Este documento discute o uso do gênero conto nas aulas de línguas estrangeiras. Apresenta definições de domínio discursivo, gênero discursivo e tipo textual. Descreve as características socioculturais e linguísticas do gênero conto, incluindo seu predomínio de sequências narrativas e uso do tempo passado. Fornece orientações para a transposição didática do conto com atividades de pré-leitura, compreensão geral, pontos principais e detalhada.
2. Justificativa
“A mediação do nosso trabalho de professores de
línguas em sala de aula tem sido comumente feita
por materiais didáticos. Muitos, em especial, no
formato de livro didático, são continuamente postos
à disposição dos profissionais da Educação
representando uma importante ferramenta para o
Ensino. Sua forma de organização, os conteúdos
veiculados, o tipo de atividade disponibilizada e as
formas de avaliação, dependem muito da perspectiva
teórico-metodológica subjacente à pesquisa.”
(CRISTOVÃO, 2009, p.305)
4. Abordagens do estudo de gênero
•Abordagens sociossemióticas:
Ruqaya Hasan
Martin
Roger Fowler
Gunther Kress
Fairclough
•Abordagem sociorretórica
John M. Swales
Miller e Bazerman
•Abordagem sociodiscursiva
Bakhtin
Jean-Michel Adam
Bronckart
5. Definição de gênero
“Tipos de enunciados relativamente estáveis que se
realizam em suas respectivas esferas comunicativas.”
“Correias transmissoras entre a história da
humanidade
e a história da linguagem.”
(Bakhtin)
“Formas verbais de ação social
relativamente estáveis realizadas em textos situados
em comunidades de práticas
sociais e em domínios discursivos específicos”
(MARCUSCHI, 2007, p.25)
6. Domínio Discursivo
(jornalístico, científico, religioso)
Gênero Discursivo
(e-mail, telefonema, manual, propaganda, etc)
Tipo Textual
(injunção, narração, descrição, argumentação,
exposição)
7. Domínio discursivo
Uma esfera ou instância de produção discursiva ou
de atividade humana. Esses domínios não são
textos nem discursos, mas propiciam o surgimento
de discursos bastante específicos. Temos o
discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso
religioso, etc. (MARCUSCHI, 2007, p.23)
8. Gêneros textuais
1- realizações linguísticas concretas definidas por
propriedades sociocomunicativas;
2- constituem textos empiricamente realizados
cumprindo funções em situações comunicativas;
3- Sua nomeação abrange um conjunto aberto e
praticamente ilimitado de designações concretas
determinadas pelo canal, estilo, conteúdo,
composição e função;
4- Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta
comercial, carta pessoal, romance... etc.
9. Tipos textuais – Sequências textuais
1- construtos teóricos definidos por propriedades
linguísticas intrínsecas;
2- constituem sequências linguísticas ou sequências
de enunciados no interior dos gêneros;
3- sua nomeação abrange um conjunto limitado de
categorias teóricas determinadas por aspectos
lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal;
4- designações teóricas dos tipos: narração,
argumentação, descrição, injunção e exposição.
10. • sequência narrativa – operações criadoras de
tensão
• Sequência descritiva- operações destinadas a fazer
ver
• Sequência injuntiva – operações que visam a fazer
agir
• Sequência explicativa/argumentativa – operações
que visam a resolver um problema ou a convencer
• Sequência dialogal – operações destinadas a
regular a interação
11. O gênero Conto
•Domínio Discursivo: esfera literária ou educacional
•Gênero Textual: Conto
•Tipo Textual: predomínio de sequências narrativas
12. Características socioculturais e linguísticas do gênero
Conto
1- Dimensão sociodiscursiva
- Tradição oral
( Gêneros são correntes transmissoras da história
da humanidade para a história da linguagem
(BAKHTIN, 1992)
Imaginação Narrativa:
História, projeção e parábola ( TURNER, 1996)
13. 2- Predomínio de sequências narrativas ( operações
criadoras de tensão) (BRONCKART, 2003)
Processo de intriga – história com começo, meio e fim.
1.A fase de situação inicial (apresentação de um estado de
coisas em equilíbrio)
2.A fase de complicação (introdução de uma espécie de
perturbação estado de equilíbrio)
3.A fase de ações (acontecimentos desencadeados devido à
perturbação)
4.A fase de resolução ( redução da tensão)
5.A fase de situação final ( estabelecimento de novo estado
de equilíbrio)
14. 3- Estruturas léxico-sintáticas predominantes
- Tempo passado (função sociocomunicativa)
“Se o imperfeito não implica “limites” quanto ao
processo mencionado pelo verbo, já o passado
perfeito tem a tendência a delimitá-lo, encerrá-lo. O
passado perfeito é, pois, frequentemente
empregado para os acontecimentos principais da
história, aqueles que fazem a ação progredir,
aqueles aos quais cumpre esclarecê-la. Para retomar
os termos de Harald Weinrich (Le Temps, 1973), os
verbos no passado perfeito constituem de algum
modo o primeiro plano, o “esqueleto” da ação.”
(REUTER, 2006. p.93)
15. Orientações para transposição didática (CBC)
1- Pré-leitura/Pré -compreensão oral (antes)
2- Compreensão Geral (durante)
3- Compreensão de Pontos Principais (durante)
4- Compreensão Detalhada (durante)
5- Pós-leitura/Pós-compreensão oral (depois)
16. Sugestão de Atividades
1- PRÉ-LEITURA
- O Príncipe Feliz presentation video
- Warm Up presentation
- Words repetition
- About The Author
- Biography Activities
18. Orientações para transposição didática (CBC)
3- COMPREENSÃO DE PONTOS PRINCIPAIS
-Comprehension Part I
-Comprehension Part II
- Summary of the tale
19. Orientações para transposição didática (CBC)
4- COMPREENSÃO DETALHADA
- Comprehension part II
- Word Genius play
- Video listening
- Character worksheet
- Listening comprehension
21. Referências
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um
interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado, Péricles Cunha. São
Paulo: EDUC, 2003.
CRISTOVÂO, Vera Lúcia Lopes. Sequências Didáticas para o Ensino de Língua. In:
DIAS, Reinildes. CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes. (orgs).O livro didático de Língua
Estrangeira: Múltiplas Perspectivas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In:
DIONÍSIO, Ângela P.; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, M. Auxiliadora (orgs.).
Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de gêneros e Compreensão.
2ª Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.