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Tecnologia em Gestão de Turismo

Técnicas de Cerimonial e
Protocolo
Primeira parte:
Fundamentos e história do Cerimonial
Cerimonial Público
Questões de concurso

Profa. Rafaela Malerba

São Paulo
Agosto – 2010
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

1

Conteúdo
1
2
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4
5

6

7

Conceitos básicos .............................................................................................................................................. 3
Cerimonial formal e informal ................................................................................................................. 4
Importância e finalidade do cerimonial............................................................................................................. 5
3.1
O porquê da existência do Cerimonial e Protocolo ................................................................................... 7
Resgate histórico do cerimonial ........................................................................................................................ 7
Atuação profissional em cerimonial ................................................................................................................ 10
5.1
Atuação do Chefe de cerimonial ............................................................................................................. 10
5.2
Atuação e responsabilidades do Mestre de Cerimônias ......................................................................... 11
5.3
Quem é o Diretor de Protocolo? ............................................................................................................. 12
5.4
Quem é o cerimonialista? ........................................................................................................................ 12
5.5
Outros profissionais ................................................................................................................................. 14
5.6
Texto complementar: Sobre o papel do mestre de cerimônias .............................................................. 15
Planejamento e execução de cerimonial......................................................................................................... 16
6.1
Auxílios materiais..................................................................................................................................... 16
6.1.1
Roteiro ............................................................................................................................................. 16
6.1.2
Script ................................................................................................................................................ 16
6.1.3
Fichas de protocolo ......................................................................................................................... 17
6.1.4
Cartões de Protocolo e Prismas ....................................................................................................... 17
6.1.5
Relações ........................................................................................................................................... 17
6.1.6
Resumindo: auxílios materiais ......................................................................................................... 18
6.2
Recursos técnicos: equipamentos ........................................................................................................... 18
6.3
Planejamento do evento ......................................................................................................................... 19
6.3.1
Pré-qualificação do evento .............................................................................................................. 19
6.3.2
Adequação protocolar ..................................................................................................................... 20
6.3.3
Planificação e providências conforme a adequação protocolar: .................................................... 20
Normas do cerimonial público ........................................................................................................................ 20
7.1
Precedências ............................................................................................................................................ 20
7.1.1
Princípios ......................................................................................................................................... 21
7.1.2
Aplicação em situações especiais .................................................................................................... 21
7.1.3
Precedência no Poder Judiciário dos Estados e Municípios ............................................................ 21
7.1.4
Precedência entre secretários de estado (federal) ......................................................................... 21
7.1.5
Precedência entre ministros de estado ........................................................................................... 22
7.1.6
Precedência entre os governadores dos estados brasileiros .......................................................... 22
7.1.7
Precedência do corpo consular ....................................................................................................... 22
7.1.8
Igreja ................................................................................................................................................ 23
7.1.9
Universidades .................................................................................................................................. 23
7.1.10 Forças armadas ................................................................................................................................ 23
7.1.11 Âmbito privado ................................................................................................................................ 24
7.2
Pontos chave do Decreto N. 70.274, de 9 de março de 1972 .................................................................. 24
7.3
Organização de mesas diretoras (ou diretivas) ....................................................................................... 24
7.3.1
Mesas de plenário ........................................................................................................................... 25
7.3.2
Mesas em estilo linear (principalmente para o contexto corporativo) ........................................... 25
7.4
Símbolos nacionais – Lei n. 5.700, de 1º de setembro de 1971 ............................................................... 26
7.4.1
Selo Nacional ................................................................................................................................... 26
7.4.2
Armas Nacionais .............................................................................................................................. 27
7.4.3
Hino Nacional .................................................................................................................................. 27
7.4.4
Outros hinos .................................................................................................................................... 29
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

2

7.4.5
Bandeira nacional ............................................................................................................................ 30
7.4.6
Sobre os símbolos paulistas............................................................................................................. 32
7.5
Demais aspectos de Protocolo e Cerimonial............................................................................................ 33
7.5.1
Precedência em elevadores............................................................................................................. 33
7.5.2
Precedência em automóveis ........................................................................................................... 33
7.5.3
Ordem dos discursos ....................................................................................................................... 33
7.5.4
Apresentações ................................................................................................................................. 33
7.5.5
Vocativo e formas de tratamento ................................................................................................... 33
7.5.6
Convites ........................................................................................................................................... 35
8 Atividades ........................................................................................................................................................ 36
8.1
Anexos – modelos de roteiros para abertura de eventos acadêmicos ................................................... 42
8.1.1
PUCCAMP - Palestra ........................................................................................................................ 42
8.1.2
Unesp – Abertura de eventos Científicos, artísticos e culturais. ..................................................... 43
8.1.3
Ana Velloso – Abertura de Congresso de Iniciação Científica ......................................................... 45
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

1

3

Conceitos básicos

“Cerimonial e Protocolo regem as relações e a civilidade entre as autoridades constituídas nos âmbitos
jurídico, militar, eclesiástico, diplomático, universitário, privado e em todas as instâncias do Poder Público.
No Brasil são basicamente condutas norteadas por leis municipais, estaduais e federais que resguardam
características culturais sob normas internacionais; sem esquecer, contudo, que enquanto linguagem são
passíveis de transformação e atualização.”1
Alguns conceitos são necessários para o início de nossos estudos.




Cerimonial: Corresponde à aplicação prática do protocolo. É o conjunto de formalidades aplicadas
em atos solenes e festas públicas (cerimônias).



Etiqueta: “conjunto de normas de comportamento social, profissional e familiar, que retrata a
sociedade em cada época distinta.” (LUKOWER, 2009, p.11) “A etiqueta é um fenômeno de cultura
popular. Os ingredientes da etiqueta são a cordialidade e a hospitalidade. Aí reside o Turismo de
Eventos. Destes dois elementos derivam os padrões e leis de etiqueta como a precedência do
hóspede sobre os anfitriões, as formulas de cortesia que exaltam os valores da amizade fraterna, da
boa sorte, da generosidade, da felicidade e da prosperidade. A etiqueta é muito mais ampla que o
protocolo e o cerimonial.



1

Protocolo: “conjunto de normas jurídicas, regras de comportamentos, costumes e ritos de uma
sociedade em um dado momento histórico, geralmente utilizadas nos três níveis de governo (federal,
estadual e municipal).”2 É o conjunto de formalidades que se devem seguir num ato solene ou festa
pública.

Quebra de protocolo: descumprimento do protocolo. “Em alguns casos, o abandono ou relaxamento
do cerimonial e protocolo que gera a ‘quebra de protocolo’ é, muitas vezes, um desejo de agradar,
de se fazer simpático ou ainda da própria maneira, geralmente humana, de se portar frente a outro
ser humano. Sempre consciente por parte de quem faz a ação.
Exemplo clássico: o Vaticano, que é provavelmente a mais antiga corte da Europa, é justamente
afamado pelo refinamento e observância do seu rígido protocolo. Por tal razão, é o exemplo mais
clássico e mais citado como quebra de protocolo. Quando a Sra. John Kennedy estava para visitar o
Vaticano, o Papa João XXIII, humanístico e social, foi informado pelo cerimonial da maneira pela qual
deveria saudá-la. Foi lhe dada à escolha de Srª. Presidente, Madame, ou Srª. Kennedy. Ao vê-la, o
Papa abriu levemente os braços e exclamou com satisfação humana: ‘Oh! Jaqueline!’
Exemplo humanístico: A Princesa Diana, humanismo era a sua característica daí tantas vezes rompeu
o protocolo estabelecido e abraçou crianças aidéticas na África, pacientes enfermos nos hospitais e
interrompeu cortejo pelas ruas para cumprimentar pessoas.
Mais recentemente registrou-se uma quebra de protocolo no encontro da Primeira Dama dos
Estados Unidos Michelle Obama com a Rainha Elizabeth II da Inglaterra. A princípio não se toca
3
fisicamente na realeza, mas a Sra. Obama abraçou a rainha inglesa!”

CERIMONIAL e protocolo para eventos – apostila do aluno. Rio de Janeiro: Fundação Universa / Ministério do Turismo, 2010. P. 5.
LUKOWER, Ana. Cerimonial e Protocolo. São Paulo: Contexto, 2009.
3
Ibidem. P. 10-11.
2
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

Texto complementar: Abraço de Michelle Obama na rainha
é 'sinal dos tempos'

Ao passar o braço pelas costas da rainha Elizabeth II, da
Grã-Bretanha, na semana passada, a primeira-dama
americana, Michelle Obama, se tornou protagonista de
uma suposta gafe que correu o mundo. Sim, suposta gafe.
Na avaliação de uma especialista no assunto, Eliane
Ubillús - vice-presidente do Comitê Nacional do
Cerimonial Público (CNCP) e da Organização
Internacional de Cerimonial e Protocolo (OICP), entidades
que representam os profissionais da área de cerimonial -,
o abraço não configurou quebra de protocolo ou sinal de
despreparo da primeira-dama em relação à etiqueta da
diplomacia. Foi, isso sim, uma consciente flexibilização
das regras cerimoniais.
Para
a
especialista,
Michelle
mostrou
personalidade, com uma atitude que evidencia a
modernização do protocolo público, cada vez menos
rígido. "É um sinal dos tempos", comenta Ubillús. Já a
delicada retribuição por parte da rainha indicaria que ela
compreendeu e apreciou o gesto, e também que deseja
estreitar relações com os Estados Unidos. Outro exemplo
de gesto com subtexto é o efusivo cumprimento que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do colega
americano, Barack Obama, no encontro do G-20. "Obama
está querendo se fazer amigo e acalmar o Lula, que vem
batendo forte nos países ricos." Leia a seguir a entrevista
com a especialista.

4

VEJA.com - A mídia fez barulho por causa do abraço que
a primeira-dama americana, Michelle Obama, deu na
rainha Elizabeth. A rainha é intocável?
Eliane - No protocolo rígido britânico, a rainha não pode
ser tocada. O contato físico tem que partir dela, e são
raríssimas as vezes em que a rainha estende a mão a
alguém. Creio que haja duas interpretações possíveis
sobre o abraço dado por Michelle Obama. Uma é que a
primeira-dama americana desconhecesse o protocolo, o
que é difícil. Duvido que ela não tenha sido preparada
para o encontro em Londres. Outra possibilidade, que eu
considero a mais provável, é que ela tenha usado do
abraço como uma forma de comunicação, uma maneira
de dizer à rainha quem ela é e de onde vem. Michelle é
dos Estados Unidos, uma nação com outros hábitos, ela
não é súdita da monarquia britânica. Deve ter sido pela
mesma razão que ela não flexionou os joelhos diante da
rainha.
VEJA.com - Mas, afinal, houve quebra de protocolo no
gesto de Michelle Obama?
Eliane - Não. Nesse sentido que proponho, o gesto de
Michelle não deve ser entendido como uma quebra, mas
sim como uma flexibilização do protocolo. O abraço dado
por ela é o sinal dos tempos, que pedem costumes mais
gentis e suaves, mais humanos. O cerimonial está
mudando, os chefes de estado estão se despindo das
regras engessadas e mostrando mais a sua cara. A rainha
parece ter entendido e aceitado a atitude da primeiradama americana. O fato de ela ter levado a mão à cintura
de Michelle, em retribuição ao abraço, foi uma resposta
delicada, que em sua linguagem cênica disse: 'Vamos
buscar proximidade, nossos países podem ter uma
relação mais estreita'. Além disso, a rainha também pode
ter procurado mostrar que não é racista.
VEJA.com - Já o primeiro-ministro da Itália, Silvio
Berlusconi, parece ter descontentado a rainha Elizabeth
ao cumprimentar, em voz alta, o colega Obama após a foto
do tipo álbum de família dos chefes de estado.
Eliane - Em encontros de chefes de estado como o da
cúpula do G-20, na semana passada, não se pode falar
alto. Não se pode chamar a atenção. É uma questão de
respeito à soberania dos estados, regulamentada já em
1815 pela Convenção de Viena: nenhum país é maior que
os outros, todos são soberanos, todos são iguais. A rainha
certamente não gostou da postura do Berlusconi, que foi
desrespeitosa. O Berlusconi tem dado demonstrações de
péssima postura, talvez faça isso para chamar atenção.

MAIA, Maria Carolina. Veja.com Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/abraco-michelle-obama-rainha-sinaltempos-modernos-diz-especialista>. Acesso em: 20 jul. 2010.

2 Cerimonial formal e informal4
Enquanto o cerimonial formal é uma organização do ritual baseada principalmente em leis – que podem
ser de um país, como acontece no Brasil com a lei que rege nosso cerimonial formal, o decreto . 70.274 de 9 de
março de 1972 – de um clube, ou de uma empresa – o Cerimonial informal não possui legislação específica
escrita, mas se baseia em uma sequência de rituais implícitos em um evento informal, como por exemplo em
uma festa de casamento, onde o brinde simbólico dos noivos e a partilha do bolo antecedem a valsa, que
4

Texto extraído de: LUKOWER, Ana. Cerimonial e protocolo. São Paulo: Contexto, 2009. P.12-13.
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5

começa somente com os noivos dançando, seguido dos pais, padrinhos e, por fim, dos convidados. Não há uma
lei especificando esta sequência, porém a tradição rege este tipo de cerimonial, que quando é omitido ou
mudado causa espanto por fazer o evento perder sua referência.
Como consequência, muitas tradições são consagradas pelo uso e transforma-se em leis. Na verdade,
ambas modalidades estão tão misturadas, que suas origens se confundem.
Podemos utilizar a base do Protocolo formal, ou seja, a legislação, para eventos não oficiais, mas que
possuem certa formalidade. É o que ocorre com a questão da precedência: se uma empresa possui um
presidente, um vice-presidente, alguns diretores e gerentes, podemos perfeitamente adaptar a Ordem Geral de
Precedências para a formação de uma mesa de plenário destes participantes, ordem de discursos ou outras
etapas do evento. Logo, o presidente da empresa, ou seu vice-presidente, sempre presidirá as solenidades do
evento.

3 Importância e finalidade do cerimonial5
Para dizer da importância do cerimonial é preciso que antes saibamos o que vem a ser cerimonial. Não é
coisa simples. Existem dezenas de definições e todas com profundas diferenças. Praticamente, todas
particularizam um aspecto do convívio humano. Foi justamente em torno da amplitude do convívio do homem
que propusemos uma conceituação para o cerimonial. Desejávamos, para levar ao IV Congresso Internacional
de Protocolo uma definição abrangente. Assim definimos:
Cerimonial é a atividade do homem singular ou do homem plural para criar ou aumentar seu espaço psico
emocional e sócio cultural e/ou para comunicar ao outro ou outros do respeito por aquele espaço que lhe
corresponde, dentro de um contexto motivacional.

Essa foi a definição que levamos ao IV Congresso realizado em Palma de Mallorca em Novembro de
2002. É assim que entendemos CERIMONIAL. Será dentro dessa linha que procuraremos dizer aos presentes
como consideramos o CERIMONIAL IMPORTANTE PARA OS HOMENS.
A importância de algo, entendemos, está sempre em função do tempo e do espaço. O que é importante
hoje, pode não o ter sido no passado ou vice versa e ainda poderá ter importância distinta no futuro. O que é
importante aqui entre nós pode não o ser ali mais adiante entre outros.
Já vimos pela definição apresentada que o cerimonial é a maneira que o homem tem para conviver.
Tanto através do tempo, assim como em qualquer espaço do universo, o homem sempre conviveu e convive.
Levemos nossa imaginação ao tempo em que o homem habitava as cavernas. Certamente estavam em
grupos por razão de sobrevivência. Eram todos seres humanos, como motivações certamente as mesmas.
Deveriam provavelmente disputar o alimento. Os homens, provavelmente, disputavam a mesma mulher.
De ali estavam, entretanto, para sobreviver, não houvesse respeito de um pelo outro, dificilmente
sobreviveriam a uma provável carnificina.
A forma de evitar tal coisa se encontra no respeito entre aqueles que estão agregados. Entretanto, o
respeito decorre sempre de algo, e assim entre o homem da caverna, esse respeito certamente decorria da
força. E isso deveria ser provado e mesmo demonstrado.
Estava aí uma das principais raízes da comunicação. Mais tarde, o homem criaria para essa
comunicação, recursos para que viesse cada vez mais a se tornar efetiva.
Comunicar ao outro, na caverna, a sua força, nada mais era que dizer ao outro ou outros, qual o ser
“espaço” e o respeito decorrente constituía o “feed-back”, tão importante nos processo de comunicação. A
união do homem com outro ou outros homens foi se processando das formas mais diversas. Valores outros, que
não a força, forma agregados a essa convivência.
Não havia mais somente a caça, a mulher, o resultado da apanha de frutos. Com o surgimento de novos
valores e mesmo somados dos que citamos se introduziu o processo de troca. [...]

5

Texto extraído de: SPEERS, Nelson. Importância do cerimonial. Disponível em: <http://www.cncp.org.br/index.htm?conteudo=noticias&id=78>. Acesso
em: 6 ago. 2010.
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6

O processo cerimonial de respeito recíproco, passa cada vez mais, a depender dos sistemas de
comunicação. Os espaços se modificavam em razão de novos valores. A comunicação originalmente por gestos e
sons guturais se transformam em sistemas de comunicação. Tudo isso estava envolvido no convívio. Convívio
que sempre implicava hábitos, normas, por conseguinte o cerimonial. [...]
O homem freqüentemente considera um sistema de comunicação insuficiente para dizer do seu espaço
e o do outro. Recorre a vários. Coloca-os em seqüência ou simultâneo e aí começam a surgir os ritos, as
cerimônias específicas. Isso é inerente ao homem, a criatura humana.
As comunicações dirigidas ao interlocutor para dizer de seu “espaço” diferem na quantidade e na forma,
de cultura para cultura. [...]
Uma característica, distinta da cultura de hoje, é aquela que encontramos inserida no I-LI, livro do
cerimonial da Velha China, escrito com inspiração nos pensamentos de Confúcio, traduzido pelo chinólogo John
Greece e publicado em 1917 no VIII volume do “Probsthain’s oriental series” com o título “The I-Li on Book of
etiquette or cerimonial”, salientando o valor e importância da modéstia e humildade. Estes dois sentimentos,
embora não desconhecidos pelo homem de hoje, tem presença na atual cultura de forma bem distinta, mas
ainda é o caminho para um convívio saudável.
Na contra partida, o autoengrandecimento do homem em uma sociedade encontra na civilização egípcia
um exemplo de destaque que é o do Faraó, que se fazia respeitar como divindade e poder terreno.
Igual tendência vamos encontrar mais tarde no império Otomano onde o “kow tow” (prosternação)
perante o Sultão era imprescindível. No mesmo sentido da auto valorização encontramos ainda para
exemplificar, entre os Duques de Borgonha, que no auge do poderio e da riqueza, não tendo linhagem real,
recorriam a referida auto valorização, com rituais e hábitos pomposos para se situarem no contexto.
Nesses dois últimos exemplos, a importância do cerimonial se faz presente como sendo de uma
importância negativa, a ponto de ao chegar a corte dos Luízes da França passar a ser usado como instrumento
para segregação social.
O que acabamos de nos referir, se enquadra perfeitamente na lei social: “o que para uma tendência
social num sentido sempre haverá outra tendência em sentido diametralmente oposta”. Uma passagem pela
história do cerimonial comprova plenamente essa afirmação.
É importante que esclareçamos que, o convívio do homem não se transformou, não evoluiu por igual no
tempo e no espaço. Ainda hoje a antropologia política nos indica nos mais diversos lugares, sociedades as mais
distintas, entre as quais ainda podemos encontrar formas bem primitivas de estruturas, mas todas sempre, com
normas de convívio, com o cerimonial como suporte.
As formas de comunicação de que se vale o homem não são exclusivas de uma mesma cultura e muito
menos o são de uma mesma atividade. Neste sentido ele, o cerimonial, está nos poderes de um Estado, no
relacionamento desses Estados, no esporte, na religião, na universidade, no convívio das múltiplas instituições e
sociedades que os homens se agrupam. [...]
Nesses cerimoniais, a sequência também é informação. A sequência e a diversidade de informações se
incorporam em rituais distintos, muitas vezes correspondentes a uma mesma área. A universidade é uma dessas
áreas.
Estamos, com o que informamos até esta altura, dando cumprimento ao nosso propósito de dizer o
quanto é o cerimonial importante para o homem. Ele é, o elemento que viabiliza o homem se aglutinar em
grupos, sem dúvida, os mais distintos.
Os pensamentos de Taylor e Fayol sobre os princípios da racionalização do homem em que procuram
todos, obter o máximo em decorrência de seus esforços no trabalho.
Esse agrupamento de homens para o trabalho, permitiu constatar-se logo que o rendimento era
superior, em um ambiente de recíproco respeito e compreensão, dando a cada grupo, aquilo que
verdadeiramente constituía sua expectativa.
Para atingir esses resultados satisfatórios, surgiram medidas e providências adequadas e metodizadas
pertinentes a uma atividade chamada “Relações Públicas”.
Salientamos entretanto que aqueles a quem cabe transmitir essas normas, medidas e providências
válidas para RR.PP., não tomaram, a meu ver, plena consciência de que para chegar as mesmas, há necessidade
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7

de haver primeiramente o respeito pelo “espaço” do outro, do público e seus componentes, dando
simultaneamente informes sobre o “espaço” de quem a eles se dirige. A isso, podemos entender como
CERIMONIAL, que a definição que apresentamos torna-o suficientemente abrangente para as situações que
vimos nos referindo.
Como podemos concluir, cerimonial permite que haja um respeito recíproco dos “espaços”
psicoemocionais e socioculturais, entre aqueles que convivem. Não há, entretanto, a preocupação aqui, de que
o relacionamento seja somente com grupos ou públicos como em RR.PP. E uma atividade mais ampla, portanto
válida para RR.PP., dentro do princípio de que quem pode o mais pode o menos.
Insistimos, no entanto, que sem essa atividade do cerimonial, RR.PP. praticamente jamais chegará ao
âmago das reais expectativas dos públicos ou grupos envolvidos. Essa é uma das facetas da máxima importância
do cerimonial.
Estando o cerimonial inerente a todo convívio do homem, certamente ele está envolvido na atividade
econômica da “globalização”. Em decorrência, o homem dentro dessa circunstância da globalização, terá que
viver certamente em mais de uma cultura.
Os meios de comunicação, incluindo os transportes e a Internet, tornam intenso o ritmo dessa
convivência, resultando em uma necessidade cada vez maior de informações. Quem as necessita, será
provavelmente, um “Executivo”. Ele usará essas informações, em espaços os mais diversos e sempre cuidará
para verificar se o tempo não a defasou.

