Este documento apresenta conceitos básicos da análise semântica, incluindo menção, uso, linguagem-objeto, metalinguagem, explícito, implícito, negação, ambiguidade e vagueza. O documento também discute a necessidade de aprofundar o estudo desses conceitos por meio de diferentes correntes semânticas.
2. Apresentação
Este slide tem como objetivo apresentar
conceitos básicos utilizados nos diversos
estudos semânticos.
Não adotamos aqui nenhuma postura teórica ou
corrente semântica específica, mas colocamos
em evidência algumas terminologias usadas na
Semântica.
3. Menção
Menção é a ênfase ou destaque de uma palavra,
expressão ou enunciado que está sob análise
linguística. O destaque fica por conta do uso de
aspas simples („‟) ou qualquer outro tipo de
destaque tipográfico que realce a palavra em
análise.
Exemplos:
• A palavra ‘singular’ (adj.), dentro de determinados
contextos, pode ser sinônimo de ‘único’ (adj.).
• A expressão ‘deixar de’ aciona a pressuposição de
repetição de uma ação.
4. Uso
Uso é definido como a mesma expressão está em
situação de uso comum e real, sem estar sob
análise linguística ou destaque.
Exemplos:
• Este artefato é singular.
• Pedro deixou de fumar.
5. Linguagem-objeto
Observe os exemplos:
• ‘Show’ é uma palavra de origem inglesa.
• ‘Oxente’ é uma expressão nordestina.
Linguagem-objeto (em destaque) é definido
como termo ou enunciado que está sendo
analisado através de estudos da linguagem. É a
“linguagem
sobre
a
qual
se
fala”
(parafraseando Mortari, 2001, p. 39)
6. Metalinguagem
Observe os exemplos:
• ‘Show’ é uma palavra de origem inglesa.
• ‘Oxente’ é uma expressão nordestina.
Metalinguagem (em destaque) é definido como
termo ou enunciado que explica o que está
sendo analisado através de estudos da
linguagem. É a “linguagem com a qual se fala”
sobre a linguagem (MORTARI, 2001, p. 39).
7. Explícito
Quando o significado de uma expressão depende
unicamente do que está no plano superficial da
linguagem (escrito ou falado) para ser
interpretado, então o sentido é explícito. É
explícito o sentido quando as palavras de um
enunciado significam aquilo que é previsto em
dicionário.
Ex.: João brigou com o barbeiro
(João agrediu o barbeiro de verdade)
8. Implícito
Quando o significado de uma expressão ou palavra depende do
contexto de produção, pressupõe ou deixa algo
subentendido, é um implícito.
Os implícitos podem ser percebidos através de marcas
linguísticas (acionadores de pressuposição) ou contexto de
produção (implicaturas)
Ex.:
1) João brigou com o barbeiro (sabendo que João está
barbudo e cabeludo e faz tempo que ele não se barbeia ou
corta o cabelo).
2) João deixou de se barbear (o uso da expressão deixar de
faz com que entendamos que antes disso, o João se
barbeava).
9. Negação
Fenômeno semântico-discursivo que transforma um
enunciado, conferindo-lhe um sentido inverso ou
negativo, acrescentando advérbio de negação, como
„não‟, prefixos negativos (in-, des-) ou qualquer outro
termo de valor semelhante. O estudo da negação
analisa o alcance do que está sendo negado e
desmitifica a ideia de que o advérbio de negação
transforma apenas o verbo (cf. ILARI & GERALDI, 2006,
p.30)
1. Os prefeitos não compareceram à reunião.
2. A minha mãe jamais teve 3 filhos homens.
3. Despreocupe-se de tudo.
10. Ambiguidade
Quando uma enunciação pode significar, por ausência de
contexto, posição inadequada de um termo ou por
falha na estrutura sintática mais de uma coisa.
1) João viu o incêndio do prédio do lado
2) João não foi ao médico por pressão da mulher
Leituras possíveis
Em 1), João estava no prédio do lado ou era o prédio do
lado que estava pegando fogo (e foi visto por João)?
Em 2), João deixou de ir para o médico por culpa da
mulher ou ele foi ao médico por outro motivo que
não o da pressão da mulher?
11. Vagueza
Um termo é vago quando não há um valor de
referência para tomar como base e ser
comparado.
1) João é alto
que/quem?)
e
forte.
(em
relação
a
13. Referências bibliográficas
BASSO, Renato Miguel et alli. Semântica e
pragmática: delimitando os campos. In: Semântica.
Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2009.
ILARI, Rodofo; GERALDI, João. Semântica. São Paulo:
Ática, 2006.
MORTARI, Cezar. Uso e menção. Linguagem e
metalinguagem. In: Introdução à Lógica. São Paulo:
Editora Unesp, Imprensa Oficial do Estado, 2001.