2. Era uma vez uma couve. Uma couve redondinha,
verde, tenra, alegre e muito engraçada. Chamava-se
Folhinhas.
Mas, durante uns dias, a Folhinhas não andava
alegre. Estava chateada. Estava muito chateada.
E sabem porquê?
Um dia, estava a Folhinhas na prateleira dos
vegetais no Supermercado, quando uma família passa por
ela. A Folhinhas fechou os olhos e desejou que a
comprassem. No entanto, a família passou e não a
comprou. Em vez disso, compraram bolachas, rebuçados,
iogurtes, cereais, chocolate e sumo.
A Folhinhas, ao ver o que a família tinha escolhido,
ficou muito chateada e deixou de estar alegre.
3.
4. Finalmente, depois de tanto resmungar, decidiu
reunir as irmãs couves e os seus primos, que eram os outros
alimentos que estavam na prateleira dos vegetais: os
tomates Zé e Tó, o pepino Bernardo, a alface Verdinha, a
maçaroca Maria, os cogumelos Tatá, Titi e Tutu, entre
outros.
Reunidos, saltaram da prateleira e foram até à
prateleira vizinha, onde moravam as frutas. Era um
espetáculo de cores e sabores: bananas, maçãs, pêras,
melancias, melões, uvas, morangos, cerejas, mangas,
laranjas e limões.
As frutas alinharam no plano. Saltaram da prateleira
e foram até à prateleira do pão, que saltou também.
Continuaram a viagem pelo Supermercado. Chegaram à
prateleira das massas e do arroz. Estes hesitaram, mas
acabaram por saltar das prateleiras para se juntar aos outros
alimentos.
5.
6. Seguiam-se o óleo e a manteiga. Eram alimentos
gordurosos e foi-lhes um pouco mais difícil saltar, pois
tinham medo de escorregar. Mas saltaram.
Um pouco à frente, estavam o leite, o queijo e os
iogurtes. Desceram as prateleiras do congelador e foram
com o resto dos alimentos.
Mesmo ao lado, estavam a carne, o peixe e os ovos,
que precisaram de uma ajudinha para abrir a tampa da arca
congeladora, para depois poderem saltar.
A recolha estava quase no fim. Só faltavam os
feijões, as ervilhas, o grão, entre outros. Não
compreendiam porque é que tinham de saltar da prateleira,
mas fizeram-no.
Todos os alimentos estavam reunidos. Saíram do
Supermercado e, com um lápis e uma folha de papel que
tinham levado, começaram a planear.
7.
8. Já estavam fartos de esperar por uma grande ideia,
quando ela surge.
- Já sei! – disse Folhinhas, com todo o entusiasmo –
Vamos fazer um desenho onde estejamos todos nós. Só
precisamos de arranjar um nome.
- O círculo de Alimentos – sugeriram os cogumelos.
- A Roda dos Alimentos – disse, por fim, a pêra
Paula.
- Excelente! – conclui Folhinhas – Esse vai ser o
nome da nossa obra-prima.
Começaram a desenhar e a colorir.
Quase acabada, alguém reparou que faltava alguma
coisa no centro da Roda.
- Que tal se pusermos algo que todos nós temos?
9.
10. Nisto, a D. Água chega.
- Água!
- Diga?!
- Não, todos nós temos água. É isso que vai ficar no
meio!
A D. Água, ao ouvir isto, ficou radiante. Ia ser o
centro de uma importante roda chamada Roda dos
Alimentos, que iria servir para indicar quais os alimentos
que as pessoas deviam comer e a quantidade que devem
comer desses alimentos por dia. Até deram um nome a cada
grupo.
E assim, depois da Roda estar feita, levaram-na
para a loja e deixaram-na em cima do balcão. De seguida,
regressaram todos às suas prateleiras, de onde conseguiam
ver o seu desenho afixado na parede, com bastante gente a
observar e seguir o que lá indicava.