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EDUARDO ROBERTO ALCÂNTARA DEL-CAMPO
Medicina Forense III
TRAUMATOLOGIA
Traumatologia forense
Conceito – A traumatologia estuda as lesões e os estados
patológicos, imediatos ou tardios, produzidos pela ação de
energias (violência) sobre o corpo humano.
Energias:
 de ordem mecânica;
 de ordem física;
 de ordem química;
 de ordem físico-química;
 de ordem bioquímica;
 de ordem biodinâmica; e
 de ordem mista.
Energias de ordem mecânica
perfurantes ou punctórios;
Ação simples cortantes;
contundentes.
Instrumentos
pérfuro-cortantes
Ação composta pérfuro-contundentes
corto-contundentes
Conceito - As energias de ordem mecânica são aquelas que,
atuando sobre um corpo, são capazes de modificar o seu estado
de repouso ou movimento.
Instrumentos perfurantes ou punctórios
Os instrumentos perfurantes ou punctórios agem por meio de
pressão exercida em um ponto.
As lesões produzidas pelos instrumentos punctórios ou
perfurantes são denominadas lesões punctórias.
Instrumentos cortantes
Os instrumentos cortantes agem por meio de pressão e deslizamento,
de forma linear ou oblíqua, sobre a pele ou tecido dos órgãos. Os
melhores exemplos são as lâminas de barbear, as navalhas e o bisturi.
As facas, quando atuam pelo deslizamento da lâmina, podem ser
consideradas como instrumentos cortantes.
As lesões produzidas pelos instrumentos cortantes são denominadas
lesões incisas.
Lesões incisas
Esgorjamento, degola e decapitação
 São lesões de natureza geralmente incisas localizadas no
pescoço (Delton Croce).
 O esgorjamento é a lesão localizada na região anterior do
pescoço.
 A degola na região posterior.
 A decapitação é a separação da cabeça do corpo.
Decapitação
Instrumentos contundentes
Os instrumentos contundentes são todos aqueles que agem pela
ação de uma superfície. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos
desde que atuem por pressão, explosão, torção, distensão,
descompressão, arrastamento ou outro meio, como por exemplo
as mãos, um tijolo, um automóvel, jato de ar, a superfície de
água de uma piscina etc.
Os instrumentos contundentes produzem lesões contusas,
geralmente encontradas nos acidentes de automóvel, nos
desabamentos, lutas corporais e outros.
Lesões contusas
Lesões contusas
Equimoses
Equimoses são lesões contusas cuja intensidade depende
do instrumento e do grau de violência com que foi
aplicado.
São as comumente chamadas manchas roxas, e
aparecem em razão do rompimento de vasos sanguíneos
superficiais ou profundos.
As equimoses superficiais apresentam uma sucessão de
cores denominada de espectro equimótico, cuja evolução
obedece ao quadro a seguir:
Espectro equimótico
Dias Cor
1º vermelho escuro
do 2º ao 3º violeta
do 4º ao 6º azulado
do 7º ao 10º verde-escuro
do 11º ao 12º verde-amarelado
do 12º ao 17º amarelado
do 18º ao 21º desaparece
Instrumentos pérfuro-cortantes
Os instrumentos pérfuro-cortantes são aqueles geralmente
dotados de ao menos uma ponta e pelo menos uma lâmina ou
gume. Inicialmente o instrumento pérfuro-cortante age
afastando as fibras e facilitando a penetração, para depois
seccioná-las. O melhor exemplo de instrumento pérfuro-cortante
são as facas.
As lesões produzidas pelos instrumentos pérfuro-cortantes
denominam-se pérfuro-incisas, e tem como característica,
geralmente serem mais profundos que largos.
Lesões pérfuro-incisas
Instrumentos pérfuro-contundentes
Instrumentos pérfuro-contundentes são aqueles que agem
inicialmente por pressão em uma superfície e posteriormente
perfuram a região atingida.
As lesões produzidas pelos instrumentos pérfuro-contundentes
são denominadas pérfuro-contusas e são as lesões típicas dos
projéteis de arma de fogo, não obstante não sejam eles os únicos
agentes capazes de produzir este tipo de ferimento.
Estudaremos estas lesões quando estudarmos os ferimentos por
projéteis de arma de fogo.
Instrumentos corto-contundentes
Os instrumentos corto-contundentes são aqueles que atuam
por pressão exercida sobre uma linha, como, por exemplo,
o machado, um golpe de facão desferido com a lâmina, o
cutelo etc.
As lesões produzidas pelos instrumentos corto-
contundentes são denominadas corto-contusas.
Lesões corto-contusas
Lesões lácero-contusas ou lacerantes
É bastante freqüente encontrarmos em laudos periciais
designação de ferimentos lacerantes ou lácero-contusos.
Para a maioria dos autores, não existem ferimentos dilacerantes,
contuso-dilacerantes, pérfuro-dilacerantes ou corto-
dilacerantes, precisamente porque não existem instrumentos
dilacerantes.
Os ferimentos lácero-contusos, freqüentemente mencionados
em laudos periciais, nada mais são que soluções de
continuidade de grandes proporções produzidas pela ação de
agentes contundentes.
Essa espécie de ferimento é freqüentemente encontrada em
acidentes de trânsito ou em precipitações.
Lesões lácero-contusas ou lacerantes
Energias de ordem mecânica
Ação Instrumento Lesão Exemplo
Simples
Perfurante Punctória Agulha, estilete.
Cortante Incisa Navalha e gilete.
Contundente Contusa Mãos, tijolo.
Composta
Pérfuro-cortante Pérfuro-incisa Facas
pérfuro-contundente Pérfuro-contusa Projétil - arma fogo
Corto-contundente Corto-contusa Machado, cutelo
Energias de ordem física
São energias capazes de modificar o estado físico dos
corpos causando lesões ou mesmo a morte. As mais
comuns são:
 temperatura;
 pressão;
 eletricidade;
 radioatividade;
 luz;
 som.
Lesões produzidas pelo calor
Calor frio
Calor quente
 difuso – termonoses
 insolação
 intermação
 direto – queimaduras
Oscilações de temperatura
Lesões produzidas pelo calor frio
As lesões produzidas pelo frio, geladuras, têm aspecto pálido e
anserino (relativo ou semelhante a pato ou ganso), frequentemente
evoluindo para isquemia e necrose ou gangrena.
Na Primeira Guerra Mundial eram comuns as lesões produzidas
pelo frio, particularmente atingindo os membros inferiores dos
soldados e, por isso, denominadas de pés de trincheira.
Geladuras:
 1º Grau – eritema;
 2º Grau – flictenas; e
 3º Grau – necrose ou gangrena.
Lesões produzidas pelo calor frio
Lesões produzidas pelo calor quente
O calor quente pode atuar sobre o corpo humano de forma difusa
ou direta.
Atua de forma difusa quando a fonte de calor não incide
diretamente sobre a área atingida, mas sim tornando o meio
ambiente incompatível com os fenômenos biológicos.
A forma de calor difuso produz os quadros conhecidos como
termonoses, compreendendo a insolação e a intermação.
Quando o calor quente age de forma direta sobre o organismo,
produz as queimaduras.
Insolação
A desidratação e a queimadura da pele são os sintomas mais freqüentes da
insolação, especialmente em crianças e idosos.
Quando alguém fica muito tempo sob o sol, a pele queima, suas células são
destruídas e o líquido que fica entre essas células é eliminado.
O suor e a respiração mais intensa facilitam a perda de água.
utros sintomas da insolação são dor de cabeça, tontura, vertigem, falta de
ar, aumento da temperatura do corpo, mal-estar e vômitos, sem contar o
envelhecimento precoce e o aumento em 25 vezes da chance de a pessoa
desenvolver tumores de pele, no caso de haver queimadura.
Insolação
Intermação
Intermação
Mecanismos de termorregulação contra o superaquecimento:
 Radiação:
Troca global de energia térmica radiante (ar).
Não requer contato molecular.
 Condução:
Transferência direta por contato com líquido, sólido
ou gás. A água absorve milhares de vezes mais calor.
Requer contato molecular.
 Convecção:
Permuta de ar ou líquido adjacente já aquecido.