3.1 O porquê da existência do Cerimonial e Protocolo6
Existe para determinar os procedimentos e evitar embaraços.
Para exemplificar podemos citar uma audiência, onde sempre há um juiz, sentado no centro da sala de
audiência, por ser o representante do Estado e cumprir o papel de mediador, além de advogado de defesa e da
promotoria. Todos usam becas, porém as becas não podem ser iguais; o promotor usará uma beca de estilo
germânico e os demais advogados, uma beca estilo francês.
Todo este procedimento faz parte do protocolo do direito e a prática deste protocolo é o cerimonial que
ocorre nas audiências. A lógica deste processo está na facilitação do entendimento para qualquer pessoa que
conheça o cerimonial e na distinção das funções dos profissionais em questão.

4 Resgate histórico do cerimonial7
No relato dos acontecimentos históricos, o cerimonial surge nos rituais da Idade Média, “cujas epopéias –
ciclo do rei Artur e ciclo de Carlos Magno – regem-se pelo código de cavalaria, satirizado por Cervantes no Dom
Quixote e, enfim, nos Lusíadas de Camões que propõem uma síntese cristã-pagã para os portugueses”.(Lins,
2002, p. 20).
Na tentativa de justificar a falta de livros que relatam os ritos, Lins apresenta uma definição de cerimonial:
[...] como o cerimonial é um conjunto de símbolos e de práticas rituais que acompanham o desenrolar dos
fatos presentes com alusões aos fatos antigos lendários, míticos e históricos retratados nas bandeiras,
trajes, uniformes, condecorações e títulos, ele não tem o rigor de um relato histórico. Isso explica porque
(sic) poucos historiadores relataram as cerimônias. (2002, p. 85)

Essa ausência de registro não impediu que o autor fizesse um resgate na antiguidade, mostrando como
as romarias e as peregrinações tinham uma estrutura de grandes eventos e mobilizavam toda a população.
Como esses momentos históricos, há uma continuidade de ritos similares nos dias de hoje: “os grandes féretros
como o cortejo fúnebre de Alexandre, modernamente o de Lenine, Perón, Diana” (Lins, 2002, p. 87). Também os
rituais de coroação, o de Napoleão e as Olimpíadas gregas, marcam a origem dos eventos esportivos
atualmente, como os campeonatos mundiais de futebol.

6

Texto extraído de LUKOWER, Ana. Cerimonial e protocolo. São Paulo: Contexto, 2009. P.11-12.

7

Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação
(Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
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8

Muitas civilizações antigas tiveram no comando sacerdotes, juízes e reis. Para Lins, isso justifica o atual
cerimonial das igrejas tradicionais e dos tribunais com sinais majestáticos como o púlpito usado por um líder
religioso, em um palco, o que o mantém certa distância do público, também a posição elevada do juiz, protegido
por uma grade. As batalhas e a guerra entre tribos e nações resgatam a tradição das cerimônias do exército e da
marinha, fixados, segundo o embaixador, nos uniformes e adereços, como medalhas e insígnias, por exemplo.
A herança para o cerimonial está em alguns componentes: o símbolo do governante e da autoridade; a
hierarquia e a ordem de precedência; o cerimonial de poder e de corte com cortejo; as regras do ritual de
hospedagem, assim como a linguagem de saudação, de amizade, de orações e de discurso. O cerimonial tornase um instrumento de globalização imperial do qual descende o cerimonial diplomático em sua versão moderna
e os grandes eventos. (2002, p. 88-89).
O cerimonial ocidental se estruturou, porém, na Idade Média, quando tanto os códigos de cavalaria
como os rituais de corte e dos soberanos ganharam expressão numa linguagem que já existia mas só então se
tornou universal. A heráldica com seus escudos e brasões constituía um sistema jurídico e político pelo qual se
provavam ou comprovavam os direitos de sucessão e herança.
Na época do Renascimento, o cerimonial ocidental sofreu grandes transformações e apresentou a sua
transição para o mundo moderno. Dos castelos surgiram os palácios urbanos cercados por cidades que
abrigavam uma nova classe social: a burguesia. “Enriquecendo com o comércio, a nova nobreza transformou os
palácios em centro de ocupação de artesãos e artistas, escritores, poetas e músicos. A arte suplantou a
monotonia da história” (Lins, 2002, p. 91).
A evolução do cerimonial retrata as mudanças sociais e o comportamento dos cidadãos. Essa associação
entre poder e riqueza pode ser observada ainda nos dias de hoje. Há pouco tempo, em São Paulo, a sede do
Poder Executivo Municipal estava instalado em um prédio nada convencional à modernidade da cidade. Mais
parecia um antigo palácio bem no centro da metrópole. A proximidade com autoridades ainda mantém o
cerimonial mais presente nas esferas federal, estadual e municipal dos poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário. [...]
O cerimonial é rito?
Os primeiros registros do cerimonial datam de épocas proto-históricas, há 40 mil anos. Alguns
antropólogos interpretam as pinturas rupestres do paleolítico, na região de Altamira e Morella de la Vella, na
Espanha, como cenas de celebração: caçadas, visitas de chefes de tribos vizinhas, reuniões do clã para celebrar
efemérides, cenas de batalha. Nessas imagens, constata-se o resgate de quatro cerimoniais rituais: de corte,
festas, religião e do poder bélico do soberano (Lins, 2002, p. 19).
A palavra cerimonial sempre esteve associada à palavra ritual, até mesmo nos dicionários de língua.
Recuperando a perspectiva da Antropologia é possível buscar o elo entre esses dois termos. Mais do que um
vínculo entre cerimonial e ritual, a etnóloga francesa Martine Segalen (2002), discute essa relação na obra Ritos
e Rituais Contemporâneos. A discussão tem início colocando uma importante questão: “rito, ritual, cerimônia,
festa: qual o conteúdo semântico?” Sua investigação parte dos estudos lingüísticos de Benveniste:
Segundo o lingüista Émile Benveniste, a palavra ‘rito’ teria vindo de ritus, que significa ‘ordem prescrita’, termo
associado a formas gregas tais como artus ‘ordenação’, ararisko ‘harmonizar’, ‘adaptar’ e arthmos, que evoca o
‘laço’, a ‘junção’. Junto com a raiz ar que deriva do indo-europeu védico (rta, arta), a etimologia remete essa
análise à ordem do cosmo, à ordem das relações entre os deuses e os homens, à ordem dos homens entre si.
(2002, p. 17)
Na própria etimologia da palavra “ritual”, assim como na de cerimonial, há uma relação entre a
organização dos homens entre si. Ainda que o uso das palavras “rito”, “ritual”, “cerimônia”, “cerimonial” e
“solenidade” apareçam indistintamente, segundo a autora, as origens encaminham-se aos ritos cívicos solenes,
de origem profana. Como o ritual marcou a atividade humana, o cerimonial dominou (e marca até hoje) as
atividades que envolvem esses rituais. Nesta dissertação os termos cerimônia e solenidade são usados como
sinônimos. [...]
Além da configuração espaço-temporal, o rito se caracteriza por uma série de objetos codificados que
representam os bens comuns de um grupo social, usados como um sistema de linguagens e comportamentos
próprios. Nessa perspectiva, o ritual faz sentido para os que dele participam, marcam épocas e representam
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determinadas escolhas e tempos sociais. “O ritual *...+ ordena a desordem, atribui sentido ao acidental e ao
incompreensível, confere aos atores sociais os meios para dominar o mal, o tempo e as relações sociais”
(Segalen, 2002, p. 31-32)
Nota-se que o vínculo entre o ritual e o cerimonial é significativo para compreender o cerimonial. Essa
atividade também organiza o que não está organizado, atribuindo sentido e estabelecendo atores sociais para
legitimar essa “arrumação”. O mestre de cerimônias é um desses atores. Os ritos são caracterizados por atos
simbólicos manifestados por emblemas materiais e corporais, como o uso de um brasão, a insígnia institucional,
distintivos de associações, sociedades, trajes e objetos específicos, qualquer alusão simbólica que faça com que
o indivíduo se diferencie dos demais.
Enquanto conjuntos fortemente institucionalizados ou efervescentes, os ritos devem ser considerados
sempre como um conjunto de condutas individuais ou coletivas relativamente codificadas, com suporte corporal
(verbal, gestual e de postura), caráter repetitivo e forte carga simbólica para atores e testemunhas. (Segalen,
2002, p. 32)
O rito precisa ser reconhecido, validado. Seu caráter repetitivo, porém, não pode representar sozinho
esse reconhecimento. Almoçar não é um rito somente porque é feito todos os dias. Há rito quando ele
acompanha as modificações dos grupos sociais, organiza as relações entre os homens, evidencia condutas e
simboliza ações, hábitos e costumes. Para ser eficaz, o rito depende de “uma validade global do cerimonial,
inseparável de uma liceidade reconhecida por todos” (Segalen, 2002, p. 33).
A presença do cerimonial no Brasil
Desde o descobrimento do Brasil, em 1.500, pode-se dizer metaforicamente que o cerimonial está
presente. Logo que os portugueses chegaram, eles procuraram estabelecer regras de convívio social, com a
finalidade de marcar historicamente sua presença e assegurar a posse para a coroa [...].
Há três períodos do cerimonial brasileiro: a Colônia, a Corte e a República. Na
Colônia, o cerimonial obedecia aos costumes da metrópole portuguesa e ao seu cerimonial profundamente
enraizado nas estruturas sociais em harmonia com os ritos e liturgias católicos. O grande cerimonial da corte foi
trazido por Dom João VI que criou as primeiras instituições de ensino superior e militar. Daí ser chamado de “o
iniciador dos cerimoniais”, hoje os chamados cerimonial universitário e militar.
As cortes da época tinham como padrão o cerimonial de Versailles com variações e tradições locais,
porém a língua oficia das cortes era o francês que assim permaneceu durante todo o império, marcando a
cultura carioca onde o francês era usado no comércio de mais alto nível e nos chás das senhoras (Lins, 2002, p.
95)
Quando a República dissolveu a Corte e elevou ao poder personalidades de formação militar ou
políticos, provocou-se um vazio no cerimonial nacional, mas uma instituição permaneceu intocada: o Ministério
dos Negócios Estrangeiros, o Itamaraty. “O fato de tê-lo chefiado por muitos anos um monarquista e barão do
império, garantiu a continuidade de rigorosas práticas protocolares” (Lins, 2002, p. 95-96) que, desde o império
e por gosto do próprio imperador, vinham sofrendo modificações do protocolo britânico.
As correntes francesa e inglesa continuam presentes no cerimonial brasileiro
e, segundo o embaixador, as influências monárquicas são identificadas em vários eventos tradicionais do país,
como no folclore maracatu e no carnaval em que as fantasias, adereços, coreografias, gestos e símbolos evocam
as cortes e as deferências do cortesão nas figuras do mestre-sala e da porta-bandeira.(2002, p. 96).
No Brasil, o termo cerimonial foi consagrado pelo Decreto 70.274, de 9 de março de 1972, que aprovou
as “Normas do Cerimonial Público e Ordem Geral de Precedência”, a legislação que rege a prática dessa
atividade no país. Com o crescimento das solenidades, o cerimonial avançou e existe hoje em diversos
segmentos: público, privado (empresarial, institucional), militar, diplomático, esportivo, universitário
(instituições de ensino) e religioso.
É o cerimonial, entretanto, quem atribui a cada indivíduo ou instituição seus símbolos de poder, distribui
as funções e cargos em níveis e dispõe as regras de precedência, além de fazer a análise e a crítica dos preceitos,
modismos, costumes, maneiras, hábitos, crenças, mitos, tabus, ideologias e utopias em cada nível social e
político. (Lins, 2002, p. 62-63)
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10

Quando estabelece diferenças entre classes e grupos, como a autoridade que está na mesa de honra e o
público que está no local determinado, o cerimonial, segundo Estellita Lins, atribui à classe dominante ou
governante o papel modelar e a seus membros os papéis individuais de protagonistas da história, assim como as
instituições, que são distinguidas entre aquelas que dominam o cenário e às demais concede papéis secundários
nos atos e eventos (2002, p. 62-63).
Para que uma cerimônia seja considerada oficial, ou seja, um conjunto de ritos reconhecido por uma
instituição, são necessárias algumas condições: a celebração de um ato oficial ritualizado, o caráter solene da
celebração e a participação direta de autoridades com o estabelecimento e posicionamento de uma hierarquia
que expressa e representa significados sociais e políticos de autoridade e poder. Para Lins, cada uma das três
condições tem um caráter normativo, materializado em leis, regras, tradições, hábitos rotineiros,
recomendações, conselhos e regulamentos “que regem e conduzem a organização de cada etapa da execução
cerimonialística. Onde faltar uma daquelas três condições básicas, não haverá cerimonial público oficial” (2002,
p. 167)
Para que um ritual seja reconhecido como tal, aspectos prescritivos como o convite ou mesmo o roteiro
com os itens da cerimônia e as tradições devem ser consideradas e utilizadas. Nada que possa desconsiderar
hábitos e costumes de um determinado grupo social ou mesmo da sociedade de uma maneira geral deve ser
tratado como cerimonial. O respeito pela história é elemento que constitui a atividade e não deve ser
esquecido8.

5 Atuação profissional em cerimonial9
As diversas instituições públicas e privadas que utilizam um departamento de cerimonial em sua
estrutura nomeiam um profissional para chefiar as atividades. É comum que esse chefe seja alguém de
confiança, que tenha desempenhado funções em momentos anteriores à posse.
No caso da política, por exemplo, como uma das estratégias para vencer as eleições, os candidatos mantêm
pessoas que cuidam dos eventos de campanha, que anunciam os pronunciamentos, elaboram roteiros de visitas
e agenda. Com a vitória, algumas dessas pessoas assumem a função de chefe do cerimonial,departamento
existente na maioria das instâncias representativas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
O cerimonial também merece destaque no Exército e na Marinha, que definiram regras próprias para
sua realização, e elegem integrantes responsáveis pelo cumprimento e divulgação das normas.
Muitas vezes, o chefe do cerimonial acumula uma outra função: a de mestre de cerimônias e, assim,
além de planejar, conduz a solenidade. Esse acúmulo de funções é discutido com freqüência entre os
profissionais que atuam na área.
Segundo dados levantados nas entrevistas realizadas para essa pesquisa, ser, ao mesmo tempo, o chefe
do cerimonial e o mestre de cerimônias pode ajudar ou atrapalhar as funções. Pode ajudar porque como chefe
ele já sabe tudo que vai acontecer e como foi organizada a solenidade. Pode atrapalhar porque o chefe do
cerimonial não deve ficar “preso” à tribuna, atuando como mestre de cerimônias num momento em que alguma
providência deva ser tomada ou em que a autoridade possa necessitar de orientações.

5.1 Atuação do Chefe de cerimonial10
O chefe do cerimonial, profissional que tem o domínio da legislação e conhece as características de cada
área específica do cerimonial (público, empresarial, universitário, social etc.), é pessoa próxima da alta

8

Referências bibliográficas das citações do texto:
LINS, A. E. Etiqueta, Protocolo & Cerimonial. Brasília: Linha Gráfica Editora, 1991.
LINS, A. E. Evolução do Cerimonial Brasileiro – aulas e conferências. Recife: Comunigraf Editora, 2002.
SEGALEN, M. Ritos e rituais contemporâneos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.
9
Texto organizado a partir de trechos da seguinte obra: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva
dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2007.
10
Ibidem.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

11

administração, o que lhe garante o conhecimento sobre o objetivo a ser atingido com a solenidade planejada
por ele.
Seguindo a tradição, as normas e o objetivo proposto, o chefe do cerimonial estabelece as atividades da
cerimônia, tais como a entrega de homenagens, a execução dos hinos e os pronunciamentos e define as
autoridades e personalidades convidadas.
Depois de definida a dinâmica do evento, o chefe do cerimonial elabora um roteiro com a ordem
seqüencial dos acontecimentos e elabora também o script com o texto a ser lido pelo mestre de cerimônias.
Chefe de cerimonial  Mestre de cerimônias11
O Mestre de Cerimônias não deve ser confundido com o Chefe do Cerimonial. E isso é o que vemos
sempre, resultando num acúmulo de funções para este último e comprometendo o sucesso do
empreendimento.
O Chefe do Cerimonial ou Coordenador de Eventos é responsável pelo planejamento, coordenação e
organização do evento, em todas as suas fases, além do protocolo de implantação com as precedências e
tratamentos de acordo com a legislação específica, planejando o roteiro da solenidade.
Neste momento, entra o Mestre de Cerimônias que, a partir desse roteiro, produzirá o script final, anunciando
as fases do evento.
É impossível para o Chefe do Cerimonial ser o Mestre de Cerimônias, pois o primeiro tem tantos
detalhes para verificar que necessitaria, volta e meia, sair da tribuna para resolver os percalços que acontecem
durante um evento. Esse corre-corre resultaria em uma ansiedade natural, comprometendo a fase mais bela do
evento: a sua implantação.

5.2 Atuação e responsabilidades do Mestre de Cerimônias12
Nascido em tempos remotos, a figura do Mestre de Cerimônias se confunde com a história do
cerimonial. Rituais, cerimônias faziam parte da rotina do homem primitivo. Temor ao desconhecido,
necessidade de acreditar em algo, solidão, disputa pelo poder, tudo se transformava em cerimônias de
adoração, de oferta.
Nobres à frente, súditos atrás, assessores ao lado, o anunciador dessas solenidades estava sempre em
destaque. Era o início da figura do Mestre de Cerimônias.
Encontramos sua presença entre os gregos, três mil anos a.C., anunciando as fases das reuniões que
aconteciam nos anfiteatros. Mil anos a.C., a China e o Japão utilizavam o Mestre de Cerimônias, para a narração
dos torneios de arco e flecha. Já nessa época, ele utilizava a força e ritmo da voz para destacar as equipes mais
importantes, calcado num conceito de poder e nobreza.
Na Roma antiga, ele surge na figura do chefe dos trombeteiros que, sobre seu cavalo, após o toque das
trombetas, anunciava a passagem do Imperador ou as medidas reais como aumento de taxas, maior submissão,
proibições e sanções.
Em nossa era, ele aparece na figura do arauto. Vestido de acordo com os costumes da época, anunciava
a entrada dos convidados em festas da nobreza batendo três vezes um bastão sobre um batente, produzindo
um som alto e seco.
Assim, foi se firmando a figura do Mestre de Cerimônias. Sempre em posição de destaque, iniciando e
conduzindo as fases de uma solenidade, hoje diríamos que é uma das pessoas mais importantes para a
implantação de um evento, pois a partir de sua presença "as coisas começam a acontecer".
Em hipótese nenhuma estamos desprezando os outros integrantes da organização de um evento - o
coordenador do cerimonial, as recepcionistas, os operadores de equipamentos específicos, tradutores,
manobristas, pessoal de serviços gerais. Cada um tem sua função específica na organização do evento.

11

Texto extraído de MEIRELLES, Gilda Fleury. Disponível em: < www.megabrasil.com.br>. Acesso em: 20 jul. 2010.
Texto extraído de MEIRELLES, Gilda Fleury. Disponível em: < www.megabrasil.com.br>. Acesso em: 20 jul. 2010.

