SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
Télécharger pour lire hors ligne
Cartilha do Patrimônio Cultural de Piracicaba : referência
  de ação patrimonial no território paulista e brasileiro

                         Mirza Pellicciotta
                         Doutora em História Cultural (Unicamp) e coordenadora
                         do Departamento de Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas
Sentidos de preservação



           Qualidade de vida
                                                  Desenvolvimento sustentável



                                     identidade



                                                                      Bens edificados


   Propósitos e desafios de toda e
                                                                  Bens culturais
   qualquer sociedade... questões,
   no entanto, que se tornam
   essenciais quando os processos
   de desenvolvimento se aceleram
                                                                 Saberes e Fazeres
                                                      Paisagem
As projeções de futuro necessitam se somar a um maior entendimento do passado porque corremos o risco de que
nossos agentes não se reconheçam mais em meio a tantos redesenhos produtivos, e também porque um olhar
sobre o passado implica em reconhecer passos, em identificar esforços e em reconhecer as superações que se
fizeram necessárias para se alcançar tais níveis de desenvolvimento
Precisamos perceber de maneira mais profunda o engendramento de um "mundo paulista" que se acha contido no
território que deu lugar aos nossos municípios e regiões; um "mundo paulista" que tornou possível a nossa própria
constituição. E para tanto, torna-se essencial reconhecer a existência de processos que no curso do tempo fizeram
nascer áreas especializadas, redes produtivas, núcleos rurais e urbanos... processos que em vários aspectos e
sentidos permaneceram vivos no prolongamento de funções e atribuições especializadas de caráter centenário.
As lavouras paulistas de cana de açúcar começaram a surgir nas últimas décadas do
século XVIII na porção sul da Capitania, no chamado “quadrilátero do açúcar” (entre
os atuais municípios de Piracicaba, Mogi Guaçu, Campinas e Itu). data deste período
a abertura e instalação de grandes propriedades monocultistas, a introdução do
trabalho escravo africano, a transformação dos sistemas viários, o desenvolvimento
do comércio internacional, uma série de inovações tecnológicas, além de uma
profunda transformação ambiental.
Casa do Padre Ignácio/Cotia




                        Numa escala ainda mais recuada, as atividades de abastecimento e de pecuária (dimensões fundantes do
                        mundo paulista desde os primeiros séculos de formação) também fizeram nascer e sobreviver atividades,
                        áreas e redes especializadas. As atividades de abastecimento, em especial, foram responsáveis pela
                        fixação dos colonizadores no território paulista ainda no século XVI e se traduziram no cultivo e
                        comercialização de gêneros procedentes das culturas indígenas e européia para uma população que
                        pouco a pouco se espraiava pelos sertões.
No século XVIII, com a descoberta do ouro nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, a produção
de gêneros se faria intensificada, transformando-se o território paulista numa zona de abastecimento da região
das minas. A região da atual Piracicaba integrava um território de papel central nestas atividades, fornecendo
gêneros através de caminhos fluviais e terrestres, entre eles, a Estada para a Vila da Constituição, o Picadão de
Cuiabá, a Estrada dos Goiases. Com o passar do tempo, ainda, a chegada de novas populações promoveu uma
grande diversificação de gêneros sem no entanto alterar as antigas dinâmicas de comércio, mas sim amplia-las.
A pecuária, em meio a tudo isso, ganhou forma no curso do século XVIII e contou desde suas origens com a
fixação de outras populações (em particular, de mineiros); esta atividade foi promotora não apenas de força
motriz e alimentos, mas de um sistema viário que transformou de maneira profunda a dinâmica interna e
externa deste território, podendo-se atribuir as origem da logística contemporânea ao papel de
entrocamento viário que no século XVIII passou a ser desempenhado pelas picadas e estradas de tropas e
carroças, substituídas no final do século XIX pelas redes ferroviárias.
No âmbito da produção agrícola, a chamada “economia cafeeira” que entrou em cena substituindo os canaviais, promoveu a partir de
meados do século XIX um novo conjunto de transformações, entre eles a transformação do trabalho escravo para o trabalho livre; a
intensificação da agricultura para exportação; a expansão do comércio internacional; a substituição acelerada da cobertura vegetal pela
produção de café (e cultivo diversificado de gêneros); a entrada massiva de grupos populacionais procedentes das mais variadas regiões
do Brasil e do mundo (cerca de 70 grupos étnicos); a intensificação da urbanização; a complexificação dos sistemas de escoamento
(estradas tropeiras, linhas férreas, estradas de rodagem, aviação); a complexificação e divesificação do uso de tecnologias na produção. A
economia cafeeira, neste caso, seria responsável pela complexificação, integração e mercantilização de uma grande variedade de
atividades rurais e urbanas, redesenhando não apenas o território da atual RMC, mas todo o território paulista.
A ausência de um entendimento mais detalhado destes processos nos dificulta compreender as trajetórias singulares de
desenvolvimento tecnológico e inovação presentes no curso do tempo, oi ainda, o desempenho de papéis e funções de tempos
imemoriais – que muitas vezes, por se fazerem desconhecidas das populações contemporâneas, impõem dificuldades para a projeção
do futuro. Este limite de entendimento nos leva também a refletir sobre as razões do desinteresse e descuido com que muitos
municípios tratam de seu patrimônio histórico. Desvendar nossa paisagem cultural: eis aqui uma tarefa que nos próximos anos poderá
nos ajudar a potencializar ainda mais os nossos caminhos de desenvolvimento.
Sentidos de patrimônio