 Transpiração/Evaporação:
Mecanismo mais eficiente.
Intermação
Relação com o
consumo de O2
Repouso
Exercício
máximo
Produção de calor corporal 1 l de O2 ≅ 4,82 Kcal ≅ 0,25 l de O2/min ≅ 4,0 l de O2/min
Capacidade por
esfriamento evaporativo
1 ml de suor ≅ 0,6 Kcal
de perda de calor
≅ 1,2 Kcal/min ≅ 20,0 Kcal/min
Elevação da temperatura
corporal central
-----
Nenhuma
elevação
1°C a cada 5 a 7
minutos
Transpiração máxima ≅ 30 ml/minuto = 18 Kcal/minuto
Intermação
Intermação
No dia 5 de fevereiro de 1989, logo após a
promulgação da Constituição de 1988, no 42°
Distrito Policial, em Sao Paulo, em represália por
uma tentativa de fuga, os policiais de plantão
confinaram 51 presos em um dos xadrezes, uma cela
de aproximadamente 1,5 m x 4 m, sem ventilação.
Após alguns minutos os presos começaram a passar
mal. Quando os policiais abriram a cela, 18 dos
presos haviam morrido.
Queimaduras
Quanto à profundidade, segundo Hoffmann, as queimaduras
classificam-se em:
 1º Grau - queimaduras leves, simples formação de
eritemas;
 2º Grau - formação de flictenas nas áreas eritematosas;
 3º Grau - atingem a derme e os tecidos adjacentes dando
origem à formação de escaras; e
 4º Grau - carbonização.
Queimaduras
A extensão da área queimada é, muitas vezes mais
importante do que a profundidade da lesão para determinar
a gravidade. É o caso de uma queimadura de primeiro grau,
que, por exemplo, pode atingir uma ampla área do corpo.
A extensão é medida em porcentagem da área total da
superfície do corpo. É a "regra dos nove", que divide o corpo
em áreas de aproximadamente 9%, utilizada para calcular a
extensão da queimadura e decidir o tipo de tratamento.
Queimaduras
Queimaduras
Lesões produzidas pela pressão
Em condições normais podemos suportar pressão de
aproximadamente 1 (uma) atmosfera ou 760 mm da Hg (pressão
ao nível do mar).
Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão
são:
 Diminuição da pressão:
 Mal das montanhas ou dos aviadores;
 Aumento da pressão:
 Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas; e
 Barotraumas.
Mal das montanhas ou dos aviadores
Mal das montanhas ou dos aviadores
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
Profundidade
(metros)
Tempo limite sem paradas para descompressão
(minutos)
9 243
12 122
15 74
18 51
21 37
24 30
27 24
30 20
33 17
36 14
39 13
42 12
45 10
48 9
51 8
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
Narcose de Nitrogênio
Barotraumas
Barotraumas
Barotraumas
Barotraumas
enhs.umn.edu/current/2008studentwebsites/pubh6173/barometric_extremes/high.html
Lesões produzidas pela eletricidade
Eletricidade natural ou cósmica:
 fulminação – morte; e
 fulguração – lesões corporais.
Eletricidade artificial ou industrial:
 eletroplessão – acidental (morte ou lesões); e
 eletrocussão – execução de um condenado.
Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica
www.uwec.edu/jolhm/EH3/Group2/Pictures/lightning.jpg
Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica
Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica
Alguns números:
•125 milhões de volts;
•200 mil ampères ;
•25 mil graus centígrados.
Lendas:
•Se não está chovendo não caem raios;
•Sapatos com sola de borracha ou os pneus do automóvel evitam
que uma pessoa seja atingida por um raio;
•As pessoas ficam carregadas de eletricidade quando são atingidas
por um raio e não devem ser tocadas;
•Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.
Sinal de Lichtenberg
As lesões produzidas pela fulguração ou fulminação, tomam
aspecto arboriforme, denominadas de sinal de Lichtenberg,
decorrentes de fenômenos vasomotores, que podem desaparecer
com o tempo em caso de sobrevivência.
Sinal de Lichtenberg
Marca elétrica de Jellinek
A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que
com freqüência assume a forma do condutor elétrico que originou
a descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo
esbranquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca
elétrica de Jellinek.
Lesões produzidas pela radioatividade
 alterações genéticas;
 vários tipos de câncer;
 alterações da espermatogênese; e
 alteração das células do sangue produzindo
hemorragias acentuadas em vários pontos do
organismo.
Alguns dos efeitos sobre o organismo são:
Lesões produzidas pela radioatividade
Lesões produzidas pela luz
A luz, dependendo da intensidade, também pode ocasionar lesões no
corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até
mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico.
A luz tem forte influência sobre o psiquismo humano, razão pela
qual a polícia utilizou, durante longo período, o chamado terceiro
grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é colocado
debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão.
Outro exemplo é o da eplepsia fotosensível (cerca de 3% de
todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por
estimulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões
geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros.
Lesões produzidas pela luz
Lesões produzidas pelo som
As ondas sonoras, ou ondas de pressão, nada mais são que a propagação de um distúrbio
mecânico através de um meio elástico como o ar.
Segundo o anexo n.º 1 da NR-15, os limites de tolerância para ruído contínuo ou
intermitente (assim considerados os que não sejam de impacto), são:
Tempo máximo de exposição Db
8 horas 85
3 horas 92
1 hora 100
30 minutos 105
15 minutos 110
10 minutos 112
7 minutos 115
Alguns valores para comparação
Ambiente Db
Limite de audição 1
Ruído da respiração 10
Restaurante tranqüilo 50
Conversa em tom normal 60
Tráfego normal 70
Oficina mecânica 90
Avião na decolagem 120
Energias de ordem química
São aquelas que atuam nos tecidos vivos através de substâncias
que provocam alterações de natureza somática, fisiológica ou
psíquica, podendo levar inclusive à morte.
Compreendem:
 cáusticos ou corrosivos:
 coagulantes – desidratação; e
 liquefacientes – dissolução dos minerais.
 venenos ou tóxicos - substâncias de qualquer natureza que,
uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e
metabolizadas, podem levar a danos da saúde física ou
psíquica inclusive a morte..
Cáusticos ou corrosivos
Os cáusticos ou corrosivos são substâncias químicas que
provocam profunda desorganização dos tecidos vivos, quer
por desidratação (coagulantes) quer por efeito de
dissolução dos minerais (liquefacientes).
São exemplos de cáusticos a soda, o ácido clorídrico e o
ácido sulfúrico, ou vitríolo, de onde deriva a denominação
vitriolagem, que indica as lesões produzidas por essas
substâncias.
Cáusticos ou corrosivos
Venenos ou tóxicos
Definir veneno ou tóxico é uma tarefa bastante difícil, já que na
dependência da dose até mesmo os alimentos ou a própria água
podem provocar danos à saúde.
Pode-se conceituar venenos ou tóxicos, entretanto, como substâncias
de qualquer natureza que, uma vez introduzidas no organismo e por
ele assimiladas e metabolizadas, podem levar a danos da saúde física
ou psíquica inclusive a morte.
Seja o exemplo da própria água. Jennifer Strange, de 28 anos, veio a
óbito ao participar do programa “Hold your pee for Wii” (intoxicação
pela água ou hiponatremia).
Monóxido de carbono
É uma das principais fontes de morte acidental.
Uma vez aspirado, dilui-se no plasma sanguíneo
formando com a hemoglobina um composto estável
denominado de carboxihemoglobina.
Sua afinidade pela hemoglobina é cerca de 250 (duzentas
e cinqüenta) vezes maior que a do próprio oxigênio.
É suficiente que no ar atmosférico haja cerca de 0,08 %
de monóxido de carbono para que metade da
hemoglobina ativa seja transformada em
carboxihemoglobina.
Oxiemoglobina
Hb
O2
O2Hb CO
CO
Carboxiemoglobina
Monóxido de carbono
A morte sobrevém quando cerca de dois terços da
hemoglobina é transformada em carboxiemoglobina.
Monóxido de carbono
Energias de ordem físico-químicas
Sob o título de energias de ordem físico química
iremos estudar a asfixiologia forense ou capítulo da
Medicina-Legal que estuda as asfixias.
