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BOLSA DE VALORES SOCIAL Mercado de Capitais para o Balanço Social
Problema O mercado de capitais contém alguns 'vícios' que apresentam uma tendência algo redutora da visão global do mercado, ao atribuir uma perspectiva excessivamente econométrica e quantitativa do comportamento das empresas, expressos em lucros, margens, e percentagens, que de certo modo representam o 'quê', mas não o 'como', ou quais os factores que contribuiram para esses resultados. Existem uma série de factores que são dificeis de representar directamente numa variável de uma equação. Pelo seu grau de subjectividade, elas só podem ser obtidas através do recurso à avaliação e análise humana, e não como mera consequência do seu comportamento como é o caso da inflação ou do PIB. No entanto existe um denominador comum em todos esses factores, é que eles são o resultado de investimento; o que os diferencia será talvez a capacidade de aferir o retorno desse investimento, embora a ciência da gestão empresarial venha dando passos progressivos em termos dessa elucidação. Mas o investimento por si só, representa uma intenção e um propósito de uma organização relativamente a um dado objectivo, a sua eficiência e eficácia será depois uma questão do aprimoramento dos processos e práticas de gestão, que no entanto não invalidam a justeza ou não da estratégia prosseguida. As organizações responsáveis têm ao seu dispôr, a partir da consideração desses investimentos, uma ferramenta que lhes permite ter um quadro de análise sobre certo tipo de decisões ligadas à componente social, em sentido lato, ao invés de estritamente restritas à parte analítica, da sua actividade, que é o  balanço social . .
Proposta O que aqui proponho, e deixo à consideração de todos quantos se interessem pela relevância da 'cidadania empresarial' no mundo dos negócios, é a criação de uma bolsa de valores do balanço social das empresas. Em que consiste? Nesta bolsa de valores, cada parcela do balanço social teria o seu próprio indice, calculado com base no volume e variação do investimento da organização nessa parcela, e na avaliação do mercado do comportamento da empresa nesse componente. Como se processa? Para evitar a desproporção entre a dimensão das organizações consideradas, o investimento de cada uma deverá ser corrigido proporcionalmente ao seu volume de negócios ou ao nºde trabalhadores, ou a qualquer outro critério ou combinação destes que se julgue mais relevante. A questão da avaliação externa deve ser ponderada de uma forma mais elaborada.
Avaliação externa Não sendo possível estabelecer com exactidão a correlação entre a variação nos indicadores referidos anteriormente e o desempenho de uma organização expressa em termos da sua valorização patrimonial, não se pode titular directamente os valores que os representam, no entanto é possível definir soluções alternativas que tenham o mesmo efeito, ou seja, estabelecer de uma forma bastante aproximada a sensibilidade dos mercados nessas áreas de intervenção das empresas, e por outro lado fornecer um estímulo ao 'investidor' neste mercado para 'apostar'. MODELO Cada investidor teria uma carteira de acções – diversificada até um limite máximo por acção e total - valorizadas em unidades não monetárias que poderiam trocar e negociar no mercado, de acordo com as suas expectativas de evolução desse mercado e das respectivas empresas quotadas. Essa carteira de acções teria um período de vigência, p.ex. anual, findo o qual os investidores cujas carteiras tenham apresentado o melhor desempenho nesse período face ao indice global desse mercado poderiam converter o seu valor em bens e serviços facultados por empresas aderentes, ou a descontos nesses bens e serviços proporcionais ao valor das carteiras. Isto implicaria uma 'taxa de câmbio' para a conversão desses valores em euros; essa taxa não teria de ser necessariamente fixa, podendo variar ao longo do tempo de acordo com a variação do indice ou outro parâmetro adequado para o efeito.