12
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

12

Quem exerce a atividade de mestre de cerimônias?13
A atividade do mestre de cerimônias é exercida por profissionais de formações diversas – jornalista,
relações públicas, advogado – e não tem regulamentação. Assim como o cerimonial, essa atividade pode ser
desenvolvida por qualquer pessoa, ou seja, não é prerrogativa de determinada profissão.
Hoje em dia é possível encontrar profissionais que oferecem trabalhos diferenciados como mestre de
cerimônias. Por exemplo, o catálogo free shop serviços para eventos ofereceu, na edição 21, de outubro de
2005, três páginas com anúncios de mestres-de-cerimônias. São atores, apresentadores de televisão, jornalistas
e radialistas que atuam na condução de solenidades variadas.
Características exigidas do Mestre de cerimônias14
As características exigidas para um mestre de cerimônias, segundo Gilda Fleury Meirelles, são:
determinação, voz, postura corporal, aparência pessoal, conhecimento, naturalidade, inspiração, memória,
síntese e vocabulário. Para Meirelles, o mestre de cerimônias precisa atender às expectativas, “fazendo com que
a platéia reconheça seu trabalho, siga seu comando, entusiasme-se com suas palavras, chore com seu silêncio e
cresça com o acontecimento... sem sentir somente a sua presença” (2006, p. 5).
A professora ensina como o mestre de cerimônias deve reagir ao riso e a vaia do auditório: “deixe os
ouvintes rirem, e quando o riso diminuir, retome imediatamente”. O mesmo procedimento deve ser adotado
para a vaia, porém, “se a vaia recomeçar, a ordem é sair”, pois, segundo Meirelles, não haverá mais clima para
apresentação. (2006, p. 41)
As determinações mais reforçadas pela professora em seus cursos são as seguintes: o mestre de cerimônias não
pode aparecer mais do que evento, não pode falar o que ele quiser e não pode errar. [...]
O indivíduo que comanda uma solenidade, desempenhando a função de mestre de cerimônias (e não de
apresentador, onde até pode usar termos e comportamentos específicos de um personagem que representa na
novela, por exemplo) deve ser discreto. Ele conduz a solenidade, mas não pode fazer o que quiser durante sua
condução.
Os artistas que apresentam eventos solenes, oficiais ou informais, utilizam a popularidade adquirida em
peças teatrais e atrações televisivas para desempenhar tal função, muitas vezes desconhecendo as formalidades
e as regras específicas do cerimonial.

5.3 Quem é o Diretor de Protocolo?
Embora seja um termo pouco utilizado atualmente, alguns autores, como Jarbas Oliveira, citam também
o perfil do Diretor de Protocolo. Segundo Oliveira15, o Cerimonial refere-se à cerimônia propriamente dita, ao
passo que o Protocolo às normas que se estabelecem para a realização do cerimonial em determinada
instituição. Dessa forma, o protocolo seria estático, e o cerimonial dinâmico. Logo, o perfil para trabalho com
cada um desses aspectos seria distinto. Para ele, o Diretor de Protocolo organiza o programa protocolar,
traçando o roteiro da solenidade. O chefe do cerimonial dirige a sequência de atos da cerimônia e o mestre de
cerimônias, por sua vez, conduziria a solenidade.

5.4 Quem é o cerimonialista?
O termo cerimonialista é, muitas vezes, utilizado como sinônimo de chefe de cerimonial. Renata Souza
(op. cit.) entende o cerimonialista como uma espécie de mestre de cerimônias com maior domínio do protocolo.
“Quando o mestre de cerimônias domina o assunto, elabora roteiro, script, conhece ordem de precedência e a
legislação que regulamenta o cerimonial no Brasil, também é considerado cerimonialista. A tradição da
existência de um chefe do cerimonial nos poderes públicos atualmente começa a ser discutida por empresas e
instituições representativas. Universidades, bancos e entidades de classe começam a incorporar cargos para
13

Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação
(Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
14 Ibidem.
15
Texto extraído de: OLIVEIRA, J. B. Como promover eventos: cerimonial e protocolo na prática. São Paulo: Madras, 2000.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

13

cerimonialistas, termo usado para designar o profissional que detém o conhecimento das normas do
cerimonial.”16
Como o termo é recente, convém verificar como o mercado o tem utilizado. No mercado de
casamentos, os cerimonialistas costumam ter uma atuação de organizadores de eventos e, dessa forma, o
termo tem sentido mais amplo. Vejamos dois fragmentos de sites.
Diferente de algumas décadas atrás, os casamentos hoje não são apenas uma simples cerimônia para a
família. A união do casal envolve uma festa cheia de etiquetas e protocolos, um verdadeiro evento que exige
muito jogo de cintura tanto para organizar a data como planejar o orçamento. "O mais importante é cada casal
seguir a sua personalidade e aproveitar o que tem de melhor para eles. A minha função é mostrar as opções e
adequá-las ao orçamento dos noivos, que nem sempre devem seguir o que está na moda. A gente reduz o que é
menos importante, observa o que é necessário ou não e usa a criatividade. O casal não pode começar a vida a
dois endividado", ressalta a cerimonialista Adriana Ribeiro, que também tem formação em economia. Hoje em
dia, a chamada assessoria cerimonial em casamentos vai desde a escolha de todos os fornecedores para a festa
(fotógrafo, buffet, entre outros), confecção e distribuição de convites até ensaio na Igreja. Entre os pacotes
oferecidos, o mais comum é usar o serviço para confirmação de convidados, atendimento na montagem,
recepção e execução da festa.
Vila Mulher. Disponível em: <http://vilamulher.terra.com.br/rotina-de-cerimonialista-3-1-30-361.html>
A Casar é Fácil é um cerimonial especial. Nosso maior objetivo é ajudar a noivinha a organizar seu
casamento da forma mais alegre e descontraída possível, sempre com muita conversa, bom humor e simpatia.
Tomando conta de todos os detalhes para que os noivos e seus familiares possam aproveitar todos os
momentos da cerimônia e festa sem se preocupar com nada. A Casar é Fácil acredita que o sonho dos noivos é o
mais importante e nós estamos aqui para realizá-lo com VOCÊ!
O cerimonialista cuida de todo esse planejamento, analisando o perfil dos noivos e indicando os
fornecedores que se encaixam nesse perfil, de acordo obviamente com o orçamento do casamento, poupando
assim o tempo dos noivos e indicando pessoas qualificadas. O mais difícil e conseguir a mesma data em todos os
fornecedores que a noiva quer. Só com muita antedecência mesmo!
O cerimonialista também sabe com que antecedência cada fornecedor deve ser contactado e dispõe de
algumas facilidades... como poder segurar uma reserva, descontos em alguns itens, melhores condições de
pagamentos, etc.
Na semana do casamento, o cerimonialista faz um check list com cada fornecedor para se certificar que
tudo vai sair perfeito. Ah! E um ensaio na igreja. Também uma reunião final com os noivos para montar o
cronograma da festa com todos os detalhes de como tudo vai acontecer Sempre, é claro, de acordo com o
sonho dos noivos (essa reunião pode ser semanas antes).
Casar é fácil. Disponível em: <http://casarefacil.blogspot.com/2008/04/o-que-faz-um-cerimonialista.html>

16

SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística
Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

14

Vejamos outro texto.

Portal do Cerimonial. Disponível em: < http://www.cerimonialista.com/guias/artigos/quem_e_mesmo_um_cerimonialista.pdf>.

5.5 Outros profissionais17
Para auxiliar o chefe do cerimonial, alguns funcionários (da própria instituição ou contratados para
aquela solenidade) são responsáveis pela recepção dos convidados, pelo preenchimento de fichas com os
nomes e cargos de autoridades e personalidades, encaminhamento das autoridades à mesa de honra e
recolhimento de assinaturas em termos de posse, atas etc.
A estrutura da organização estabelece a existência de um departamento de cerimonial (ou não), o corpo
de funcionários atuantes nas solenidades ou a convocação de profissionais de outras áreas para o trabalho
durante as cerimônias.
Principais recursos humanos em cerimonial
 Comissão de recepção (não de decepção!)
 Eficiente, cordial e acolhedora
 Não pode: enxame, ou melhor, vexame de badalação
 Atendentes
 Sequência da recepção; encaminha os convidados a seus lugares.
 Grupo de apoio
 Conforme a demanda para cada tipo de evento: técnico do som, encarregado da
gravação, segurança, equipe de copa, etc.
Baseado em: OLIVEIRA, J. B. Como promover eventos: cerimonial e protocolo na prática. São Paulo:
Madras, 2000.

17

Ibidem.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

5.6 Texto complementar: Sobre o papel do mestre de cerimônias
Ao Mestre-de-Cerimônia não fica afeto tão somente
as atribuições tipificadas como inerentes ao locutor ou ao
apresentador de um determinado evento. É de costume
entender que o Mestre-de-Cerimônia tem por ofíci o conduzir
uma solenidade, emprestando-lhe um tom oficial clássico. De
seu desempenho depende o sucesso do evento. A ele,
portanto, cabe o imprescindível papel de auxiliar direto da
mesa na condução do protocolo.
Para dito exercício, ao Mestre-de-Cerimônia cabe
observar alguns cuidados elementares:
I – antes da solenidade:
a) elaborar e/ou revisar o roteiro estabelecido;
b) em conjunto com o corpo do Cerimonial, analisar o check-list
do evento e lista de autoridades, dando ênfase à ordem de
precedência;
c) manter atualizado lista de autoridades (cartões de
protocolo), preenchidos com a pronúncia dos nomes e não
conforme a grafia dos mesmos;
d) ter disponível breve currículo de todas as autoridades
componentes da mesa diretiva ou de honra;
e) verificar, com razoável antecedência, infra-estrutura, como:
iluminação, sonorização e demais itens concernentes ao apoio
logístico de seu trabalho.
II – durante a solenidade:
a) obediência ao roteiro estabele cido;
b) impessoalidade (não deve apresentar-se ao público-alvo);
c) cumprimentos e agradecimentos devem ser feitos em nome
da instituição promotora do evento, sempre utilizando verbos
na 3ª pessoa do singular ou na 1ª pessoa do plural;
d) posição junto à tribuna.
Para tal, a figura do Mestre-de-Cerimônia deve
obrigatoriamente conter determinados predicados que venham
atender aos princípios da impessoalidade que sua função
requer, quais sejam:
a) atitude discreta e brevidade, sem, no entanto, manter
postura exageradamente austera, porém comunicando alegria,
entusiasmo e simpatia, com a devida sobriedade;
b) boa dicção;
c) boa aparência / elegância (roupas sóbrias e alinhadas, asseio
pessoal, cabelos bem cuidados e postura correta);
d) educação;. Cuidado com as piadas e as frases de efeito, o
que não significa uma postura exageradamente austera. Afinal,
o Mestre de Cerimônias precisa comunicar alegria, entusiasmo
e simpatia.
e) conhecimento de etiqu eta e de regras gramaticais (com
ênfase aos pronomes de tratamento);
f) segurança e espírito de iniciativa;
g) boa leitura (o que recomenda a pré-leitura do roteiro);
h) domínio da programação do evento (do que se trata, época
de realização, local de realização, quem são os promotores,
como será realizado e objetivos pretendidos).
Basicamente, o trabalho afeto ao Mestre-de-Cerimônia
compor-se-á de três etapas, a saber:
I – introdução:
a) apresentação do evento;
b) composição da mesa diretiva ou de honra, adotando
extremo cuidado quanto à ordem de precedência;
c) citação das autoridades presentes.

II – desenvolvimento:
a) anúncio da ordem das falas, seguindo o roteiro estabelecido.
III – conclusão:
a) encerramento da solenidade.
Finalmente, cabe salientar alguns deslizes que devem ser
evitados pelo Mestre-de-Cerimônia:
a) não utilizar expressão como “neste momento, passo a
palavra...” (quem detém esta condição é o Presidente da
Mesa); o correto é “anunciamos a palavra...” ou “convidamos
para fazer uso da palavra...” ou “chamamos à tribuna...”, etc.;
b) não utilizar expressão como “registramos a presença de...”
(quem detém esta condição – de registro – são entidades
cartoriais); o correto é “agradecemos a presença de...” ou
“destacamos a presença de...”, etc.;
c) não utilizar expressão como “O Presidente da Mesa fará uso
da palavra...”; o correto é “O Presidente da Mesa fará seu
pronunciamento...”.
Cerimonialista
Cerimonialista é o profissional responsável pela organização da
cerimônia oficial ou não, onde estabelece todos os passos,
cronometricamente calculados, com diversos tipos de eventos.
Isto engloba a responsabiliade pelo protocolo, assessoria aos
anfitriões e poder de decisão, sempre que necessário.
Igualmente, atua desde o planejamento (previsão de custos,
contatos com fornecedores, reservas, condições de pagamento,
Se ao Mestre-de-Cerimônia compete a apresentação do eve
nto, de forma mais específica, ao Cerimonialista cabe elaborar,
controlar e administrar de forma correta todos os detalhes do
evento, ou seja, tem uma abrangência maior de ação que o
Mestre-de-Cerimônia.
No plano acadêmico, existe a figura do Bacharel em Turismo
com ênfase no setor, chamado de Organizador de Eventos. A
este cabe a responsabilidade de contratar um Cerimonialista,
além de fornecer todo o apoio logístico necessário ao bom
termo do evento, como locomoção, receptivos, transfer,
movimentação e atos da autoridade ou empresário durante a
realização do evento.
Conclusão
Se o Mestre-de-Cerimônia , portanto, é a pessoa encarregada
da condução do ato da solenidade, compete ao Cerimonialista,
em termos genéricos, ser o responsável pelo cumprimento das
normas protocolares em seu sentido mais amplo.
Assim sendo, pode-se afirmar que um Mestre-de-Cerimônia é,
obrigatoriamente, um Cerimonialista, mas nem sempre um
Cerimonialista reúne os predicados para desemp enhar a
função de Mestre-de-Cerimônia. O campo de atuação do
Cerimonialista é bem mais amplo, pois demanda ações,
competências e conhecimentos que transcendem o universo
trilhado pelo Mestre-de-Cerimônia, vez que, por exemplo, deve
conhecer amplamente regras de conduta em ocasiões oficiais
ou particulares e a hierarquia existente no contexto de seu
trabalho em todas as sociedades organizadas.
Compete também ao Cerimonialista promover a implantação
de métodos, controles, normas de conduta nas cerimônias
públicas e privadas, acompanhar e orientar na aplicação das
leis para trocas de correspondências oficiais e privadas e
demais atos de comunicação, além de estar sempre atualizado
com as normas de etiqueta vigente.

SILVA, Osni Carlos Fanini. Disponível em: <http://www.cncp.org.br/secao.405,materia.645.aspx>. Acesso em: 20 jul. 2010.

15
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

16

6 Planejamento e execução de cerimonial
6.1 Auxílios materiais
6.1.1 Roteiro18
A própria definição encontrada em dicionários14 determina que objetivo do roteiro é guiar, regular
procedimentos ou atos. Esse tipo de texto, prescrito não somente para o mestre-de-cerimônias, mas para todos
que vão atuar na solenidade, seja na mesa de honra, nas apresentações musicais ou nos bastidores, vai
regulamentar a ordem com que as coisas vão acontecer durante a solenidade.
A definição de roteiro encontrada no Dicionário Houaiss (2004) é a “relação de tópicos a serem abordados
em trabalho, discussão etc; texto que contém diálogos, planos, cenários de filme, peça teatral etc”.
[...] No cerimonial, o roteiro é a seqüência das ações colocada em tópicos, por exemplo, abertura da
solenidade; composição da mesa de honra; execução do Hino Nacional etc. Assim, as pessoas envolvidas na
cerimônia podem acompanhar o desenrolar da solenidade e saber o que vai acontecer em seguida.
Para Meirelles (2006, p. 21), o roteiro é o resumo de todas as fases do evento em tópicos e vai determinar
o script. Um roteiro adequado deve ser claro em sua apresentação, fornecendo todas as informações sobre o
evento (horário, intervalos, pronunciamentos etc) e deve conter espaços para anotações de última hora entre as
linhas.
Muito utilizado pelo chefe do cerimonial para auxiliar os componentes da mesa de honra e os
funcionários que trabalham na solenidade, o roteiro é um documento menos detalhado do que o script, porém,
também apresenta informações que vão facilitar a atuação de todos os envolvidos na cerimônia: o maestro do
coral, por exemplo, será guiado pelo roteiro e saberá o exato momento da execução do Hino Nacional.
A entrega do roteiro é feita pelo chefe do cerimonial (ou pelo responsável/organizador do evento)
durante reuniões com os participantes da cerimônia, ou seja, recepcionistas, músicos, funcionários da
secretaria, da equipe de segurança, bufê etc. O mestre-de-cerimônias também recebe o roteiro para
confeccionar o seu texto ou para saber como a solenidade vai acontecer, caso o chefe do cerimonial entregue,
posteriormente, o script pronto.
6.1.2 Script19
O script, em cerimonial, é mais detalhado do que o roteiro. Com a indicação do que será falado pelo
mestre-de-cerimônias durante o evento, o script traz informações que auxiliam não só o mestre-de-cerimônias,
mas as autoridades que necessitam de algum pronunciamento especial durante a solenidade. No início do
evento é comum que a maior autoridade faça a abertura oficial da cerimônia e utilize a seguinte frase: “Declaro
aberta a cerimônia de posse...” Muitas vezes, essa frase está no script e orienta a conduta de quem inicia a
solenidade.
O script reúne, além do texto do mestre-de-cerimônias, os tópicos determinados no roteiro, indicando a
ação e o que deve ser falado para concretizar essa ação.
Várias nomenclaturas são adotadas pelos cerimonialistas para definir o roteiro e o script. Alguns utilizam
“pauta” e “ordem do dia” para designar o roteiro, e usam roteiro para denominar o script. A pauta é o roteiro
dos assuntos que serão abordados em um jornal, entrevista, reunião etc. A ordem do dia, termo usado nas
sessões plenárias do Poder Legislativo, é o conjunto de matérias que será apreciado durante a sessão,
relacionado em tópicos. O uso de roteiro para designar o script justifica-se até mesmo pela definição do
dicionário, que apresenta os termos como sinônimos.
18

Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247
f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, 2007.
19
Texto extraído de: Ibidem.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

17

O script, para Meirelles, deve ser elaborado pelo mestre-de-cerimônias, de preferência com uma revisão
final de quem o contratou.
Se, durante a solenidade, o mestre-de-cerimônias precisar dar um aviso, deve atentar para que não
interrompa a seqüência da programação, segundo Meirelles, e só deve dar esse aviso se o assunto for
extremamente importante, como o falecimento de alguém relacionado ao evento ou ausência/atraso que
comprometa ou altere o desenvolvimento dos atos. E acrescenta: “O Mestre de Cerimônias deve dar o aviso de
forma clara, rápida e objetiva, porém, com os detalhes necessários”. (2006, p. 39).
6.1.3 Fichas de protocolo20
Uma das atividades desenvolvidas pelo mestre-de-cerimônias é a leitura das fichas de protocolo, cartões
que apresentam o nome e o cargo da autoridade que está presente ao evento ou que se fez representar por
alguém.
Essa ficha é preenchida, normalmente, pelas recepcionistas do evento ou por funcionários do cerimonial e
entregues ao mestre-de-cerimônias para que ele possa, durante a cerimônia, destacar e agradecer a presença
de autoridades e convidados.
Cada instituição elabora a sua ficha de protocolo, porém, o nome do convidado e o cargo são itens
obrigatórios. Algumas fichas têm o nome e o cargo da pessoa que representa a autoridades, assim, o mestre-decerimônias agradece ao representante e anuncia quem ele está representando.
As fichas de protocolo também são usadas pelas autoridades para fazer a nominata, relação dos nomes das
pessoas que têm destaque na solenidade. As autoridades da mesa utilizam as fichas e, como o mestre-decerimônias, agradecem publicamente as autoridades presentes. Essa prerrogativa, de acordo com as normas do
cerimonial, é somente da maior autoridade participante da cerimônia, porém, é comum que alguns
componentes da mesa façam esse agradecimento público, ressaltando o nome da autoridade diversas vezes
durante o encontro. Em outras situações, somente o mestre-de-cerimônias faz esse agradecimento,
representando toda a instituição.
6.1.4 Cartões de Protocolo e Prismas21
Cartões de Protocolo e Prismas de Identificação têm, ambos, a mesma finalidade: designar, clara e
indubitavelmente, o lugar que a autoridade deve ocupar.
Os cartões com o nome da pessoa estará sobre a mesa, na direção exata da cadeira que lhe for
designada. Apenas a autoridade que ocupará o lugar e a recepcionista o verão.
Já o prisma exerce dupla função. Igualmente colocado à frente da cadeira a ser ocupada por alguém
previamente designado, terá o nome da pessoa grafado nas duas faces. Assim, ao mesmo tempo que indica à
autoridade o seu assento, identifica-a para os assistentes e para a imprensa.
6.1.5 Relações22
As relações são duas listas distintas. A primeira é a de autoridades e personalidades já referidas. Não é
obrigatória, vez que já existem fichas. Entretanto... poderá ocorrer o extravio.
A segunda relação é de ordem eminentemente prática. Seu objetivo é racionalizar o trabalho do
cerimonial, desobrigando-o de portar, folhear e ler uma papelada farta e redundante: as mensagens de
congratulações e de justificativas de ausência.
Já observaram como são?
- Quanto à forma, diferentíssimas: ofícios, telegramas, telex, fax, memorandos, emails... dos mais
diversos formatos e tamanhos. E o cerimonial tem que equilibrá-los, ordená-los, analisá-los e lê-los. (Quem é
20

Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação
(Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
21
22

Texto extraído de: OLIVEIRA, J. B. Como promover eventos: cerimonial e protocolo na prática. São Paulo: Madras, 2000.
Texto extraído de: Ibidem.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

18

mesmo o remetente? “Cadê” o ser nome e seu cargo?)Tudo isso sem prejuízo dos demais papéis: roteiro,
currículos, fichas, anotações, recados.
- Quanto ao conteúdo, repetitivíssimas: mutatis mutandis, dizem as mesmas previsíveis palavras, com
raras e honrosas exceções.
Por que, então, ler uma a uma?
Resumindo, o encarregado do Protocolo elencará, por ordem de importância e precedência, toda essa
correspondência e a disporá em uma lista – a relação de justificativas e cumprimentos – que irá para o
cerimonial. Este, no momento azado, anunciará:
“— Recebemos diversas mensagens de congratulações e de justificativas de ausência, que agradecemos
e anunciamos a seguir...”
Lê então, obedecendo a ordem de precedência, o nome o cargo ou função do remetente.
Poderá dar-se o caso de o Presidente achar por bem que o Cerimonial destaque – lendo textualmente –
alguma mensagem especial, de autoridade ou personalidade vinculada afetivamente à instituição, o que dará
colorido emocional ao ato, valorizando-o.
6.1.6 Resumindo: auxílios materiais










Roteiro (às vezes chamado pauta)
 Rota a ser seguida durante a cerimônia.
 Prescrito para todos que vão atuar na solenidade.
 Sequência de ações colocadas em tópicos.
 Orienta a elaboração do script.
Script (às vezes chamado roteiro)
 Indicação do que será falado pelo mestre de cerimônias durante o evento.
 Mais detalhado que o roteiro.
 Inclui também os tópicos do roteiro, para orientar o trabalho do mestre de cerimônias.
Fichas de protocolo
 Cartões que apresentam o nome e o cargo da autoridade que está presente ao evento e se faz
representar por alguém.
 Preenchida normalmente pela recepcionista do evento ou entregue antecipadamente ao
mestre de cerimônias.
 Uma das funções do mestre de cerimônias é a leitura das fichas de protocolo para destacar e
agradecer a presença de autoridades e convidados, ou seus representantes.
Relações
 Lista das autoridades presentes
 Justificativa de ausência e congratulações, por ordem de importância e precedência.
Cartões e prismas
 Indicam o lugar que deve ser ocupado por cada autoridade
 Cartão: sobre a mesa, visível apenas para a convidado e a recepcionista que o conduzir.
 Prisma: nome grafado nas duas faces. Facilita a comunicação.