Asfixias
enforcamento;
Por constrição do pescoço estrangulamento;
esganadura.
oclusão dos orifícios das vias aéreas;
direta ou ativa
oclusão das vias aéreas;
soterramento;
Por sufocação confinamento.
indireta ou passiva – compressão do tórax.
Por colocação da vítima em
meio líquido – afogamento;
ambiente de gases irrespiráveis.
Asfixias
Morte por enforcamento
O enforcamento pode ser definido como a constrição do
pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel) acionado
pela força peso do próprio corpo, que pode estar em
suspensão completa ou incompleta.
Características do sulco:
 geralmente é oblíquo;
 descontínuo, sendo interrompido na altura do nó;
 desigualmente profundo.
Morte por enforcamento
Morte por enforcamento
Morte por enforcamento
Morte por enforcamento
Estrangulamento
O estrangulamento pode ser definido como a constrição
do pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel)
acionado por força estranha ao peso do próprio corpo.
Características do sulco:
 transversal e horizontal, podendo eventualmente ser
oblíquo; e
 contínuo e homogêneo em relação à profundidade, já
que não existe o nó típico do enforcamento.
Estrangulamento
Esganadura
A esganadura é a asfixia mecânica pela constrição
ântero-lateral do pescoço produzida pela ação direta das
mãos do agente.
Não há sulco, que cede seu lugar para marcas ungueais
(de unhas) e diversas escoriações, equimoses e
hematomas. Com certa freqüência é notada a fratura do
hióide.
Esganadura
Sufocação
oclusão dos orifícios das vias aéreas;
Sufocação
direta ou ativa
oclusão das vias aéreas;
soterramento;
confinamento.
indireta ou passiva – compressão do tórax.
A sufocação é a asfixia mecânica decorrente do bloqueio
direto ou indireto das vias respiratórias, impedindo a
penetração do ar.
Sufocação indireta ou passiva
Colocação da vítima em meio líquido Afogamento
O afogamento é a modalidade de asfixia mecânica em que há
penetração de líquido pelas vias aéreas.
Não há necessidade de imersão total do corpo, bastando que as
vias aéreas estejam submersas, cobertas pelo líquido, impedindo
a respiração.
É freqüente a simulação de afogamento, quando a vítima é
atirada na água já sem vida. Por esse motivo, a divisão entre
afogado azul ou real e afogado branco ou falso afogado, situação
em que o corpo é atirado na água depois de morto.
Afogamento
Energias de ordem bioquímica
Negativas
Inanição
Doenças carenciais
intoxicações alimentares
Positivas auto-intoxicações
infecções
Energiasde
ordembioquímica
A energias de ordem bioquímica são aquelas que se manifestam de
modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos.
Inanição
Energias de ordem mista
Fadiga
aguda; e
crônica.
Doenças parasitárias
síndrome da criança maltratada
Sevícias síndrome do ancião maltratado
tortura
Energiasde
ordemmistaDentro do conceito de energias de ordem mista podemos agrupar
todas aquelas situações em que para a produção da lesão
concorrem causas variadas.
BALÍSTICA FORENSE
Balística forense
Conceito – Balística Forense é a disciplina que estuda
basicamente as armas de fogo, as munições, os fenômenos e
efeitos dos disparos destas armas, a fim de esclarecer
questões de interesse judicial.
Armas de fogo – São engenhos mecânicos destinados a
lançar projéteis no espaço pela ação da força expansiva dos
gases oriundos da combustão da pólvora.
Divisões
Balística interna ou interior é aquela que estuda os
mecanismos internos das armas, sua estrutura, munições e
propelentes.
Balística externa é a que cuida da trajetória do projétil, sua
estabilidade,
Balística terminal é a que trata da maneira como o projétil é
afetado quando atinge o alvo e como o alvo é afetado pelo
projéto.
Classificação das armas de fogo
Quanto à mobilidade
fixas
semiportáteis
portáteis
longas
curtas
Armas Quanto à alma do cano
lisas
raiadas
Quanto ao funcionamento
de tiro unitário
não automática
de repetição semiautomática
automática
Constituição das armas de fogo
Qualquer que seja o tipo de arma considerada terá algumas peças
que entram invariavelmente em sua composição:
 armação;
 cano;
 dispositivos de pontaria;
 percussor, pino ou agulha;
 gatilho;
 extrator;
 ejetor;
 depósito de munição.
Classificação quanto a alma do cano
As armas de porte individual dividem-se em dois grandes grupos:
 armas com canos de alma lisa; e
 armas com canos de alma raiada.
Raias são sulcos produzidos na parte interna do cano (alma), dando origem a um
determinado número de ressaltos e cavados, dispostos de forma helicoidal e cuja
finalidade principal é imprimir ao projétil um movimento de rotação ao redor de
seu próprio eixo centro-longitudinal.
As armas de alma raiada utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários.
Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas etc.), ou longas (carabinas, fuzis,
etc).
As armas de alma lisa são as que utilizam cartuchos de munição com projéteis
múltiplos e são geralmente usadas para caça (espingardas), ou tiro esportivo.
Raias
Raias
Armas curtas
Armas curtas são armas para uso exclousivamente
individual, de dimensões pequenas, são compactas
com peso dificilmente superior a um quilograma e
normalmente manejáveis com uma só mão.
Dentre as armas curtas distinguem-se o revólver e a
pistola semi-automática.
Revólver
Pistola semi-automática
BrowOpe4.exe
Armas longas
Armas longas são aquelas que, em razão do
comprimento do cano e da coronha, possuem uma
grande dimensão longitudinal, exigindo para seu uso o
apoio do ombro e de ambas as mãos do atirador.
Dentre as armas longas portáteis, distinguem-se a
espingarda e escopeta, a carabina, o rifle, o fuzil e o
mosquetão.
Espingarda e escopeta
O termo espingarda deriva do francês espingarde e serve para designar
qualquer arma de fogo longa, com cano de alma lisa. As espingardas
podem ser dotadas de um ou dois canos, paralelos ou colocados um sobre
o outro.
O termo escopeta é usado para designar as armas de alma lisa de cano
curto e grosso calibre, reservando-se a denominação espingarda para as
armas de cano longo e calibres menores.
Carabina
De origem italiana, o termo carabina designa armas de fogo
portáteis, de repetição, cano longo e alma raiada. O cano das
carabinas mede entre 18" e 20" (de 45 cm a 51 cm), e é
exatamente pelo comprimento menor que diferem dos rifles,
que têm canos maiores.
Rifles
Os rifles são armas de fogo longas, portáteis, de
carregamento manual (não automáticos) ou de repetição,
cano longo e alma raiada. Sua diferença em relação às
carabinas reside exatamente no comprimento maior do
cano, que atinge 24" (61 cm).
Fuzil
Fuzil é uma arma de fogo longa, portátil, automática, com
alma raiada, calibre potente e, normalmente, de uso militar,
podendo ser utilizado para caça de grande porte.
O fuzil é uma arma automática, que apresenta uma cadência
de tiro entre 650 a 750 disparos por minuto.
Mosquetão
Da mesma forma que o fuzil o mosquetão é uma arma de fogo longa,
portátil, de repetição, com cano e alma raiada. Nele o carregamento é
manual, pelo sistema de ferrolho, que é recuado manualmente pelo
atirador. Segundo o R 105, o mosquetão é definido como um fuzil
pequeno, de emprego militar, maior que uma carabina, de repetição por
ação de ferrolho montado no mecanismo da culatra, acionado pelo
atirador por meio da sua alavanca de manejo.
Munição
Pelo termo munição podemos designar projéteis,
pólvoras e demais artefatos explosivos com que se
carregam armas de fogo.
Partes do cartucho de munição:
 estojo;
 espoleta com mistura iniciadora;
 pólvora;
 projétil e
 embuchamento (alma lisa).
