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 Em estudo realizado pelo naturalista francês Jean

Baptiste Lamarck, a árvore do Pau-Brasil foi
apresentada como tendo espinhos em seu tronco e
galhos duros e pontiagudos destacando-se
naturalmente no tronco. Sua casca é pardoacinzentada ou pardo-rosada em suas partes salientes,
seu miolo é vermelho, chegando a atingir até 40
metros de altura. As flores possuem pétalas amareloouro, sendo uma delas denominada vexílio, por possuir
matiz vermelho-púrpura e suas flores serem muito
ornamentais. Seu fruto – a vagem – libera sementes, as
quais possuem o formato de elipses, medindo de 1 a 1,5
cm de diâmetro.
 Em estudo realizado pelo naturalista francês Jean

Baptiste Lamarck, a árvore do Pau-Brasil foi
apresentada como tendo espinhos em seu tronco e
galhos duros e pontiagudos destacando-se
naturalmente no tronco. Sua casca é pardoacinzentada ou pardo-rosada em suas partes salientes,
seu miolo é vermelho, chegando a atingir até 40
metros de altura. As flores possuem pétalas amareloouro, sendo uma delas denominada vexílio, por possuir
matiz vermelho-púrpura e suas flores serem muito
ornamentais. Seu fruto – a vagem – libera sementes, as
quais possuem o formato de elipses, medindo de 1 a 1,5
cm de diâmetro.
 Várias eram as suas utilidades - os índios o usavam

na produção de seus arcos e flechas e na pintura de
enfeites, antes mesmo dos portugueses aqui
chegarem. Porém a famosa brasileína – essência
corante extraída da madeira, utilizada no
tingimento de tecidos e na produção de tintas para
desenho e pintura – era o que poderia render
lucros e dividendos à Coroa. Portugal, que antes
adquiria esta substância por intermédio dos
mercadores que vinham do Oriente, visualizando
um futuro promissor pela frente, tornou a
exploração do Pau-Brasil posse exclusiva da Coroa.
 A exploração da árvore do pau-

brasil veio a ser a primeira
atividade econômica
empreendida pelos portugueses
em território brasileiro. Sua
extração foi fácil, pois o paubrasil estava localizado em
florestas adjacentes ao litoral e
havia um intercâmbio
permanente com os índios, que
talhavam e conduziam as toras
em troca de mercadorias
européias banais, tais como
facões, machados, espelhos,
panos, entre outras coisas.
 O pau-brasil só poderia ser retirado de nossas matas se

houvesse uma autorização preliminar da Coroa
Portuguesa e o acerto das taxas era estipulado por esta.
O primeiro a usufruir dessa concessão, em 1501, foi
Fernando de Noronha, o qual tinha como sócios vários
comerciantes judeus, porém, em troca desta
permissão, tinham por obrigação enviar embarcações à
nova terra, encontrar pelo menos trezentas léguas de
costa, pagar uma quantia pré -estipulada à Coroa e
também edificar e conservar as fortificações,
mantendo assim a segurança do novo território tão
almejado pelos invasores.
 Era proibido aos colonos explorar ou queimar a

madeira corante. Os espanhóis, por apreço ao que
dizia o Tratado de Tordesilhas, retiraram-se do
litoral brasileiro, ao contrário dos piratas franceses
que, ignorando tal tratado, passaram a extrair a
madeira ilicitamente, inclusive lançando fogo na
parte inferior do tronco, causando muitos
incêndios, o que veio a provocar sérios prejuízos à
mata. O fim do ciclo econômico do Pau-Brasil
ocorreu no século 19, pela enorme carência da
espécie nas matas e pela descoberta de um corante
não natural correlativo.
 No ano de 1530, em alguns locais litorâneos, o pau-

brasil já é insuficiente, apesar do Brasil ter mantido a
exportação da madeira até o início do século XIX. A
exploração era tosca, destruindo boa parte de nossas
florestas. Do início de seu tráfico restou somente 3%
de Floresta Atlântica e, por conseqüência, convivemos
até hoje com o desmatamento indiscriminado que
coloca em perigo nossa biodiversidade.

