Este documento descreve o plano de autoavaliação da biblioteca escolar de Loulé para o ano letivo de 2010-2011. O plano foca-se na promoção das literacias de informação, tecnológica e digital. O objetivo é avaliar se os alunos estão desenvolvendo as competências necessárias nestas áreas e se a biblioteca está contribuindo eficazmente para isso. Vários métodos serão usados, incluindo questionários, observações e análise de documentos.
Nelida nabais forum 1 25 de outubro 01 de novembro
Nelida nabais plano_de_avaliacao_da_be[1]
1. O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
Metodologias de operacionalização
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Biblioteca Escolar
Escola Secundária de Loulé
A.2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital
15 a 22 de Novembro 2010 Plano de Avaliação Nélida Nabais
2. O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
Metodologias de operacionalização
I – Enquadramento
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“A ligação entre a Biblioteca Escolar, a Escola e o Sucesso Educativo é hoje um facto assumido por
organizações e associações internacionais que a definem como núcleo de trabalho e aprendizagem ao
serviço da Escola” Modelo de Auto-avaliação
A BE duma escola deve ser o centro nevrálgico dos seus recursos educativos,
posto à disposição de todos os membros da comunidade educativa. Por isso, a
melhoria do espaço físico da BE, constante do Projecto Educativo da ESL, tem
sido feita de forma a conseguir que a BE seja um lugar tranquilo, aprazível e
calmo, onde se estuda, se lê, se constrói o conhecimento, mas onde também se
pode ver um filme, ouvir música ou procurar informação on-line.
Temos assistido nos últimos anos a uma incontrolável rapidez no desenvolvimento
de tecnologias; este desenvolvimento poderá contribuir para atrair jovens que,
não tendo ainda adquirido o gosto pela leitura, o possam descobrir através das
ferramentas multimédia. Os alunos já não requisitam para levar para casa apenas
um livro, mas também CDs e DVDs; vêm à biblioteca para participar em
actividades, ou para procurar informação on-line.
A partilha dos saberes neste mundo em que estamos todos cada vez mais perto,
deve ser uma constante no processo educativo.Não podemos esquecer que,
nesta sociedade globalizante em que vivemos, as escolas têm cada vez mais
alunos de origens/nacionalidades muito diversas e longínquas. O papel primordial
das bibliotecas no mundo inteiro e nas escolas em particular, poderá ser o laço
unificador destas diversas culturas, fazendo com que as diferenças contribuam de
forma enriquecedora para o aumento da tolerância em vez do agravamento dos
preconceitos.
A Escola Secundária de Loulé localiza-se na freguesia de S. Clemente, uma das
freguesias da cidade de Loulé, sede de um dos maiores concelhos do Algarve e
abarca uma população estudantil muito diversificada, oriunda das onze
freguesias do concelho, que se repartem por três regiões naturais: serra, barrocal
e litoral, o que reflecte a multiculturalidade de vivências, valores e formas de
estar.
A escola serve uma população de cerca de1500 alunos distribuídos por turmas do
ensino diurno e nocturno. No ensino diurno a escola oferece cursos científico-
humanísticos e cursos profissionalmente qualificantes. No ensino nocturno, para
além do Ensino Recorrente (Módulos), são oferecidos, pelo Centro de Novas
Oportunidades, Cursos de Educação e Formação – EFA.
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3. O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
Metodologias de operacionalização
De modo a articular uma estratégia de escola sentiu-se a necessidade de
identificar os problemas educativos da mesma, a fim de estabelecer uma acção
concertada de toda a comunidade educativa.
Assim, aquando da elaboração do Projecto Curricular de Escola foram
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identificados os domínios de intervenção prioritária, que têm e continuarão a ser
alvo de uma atenção especial, nomeadamente por parte da Biblioteca Escolar:
- insuficiente domínio de funcionamento da Língua Materna, das Línguas
Estrangeiras e da Matemática;
- dificuldades na resolução de problemas que envolvam raciocínio lógico;
- ausência de competências para resolver problemas de forma adequada;
- dificuldades na compreensão, interpretação e análise de documentos;
- insuficiente consciencialização dos alunos do esforço e empenho inerentes à
aprendizagem;
- insuficiente interiorização de valores, de princípios de solidariedade e regras de
convivência conducentes ao exercício da cidadania responsável;
- pouco envolvimento dos Pais/Encarregados de Educação no processo ensino-
aprendizagem e na vida escolar dos seus educandos;
- falta de perspectivas futuras a nível académico e profissional.