Munição para armas com cano de alma raiada
Munição para armas com cano de alma lisa
Calibre das armas de fogo
Ao se falar em calibre é preciso identificar quatro noções
distintas:
 calibre das armas de alma raiada
 calibre das armas de alma lisa
 calibre dos projéteis
 para armas de alma lisa
 para armas de alma raiada
 calibre dos cartuchos de munição
 para armas de alma lisa
 para armas de alma raiada
Calibre das armas de cano de alma raiada
O calibre real ou nominal das armas de alma raiada é dado pelo diâmetro
interno do cano da arma antes da execução do raiamento (diâmetro entre
cheios), e pode, na dependência do sistema adotado, ser indicado em
centésimos de polegada (sistema norte-americano), milésimos de polegada
(sistema inglês) ou em milímetros (sistema métrico).
Sistema americano Sistema inglês Sistema métrico
22 (.22”)
25 (.25”)
30 (.30”)
32 (.32”)
38 (.38”)
41 (.41”)
44 (.44”)
45 (.45”)
220 (.220”)
250 (.250”)
300 (.300”)
320 (.320”)
380 (.380”)
410 (.410”)
440 (.440”)
450 (.450”)
5,6 mm
6,35 mm
7,62 mm*
7,65 mm
8,9 mm
10,1 mm
10,8 mm
11,25 mm
Calibre dos projéteis das armas de alma raiada
O diâmetro ou calibre efetivo do projétil, nas armas
onde o número de raias é par, corresponde ao espaço
entre dois cavados e nas armas onde o número é
ímpar, à distância entre um cheio e o ressalto
diametralmente oposto.
O calibre efetivo do projétil é, portanto, sempre um
pouco maior que o calibre real ou nominal da arma
considerada.
Calibre dos projéteis das armas de alma raiada
A
B B
A-Calibrereal(espaçoentre
cheiosoudiâmetrointernodo
canoantesdoraiamento).
B-Calibredoprojétil(espaço
entreoscavados,seonúmero
deraiasforpar;ouespaço
entreumcavadoeumcheio,
seonúmeroderaiasfor
ímpar).
Alguns projéteis especiais
Calibre das armas de cano de alma lisa
O calibre das armas de alma lisa, ou de caça, não é expresso
pelo diâmetro interno do cano, mas sim pelo número de
esferas de chumbo puro de diâmetro igual ao do cano em
referência, necessário para atingir 1 libra de peso (454 g).
Isto não significa que os projéteis por ela disparados terão o
diâmetro do cano. Ao contrário, são geralmente bem
menores.
Calibre das armas de cano de alma lisa
1 lb
Calibre das armas de cano de alma lisa
Calibre nominal Calibre real
12
16
20
24
28
32
36 (.410)
18,50 mm
17,00 mm
15,70 mm
14,80 mm
14,00 mm
12,80 mm
10,40 mm
Projéteis das armas de alma lisa - balins
Calibre Tamanho do
Chumbo
Quantidade em
gramas
Número médio de
esferas
12
TTT
32
32
3 130
5 200
6 36 300
7 32 350
20
TTT
27
27
3 110
5 170
7 300
36
T
9
12
3 35
5 55
7 100
Ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo
O projétil de arma de fogo é um agente mecânico pérfuro-
contundente, que determina uma lesão de natureza pérfuro-
contusa.
As características dos ferimentos de entrada produzidos por
projéteis de arma de fogo dependem, basicamente, de três
fatores principais, quais sejam:
 tipo de munição empregada (projétil unitário ou projéteis
múltiplos);
 ângulo de incidência; e
 distância de tiro.
Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins)
Nos disparos efetuados com cartuchos de munição de
projéteis múltiplos (armas de alma lisa), o aspecto da lesão
depende, basicamente, da distância em que foi realizado o
disparo e da conseqüente abertura do cone de dispersão.
Em tiros muito próximos ou encostados, os projéteis
múltiplos causam grande destruição tecidual muitas vezes
acompanhada de significativa perda de substância.
Nos disparos efetuados à distância o que observamos é a
existência de lesões múltiplas, como se produzidas por vários
disparos unitários, distribuídas ao redor de um ponto
central, e que se afastam mais um do outro quanto maior for
a distância entre o atirador e o alvo.
Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos
(balins)
Ferimentos produzidos por projéteis unitários
A lesão de entrada produzida por projétil de arma de fogo é geralmente
circular ou elíptica, na dependência do ângulo de incidência e das linhas
de tensão que atuam sobre a pele.
Não é possível determinar o calibre do projétil pelo diâmetro da lesão
observada.
O ferimento de entrada tem geralmente bordos invertidos, invaginados,
voltados para o interior do corpo e os ferimentos de saída têm as bordas
evertidas, levantadas, indicando claramente o sentido de sua trajetória.
Como exceção, temos a Câmara de Hoffmann ou câmara de mina,
observada nos tiros encostados, em que o ferimento de entrada têm os
bordos evertidos, voltados para fora.
Orlas ou halos e zonas
Além do aspecto morfológico, ao redor dos ferimentos de entrada
produzidos por projéteis de arma de fogo, podemos observar algumas
espécies de orlas (ou halos) e zonas, de importância tanto para
caracterização da natureza do ferimento como para a determinação da
distância em que foi realizado o disparo.
As orlas (ou halos) são regiões circunscritas, regulares, que circundam o
ferimento como pequenas auréolas, dando-lhe características especiais
que permitem diferenciar as lesões produzidas por projétil de outras,
determinadas por instrumentos diversos.
As zonas compreendem áreas maiores, irregulares, que podem ou não
estar presentes e que terão importância fundamental na determinação da
distância do disparo.
Orlas ou halos e zonas
orlas ou halos
contusão
enxugo
escoriação
Ferimento de entrada
esfumaçamento
zonas chamuscamento
tatuagem
Orlas ou halos e zonas
Ferimento de entrada
orlas ou halos
contusão
enxugo
esfumaçamento
zonas chamuscamento
tatuagem
Orla de contusão
Ponto de impacto do projétil
Orla de contusão
Orla de enxugo
Zonas de chamuscamento, esfumaçamento e
tatuagem
Zona de esfumaçamento
Zona de tatuagem
Câmara de Hoffmann
Câmara de Hoffmann
Câmara de Hoffmann
Armas de uso permitido e restrito
Restrição Destinação
A Forças armadas
B Forças auxiliares e policiais
C Pessoas jurídicas especializadas
registradas no Exército
D Pessoas físicas autorizadas pelo exército
São de uso restrito
(art. 16 do Decreto nº 3.665/00):
I. armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou que possuam alguma
característica no que diz respeito aos empregos tático, estratégico e técnico
do material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais;
II. armas, munições, acessórios e equipamentos que, não sendo iguais ou
similares ao material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais, possuam
características que só as tornem aptas para emprego militar ou policial;
III. armas de fogo curtas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia
superior a (trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas
munições, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super
Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto;
IV. armas de fogo longas raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano,
energia superior a mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e
suas munições, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243
Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .
357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;
V. armas de fogo automáticas de qualquer calibre;
VI. armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano
menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros;
VII. armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munições;
VIII.armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com
calibre superior a seis milímetros, que disparem projéteis de qualquer
natureza;
IX. armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com
aparência de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como
bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes;
X. arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL;
XI. armas e dispositivos que lancem agentes de guerra química ou gás agressivo e
suas munições;
XII. dispositivos que constituam acessórios de armas e que tenham por objetivo
dificultar a localização da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-
chamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do tiro e
também os que modificam as condições de emprego, tais como os bocais lança-
granadas e outros;
XIII. munições ou dispositivos com efeitos pirotécnicos, ou dispositivos similares
capazes de provocar incêndios ou explosões;
XIV. munições com projéteis que contenham elementos químicos agressivos, cujos
efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os
danos, tais como projéteis explosivos ou venenosos;
XV. espadas e espadins utilizados pelas Forças Armadas e Forças Auxiliares;
XVI. equipamentos para visão noturna, tais como óculos, periscópios, lunetas, etc;
XVII.dispositivos ópticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou
diâmetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milímetros;
XVIII.dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo;