6.2 Recursos técnicos: equipamentos




Mesa
 Nunca chamar à mesa mais pessoas que cadeiras!!!!
 Colocar todos os arranjos antes do início da solenidade.
 Microfones funcionando.
Som e microfones
 Ou funcionam ou atrapalham.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>





 Testes anteriores.
 Extensões, pilhas e baterias reserva.
Tribuna
 Lugar ocupado por um orador, geralmente à esquerda das pessoas sentadas junto à mesa.
 Está na posição correta?
 O microfone foi testado?
 Está estável?
 A iluminação permite a leitura? (Pensem nisso ao apagar a luz para passar um filme ou
apresentação)
Panóplia
 Suporte para bandeiras
 Deve completar a visão frontal da mesa: à direita das pessoas sentadas junto à mesa.

Fonte: Manual de cerimonial universitário da Unesp, 2008.

O que não deve acontecer:

6.3 Planejamento do evento
6.3.1 Pré-qualificação do evento





Formal, informal ou semi-formal?
 Formal  solenidades, cerimônias, atos solenes
 Nos eventos formais, alguns aspectos devem ser obrigatoriamente observados.
 Nos semi-formais ou informais eles são opcionais.
Social ou cívico: comemorações a datas patrióticas ou cívicas. Hino nacional executado.
Aberto ou fechado
 Em relação ao espaço e à localização

19
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

20

6.3.2 Adequação protocolar





“Cada roca com seu fuso, cada terra com seu uso”
Informal: despojado de formalidades
Semi-formal: abertura com ligeiro protocolo, discurso de autoridades e visitantes.
Eventos formais: presença de personalidades e autoridades do alto escalão, eventos oficiais.
 Eventos oficiais: aplicação indispensável do Decreto Federal 70.274/72

6.3.3 Planificação e providências conforme a adequação protocolar:















Qual a natureza do evento?
Em ambiente aberto ou fechado?
Com ou sem autoridades públicas?
Como ou sem coquetel ou coffe-break?
Qual o número de participantes previsto?
Qual meio de divulgação?
Haverá RSVP?
Quem será responsável pelo protocolo e pelo cerimonial?
Haverá hino nacional? Executado ou reproduzido?
Entoado ou somente tocado?
As bandeiras serão hasteadas no ato ou já estarão dispostas na panóplia?
Quais as autoridades previstas e quais suas receptivas precedências protocolares?
Quantas e quais pessoas falarão e em que sequência?
Que atos compõem a programação?

7 Normas do cerimonial público




DECRETO N. 70.274, DE 9 DE MARÇO DE 1972. Aprova as normas do cerimonial público e a ordem geral
LEI N. 5.700, DE 1 DE SETEMBRO DE 1971.Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos
Nacionais, e dá outras providências.
DECRETO N. 11.074, DE 5 DE JANEIRO DE 1978. Aprova as Normas do Cerimonial Público do Estado de
São Paulo

7.1 Precedências




É importante conhecer seus princípios e saber onde as informações podem ser encontradas.
Devem-se observadas rigorosamente em eventos de caráter público.
Orientam o organizador de eventos privados a aplicar seus princípios para o contexto que atua.

“Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, PRECEDÊNCIA (do verbo preceder, derivado do latim
“preacedere” = ir à frente ou na frente), é: ‘preeminência ou preferência no lugar e assento - primazia –
superioridade...’.
De acordo com Nelson Speers, autor do livro Cerimonial para relações públicas, ‘a precedência é
reconhecer a primazia de uma hierarquia sobre a outra, e tem sido, desde os tempos mais antigos, e em todas
as partes, motivo de normas escritas, cuja falta de acatamento provoca desgraças’. A precedência sempre foi e
sempre será motivo de controvérsias, causando transtornos aos chefes de cerimonial.”23

23

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Extensão Universitária. Manual do cerimonial universitário da Unesp
São Paulo : Unesp, 2008.Disponível em: <http://www2.feb.unesp.br/site1/manual_dividido>. Acesso em: 20 jul. 2010.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

21

7.1.1 Princípios








Hierarquia
Idade
Antiguidade da diplomação, cargo ou função
Data de constituição ou criação
Ordem alfabética
Interesses políticos e comerciais
Bom senso

7.1.2 Aplicação em situações especiais
 Autoridades em eventos não oficiais
 Consulta-se a pessoa ou instituição que promove o evento sobre a intenção de citar e destacar a
personalidade.
 Mesmo quando não se faz a alusão, o “correto” seria acomodá-la em lugar de destaque.
 Verificar posição na precedência do evento.
 Recepção de autoridades estrangeiras
 Entrar em contato com o cerimonial do país de origem para planejar os eventos, receptivos e
programação da delegação.
 Submeter ao cerimonial do país de origem para eventuais ajustes.
 ONGs
 Organização não governamental, logo, não está submetida ao protocolo oficial.
 Assim como as instituições privadas, observará as normas de protocolo oficial na medida em
que a ajudarem a atingir seus objetivos.
7.1.3 Precedência no Poder Judiciário dos Estados e Municípios


















Presidente do Tribunal de Justiça
Juiz deDireito da Comarca da cerimônia
Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
Procurador-Geral da República no Estado
Procurador-Geral do Estado
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho
Presidente do Tribunal de Contas
Presidente do Tribunal de Alçada
Desembargadores do Tribunal de Justiça
Juizes do Tribunal Regional Eleitoral
Juizes do Tribunal Regional do Trabalho
Juiz Federal
Juizes do Tribunal de Contas
Juizes do Tribunal de Alçada
Juizes de Direito
Procurador Regional do Trabalho
Auditores do Tribunal de Contas Promotores Públicos

7.1.4 Precedência entre secretários de estado (federal)




Geral da Presidência da República
Especial de Aqüicultura e Pesca
Relações Institucionais




Especial Políticas de Promoção da Igualdade
Social
Especial de Políticas para as Mulheres
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22

7.1.5 Precedência entre ministros de estado














Justiça
Defesa (Marinha, Exército e Aeronáutica)
Relações Exteriores
Fazenda
Transportes
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Educação
Desporto
Cultura
Trabalho e Emprego
Previdência Social
Saúde
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior














Turismo
Minas e Energia
Integração Nacional
Planejamento, Orçamento e Gestão
Comunicações
Ciência e Tecnologia
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Meio Ambiente
Casa Civil da Presidência da República
Cidades
Controladoria-Geral da União
Desenvolvimento Agrário

7.1.6 Precedência entre os governadores dos estados brasileiros















Bahia
Rio de Janeiro
Maranhão
Pará
Pernambuco
São Paulo
Minas Gerais
Goiás
Mato Grosso
Rio Grande do Sul
Ceará
Paraíba
Espírito Santo
Piauí















7.1.7 Precedência do corpo consular













Cônsules Gerais de Carreira
Cônsules Gerais Honorários
Cônsules Gerais Adjuntos de Carreira
Cônsules de Carreira
Cônsules Honorários – Nacionalidade Estrangeira
Cônsules Honorários – Nacionalidade Brasileira
Cônsules Adjuntos de Carreira
Cônsules Adjuntos Honorários – Nacionalidade Estrangeira
Cônsules Adjuntos Honorários – Nacionalidade Brasileira
Vice-Cônsules de Carreira
Vice-Cônsules Honorários – Nacionalidade Estrangeira
Vice-Cônsules Honorários – Nacionalidade Brasileira

Rio Grande do Norte
Santa Catarina
Alagoas
Sergipe
Amazonas
Paraná
Acre
Mato Grosso do Sul
Rondônia
Amapá
Roraima
Tocantins
Distrito Federal
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

23

7.1.8 Igreja24
O lugar de honra é o altar. À direita ficará a Bandeira Nacional e, à esquerda a Bandeira da Santa Sé.
A ordem de Precedência, de acordo com a ordem hierárquica é a seguinte.
 Cardeal Primaz
 Cardeal
 Núncio Apostólico
 Patriarcas, Arcebispos e Bispos
 Pronotórios Apostólicos
 Prelado Doméstico
 Camareiro Doméstico
 Arcediagos
 Arciprestes
 Vigários Episcopais
 Vigários e Sacerdotes
 Diáconos e Religiosos

7.1.9 Universidades25
Nas Universidades a precedência é regulada pelo princípio de antiguidade, ou ainda, como alternativa
interna, obedece-se ao Organograma ou Estrutura Hierárquica. Como fonte, citamos o Cerimonial da Universidade
do Estado de São Paulo- USP, aprovado em 28.02.1940, que o torna defasado, mas ainda é o mais utilizado.
 Reitor
 Vice-Reitor
 Diretor
 Professor Honorário – “Honoris Causa”
 Professor Titular
 Professor Assistente
7.1.10 Forças armadas
A Lei 6.800 de 09.08.1980, que dispõe sobre o estatuto dos Militares e sobre a Hierarquia Militar e
Disciplina é a que, por conseguinte, estabelece a precedência entre militares.

24
25

CERIMONIAL e protocolo para eventos – apostila do aluno. Rio de Janeiro: Fundação Universa / Ministério do Turismo, 2010. P. 5.

Ibidem.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

24

7.1.11 Âmbito privado26
Existem dois fatores que estabelecem a ordem de precedência nas empresas e instituições privadas:
 Data de criação e/ou fundação
 Organograma
Nas empresas e entidades privadas, para as quais não existe uma ordem de Precedência estabelecida, darse-á sempre por ordem alfabética. Existindo instituições oficiais no mesmo evento, deverão ser colocadas em
primeiro lugar seguida das empresas privadas.

7.2 Pontos chave do Decreto N. 70.274, de 9 de março de 1972


O Presidente da República preside as cerimônias que comparecer dentro do território nacional.
Observações: no cerimonial privado e até no cerimonial universitário, muitas vezes, essa configuração se
altera. Os manuais de cerimonial de universidades federais conferem ao Presidente a presidência da mesa,
seguindo o Decreto supracitado. Já universidades estaduais – conforme legislação específica de cada
estado e manuais de cerimonial das instituições, costumam dar a precedência ao Governador do Estado
correspondente Vejamos trecho do Manual do Cerimonial Universitário da Unesp.
Nas Universidades públicas paulistas, o Governador, por ser o chanceler da universidade, tem precedência
sobre todas as demais autoridades presentes nas solenidades e cerimônias da instituição. Na ausência dele (o
que normalmente ocorre), o Reitor é a autoridade máxima da instituição, tendo precedência sobre todas as
demais.
Aos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas federal, estadual e/ou municipal, serlhes-á dado lugar de honra à mesa diretora dos trabalhos, obedecendo à ordem de precedência após o
27
anfitrião.








Nenhum convidado poderá se fazer representar nas cerimônias em que o Presidente da República
comparecer.
Quando o Presidente da República se fizer representar em solenidade ou cerimônias, o lugar que compete
a seu representante é à direita da autoridade que as presidir.
Os Ministros de Estado presidirão as solenidades promovidas pelos respectivos ministérios ou nas sedes
destes ministérios.
Chefes do executivo sempre precedem o anfitrião da solenidade.
Um homenageado seguirá o anfitrião, à exceção de casos em que o representante do chefe do executivo
estiver presente.
Quando houver dois cargos para uma mesma autoridade, utilizar sempre o de maior destaque para
posicioná-la à mesa.

7.3 Organização de mesas diretoras (ou diretivas)



26

27

Aplicação dos princípios de precedência expressos pelo Decreto n.70274, conforme a Ordem Lateral
Direita.
A disposição das mesas é feita sempre a partir do centro da mesa. Assim, o número dois fica à direita de
quem preside a mesa e não à direita do auditório.

Ibidem.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Extensão Universitária. Manual do cerimonial universitário da Unesp
São Paulo : Unesp, 2008.Disponível em: <http://www2.feb.unesp.br/site1/manual_dividido>. Acesso em: 20 jul. 2010.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

25

7.3.1 Mesas de plenário








A mesa ideal varia entre 7 a 9 pessoas.
Havendo necessidade de compô-la com maior número de participantes pode-se utilizar a primeira fila do
auditório.
As mulheres não devem ocupar as pontas da mesa.
A cadeira de espaldar mais alto é a da pessoa mais importante e, assim, sucessivamente.
Quem preside a mesa será o primeiro a ser chamado e assim sucessivamente.
As duas primeiras filas do plenário são extensão da mesa dirigente.

7.3.2 Mesas em estilo linear (principalmente para o contexto corporativo)28

28

BRITTO, J.; FONTES,N. Estratégias para eventos. São Paulo: Aleph, 2002.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

26

7.4 Símbolos nacionais – Lei n. 5.700, de 1º de setembro de 1971
São símbolos nacionais
 A bandeira nacional
 O hino nacional
 As armas nacionais
 O selo nacional

7.4.1 Selo Nacional


Usado para autenticação dos atos do governo, nos diplomas e certificados expedidos pelas escolas do
ensino oficial ou reconhecidas.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

7.4.2 Armas Nacionais

Uso obrigatório:
 Palácio da Presidência da República e na residência do Presidente.
 Edifícios-sede dos Ministérios
 Congresso Nacional;
 Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Tribunais Federais de Recursos.
 Edifícios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos estados.
 Prefeituras e Câmaras Municipais.
 Frontaria dos edifícios de repartições públicas federais.
 Quartéis militares, fortalezas e navios de guerra.
 Frontaria ou salão principal das escolas públicas.
 Papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal.

7.4.3 Hino Nacional



Composto da música de Francisco Manoel da Silva e do poema de Joaquim Osório Duque Estrada.
Primeira execução em 1831? Oficialmente adotado em 1922

27
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

28

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria
morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Glossário
Clava: espécie de pau (tacape) usado como arma
Colosso: muito grande (estátua)
Esplêndido: maravilhoso, esplendoroso, brilhante.
Florão: ornamento, joia.
Flâmula: bandeira
Fúlgidos: brilhantes

Fulgurar: brilhar, sobressair-se
Garrido: enfeitado, elegante.
Impávido: destemido
Lábaro: estandarte, bandeira.
Retumbante: que ecoa, ressoa

Execução do Hino Nacional
 Só será executado depois que as autoridades ocuparem seus lugares.
 Será ouvido, em qualquer circunstância.
 Obrigatória a tonalidade de si bemol para a execução instrumental simples. Canto sempre em uníssono.
 Em casos de simples execução instrumental tocar-se-á a música integralmente, mas sem repetição. Nos
casos de execução vocal, serão sempre cantadas as duas partes do poema.
 Se orquestrado, convida-se a ouvi-lo; quando vocalizado, pode-se cantá-lo (interpretação dos
cerimonialistas).
 Nas solenidades em que houver autoridade de outro país, executa-se primeiro o hino do país estrangeiro,
por cortesia, seguindo a ordem alfabética do idioma local.
 Deverá ser tocado em continência à Bandeira Nacional, nas situações em que se prevê: isto é, ao ser
hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica.
 Atenção: isso não significa, porém, que deverá ser cantado sempre em continência à bandeira.
 Ou seja: o hino Nacional será executado na ocasião do hasteamento da bandeira nacional nas escolas
públicas e particulares e, somente nesses casos, em continência a ela.
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

29

7.4.3.1 É permitido aplaudir o hino nacional?
“A questão do aplauso para o Hino Nacional Brasileiro merece uma consideração mais didática, para que
possamos entender o processo pelo qual passou os Pais com relação à utilização dos Símbolos Nacionais. Durante
muitos anos no Brasil a educação cívica adotada sugeria o cumprimento rigoroso da Lei 5.700/71, que dispõe sobre
a forma e apresentação dos Símbolos Nacionais. Com respeito à questão apresentada, o artigo 30 da mesma Lei
diz:
“Art. 30. Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha
ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em
silêncio, o civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos
das respectivas corporações.
Parágrafo único. É vedada qualquer outra forma de saudação.”
Acreditamos que este Parágrafo único tenha sido o causador de uma mensagem subliminar que sugeria,
para os encarregados de zelar pelas manifestações cívicas, em épocas passadas, a seguinte determinação: “Não
aplaudir a execução ou o Canto do Hino Nacional”.
No entanto, com o transcorrer dos tempos, as manifestações cívicas passaram a ser cada vez mais
espontâneas e, através dos jogos de futebol, primeiramente em grandes campeonatos e depois costumeiramente
em todos os estádios, passamos a observar, numa atitude bem popular, os constantes aplausos que sucediam a
execução dos Hinos Pátrios. Os conservadores reprovam e os mais modernos incentivavam este procedimento, sob
a alegação de que não há na Lei, nada que signifique proibição, considerando que o aplauso é, também, uma forma
respeitosa de homenagear o símbolo.Especialmente porque o mencionado parágrafo refere-se ao comportamento
das pessoas durante a execução do Hino e não após a sua execução.
Se acompanharmos esse raciocínio, não há por que não aplaudir. No entanto, se entendermos que o
parágrafo único recomenda não aplaudir, isso deveria ser válido inclusive para o caso da execução artística, pois,
afinal, ainda assim, tratar-se-ia da execução do Hino Nacional Brasileiro e, ao homenagearmos o artista com o
aplauso, estaríamos, igualmente, descumprindo a pretensa ou velada recomendação do parágrafo em questão.
Como a Lei 5700 não é explícita sobre o assunto em pauta, ficamos, cada um de nós, com a sua própria
conclusão e entendimento, até que os Órgãos competentes se posicionem oficialmente.
O Ministro da Cultura falou favoravelmente a respeito do aplauso, no 5º Encontro Nacional do Cerimonial Público,
realizado em Brasília em 1988, informando sobre a intenção de propor uma melhor definição sobre algumas
questões e, em especial, sobre este assunto. No entanto, não temos notícia, até a presente data, de qualquer
alteração da Lei 5.700.”
COMITÊ NACIONAL DE CERIMONIAL PÚBLICO. Disponível em: <http://www.cncp.org.br/default.aspx?section=112>. Acesso em: 20 jul. 2010.

7.4.4 Outros hinos






Proclamação da República
“ *...+ Liberdade, liberdade. / Abre as asas sobre nós”
http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/proclama.htm
Hino da Independência
“Já podeis da Pátria filhos, / Ver contente a mãe gentil; / Já raiou a liberdade / No horizonte do Brasil.”
http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/independ.htm
Hino da Bandeira
“Salve lindo pendão da esperança / Salve símbolo augusto da paz / Tua nobre presença à lembrança / à
grandeza da pátria nos traz. [...]”
http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/bandeira.htm
Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>

30

7.4.5 Bandeira nacional







Adotada em 1889.
As cores fazem referência às cores da família real brasileira. Uma adaptação criativa e lúdica as relacionam
ao céu, às matas, às riquezas e à paz.
As estrelas representam os estados brasileiros.
Estão dispostas de acordo com a esfera celeste vista da cidade do Rio de Janeiro às 12 horas siderais ( 8
horas e 37 minutos) do dia 15 de novembro de 1889 como se o observador estivesse do outro lado da
esfera celeste, ou seja no espaço.
Dia da Bandeira : 19 de novembro.