Com o objectivo de resolver os problemas educativos da escola, o Projecto
Curricular de Escola define as competências essenciais que no final do seu
percurso escolar cada aluno deverá ter adquirido.
Toda a dinâmica pedagógica da escola é planificada visando o permanente
desenvolvimento destas competências, associando a essa preocupação uma
acção concertada de toda a escola, incluindo a biblioteca, sobre os domínios de
intervenção prioritária.
Anualmente, a BE escolhe um domínio a avaliar, tendo em conta as prioridades
da escola identificadas no Projecto Curricular de Escola.
Porque é que a auto-avaliação da BE é importante para a biblioteca, para
a escola, para a comunidade educativa?
É fundamental aferir se o que se está a fazer é eficaz e eficiente ou se será
necessário seguir outro(s) caminhos, cuja meta será sempre, no entanto, o
sucesso educativo. Daí a importância da auto-avaliação da escola e da BE.
A finalidade central do processo de auto-avaliação da BE visa uma melhoria
contínua do trabalho desenvolvido, em termos de processos e de resultados – o
impacto que a interacção com a biblioteca provoca nos utilizadores, no que se
refere, à melhoria das aprendizagens.
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Como é referido no texto desta sessão: “A qualidade não deriva nesta acepção,
da biblioteca em si mesma, mas do valor atribuído pelos utilizadores a esse
benefício, traduzido numa mudança de conhecimento, competências, atitudes,
valores, níveis de sucesso, bem-estar, inclusão, etc.”
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II – Diagnóstico
As razões da escolha do sub-domínio A.2. (Promoção das Literacias da
Informação, Tecnológica e Digital) são as seguintes:
sub-domínio à priori considerado “fraco” no trabalho da biblioteca e
que, por isso, se pretende analisar em maior profundidade para
perspectivar de forma mais segura a melhoria;
este sub-domínio possibilita uma articulação mais estreita com o
domínio objecto de avaliação no ano passado (B. Leitura e Literacia),
considerando-se a sequência mais lógica para o processo continuado
de avaliação;
possibilidade de ligação da BE ao Plano Tecnológico da Educação(PTE)
e a outros projectos curriculares de inovação pedagógica existentes na
escola;
necessidade de melhorar o impacto da BE na aquisição de
competências de informação, tecnológicas e digitais pelos alunos.
III – Identificação do problema e objectos de avaliação
A BE deve preparar os alunos para o desenvolvimento de competências em
literacias da informação, tecnológica e digital, de acordo com as novas
necessidades da sociedade em que vivemos.
Parece, assim, pertinente colocar algumas questões sobre o domínio dessas
competências por parte dos alunos. Serão os alunos capazes de
- utilizar o catálogo da BE?
-registar referências bibliográficas dos documentos utilizados?
- utilizar estratégias adequadas para registo da informação?
- organizar um trabalho?
(Indicador A.2.2 Promoção do ensino em contexto de competências de
informação)
- pesquisar informação na Internet e noutros suportes digitais?
- avaliar a relevância, fiabilidade e validade da informação nos diferntes
recursos?
- apresentar um trabalho em power point, moviemaker...?
- desenvolver capacidades de iniciativa, autonomia e cooperação?
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5. O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
Metodologias de operacionalização
(Indicador A.2.4 Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e
de informação)
Os indicadores A.2.2. e A.2.4. estão relacionados um com o outro, visto que o
primeiro é um indicador de processo e o outro pretende verificar até que ponto o - 5-
trabalho desenvolvido está a ter resultados visíveis/ impacto nas competências,
atitudes e aprendizagens dos alunos.