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  • 2.  Em estudo realizado pelo naturalista francês Jean Baptiste Lamarck, a árvore do Pau-Brasil foi apresentada como tendo espinhos em seu tronco e galhos duros e pontiagudos destacando-se naturalmente no tronco. Sua casca é pardoacinzentada ou pardo-rosada em suas partes salientes, seu miolo é vermelho, chegando a atingir até 40 metros de altura. As flores possuem pétalas amareloouro, sendo uma delas denominada vexílio, por possuir matiz vermelho-púrpura e suas flores serem muito ornamentais. Seu fruto – a vagem – libera sementes, as quais possuem o formato de elipses, medindo de 1 a 1,5 cm de diâmetro.
  • 3.  Em estudo realizado pelo naturalista francês Jean Baptiste Lamarck, a árvore do Pau-Brasil foi apresentada como tendo espinhos em seu tronco e galhos duros e pontiagudos destacando-se naturalmente no tronco. Sua casca é pardoacinzentada ou pardo-rosada em suas partes salientes, seu miolo é vermelho, chegando a atingir até 40 metros de altura. As flores possuem pétalas amareloouro, sendo uma delas denominada vexílio, por possuir matiz vermelho-púrpura e suas flores serem muito ornamentais. Seu fruto – a vagem – libera sementes, as quais possuem o formato de elipses, medindo de 1 a 1,5 cm de diâmetro.
  • 4.  Várias eram as suas utilidades - os índios o usavam na produção de seus arcos e flechas e na pintura de enfeites, antes mesmo dos portugueses aqui chegarem. Porém a famosa brasileína – essência corante extraída da madeira, utilizada no tingimento de tecidos e na produção de tintas para desenho e pintura – era o que poderia render lucros e dividendos à Coroa. Portugal, que antes adquiria esta substância por intermédio dos mercadores que vinham do Oriente, visualizando um futuro promissor pela frente, tornou a exploração do Pau-Brasil posse exclusiva da Coroa.
  • 5.  A exploração da árvore do pau- brasil veio a ser a primeira atividade econômica empreendida pelos portugueses em território brasileiro. Sua extração foi fácil, pois o paubrasil estava localizado em florestas adjacentes ao litoral e havia um intercâmbio permanente com os índios, que talhavam e conduziam as toras em troca de mercadorias européias banais, tais como facões, machados, espelhos, panos, entre outras coisas.
  • 6.  O pau-brasil só poderia ser retirado de nossas matas se houvesse uma autorização preliminar da Coroa Portuguesa e o acerto das taxas era estipulado por esta. O primeiro a usufruir dessa concessão, em 1501, foi Fernando de Noronha, o qual tinha como sócios vários comerciantes judeus, porém, em troca desta permissão, tinham por obrigação enviar embarcações à nova terra, encontrar pelo menos trezentas léguas de costa, pagar uma quantia pré -estipulada à Coroa e também edificar e conservar as fortificações, mantendo assim a segurança do novo território tão almejado pelos invasores.
  • 7.  Era proibido aos colonos explorar ou queimar a madeira corante. Os espanhóis, por apreço ao que dizia o Tratado de Tordesilhas, retiraram-se do litoral brasileiro, ao contrário dos piratas franceses que, ignorando tal tratado, passaram a extrair a madeira ilicitamente, inclusive lançando fogo na parte inferior do tronco, causando muitos incêndios, o que veio a provocar sérios prejuízos à mata. O fim do ciclo econômico do Pau-Brasil ocorreu no século 19, pela enorme carência da espécie nas matas e pela descoberta de um corante não natural correlativo.
  • 8.  No ano de 1530, em alguns locais litorâneos, o pau- brasil já é insuficiente, apesar do Brasil ter mantido a exportação da madeira até o início do século XIX. A exploração era tosca, destruindo boa parte de nossas florestas. Do início de seu tráfico restou somente 3% de Floresta Atlântica e, por conseqüência, convivemos até hoje com o desmatamento indiscriminado que coloca em perigo nossa biodiversidade.