. Disseram-nos, mais, que muito lamentavam a perda de tão excelente moço, possuidor de sentimentos assaz elevados para a sua posição. E acrescentaram que ele lhes era muito dedicado, dando provas de grande afeição. Mais tarde, veio-nos a idéia de evocar esse rapaz, e eis o que nos disse ele:
"Na penúltima encarnação, havia eu nascido de muito boa família, como se diz na Terra, mas cujos bens estavam arruinados pelas prodigalidades de meu pai. Órfão muito criança, um amigo deste recolheu-me e mandou educar-me excelentemente como um filho, educação essa que me suscitou tal ou qual vaidade. Meu protetor, de então, é hoje o Sr. G..., ao serviço do qual me conhecestes. É que eu quis expiar o orgulho, na última existência, sob a condição de servo, provando ao mesmo tempo a dedicação devida ao meu benfeitor. Cheguei mesmo a salvar-lhe a vida sem que ele o soubesse. Isso constituiu também uma provação da qual saí vitorioso e bastante confortado para me não deixar corromper num meio vicioso. Conservando-me impoluto, a despeito dos maus exemplos, agradeço a Deus a recompensa, na felicidade que hoje gozo.
- P. Em que circunstâncias salvastes a vida de G...? - R. Evitando que fosse esmagado por um grande tronco, em passeio a cavalo. Eu que o seguia, só, percebi a iminência do perigo, e com um grito lancinante fi-lo voltar rápido, enquanto o tronco se abatia. Nota - G..., a quem referimos o fato, dele se lembrou perfeitamente. - P. Por que desencarnastes tão jovem?  - R. Porque Deus julgou suficiente a prova. - P. Como pudestes aproveitar essa provação quando não tínheis noção da sua causa anterior? - R. Na humildade da minha condição ainda me restava um instinto daquele orgulho; fui feliz por tê-lo domado, tornando proveitosa a provação que, a não ser assim, eu teria de recomeçar. Nos seus momentos de liberdade, o meu Espírito lembrava-se do que fora e ao despertar invadia-lhe um desejo intuitivo de resistir às más tendências. Tive mais mérito lutando assim, do que se tivesse a lembrança do passado. Com essa lembrança o orgulho de outros tempos se teria exaltado, perturbando-me, ao passo que deste modo apenas tive que combater as influências nocivas da minha nova condição.
- P. De que serviu terdes recebido uma brilhante educação, uma vez que na última encarnação não vos era possível lembrar os conhecimentos adquiridos? - R. Tais conhecimentos, dada a minha ulterior condição, seriam supérfluos; por isso ficaram num estado latente para que hoje eu os reencontrasse. Mas tais conhecimentos não me foram de todo inúteis, visto como, desenvolvendo-me a inteligência, me incutiram predileção instintiva pelas coisas elevadas e repugnância pelos baixos e ignóbeis exemplos que tinha à vista. Sem aquela ducação, eu não passaria de um criado. - P. A abnegação dos criados para com os patrões terá por ascendente o fato de relações anteriores?  - R. Sem dúvida, e ao menos é esse o caso comum. As vezes tais criados são membros da mesma família, ou, como no meu caso, escravos do reconhecimento e que procuram saldar uma dívida, ao mesmo tempo concorrendo para que progridam por sua dedicação. Vós não compreendeis todos os efeitos da simpatia que a anterioridade de relações produz aí no mundo. A morte em absoluto não interrompe essas relações, que podem perpetuar-se por séculos e séculos.
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Conclusão O mais importante deste estudo é a ciência de que o esquecimento do passado é essencial para a continuação do nosso progresso; o saber do passado pode auxiliar também na nossa evolução, mas se revela de acordo com o nosso mérito e providência divina; Deus sabe o que faz! Jamais se deve conhecer o passado por curiosidade, sendo esta inimiga mesquinha e uma fonte poderosa de nossos desequilíbrios. Preocupemo-nos com os nossos atos  hoje!  Estes sim são a chave de que necessitamos para abrir as portas certas, que aparecem em nosso caminho como oportunidades para chegarmos mais próximo de Deus.