XIX. blindagens balísticas para munições de uso restrito;
XX. equipamentos de proteção balística contra armas de fogo portáteis de uso
restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e
XXI. veículos blindados de emprego civil ou militar.
São de uso permitido
(art. 17 do Decreto nº 3.665/00):
I. armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição
comum tenha, na saída do cano, energia de até trezentas libras-pé ou
quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os
calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto;
II. armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas, cuja
munição comum tenha, na saída do cano, energia de até mil libras-pé
ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por
exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40;
III. armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre
doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que
vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; as de menor
calibre, com qualquer comprimento de cano, e suas munições de uso
permitido;
IV. armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola,
com calibre igual ou inferior a seis milímetros e suas munições de uso
permitido;
V. armas que tenham por finalidade dar partida em competições
desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente
pólvora;
VI. armas para uso industrial ou que utilizem projéteis anestésicos para
uso veterinário;
VII. dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e
diâmetro da objetiva menor que trinta e seis milímetros;
VIII. cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo
granulado, conhecidos como "cartuchos de caça", destinados a armas
de fogo de alma lisa de calibre permitido;
IX. blindagens balísticas para munições de uso permitido;
X. equipamentos de proteção balística contra armas de fogo de porte de
uso permitido, tais como coletes, escudos, capacetes etc; e
XI. veículo de passeio blindado.
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Lesões causadas por energias físicas

  • 1. EDUARDO ROBERTO ALCÂNTARA DEL-CAMPO Medicina Forense III
  • 3. Traumatologia forense Conceito – A traumatologia estuda as lesões e os estados patológicos, imediatos ou tardios, produzidos pela ação de energias (violência) sobre o corpo humano. Energias:  de ordem mecânica;  de ordem física;  de ordem química;  de ordem físico-química;  de ordem bioquímica;  de ordem biodinâmica; e  de ordem mista.
  • 4. Energias de ordem mecânica perfurantes ou punctórios; Ação simples cortantes; contundentes. Instrumentos pérfuro-cortantes Ação composta pérfuro-contundentes corto-contundentes Conceito - As energias de ordem mecânica são aquelas que, atuando sobre um corpo, são capazes de modificar o seu estado de repouso ou movimento.
  • 5. Instrumentos perfurantes ou punctórios Os instrumentos perfurantes ou punctórios agem por meio de pressão exercida em um ponto. As lesões produzidas pelos instrumentos punctórios ou perfurantes são denominadas lesões punctórias.
  • 6. Instrumentos cortantes Os instrumentos cortantes agem por meio de pressão e deslizamento, de forma linear ou oblíqua, sobre a pele ou tecido dos órgãos. Os melhores exemplos são as lâminas de barbear, as navalhas e o bisturi. As facas, quando atuam pelo deslizamento da lâmina, podem ser consideradas como instrumentos cortantes. As lesões produzidas pelos instrumentos cortantes são denominadas lesões incisas.
  • 8. Esgorjamento, degola e decapitação  São lesões de natureza geralmente incisas localizadas no pescoço (Delton Croce).  O esgorjamento é a lesão localizada na região anterior do pescoço.  A degola na região posterior.  A decapitação é a separação da cabeça do corpo.
  • 10. Instrumentos contundentes Os instrumentos contundentes são todos aqueles que agem pela ação de uma superfície. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos desde que atuem por pressão, explosão, torção, distensão, descompressão, arrastamento ou outro meio, como por exemplo as mãos, um tijolo, um automóvel, jato de ar, a superfície de água de uma piscina etc. Os instrumentos contundentes produzem lesões contusas, geralmente encontradas nos acidentes de automóvel, nos desabamentos, lutas corporais e outros.
  • 13. Equimoses Equimoses são lesões contusas cuja intensidade depende do instrumento e do grau de violência com que foi aplicado. São as comumente chamadas manchas roxas, e aparecem em razão do rompimento de vasos sanguíneos superficiais ou profundos. As equimoses superficiais apresentam uma sucessão de cores denominada de espectro equimótico, cuja evolução obedece ao quadro a seguir:
  • 14. Espectro equimótico Dias Cor 1º vermelho escuro do 2º ao 3º violeta do 4º ao 6º azulado do 7º ao 10º verde-escuro do 11º ao 12º verde-amarelado do 12º ao 17º amarelado do 18º ao 21º desaparece
  • 15. Instrumentos pérfuro-cortantes Os instrumentos pérfuro-cortantes são aqueles geralmente dotados de ao menos uma ponta e pelo menos uma lâmina ou gume. Inicialmente o instrumento pérfuro-cortante age afastando as fibras e facilitando a penetração, para depois seccioná-las. O melhor exemplo de instrumento pérfuro-cortante são as facas. As lesões produzidas pelos instrumentos pérfuro-cortantes denominam-se pérfuro-incisas, e tem como característica, geralmente serem mais profundos que largos.
  • 17. Instrumentos pérfuro-contundentes Instrumentos pérfuro-contundentes são aqueles que agem inicialmente por pressão em uma superfície e posteriormente perfuram a região atingida. As lesões produzidas pelos instrumentos pérfuro-contundentes são denominadas pérfuro-contusas e são as lesões típicas dos projéteis de arma de fogo, não obstante não sejam eles os únicos agentes capazes de produzir este tipo de ferimento. Estudaremos estas lesões quando estudarmos os ferimentos por projéteis de arma de fogo.
  • 18. Instrumentos corto-contundentes Os instrumentos corto-contundentes são aqueles que atuam por pressão exercida sobre uma linha, como, por exemplo, o machado, um golpe de facão desferido com a lâmina, o cutelo etc. As lesões produzidas pelos instrumentos corto- contundentes são denominadas corto-contusas.
  • 20. Lesões lácero-contusas ou lacerantes É bastante freqüente encontrarmos em laudos periciais designação de ferimentos lacerantes ou lácero-contusos. Para a maioria dos autores, não existem ferimentos dilacerantes, contuso-dilacerantes, pérfuro-dilacerantes ou corto- dilacerantes, precisamente porque não existem instrumentos dilacerantes. Os ferimentos lácero-contusos, freqüentemente mencionados em laudos periciais, nada mais são que soluções de continuidade de grandes proporções produzidas pela ação de agentes contundentes. Essa espécie de ferimento é freqüentemente encontrada em acidentes de trânsito ou em precipitações.
  • 22. Energias de ordem mecânica Ação Instrumento Lesão Exemplo Simples Perfurante Punctória Agulha, estilete. Cortante Incisa Navalha e gilete. Contundente Contusa Mãos, tijolo. Composta Pérfuro-cortante Pérfuro-incisa Facas pérfuro-contundente Pérfuro-contusa Projétil - arma fogo Corto-contundente Corto-contusa Machado, cutelo
  • 23. Energias de ordem física São energias capazes de modificar o estado físico dos corpos causando lesões ou mesmo a morte. As mais comuns são:  temperatura;  pressão;  eletricidade;  radioatividade;  luz;  som.
  • 24. Lesões produzidas pelo calor Calor frio Calor quente  difuso – termonoses  insolação  intermação  direto – queimaduras Oscilações de temperatura
  • 25. Lesões produzidas pelo calor frio As lesões produzidas pelo frio, geladuras, têm aspecto pálido e anserino (relativo ou semelhante a pato ou ganso), frequentemente evoluindo para isquemia e necrose ou gangrena. Na Primeira Guerra Mundial eram comuns as lesões produzidas pelo frio, particularmente atingindo os membros inferiores dos soldados e, por isso, denominadas de pés de trincheira. Geladuras:  1º Grau – eritema;  2º Grau – flictenas; e  3º Grau – necrose ou gangrena.
  • 27. Lesões produzidas pelo calor quente O calor quente pode atuar sobre o corpo humano de forma difusa ou direta. Atua de forma difusa quando a fonte de calor não incide diretamente sobre a área atingida, mas sim tornando o meio ambiente incompatível com os fenômenos biológicos. A forma de calor difuso produz os quadros conhecidos como termonoses, compreendendo a insolação e a intermação. Quando o calor quente age de forma direta sobre o organismo, produz as queimaduras.
  • 28. Insolação A desidratação e a queimadura da pele são os sintomas mais freqüentes da insolação, especialmente em crianças e idosos. Quando alguém fica muito tempo sob o sol, a pele queima, suas células são destruídas e o líquido que fica entre essas células é eliminado. O suor e a respiração mais intensa facilitam a perda de água. utros sintomas da insolação são dor de cabeça, tontura, vertigem, falta de ar, aumento da temperatura do corpo, mal-estar e vômitos, sem contar o envelhecimento precoce e o aumento em 25 vezes da chance de a pessoa desenvolver tumores de pele, no caso de haver queimadura.
