SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
Baixar para ler offline
Capítulo V




Pontos Craniométricos
Na cefalometria é necessário estabelecer pontos que sirvam como referên-
cias básicas; estes são chamados pontos craniométricos ou cefalométricos,
que, em sua maioria, foram herdados da antropologia. São pontos preci-
samente determinados por diferentes autores, sendo localizados em aci-
dentes anatômicos, facilmente identificáveis ou em posições geométricas.

Restringe-se este livro aos pontos craniométricos utilizados nas análises de
Wylie, Steiner e Interlandi.

Os pontos localizados no plano médio sagital (PM) são ímpares e constitu-
em a maioria, são mais precisos a confiáveis.

Os pontos localizados lateralmente são pares (PL), um de cada lado da
face. Nas telerradiografias, freqüentemente apresentam-se duplos, em
imagens não coincidentes. Isso ocorre pela divergência dos raios a pela
assimetria facial. Quando os pontos apresentam-se duplos, existem dois
critérios para a singularizarão: tomar o ponto médio entre os dois ou acei-
tar aquele que corresponde ao lado mais próximo da película, na maioria
dos equipamentos o lado esquerdo da face.
Segundo o critério que se aceite, traça-se unicamente o lado esquerdo da
face.1 Ou traçam-se os dois lados, tomando os pontos médios.2




1
  Por tradição, herdada da craniometria, mede-se o lado esquerdo da face. Por este motivo,
convencionou-se, universalmente, posicionar o paciente com o lado esquerdo junto a película
que estando mais próximo desta apresenta menor distorção.
2
  O padrão USP toma o ponto médio entre as duas imagens, o que é interessante, tendo em
vista que alguns aparelhos não adotarem a norma de posicionar o lado esquerdo do paciente
voltado para a película, como foi ressaltado em Técnicas Cefalométricas Radiográficas.
Pontos médios sagitais

S - Ponto S                      B - Ponto B
N - Nasion                       Pg - Pogonion
P' - P linha                     E - Ponto E
Sbnp - Espinha nasal posterior   Gn - Gnation
Spna - Espinha nasal anterior    Me - Mentoniano
A - Ponto A
Pontos laterais

    Po - Porion                      FG - Fossa glenóide
    Fpm - Fissura Pterigomaxilar     6 - 1° molar superior
    Or – Orbitale                    Go - Gonion


       Pontos sagitais                   Pontos laterais

S - Ponto S                        Po - Porion
A - Ponto A                        Fpm - Fissura Pterigomaxilar
Pg - Pogonion                      Or - Orbitale
E - Ponto E                        Go - Gonion
N - Nasion                         FG - Fossa glenóide
B - Ponto B                        6 - 1° molar superior
Gn - Gnation
P' - P linha
Me - Mentoniano
Sbnp - Espinha nasal posterior
Spna - Espinha nasal anterior
As siglas tradicionais, herdadas da antropologia, são Spna e Spnp. No en-
tanto, encontram-se na literatura ortodôntica Epna e Epnp. Como também,
simplesmente, Enp e Ena. Qualquer uma das siglas é válida, ainda que nós
prefiramos adotar a primeira.

Da mesma maneira para os pontos craniométricos, a sua nomenclatura
tradicional é gnathion, enquanto que a literatura ortodôntica, geralmente,
escreve, gnation. Steiner designa o centro da sela túrcica com um "S",
enquanto que Wylie usa "ST".


                Spna = Epna = Ena                    Gnathion = Gnation
                Spnp = Epnp = Enp                          S = ST




Ponto S (S) (PM). Centro da imagem da sela túrcida do osso esfenóide.3
Marca-se o entrecruzamento de seus dois longos eixos.




3
  Mais informações sobre Ponto S, Sela Túrcica e Esfenóide, com imagens colhidas do livro
"Anatomia Radiológica em Norma Lateral", de Graciela Porta (2009):
www.acbo.org.br/revista/biblioteca/lateral_porta
Nasion (N) (PM). Ponto na parte mais
anterior da sutura frontonasal, facilmente
identificável nas pessoas jovens. Quando
não se identifica a sutura, marca-se, na
região, a parte mais reentrante. Também
se observa a diferença de radiopacidade. O
osso frontal apresenta imagem mais radio-
paca que os ossos nasais.