SELECÇÃO O funcionamento deste mercado, tal como o seu correspondente convencional, teria uma  CMVM  encarregue de estipular as condições de acesso às empresas candidatas, e em assegurar o cumprimento das normas vigentes pelas empresas aderentes através da solicitação de informação e auditorias. Qualquer empresa que desejasse ter presença em qualquer um dos mercados temáticos (associados a cada parâmetro do balanço social, como o ambiente ou mecenato) de modo a proorcionar um maior retorno e visibilidade da sua actuação nessas áreas, poderia fazê-lo submetendo a sua candidatura à CMVM respectiva. Em caso de apovação, poderiam então ser admitidas à quotação e contribuir dessa forma para o indice geral temático para o qual se tenham candidatado. Para as empresas admitidas que estejam no 1º ano de actividade, relativamente ao critério de variação dos investimentos efectuados, poder-se-á considerar neste caso como sendo nula. CORRETAGEM Para apoio do investidor, que aqui se poderá designar por  investidor social , pode-se considerar a existência de entidades externas que prestem uma determinada gama de serviços desse âmbito, de propósito similar aos serviços de corretagem do mercado tradicional. Assim, estes ' observatórios de desempenho social ' do mercado – eventualmente compostos por voluntários ou entidades aderentes (deco?) - auxiliariam o investidor a tomar as melhores decisões em cada momento relativas às suas carteiras de acções, com base em critérios e  ratings  de avaliação por si definidos e elaborados.
 
Conclusão Constata-se assim que uma bolsa com estas características não passa de pouco mais do que um jogo lúdico – não muito diferente da bolsa 'real', com a diferença de que aqui o risco é nulo para o investidor. Mas ao fazê-lo, o investidor está a proporcionar um serviço para as empresas e o mercado: o de valorizar as suas atitudes e estratégias na componente social das suas actividades, e esse serviço poderá também converter-se num recurso valioso para os investidores 'reais' dos mercados de capitais ao proporcionar informação adicional acerca da sustentabilidade (porque é disso que se trata) das organizações – estudos revelam que as empresas socialmente mais responsáveis têm melhor desempenho a longo prazo –, e portanto um indicador mais preciso do risco associado. E ao mesmo tempo incentiva também, por um lado, as empresas a tomarem uma progressiva consciência da sua responsabilidade social, e por outro, os consumidores a perceberem que o acto de consumo não é inócuo, tem consequências, e pode contribuir para o bem-estar geral.
Relacionado : http://www.movimentomilenio.com/2011/05/cooperativas-de-desempregados   http://www.movimentomilenio.com/2011/05/banca-de-inovação Facebook :  http://on.fb.me/kLqqsK Slideshare :  http://slidesha.re/jOpQ2h Musica : Wall Street Bongo, Yello

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  • 1. BOLSA DE VALORES SOCIAL Mercado de Capitais para o Balanço Social
  • 2. Problema O mercado de capitais contém alguns 'vícios' que apresentam uma tendência algo redutora da visão global do mercado, ao atribuir uma perspectiva excessivamente econométrica e quantitativa do comportamento das empresas, expressos em lucros, margens, e percentagens, que de certo modo representam o 'quê', mas não o 'como', ou quais os factores que contribuiram para esses resultados. Existem uma série de factores que são dificeis de representar directamente numa variável de uma equação. Pelo seu grau de subjectividade, elas só podem ser obtidas através do recurso à avaliação e análise humana, e não como mera consequência do seu comportamento como é o caso da inflação ou do PIB. No entanto existe um denominador comum em todos esses factores, é que eles são o resultado de investimento; o que os diferencia será talvez a capacidade de aferir o retorno desse investimento, embora a ciência da gestão empresarial venha dando passos progressivos em termos dessa elucidação. Mas o investimento por si só, representa uma intenção e um propósito de uma organização relativamente a um dado objectivo, a sua eficiência e eficácia será depois uma questão do aprimoramento dos processos e práticas de gestão, que no entanto não invalidam a justeza ou não da estratégia prosseguida. As organizações responsáveis têm ao seu dispôr, a partir da consideração desses investimentos, uma ferramenta que lhes permite ter um quadro de análise sobre certo tipo de decisões ligadas à componente social, em sentido lato, ao invés de estritamente restritas à parte analítica, da sua actividade, que é o balanço social . .
  • 3. Proposta O que aqui proponho, e deixo à consideração de todos quantos se interessem pela relevância da 'cidadania empresarial' no mundo dos negócios, é a criação de uma bolsa de valores do balanço social das empresas. Em que consiste? Nesta bolsa de valores, cada parcela do balanço social teria o seu próprio indice, calculado com base no volume e variação do investimento da organização nessa parcela, e na avaliação do mercado do comportamento da empresa nesse componente. Como se processa? Para evitar a desproporção entre a dimensão das organizações consideradas, o investimento de cada uma deverá ser corrigido proporcionalmente ao seu volume de negócios ou ao nºde trabalhadores, ou a qualquer outro critério ou combinação destes que se julgue mais relevante. A questão da avaliação externa deve ser ponderada de uma forma mais elaborada.