FIM

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Esquecimento do Passado

  • 1. MOCIDADE ESPÍRITA EURÍPEDES BARSANULFO Esquecimento do Passado
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5. RESPOSTA “ Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si. ”
  • 6. Muito sobre os mistérios do universo não nos é permitido saber, seja por falta de merecimento, seja mesmo pela nossa condição moral e intelectual. No campo mesmo da ciência material, que parte do princípio de que tudo pode ser contestado, existem “buracos” em diversas teorias (especialmente nas áreas da Física e da Química), fato que compromete o entendimento mais amplo das variáveis abrangidas por essas teorias. À medida que o ser humano progride intelectualmente (e moralmente), consegue alcançar meios que completam esses espaços, sempre com o fruto do seu mérito. Em se falando de esquecimento do passado, o espírito consegue seguir seu caminho de forma mais “independente” sem tal conhecimento, permitindo-se aproveitar melhor as oportunidades de renovação.
  • 7. Os Espíritos nos alertam que existem “certas coisas” que é melhor que sejam mesmo esquecidas. Imaginemos reconhecermos, em um amigo nosso, alguém que foi motivo de desgraça em vidas anteriores à esta? Os espíritos nos chamam a atenção para uma “transição”. Para que o mundo aja em perfeita harmonia a natureza não funciona com transições bruscas. Deve-se existir um processo em que compreende a transposição de fases, partindo de um ponto instável e percorrendo um caminho até o alcance de um ponto de equilíbrio, onde as variáveis não tenham incentivo para mudar de estado. Lembrar do passado pode ser muito perigoso, ainda mais se for de forma brusca, podendo nos mover a um ponto de intenso desequilíbrio, e o retorno à estabilidade ser muito mais demorado.
  • 8.
  • 9. RESPOSTA “ Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento , no desejo criminoso que freqüentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”
  • 10. Comentário de Kardec: Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição , sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência , que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores.
  • 11. PERGUNTA 394. Nos mundos mais elevados do que a Terra, onde os que os habitam não se vêem premidos pelas necessidades físicas, pelas enfermidades que nos afligem, os homens compreendem que são mais felizes do que nós? Relativa é, em geral, a felicidade. Sentimo-la, mediante comparação com um estado menos ditoso. Visto que, em suma alguns desses mundos, se bem melhores do que o nosso, ainda não atingiram o estado de perfeição, seus habitantes devem ter motivos de desgostos, embora de gênero diverso dos nossos. Entre nós, o rico, conquanto não sofra as angústias das necessidades materiais, como o pobre, nem por isso se acha isento de tribulações, que lhe tornam amarga a vida. Pergunto então: Na situação em que se encontram, os habitantes desses mundos não se consideram tão infelizes quanto nós, na em que nos vemos, e não se lastimam da sorte, olvidados de existências inferiores que lhes sirvam de termos de comparação?
  • 12. RESPOSTA “ Cabem aqui duas respostas distintas. Há mundos, entre os de que falas, cujos habitantes guardam lembrança clara e exata de suas existências passadas. Esses, compreendes, pedem e sabem apreciar a felicidade de que Deus lhes permite fruir. Outros há, porém, cujos habitantes, achando-se, como dizes, em melhores condições do que vós na Terra, não deixam de experimentar grandes desgostos, até desgraças. Esses não apreciam a felicidade de que gozam, pela razão mesma de se não recordarem de um estado mais infeliz. Entretanto, se não a apreciam como homens, apreciam-na como Espíritos.”
  • 13. Comentário de Kardec: “ No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabedoria divina? Nos mundos superiores, quando o recordá-las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos mundos inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria as infelicidades presentes? Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é perfeito e que não nos toca criticar-Lhe as obras, nem Lhe ensinar como deveria ter regulado o Universo”.
  • 14. À medida que o espírito se eleva moralmente e se torna mais desprendido da matéria, pode perceber, graças ao seu mérito , os feitos de sua(s) vida(s) passada(s). Em mundos superiores ao nosso, a compreensão das leis divinas é exercida na prática, permitindo ao espírito reconhecer seus erros e acertos em existências anteriores e não se abalar, pois possui equilíbrio suficiente para saber e aceitar a verdade. Nos mundos inferiores, tomados pelos sentimentos frívolos e inconstantes, a informação de feitos em vidas passadas compromete o equilíbrio , conduzindo o espírito a um estado de perturbação emocional que estagna a sua situação, impossibilitando encontrar meios de progredir.