            Orbitale (Or) (PL). Ponto mais inferior da órbita.
Fissura ptérigomaxilar (Fpm) (PL). A imagem da fissura ptérigomaxi-
lar tem a figura de uma gota de água invertida e alongada. Limita-se com
a parte posterior da tuberosidade da maxila e o lado anterior da apófise
pterigóide do osso esfenóide. O ponto craniométrico (Fpm) marca-se no
centro desta figura.




Fossa glenóide (FG) (PL). Ponto mais posterior do côndilo mandibular.
Porion (Po) (PL). Ponto mais superior na borda externa do meato acústi-
co externo. Não é facilmente identificável nas telerradiografias, motivo pelo
qual alguns autores preferem marcar o ponto na parte mais superior da
imagem da oliva do cefalostato. No entanto, parece haver signifìcativas
variações entre este ponto e o verdadeiro pórion, conforme demonstram
Steiner e Ricketts. Em crânios secos observa-se que geralmente a parte
mais alta da cabeça do côndilo da mandíbula está no mesmo plano que o
pórion. Isto pode servir de ajuda para localizar o verdadeiro pórion. Vion,
Langlade e McNamara recomendam figura oval (maior diâmetro com 8 ou
10 mm), para localizar o CAE.




Espinha nasal anterior (Spna) (PM). Ponto mais anterior da maxila.
Sua localização pode ser dificultada pela existência de continuidade com a
cartilagem da base do nariz, que por estar parcialmente calcificada, em sua
inserção, apresenta imagem difusa. Para localizar este ponto, prolonga-se,
para cima e para frente, a curva anterior à maxila até a sua intersecção
com o prolongamento do assoalho das fossas nasais.
Espinha nasal posterior (Spnp) (PM). Ponto mais posterior da maxila.
Não se distingue bem na radiografia devido à sobreposição com outros
elementos anatômicos. Na prática, para localizá-lo, marca-se o centro da
fissura ptérigomaxilar e traça-se daí uma vertical até a intersecção com o
plano biespinhal.




Ponto A (A) (PM). Ponto mais profundo na concavidade que vai da espi-
nha nasal anterior (Spna) até o rebordo alveolar. É necessário ter em conta
a sombra da prega da espinha nasal anterior Ela mascara a verdadeira
localização do ponto A.
A espinha nasal anterior forma uma prega que desce abaixo do ponto A,
apresentando, na radiografia, uma imagem levemente radiopaca, a qual
não deve ser considerada na determinação do ponto.




                                    Esta radiografia mostra, com clare-
                                    za, a situação descrita acima. A
                                    imagem bem evidente da concavi-
                                    dade que vai da espinha nasal an-
                                    terior (Spna) até o rebordo alveo-
                                    lar, posicionada atrás, não é repre-
                                    sentativa da parte anterior da maxi-
                                    la. É errado marcar aí o ponto A. A
                                    parte anterior da maxila está me-
                                    nos nítida na frente. O ponto deve
                                    ser marcado onde indica a flecha.
Ao contrário do que ocorre com a prega da espinha nasal anterior, descrita
na figura anterior, a menor densidade óssea da parte, anterior da maxila,
torna, mais clara esta zona e pode parecer que o ponto A está mais atrás
(A). A determinação certa é em A'. Também, quando o tecido da massa
muscular das bochechas é muito grande, ela aparece nas telerradiografias
e pode perturbar a determinação do ponto A.

Mais informações sobre o Ponto A colhidas do livro "Anatomia Radiológica
em Norma Lateral", de Graciela Porta (2009):
www.acbo.org.br/revista/biblioteca/pontoa




                     A borda incisal e o ápice dos incisivos centrais não
                     constituem, propriamente, pontos craniométricos.
                     No entanto, é importante reconhecê-los, pois são
                     eles quem determinam o longo eixo dos incisivos.
1° molar superior (6). Ponto situado no sulco vestibular do 1º molar
superior.




