2. O que é a música sertaneja?
• Música sertaneja ou sertanejo é um gênero do Brasil produzido a partir da década por
compositores rurais e urbanos, outrora chamada genericamente de modas, toadas,
cateretês, chulas, emboladas e batuques, cujo som da viola é predominante. Inicialmente
tal estilo de música foi propagado por uma série de duplas, com a utilização de violas e
dueto vocal. Esta tradição segue até os dias atuais, tendo a dupla geralmente caracterizada
por cantores com voz tenor (mais aguda), nasal e uso acentuado de um falsete típico.
Enquanto o estilo vocal manteve-se relativamente estável ao longo das décadas, o ritmo, a
instrumentação e o contorno melódico incorporaram aos poucos elementos de gêneros
disseminados indústria cultural.
3. Romântico ≠ Caipira ≠
Universitário
• Muitos estudiosos seguem a tendência tradicional de integrar as músicas caipira e sertaneja como
subgêneros dentro um só conjunto musical, estabelecendo fases e divisões: de 1929 até 1944, como
"música caipira" (ou "música sertaneja raiz"); do pós-guerra até a década de 1960, como uma fase
de transição da velha música caipira rumo à constituição do atual gênero sertanejo; e do final dos
anos sessenta até a atualidade, como música "sertaneja romântica". Outros no meio acadêmico, no
entanto, consideram "música caipira" e "música sertaneja" gêneros completamente independentes,
baseado na ideia de que a primeira seria a música rural autêntica e/ou do homem rural autêntico,
enquanto a segunda seria aquela feita, como "produto de consumo", nos grandes centros urbanos
brasileiros por não-caipiras.
4. Cornélio
Pires
(13 de julho de 1884 — 17 de fevereiro de 1958)
Natural da cidade de Tietê (SP), escritor,
folclorista, jornalista, poeta e cantador. Foi com
ele que a música sertaneja passou a ser encarada
sob o ponto de vista profissional. Morreu de
câncer na laringe.
“Sua música se caracteriza por suas letras
românticas, por um canto triste que comove e
lembra a senzala e a tapera, mas sua dança é
alegre.”
5. Primeira Era
• Foi em 1929 que surgiu a música sertaneja como se conhece hoje. Ela nasceu a
partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de “causos" e
fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, sul e
triângulo mineiros, sudeste goiano e mato-grossense. Na época destas gravações
pioneiras, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam o
modo de vida do homem do interior (muitas vezes em oposição à vida do homem
da cidade), assim como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana
(atualmente, este tipo de composição é classificada como "música sertaneja de
raiz", com as letras enfatizadas no cotidiano e na maneira de cantar).
7. Segunda Era
• Uma nova fase na história da música sertaneja teve início após a Segunda
Guerra Mundial, com a incorporação de novos estilos, gêneros e
instrumentos. A temática vai tornando-se gradualmente mais amorosa,
conservando, todavia, um caráter autobiográfico.
9. Terceira Era
• A introdução da guitarra elétrica e o chamado "ritmo jovem", pela dupla
Léo Canhoto e Robertinho, no final da década de 1960, marcam o início
da fase moderna da música sertaneja. Um dos integrantes do movimento
musical Jovem Guarda, o cantor Sérgio Reis passou a gravar na década de
1970 repertório tradicional sertanejo, de forma a contribuir para a
penetração mais ampla ao gênero. Houve uma crescente influência
da música country norte-americana e da estética cowboy observada nas
suas vestimentas características e também no maior interesse pelas festas
de rodeio e feiras agropecuárias, palcos para os novos cantores.