7.4.5.1 Apresentação da Bandeira Nacional











Pode aparecer em todos os eventos?
 Sim!
Quando é obrigatório?
 Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Nacional, nos dias de festa ou de luto nacional, em todas
as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos.
 É de uso obrigatório em dispositivos com outras bandeiras, quer sejam de países, Estados,
municípios ou organizações.
Em que horário deve ser hasteada e arriada?
 Pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia; normalmente, ocorre entre às 8h e às 18h.
 No dia da bandeira, o hasteamento deve ocorrer às 12h, com solenidades especiais.
Pode ficar hasteada à noite?
 Sim, desde que tenha iluminação adequada.
Como se usa a bandeira em caso de luto nacional?
 Ela é hasteada a meio mastro: primeiro ela deve ser hasteada até o topo do mastro e, depois,
arriada até a metade.
O que fazer quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas simultaneamente?
 A bandeira nacional deve ser a primeira a atingir o topo e a última a descer.
Atenção!
 Ao utilizarmos a bandeira do município deveremos, também, utilizar a do Estado a que pertence.
 Não poderão ser utilizadas bandeiras de outros países sem que a Bandeira Nacional esteja disposta
junta a elas, em mesmo tamanho e em posição de destaque.
 Quando distendida e sem mastro, coloca-se a Bandeira de modo que o lado maior fique
parcialmente na horizontal e a estrela isolada em cima, não podendo ser ocultada, mesmo
parcialmente, por pessoas sentadas em suas imediações.
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Cerimonial e protocolo