Ponto B (B) (PM). Na imagem da sínfise mandibular, é o ponto mais
profundo na concavidade que vai do rebordo alveolar até o mento.
Pogonion (Pg) (PM). Ponto mais anterior na imagem da sínfise mandibu-
lar.




Gonion (Go) (PL). No ângulo da mandíbula, marca-se o ponto de encon-
tro com a bissetriz do ângulo formado pelas tangentes a borda posterior do
ramo e a borda inferior do corpo da mandíbula.
Gnation (Gn) (PM). No contorno externo da imagem da sínfise mandibu-
lar marca-se o ponto de encontro com a bissetriz do ângulo formado pela
tangente à borda inferior do corpo da mandíbula e uma perpendicular a
este, tangente à parte mais anterior do mento.




Mentoniano (Me) (PM). Ponto mais inferior na imagem radiográfica da
sínfise mandibular. Geralmente a linha da borda inferior do corpo da man-
díbula toca neste ponto.
Gonion, gnation e mentoniano, conjunto.




Ponto P' (P') (PM). Marca-se P' no lugar em que a linha nasion-ponto A
(N-A) cruza a imagem da porção anterior do assoalho das fossas nasais. A
porção anterior do assoalho das fossas nasais apresenta, na telerradiogra-
fia, uma imagem nítida, como uma linha horizontal radiopaca, que se traça
desde o buraco incisivo, na crista nasal, até a espinha nasal anterior. O
ponto P' é usado para traçar a linha I de Interlandi.
Ponto E (E) (PM). Marca-se o ponto E na coincidência da iminência men-
toniana com uma perpendicular à linha gonion-mentoniano (Go-Me). O
ponto E não é necessariamente coincidente com o pogonion. O ponto E é
usado para traçar a linha I de Interlandi.




Ponto S (Se) (PM). Ponto S com marca Schwarz. Ponte médio na entrada
da sela túrcica Orbitale (Or) (PL). Ponto orbitale como marca Schwarz.
Ponto médio entre o nasion e o ponto A.
Orbitale (Or) (PL). Ponto orbitale como marca Schwarz. Ponto médio
entre o nasion e o ponto A.
Referências Bibliográficas

BESZKIN, E. et alii. Cefalometria clínica. Buenos Aires, Ed. Mundi, 1966.
216 p.

CASTELLINO, A. et alii. La cefalometria en el diagnóstico ortodôntico. Rosa-
rio, Ed. La Medica, 1956.

INTERLANDI, S. Linha I na análise morodiferencial para o diagnóstico orto-
dôntico. Rev. Fac. Odonto São Paulo, 9 (2):289-310, jul./dez. 1971.

KROGMAN, W. M. & SASSOUNI, V. Syllabus in roentgenographic cepha-
lometry. (Book rev.) Am. J. Orthod, 43:456-6, Jun. 1957.

MARTIN, R. Lehrbuch der Anthropologfe in Systemalischer Darstellung.
Stuttgart, G. Fischer, 1957.

MOREL, P. L'anthropologie physique. Paris, Presses Universitaires de Fran-
ce, 1962.

PACINI, A. J. Roentgen ray anthropology of the skull. J. Radiol., 3:230-B,
322-31, 418 - 26, 1922.

PEREIRA, C. B. & ALVIM, M. C. M. Manual para estudos craniométricos e
cranioscópicos. Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 1979.
174 p.

RAKOSI, T. Atlas and Anleitung zur praktischen Fernrõntgenalyse. Editado
por Carl Hansel Munique, 227 p. 1979.

RICKETTS, R. M. et alli. Orthodontic diagnosis and planning. Editado por
Rocky Mountain. Data Systems, 269 p. 1982.

SALZMANN, J. A. The research workshop on cephalometrics. Am. J. Or-
thod., 46 (11):834-47, Nov. 1960.

SCHWARZ, A. M. Rontgenostatics, a practical evaluation of the telex-ray-
photo (Studyhead-plate). Brookfin, Leo L. Bruder, 1960, 2v.