         valorar os testemunhos
       (cultura, história, ambiente, arquitetura,
          arqueologia, turismo, afetividade)




                                   registrar, reconhecer, manter



                                                       respeitar a propriedade




                                                                   “escolher” coletivamente
    Conselho
    municipal
Sentidos de gestão da preservação e do patrimônio


                          Conselho
                          municipal




     tombamento                              sociedade




                                                                      Propósitos de
                           Projetos de                                coletividade
                           desenvolvimento         Desafios de
                                                   sustentabilidade
Obra do/pelo bem comum


                            “Toda a cidade tem uma história (...) Ela está presente na cultura
                            de seu povo, nos ciclos de seu desenvolvimento econômico e
                            social, nas obras ilustres, e também nas edificações, memória
                            visível da evolução urbana. Selecionar na cidade e em seu
                            entorno exemplares de arte, arquitetura, ou ainda conservar as
                            paisagens naturais constituem ações significativas para a
                            integração desses elementos à história. Assim, eles podem
                            cumprir a função social, contando o que aconteceu no
                            desenvolvimento humano em cada época”


                           “A escolha e a manutenção de determinados
                           valores através das edificações e obras de arte,
                           principalmente quando feitas de uma maneira
                           clara, com participação de segmentos da
                           comunidade (...) podem contribuir para o
                           desenvolvimento de uma cidade”


                         “É meta do IPPLAP incentivar modos de atuação junto à
                         comunidade, promovendo ações que estimulem o cidadão
                         comum a identificar os bens de patrimônio, resgatando com
                         isso parte da história da coletividade. Estas ações podem gerar
                         uma relação positiva de compartilhar-se as responsabilidades
                         entre o cidadão e o Pode Público no lugar onde se vive,
                         elevado o civismo e a valorização da história da cidade”
Parabéns Piracicaba!




           Mirza Pellicciotta
           mirzapellicciotta@yahoo.com.br

Contenu connexe

Tendances

Aspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologia
Aspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologiaAspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologia
Aspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologiaPrefeitura Municipal de Campinas
 
ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)
ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)
ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)Aristides Faria
 
Monumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdf
Monumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdfMonumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdf
Monumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdfPaulo Ratinecas
 
Paisagem, Identidade e Memória
Paisagem, Identidade e MemóriaPaisagem, Identidade e Memória
Paisagem, Identidade e MemóriaEdu Geraldes
 
ShareFest Porto Alegre - 15/04
ShareFest Porto Alegre - 15/04ShareFest Porto Alegre - 15/04
ShareFest Porto Alegre - 15/04Ph Martins
 
Apresentação final cidades pela retoma conf appla
Apresentação final cidades pela retoma   conf applaApresentação final cidades pela retoma   conf appla
Apresentação final cidades pela retoma conf applaJosé Carlos Mota
 
Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...
Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...
Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...Amarildo Ferreira
 
Conteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestreConteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestrealpisveredas
 
Conteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestreConteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestrealpisveredas
 

Tendances (12)

Aspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologia
Aspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologiaAspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologia
Aspectos de constituição do circuito turístico de ciência e tecnologia
 
ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)
ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)
ENTBL 2014 - Turismo de base comunitária - Cubatão (SP)
 
Monumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdf
Monumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdfMonumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdf
Monumento O Laçador Caderno de Restauro 2022.pdf
 
Paisagem, Identidade e Memória
Paisagem, Identidade e MemóriaPaisagem, Identidade e Memória
Paisagem, Identidade e Memória
 
ShareFest Porto Alegre - 15/04
ShareFest Porto Alegre - 15/04ShareFest Porto Alegre - 15/04
ShareFest Porto Alegre - 15/04
 
Apresentação final cidades pela retoma conf appla
Apresentação final cidades pela retoma   conf applaApresentação final cidades pela retoma   conf appla
Apresentação final cidades pela retoma conf appla
 
A Historia Contada Nas Ruas
A Historia Contada Nas RuasA Historia Contada Nas Ruas
A Historia Contada Nas Ruas
 
Portfólio Instituto Olho D'Água
Portfólio Instituto Olho D'ÁguaPortfólio Instituto Olho D'Água
Portfólio Instituto Olho D'Água
 
Capítulo 3
Capítulo 3Capítulo 3
Capítulo 3
 
Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...
Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...
Ferreira Júnior; Figueiredo - Artesão de Miriti, Habitué dos sonhos: praxeolo...
 
Conteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestreConteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestre
 
Conteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestreConteúdo mensal de história 1º bimestre
Conteúdo mensal de história 1º bimestre
 

Similaire à Cartilha do Patrimônio Cultural de Piracicaba

A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA
A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANAA IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA
A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANARAPPER PIRATA
 
Património Humano Personalidades Gaienses - 1º volume
Património Humano Personalidades Gaienses - 1º volumePatrimónio Humano Personalidades Gaienses - 1º volume
Património Humano Personalidades Gaienses - 1º volumequeirosiana
 
Comunidades tradicionais.
Comunidades tradicionais.Comunidades tradicionais.
Comunidades tradicionais.Alex Retamoso
 
patrimonio cultural da cidade de maputo
patrimonio cultural da cidade de maputopatrimonio cultural da cidade de maputo
patrimonio cultural da cidade de maputoElvis Enhard
 
Vivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo tatico
Vivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo taticoVivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo tatico
Vivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo taticoJosé Carlos Mota
 
Iluminados passeios nocturnos
Iluminados passeios nocturnosIluminados passeios nocturnos
Iluminados passeios nocturnosarqueomike
 
Capitalismo e urbanização
Capitalismo e urbanizaçãoCapitalismo e urbanização
Capitalismo e urbanizaçãoPetrônio Brito
 
Maria encarnação beltrão sposito capitalismo e urbanização (pdf) (rev)
Maria encarnação beltrão sposito   capitalismo e urbanização (pdf) (rev)Maria encarnação beltrão sposito   capitalismo e urbanização (pdf) (rev)
Maria encarnação beltrão sposito capitalismo e urbanização (pdf) (rev)naoutu
 
Ana carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbana
Ana carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbanaAna carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbana
Ana carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbanamaridelamare
 
Políticas setoriais no brasil
Políticas setoriais no brasilPolíticas setoriais no brasil
Políticas setoriais no brasilElena Barros
 

Similaire à Cartilha do Patrimônio Cultural de Piracicaba (20)

Tópico 7. turismo
Tópico 7. turismoTópico 7. turismo
Tópico 7. turismo
 
Patrimoniocultural
PatrimonioculturalPatrimoniocultural
Patrimoniocultural
 
A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA
A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANAA IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA
A IMPORTANCIA DA CULTURA NA SOCIEDADE PAULISTANA
 
Tópico 7. turismo
Tópico 7. turismoTópico 7. turismo
Tópico 7. turismo
 
Património Humano Personalidades Gaienses - 1º volume
Património Humano Personalidades Gaienses - 1º volumePatrimónio Humano Personalidades Gaienses - 1º volume
Património Humano Personalidades Gaienses - 1º volume
 
Comunidades tradicionais.
Comunidades tradicionais.Comunidades tradicionais.
Comunidades tradicionais.
 
patrimonio cultural da cidade de maputo
patrimonio cultural da cidade de maputopatrimonio cultural da cidade de maputo
patrimonio cultural da cidade de maputo
 
Vivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo tatico
Vivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo taticoVivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo tatico
Vivó bairro 21 novembro 2016 conferência internacional urbanismo tatico
 