  • 31. Intermação Mecanismos de termorregulação contra o superaquecimento:  Radiação: Troca global de energia térmica radiante (ar). Não requer contato molecular.  Condução: Transferência direta por contato com líquido, sólido ou gás. A água absorve milhares de vezes mais calor. Requer contato molecular.  Convecção: Permuta de ar ou líquido adjacente já aquecido.  Transpiração/Evaporação: Mecanismo mais eficiente.
  • 32.
  • 33. Intermação Relação com o consumo de O2 Repouso Exercício máximo Produção de calor corporal 1 l de O2 ≅ 4,82 Kcal ≅ 0,25 l de O2/min ≅ 4,0 l de O2/min Capacidade por esfriamento evaporativo 1 ml de suor ≅ 0,6 Kcal de perda de calor ≅ 1,2 Kcal/min ≅ 20,0 Kcal/min Elevação da temperatura corporal central ----- Nenhuma elevação 1°C a cada 5 a 7 minutos Transpiração máxima ≅ 30 ml/minuto = 18 Kcal/minuto
  • 35. Intermação No dia 5 de fevereiro de 1989, logo após a promulgação da Constituição de 1988, no 42° Distrito Policial, em Sao Paulo, em represália por uma tentativa de fuga, os policiais de plantão confinaram 51 presos em um dos xadrezes, uma cela de aproximadamente 1,5 m x 4 m, sem ventilação. Após alguns minutos os presos começaram a passar mal. Quando os policiais abriram a cela, 18 dos presos haviam morrido.
  • 36. Queimaduras Quanto à profundidade, segundo Hoffmann, as queimaduras classificam-se em:  1º Grau - queimaduras leves, simples formação de eritemas;  2º Grau - formação de flictenas nas áreas eritematosas;  3º Grau - atingem a derme e os tecidos adjacentes dando origem à formação de escaras; e  4º Grau - carbonização.
  • 37. Queimaduras A extensão da área queimada é, muitas vezes mais importante do que a profundidade da lesão para determinar a gravidade. É o caso de uma queimadura de primeiro grau, que, por exemplo, pode atingir uma ampla área do corpo. A extensão é medida em porcentagem da área total da superfície do corpo. É a "regra dos nove", que divide o corpo em áreas de aproximadamente 9%, utilizada para calcular a extensão da queimadura e decidir o tipo de tratamento.
  • 40. Lesões produzidas pela pressão Em condições normais podemos suportar pressão de aproximadamente 1 (uma) atmosfera ou 760 mm da Hg (pressão ao nível do mar). Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão são:  Diminuição da pressão:  Mal das montanhas ou dos aviadores;  Aumento da pressão:  Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas; e  Barotraumas.
  • 41. Mal das montanhas ou dos aviadores
  • 42. Mal das montanhas ou dos aviadores
  • 43. Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
  • 44. Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
  • 45. Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
  • 46. Profundidade (metros) Tempo limite sem paradas para descompressão (minutos) 9 243 12 122 15 74 18 51 21 37 24 30 27 24 30 20 33 17 36 14 39 13 42 12 45 10 48 9 51 8 Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
  • 47. Doença dos caixões ou mal dos escafandristas
  • 53. Lesões produzidas pela eletricidade Eletricidade natural ou cósmica:  fulminação – morte; e  fulguração – lesões corporais. Eletricidade artificial ou industrial:  eletroplessão – acidental (morte ou lesões); e  eletrocussão – execução de um condenado.
  • 54. Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica www.uwec.edu/jolhm/EH3/Group2/Pictures/lightning.jpg
  • 56. Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica Alguns números: •125 milhões de volts; •200 mil ampères ; •25 mil graus centígrados. Lendas: •Se não está chovendo não caem raios; •Sapatos com sola de borracha ou os pneus do automóvel evitam que uma pessoa seja atingida por um raio; •As pessoas ficam carregadas de eletricidade quando são atingidas por um raio e não devem ser tocadas; •Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.
  • 57. Sinal de Lichtenberg As lesões produzidas pela fulguração ou fulminação, tomam aspecto arboriforme, denominadas de sinal de Lichtenberg, decorrentes de fenômenos vasomotores, que podem desaparecer com o tempo em caso de sobrevivência.
  • 59. Marca elétrica de Jellinek A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que com freqüência assume a forma do condutor elétrico que originou a descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo esbranquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca elétrica de Jellinek.
  • 60. Lesões produzidas pela radioatividade  alterações genéticas;  vários tipos de câncer;  alterações da espermatogênese; e  alteração das células do sangue produzindo hemorragias acentuadas em vários pontos do organismo. Alguns dos efeitos sobre o organismo são:
  • 61. Lesões produzidas pela radioatividade
  • 62. Lesões produzidas pela luz A luz, dependendo da intensidade, também pode ocasionar lesões no corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico. A luz tem forte influência sobre o psiquismo humano, razão pela qual a polícia utilizou, durante longo período, o chamado terceiro grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é colocado debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão. Outro exemplo é o da eplepsia fotosensível (cerca de 3% de todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por estimulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros.
  • 64. Lesões produzidas pelo som As ondas sonoras, ou ondas de pressão, nada mais são que a propagação de um distúrbio mecânico através de um meio elástico como o ar. Segundo o anexo n.º 1 da NR-15, os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente (assim considerados os que não sejam de impacto), são: Tempo máximo de exposição Db 8 horas 85 3 horas 92 1 hora 100 30 minutos 105 15 minutos 110 10 minutos 112 7 minutos 115
  • 65. Alguns valores para comparação Ambiente Db Limite de audição 1 Ruído da respiração 10 Restaurante tranqüilo 50 Conversa em tom normal 60 Tráfego normal 70 Oficina mecânica 90 Avião na decolagem 120
  • 66. Energias de ordem química São aquelas que atuam nos tecidos vivos através de substâncias que provocam alterações de natureza somática, fisiológica ou psíquica, podendo levar inclusive à morte. Compreendem:  cáusticos ou corrosivos:  coagulantes – desidratação; e  liquefacientes – dissolução dos minerais.  venenos ou tóxicos - substâncias de qualquer natureza que, uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e metabolizadas, podem levar a danos da saúde física ou psíquica inclusive a morte..
  • 67. Cáusticos ou corrosivos Os cáusticos ou corrosivos são substâncias químicas que provocam profunda desorganização dos tecidos vivos, quer por desidratação (coagulantes) quer por efeito de dissolução dos minerais (liquefacientes). São exemplos de cáusticos a soda, o ácido clorídrico e o ácido sulfúrico, ou vitríolo, de onde deriva a denominação vitriolagem, que indica as lesões produzidas por essas substâncias.
  • 69. Venenos ou tóxicos Definir veneno ou tóxico é uma tarefa bastante difícil, já que na dependência da dose até mesmo os alimentos ou a própria água podem provocar danos à saúde. Pode-se conceituar venenos ou tóxicos, entretanto, como substâncias de qualquer natureza que, uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e metabolizadas, podem levar a danos da saúde física ou psíquica inclusive a morte. Seja o exemplo da própria água. Jennifer Strange, de 28 anos, veio a óbito ao participar do programa “Hold your pee for Wii” (intoxicação pela água ou hiponatremia).
  • 70. Monóxido de carbono É uma das principais fontes de morte acidental. Uma vez aspirado, dilui-se no plasma sanguíneo formando com a hemoglobina um composto estável denominado de carboxihemoglobina. Sua afinidade pela hemoglobina é cerca de 250 (duzentas e cinqüenta) vezes maior que a do próprio oxigênio. É suficiente que no ar atmosférico haja cerca de 0,08 % de monóxido de carbono para que metade da hemoglobina ativa seja transformada em carboxihemoglobina.
  • 71. Oxiemoglobina Hb O2 O2Hb CO CO Carboxiemoglobina Monóxido de carbono A morte sobrevém quando cerca de dois terços da hemoglobina é transformada em carboxiemoglobina.