YEN, P. K. J. Identification of landmarks in cephalometric radiographs. An-
gle Orthod., 30 (1):35-41, Jan.1960.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Classificação das más oclusões
Classificação das más oclusõesClassificação das más oclusões
Classificação das más oclusõesedmarchristovam
 
Prótese parcial removível
Prótese parcial removívelPrótese parcial removível
Prótese parcial removívelPriscila Freitas
 
Conceitos basicos em ortodontia
Conceitos basicos em ortodontiaConceitos basicos em ortodontia
Conceitos basicos em ortodontiaClodoaldo Lopes
 
Apostila de protese parcial fixa
Apostila de protese parcial fixaApostila de protese parcial fixa
Apostila de protese parcial fixaVivianecv
 
Nomenclatura e classificação de cavidades
Nomenclatura e classificação de cavidadesNomenclatura e classificação de cavidades
Nomenclatura e classificação de cavidadesprofcelsoklein
 
As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)
As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)
As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)Henry Kramberger
 
Anestesia local em odontologia
Anestesia local em odontologiaAnestesia local em odontologia
Anestesia local em odontologiaLucas Almeida Sá
 
Descubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para Odontologia
Descubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para OdontologiaDescubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para Odontologia
Descubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para OdontologiaAndré Milioli Martins
 
Posicionamento e oclusão dental
Posicionamento e oclusão dentalPosicionamento e oclusão dental
Posicionamento e oclusão dentalThiara Cerqueira
 
Roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucais
Roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucaisRoteiro identificação e montagem de radiografias intrabucais
Roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucaisDr.João Calais.:
 

Mais procurados (20)

Classificação das más oclusões
Classificação das más oclusõesClassificação das más oclusões
Classificação das más oclusões
 
Maxila
 Maxila Maxila
Maxila
 
Prótese parcial removível
Prótese parcial removívelPrótese parcial removível
Prótese parcial removível
 
Anatomia Dental
Anatomia DentalAnatomia Dental
Anatomia Dental
 
Preparo biomecânico
Preparo biomecânico  Preparo biomecânico
Preparo biomecânico
 
Conceitos basicos em ortodontia
Conceitos basicos em ortodontiaConceitos basicos em ortodontia
Conceitos basicos em ortodontia
 
Apostila de protese parcial fixa
Apostila de protese parcial fixaApostila de protese parcial fixa
Apostila de protese parcial fixa
 
Nomenclatura e classificação de cavidades
Nomenclatura e classificação de cavidadesNomenclatura e classificação de cavidades
Nomenclatura e classificação de cavidades
 
As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)
As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)
As 6 chaves da oclusão (atualiz. giovanni)
 
Dentição decídua
Dentição decíduaDentição decídua
Dentição decídua
 
Anestesia local em odontologia
Anestesia local em odontologiaAnestesia local em odontologia
Anestesia local em odontologia
 
APOSTILA DE PRÓTESE FIXA
APOSTILA DE PRÓTESE FIXAAPOSTILA DE PRÓTESE FIXA
APOSTILA DE PRÓTESE FIXA
 
Tecnica radiografica
Tecnica radiograficaTecnica radiografica
Tecnica radiografica
 
Resumo ppr
Resumo pprResumo ppr
Resumo ppr
 
Cirurgia Odontológica - apostila
Cirurgia Odontológica - apostilaCirurgia Odontológica - apostila
Cirurgia Odontológica - apostila
 
Descubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para Odontologia
Descubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para OdontologiaDescubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para Odontologia
Descubra Como Calcular a Dose Máxima de Anestésico Local Para Odontologia
 
Posicionamento e oclusão dental
Posicionamento e oclusão dentalPosicionamento e oclusão dental
Posicionamento e oclusão dental
 
Roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucais
Roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucaisRoteiro identificação e montagem de radiografias intrabucais
Roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucais
 
Registro intermaxilar
Registro intermaxilarRegistro intermaxilar
Registro intermaxilar
 
Tecnica Bass
Tecnica BassTecnica Bass
Tecnica Bass
 

Destaque

Análise cefalométrica padrão unesp araraquara
Análise cefalométrica padrão unesp araraquaraAnálise cefalométrica padrão unesp araraquara
Análise cefalométrica padrão unesp araraquaraRonaldo Oliveira
 
