2. Definição
É definida como “uma desordem do movimento e
da postura devido a umdefeito ou lesão do cérebro
imaturo” (Bax, 1964). A lesão cerebral não é
progressiva e provoca debilitação variável na
coordenação da ação muscular, com resultante
incapacidade da criança em manter posturas e
realizar movimentos normais (BOBATH, K.).
“Designa um grupo de distúrbios cerebrais de
caráter estacionário que são devidos a alguma
lesão ou às anomalias do desenvolvimento
ocorridas durante a vida fetal ou durante os
primeiros meses de vida (SHEPHERD, R.B.).
3. Revisão Histórica
Numerosos métodos de tratamento ao longo dos
anos
Maioria baseavam-se na observação clínica das
teorias de neurofisiologia da época
Sempre houve dificuldades para demonstrar que
melhora do paciente resultou de um ou outro
método
Parece não haver dúvidas que a intervenção ativa
por parte do paciente é essencial
4. Etiologia
Causas Pré-Natais
A – Genéticas e/ou hereditárias
B – Maternas
Circulatórias
Eclâmpsia
Hemorragias
Desprendimento prematura da placenta
Má posição do cordão umbilical
Infecções
Tóxicos
C – Físicas
5. Etiologia
Causas perinatais
Asfixia
Hemorragia intracraniana
Prematuridade e baixo peso
Icterícia grave
Infecções pelo canal do parto
Causas pós-natais
Meningencefalites bacterianas e virais
TCE
Síndromes epiléticas
6. Prevenção
Pré-natal regular
Evitar drogas e álcool
Tratamento da Icterícia neonatal
Fototerapia ou exsangüíneotransfusão
Uso de imuglobulina anti-D após o parto
Vacinas antes da gravidez
7. Neuropatologia
Lesões antes da 20a
semana de IG:
ulegíria, esquizencefalia e polimicrogíria
Lesões entre a 26a
e 30a
semana:
substância branca periventricular (leucomalácia
periventricular)
Lesões no 3o
trimestre de gestação ou
RN pré-termo: córtex e gânglios da base
8. Topografia
Sinais clínicos:
Espástica (75% dos casos)
Atetósica (18% dos casos)
Hipotônica (2 a 3% dos casos)
Atáxica (2 % dos casos)
Mista (2% dos casos)
Comprometimento motor
Tetra ou quadriplegia/paresia
Hemiplegia/paresia
Diplegia/paresia
Monoplegia/paresia
Paraplegia/paresia
9. Descrição dos quadros
clínicos
FORMA HIPOTÔNICA
Característica do grupo atetóide
Flacidez extrema
Incapacidade de produzir a força muscular p/ se movimentar
Movimentos espontâneos escassos
Cabeça cai para traz quando puxada para sentar
Quando segurada na posição sentada é incapaz de manter a
cabeça e o tronco
EmDV, não faz a suspensão
Apresenta dificuldades respiratórias – respiração superficial
Dificuldade para beber e alimentar-se
Posição típica: membros emabdução, flexão e rotação externa
10. Descrição dos quadros
clínicos
FORMA ESPÁSTICA
Hipertonia acentuada de MMSS´s e MMII´s
Hipotonia dos eretores da cabeça
Quando suspensa, atitude emtesoura
Persistência de reflexos
Atividades limitadas
Movimentos associados
Adaptações do comportamento
Pode desenvolver contraturas e deformidades
Dificuldade de deglutir e mastigar
Sialorréia
Alterações na estrutura do crânio
Freqüentes infecções pulmonares
Formas graves: não seguemas etapas do
desenvolvimento
11. Descrição dos quadros
clínicos
FORMA ATETÓSICA
“semposição fixa”
Associada a icterícia grave neonatal (bilirrubínica)
Tônus postural instável e flutuante (mais baixo que o normal)
Movimentos involuntários da face durante o repouso e/ou
movimentos intencionais
Movimentos espasmódicos, incontrolados e de amplitude extrema
Deficiente controle da cabeça – afetar visão
Não conseguemmanter uma posição estável contra a gravidade
Mobilidade exagerada nas articulações
Difícil mastigação e deglutição
Fala disártrica
12. Descrição dos quadros
clínicos
FORMA ATÁXICA
Rara
Dificuldades para controlar a velocidade, a
amplitude, a direção e a força de seus
movimentos
Tônus postural baixo
Incoordenação cinética
Alterações movimentos finos da mão
(coordenação fina)
ADNPM
“Marcha do bêbado”
Fala disártrica
13. Descrição dos quadros
clínicos
QUADRIPLEGIA ESPÁSTICA
Incapaz de retificar a cabeça
Incapaz de manter seu equilíbrio em qualquer
posição ou usar os braços e as mãos.