  • 1. 0 Tecnologia em Gestão de Turismo Técnicas de Cerimonial e Protocolo Primeira parte: Fundamentos e história do Cerimonial Cerimonial Público Questões de concurso Profa. Rafaela Malerba São Paulo Agosto – 2010
  • 2. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 1 Conteúdo 1 2 3 4 5 6 7 Conceitos básicos .............................................................................................................................................. 3 Cerimonial formal e informal ................................................................................................................. 4 Importância e finalidade do cerimonial............................................................................................................. 5 3.1 O porquê da existência do Cerimonial e Protocolo ................................................................................... 7 Resgate histórico do cerimonial ........................................................................................................................ 7 Atuação profissional em cerimonial ................................................................................................................ 10 5.1 Atuação do Chefe de cerimonial ............................................................................................................. 10 5.2 Atuação e responsabilidades do Mestre de Cerimônias ......................................................................... 11 5.3 Quem é o Diretor de Protocolo? ............................................................................................................. 12 5.4 Quem é o cerimonialista? ........................................................................................................................ 12 5.5 Outros profissionais ................................................................................................................................. 14 5.6 Texto complementar: Sobre o papel do mestre de cerimônias .............................................................. 15 Planejamento e execução de cerimonial......................................................................................................... 16 6.1 Auxílios materiais..................................................................................................................................... 16 6.1.1 Roteiro ............................................................................................................................................. 16 6.1.2 Script ................................................................................................................................................ 16 6.1.3 Fichas de protocolo ......................................................................................................................... 17 6.1.4 Cartões de Protocolo e Prismas ....................................................................................................... 17 6.1.5 Relações ........................................................................................................................................... 17 6.1.6 Resumindo: auxílios materiais ......................................................................................................... 18 6.2 Recursos técnicos: equipamentos ........................................................................................................... 18 6.3 Planejamento do evento ......................................................................................................................... 19 6.3.1 Pré-qualificação do evento .............................................................................................................. 19 6.3.2 Adequação protocolar ..................................................................................................................... 20 6.3.3 Planificação e providências conforme a adequação protocolar: .................................................... 20 Normas do cerimonial público ........................................................................................................................ 20 7.1 Precedências ............................................................................................................................................ 20 7.1.1 Princípios ......................................................................................................................................... 21 7.1.2 Aplicação em situações especiais .................................................................................................... 21 7.1.3 Precedência no Poder Judiciário dos Estados e Municípios ............................................................ 21 7.1.4 Precedência entre secretários de estado (federal) ......................................................................... 21 7.1.5 Precedência entre ministros de estado ........................................................................................... 22 7.1.6 Precedência entre os governadores dos estados brasileiros .......................................................... 22 7.1.7 Precedência do corpo consular ....................................................................................................... 22 7.1.8 Igreja ................................................................................................................................................ 23 7.1.9 Universidades .................................................................................................................................. 23 7.1.10 Forças armadas ................................................................................................................................ 23 7.1.11 Âmbito privado ................................................................................................................................ 24 7.2 Pontos chave do Decreto N. 70.274, de 9 de março de 1972 .................................................................. 24 7.3 Organização de mesas diretoras (ou diretivas) ....................................................................................... 24 7.3.1 Mesas de plenário ........................................................................................................................... 25 7.3.2 Mesas em estilo linear (principalmente para o contexto corporativo) ........................................... 25 7.4 Símbolos nacionais – Lei n. 5.700, de 1º de setembro de 1971 ............................................................... 26 7.4.1 Selo Nacional ................................................................................................................................... 26 7.4.2 Armas Nacionais .............................................................................................................................. 27 7.4.3 Hino Nacional .................................................................................................................................. 27 7.4.4 Outros hinos .................................................................................................................................... 29
  • 3. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 2 7.4.5 Bandeira nacional ............................................................................................................................ 30 7.4.6 Sobre os símbolos paulistas............................................................................................................. 32 7.5 Demais aspectos de Protocolo e Cerimonial............................................................................................ 33 7.5.1 Precedência em elevadores............................................................................................................. 33 7.5.2 Precedência em automóveis ........................................................................................................... 33 7.5.3 Ordem dos discursos ....................................................................................................................... 33 7.5.4 Apresentações ................................................................................................................................. 33 7.5.5 Vocativo e formas de tratamento ................................................................................................... 33 7.5.6 Convites ........................................................................................................................................... 35 8 Atividades ........................................................................................................................................................ 36 8.1 Anexos – modelos de roteiros para abertura de eventos acadêmicos ................................................... 42 8.1.1 PUCCAMP - Palestra ........................................................................................................................ 42 8.1.2 Unesp – Abertura de eventos Científicos, artísticos e culturais. ..................................................... 43 8.1.3 Ana Velloso – Abertura de Congresso de Iniciação Científica ......................................................... 45
  • 4. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 1 3 Conceitos básicos “Cerimonial e Protocolo regem as relações e a civilidade entre as autoridades constituídas nos âmbitos jurídico, militar, eclesiástico, diplomático, universitário, privado e em todas as instâncias do Poder Público. No Brasil são basicamente condutas norteadas por leis municipais, estaduais e federais que resguardam características culturais sob normas internacionais; sem esquecer, contudo, que enquanto linguagem são passíveis de transformação e atualização.”1 Alguns conceitos são necessários para o início de nossos estudos.   Cerimonial: Corresponde à aplicação prática do protocolo. É o conjunto de formalidades aplicadas em atos solenes e festas públicas (cerimônias).  Etiqueta: “conjunto de normas de comportamento social, profissional e familiar, que retrata a sociedade em cada época distinta.” (LUKOWER, 2009, p.11) “A etiqueta é um fenômeno de cultura popular. Os ingredientes da etiqueta são a cordialidade e a hospitalidade. Aí reside o Turismo de Eventos. Destes dois elementos derivam os padrões e leis de etiqueta como a precedência do hóspede sobre os anfitriões, as formulas de cortesia que exaltam os valores da amizade fraterna, da boa sorte, da generosidade, da felicidade e da prosperidade. A etiqueta é muito mais ampla que o protocolo e o cerimonial.  1 Protocolo: “conjunto de normas jurídicas, regras de comportamentos, costumes e ritos de uma sociedade em um dado momento histórico, geralmente utilizadas nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal).”2 É o conjunto de formalidades que se devem seguir num ato solene ou festa pública. Quebra de protocolo: descumprimento do protocolo. “Em alguns casos, o abandono ou relaxamento do cerimonial e protocolo que gera a ‘quebra de protocolo’ é, muitas vezes, um desejo de agradar, de se fazer simpático ou ainda da própria maneira, geralmente humana, de se portar frente a outro ser humano. Sempre consciente por parte de quem faz a ação. Exemplo clássico: o Vaticano, que é provavelmente a mais antiga corte da Europa, é justamente afamado pelo refinamento e observância do seu rígido protocolo. Por tal razão, é o exemplo mais clássico e mais citado como quebra de protocolo. Quando a Sra. John Kennedy estava para visitar o Vaticano, o Papa João XXIII, humanístico e social, foi informado pelo cerimonial da maneira pela qual deveria saudá-la. Foi lhe dada à escolha de Srª. Presidente, Madame, ou Srª. Kennedy. Ao vê-la, o Papa abriu levemente os braços e exclamou com satisfação humana: ‘Oh! Jaqueline!’ Exemplo humanístico: A Princesa Diana, humanismo era a sua característica daí tantas vezes rompeu o protocolo estabelecido e abraçou crianças aidéticas na África, pacientes enfermos nos hospitais e interrompeu cortejo pelas ruas para cumprimentar pessoas. Mais recentemente registrou-se uma quebra de protocolo no encontro da Primeira Dama dos Estados Unidos Michelle Obama com a Rainha Elizabeth II da Inglaterra. A princípio não se toca 3 fisicamente na realeza, mas a Sra. Obama abraçou a rainha inglesa!” CERIMONIAL e protocolo para eventos – apostila do aluno. Rio de Janeiro: Fundação Universa / Ministério do Turismo, 2010. P. 5. LUKOWER, Ana. Cerimonial e Protocolo. São Paulo: Contexto, 2009. 3 Ibidem. P. 10-11. 2
  • 5. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> Texto complementar: Abraço de Michelle Obama na rainha é 'sinal dos tempos' Ao passar o braço pelas costas da rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha, na semana passada, a primeira-dama americana, Michelle Obama, se tornou protagonista de uma suposta gafe que correu o mundo. Sim, suposta gafe. Na avaliação de uma especialista no assunto, Eliane Ubillús - vice-presidente do Comitê Nacional do Cerimonial Público (CNCP) e da Organização Internacional de Cerimonial e Protocolo (OICP), entidades que representam os profissionais da área de cerimonial -, o abraço não configurou quebra de protocolo ou sinal de despreparo da primeira-dama em relação à etiqueta da diplomacia. Foi, isso sim, uma consciente flexibilização das regras cerimoniais. Para a especialista, Michelle mostrou personalidade, com uma atitude que evidencia a modernização do protocolo público, cada vez menos rígido. "É um sinal dos tempos", comenta Ubillús. Já a delicada retribuição por parte da rainha indicaria que ela compreendeu e apreciou o gesto, e também que deseja estreitar relações com os Estados Unidos. Outro exemplo de gesto com subtexto é o efusivo cumprimento que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do colega americano, Barack Obama, no encontro do G-20. "Obama está querendo se fazer amigo e acalmar o Lula, que vem batendo forte nos países ricos." Leia a seguir a entrevista com a especialista. 4 VEJA.com - A mídia fez barulho por causa do abraço que a primeira-dama americana, Michelle Obama, deu na rainha Elizabeth. A rainha é intocável? Eliane - No protocolo rígido britânico, a rainha não pode ser tocada. O contato físico tem que partir dela, e são raríssimas as vezes em que a rainha estende a mão a alguém. Creio que haja duas interpretações possíveis sobre o abraço dado por Michelle Obama. Uma é que a primeira-dama americana desconhecesse o protocolo, o que é difícil. Duvido que ela não tenha sido preparada para o encontro em Londres. Outra possibilidade, que eu considero a mais provável, é que ela tenha usado do abraço como uma forma de comunicação, uma maneira de dizer à rainha quem ela é e de onde vem. Michelle é dos Estados Unidos, uma nação com outros hábitos, ela não é súdita da monarquia britânica. Deve ter sido pela mesma razão que ela não flexionou os joelhos diante da rainha. VEJA.com - Mas, afinal, houve quebra de protocolo no gesto de Michelle Obama? Eliane - Não. Nesse sentido que proponho, o gesto de Michelle não deve ser entendido como uma quebra, mas sim como uma flexibilização do protocolo. O abraço dado por ela é o sinal dos tempos, que pedem costumes mais gentis e suaves, mais humanos. O cerimonial está mudando, os chefes de estado estão se despindo das regras engessadas e mostrando mais a sua cara. A rainha parece ter entendido e aceitado a atitude da primeiradama americana. O fato de ela ter levado a mão à cintura de Michelle, em retribuição ao abraço, foi uma resposta delicada, que em sua linguagem cênica disse: 'Vamos buscar proximidade, nossos países podem ter uma relação mais estreita'. Além disso, a rainha também pode ter procurado mostrar que não é racista. VEJA.com - Já o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, parece ter descontentado a rainha Elizabeth ao cumprimentar, em voz alta, o colega Obama após a foto do tipo álbum de família dos chefes de estado. Eliane - Em encontros de chefes de estado como o da cúpula do G-20, na semana passada, não se pode falar alto. Não se pode chamar a atenção. É uma questão de respeito à soberania dos estados, regulamentada já em 1815 pela Convenção de Viena: nenhum país é maior que os outros, todos são soberanos, todos são iguais. A rainha certamente não gostou da postura do Berlusconi, que foi desrespeitosa. O Berlusconi tem dado demonstrações de péssima postura, talvez faça isso para chamar atenção. MAIA, Maria Carolina. Veja.com Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/abraco-michelle-obama-rainha-sinaltempos-modernos-diz-especialista>. Acesso em: 20 jul. 2010. 2 Cerimonial formal e informal4 Enquanto o cerimonial formal é uma organização do ritual baseada principalmente em leis – que podem ser de um país, como acontece no Brasil com a lei que rege nosso cerimonial formal, o decreto . 70.274 de 9 de março de 1972 – de um clube, ou de uma empresa – o Cerimonial informal não possui legislação específica escrita, mas se baseia em uma sequência de rituais implícitos em um evento informal, como por exemplo em uma festa de casamento, onde o brinde simbólico dos noivos e a partilha do bolo antecedem a valsa, que 4 Texto extraído de: LUKOWER, Ana. Cerimonial e protocolo. São Paulo: Contexto, 2009. P.12-13.
  • 6. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 5 começa somente com os noivos dançando, seguido dos pais, padrinhos e, por fim, dos convidados. Não há uma lei especificando esta sequência, porém a tradição rege este tipo de cerimonial, que quando é omitido ou mudado causa espanto por fazer o evento perder sua referência. Como consequência, muitas tradições são consagradas pelo uso e transforma-se em leis. Na verdade, ambas modalidades estão tão misturadas, que suas origens se confundem. Podemos utilizar a base do Protocolo formal, ou seja, a legislação, para eventos não oficiais, mas que possuem certa formalidade. É o que ocorre com a questão da precedência: se uma empresa possui um presidente, um vice-presidente, alguns diretores e gerentes, podemos perfeitamente adaptar a Ordem Geral de Precedências para a formação de uma mesa de plenário destes participantes, ordem de discursos ou outras etapas do evento. Logo, o presidente da empresa, ou seu vice-presidente, sempre presidirá as solenidades do evento. 3 Importância e finalidade do cerimonial5 Para dizer da importância do cerimonial é preciso que antes saibamos o que vem a ser cerimonial. Não é coisa simples. Existem dezenas de definições e todas com profundas diferenças. Praticamente, todas particularizam um aspecto do convívio humano. Foi justamente em torno da amplitude do convívio do homem que propusemos uma conceituação para o cerimonial. Desejávamos, para levar ao IV Congresso Internacional de Protocolo uma definição abrangente. Assim definimos: Cerimonial é a atividade do homem singular ou do homem plural para criar ou aumentar seu espaço psico emocional e sócio cultural e/ou para comunicar ao outro ou outros do respeito por aquele espaço que lhe corresponde, dentro de um contexto motivacional. Essa foi a definição que levamos ao IV Congresso realizado em Palma de Mallorca em Novembro de 2002. É assim que entendemos CERIMONIAL. Será dentro dessa linha que procuraremos dizer aos presentes como consideramos o CERIMONIAL IMPORTANTE PARA OS HOMENS. A importância de algo, entendemos, está sempre em função do tempo e do espaço. O que é importante hoje, pode não o ter sido no passado ou vice versa e ainda poderá ter importância distinta no futuro. O que é importante aqui entre nós pode não o ser ali mais adiante entre outros. Já vimos pela definição apresentada que o cerimonial é a maneira que o homem tem para conviver. Tanto através do tempo, assim como em qualquer espaço do universo, o homem sempre conviveu e convive. Levemos nossa imaginação ao tempo em que o homem habitava as cavernas. Certamente estavam em grupos por razão de sobrevivência. Eram todos seres humanos, como motivações certamente as mesmas. Deveriam provavelmente disputar o alimento. Os homens, provavelmente, disputavam a mesma mulher. De ali estavam, entretanto, para sobreviver, não houvesse respeito de um pelo outro, dificilmente sobreviveriam a uma provável carnificina. A forma de evitar tal coisa se encontra no respeito entre aqueles que estão agregados. Entretanto, o respeito decorre sempre de algo, e assim entre o homem da caverna, esse respeito certamente decorria da força. E isso deveria ser provado e mesmo demonstrado. Estava aí uma das principais raízes da comunicação. Mais tarde, o homem criaria para essa comunicação, recursos para que viesse cada vez mais a se tornar efetiva. Comunicar ao outro, na caverna, a sua força, nada mais era que dizer ao outro ou outros, qual o ser “espaço” e o respeito decorrente constituía o “feed-back”, tão importante nos processo de comunicação. A união do homem com outro ou outros homens foi se processando das formas mais diversas. Valores outros, que não a força, forma agregados a essa convivência. Não havia mais somente a caça, a mulher, o resultado da apanha de frutos. Com o surgimento de novos valores e mesmo somados dos que citamos se introduziu o processo de troca. [...] 5 Texto extraído de: SPEERS, Nelson. Importância do cerimonial. Disponível em: <http://www.cncp.org.br/index.htm?conteudo=noticias&id=78>. Acesso em: 6 ago. 2010.
  • 7. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 6 O processo cerimonial de respeito recíproco, passa cada vez mais, a depender dos sistemas de comunicação. Os espaços se modificavam em razão de novos valores. A comunicação originalmente por gestos e sons guturais se transformam em sistemas de comunicação. Tudo isso estava envolvido no convívio. Convívio que sempre implicava hábitos, normas, por conseguinte o cerimonial. [...] O homem freqüentemente considera um sistema de comunicação insuficiente para dizer do seu espaço e o do outro. Recorre a vários. Coloca-os em seqüência ou simultâneo e aí começam a surgir os ritos, as cerimônias específicas. Isso é inerente ao homem, a criatura humana. As comunicações dirigidas ao interlocutor para dizer de seu “espaço” diferem na quantidade e na forma, de cultura para cultura. [...] Uma característica, distinta da cultura de hoje, é aquela que encontramos inserida no I-LI, livro do cerimonial da Velha China, escrito com inspiração nos pensamentos de Confúcio, traduzido pelo chinólogo John Greece e publicado em 1917 no VIII volume do “Probsthain’s oriental series” com o título “The I-Li on Book of etiquette or cerimonial”, salientando o valor e importância da modéstia e humildade. Estes dois sentimentos, embora não desconhecidos pelo homem de hoje, tem presença na atual cultura de forma bem distinta, mas ainda é o caminho para um convívio saudável. Na contra partida, o autoengrandecimento do homem em uma sociedade encontra na civilização egípcia um exemplo de destaque que é o do Faraó, que se fazia respeitar como divindade e poder terreno. Igual tendência vamos encontrar mais tarde no império Otomano onde o “kow tow” (prosternação) perante o Sultão era imprescindível. No mesmo sentido da auto valorização encontramos ainda para exemplificar, entre os Duques de Borgonha, que no auge do poderio e da riqueza, não tendo linhagem real, recorriam a referida auto valorização, com rituais e hábitos pomposos para se situarem no contexto. Nesses dois últimos exemplos, a importância do cerimonial se faz presente como sendo de uma importância negativa, a ponto de ao chegar a corte dos Luízes da França passar a ser usado como instrumento para segregação social. O que acabamos de nos referir, se enquadra perfeitamente na lei social: “o que para uma tendência social num sentido sempre haverá outra tendência em sentido diametralmente oposta”. Uma passagem pela história do cerimonial comprova plenamente essa afirmação. É importante que esclareçamos que, o convívio do homem não se transformou, não evoluiu por igual no tempo e no espaço. Ainda hoje a antropologia política nos indica nos mais diversos lugares, sociedades as mais distintas, entre as quais ainda podemos encontrar formas bem primitivas de estruturas, mas todas sempre, com normas de convívio, com o cerimonial como suporte. As formas de comunicação de que se vale o homem não são exclusivas de uma mesma cultura e muito menos o são de uma mesma atividade. Neste sentido ele, o cerimonial, está nos poderes de um Estado, no relacionamento desses Estados, no esporte, na religião, na universidade, no convívio das múltiplas instituições e sociedades que os homens se agrupam. [...] Nesses cerimoniais, a sequência também é informação. A sequência e a diversidade de informações se incorporam em rituais distintos, muitas vezes correspondentes a uma mesma área. A universidade é uma dessas áreas. Estamos, com o que informamos até esta altura, dando cumprimento ao nosso propósito de dizer o quanto é o cerimonial importante para o homem. Ele é, o elemento que viabiliza o homem se aglutinar em grupos, sem dúvida, os mais distintos. Os pensamentos de Taylor e Fayol sobre os princípios da racionalização do homem em que procuram todos, obter o máximo em decorrência de seus esforços no trabalho. Esse agrupamento de homens para o trabalho, permitiu constatar-se logo que o rendimento era superior, em um ambiente de recíproco respeito e compreensão, dando a cada grupo, aquilo que verdadeiramente constituía sua expectativa. Para atingir esses resultados satisfatórios, surgiram medidas e providências adequadas e metodizadas pertinentes a uma atividade chamada “Relações Públicas”. Salientamos entretanto que aqueles a quem cabe transmitir essas normas, medidas e providências válidas para RR.PP., não tomaram, a meu ver, plena consciência de que para chegar as mesmas, há necessidade
  • 8. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 7 de haver primeiramente o respeito pelo “espaço” do outro, do público e seus componentes, dando simultaneamente informes sobre o “espaço” de quem a eles se dirige. A isso, podemos entender como CERIMONIAL, que a definição que apresentamos torna-o suficientemente abrangente para as situações que vimos nos referindo. Como podemos concluir, cerimonial permite que haja um respeito recíproco dos “espaços” psicoemocionais e socioculturais, entre aqueles que convivem. Não há, entretanto, a preocupação aqui, de que o relacionamento seja somente com grupos ou públicos como em RR.PP. E uma atividade mais ampla, portanto válida para RR.PP., dentro do princípio de que quem pode o mais pode o menos. Insistimos, no entanto, que sem essa atividade do cerimonial, RR.PP. praticamente jamais chegará ao âmago das reais expectativas dos públicos ou grupos envolvidos. Essa é uma das facetas da máxima importância do cerimonial. Estando o cerimonial inerente a todo convívio do homem, certamente ele está envolvido na atividade econômica da “globalização”. Em decorrência, o homem dentro dessa circunstância da globalização, terá que viver certamente em mais de uma cultura. Os meios de comunicação, incluindo os transportes e a Internet, tornam intenso o ritmo dessa convivência, resultando em uma necessidade cada vez maior de informações. Quem as necessita, será provavelmente, um “Executivo”. Ele usará essas informações, em espaços os mais diversos e sempre cuidará para verificar se o tempo não a defasou. 3.1 O porquê da existência do Cerimonial e Protocolo6 Existe para determinar os procedimentos e evitar embaraços. Para exemplificar podemos citar uma audiência, onde sempre há um juiz, sentado no centro da sala de audiência, por ser o representante do Estado e cumprir o papel de mediador, além de advogado de defesa e da promotoria. Todos usam becas, porém as becas não podem ser iguais; o promotor usará uma beca de estilo germânico e os demais advogados, uma beca estilo francês. Todo este procedimento faz parte do protocolo do direito e a prática deste protocolo é o cerimonial que ocorre nas audiências. A lógica deste processo está na facilitação do entendimento para qualquer pessoa que conheça o cerimonial e na distinção das funções dos profissionais em questão. 4 Resgate histórico do cerimonial7 No relato dos acontecimentos históricos, o cerimonial surge nos rituais da Idade Média, “cujas epopéias – ciclo do rei Artur e ciclo de Carlos Magno – regem-se pelo código de cavalaria, satirizado por Cervantes no Dom Quixote e, enfim, nos Lusíadas de Camões que propõem uma síntese cristã-pagã para os portugueses”.(Lins, 2002, p. 20). Na tentativa de justificar a falta de livros que relatam os ritos, Lins apresenta uma definição de cerimonial: [...] como o cerimonial é um conjunto de símbolos e de práticas rituais que acompanham o desenrolar dos fatos presentes com alusões aos fatos antigos lendários, míticos e históricos retratados nas bandeiras, trajes, uniformes, condecorações e títulos, ele não tem o rigor de um relato histórico. Isso explica porque (sic) poucos historiadores relataram as cerimônias. (2002, p. 85) Essa ausência de registro não impediu que o autor fizesse um resgate na antiguidade, mostrando como as romarias e as peregrinações tinham uma estrutura de grandes eventos e mobilizavam toda a população. Como esses momentos históricos, há uma continuidade de ritos similares nos dias de hoje: “os grandes féretros como o cortejo fúnebre de Alexandre, modernamente o de Lenine, Perón, Diana” (Lins, 2002, p. 87). Também os rituais de coroação, o de Napoleão e as Olimpíadas gregas, marcam a origem dos eventos esportivos atualmente, como os campeonatos mundiais de futebol. 6 Texto extraído de LUKOWER, Ana. Cerimonial e protocolo. São Paulo: Contexto, 2009. P.11-12. 7 Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