Modismo na ortodontia - Lya Botler
Modismo na ortodontia - Lya BotlerModismo na ortodontia - Lya Botler
Modismo na ortodontia - Lya Botlerlya Botler
 
Dica clinica diagr_fabio_romano
Dica clinica diagr_fabio_romanoDica clinica diagr_fabio_romano
Dica clinica diagr_fabio_romanoRicardo Bispo
 
Etiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesEtiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesedmarchristovam
 
Classificação das maloclusões
Classificação das maloclusõesClassificação das maloclusões
Classificação das maloclusõesEduardo Mangolin
 
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normalCaracterísticas estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normalMarcelo Henrique Alves Ferreira
 
Presentación power point sobre siria
Presentación power point sobre siriaPresentación power point sobre siria
Presentación power point sobre siriaAndres Medina
 
Guerra en siria
Guerra en siriaGuerra en siria
Guerra en siriaAlejaz97
 
Cefalometria Anatomia Y Puntos
Cefalometria Anatomia Y PuntosCefalometria Anatomia Y Puntos
Cefalometria Anatomia Y PuntosOrtokarlos
 
Cefalometria Björk Jarabak
Cefalometria Björk JarabakCefalometria Björk Jarabak
Cefalometria Björk JarabakOrtokarlos
 
CEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERAL
CEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERALCEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERAL
CEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERALOrtokarlos
 
CEFALOMETRÍA DE STEINER
CEFALOMETRÍA DE STEINERCEFALOMETRÍA DE STEINER
CEFALOMETRÍA DE STEINERFreddy Parejas
 
Passo a passo para baixar slides
Passo a passo para baixar slidesPasso a passo para baixar slides
Passo a passo para baixar slidesDênia Cavalcante
 
Apostila+De+Ortodontia
Apostila+De+OrtodontiaApostila+De+Ortodontia
Apostila+De+Ortodontiaguest7364820
 

Destaque (19)

Cefalometria
CefalometriaCefalometria
Cefalometria
 
Análise cefalométrica padrão unesp araraquara
Análise cefalométrica padrão unesp araraquaraAnálise cefalométrica padrão unesp araraquara
Análise cefalométrica padrão unesp araraquara
 
cefalometria
cefalometriacefalometria
cefalometria
 
Modismo na ortodontia - Lya Botler
Modismo na ortodontia - Lya BotlerModismo na ortodontia - Lya Botler
Modismo na ortodontia - Lya Botler
 
Dica clinica diagr_fabio_romano
Dica clinica diagr_fabio_romanoDica clinica diagr_fabio_romano
Dica clinica diagr_fabio_romano
 
ORTODONCIA: expansion clase I
ORTODONCIA:  expansion clase IORTODONCIA:  expansion clase I
ORTODONCIA: expansion clase I
 
Etiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesEtiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusões
 
Classificação das maloclusões
Classificação das maloclusõesClassificação das maloclusões
Classificação das maloclusões
 
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normalCaracterísticas estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normal
 
Análisis de mc namara
Análisis de mc namaraAnálisis de mc namara
Análisis de mc namara
 
Presentación power point sobre siria
Presentación power point sobre siriaPresentación power point sobre siria
Presentación power point sobre siria
 
Guerra en siria
Guerra en siriaGuerra en siria
Guerra en siria
 
Cefalometria Anatomia Y Puntos
Cefalometria Anatomia Y PuntosCefalometria Anatomia Y Puntos
Cefalometria Anatomia Y Puntos
 
Biotipos faciales
Biotipos facialesBiotipos faciales
Biotipos faciales
 
Cefalometria Björk Jarabak
Cefalometria Björk JarabakCefalometria Björk Jarabak
Cefalometria Björk Jarabak
 
CEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERAL
CEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERALCEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERAL
CEFALOMETRIA DE RICKETTS, LATERAL
 