  • 15. “ (...) Gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o orgulho, peando-nos em conseqüência, o livre-arbítrio. Para nos melhorarmos, dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta: a voz da consciência e os pendores instintivos . Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais”.
  • 16. Comentário de Kardec: “ Nem sempre podendo honrar-nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado. Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos acerca dos mundos superiores à Terra. Nesses mundos, onde só reina o bem, a reminiscência do passado nada tem de dolorosa. Tal a razão por que neles as criaturas se lembram da sua antecedente existência, como nos lembramos do que fizemos na véspera. Quanto à estada em mundos inferiores, não passa então, como já dissemos, de mau sonho”.
  • 17.
  • 18. RESPOSTA “ Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”
  • 19. Essa resposta dos espíritos dá abertura para o entendimento de que também podemos saber de existências anteriores . O que importa, nesta passagem, é que o saber delas não pode ser movido pela curiosidade , pois essa é algo sem causa justa. O conhecimento de existências passadas pode ser usado para o progresso, de acordo com o mérito do espírito, e não para fins frívolos. A busca desse saber pode auxiliar na administração de traumas e dos nossos pendores instintivos, mencionados pelos espíritos. Essa revelação pode ser dada pelos espíritos ou por outras abordagens, inclusive da ciência materialista (abordaremos mais adiante).
  • 20.
  • 21. RESPOSTA “ Algumas vezes, é uma impressão real; mas também, freqüentemente, não passa de mera ilusão, contra a qual precisa o homem por-se em guarda, porquanto pode ser efeito de superexcitada imaginação.”
  • 22. Os Espíritos de sabedoria nos orientam, e devemos estar atentos aos seus ensinamentos. Não devemos achar que qualquer impressão nossa seja decisiva para tirarmos conclusões a seu respeito. Nossa capacidade de criar com o pensamento é ilimitada e pode nos induzir a erros brutais. Então, devemos prestar muita atenção em relação aos nossos “achismos”.
  • 23.
  • 24. RESPOSTA “ Até certo ponto, assim é. Preciso se torna, porém, levar em conta a melhora que se possa ter operado no Espírito e as resoluções que ele haja tomado na erraticidade . Pode suceder que a existência atual seja muito melhor que a precedente.”
  • 25. Os nossos pendores instintivos nos são úteis para intuirmos o gênero de nossas faltas do passado e ajudar-nos a melhorar essas tendências. Os Espíritos nos lembram dos nossos esforços conquistados durante o período de erraticidade, onde podemos conhecer de nossas faltas, de acordo com o nosso mérito e em momento oportuno , a fim de continuarmos no progresso.
  • 26.
  • 27. RESPOSTA “ Depende do seu adiantamento. Se não souber triunfar das provas, possivelmente será arrastado a novas faltas, conseqüentes, então, da posição que escolheu. Mas, em geral, estas faltas denotam mais um estacionamento que uma retrogradação , porquanto o Espírito é suscetível de se adiantar ou de parar, nunca, porém, de retroceder.”
  • 28. Ou seja: sim, podemos cometer faltas diferentes e piores em existência presente em relação a uma passada. Mas fica registrado que isso se deve à elevação moral do espírito, ou ainda, de como ele fez a introspecção do aprendizado. Cometer uma falta grave indica um estacionamento evolutivo; se fosse uma retrogradação, estaria procedendo contra as leis da natureza.
  • 29.
  • 30. RESPOSTA “ Muito amiúde é isso possível, pois que cada um é punido naquilo por onde pecou. Entretanto, não há que tirar daí uma regra absoluta. As tendências instintivas constituem indício mais seguro, visto que as provas por que passa o Espírito o são, tanto pelo que respeita ao passado, quanto pelo que toca ao futuro.”
  • 31. Primeiro ponto importante a se observar é que Kardec se refere à dedução das faltas anteriores ainda encarnado . Já foi abordada, de certa maneira, essa questão quando soubemos que nossos pendores instintivos nos dão “pistas” de nossas faltas passadas, permitindo que estejamos atentos e não caiamos em ações de mesma inclinação. Os Espíritos disseram que “cada um é punido naquilo que pecou”. Cabe lembrar que nós mesmos também escolhemos nossas provas, devido a um arrependimento anterior diante de atitudes erradas e à vontade de querer mudar e progredir com a reencarnação . Nossa “punição” é a oportunidade de melhorar e está associada às faltas passadas.