  • 9. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 8 Muitas civilizações antigas tiveram no comando sacerdotes, juízes e reis. Para Lins, isso justifica o atual cerimonial das igrejas tradicionais e dos tribunais com sinais majestáticos como o púlpito usado por um líder religioso, em um palco, o que o mantém certa distância do público, também a posição elevada do juiz, protegido por uma grade. As batalhas e a guerra entre tribos e nações resgatam a tradição das cerimônias do exército e da marinha, fixados, segundo o embaixador, nos uniformes e adereços, como medalhas e insígnias, por exemplo. A herança para o cerimonial está em alguns componentes: o símbolo do governante e da autoridade; a hierarquia e a ordem de precedência; o cerimonial de poder e de corte com cortejo; as regras do ritual de hospedagem, assim como a linguagem de saudação, de amizade, de orações e de discurso. O cerimonial tornase um instrumento de globalização imperial do qual descende o cerimonial diplomático em sua versão moderna e os grandes eventos. (2002, p. 88-89). O cerimonial ocidental se estruturou, porém, na Idade Média, quando tanto os códigos de cavalaria como os rituais de corte e dos soberanos ganharam expressão numa linguagem que já existia mas só então se tornou universal. A heráldica com seus escudos e brasões constituía um sistema jurídico e político pelo qual se provavam ou comprovavam os direitos de sucessão e herança. Na época do Renascimento, o cerimonial ocidental sofreu grandes transformações e apresentou a sua transição para o mundo moderno. Dos castelos surgiram os palácios urbanos cercados por cidades que abrigavam uma nova classe social: a burguesia. “Enriquecendo com o comércio, a nova nobreza transformou os palácios em centro de ocupação de artesãos e artistas, escritores, poetas e músicos. A arte suplantou a monotonia da história” (Lins, 2002, p. 91). A evolução do cerimonial retrata as mudanças sociais e o comportamento dos cidadãos. Essa associação entre poder e riqueza pode ser observada ainda nos dias de hoje. Há pouco tempo, em São Paulo, a sede do Poder Executivo Municipal estava instalado em um prédio nada convencional à modernidade da cidade. Mais parecia um antigo palácio bem no centro da metrópole. A proximidade com autoridades ainda mantém o cerimonial mais presente nas esferas federal, estadual e municipal dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. [...] O cerimonial é rito? Os primeiros registros do cerimonial datam de épocas proto-históricas, há 40 mil anos. Alguns antropólogos interpretam as pinturas rupestres do paleolítico, na região de Altamira e Morella de la Vella, na Espanha, como cenas de celebração: caçadas, visitas de chefes de tribos vizinhas, reuniões do clã para celebrar efemérides, cenas de batalha. Nessas imagens, constata-se o resgate de quatro cerimoniais rituais: de corte, festas, religião e do poder bélico do soberano (Lins, 2002, p. 19). A palavra cerimonial sempre esteve associada à palavra ritual, até mesmo nos dicionários de língua. Recuperando a perspectiva da Antropologia é possível buscar o elo entre esses dois termos. Mais do que um vínculo entre cerimonial e ritual, a etnóloga francesa Martine Segalen (2002), discute essa relação na obra Ritos e Rituais Contemporâneos. A discussão tem início colocando uma importante questão: “rito, ritual, cerimônia, festa: qual o conteúdo semântico?” Sua investigação parte dos estudos lingüísticos de Benveniste: Segundo o lingüista Émile Benveniste, a palavra ‘rito’ teria vindo de ritus, que significa ‘ordem prescrita’, termo associado a formas gregas tais como artus ‘ordenação’, ararisko ‘harmonizar’, ‘adaptar’ e arthmos, que evoca o ‘laço’, a ‘junção’. Junto com a raiz ar que deriva do indo-europeu védico (rta, arta), a etimologia remete essa análise à ordem do cosmo, à ordem das relações entre os deuses e os homens, à ordem dos homens entre si. (2002, p. 17) Na própria etimologia da palavra “ritual”, assim como na de cerimonial, há uma relação entre a organização dos homens entre si. Ainda que o uso das palavras “rito”, “ritual”, “cerimônia”, “cerimonial” e “solenidade” apareçam indistintamente, segundo a autora, as origens encaminham-se aos ritos cívicos solenes, de origem profana. Como o ritual marcou a atividade humana, o cerimonial dominou (e marca até hoje) as atividades que envolvem esses rituais. Nesta dissertação os termos cerimônia e solenidade são usados como sinônimos. [...] Além da configuração espaço-temporal, o rito se caracteriza por uma série de objetos codificados que representam os bens comuns de um grupo social, usados como um sistema de linguagens e comportamentos próprios. Nessa perspectiva, o ritual faz sentido para os que dele participam, marcam épocas e representam
  • 10. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 9 determinadas escolhas e tempos sociais. “O ritual *...+ ordena a desordem, atribui sentido ao acidental e ao incompreensível, confere aos atores sociais os meios para dominar o mal, o tempo e as relações sociais” (Segalen, 2002, p. 31-32) Nota-se que o vínculo entre o ritual e o cerimonial é significativo para compreender o cerimonial. Essa atividade também organiza o que não está organizado, atribuindo sentido e estabelecendo atores sociais para legitimar essa “arrumação”. O mestre de cerimônias é um desses atores. Os ritos são caracterizados por atos simbólicos manifestados por emblemas materiais e corporais, como o uso de um brasão, a insígnia institucional, distintivos de associações, sociedades, trajes e objetos específicos, qualquer alusão simbólica que faça com que o indivíduo se diferencie dos demais. Enquanto conjuntos fortemente institucionalizados ou efervescentes, os ritos devem ser considerados sempre como um conjunto de condutas individuais ou coletivas relativamente codificadas, com suporte corporal (verbal, gestual e de postura), caráter repetitivo e forte carga simbólica para atores e testemunhas. (Segalen, 2002, p. 32) O rito precisa ser reconhecido, validado. Seu caráter repetitivo, porém, não pode representar sozinho esse reconhecimento. Almoçar não é um rito somente porque é feito todos os dias. Há rito quando ele acompanha as modificações dos grupos sociais, organiza as relações entre os homens, evidencia condutas e simboliza ações, hábitos e costumes. Para ser eficaz, o rito depende de “uma validade global do cerimonial, inseparável de uma liceidade reconhecida por todos” (Segalen, 2002, p. 33). A presença do cerimonial no Brasil Desde o descobrimento do Brasil, em 1.500, pode-se dizer metaforicamente que o cerimonial está presente. Logo que os portugueses chegaram, eles procuraram estabelecer regras de convívio social, com a finalidade de marcar historicamente sua presença e assegurar a posse para a coroa [...]. Há três períodos do cerimonial brasileiro: a Colônia, a Corte e a República. Na Colônia, o cerimonial obedecia aos costumes da metrópole portuguesa e ao seu cerimonial profundamente enraizado nas estruturas sociais em harmonia com os ritos e liturgias católicos. O grande cerimonial da corte foi trazido por Dom João VI que criou as primeiras instituições de ensino superior e militar. Daí ser chamado de “o iniciador dos cerimoniais”, hoje os chamados cerimonial universitário e militar. As cortes da época tinham como padrão o cerimonial de Versailles com variações e tradições locais, porém a língua oficia das cortes era o francês que assim permaneceu durante todo o império, marcando a cultura carioca onde o francês era usado no comércio de mais alto nível e nos chás das senhoras (Lins, 2002, p. 95) Quando a República dissolveu a Corte e elevou ao poder personalidades de formação militar ou políticos, provocou-se um vazio no cerimonial nacional, mas uma instituição permaneceu intocada: o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Itamaraty. “O fato de tê-lo chefiado por muitos anos um monarquista e barão do império, garantiu a continuidade de rigorosas práticas protocolares” (Lins, 2002, p. 95-96) que, desde o império e por gosto do próprio imperador, vinham sofrendo modificações do protocolo britânico. As correntes francesa e inglesa continuam presentes no cerimonial brasileiro e, segundo o embaixador, as influências monárquicas são identificadas em vários eventos tradicionais do país, como no folclore maracatu e no carnaval em que as fantasias, adereços, coreografias, gestos e símbolos evocam as cortes e as deferências do cortesão nas figuras do mestre-sala e da porta-bandeira.(2002, p. 96). No Brasil, o termo cerimonial foi consagrado pelo Decreto 70.274, de 9 de março de 1972, que aprovou as “Normas do Cerimonial Público e Ordem Geral de Precedência”, a legislação que rege a prática dessa atividade no país. Com o crescimento das solenidades, o cerimonial avançou e existe hoje em diversos segmentos: público, privado (empresarial, institucional), militar, diplomático, esportivo, universitário (instituições de ensino) e religioso. É o cerimonial, entretanto, quem atribui a cada indivíduo ou instituição seus símbolos de poder, distribui as funções e cargos em níveis e dispõe as regras de precedência, além de fazer a análise e a crítica dos preceitos, modismos, costumes, maneiras, hábitos, crenças, mitos, tabus, ideologias e utopias em cada nível social e político. (Lins, 2002, p. 62-63)
  • 11. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 10 Quando estabelece diferenças entre classes e grupos, como a autoridade que está na mesa de honra e o público que está no local determinado, o cerimonial, segundo Estellita Lins, atribui à classe dominante ou governante o papel modelar e a seus membros os papéis individuais de protagonistas da história, assim como as instituições, que são distinguidas entre aquelas que dominam o cenário e às demais concede papéis secundários nos atos e eventos (2002, p. 62-63). Para que uma cerimônia seja considerada oficial, ou seja, um conjunto de ritos reconhecido por uma instituição, são necessárias algumas condições: a celebração de um ato oficial ritualizado, o caráter solene da celebração e a participação direta de autoridades com o estabelecimento e posicionamento de uma hierarquia que expressa e representa significados sociais e políticos de autoridade e poder. Para Lins, cada uma das três condições tem um caráter normativo, materializado em leis, regras, tradições, hábitos rotineiros, recomendações, conselhos e regulamentos “que regem e conduzem a organização de cada etapa da execução cerimonialística. Onde faltar uma daquelas três condições básicas, não haverá cerimonial público oficial” (2002, p. 167) Para que um ritual seja reconhecido como tal, aspectos prescritivos como o convite ou mesmo o roteiro com os itens da cerimônia e as tradições devem ser consideradas e utilizadas. Nada que possa desconsiderar hábitos e costumes de um determinado grupo social ou mesmo da sociedade de uma maneira geral deve ser tratado como cerimonial. O respeito pela história é elemento que constitui a atividade e não deve ser esquecido8. 5 Atuação profissional em cerimonial9 As diversas instituições públicas e privadas que utilizam um departamento de cerimonial em sua estrutura nomeiam um profissional para chefiar as atividades. É comum que esse chefe seja alguém de confiança, que tenha desempenhado funções em momentos anteriores à posse. No caso da política, por exemplo, como uma das estratégias para vencer as eleições, os candidatos mantêm pessoas que cuidam dos eventos de campanha, que anunciam os pronunciamentos, elaboram roteiros de visitas e agenda. Com a vitória, algumas dessas pessoas assumem a função de chefe do cerimonial,departamento existente na maioria das instâncias representativas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O cerimonial também merece destaque no Exército e na Marinha, que definiram regras próprias para sua realização, e elegem integrantes responsáveis pelo cumprimento e divulgação das normas. Muitas vezes, o chefe do cerimonial acumula uma outra função: a de mestre de cerimônias e, assim, além de planejar, conduz a solenidade. Esse acúmulo de funções é discutido com freqüência entre os profissionais que atuam na área. Segundo dados levantados nas entrevistas realizadas para essa pesquisa, ser, ao mesmo tempo, o chefe do cerimonial e o mestre de cerimônias pode ajudar ou atrapalhar as funções. Pode ajudar porque como chefe ele já sabe tudo que vai acontecer e como foi organizada a solenidade. Pode atrapalhar porque o chefe do cerimonial não deve ficar “preso” à tribuna, atuando como mestre de cerimônias num momento em que alguma providência deva ser tomada ou em que a autoridade possa necessitar de orientações. 5.1 Atuação do Chefe de cerimonial10 O chefe do cerimonial, profissional que tem o domínio da legislação e conhece as características de cada área específica do cerimonial (público, empresarial, universitário, social etc.), é pessoa próxima da alta 8 Referências bibliográficas das citações do texto: LINS, A. E. Etiqueta, Protocolo & Cerimonial. Brasília: Linha Gráfica Editora, 1991. LINS, A. E. Evolução do Cerimonial Brasileiro – aulas e conferências. Recife: Comunigraf Editora, 2002. SEGALEN, M. Ritos e rituais contemporâneos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. 9 Texto organizado a partir de trechos da seguinte obra: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007. 10 Ibidem.
  • 12. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 11 administração, o que lhe garante o conhecimento sobre o objetivo a ser atingido com a solenidade planejada por ele. Seguindo a tradição, as normas e o objetivo proposto, o chefe do cerimonial estabelece as atividades da cerimônia, tais como a entrega de homenagens, a execução dos hinos e os pronunciamentos e define as autoridades e personalidades convidadas. Depois de definida a dinâmica do evento, o chefe do cerimonial elabora um roteiro com a ordem seqüencial dos acontecimentos e elabora também o script com o texto a ser lido pelo mestre de cerimônias. Chefe de cerimonial  Mestre de cerimônias11 O Mestre de Cerimônias não deve ser confundido com o Chefe do Cerimonial. E isso é o que vemos sempre, resultando num acúmulo de funções para este último e comprometendo o sucesso do empreendimento. O Chefe do Cerimonial ou Coordenador de Eventos é responsável pelo planejamento, coordenação e organização do evento, em todas as suas fases, além do protocolo de implantação com as precedências e tratamentos de acordo com a legislação específica, planejando o roteiro da solenidade. Neste momento, entra o Mestre de Cerimônias que, a partir desse roteiro, produzirá o script final, anunciando as fases do evento. É impossível para o Chefe do Cerimonial ser o Mestre de Cerimônias, pois o primeiro tem tantos detalhes para verificar que necessitaria, volta e meia, sair da tribuna para resolver os percalços que acontecem durante um evento. Esse corre-corre resultaria em uma ansiedade natural, comprometendo a fase mais bela do evento: a sua implantação. 5.2 Atuação e responsabilidades do Mestre de Cerimônias12 Nascido em tempos remotos, a figura do Mestre de Cerimônias se confunde com a história do cerimonial. Rituais, cerimônias faziam parte da rotina do homem primitivo. Temor ao desconhecido, necessidade de acreditar em algo, solidão, disputa pelo poder, tudo se transformava em cerimônias de adoração, de oferta. Nobres à frente, súditos atrás, assessores ao lado, o anunciador dessas solenidades estava sempre em destaque. Era o início da figura do Mestre de Cerimônias. Encontramos sua presença entre os gregos, três mil anos a.C., anunciando as fases das reuniões que aconteciam nos anfiteatros. Mil anos a.C., a China e o Japão utilizavam o Mestre de Cerimônias, para a narração dos torneios de arco e flecha. Já nessa época, ele utilizava a força e ritmo da voz para destacar as equipes mais importantes, calcado num conceito de poder e nobreza. Na Roma antiga, ele surge na figura do chefe dos trombeteiros que, sobre seu cavalo, após o toque das trombetas, anunciava a passagem do Imperador ou as medidas reais como aumento de taxas, maior submissão, proibições e sanções. Em nossa era, ele aparece na figura do arauto. Vestido de acordo com os costumes da época, anunciava a entrada dos convidados em festas da nobreza batendo três vezes um bastão sobre um batente, produzindo um som alto e seco. Assim, foi se firmando a figura do Mestre de Cerimônias. Sempre em posição de destaque, iniciando e conduzindo as fases de uma solenidade, hoje diríamos que é uma das pessoas mais importantes para a implantação de um evento, pois a partir de sua presença "as coisas começam a acontecer". Em hipótese nenhuma estamos desprezando os outros integrantes da organização de um evento - o coordenador do cerimonial, as recepcionistas, os operadores de equipamentos específicos, tradutores, manobristas, pessoal de serviços gerais. Cada um tem sua função específica na organização do evento. 11 Texto extraído de MEIRELLES, Gilda Fleury. Disponível em: < www.megabrasil.com.br>. Acesso em: 20 jul. 2010. Texto extraído de MEIRELLES, Gilda Fleury. Disponível em: < www.megabrasil.com.br>. Acesso em: 20 jul. 2010. 12
  • 13. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 12 Quem exerce a atividade de mestre de cerimônias?13 A atividade do mestre de cerimônias é exercida por profissionais de formações diversas – jornalista, relações públicas, advogado – e não tem regulamentação. Assim como o cerimonial, essa atividade pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, ou seja, não é prerrogativa de determinada profissão. Hoje em dia é possível encontrar profissionais que oferecem trabalhos diferenciados como mestre de cerimônias. Por exemplo, o catálogo free shop serviços para eventos ofereceu, na edição 21, de outubro de 2005, três páginas com anúncios de mestres-de-cerimônias. São atores, apresentadores de televisão, jornalistas e radialistas que atuam na condução de solenidades variadas. Características exigidas do Mestre de cerimônias14 As características exigidas para um mestre de cerimônias, segundo Gilda Fleury Meirelles, são: determinação, voz, postura corporal, aparência pessoal, conhecimento, naturalidade, inspiração, memória, síntese e vocabulário. Para Meirelles, o mestre de cerimônias precisa atender às expectativas, “fazendo com que a platéia reconheça seu trabalho, siga seu comando, entusiasme-se com suas palavras, chore com seu silêncio e cresça com o acontecimento... sem sentir somente a sua presença” (2006, p. 5). A professora ensina como o mestre de cerimônias deve reagir ao riso e a vaia do auditório: “deixe os ouvintes rirem, e quando o riso diminuir, retome imediatamente”. O mesmo procedimento deve ser adotado para a vaia, porém, “se a vaia recomeçar, a ordem é sair”, pois, segundo Meirelles, não haverá mais clima para apresentação. (2006, p. 41) As determinações mais reforçadas pela professora em seus cursos são as seguintes: o mestre de cerimônias não pode aparecer mais do que evento, não pode falar o que ele quiser e não pode errar. [...] O indivíduo que comanda uma solenidade, desempenhando a função de mestre de cerimônias (e não de apresentador, onde até pode usar termos e comportamentos específicos de um personagem que representa na novela, por exemplo) deve ser discreto. Ele conduz a solenidade, mas não pode fazer o que quiser durante sua condução. Os artistas que apresentam eventos solenes, oficiais ou informais, utilizam a popularidade adquirida em peças teatrais e atrações televisivas para desempenhar tal função, muitas vezes desconhecendo as formalidades e as regras específicas do cerimonial. 5.3 Quem é o Diretor de Protocolo? Embora seja um termo pouco utilizado atualmente, alguns autores, como Jarbas Oliveira, citam também o perfil do Diretor de Protocolo. Segundo Oliveira15, o Cerimonial refere-se à cerimônia propriamente dita, ao passo que o Protocolo às normas que se estabelecem para a realização do cerimonial em determinada instituição. Dessa forma, o protocolo seria estático, e o cerimonial dinâmico. Logo, o perfil para trabalho com cada um desses aspectos seria distinto. Para ele, o Diretor de Protocolo organiza o programa protocolar, traçando o roteiro da solenidade. O chefe do cerimonial dirige a sequência de atos da cerimônia e o mestre de cerimônias, por sua vez, conduziria a solenidade. 5.4 Quem é o cerimonialista? O termo cerimonialista é, muitas vezes, utilizado como sinônimo de chefe de cerimonial. Renata Souza (op. cit.) entende o cerimonialista como uma espécie de mestre de cerimônias com maior domínio do protocolo. “Quando o mestre de cerimônias domina o assunto, elabora roteiro, script, conhece ordem de precedência e a legislação que regulamenta o cerimonial no Brasil, também é considerado cerimonialista. A tradição da existência de um chefe do cerimonial nos poderes públicos atualmente começa a ser discutida por empresas e instituições representativas. Universidades, bancos e entidades de classe começam a incorporar cargos para 13 Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007. 14 Ibidem. 15 Texto extraído de: OLIVEIRA, J. B. Como promover eventos: cerimonial e protocolo na prática. São Paulo: Madras, 2000.
  • 14. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 13 cerimonialistas, termo usado para designar o profissional que detém o conhecimento das normas do cerimonial.”16 Como o termo é recente, convém verificar como o mercado o tem utilizado. No mercado de casamentos, os cerimonialistas costumam ter uma atuação de organizadores de eventos e, dessa forma, o termo tem sentido mais amplo. Vejamos dois fragmentos de sites. Diferente de algumas décadas atrás, os casamentos hoje não são apenas uma simples cerimônia para a família. A união do casal envolve uma festa cheia de etiquetas e protocolos, um verdadeiro evento que exige muito jogo de cintura tanto para organizar a data como planejar o orçamento. "O mais importante é cada casal seguir a sua personalidade e aproveitar o que tem de melhor para eles. A minha função é mostrar as opções e adequá-las ao orçamento dos noivos, que nem sempre devem seguir o que está na moda. A gente reduz o que é menos importante, observa o que é necessário ou não e usa a criatividade. O casal não pode começar a vida a dois endividado", ressalta a cerimonialista Adriana Ribeiro, que também tem formação em economia. Hoje em dia, a chamada assessoria cerimonial em casamentos vai desde a escolha de todos os fornecedores para a festa (fotógrafo, buffet, entre outros), confecção e distribuição de convites até ensaio na Igreja. Entre os pacotes oferecidos, o mais comum é usar o serviço para confirmação de convidados, atendimento na montagem, recepção e execução da festa. Vila Mulher. Disponível em: <http://vilamulher.terra.com.br/rotina-de-cerimonialista-3-1-30-361.html> A Casar é Fácil é um cerimonial especial. Nosso maior objetivo é ajudar a noivinha a organizar seu casamento da forma mais alegre e descontraída possível, sempre com muita conversa, bom humor e simpatia. Tomando conta de todos os detalhes para que os noivos e seus familiares possam aproveitar todos os momentos da cerimônia e festa sem se preocupar com nada. A Casar é Fácil acredita que o sonho dos noivos é o mais importante e nós estamos aqui para realizá-lo com VOCÊ! O cerimonialista cuida de todo esse planejamento, analisando o perfil dos noivos e indicando os fornecedores que se encaixam nesse perfil, de acordo obviamente com o orçamento do casamento, poupando assim o tempo dos noivos e indicando pessoas qualificadas. O mais difícil e conseguir a mesma data em todos os fornecedores que a noiva quer. Só com muita antedecência mesmo! O cerimonialista também sabe com que antecedência cada fornecedor deve ser contactado e dispõe de algumas facilidades... como poder segurar uma reserva, descontos em alguns itens, melhores condições de pagamentos, etc. Na semana do casamento, o cerimonialista faz um check list com cada fornecedor para se certificar que tudo vai sair perfeito. Ah! E um ensaio na igreja. Também uma reunião final com os noivos para montar o cronograma da festa com todos os detalhes de como tudo vai acontecer Sempre, é claro, de acordo com o sonho dos noivos (essa reunião pode ser semanas antes). Casar é fácil. Disponível em: <http://casarefacil.blogspot.com/2008/04/o-que-faz-um-cerimonialista.html> 16 SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
  • 15. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 14 Vejamos outro texto. Portal do Cerimonial. Disponível em: < http://www.cerimonialista.com/guias/artigos/quem_e_mesmo_um_cerimonialista.pdf>. 5.5 Outros profissionais17 Para auxiliar o chefe do cerimonial, alguns funcionários (da própria instituição ou contratados para aquela solenidade) são responsáveis pela recepção dos convidados, pelo preenchimento de fichas com os nomes e cargos de autoridades e personalidades, encaminhamento das autoridades à mesa de honra e recolhimento de assinaturas em termos de posse, atas etc. A estrutura da organização estabelece a existência de um departamento de cerimonial (ou não), o corpo de funcionários atuantes nas solenidades ou a convocação de profissionais de outras áreas para o trabalho durante as cerimônias. Principais recursos humanos em cerimonial  Comissão de recepção (não de decepção!)  Eficiente, cordial e acolhedora  Não pode: enxame, ou melhor, vexame de badalação  Atendentes  Sequência da recepção; encaminha os convidados a seus lugares.  Grupo de apoio  Conforme a demanda para cada tipo de evento: técnico do som, encarregado da gravação, segurança, equipe de copa, etc. Baseado em: OLIVEIRA, J. B. Como promover eventos: cerimonial e protocolo na prática. São Paulo: Madras, 2000. 17 Ibidem.
  • 16. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 5.6 Texto complementar: Sobre o papel do mestre de cerimônias Ao Mestre-de-Cerimônia não fica afeto tão somente as atribuições tipificadas como inerentes ao locutor ou ao apresentador de um determinado evento. É de costume entender que o Mestre-de-Cerimônia tem por ofíci o conduzir uma solenidade, emprestando-lhe um tom oficial clássico. De seu desempenho depende o sucesso do evento. A ele, portanto, cabe o imprescindível papel de auxiliar direto da mesa na condução do protocolo. Para dito exercício, ao Mestre-de-Cerimônia cabe observar alguns cuidados elementares: I – antes da solenidade: a) elaborar e/ou revisar o roteiro estabelecido; b) em conjunto com o corpo do Cerimonial, analisar o check-list do evento e lista de autoridades, dando ênfase à ordem de precedência; c) manter atualizado lista de autoridades (cartões de protocolo), preenchidos com a pronúncia dos nomes e não conforme a grafia dos mesmos; d) ter disponível breve currículo de todas as autoridades componentes da mesa diretiva ou de honra; e) verificar, com razoável antecedência, infra-estrutura, como: iluminação, sonorização e demais itens concernentes ao apoio logístico de seu trabalho. II – durante a solenidade: a) obediência ao roteiro estabele cido; b) impessoalidade (não deve apresentar-se ao público-alvo); c) cumprimentos e agradecimentos devem ser feitos em nome da instituição promotora do evento, sempre utilizando verbos na 3ª pessoa do singular ou na 1ª pessoa do plural; d) posição junto à tribuna. Para tal, a figura do Mestre-de-Cerimônia deve obrigatoriamente conter determinados predicados que venham atender aos princípios da impessoalidade que sua função requer, quais sejam: a) atitude discreta e brevidade, sem, no entanto, manter postura exageradamente austera, porém comunicando alegria, entusiasmo e simpatia, com a devida sobriedade; b) boa dicção; c) boa aparência / elegância (roupas sóbrias e alinhadas, asseio pessoal, cabelos bem cuidados e postura correta); d) educação;. Cuidado com as piadas e as frases de efeito, o que não significa uma postura exageradamente austera. Afinal, o Mestre de Cerimônias precisa comunicar alegria, entusiasmo e simpatia. e) conhecimento de etiqu eta e de regras gramaticais (com ênfase aos pronomes de tratamento); f) segurança e espírito de iniciativa; g) boa leitura (o que recomenda a pré-leitura do roteiro); h) domínio da programação do evento (do que se trata, época de realização, local de realização, quem são os promotores, como será realizado e objetivos pretendidos). Basicamente, o trabalho afeto ao Mestre-de-Cerimônia compor-se-á de três etapas, a saber: I – introdução: a) apresentação do evento; b) composição da mesa diretiva ou de honra, adotando extremo cuidado quanto à ordem de precedência; c) citação das autoridades presentes. II – desenvolvimento: a) anúncio da ordem das falas, seguindo o roteiro estabelecido. III – conclusão: a) encerramento da solenidade. Finalmente, cabe salientar alguns deslizes que devem ser evitados pelo Mestre-de-Cerimônia: a) não utilizar expressão como “neste momento, passo a palavra...” (quem detém esta condição é o Presidente da Mesa); o correto é “anunciamos a palavra...” ou “convidamos para fazer uso da palavra...” ou “chamamos à tribuna...”, etc.; b) não utilizar expressão como “registramos a presença de...” (quem detém esta condição – de registro – são entidades cartoriais); o correto é “agradecemos a presença de...” ou “destacamos a presença de...”, etc.; c) não utilizar expressão como “O Presidente da Mesa fará uso da palavra...”; o correto é “O Presidente da Mesa fará seu pronunciamento...”. Cerimonialista Cerimonialista é o profissional responsável pela organização da cerimônia oficial ou não, onde estabelece todos os passos, cronometricamente calculados, com diversos tipos de eventos. Isto engloba a responsabiliade pelo protocolo, assessoria aos anfitriões e poder de decisão, sempre que necessário. Igualmente, atua desde o planejamento (previsão de custos, contatos com fornecedores, reservas, condições de pagamento, Se ao Mestre-de-Cerimônia compete a apresentação do eve nto, de forma mais específica, ao Cerimonialista cabe elaborar, controlar e administrar de forma correta todos os detalhes do evento, ou seja, tem uma abrangência maior de ação que o Mestre-de-Cerimônia. No plano acadêmico, existe a figura do Bacharel em Turismo com ênfase no setor, chamado de Organizador de Eventos. A este cabe a responsabilidade de contratar um Cerimonialista, além de fornecer todo o apoio logístico necessário ao bom termo do evento, como locomoção, receptivos, transfer, movimentação e atos da autoridade ou empresário durante a realização do evento. Conclusão Se o Mestre-de-Cerimônia , portanto, é a pessoa encarregada da condução do ato da solenidade, compete ao Cerimonialista, em termos genéricos, ser o responsável pelo cumprimento das normas protocolares em seu sentido mais amplo. Assim sendo, pode-se afirmar que um Mestre-de-Cerimônia é, obrigatoriamente, um Cerimonialista, mas nem sempre um Cerimonialista reúne os predicados para desemp enhar a função de Mestre-de-Cerimônia. O campo de atuação do Cerimonialista é bem mais amplo, pois demanda ações, competências e conhecimentos que transcendem o universo trilhado pelo Mestre-de-Cerimônia, vez que, por exemplo, deve conhecer amplamente regras de conduta em ocasiões oficiais ou particulares e a hierarquia existente no contexto de seu trabalho em todas as sociedades organizadas. Compete também ao Cerimonialista promover a implantação de métodos, controles, normas de conduta nas cerimônias públicas e privadas, acompanhar e orientar na aplicação das leis para trocas de correspondências oficiais e privadas e demais atos de comunicação, além de estar sempre atualizado com as normas de etiqueta vigente. SILVA, Osni Carlos Fanini. Disponível em: <http://www.cncp.org.br/secao.405,materia.645.aspx>. Acesso em: 20 jul. 2010. 15