CEFALOMETRÍA DE STEINER
CEFALOMETRÍA DE STEINERCEFALOMETRÍA DE STEINER
CEFALOMETRÍA DE STEINER
 
Passo a passo para baixar slides
Passo a passo para baixar slidesPasso a passo para baixar slides
Passo a passo para baixar slides
 
Apostila+De+Ortodontia
Apostila+De+OrtodontiaApostila+De+Ortodontia
Apostila+De+Ortodontia
 

Pontos craniométricos essenciais para análises ortodônticas

  • 2. Na cefalometria é necessário estabelecer pontos que sirvam como referên- cias básicas; estes são chamados pontos craniométricos ou cefalométricos, que, em sua maioria, foram herdados da antropologia. São pontos preci- samente determinados por diferentes autores, sendo localizados em aci- dentes anatômicos, facilmente identificáveis ou em posições geométricas. Restringe-se este livro aos pontos craniométricos utilizados nas análises de Wylie, Steiner e Interlandi. Os pontos localizados no plano médio sagital (PM) são ímpares e constitu- em a maioria, são mais precisos a confiáveis. Os pontos localizados lateralmente são pares (PL), um de cada lado da face. Nas telerradiografias, freqüentemente apresentam-se duplos, em imagens não coincidentes. Isso ocorre pela divergência dos raios a pela assimetria facial. Quando os pontos apresentam-se duplos, existem dois critérios para a singularizarão: tomar o ponto médio entre os dois ou acei- tar aquele que corresponde ao lado mais próximo da película, na maioria dos equipamentos o lado esquerdo da face.
  • 3. Segundo o critério que se aceite, traça-se unicamente o lado esquerdo da face.1 Ou traçam-se os dois lados, tomando os pontos médios.2 1 Por tradição, herdada da craniometria, mede-se o lado esquerdo da face. Por este motivo, convencionou-se, universalmente, posicionar o paciente com o lado esquerdo junto a película que estando mais próximo desta apresenta menor distorção. 2 O padrão USP toma o ponto médio entre as duas imagens, o que é interessante, tendo em vista que alguns aparelhos não adotarem a norma de posicionar o lado esquerdo do paciente voltado para a película, como foi ressaltado em Técnicas Cefalométricas Radiográficas.
  • 4. Pontos médios sagitais S - Ponto S B - Ponto B N - Nasion Pg - Pogonion P' - P linha E - Ponto E Sbnp - Espinha nasal posterior Gn - Gnation Spna - Espinha nasal anterior Me - Mentoniano A - Ponto A
  • 5. Pontos laterais Po - Porion FG - Fossa glenóide Fpm - Fissura Pterigomaxilar 6 - 1° molar superior Or – Orbitale Go - Gonion Pontos sagitais Pontos laterais S - Ponto S Po - Porion A - Ponto A Fpm - Fissura Pterigomaxilar Pg - Pogonion Or - Orbitale E - Ponto E Go - Gonion N - Nasion FG - Fossa glenóide B - Ponto B 6 - 1° molar superior Gn - Gnation P' - P linha Me - Mentoniano Sbnp - Espinha nasal posterior Spna - Espinha nasal anterior
  • 6. As siglas tradicionais, herdadas da antropologia, são Spna e Spnp. No en- tanto, encontram-se na literatura ortodôntica Epna e Epnp. Como também, simplesmente, Enp e Ena. Qualquer uma das siglas é válida, ainda que nós prefiramos adotar a primeira. Da mesma maneira para os pontos craniométricos, a sua nomenclatura tradicional é gnathion, enquanto que a literatura ortodôntica, geralmente, escreve, gnation. Steiner designa o centro da sela túrcica com um "S", enquanto que Wylie usa "ST". Spna = Epna = Ena Gnathion = Gnation Spnp = Epnp = Enp S = ST Ponto S (S) (PM). Centro da imagem da sela túrcida do osso esfenóide.3 Marca-se o entrecruzamento de seus dois longos eixos. 3 Mais informações sobre Ponto S, Sela Túrcica e Esfenóide, com imagens colhidas do livro "Anatomia Radiológica em Norma Lateral", de Graciela Porta (2009): www.acbo.org.br/revista/biblioteca/lateral_porta