  • 32. Comentários de Kardec Chegando ao termo que a Providência lhe assinou à vida na erraticidade, o próprio Espírito escolhe as provas a que deseja submeter-se para apressar o seu adiantamento, isto é, escolhe meios de adiantar-se e tais provas estão sempre em relação com as faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem que recomeçar. O Espírito goza sempre do livre-arbítrio . Em virtude dessa liberdade é que escolhe, quando desencarnado, as provas da vida corporal e que, quando encarnado, decide fazer ou não uma coisa procede à escolha entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio fora reduzi-lo à condição de máquina.
  • 33. Mergulhando na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciências, lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lhe fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade . As existências futuras, essas em nenhum caso podem ser reveladas, pela razão de que dependem do modo por que o Espírito se sairá da existência atual e da escolha que ulteriormente faça.
  • 34. O esquecimento das faltas praticadas não constitui obstáculo à melhoria do Espírito, porquanto, se é certo que este não se lembra delas com precisão, não menos certo é que a circunstância de as ter conhecido na erraticidade e de haver desejado repará-las o guia por intuição e lhe dá a idéia de resistir ao mal, idéia que é a voz da consciência, tendo a secundá-la os Espíritos superiores que o assistem, se atende às boas inspirações que lhe dão. O homem não conhece os atos que praticou em suas existências pretéritas, mas pode sempre saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e qual o cunho predominante do seu caráter. Bastará então julgar do que foi, não pelo que é, sim, pelas suas tendências.
  • 35. As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar. A natureza dessas vicissitudes e das provas que sofremos também nos podem esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos dos atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei. Assim, o orgulhoso será castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência subalterna; o mau-rico, o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.
  • 36. O Evangelho Segundo o Espiritismo “ Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.”
  • 37. “ Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.” “ Aliás, o esquecimento ocorre apenas durante a vida corpórea. Volvendo à vida espiritual, readquire o Espírito a lembrança do passado (...)”
  • 38. Importante “ E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança dó passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça. A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação. Mas, na falta de uma recordação exata, que lhe poderia ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais, forças novas haure ele nesses instantes de emancipação da alma, se os sabe aproveitar.”
  • 39. A parábola de Jesus “ Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura. Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranqüilidade no porvir.”
  • 40.
  • 41. Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito , faz de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento . Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os mais poderosos motores.
  • 42. Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito , o liga ao gérmen que o atraí por uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
  • 43. “ (...) Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.
  • 44. Mas, ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, perde a lembrança do seu passado , sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor do que antes. Ele renasce qual se fizera pelo seu trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir.
  • 45. Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante, do passado, poderia turbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que aprendeu, por lhe ser isso útil. Se às vezes lhe é dado ter uma intuição dos acontecimentos passados, essa intuição é como a lembrança de um sonho fugitivo. Ei-lo, pois, novo homem por mais antigo que seja como Espírito. Adota novos processos, auxiliado pelas suas aquisições precedentes. Quando retorna à vida espiritual, seu passado se lhe desdobra diante dos olhos e ele julga de como empregou o tempo, se bem ou mal.
  • 46. Não há, portanto, solução de continuidade na vida espiritual, sem embargo do esquecimento do passado. Cada Espírito é sempre o mesmo eu, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas, uma fase da sua existência. O próprio esquecimento se dá tão-só no curso da vida exterior de relação. Durante o sono, desprendido, em parte, dos liames carnais, restituído à liberdade e à vida espiritual, o Espírito se lembra, pois que, então, já não tem a visão tão obscurecida pela matéria.