  • 17. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 16 6 Planejamento e execução de cerimonial 6.1 Auxílios materiais 6.1.1 Roteiro18 A própria definição encontrada em dicionários14 determina que objetivo do roteiro é guiar, regular procedimentos ou atos. Esse tipo de texto, prescrito não somente para o mestre-de-cerimônias, mas para todos que vão atuar na solenidade, seja na mesa de honra, nas apresentações musicais ou nos bastidores, vai regulamentar a ordem com que as coisas vão acontecer durante a solenidade. A definição de roteiro encontrada no Dicionário Houaiss (2004) é a “relação de tópicos a serem abordados em trabalho, discussão etc; texto que contém diálogos, planos, cenários de filme, peça teatral etc”. [...] No cerimonial, o roteiro é a seqüência das ações colocada em tópicos, por exemplo, abertura da solenidade; composição da mesa de honra; execução do Hino Nacional etc. Assim, as pessoas envolvidas na cerimônia podem acompanhar o desenrolar da solenidade e saber o que vai acontecer em seguida. Para Meirelles (2006, p. 21), o roteiro é o resumo de todas as fases do evento em tópicos e vai determinar o script. Um roteiro adequado deve ser claro em sua apresentação, fornecendo todas as informações sobre o evento (horário, intervalos, pronunciamentos etc) e deve conter espaços para anotações de última hora entre as linhas. Muito utilizado pelo chefe do cerimonial para auxiliar os componentes da mesa de honra e os funcionários que trabalham na solenidade, o roteiro é um documento menos detalhado do que o script, porém, também apresenta informações que vão facilitar a atuação de todos os envolvidos na cerimônia: o maestro do coral, por exemplo, será guiado pelo roteiro e saberá o exato momento da execução do Hino Nacional. A entrega do roteiro é feita pelo chefe do cerimonial (ou pelo responsável/organizador do evento) durante reuniões com os participantes da cerimônia, ou seja, recepcionistas, músicos, funcionários da secretaria, da equipe de segurança, bufê etc. O mestre-de-cerimônias também recebe o roteiro para confeccionar o seu texto ou para saber como a solenidade vai acontecer, caso o chefe do cerimonial entregue, posteriormente, o script pronto. 6.1.2 Script19 O script, em cerimonial, é mais detalhado do que o roteiro. Com a indicação do que será falado pelo mestre-de-cerimônias durante o evento, o script traz informações que auxiliam não só o mestre-de-cerimônias, mas as autoridades que necessitam de algum pronunciamento especial durante a solenidade. No início do evento é comum que a maior autoridade faça a abertura oficial da cerimônia e utilize a seguinte frase: “Declaro aberta a cerimônia de posse...” Muitas vezes, essa frase está no script e orienta a conduta de quem inicia a solenidade. O script reúne, além do texto do mestre-de-cerimônias, os tópicos determinados no roteiro, indicando a ação e o que deve ser falado para concretizar essa ação. Várias nomenclaturas são adotadas pelos cerimonialistas para definir o roteiro e o script. Alguns utilizam “pauta” e “ordem do dia” para designar o roteiro, e usam roteiro para denominar o script. A pauta é o roteiro dos assuntos que serão abordados em um jornal, entrevista, reunião etc. A ordem do dia, termo usado nas sessões plenárias do Poder Legislativo, é o conjunto de matérias que será apreciado durante a sessão, relacionado em tópicos. O uso de roteiro para designar o script justifica-se até mesmo pela definição do dicionário, que apresenta os termos como sinônimos. 18 Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007. 19 Texto extraído de: Ibidem.
  • 18. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 17 O script, para Meirelles, deve ser elaborado pelo mestre-de-cerimônias, de preferência com uma revisão final de quem o contratou. Se, durante a solenidade, o mestre-de-cerimônias precisar dar um aviso, deve atentar para que não interrompa a seqüência da programação, segundo Meirelles, e só deve dar esse aviso se o assunto for extremamente importante, como o falecimento de alguém relacionado ao evento ou ausência/atraso que comprometa ou altere o desenvolvimento dos atos. E acrescenta: “O Mestre de Cerimônias deve dar o aviso de forma clara, rápida e objetiva, porém, com os detalhes necessários”. (2006, p. 39). 6.1.3 Fichas de protocolo20 Uma das atividades desenvolvidas pelo mestre-de-cerimônias é a leitura das fichas de protocolo, cartões que apresentam o nome e o cargo da autoridade que está presente ao evento ou que se fez representar por alguém. Essa ficha é preenchida, normalmente, pelas recepcionistas do evento ou por funcionários do cerimonial e entregues ao mestre-de-cerimônias para que ele possa, durante a cerimônia, destacar e agradecer a presença de autoridades e convidados. Cada instituição elabora a sua ficha de protocolo, porém, o nome do convidado e o cargo são itens obrigatórios. Algumas fichas têm o nome e o cargo da pessoa que representa a autoridades, assim, o mestre-decerimônias agradece ao representante e anuncia quem ele está representando. As fichas de protocolo também são usadas pelas autoridades para fazer a nominata, relação dos nomes das pessoas que têm destaque na solenidade. As autoridades da mesa utilizam as fichas e, como o mestre-decerimônias, agradecem publicamente as autoridades presentes. Essa prerrogativa, de acordo com as normas do cerimonial, é somente da maior autoridade participante da cerimônia, porém, é comum que alguns componentes da mesa façam esse agradecimento público, ressaltando o nome da autoridade diversas vezes durante o encontro. Em outras situações, somente o mestre-de-cerimônias faz esse agradecimento, representando toda a instituição. 6.1.4 Cartões de Protocolo e Prismas21 Cartões de Protocolo e Prismas de Identificação têm, ambos, a mesma finalidade: designar, clara e indubitavelmente, o lugar que a autoridade deve ocupar. Os cartões com o nome da pessoa estará sobre a mesa, na direção exata da cadeira que lhe for designada. Apenas a autoridade que ocupará o lugar e a recepcionista o verão. Já o prisma exerce dupla função. Igualmente colocado à frente da cadeira a ser ocupada por alguém previamente designado, terá o nome da pessoa grafado nas duas faces. Assim, ao mesmo tempo que indica à autoridade o seu assento, identifica-a para os assistentes e para a imprensa. 6.1.5 Relações22 As relações são duas listas distintas. A primeira é a de autoridades e personalidades já referidas. Não é obrigatória, vez que já existem fichas. Entretanto... poderá ocorrer o extravio. A segunda relação é de ordem eminentemente prática. Seu objetivo é racionalizar o trabalho do cerimonial, desobrigando-o de portar, folhear e ler uma papelada farta e redundante: as mensagens de congratulações e de justificativas de ausência. Já observaram como são? - Quanto à forma, diferentíssimas: ofícios, telegramas, telex, fax, memorandos, emails... dos mais diversos formatos e tamanhos. E o cerimonial tem que equilibrá-los, ordená-los, analisá-los e lê-los. (Quem é 20 Texto extraído de: SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha. O discurso do mestre de cerimônias: perspectiva dialógica. 2007. 247 f.Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem). Faculdade de Comunicação e Filosofia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007. 21 22 Texto extraído de: OLIVEIRA, J. B. Como promover eventos: cerimonial e protocolo na prática. São Paulo: Madras, 2000. Texto extraído de: Ibidem.
  • 19. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 18 mesmo o remetente? “Cadê” o ser nome e seu cargo?)Tudo isso sem prejuízo dos demais papéis: roteiro, currículos, fichas, anotações, recados. - Quanto ao conteúdo, repetitivíssimas: mutatis mutandis, dizem as mesmas previsíveis palavras, com raras e honrosas exceções. Por que, então, ler uma a uma? Resumindo, o encarregado do Protocolo elencará, por ordem de importância e precedência, toda essa correspondência e a disporá em uma lista – a relação de justificativas e cumprimentos – que irá para o cerimonial. Este, no momento azado, anunciará: “— Recebemos diversas mensagens de congratulações e de justificativas de ausência, que agradecemos e anunciamos a seguir...” Lê então, obedecendo a ordem de precedência, o nome o cargo ou função do remetente. Poderá dar-se o caso de o Presidente achar por bem que o Cerimonial destaque – lendo textualmente – alguma mensagem especial, de autoridade ou personalidade vinculada afetivamente à instituição, o que dará colorido emocional ao ato, valorizando-o. 6.1.6 Resumindo: auxílios materiais      Roteiro (às vezes chamado pauta)  Rota a ser seguida durante a cerimônia.  Prescrito para todos que vão atuar na solenidade.  Sequência de ações colocadas em tópicos.  Orienta a elaboração do script. Script (às vezes chamado roteiro)  Indicação do que será falado pelo mestre de cerimônias durante o evento.  Mais detalhado que o roteiro.  Inclui também os tópicos do roteiro, para orientar o trabalho do mestre de cerimônias. Fichas de protocolo  Cartões que apresentam o nome e o cargo da autoridade que está presente ao evento e se faz representar por alguém.  Preenchida normalmente pela recepcionista do evento ou entregue antecipadamente ao mestre de cerimônias.  Uma das funções do mestre de cerimônias é a leitura das fichas de protocolo para destacar e agradecer a presença de autoridades e convidados, ou seus representantes. Relações  Lista das autoridades presentes  Justificativa de ausência e congratulações, por ordem de importância e precedência. Cartões e prismas  Indicam o lugar que deve ser ocupado por cada autoridade  Cartão: sobre a mesa, visível apenas para a convidado e a recepcionista que o conduzir.  Prisma: nome grafado nas duas faces. Facilita a comunicação. 6.2 Recursos técnicos: equipamentos   Mesa  Nunca chamar à mesa mais pessoas que cadeiras!!!!  Colocar todos os arranjos antes do início da solenidade.  Microfones funcionando. Som e microfones  Ou funcionam ou atrapalham.
  • 20. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com>    Testes anteriores.  Extensões, pilhas e baterias reserva. Tribuna  Lugar ocupado por um orador, geralmente à esquerda das pessoas sentadas junto à mesa.  Está na posição correta?  O microfone foi testado?  Está estável?  A iluminação permite a leitura? (Pensem nisso ao apagar a luz para passar um filme ou apresentação) Panóplia  Suporte para bandeiras  Deve completar a visão frontal da mesa: à direita das pessoas sentadas junto à mesa. Fonte: Manual de cerimonial universitário da Unesp, 2008. O que não deve acontecer: 6.3 Planejamento do evento 6.3.1 Pré-qualificação do evento    Formal, informal ou semi-formal?  Formal  solenidades, cerimônias, atos solenes  Nos eventos formais, alguns aspectos devem ser obrigatoriamente observados.  Nos semi-formais ou informais eles são opcionais. Social ou cívico: comemorações a datas patrióticas ou cívicas. Hino nacional executado. Aberto ou fechado  Em relação ao espaço e à localização 19
  • 21. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 20 6.3.2 Adequação protocolar     “Cada roca com seu fuso, cada terra com seu uso” Informal: despojado de formalidades Semi-formal: abertura com ligeiro protocolo, discurso de autoridades e visitantes. Eventos formais: presença de personalidades e autoridades do alto escalão, eventos oficiais.  Eventos oficiais: aplicação indispensável do Decreto Federal 70.274/72 6.3.3 Planificação e providências conforme a adequação protocolar:               Qual a natureza do evento? Em ambiente aberto ou fechado? Com ou sem autoridades públicas? Como ou sem coquetel ou coffe-break? Qual o número de participantes previsto? Qual meio de divulgação? Haverá RSVP? Quem será responsável pelo protocolo e pelo cerimonial? Haverá hino nacional? Executado ou reproduzido? Entoado ou somente tocado? As bandeiras serão hasteadas no ato ou já estarão dispostas na panóplia? Quais as autoridades previstas e quais suas receptivas precedências protocolares? Quantas e quais pessoas falarão e em que sequência? Que atos compõem a programação? 7 Normas do cerimonial público    DECRETO N. 70.274, DE 9 DE MARÇO DE 1972. Aprova as normas do cerimonial público e a ordem geral LEI N. 5.700, DE 1 DE SETEMBRO DE 1971.Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos Nacionais, e dá outras providências. DECRETO N. 11.074, DE 5 DE JANEIRO DE 1978. Aprova as Normas do Cerimonial Público do Estado de São Paulo 7.1 Precedências    É importante conhecer seus princípios e saber onde as informações podem ser encontradas. Devem-se observadas rigorosamente em eventos de caráter público. Orientam o organizador de eventos privados a aplicar seus princípios para o contexto que atua. “Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, PRECEDÊNCIA (do verbo preceder, derivado do latim “preacedere” = ir à frente ou na frente), é: ‘preeminência ou preferência no lugar e assento - primazia – superioridade...’. De acordo com Nelson Speers, autor do livro Cerimonial para relações públicas, ‘a precedência é reconhecer a primazia de uma hierarquia sobre a outra, e tem sido, desde os tempos mais antigos, e em todas as partes, motivo de normas escritas, cuja falta de acatamento provoca desgraças’. A precedência sempre foi e sempre será motivo de controvérsias, causando transtornos aos chefes de cerimonial.”23 23 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Extensão Universitária. Manual do cerimonial universitário da Unesp São Paulo : Unesp, 2008.Disponível em: <http://www2.feb.unesp.br/site1/manual_dividido>. Acesso em: 20 jul. 2010.
  • 22. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 21 7.1.1 Princípios        Hierarquia Idade Antiguidade da diplomação, cargo ou função Data de constituição ou criação Ordem alfabética Interesses políticos e comerciais Bom senso 7.1.2 Aplicação em situações especiais  Autoridades em eventos não oficiais  Consulta-se a pessoa ou instituição que promove o evento sobre a intenção de citar e destacar a personalidade.  Mesmo quando não se faz a alusão, o “correto” seria acomodá-la em lugar de destaque.  Verificar posição na precedência do evento.  Recepção de autoridades estrangeiras  Entrar em contato com o cerimonial do país de origem para planejar os eventos, receptivos e programação da delegação.  Submeter ao cerimonial do país de origem para eventuais ajustes.  ONGs  Organização não governamental, logo, não está submetida ao protocolo oficial.  Assim como as instituições privadas, observará as normas de protocolo oficial na medida em que a ajudarem a atingir seus objetivos. 7.1.3 Precedência no Poder Judiciário dos Estados e Municípios                  Presidente do Tribunal de Justiça Juiz deDireito da Comarca da cerimônia Presidente do Tribunal Regional Eleitoral Procurador-Geral da República no Estado Procurador-Geral do Estado Presidente do Tribunal Regional do Trabalho Presidente do Tribunal de Contas Presidente do Tribunal de Alçada Desembargadores do Tribunal de Justiça Juizes do Tribunal Regional Eleitoral Juizes do Tribunal Regional do Trabalho Juiz Federal Juizes do Tribunal de Contas Juizes do Tribunal de Alçada Juizes de Direito Procurador Regional do Trabalho Auditores do Tribunal de Contas Promotores Públicos 7.1.4 Precedência entre secretários de estado (federal)    Geral da Presidência da República Especial de Aqüicultura e Pesca Relações Institucionais   Especial Políticas de Promoção da Igualdade Social Especial de Políticas para as Mulheres
  • 23. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 22 7.1.5 Precedência entre ministros de estado              Justiça Defesa (Marinha, Exército e Aeronáutica) Relações Exteriores Fazenda Transportes Agricultura, Pecuária e Abastecimento Educação Desporto Cultura Trabalho e Emprego Previdência Social Saúde Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior             Turismo Minas e Energia Integração Nacional Planejamento, Orçamento e Gestão Comunicações Ciência e Tecnologia Desenvolvimento Social e Combate à Fome Meio Ambiente Casa Civil da Presidência da República Cidades Controladoria-Geral da União Desenvolvimento Agrário 7.1.6 Precedência entre os governadores dos estados brasileiros               Bahia Rio de Janeiro Maranhão Pará Pernambuco São Paulo Minas Gerais Goiás Mato Grosso Rio Grande do Sul Ceará Paraíba Espírito Santo Piauí              7.1.7 Precedência do corpo consular             Cônsules Gerais de Carreira Cônsules Gerais Honorários Cônsules Gerais Adjuntos de Carreira Cônsules de Carreira Cônsules Honorários – Nacionalidade Estrangeira Cônsules Honorários – Nacionalidade Brasileira Cônsules Adjuntos de Carreira Cônsules Adjuntos Honorários – Nacionalidade Estrangeira Cônsules Adjuntos Honorários – Nacionalidade Brasileira Vice-Cônsules de Carreira Vice-Cônsules Honorários – Nacionalidade Estrangeira Vice-Cônsules Honorários – Nacionalidade Brasileira Rio Grande do Norte Santa Catarina Alagoas Sergipe Amazonas Paraná Acre Mato Grosso do Sul Rondônia Amapá Roraima Tocantins Distrito Federal
  • 24. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 23 7.1.8 Igreja24 O lugar de honra é o altar. À direita ficará a Bandeira Nacional e, à esquerda a Bandeira da Santa Sé. A ordem de Precedência, de acordo com a ordem hierárquica é a seguinte.  Cardeal Primaz  Cardeal  Núncio Apostólico  Patriarcas, Arcebispos e Bispos  Pronotórios Apostólicos  Prelado Doméstico  Camareiro Doméstico  Arcediagos  Arciprestes  Vigários Episcopais  Vigários e Sacerdotes  Diáconos e Religiosos 7.1.9 Universidades25 Nas Universidades a precedência é regulada pelo princípio de antiguidade, ou ainda, como alternativa interna, obedece-se ao Organograma ou Estrutura Hierárquica. Como fonte, citamos o Cerimonial da Universidade do Estado de São Paulo- USP, aprovado em 28.02.1940, que o torna defasado, mas ainda é o mais utilizado.  Reitor  Vice-Reitor  Diretor  Professor Honorário – “Honoris Causa”  Professor Titular  Professor Assistente 7.1.10 Forças armadas A Lei 6.800 de 09.08.1980, que dispõe sobre o estatuto dos Militares e sobre a Hierarquia Militar e Disciplina é a que, por conseguinte, estabelece a precedência entre militares. 24 25 CERIMONIAL e protocolo para eventos – apostila do aluno. Rio de Janeiro: Fundação Universa / Ministério do Turismo, 2010. P. 5. Ibidem.
  • 25. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 24 7.1.11 Âmbito privado26 Existem dois fatores que estabelecem a ordem de precedência nas empresas e instituições privadas:  Data de criação e/ou fundação  Organograma Nas empresas e entidades privadas, para as quais não existe uma ordem de Precedência estabelecida, darse-á sempre por ordem alfabética. Existindo instituições oficiais no mesmo evento, deverão ser colocadas em primeiro lugar seguida das empresas privadas. 7.2 Pontos chave do Decreto N. 70.274, de 9 de março de 1972  O Presidente da República preside as cerimônias que comparecer dentro do território nacional. Observações: no cerimonial privado e até no cerimonial universitário, muitas vezes, essa configuração se altera. Os manuais de cerimonial de universidades federais conferem ao Presidente a presidência da mesa, seguindo o Decreto supracitado. Já universidades estaduais – conforme legislação específica de cada estado e manuais de cerimonial das instituições, costumam dar a precedência ao Governador do Estado correspondente Vejamos trecho do Manual do Cerimonial Universitário da Unesp. Nas Universidades públicas paulistas, o Governador, por ser o chanceler da universidade, tem precedência sobre todas as demais autoridades presentes nas solenidades e cerimônias da instituição. Na ausência dele (o que normalmente ocorre), o Reitor é a autoridade máxima da instituição, tendo precedência sobre todas as demais. Aos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas federal, estadual e/ou municipal, serlhes-á dado lugar de honra à mesa diretora dos trabalhos, obedecendo à ordem de precedência após o 27 anfitrião.       Nenhum convidado poderá se fazer representar nas cerimônias em que o Presidente da República comparecer. Quando o Presidente da República se fizer representar em solenidade ou cerimônias, o lugar que compete a seu representante é à direita da autoridade que as presidir. Os Ministros de Estado presidirão as solenidades promovidas pelos respectivos ministérios ou nas sedes destes ministérios. Chefes do executivo sempre precedem o anfitrião da solenidade. Um homenageado seguirá o anfitrião, à exceção de casos em que o representante do chefe do executivo estiver presente. Quando houver dois cargos para uma mesma autoridade, utilizar sempre o de maior destaque para posicioná-la à mesa. 7.3 Organização de mesas diretoras (ou diretivas)   26 27 Aplicação dos princípios de precedência expressos pelo Decreto n.70274, conforme a Ordem Lateral Direita. A disposição das mesas é feita sempre a partir do centro da mesa. Assim, o número dois fica à direita de quem preside a mesa e não à direita do auditório. Ibidem. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Extensão Universitária. Manual do cerimonial universitário da Unesp São Paulo : Unesp, 2008.Disponível em: <http://www2.feb.unesp.br/site1/manual_dividido>. Acesso em: 20 jul. 2010.
  • 26. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 25 7.3.1 Mesas de plenário       A mesa ideal varia entre 7 a 9 pessoas. Havendo necessidade de compô-la com maior número de participantes pode-se utilizar a primeira fila do auditório. As mulheres não devem ocupar as pontas da mesa. A cadeira de espaldar mais alto é a da pessoa mais importante e, assim, sucessivamente. Quem preside a mesa será o primeiro a ser chamado e assim sucessivamente. As duas primeiras filas do plenário são extensão da mesa dirigente. 7.3.2 Mesas em estilo linear (principalmente para o contexto corporativo)28 28 BRITTO, J.; FONTES,N. Estratégias para eventos. São Paulo: Aleph, 2002.
  • 27. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 26 7.4 Símbolos nacionais – Lei n. 5.700, de 1º de setembro de 1971 São símbolos nacionais  A bandeira nacional  O hino nacional  As armas nacionais  O selo nacional 7.4.1 Selo Nacional  Usado para autenticação dos atos do governo, nos diplomas e certificados expedidos pelas escolas do ensino oficial ou reconhecidas.
  • 28. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 7.4.2 Armas Nacionais Uso obrigatório:  Palácio da Presidência da República e na residência do Presidente.  Edifícios-sede dos Ministérios  Congresso Nacional;  Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Tribunais Federais de Recursos.  Edifícios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos estados.  Prefeituras e Câmaras Municipais.  Frontaria dos edifícios de repartições públicas federais.  Quartéis militares, fortalezas e navios de guerra.  Frontaria ou salão principal das escolas públicas.  Papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal. 7.4.3 Hino Nacional   Composto da música de Francisco Manoel da Silva e do poema de Joaquim Osório Duque Estrada. Primeira execução em 1831? Oficialmente adotado em 1922 27
  • 29. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> Parte I Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Parte II Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. 28 Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Glossário Clava: espécie de pau (tacape) usado como arma Colosso: muito grande (estátua) Esplêndido: maravilhoso, esplendoroso, brilhante. Florão: ornamento, joia. Flâmula: bandeira Fúlgidos: brilhantes Fulgurar: brilhar, sobressair-se Garrido: enfeitado, elegante. Impávido: destemido Lábaro: estandarte, bandeira. Retumbante: que ecoa, ressoa Execução do Hino Nacional  Só será executado depois que as autoridades ocuparem seus lugares.  Será ouvido, em qualquer circunstância.  Obrigatória a tonalidade de si bemol para a execução instrumental simples. Canto sempre em uníssono.  Em casos de simples execução instrumental tocar-se-á a música integralmente, mas sem repetição. Nos casos de execução vocal, serão sempre cantadas as duas partes do poema.  Se orquestrado, convida-se a ouvi-lo; quando vocalizado, pode-se cantá-lo (interpretação dos cerimonialistas).  Nas solenidades em que houver autoridade de outro país, executa-se primeiro o hino do país estrangeiro, por cortesia, seguindo a ordem alfabética do idioma local.  Deverá ser tocado em continência à Bandeira Nacional, nas situações em que se prevê: isto é, ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica.  Atenção: isso não significa, porém, que deverá ser cantado sempre em continência à bandeira.  Ou seja: o hino Nacional será executado na ocasião do hasteamento da bandeira nacional nas escolas públicas e particulares e, somente nesses casos, em continência a ela.
  • 30. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 29 7.4.3.1 É permitido aplaudir o hino nacional? “A questão do aplauso para o Hino Nacional Brasileiro merece uma consideração mais didática, para que possamos entender o processo pelo qual passou os Pais com relação à utilização dos Símbolos Nacionais. Durante muitos anos no Brasil a educação cívica adotada sugeria o cumprimento rigoroso da Lei 5.700/71, que dispõe sobre a forma e apresentação dos Símbolos Nacionais. Com respeito à questão apresentada, o artigo 30 da mesma Lei diz: “Art. 30. Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, o civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações. Parágrafo único. É vedada qualquer outra forma de saudação.” Acreditamos que este Parágrafo único tenha sido o causador de uma mensagem subliminar que sugeria, para os encarregados de zelar pelas manifestações cívicas, em épocas passadas, a seguinte determinação: “Não aplaudir a execução ou o Canto do Hino Nacional”. No entanto, com o transcorrer dos tempos, as manifestações cívicas passaram a ser cada vez mais espontâneas e, através dos jogos de futebol, primeiramente em grandes campeonatos e depois costumeiramente em todos os estádios, passamos a observar, numa atitude bem popular, os constantes aplausos que sucediam a execução dos Hinos Pátrios. Os conservadores reprovam e os mais modernos incentivavam este procedimento, sob a alegação de que não há na Lei, nada que signifique proibição, considerando que o aplauso é, também, uma forma respeitosa de homenagear o símbolo.Especialmente porque o mencionado parágrafo refere-se ao comportamento das pessoas durante a execução do Hino e não após a sua execução. Se acompanharmos esse raciocínio, não há por que não aplaudir. No entanto, se entendermos que o parágrafo único recomenda não aplaudir, isso deveria ser válido inclusive para o caso da execução artística, pois, afinal, ainda assim, tratar-se-ia da execução do Hino Nacional Brasileiro e, ao homenagearmos o artista com o aplauso, estaríamos, igualmente, descumprindo a pretensa ou velada recomendação do parágrafo em questão. Como a Lei 5700 não é explícita sobre o assunto em pauta, ficamos, cada um de nós, com a sua própria conclusão e entendimento, até que os Órgãos competentes se posicionem oficialmente. O Ministro da Cultura falou favoravelmente a respeito do aplauso, no 5º Encontro Nacional do Cerimonial Público, realizado em Brasília em 1988, informando sobre a intenção de propor uma melhor definição sobre algumas questões e, em especial, sobre este assunto. No entanto, não temos notícia, até a presente data, de qualquer alteração da Lei 5.700.” COMITÊ NACIONAL DE CERIMONIAL PÚBLICO. Disponível em: <http://www.cncp.org.br/default.aspx?section=112>. Acesso em: 20 jul. 2010. 7.4.4 Outros hinos    Proclamação da República “ *...+ Liberdade, liberdade. / Abre as asas sobre nós” http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/proclama.htm Hino da Independência “Já podeis da Pátria filhos, / Ver contente a mãe gentil; / Já raiou a liberdade / No horizonte do Brasil.” http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/independ.htm Hino da Bandeira “Salve lindo pendão da esperança / Salve símbolo augusto da paz / Tua nobre presença à lembrança / à grandeza da pátria nos traz. [...]” http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/bandeira.htm
  • 31. Material organizado por Rafaela Malerba. Disponível em: <http://rafaelamalerba.weebly.com> 30 7.4.5 Bandeira nacional      Adotada em 1889. As cores fazem referência às cores da família real brasileira. Uma adaptação criativa e lúdica as relacionam ao céu, às matas, às riquezas e à paz. As estrelas representam os estados brasileiros. Estão dispostas de acordo com a esfera celeste vista da cidade do Rio de Janeiro às 12 horas siderais ( 8 horas e 37 minutos) do dia 15 de novembro de 1889 como se o observador estivesse do outro lado da esfera celeste, ou seja no espaço. Dia da Bandeira : 19 de novembro. 7.4.5.1 Apresentação da Bandeira Nacional        Pode aparecer em todos os eventos?  Sim! Quando é obrigatório?  Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Nacional, nos dias de festa ou de luto nacional, em todas as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos.  É de uso obrigatório em dispositivos com outras bandeiras, quer sejam de países, Estados, municípios ou organizações. Em que horário deve ser hasteada e arriada?  Pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia; normalmente, ocorre entre às 8h e às 18h.  No dia da bandeira, o hasteamento deve ocorrer às 12h, com solenidades especiais. Pode ficar hasteada à noite?  Sim, desde que tenha iluminação adequada. Como se usa a bandeira em caso de luto nacional?  Ela é hasteada a meio mastro: primeiro ela deve ser hasteada até o topo do mastro e, depois, arriada até a metade. O que fazer quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas simultaneamente?  A bandeira nacional deve ser a primeira a atingir o topo e a última a descer. Atenção!  Ao utilizarmos a bandeira do município deveremos, também, utilizar a do Estado a que pertence.  Não poderão ser utilizadas bandeiras de outros países sem que a Bandeira Nacional esteja disposta junta a elas, em mesmo tamanho e em posição de destaque.  Quando distendida e sem mastro, coloca-se a Bandeira de modo que o lado maior fique parcialmente na horizontal e a estrela isolada em cima, não podendo ser ocultada, mesmo parcialmente, por pessoas sentadas em suas imediações.