Supino: forte retração do pescoço e ombros; a
rotação da cabeça para o lado pode desencadear
o RTCA; incapaz de rolar de supino para o DL e
para prono; ausência de rotação sobre seu eixo;
incapacidade para levantar a cabeça, impedindo
passar para sentada; espasticidade extensora no
quadril dificulta passar para sentada
14. Descrição dos quadros
clínicos
QUADRIPLEGIA ESPÁSTICA
Prono: não eleva a cabeça; não usa os braços e mãos
para apoio; quadris e joelhos podem estar flexionados ou
se estendidas no quadril, as pernas rodam para dentro e
aduzem; pés emFP
Sentada: base estreita; equilíbrio precário; não consegue
usar os braços para apoio; algumas poderão assumir a
postura emflexão total
Deformidades:
Escoliose ou cifoescoliose
Deformidade flexoras do quadril e joelhos
Pés eqüino
Subluxação de quadril
15. Descrição dos quadros
clínicos
DIPLEGIA ESPÁSTICA
Durante os 4 ou 6 meses: pode parecer normal
Leve comprometimento da cabeça e MMSS´s:
pode conseguir girar para o lado, mas terá
dificuldades emrolar para prono
MMII´s tornam-se rigidamente estendidos
Engatinhar torna-se impossível à medida que a
espasticidade extensora dos MMII´s fica mais
forte; passa a arrastar
Sentar: será difícil ou impossível
16. Descrição dos quadros
clínicos
DIPLEGIA ESPÁSTICA
De pé: estende a cabeça e os ombros para assumir e
manter a postura ereta apesar da insuficiente flexão do
quadril, isso resulta no aumento da lordose lombar; fazem
uso excessivo de qualquer reação de retificação e
equilíbrio presente “acima da cintura”.
Deformidades
Hipercifose
Hiperlordose lombar
Subluxação dos quadris
Adução e rotação interna das pernas
Pés eqüino
17. Descrição dos quadros
clínicos
HEMIPLEGIA ESPÁSTICA
Descoberta é tardia
Inicialmente o lado afetado parece ser “mole”
ADNPM
Tendência emcair para o lado comprometido
Se orienta pelo lado sadio
Irá rolar de supino para prono sobre o lado afetado
Sentado: o lado afetado se retrai
Lado afetado poderá ser negligenciado pelos pais
Não aprenderá a engatinhar e preferirá arrastar-se
sentado
18. Descrição dos quadros
clínicos
HEMIPLEGIA ESPÁSTICA
De pé: apoiará seu peso na perna sadia. A perna afetada
parecerá ser “fraca”, e tenderá a cair se tiver que
sustentar seu peso sobre ela
Marcha: perna e pé se enrijecerão gradualmente para
sustentar o peso; somente conseguirá sustentar seu peso
na perna afetada comajuda da espasticidade extensora.