  • 47. História de um Criado (Céu e Inferno) Servindo a uma família de alta posição, era um moço cuja figura inteligente e fina surpreendia por sua distinção. Em suas maneiras nada havia de rústico ou plebeu, e, ao mesmo tempo que diligenciava bem servir seus patrões, estava longe de ostentar quaisquer servilismos, aliás muito próprios das pessoas de sua condição. Voltando, de uma feita, a casa dessa família, onde o conhecêramos, e porque não o víssemos, perguntamos se o haviam despedido. Disseram-nos que tinha ido passar alguns dias na sua terra natal, e que lá falecera. Disseram-nos, mais, que muito lamentavam a perda de tão excelente moço, possuidor de sentimentos assaz elevados para a sua posição. E acrescentaram que ele lhes era muito dedicado, dando provas de grande afeição. Mais tarde, veio-nos a idéia de evocar esse rapaz, e eis o que nos disse ele:
  • 48. "Na penúltima encarnação, havia eu nascido de muito boa família, como se diz na Terra, mas cujos bens estavam arruinados pelas prodigalidades de meu pai. Órfão muito criança, um amigo deste recolheu-me e mandou educar-me excelentemente como um filho, educação essa que me suscitou tal ou qual vaidade. Meu protetor, de então, é hoje o Sr. G..., ao serviço do qual me conhecestes. É que eu quis expiar o orgulho, na última existência, sob a condição de servo, provando ao mesmo tempo a dedicação devida ao meu benfeitor. Cheguei mesmo a salvar-lhe a vida sem que ele o soubesse. Isso constituiu também uma provação da qual saí vitorioso e bastante confortado para me não deixar corromper num meio vicioso. Conservando-me impoluto, a despeito dos maus exemplos, agradeço a Deus a recompensa, na felicidade que hoje gozo.
  • 49. - P. Em que circunstâncias salvastes a vida de G...? - R. Evitando que fosse esmagado por um grande tronco, em passeio a cavalo. Eu que o seguia, só, percebi a iminência do perigo, e com um grito lancinante fi-lo voltar rápido, enquanto o tronco se abatia. Nota - G..., a quem referimos o fato, dele se lembrou perfeitamente. - P. Por que desencarnastes tão jovem? - R. Porque Deus julgou suficiente a prova. - P. Como pudestes aproveitar essa provação quando não tínheis noção da sua causa anterior? - R. Na humildade da minha condição ainda me restava um instinto daquele orgulho; fui feliz por tê-lo domado, tornando proveitosa a provação que, a não ser assim, eu teria de recomeçar. Nos seus momentos de liberdade, o meu Espírito lembrava-se do que fora e ao despertar invadia-lhe um desejo intuitivo de resistir às más tendências. Tive mais mérito lutando assim, do que se tivesse a lembrança do passado. Com essa lembrança o orgulho de outros tempos se teria exaltado, perturbando-me, ao passo que deste modo apenas tive que combater as influências nocivas da minha nova condição.
  • 50. - P. De que serviu terdes recebido uma brilhante educação, uma vez que na última encarnação não vos era possível lembrar os conhecimentos adquiridos? - R. Tais conhecimentos, dada a minha ulterior condição, seriam supérfluos; por isso ficaram num estado latente para que hoje eu os reencontrasse. Mas tais conhecimentos não me foram de todo inúteis, visto como, desenvolvendo-me a inteligência, me incutiram predileção instintiva pelas coisas elevadas e repugnância pelos baixos e ignóbeis exemplos que tinha à vista. Sem aquela ducação, eu não passaria de um criado. - P. A abnegação dos criados para com os patrões terá por ascendente o fato de relações anteriores? - R. Sem dúvida, e ao menos é esse o caso comum. As vezes tais criados são membros da mesma família, ou, como no meu caso, escravos do reconhecimento e que procuram saldar uma dívida, ao mesmo tempo concorrendo para que progridam por sua dedicação. Vós não compreendeis todos os efeitos da simpatia que a anterioridade de relações produz aí no mundo. A morte em absoluto não interrompe essas relações, que podem perpetuar-se por séculos e séculos.
  • 51.
  • 52. Conclusão O mais importante deste estudo é a ciência de que o esquecimento do passado é essencial para a continuação do nosso progresso; o saber do passado pode auxiliar também na nossa evolução, mas se revela de acordo com o nosso mérito e providência divina; Deus sabe o que faz! Jamais se deve conhecer o passado por curiosidade, sendo esta inimiga mesquinha e uma fonte poderosa de nossos desequilíbrios. Preocupemo-nos com os nossos atos hoje! Estes sim são a chave de que necessitamos para abrir as portas certas, que aparecem em nosso caminho como oportunidades para chegarmos mais próximo de Deus.
  • 53. FIM