Unesco
UnescoUnesco
Unesco
 
Educação patrimonial do isi
Educação patrimonial do isiEducação patrimonial do isi
Educação patrimonial do isi
 
Iluminados passeios nocturnos
Iluminados passeios nocturnosIluminados passeios nocturnos
Iluminados passeios nocturnos
 
Projeto identidades viva voz 2012 Revista
Projeto identidades viva voz 2012 RevistaProjeto identidades viva voz 2012 Revista
Projeto identidades viva voz 2012 Revista
 
Geo urb a08
Geo urb a08Geo urb a08
Geo urb a08
 
Artigo de rogério proença leite e elder leite s.d.
Artigo de rogério proença leite e elder leite s.d.Artigo de rogério proença leite e elder leite s.d.
Artigo de rogério proença leite e elder leite s.d.
 
Capitalismo e urbanização
Capitalismo e urbanizaçãoCapitalismo e urbanização
Capitalismo e urbanização
 
Maria encarnação beltrão sposito capitalismo e urbanização (pdf) (rev)
Maria encarnação beltrão sposito   capitalismo e urbanização (pdf) (rev)Maria encarnação beltrão sposito   capitalismo e urbanização (pdf) (rev)
Maria encarnação beltrão sposito capitalismo e urbanização (pdf) (rev)
 
Ana carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbana
Ana carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbanaAna carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbana
Ana carla-fonseca-cidades-criativas, turismo cultural e regeneração urbana
 
Cidades pela retoma agueda
Cidades pela retoma aguedaCidades pela retoma agueda
Cidades pela retoma agueda
 
RR-PI9-Vale_WEB
RR-PI9-Vale_WEBRR-PI9-Vale_WEB
RR-PI9-Vale_WEB
 
Políticas setoriais no brasil
Políticas setoriais no brasilPolíticas setoriais no brasil
Políticas setoriais no brasil
 

Plus de Prefeitura Municipal de Campinas

Btl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turística
Btl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turísticaBtl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turística
Btl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turísticaPrefeitura Municipal de Campinas
 
A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas mirza ...
A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas   mirza ...A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas   mirza ...
A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas mirza ...Prefeitura Municipal de Campinas
 
Sinalização histórica da região central de Campinas sp
Sinalização histórica da região central de Campinas spSinalização histórica da região central de Campinas sp
Sinalização histórica da região central de Campinas spPrefeitura Municipal de Campinas
 
Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...
Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...
Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...Prefeitura Municipal de Campinas
 
Em meio a cidade, os remanescentes rurais texto revista diagrama
Em meio a cidade, os remanescentes rurais   texto revista diagramaEm meio a cidade, os remanescentes rurais   texto revista diagrama
Em meio a cidade, os remanescentes rurais texto revista diagramaPrefeitura Municipal de Campinas
 

Plus de Prefeitura Municipal de Campinas (18)

Atrativos turisticos da Região Metropolitana de Campinas
Atrativos turisticos da Região Metropolitana de CampinasAtrativos turisticos da Região Metropolitana de Campinas
Atrativos turisticos da Região Metropolitana de Campinas
 
Btl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turística
Btl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turísticaBtl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turística
Btl 2012. Considerações sobre a trajetória portuguesa de estruturação turística
 
A cidade em que vivo
A cidade em que vivo A cidade em que vivo
A cidade em que vivo
 
A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas mirza ...
A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas   mirza ...A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas   mirza ...
A presença negra e o patrimônio cultural negro na cidade de campinas mirza ...
 
Hercules Florence
Hercules FlorenceHercules Florence
Hercules Florence
 
Aula de educação patrimonial isi campinas
Aula de educação patrimonial   isi campinasAula de educação patrimonial   isi campinas
Aula de educação patrimonial isi campinas
 
Janelas da cidade. uma estratégia de leitura urbana
Janelas da cidade. uma estratégia de leitura urbanaJanelas da cidade. uma estratégia de leitura urbana
Janelas da cidade. uma estratégia de leitura urbana
 
Cap 5 conhecer campinas numa perspectiva histórica
Cap 5 conhecer campinas numa perspectiva históricaCap 5 conhecer campinas numa perspectiva histórica
Cap 5 conhecer campinas numa perspectiva histórica
 
Sinalização histórica da região central de Campinas sp
Sinalização histórica da região central de Campinas spSinalização histórica da região central de Campinas sp
Sinalização histórica da região central de Campinas sp
 