  • 4. Avaliação externa Não sendo possível estabelecer com exactidão a correlação entre a variação nos indicadores referidos anteriormente e o desempenho de uma organização expressa em termos da sua valorização patrimonial, não se pode titular directamente os valores que os representam, no entanto é possível definir soluções alternativas que tenham o mesmo efeito, ou seja, estabelecer de uma forma bastante aproximada a sensibilidade dos mercados nessas áreas de intervenção das empresas, e por outro lado fornecer um estímulo ao 'investidor' neste mercado para 'apostar'. MODELO Cada investidor teria uma carteira de acções – diversificada até um limite máximo por acção e total - valorizadas em unidades não monetárias que poderiam trocar e negociar no mercado, de acordo com as suas expectativas de evolução desse mercado e das respectivas empresas quotadas. Essa carteira de acções teria um período de vigência, p.ex. anual, findo o qual os investidores cujas carteiras tenham apresentado o melhor desempenho nesse período face ao indice global desse mercado poderiam converter o seu valor em bens e serviços facultados por empresas aderentes, ou a descontos nesses bens e serviços proporcionais ao valor das carteiras. Isto implicaria uma 'taxa de câmbio' para a conversão desses valores em euros; essa taxa não teria de ser necessariamente fixa, podendo variar ao longo do tempo de acordo com a variação do indice ou outro parâmetro adequado para o efeito.
  • 5. SELECÇÃO O funcionamento deste mercado, tal como o seu correspondente convencional, teria uma CMVM encarregue de estipular as condições de acesso às empresas candidatas, e em assegurar o cumprimento das normas vigentes pelas empresas aderentes através da solicitação de informação e auditorias. Qualquer empresa que desejasse ter presença em qualquer um dos mercados temáticos (associados a cada parâmetro do balanço social, como o ambiente ou mecenato) de modo a proorcionar um maior retorno e visibilidade da sua actuação nessas áreas, poderia fazê-lo submetendo a sua candidatura à CMVM respectiva. Em caso de apovação, poderiam então ser admitidas à quotação e contribuir dessa forma para o indice geral temático para o qual se tenham candidatado. Para as empresas admitidas que estejam no 1º ano de actividade, relativamente ao critério de variação dos investimentos efectuados, poder-se-á considerar neste caso como sendo nula. CORRETAGEM Para apoio do investidor, que aqui se poderá designar por investidor social , pode-se considerar a existência de entidades externas que prestem uma determinada gama de serviços desse âmbito, de propósito similar aos serviços de corretagem do mercado tradicional. Assim, estes ' observatórios de desempenho social ' do mercado – eventualmente compostos por voluntários ou entidades aderentes (deco?) - auxiliariam o investidor a tomar as melhores decisões em cada momento relativas às suas carteiras de acções, com base em critérios e ratings de avaliação por si definidos e elaborados.
  • 6.  
  • 7. Conclusão Constata-se assim que uma bolsa com estas características não passa de pouco mais do que um jogo lúdico – não muito diferente da bolsa 'real', com a diferença de que aqui o risco é nulo para o investidor. Mas ao fazê-lo, o investidor está a proporcionar um serviço para as empresas e o mercado: o de valorizar as suas atitudes e estratégias na componente social das suas actividades, e esse serviço poderá também converter-se num recurso valioso para os investidores 'reais' dos mercados de capitais ao proporcionar informação adicional acerca da sustentabilidade (porque é disso que se trata) das organizações – estudos revelam que as empresas socialmente mais responsáveis têm melhor desempenho a longo prazo –, e portanto um indicador mais preciso do risco associado. E ao mesmo tempo incentiva também, por um lado, as empresas a tomarem uma progressiva consciência da sua responsabilidade social, e por outro, os consumidores a perceberem que o acto de consumo não é inócuo, tem consequências, e pode contribuir para o bem-estar geral.
  • 8. Relacionado : http://www.movimentomilenio.com/2011/05/cooperativas-de-desempregados http://www.movimentomilenio.com/2011/05/banca-de-inovação Facebook : http://on.fb.me/kLqqsK Slideshare : http://slidesha.re/jOpQ2h Musica : Wall Street Bongo, Yello