IV – Factores críticos aplicáveis/Métodos e técnicas a utilizar
“..é importante que cada escola conheça o impacto que as actividades realizadas pela e com a BE vão tendo
no processo de ensino e na aprendizagem,bem como o grau de eficiência e de eficácia dos serviços prestados
e da satisfação dos utilizadores da BE.” Modelo de Auto-avaliação, pág.1...............................................
A.2.2 Promoção do ensino em contexto de competências de informação
Factores críticos Métodos e técnicas
- A BE procede, em ligação com os Reuniões e encontros com
Coordenadores de Departamento e os Delegados Coordenadores de
dos Grupos de Docência, ao levantamento nos Dpartamento e Delegados
currículos das competências de informação dos Grupos de Docência.
inerentes a cada departamento/grupo de
docência com vista à definição de um currículo de Criação e preenchimento
competências transversais adequado a cada ano conjunto de grelhas de
de escolaridade. registo.
- A BE propõe um modelo de pesquisa a ser usado Registos informais de
por toda a escola. opinião.
- A Be estimula a inserção nas unidades curriculares Sessões (in)formativas para
e áreas de projecto, do ensino e treino docentes e alunos, na área
contextualizado de competências da informação. da literacia da informação.
- A BE produz e divulga, em colaboração com os Criação de materiais de
docentes, guiões de pesquisa e outros materiais de divulgação, orientação e
apoio ao trabalho de exploração de recursos de apoio.
informação pelos alunos.
Elaboração de actas e
- A equipa da BE participa, em cooperação com relatórios.
os docentes, nas actividades de ensino de
competências de informação com
turmas/grupos/alunos.
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Metodologias de operacionalização
A.2.4 Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de
informação
Factores críticos Métodos e técnicas - 6-
- Os alunos utilizam, de acordo com o seu ano de Observação de utilização
escolaridade, linguagens, suportes, modalidades dos recursos da BE
de recepção e de produção de informação e .
formas de comunicação variados, entre os quais se Estatísticas de utilização
destaca o uso de ferramentas digitais.
Questionários
- Os alunos incorporam no seu trabalho as
diferentes fases do processo de pesquisa e Entrevistas
tratamento de informação: identificam fontes de
informação e seleccionam informação, recorrendo Formação de pares
quer a obras de referência e materiais impressos,
quer a motores de pesquisa, directórios, bibliotecas Avaliação de actividades e
digitais ou outras fontes de informação projectos
electrónicas, organizam, sintetizam e comunicam a
informação tratadae avaliam os resultados do Análise diacrónica das
trabalho realizado. avaliações dos alunos
- Os alunos demonstram compreensão sobre os
problemas éticos, legais e de responsabilidade
social associados ao acesso, avaliação e uso da
informação e das novas tecnologias.
- Os alunos revelam progressos no uso de
competências tecnológicas, digitais e de
informação nas diferentes disciplinas e áreas
curriculares.
O Modelo faz uso de um conjunto de registos de forte componente formativa que
identificam um conjunto de indicadores ou critérios, os quais apontam para os
aspectos nucleares de intervenção da BE inerentes a este subdomínio
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Metodologias de operacionalização
V – Intervenientes no processo
Professora Bibliotecária
Equipa da BE
Conselho Pedagógico - 7-
Equipa PTE da escola
Coordenadores de Departamento Curricular
Delegados de Grupos de Docência
Outros Professores
Alunos
Observatório da Qualidade
VI – Documentos de consulta e análise
Documentos que regulam a actividade da escola:
Projecto Educativo
Projecto Curricular de Escola
Regulamento Interno
Critérios Gerais de Avaliação
Relatório de Avaliação
Plano Anual de Actividades
Projectos de Departamentos/Grupos de Docência
Planificações
Actas e relatórios
Documentos relativos à actividade da BE:
Modelo de auto-avaliação da BE
Plano de Acção
Plano Anual de Actividades
Relatórios de actividades
Actas e registos de reuniões
Documentos e recursos de apoio
Planos de trabalho e planificações conjuntas com os docentes
Jornais da BE
Sítio Web e blogue da BE
