1. DESTAQUE
OPERA DESIGN MATTERS
PARCERIAS POTENCIAM OPORTUNIDADES
E EXPANSÃO GLOBAL DA ARQUITECTURA
A OPERA Design Matters possui escritórios em Lisboa, Luanda e Maputo e delegações
em S. Paulo e Madrid. Está neste momento a estruturar a sua presença em Singapura
e em Houston. Este é um entre muitos exemplos de ateliers que se internacionalizam.
Mas tudo isto só é possível graças à excelência da arquitectura portuguesa,
mundialmente reconhecida.
Um texto do arquitecto José Soalheiro.
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2. DESTAQUE
ainda bem antes da actual crise, urgiu Nos dias que correm, 98 por cento da
alargar o âmbito de intervenção territo- encomenda da Opera é externa. Estão-
rial e reformular a organização do escri- se a desenvolver projectos de bairros
tório que tinha entretanto crescido para residenciais, institutos públicos, hotéis,
responder a desafios marcantes como, universidades, torres de escritórios e
entre muitos outros, a Escola de Ciên- planos territoriais. Estamos a ajudar a
cias da Saúde e o Hospital de Braga, a edificar novos países e a desenvolver
Faculdade de Engenharia de Guimarães regiões. A sublinhar uma vez mais que
ou o Complexo Residencial e de serviços a diáspora portuguesa é bem maior,
de Campolide Parque em Lisboa. como sempre foi, que o país de ori-
gem. Maior, mais dinâmica, mais com-
Não é estranho a este processo a influ- petente e mais eficiente.
ência das várias parcerias com grandes
empresas europeias e americanas que al- O essencial a reter, contudo, é que para
guns desses projectos obrigaram, dada a além dos postos de trabalho abertos
sua especificidade, como a SOM, a HOK, nestas novas localizações, para técni-
a WHR ou a Mossessian and Partners. cos portugueses e locais, a Opera man-
tém todos os contratados em Portugal
Tornou-se, pois, imperioso transformar o e está até a admitir mais pessoas, indi-
“atelier” artesanal de conotações tardo- víduos a quem o trabalho e esta nova
românticas, focado em uma ou duas realidade da globalização não assusta
pessoas, numa Organização. Mais con- e se entrega de corpo e alma à ideia
temporânea. Mais eficiente. Mais abran- de construir uma marca e um nome, de
gente. Mais criativa. Mais democrática. cujo destino também fazem parte.
Para além dos sócios iniciais, foi aberta Uma parte significativa do trabalho de
a participação a colaboradores nos vá- “produção” continua a ser feito em
rios escritórios. Alguns elementos ade- Portugal. Estamos a exportar conheci-
rentes não portugueses provêm dessas mento, experiência, qualidade e capa-
empresas internacionais que se reviram cidade tecnológica.
neste projecto.
Falando em termos meramente mercanti-
O primeiro passo foi a abertura de um listas, a arquitectura portuguesa é um va-
escritório em Barcelona, dado o “boom” lor seguro, dos que mais reconhecimento
de construção que então se vivia em Es- obtém, não só dos seus pares, como dos
panha. Seguiram-se Luanda, onde se investidores e promotores internacionais.
mantém um corpo muito ágil de técni- Para além da sempre citada cortiça, do
cos residentes, e, mais recentemente, futebol e, mais recentemente, do calça-
estabeleceu-se uma empresa em Mapu- do, a arquitectura atinge este nível super-
to. O mercado brasileiro, pelos contactos lativo de qualidade e visibilidade, a que o
já efectuados, já faz mais de dois anos, país no seu todo não corresponde.
mostra-se bastante promissor.
A marca engloba várias empresas, com É forçoso um olhar atento para esta reali-
parte do corpo societário comum a to- As parcerias potenciam oportunidades dade. Até porque, a reboque da arquitec-
das, e surge como a continuidade ló- e novas expansões: é o caso da relação tura vem toda uma indústria portuguesa
gica da experiência e reconhecimento com a Surbana, um gigante das empre- que beneficia deste patamar de proemi-
nacional, com mais de vinte anos em sas asiáticas, com quem a Opera está nência. Estamos a falar de construtoras,
projectos de obras públicas – nome- a desenvolver o Plano do Cazenga e cerâmicas, mobiliário, têxteis, metalome-
adamente, universidades, hospitais, Sambizanga em Luanda, que permea- cânicas, cimenteiras, produtos pétreos,
hotelaria, edifícios residenciais ou de biliza a entrada em Singapura. processamento de madeira e tecnologias
escritórios, centros culturais e de ex- de informação. Também a aposta na
posições – do gabinete de arquitectura Poderemos também citar o relaciona- investigação que o país realizou nestes
“José Soalheiro e Teresa Castro”. mento com a Snohetta (biblioteca de últimos anos, pode ver frutos desta in-
Alexandria, Ground Zero em Nova Ior- ternacionalização. Poderemos exemplifi-
Quando o mercado português, nomea- que, Ópera de Oslo, entre outros). Os car com a colaboração da Opera com a
damente a nível de concursos públicos, vários projectos em curso são desen- Universidade do Minho e com o PIEP-Polo
mas também no sector imobiliário, co- volvidos em paridade e beneficiam da de Inovação em Engenharia de Polímeros
meçou a mostrar sinais de contenção, complementaridade das experiências. (entidade que faz o interface entre a Uni-
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3. DESTAQUE
versidade e a Indústria), para o desenvol- mais: não apenas na organização de ex-
vimento de polímeros para a construção, posições, colóquios e conferências que
um processo em curso nalguns projectos. difundam a arquitectura portuguesa (ou
feita por portugueses), mas também na
Esta visibilidade, produto do talento e acção directa junto dos agentes institu-
esforço isolado dos arquitectos portu- cionais e empresariais dos vários países.
gueses, carece de apoio institucional Nas missões comerciais que diferentes
para ser explorada em toda a sua di-
governos têm organizado a distintos paí-
mensão. Há que fazer um esforço de
ses ou zonas económicas, quantos arqui-
marketing externo das mais prestigiadas
tectos têm sido incluídos?
universidades portuguesas (à semelhan-
ça do que fazem as americanas) e colo-
car delegações em todo o espaço lusó- OPERA
fono. A matriz académica portuguesa, Design Matters
que ainda é o referencial das várias elites
Urbanização da Matinha, Rua Projectada à
políticas e económicas, está a ser substi- Rua 3, Edifício A, 3ºA
tuída pela anglo-saxónica para as gera- 1900-796 Lisboa, Portugal
ções seguintes. É um processo em que Tel.: +351 218 621 110
Fax. +351 218 621 119
houve desatenção dos vários governos
em Portugal e que urge inverter. jose.soalheiro@opera-projects.com
lisboa@opera-projects.com
Das embaixadas, consulados, delegações www.opera-projects.com
comerciais e culturais também se exige
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