  • 7. Nasion (N) (PM). Ponto na parte mais anterior da sutura frontonasal, facilmente identificável nas pessoas jovens. Quando não se identifica a sutura, marca-se, na região, a parte mais reentrante. Também se observa a diferença de radiopacidade. O osso frontal apresenta imagem mais radio- paca que os ossos nasais. Orbitale (Or) (PL). Ponto mais inferior da órbita.
  • 8. Fissura ptérigomaxilar (Fpm) (PL). A imagem da fissura ptérigomaxi- lar tem a figura de uma gota de água invertida e alongada. Limita-se com a parte posterior da tuberosidade da maxila e o lado anterior da apófise pterigóide do osso esfenóide. O ponto craniométrico (Fpm) marca-se no centro desta figura. Fossa glenóide (FG) (PL). Ponto mais posterior do côndilo mandibular.
  • 9. Porion (Po) (PL). Ponto mais superior na borda externa do meato acústi- co externo. Não é facilmente identificável nas telerradiografias, motivo pelo qual alguns autores preferem marcar o ponto na parte mais superior da imagem da oliva do cefalostato. No entanto, parece haver signifìcativas variações entre este ponto e o verdadeiro pórion, conforme demonstram Steiner e Ricketts. Em crânios secos observa-se que geralmente a parte mais alta da cabeça do côndilo da mandíbula está no mesmo plano que o pórion. Isto pode servir de ajuda para localizar o verdadeiro pórion. Vion, Langlade e McNamara recomendam figura oval (maior diâmetro com 8 ou 10 mm), para localizar o CAE. Espinha nasal anterior (Spna) (PM). Ponto mais anterior da maxila. Sua localização pode ser dificultada pela existência de continuidade com a cartilagem da base do nariz, que por estar parcialmente calcificada, em sua inserção, apresenta imagem difusa. Para localizar este ponto, prolonga-se, para cima e para frente, a curva anterior à maxila até a sua intersecção com o prolongamento do assoalho das fossas nasais.
  • 10. Espinha nasal posterior (Spnp) (PM). Ponto mais posterior da maxila. Não se distingue bem na radiografia devido à sobreposição com outros elementos anatômicos. Na prática, para localizá-lo, marca-se o centro da fissura ptérigomaxilar e traça-se daí uma vertical até a intersecção com o plano biespinhal. Ponto A (A) (PM). Ponto mais profundo na concavidade que vai da espi- nha nasal anterior (Spna) até o rebordo alveolar. É necessário ter em conta a sombra da prega da espinha nasal anterior Ela mascara a verdadeira localização do ponto A.
  • 11. A espinha nasal anterior forma uma prega que desce abaixo do ponto A, apresentando, na radiografia, uma imagem levemente radiopaca, a qual não deve ser considerada na determinação do ponto. Esta radiografia mostra, com clare- za, a situação descrita acima. A imagem bem evidente da concavi- dade que vai da espinha nasal an- terior (Spna) até o rebordo alveo- lar, posicionada atrás, não é repre- sentativa da parte anterior da maxi- la. É errado marcar aí o ponto A. A parte anterior da maxila está me- nos nítida na frente. O ponto deve ser marcado onde indica a flecha.
  • 12. Ao contrário do que ocorre com a prega da espinha nasal anterior, descrita na figura anterior, a menor densidade óssea da parte, anterior da maxila, torna, mais clara esta zona e pode parecer que o ponto A está mais atrás (A). A determinação certa é em A'. Também, quando o tecido da massa muscular das bochechas é muito grande, ela aparece nas telerradiografias e pode perturbar a determinação do ponto A. Mais informações sobre o Ponto A colhidas do livro "Anatomia Radiológica em Norma Lateral", de Graciela Porta (2009): www.acbo.org.br/revista/biblioteca/pontoa A borda incisal e o ápice dos incisivos centrais não constituem, propriamente, pontos craniométricos. No entanto, é importante reconhecê-los, pois são eles quem determinam o longo eixo dos incisivos.