  • 73. Energias de ordem físico-químicas Sob o título de energias de ordem físico química iremos estudar a asfixiologia forense ou capítulo da Medicina-Legal que estuda as asfixias.
  • 74. Asfixias enforcamento; Por constrição do pescoço estrangulamento; esganadura. oclusão dos orifícios das vias aéreas; direta ou ativa oclusão das vias aéreas; soterramento; Por sufocação confinamento. indireta ou passiva – compressão do tórax. Por colocação da vítima em meio líquido – afogamento; ambiente de gases irrespiráveis. Asfixias
  • 75. Morte por enforcamento O enforcamento pode ser definido como a constrição do pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel) acionado pela força peso do próprio corpo, que pode estar em suspensão completa ou incompleta. Características do sulco:  geralmente é oblíquo;  descontínuo, sendo interrompido na altura do nó;  desigualmente profundo.
  • 80. Estrangulamento O estrangulamento pode ser definido como a constrição do pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel) acionado por força estranha ao peso do próprio corpo. Características do sulco:  transversal e horizontal, podendo eventualmente ser oblíquo; e  contínuo e homogêneo em relação à profundidade, já que não existe o nó típico do enforcamento.
  • 82. Esganadura A esganadura é a asfixia mecânica pela constrição ântero-lateral do pescoço produzida pela ação direta das mãos do agente. Não há sulco, que cede seu lugar para marcas ungueais (de unhas) e diversas escoriações, equimoses e hematomas. Com certa freqüência é notada a fratura do hióide.
  • 84. Sufocação oclusão dos orifícios das vias aéreas; Sufocação direta ou ativa oclusão das vias aéreas; soterramento; confinamento. indireta ou passiva – compressão do tórax. A sufocação é a asfixia mecânica decorrente do bloqueio direto ou indireto das vias respiratórias, impedindo a penetração do ar.
  • 86. Colocação da vítima em meio líquido Afogamento O afogamento é a modalidade de asfixia mecânica em que há penetração de líquido pelas vias aéreas. Não há necessidade de imersão total do corpo, bastando que as vias aéreas estejam submersas, cobertas pelo líquido, impedindo a respiração. É freqüente a simulação de afogamento, quando a vítima é atirada na água já sem vida. Por esse motivo, a divisão entre afogado azul ou real e afogado branco ou falso afogado, situação em que o corpo é atirado na água depois de morto.
  • 88. Energias de ordem bioquímica Negativas Inanição Doenças carenciais intoxicações alimentares Positivas auto-intoxicações infecções Energiasde ordembioquímica A energias de ordem bioquímica são aquelas que se manifestam de modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos.
  • 90. Energias de ordem mista Fadiga aguda; e crônica. Doenças parasitárias síndrome da criança maltratada Sevícias síndrome do ancião maltratado tortura Energiasde ordemmistaDentro do conceito de energias de ordem mista podemos agrupar todas aquelas situações em que para a produção da lesão concorrem causas variadas.
  • 92. Balística forense Conceito – Balística Forense é a disciplina que estuda basicamente as armas de fogo, as munições, os fenômenos e efeitos dos disparos destas armas, a fim de esclarecer questões de interesse judicial. Armas de fogo – São engenhos mecânicos destinados a lançar projéteis no espaço pela ação da força expansiva dos gases oriundos da combustão da pólvora.
  • 93. Divisões Balística interna ou interior é aquela que estuda os mecanismos internos das armas, sua estrutura, munições e propelentes. Balística externa é a que cuida da trajetória do projétil, sua estabilidade, Balística terminal é a que trata da maneira como o projétil é afetado quando atinge o alvo e como o alvo é afetado pelo projéto.
  • 94. Classificação das armas de fogo Quanto à mobilidade fixas semiportáteis portáteis longas curtas Armas Quanto à alma do cano lisas raiadas Quanto ao funcionamento de tiro unitário não automática de repetição semiautomática automática
  • 95. Constituição das armas de fogo Qualquer que seja o tipo de arma considerada terá algumas peças que entram invariavelmente em sua composição:  armação;  cano;  dispositivos de pontaria;  percussor, pino ou agulha;  gatilho;  extrator;  ejetor;  depósito de munição.
  • 96. Classificação quanto a alma do cano As armas de porte individual dividem-se em dois grandes grupos:  armas com canos de alma lisa; e  armas com canos de alma raiada. Raias são sulcos produzidos na parte interna do cano (alma), dando origem a um determinado número de ressaltos e cavados, dispostos de forma helicoidal e cuja finalidade principal é imprimir ao projétil um movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo centro-longitudinal. As armas de alma raiada utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários. Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas etc.), ou longas (carabinas, fuzis, etc). As armas de alma lisa são as que utilizam cartuchos de munição com projéteis múltiplos e são geralmente usadas para caça (espingardas), ou tiro esportivo.
  • 97. Raias
  • 98. Raias
  • 99. Armas curtas Armas curtas são armas para uso exclousivamente individual, de dimensões pequenas, são compactas com peso dificilmente superior a um quilograma e normalmente manejáveis com uma só mão. Dentre as armas curtas distinguem-se o revólver e a pistola semi-automática.
  • 102. Armas longas Armas longas são aquelas que, em razão do comprimento do cano e da coronha, possuem uma grande dimensão longitudinal, exigindo para seu uso o apoio do ombro e de ambas as mãos do atirador. Dentre as armas longas portáteis, distinguem-se a espingarda e escopeta, a carabina, o rifle, o fuzil e o mosquetão.
  • 103. Espingarda e escopeta O termo espingarda deriva do francês espingarde e serve para designar qualquer arma de fogo longa, com cano de alma lisa. As espingardas podem ser dotadas de um ou dois canos, paralelos ou colocados um sobre o outro. O termo escopeta é usado para designar as armas de alma lisa de cano curto e grosso calibre, reservando-se a denominação espingarda para as armas de cano longo e calibres menores.
  • 104. Carabina De origem italiana, o termo carabina designa armas de fogo portáteis, de repetição, cano longo e alma raiada. O cano das carabinas mede entre 18" e 20" (de 45 cm a 51 cm), e é exatamente pelo comprimento menor que diferem dos rifles, que têm canos maiores.
  • 105. Rifles Os rifles são armas de fogo longas, portáteis, de carregamento manual (não automáticos) ou de repetição, cano longo e alma raiada. Sua diferença em relação às carabinas reside exatamente no comprimento maior do cano, que atinge 24" (61 cm).
  • 106. Fuzil Fuzil é uma arma de fogo longa, portátil, automática, com alma raiada, calibre potente e, normalmente, de uso militar, podendo ser utilizado para caça de grande porte. O fuzil é uma arma automática, que apresenta uma cadência de tiro entre 650 a 750 disparos por minuto.
  • 107. Mosquetão Da mesma forma que o fuzil o mosquetão é uma arma de fogo longa, portátil, de repetição, com cano e alma raiada. Nele o carregamento é manual, pelo sistema de ferrolho, que é recuado manualmente pelo atirador. Segundo o R 105, o mosquetão é definido como um fuzil pequeno, de emprego militar, maior que uma carabina, de repetição por ação de ferrolho montado no mecanismo da culatra, acionado pelo atirador por meio da sua alavanca de manejo.
  • 108. Munição Pelo termo munição podemos designar projéteis, pólvoras e demais artefatos explosivos com que se carregam armas de fogo. Partes do cartucho de munição:  estojo;  espoleta com mistura iniciadora;  pólvora;  projétil e  embuchamento (alma lisa).