Deformidades:
Deformidades flexoras do cotovelo e punho compronação do
antebraço e desvio ulnar do punho
Adução do polegar
Escoliose
Pés eqüino
19. Deficiências Funcionais
Preensão
Desenvolvimento precário dos movimentos
habilidosos das mãos
Pega objetos com a mão inteira,
lentamente, comforça emexcesso
Deficiências em adaptar a força muscular à
carga
20. Deficiências Funcionais
Ato de sentar no chão
Diplégica
Postura em “W”: flexão do tronco
acompanhada por extensão do pescoço,
coxas emrotação interna
Pernas estendidas para frente: flexão de
joelhos e flexão insuficiente dos quadris,
flexão da metade superior do seu tronco
21. Deficiências Funcionais
Sentado na cadeira
Rotação interna de quadris
Flexão insuficiente dos joelhos
Flexão plantar nos tornozelos
Coxas emrelativa extensão
Flexão da metade superior do tronco
22. Deficiências Funcionais
Levantando da posição sentada
para a posição em pé
Incapacidade de colocar os pés ou o pé do
membro inferior afetado o suficiente para
trás
Diminuição da amplitude e da velocidade
da flexão do tronco emnível dos quadris
23. Deficiências Funcionais
Marcha
Diplégica: caminhar lento e cambaleante,
passos curtos
Hemiplégica: amplitude dos passos varia e a
marcha é claudicante
Encurtamento da panturrilha: redução da
extensão de quadril e DF tornozelo
J oelhos são mantidos emhiperextensão
Adutores encurtados: quadris emtesoura
Braços podemestar abduzidos
Velocidade da marcha pode estar afetada
25. Deficiências Associadas
ADNPM
Deficiências cognitivas e de percepção
Surdez
Defeitos da visão
Disfagia
Convulsões
Alterações da fala e distúrbios da
comunicação
26. O Reconhecimento
Precoce da PC
Sinais anormais aparecerão
É frequentemente muito difícil estabelecer um
diagnóstico definido de PC antes dos 4 meses
Pais procuram atendimento porque os filhos não
alcançaramos estágios normais do DNPM
História devem ser encontrados um ou mais
fatos
Forma como a mãe segura ou apóia o filho pode
indicar uma anormalidade
27. O Reconhecimento
Precoce da PC
Testes em Supino
Hipertonia extensora máxima, com retração de
cabeça, pernas aduzidas e estendidas, braços
fletidos no cotovelo, mãos fechadas.
Não consegue erguer a cabeça, nem flexionar
os quadris e coluna
Não consegue mover os braços para frente,
nem tocar o corpo e suas mãos não se abrem
para agarrar umobjeto.
Se puxado para sentado, ocorre a “queda da
cabeça”; quadris resistem à flexão (cifose
compensatória)
Reflexos patológicos presentes
28. O Reconhecimento
Precoce da PC
Testes em Prono
Hipertonia flexora máxima, cabeça é mantida
na linha média (não libera as vias aéreas),
ombros protraídos combraços aduzidos.
Reação de Landau: não consegue levantar a
cabeça, braços fletidos e pernas estendidas e
aduzidas.
29. O Reconhecimento
Precoce da PC
Testes na posição sentada
Não consegue sentar
Hipertonia flexora dos braços impede as reações
de proteção
Deficiente controle de cabeça
Posição de pé
Pernas estendidas e abduzidas
Deficiente controle de cabeça
Pés emFP
30. Objetivos da Fisioterapia
Anatômicos
Manutenção da elasticidade das partes
moles
Melhora do crescimento e
desenvolvimento do sistema de
locomoção
31. Objetivos da Fisioterapia
Ligados ao comportamento
Aumentar as oportunidades da criança
de treinar os movimentos ativos
Prevenir a intensificação de
comportamentos motores indesejáveis
32. Objetivos da Fisioterapia
Fisiológicos
Aumentar as oportunidades do lactente
de selecionar os estímulos importantes
Influenciar e favorecer os processos de
maturação e recuperação do sistema
nervoso
33. Equipamentos
Adaptativos
Para auxiliar o posicionamento
Posicionadores laterais
Sistemas adaptativos para posição
sentada e vertical
Bancos para banheira
Cadeiras adaptadas
Assentos de carro
Pulseiras de chumbo
34. Equipamentos
Adaptativos
Dispositivos para auxílio na marcha
Andadores anteriores e posteriores
Muletas canadenses e axilares
OBS: andadores infantis – “disquinhos”
Equipamento para mobilidade
Cadeiras de rodas
manual ou elétrica
35. Intervenções
Neuroclínicas
Intervenções neuroclínicas
Relaxantes musculares: diazepam, dantroleno
e baclofeno
Bloqueadores neuromusculares: álcool, fenol e
a toxina botulínica (BOTOX)
Intervenções neurocirúrgicas
Rizotomia dorsal seletiva
Estimuladores da medula espinhal
Infusão contínua de baclofen intratecal
36. Cirurgia Ortopédica
Medida corretiva, logo após seguido de reabilitação
Óssea (osteotomia)
Muscular (alongamento do músculo/tendão)
QUADRIL
Subluxação/ deslocamento
Fisioterapia no P.O.
exercícios de ADM do quadril
fortalecimento dos músculos
posicionamento apropriado
37. Cirurgia Ortopédica
QUADRIL
Deformidade emadução
Fisioterapia no P.O.
