O documento descreve o trabalho fotográfico de Micael Sousa resultante de um curso de fotografia. A primeira parte contém exercícios técnicos de várias técnicas aprendidas. A segunda parte constitui o projeto final, retratando espaços urbanos de Leiria onde o património histórico contrasta com a vida moderna.
2. O presente trabalho resulta da frequência no curso intensivo de fotografia digital da
Fotograf´arte, decorrido mo m|i|mo e que contou com os ensinamentos e orientação da
fotógrafa Rute Violante
Violante.
Regista-se então neste formato duas partes distintas do trabalho fotográfico realizado:
primeiro, os exercícios técnicos, executados de modo a experimentar e aperfeiçoar as várias
técnicas aprendidas e apreendidas durante a formação; a segunda parte é constituída pelo
projeto fotográfico final, que respeitou um conceito previamente definido e posteriormente
executado.
Interessa explorar um pouco mais os conceitos da segunda parte deste trabalho, naquilo que 1
compõem o projeto final. O autor pretendeu registar alguns espaços urbanos físicos de Leiria
onde o património vai persistindo enquanto é trespassado por humanas presenças. O
movimento arrastado da vida em correria contrasta com a arquitetura estática, umas vezes
imponente outras vezes degradada. Dessa vida fugaz e pano de fundo edificado,
principalmente em pedra, construiu-se “Uma História entre Arcos e Passagens” – que podia
ser a de qualquer pessoa.
Na última página surge um poema em apêndice, criado para um outro projeto poético irmão
contemporâneo destes registos de luz. Palavras essas diretamente inspiradas por toda esta
experiência fotográfica digital aqui concretizada fisicamente em algo palpável.
Micael Sousa
3. PARTE 1 2
EXERCÍCIOS TÉCNICOS
XERCÍCIOS
Micael Sousa
4. 3
O Peso de uma sabedoria Universalista – Manta de Retalhos
Micael Sousa
37. Uma Correção Digital
Face, olhos, dentes e naturais adornos
O pc depois resolve isso! – Disse ao disparar.
Contam a sua história de verdade e mentira,
Corrigimos e escondemos os defeitos.
Contam as falsas memórias dos donos,
Não os queremos assumir nem lembrar.
Aquelas de passados de tristeza e ira.
Optamos por nos maquilhar e cobrir de enfeitos.
As caras que espelham a alma dos seus patronos
Se tudo fosse fácil de corrigir com um clicar,
Como poderia ainda esta sociedade ser dominada
Contavam mais se os próprios as vissem e escutassem,
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Atentos ao que os espelhos, em verdade, refletissem.
Pela imperfeição, generalizada e dissimulada?
Do nosso génio, arte nossa de inventar, Mudando tudo, descaracterizando as naturais atitudes,
Estamos a longos passos de descobrir Corremos o risco de disfarçar até as virtudes.
A facilidade em verdadeiramente melhorar,
Evitando cosméticas inúteis que só podem mentir.
Há que lavar, esfregando, o rosto para começar,
Só assim nele se identificarão os acidentes,
Excerto do Livro “CONTEMPORANEIDADES – Poesia e Pintura
Nunca cicatrizados, em fendas contundentes. de Micael Sousa”
Micael Sousa