Fundamentos da luta sindical 30 64
Fundamentos da luta sindical 30 64Fundamentos da luta sindical 30 64
Fundamentos da luta sindical 30 64
 
A cidade e a saúde
A cidade e a saúdeA cidade e a saúde
A cidade e a saúde
 
Fundamentos do sindicalismo 1858 1930
Fundamentos do sindicalismo 1858 1930Fundamentos do sindicalismo 1858 1930
Fundamentos do sindicalismo 1858 1930
 
Fundamentos sinsaúde
Fundamentos   sinsaúdeFundamentos   sinsaúde
Fundamentos sinsaúde
 
Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...
Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...
Aspectos do projeto de conservação e restauro da santa casa de misericórdia d...
 
Campinas um destino turístico cultural
Campinas   um destino turístico culturalCampinas   um destino turístico cultural
Campinas um destino turístico cultural
 
Em meio a cidade, os remanescentes rurais texto revista diagrama
Em meio a cidade, os remanescentes rurais   texto revista diagramaEm meio a cidade, os remanescentes rurais   texto revista diagrama
Em meio a cidade, os remanescentes rurais texto revista diagrama
 
Aspectos do projeto fazendas históricas paulistas
Aspectos do projeto fazendas históricas paulistasAspectos do projeto fazendas históricas paulistas
Aspectos do projeto fazendas históricas paulistas
 
Programa Conheça Campinas SMCIST - PMC
Programa Conheça Campinas   SMCIST - PMCPrograma Conheça Campinas   SMCIST - PMC
Programa Conheça Campinas SMCIST - PMC
 

Dernier

Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 

Dernier (20)

Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 

Cartilha do Patrimônio Cultural de Piracicaba

  • 1. Cartilha do Patrimônio Cultural de Piracicaba : referência de ação patrimonial no território paulista e brasileiro Mirza Pellicciotta Doutora em História Cultural (Unicamp) e coordenadora do Departamento de Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas
  • 2. Sentidos de preservação Qualidade de vida Desenvolvimento sustentável identidade Bens edificados Propósitos e desafios de toda e Bens culturais qualquer sociedade... questões, no entanto, que se tornam essenciais quando os processos de desenvolvimento se aceleram Saberes e Fazeres Paisagem
  • 3. As projeções de futuro necessitam se somar a um maior entendimento do passado porque corremos o risco de que nossos agentes não se reconheçam mais em meio a tantos redesenhos produtivos, e também porque um olhar sobre o passado implica em reconhecer passos, em identificar esforços e em reconhecer as superações que se fizeram necessárias para se alcançar tais níveis de desenvolvimento
  • 4. Precisamos perceber de maneira mais profunda o engendramento de um "mundo paulista" que se acha contido no território que deu lugar aos nossos municípios e regiões; um "mundo paulista" que tornou possível a nossa própria constituição. E para tanto, torna-se essencial reconhecer a existência de processos que no curso do tempo fizeram nascer áreas especializadas, redes produtivas, núcleos rurais e urbanos... processos que em vários aspectos e sentidos permaneceram vivos no prolongamento de funções e atribuições especializadas de caráter centenário.
  • 5. As lavouras paulistas de cana de açúcar começaram a surgir nas últimas décadas do século XVIII na porção sul da Capitania, no chamado “quadrilátero do açúcar” (entre os atuais municípios de Piracicaba, Mogi Guaçu, Campinas e Itu). data deste período a abertura e instalação de grandes propriedades monocultistas, a introdução do trabalho escravo africano, a transformação dos sistemas viários, o desenvolvimento do comércio internacional, uma série de inovações tecnológicas, além de uma profunda transformação ambiental.
  • 6. Casa do Padre Ignácio/Cotia Numa escala ainda mais recuada, as atividades de abastecimento e de pecuária (dimensões fundantes do mundo paulista desde os primeiros séculos de formação) também fizeram nascer e sobreviver atividades, áreas e redes especializadas. As atividades de abastecimento, em especial, foram responsáveis pela fixação dos colonizadores no território paulista ainda no século XVI e se traduziram no cultivo e comercialização de gêneros procedentes das culturas indígenas e européia para uma população que pouco a pouco se espraiava pelos sertões.
  • 7. No século XVIII, com a descoberta do ouro nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, a produção de gêneros se faria intensificada, transformando-se o território paulista numa zona de abastecimento da região das minas. A região da atual Piracicaba integrava um território de papel central nestas atividades, fornecendo gêneros através de caminhos fluviais e terrestres, entre eles, a Estada para a Vila da Constituição, o Picadão de Cuiabá, a Estrada dos Goiases. Com o passar do tempo, ainda, a chegada de novas populações promoveu uma grande diversificação de gêneros sem no entanto alterar as antigas dinâmicas de comércio, mas sim amplia-las.
  • 8. A pecuária, em meio a tudo isso, ganhou forma no curso do século XVIII e contou desde suas origens com a fixação de outras populações (em particular, de mineiros); esta atividade foi promotora não apenas de força motriz e alimentos, mas de um sistema viário que transformou de maneira profunda a dinâmica interna e externa deste território, podendo-se atribuir as origem da logística contemporânea ao papel de entrocamento viário que no século XVIII passou a ser desempenhado pelas picadas e estradas de tropas e carroças, substituídas no final do século XIX pelas redes ferroviárias.
  • 9. No âmbito da produção agrícola, a chamada “economia cafeeira” que entrou em cena substituindo os canaviais, promoveu a partir de meados do século XIX um novo conjunto de transformações, entre eles a transformação do trabalho escravo para o trabalho livre; a intensificação da agricultura para exportação; a expansão do comércio internacional; a substituição acelerada da cobertura vegetal pela produção de café (e cultivo diversificado de gêneros); a entrada massiva de grupos populacionais procedentes das mais variadas regiões do Brasil e do mundo (cerca de 70 grupos étnicos); a intensificação da urbanização; a complexificação dos sistemas de escoamento (estradas tropeiras, linhas férreas, estradas de rodagem, aviação); a complexificação e divesificação do uso de tecnologias na produção. A economia cafeeira, neste caso, seria responsável pela complexificação, integração e mercantilização de uma grande variedade de atividades rurais e urbanas, redesenhando não apenas o território da atual RMC, mas todo o território paulista.
  • 10. A ausência de um entendimento mais detalhado destes processos nos dificulta compreender as trajetórias singulares de desenvolvimento tecnológico e inovação presentes no curso do tempo, oi ainda, o desempenho de papéis e funções de tempos imemoriais – que muitas vezes, por se fazerem desconhecidas das populações contemporâneas, impõem dificuldades para a projeção do futuro. Este limite de entendimento nos leva também a refletir sobre as razões do desinteresse e descuido com que muitos municípios tratam de seu patrimônio histórico. Desvendar nossa paisagem cultural: eis aqui uma tarefa que nos próximos anos poderá nos ajudar a potencializar ainda mais os nossos caminhos de desenvolvimento.
  • 11. Sentidos de patrimônio valorar os testemunhos (cultura, história, ambiente, arquitetura, arqueologia, turismo, afetividade) registrar, reconhecer, manter respeitar a propriedade “escolher” coletivamente Conselho municipal
  • 12. Sentidos de gestão da preservação e do patrimônio Conselho municipal tombamento sociedade Propósitos de Projetos de coletividade desenvolvimento Desafios de sustentabilidade
  • 13. Obra do/pelo bem comum “Toda a cidade tem uma história (...) Ela está presente na cultura de seu povo, nos ciclos de seu desenvolvimento econômico e social, nas obras ilustres, e também nas edificações, memória visível da evolução urbana. Selecionar na cidade e em seu entorno exemplares de arte, arquitetura, ou ainda conservar as paisagens naturais constituem ações significativas para a integração desses elementos à história. Assim, eles podem cumprir a função social, contando o que aconteceu no desenvolvimento humano em cada época” “A escolha e a manutenção de determinados valores através das edificações e obras de arte, principalmente quando feitas de uma maneira clara, com participação de segmentos da comunidade (...) podem contribuir para o desenvolvimento de uma cidade” “É meta do IPPLAP incentivar modos de atuação junto à comunidade, promovendo ações que estimulem o cidadão comum a identificar os bens de patrimônio, resgatando com isso parte da história da coletividade. Estas ações podem gerar uma relação positiva de compartilhar-se as responsabilidades entre o cidadão e o Pode Público no lugar onde se vive, elevado o civismo e a valorização da história da cidade”
  • 14. Parabéns Piracicaba! Mirza Pellicciotta mirzapellicciotta@yahoo.com.br