Alongamento contínuo
Fortalecimento dos músculos da cintura pélvica
Treino funcional
Deformidade emflexão
Fisioterapia no P.O.
Alongamento emextensão do quadril
Fortalecimento dos extensores e abdutores do quadril
Deformidade emrotação interna
Fisioterapia no P.O.
Exercícios de ADM
Fortalecimento dos músculos da cintura pélvica
38. Cirurgia Ortopédica
JOELHO
Deformidade emflexão do joelho
Fisioterapia no P.O.
Exercícios ativos e passivos de extensão
do joelho
Fortalecimentos de extensores e flexores
do joelho
Exercícios de ADM do quadril
Uso noturno de órteses emextensão
39. Cirurgia Ortopédica
PÉ E TORNOZELO
Deformidade eqüino
Fisioterapia no P.O.
Órtese para manter a amplitude
Exercícios de ADM do tornozelo
Fortalecimento
40. Órteses para MMII´s
Órtese longa emfibra de carbono
Órtese longa comcinto pélvico
Órtese longa comapoio isquiático
42. Órteses para MMII´s
Órteses articuladas tornozelos-pé
Órteses de reação ao solo
Órteses supramaleolares
Dennis Brown
43. Tônus Muscular
Pode ser hipotônico e podem usar
reflexos. No tratamento pode
aproximar de um tônus normal.
Flutuação de tônus, maiores
dificuldades para ter um tônus
normal em tratamento.
Se mostrar espasticidade é maior
em extremidade inferior do que
em extremidade superior.
Se mostrar espasticidade é maior
em extremidade superior do que
em extremidade inferior.
Componentes normais em
extremidades
Maior padrão primitivo em
extremidade superior
Tenta usar a espasticidade para
parar os movimentos atáxicos
Tenta usar a espasticidade para
parar movimentos atetóides
(nem sempre com sucesso)
Ataxia
Atetose
44. Controle de Cabeça
Segura a cabeça na linha média e
tem medo de virar a cabeça /
fixação de olhos
Não consegue controlar a cabeça na
linha média
Fixa os olhos quando move a
cabeça / aprende a estabilizar
com a cabeça
Segue o objeto com os olhos
acompanhando o movimento da
cabeça / pobre controle e
coordenação olho-mão
Ataxia
Atetose
45. Reações de Balanço
Movimentos articulares em
pequenos arcos
Movimentos articulares em grandes
arcos
Lento para responder Rápido para responder
Péssimo controle de si mesmo para
mover-se, freqüente o uso dos
braços para proteger-se e fixar o
tronco
Melhor controle de si mesmo pois
está sempre se movendo
Reações dentro da flexão Reações dentro da extensão
Ataxia
Atetose
46. Marcha/ Fala
Aumenta a base, especialmente
quando olha em volta
Base larga usando a extensão para
se estabilizar
Fala devagar. Articulação melhor,
porém segura a língua entre os
dentes
Articulação limitada pelos
movimentos atetóides, podendo
aparecer na língua
Ataxia
Atetose
47. Tratamento
Estimular movimentos do tronco Estimular controle de tronco
Movimento em grandes arcos e
mover mais em superfícies
instáveis
Mover em pequenos arcos usando
primeiro superfícies estáveis
Estimulação proprioceptiva Estimulação proprioceptiva
Manter posturas em movimento,
dar estabilização no lugar certo
Inicialmente manter posturas mais
estáticas, com o objetivo de
aumentar gradativamente sem a
interferência de padrões errados.
Ataxia
Atetose