  • 13. 1° molar superior (6). Ponto situado no sulco vestibular do 1º molar superior. Ponto B (B) (PM). Na imagem da sínfise mandibular, é o ponto mais profundo na concavidade que vai do rebordo alveolar até o mento.
  • 14. Pogonion (Pg) (PM). Ponto mais anterior na imagem da sínfise mandibu- lar. Gonion (Go) (PL). No ângulo da mandíbula, marca-se o ponto de encon- tro com a bissetriz do ângulo formado pelas tangentes a borda posterior do ramo e a borda inferior do corpo da mandíbula.
  • 15. Gnation (Gn) (PM). No contorno externo da imagem da sínfise mandibu- lar marca-se o ponto de encontro com a bissetriz do ângulo formado pela tangente à borda inferior do corpo da mandíbula e uma perpendicular a este, tangente à parte mais anterior do mento. Mentoniano (Me) (PM). Ponto mais inferior na imagem radiográfica da sínfise mandibular. Geralmente a linha da borda inferior do corpo da man- díbula toca neste ponto.
  • 16. Gonion, gnation e mentoniano, conjunto. Ponto P' (P') (PM). Marca-se P' no lugar em que a linha nasion-ponto A (N-A) cruza a imagem da porção anterior do assoalho das fossas nasais. A porção anterior do assoalho das fossas nasais apresenta, na telerradiogra- fia, uma imagem nítida, como uma linha horizontal radiopaca, que se traça desde o buraco incisivo, na crista nasal, até a espinha nasal anterior. O ponto P' é usado para traçar a linha I de Interlandi.
  • 17. Ponto E (E) (PM). Marca-se o ponto E na coincidência da iminência men- toniana com uma perpendicular à linha gonion-mentoniano (Go-Me). O ponto E não é necessariamente coincidente com o pogonion. O ponto E é usado para traçar a linha I de Interlandi. Ponto S (Se) (PM). Ponto S com marca Schwarz. Ponte médio na entrada da sela túrcica Orbitale (Or) (PL). Ponto orbitale como marca Schwarz. Ponto médio entre o nasion e o ponto A.
  • 18. Orbitale (Or) (PL). Ponto orbitale como marca Schwarz. Ponto médio entre o nasion e o ponto A.
  • 19. Referências Bibliográficas BESZKIN, E. et alii. Cefalometria clínica. Buenos Aires, Ed. Mundi, 1966. 216 p. CASTELLINO, A. et alii. La cefalometria en el diagnóstico ortodôntico. Rosa- rio, Ed. La Medica, 1956. INTERLANDI, S. Linha I na análise morodiferencial para o diagnóstico orto- dôntico. Rev. Fac. Odonto São Paulo, 9 (2):289-310, jul./dez. 1971. KROGMAN, W. M. & SASSOUNI, V. Syllabus in roentgenographic cepha- lometry. (Book rev.) Am. J. Orthod, 43:456-6, Jun. 1957. MARTIN, R. Lehrbuch der Anthropologfe in Systemalischer Darstellung. Stuttgart, G. Fischer, 1957. MOREL, P. L'anthropologie physique. Paris, Presses Universitaires de Fran- ce, 1962. PACINI, A. J. Roentgen ray anthropology of the skull. J. Radiol., 3:230-B, 322-31, 418 - 26, 1922. PEREIRA, C. B. & ALVIM, M. C. M. Manual para estudos craniométricos e cranioscópicos. Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 1979. 174 p. RAKOSI, T. Atlas and Anleitung zur praktischen Fernrõntgenalyse. Editado por Carl Hansel Munique, 227 p. 1979. RICKETTS, R. M. et alli. Orthodontic diagnosis and planning. Editado por Rocky Mountain. Data Systems, 269 p. 1982. SALZMANN, J. A. The research workshop on cephalometrics. Am. J. Or- thod., 46 (11):834-47, Nov. 1960. SCHWARZ, A. M. Rontgenostatics, a practical evaluation of the telex-ray- photo (Studyhead-plate). Brookfin, Leo L. Bruder, 1960, 2v. YEN, P. K. J. Identification of landmarks in cephalometric radiographs. An- gle Orthod., 30 (1):35-41, Jan.1960.