Documentos relacionados com estratégias de comunicação, divulgação e
marketing
Registos fotográficos
Relatório final
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Metodologias de operacionalização
VII – Planificação da recolha e tratamento de dados
Tarefas/aplicação de instrumentos Calendarização
- Escolha e definição da amostra. Janeiro 2011 - 8-
- Recolha de evidências sobre: Janeiro a Junho 2011
utilização dos equipamentos da BE; Janeiro a Junho 2011
aplicação de questionários; Março e Abril 2011
aplicação de fichas ou grelhas de observação e Janeiro a Junho 2011
de avaliação;
registo de reuniões e contactos; Dezembro 2010-Junho 2011
observação e registo de alunos a trabalhar na Janeiro, Março e Maio 2011
BE;
registos fotográficos; Fevereiro a Junho 2011
registos informais de opinião. Janeiro, Março e Maio 2011
- - Tratamento e análise de dados:
análise dos recursos da BE em função da Janeiro, Março e Maio 2011
utilização feita;
análise do ambiente de trabalho na BE Janeiro, Março e Maio 2011
(organização do espaço, localização e
qualidade dos recursos)
- Análise dos resultados: Julho 2011
Análise diacrónica das avaliações dos alunos; Julho 2011
interpretação dos resultados: pontos Julho 2011
fortes/fracos/plano de melhoria; Julho 2011
redacção do relatório final; Julho 2011
- Síntese do relatório a integrar o relatório anual de Julho 2011
actividades da escola e o relatório de auto-
avaliação da escola.
VII – Comunicação dos Resultados
Apresentação dos resultados ao Director da Escola.
Apresentação/discussão dos resultados em Conselho Pedagógico,
Apresentação dos resultados ao Conselho Geral.
Apresentação dos resultados à Coordenadora da RBE e no Grupo de
Trabalho Concelhio.
Divulgação do relatório na página Web da BE .
Notícia no blogue e no jornal da BE.
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Metodologias de operacionalização
VIII – Considerações finais
“A avaliação não constitui um fim, devendo ser entendida como um processo que deverá conduzir à reflexão
e deverá originar mudanças concretas na prática” Modelo de Auto-Avaliação, pág. 4
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Parece-me que será difícil envolver os Coordenadores de Departamento,
Delegados de Grupo de docência e outros docentes no processo de auto-
avaliação da Be, devido ao excesso de trabalho e carga burocrática exigido a
todos, cada vez mais. Lembro que os Coordenadores de Departamento fazem
parte do Conselho Pedagógico, os Delegados de Grupo de Docência são
relatores, os restantes professores têm que preparar a sua própria auto-avaliação.
A maioria dos docentes não conhece ainda o modelo ou tem uma ideia muito
vaga sobre o mesmo, desconhecendo as implicações inerentes à sua
implementação.
A recolha de evidências, através de instrumentos diversificados, e posterior
tratamento da informação, implicam uma grande disponibilidade de tempo e de
recursos humanos, o que se torna difícil de concretizar.
No que diz respeito à Professora Bibliotecária, também terá que lutar contra a
falta de tempo, dada a quantidade enorme de funções e tarefas que se lhe
exige. No entanto, se todos colaborarem será possível levar este processo a bom
termo.
O apetrechamento adequado da BE, para operacionalizar a sua acção
envolvem verbas que não são consentâneas com os orçamentos disponíveis.
É fundamental que, face aos resultados da auto-avaliação, sejam equacionados
as estratégias e medidas a tomar com vista ao melhoramento do desempenho
da BE, sendo este um dos principais objectivos deste processo.
Os benefícios do trabalho cooperativo e colaborativo serão compensadores e a
auto-avaliação encarada como um processo natural e regular, numa
perspectiva de melhoria do desempenho da BE em prol do sucesso educativo e
da formação de indivíduos competentes e autónomos.
A auto-avaliação da BE será um dos modos de divulgação das boas práticas da
BE e de conseguir o merecido reconhecimento por parte da comunidade
educativa. Finalmente, a BE impor-se-á como o verdadeiro centro de recursos da
escola.
“.....espaço físico e virtual deconstrução de conhecimento, onde a descoberta, a imaginação e a criatividade
acontecem.”Rede de Bibliotecas Escolares.
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