  • 109. Munição para armas com cano de alma raiada
  • 110. Munição para armas com cano de alma lisa
  • 111. Calibre das armas de fogo Ao se falar em calibre é preciso identificar quatro noções distintas:  calibre das armas de alma raiada  calibre das armas de alma lisa  calibre dos projéteis  para armas de alma lisa  para armas de alma raiada  calibre dos cartuchos de munição  para armas de alma lisa  para armas de alma raiada
  • 112. Calibre das armas de cano de alma raiada O calibre real ou nominal das armas de alma raiada é dado pelo diâmetro interno do cano da arma antes da execução do raiamento (diâmetro entre cheios), e pode, na dependência do sistema adotado, ser indicado em centésimos de polegada (sistema norte-americano), milésimos de polegada (sistema inglês) ou em milímetros (sistema métrico). Sistema americano Sistema inglês Sistema métrico 22 (.22”) 25 (.25”) 30 (.30”) 32 (.32”) 38 (.38”) 41 (.41”) 44 (.44”) 45 (.45”) 220 (.220”) 250 (.250”) 300 (.300”) 320 (.320”) 380 (.380”) 410 (.410”) 440 (.440”) 450 (.450”) 5,6 mm 6,35 mm 7,62 mm* 7,65 mm 8,9 mm 10,1 mm 10,8 mm 11,25 mm
  • 113. Calibre dos projéteis das armas de alma raiada O diâmetro ou calibre efetivo do projétil, nas armas onde o número de raias é par, corresponde ao espaço entre dois cavados e nas armas onde o número é ímpar, à distância entre um cheio e o ressalto diametralmente oposto. O calibre efetivo do projétil é, portanto, sempre um pouco maior que o calibre real ou nominal da arma considerada.
  • 114. Calibre dos projéteis das armas de alma raiada A B B A-Calibrereal(espaçoentre cheiosoudiâmetrointernodo canoantesdoraiamento). B-Calibredoprojétil(espaço entreoscavados,seonúmero deraiasforpar;ouespaço entreumcavadoeumcheio, seonúmeroderaiasfor ímpar).
  • 116. Calibre das armas de cano de alma lisa O calibre das armas de alma lisa, ou de caça, não é expresso pelo diâmetro interno do cano, mas sim pelo número de esferas de chumbo puro de diâmetro igual ao do cano em referência, necessário para atingir 1 libra de peso (454 g). Isto não significa que os projéteis por ela disparados terão o diâmetro do cano. Ao contrário, são geralmente bem menores.
  • 117. Calibre das armas de cano de alma lisa 1 lb
  • 118. Calibre das armas de cano de alma lisa Calibre nominal Calibre real 12 16 20 24 28 32 36 (.410) 18,50 mm 17,00 mm 15,70 mm 14,80 mm 14,00 mm 12,80 mm 10,40 mm
  • 119. Projéteis das armas de alma lisa - balins Calibre Tamanho do Chumbo Quantidade em gramas Número médio de esferas 12 TTT 32 32 3 130 5 200 6 36 300 7 32 350 20 TTT 27 27 3 110 5 170 7 300 36 T 9 12 3 35 5 55 7 100
  • 120. Ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo O projétil de arma de fogo é um agente mecânico pérfuro- contundente, que determina uma lesão de natureza pérfuro- contusa. As características dos ferimentos de entrada produzidos por projéteis de arma de fogo dependem, basicamente, de três fatores principais, quais sejam:  tipo de munição empregada (projétil unitário ou projéteis múltiplos);  ângulo de incidência; e  distância de tiro.
  • 121. Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins) Nos disparos efetuados com cartuchos de munição de projéteis múltiplos (armas de alma lisa), o aspecto da lesão depende, basicamente, da distância em que foi realizado o disparo e da conseqüente abertura do cone de dispersão. Em tiros muito próximos ou encostados, os projéteis múltiplos causam grande destruição tecidual muitas vezes acompanhada de significativa perda de substância. Nos disparos efetuados à distância o que observamos é a existência de lesões múltiplas, como se produzidas por vários disparos unitários, distribuídas ao redor de um ponto central, e que se afastam mais um do outro quanto maior for a distância entre o atirador e o alvo.
  • 122. Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins)
  • 123. Ferimentos produzidos por projéteis unitários A lesão de entrada produzida por projétil de arma de fogo é geralmente circular ou elíptica, na dependência do ângulo de incidência e das linhas de tensão que atuam sobre a pele. Não é possível determinar o calibre do projétil pelo diâmetro da lesão observada. O ferimento de entrada tem geralmente bordos invertidos, invaginados, voltados para o interior do corpo e os ferimentos de saída têm as bordas evertidas, levantadas, indicando claramente o sentido de sua trajetória. Como exceção, temos a Câmara de Hoffmann ou câmara de mina, observada nos tiros encostados, em que o ferimento de entrada têm os bordos evertidos, voltados para fora.
  • 124. Orlas ou halos e zonas Além do aspecto morfológico, ao redor dos ferimentos de entrada produzidos por projéteis de arma de fogo, podemos observar algumas espécies de orlas (ou halos) e zonas, de importância tanto para caracterização da natureza do ferimento como para a determinação da distância em que foi realizado o disparo. As orlas (ou halos) são regiões circunscritas, regulares, que circundam o ferimento como pequenas auréolas, dando-lhe características especiais que permitem diferenciar as lesões produzidas por projétil de outras, determinadas por instrumentos diversos. As zonas compreendem áreas maiores, irregulares, que podem ou não estar presentes e que terão importância fundamental na determinação da distância do disparo.
  • 125. Orlas ou halos e zonas orlas ou halos contusão enxugo escoriação Ferimento de entrada esfumaçamento zonas chamuscamento tatuagem
  • 126. Orlas ou halos e zonas Ferimento de entrada orlas ou halos contusão enxugo esfumaçamento zonas chamuscamento tatuagem
  • 127. Orla de contusão Ponto de impacto do projétil Orla de contusão
  • 129. Zonas de chamuscamento, esfumaçamento e tatuagem
  • 135. Armas de uso permitido e restrito Restrição Destinação A Forças armadas B Forças auxiliares e policiais C Pessoas jurídicas especializadas registradas no Exército D Pessoas físicas autorizadas pelo exército
  • 136. São de uso restrito (art. 16 do Decreto nº 3.665/00): I. armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou que possuam alguma característica no que diz respeito aos empregos tático, estratégico e técnico do material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais; II. armas, munições, acessórios e equipamentos que, não sendo iguais ou similares ao material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais, possuam características que só as tornem aptas para emprego militar ou policial; III. armas de fogo curtas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a (trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto; IV. armas de fogo longas raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, . 357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;
  • 137. V. armas de fogo automáticas de qualquer calibre; VI. armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; VII. armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munições; VIII.armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a seis milímetros, que disparem projéteis de qualquer natureza; IX. armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparência de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes; X. arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL; XI. armas e dispositivos que lancem agentes de guerra química ou gás agressivo e suas munições; XII. dispositivos que constituam acessórios de armas e que tenham por objetivo dificultar a localização da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra- chamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do tiro e também os que modificam as condições de emprego, tais como os bocais lança- granadas e outros;
  • 138. XIII. munições ou dispositivos com efeitos pirotécnicos, ou dispositivos similares capazes de provocar incêndios ou explosões; XIV. munições com projéteis que contenham elementos químicos agressivos, cujos efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os danos, tais como projéteis explosivos ou venenosos; XV. espadas e espadins utilizados pelas Forças Armadas e Forças Auxiliares; XVI. equipamentos para visão noturna, tais como óculos, periscópios, lunetas, etc; XVII.dispositivos ópticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou diâmetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milímetros; XVIII.dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo; XIX. blindagens balísticas para munições de uso restrito; XX. equipamentos de proteção balística contra armas de fogo portáteis de uso restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e XXI. veículos blindados de emprego civil ou militar.
  • 139. São de uso permitido (art. 17 do Decreto nº 3.665/00): I. armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia de até trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto; II. armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia de até mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40; III. armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; as de menor calibre, com qualquer comprimento de cano, e suas munições de uso permitido; IV. armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre igual ou inferior a seis milímetros e suas munições de uso permitido;
  • 140. V. armas que tenham por finalidade dar partida em competições desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente pólvora; VI. armas para uso industrial ou que utilizem projéteis anestésicos para uso veterinário; VII. dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e diâmetro da objetiva menor que trinta e seis milímetros; VIII. cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo granulado, conhecidos como "cartuchos de caça", destinados a armas de fogo de alma lisa de calibre permitido; IX. blindagens balísticas para munições de uso permitido; X. equipamentos de proteção balística contra armas de fogo de porte de uso permitido, tais como coletes, escudos, capacetes etc; e XI. veículo de passeio blindado.