1) O documento discute conceitos fundamentais de gramática, linguagem e comunicação, traçando paralelos entre a linguagem humana e a comunicação entre abelhas.
2) Aborda diferenças entre a comunicação das abelhas, que se refere a objetivos específicos, e a linguagem humana, que pode substituir experiências e ser decomposta em unidades menores.
3) Discorre sobre a evolução das formas de linguagem ao longo da história, desde a Pré-História até a Idade Média, associando-as aos desenvolvimentos da escrita
1. Gramática
Conceitos fundamentais
dificuldades). Além disso, as imagens remetem-nos à palavra
Capítulo 1
globo, não só como nome do jornal, mas também como
linguagens e comunicação nome da representação do planeta Terra.
Professor, conhecendo e, mais do que isso, reconhecendo
Conexões no texto a polissemia das palavras “globo” e “quadrado”,
o aluno se torna capaz de responder adequadamente à
1. Traçando-se um paralelo entre a linguagem humana e a
questão.
comunicação que é realizada entre as abelhas, há muitos mo-
b) A característica atribuída de forma mais clara ao produto
tivos que podem ser citados: a ausência de um sistema fonador
anunciado é “avançado”, porque significa estar à frente na
que produza palavras, a impossibilidade de a mensagem das
divulgação dos fatos que acontecem em todo o mundo.
abelhas produzir uma resposta verbal, o fato de o conteúdo
Professor, para responder, o aluno precisa compreender a
de cada mensagem ser único, e não múltiplo, como acontece
oposição entre a palavra “quadrado” e a ideia de “avanço”,
no caso da linguagem humana.
de evolução.
Professor, é claro que, apesar de a resposta ser pessoal, ela está
completamente vinculada à leitura atenta e à compreensão do 1
4. b
texto apresentado. “A superfície estrelada de letras” é uma metáfora para a litera-
tura (a arte das “belas letras”).
2. Enquanto a comunicação das abelhas se refere a um dado
objetivo, fruto de sua experiência, a linguagem humana pode, 1
5. e
até mesmo, substituir a própria experiência. Além disso, a lin- De forma leve e descontraída, o autor mostra que, assim como
guagem humana pode ser decomposta em unidades menores, outras variações da língua, a linguagem dos jovens contribui
enquanto a comunicação das abelhas se compõe de blocos para o crescimento, para a flexibilização e para a manutenção
indissolúveis. Há, ainda, outras diferenças que podem ser do idioma como algo vivo.
citadas.
1
6. d
3. Resposta pessoal. Alguns objetivos que poderiam ser citados As demais alternativas apresentam perguntas a que não se
seriam o aviso da presença de predadores ou anúncios de mu- pode responder pela leitura do texto, mas dependem de outras
danças de clima, por exemplo. Nesse caso, a resposta depende informações e de conhecimentos que vão além da leitura e da
menos da interpretação do texto e mais da observação e dos interpretação do que foi apresentado.
conhecimentos prévios sobre o assunto.
Tarefa proposta
4. Resposta pessoal.
1. Entre outras, o aluno poderia citar as seguintes descrições:
Exercícios complementares Coloque um disco de vinil sobre uma forma de bolo ou outro
pote de metal com raio menor que o do disco; coloque o disco
6. As funções são a conativa e a poética. A conativa mostra-se,
de forma alinhada sobre o pote usado como molde, com os
principalmente, pelo uso dos imperativos. A poética, pelo uso
centros das circunferências alinhados; coloque o pote com o
engenhoso das imagens e das metáforas.
disco dentro do forno, com temperatura em torno de 105 °C
É preciso perceber que nunca há somente uma ou duas funções da
por cerca de 10 minutos.
linguagem que aparecem em um texto, mas, sim, várias delas ou
Professor, não há uma resposta que seja a única correta.
todas elas, atuando em conjunto. O que se pode é, sim, determinar
A criatividade e a observação atenta levarão a respostas mais
quais são as que aparecem de forma mais direta, mais clara. Nesse
(ou menos) complexas, mais (ou menos) detalhadas.
caso, a função poética torna arte um texto cheio de imperativos.
2. De fato, a linguagem não possui apenas a função referencial, e
7. a
subjazem a ela muitas outras funções reveladoras de poder. Em
Somente comerciais apelariam para a sensibilidade dos teles-
nossa sociedade, a linguagem culta padrão é a que tem mais
pectadores, relacionando o consumo e a aquisição de produtos
prestígio, atribuído aos falantes dessa variante linguística. Pela
específicos à felicidade.
fala da “senhora”, deduz-se que ela seja do ambiente rural, com
8. a) As imagens constroem uma oposição entre o quadrado pouco ou nenhum grau de escolaridade. Entretanto, sem uma
(antiquado, não moderno, antigo, de difícil acesso) e o esfé- visão preconceituosa, essa “senhora” se comunica, e bem, já que
rico (moderno, avançado, que permite o acesso, que supera expressa com clareza o domínio que tem sobre aquilo que faz.
1
2. 3. a Há outras respostas possíveis. Os pontos mais importantes são a
O futuro é uma abstração, diferentemente do que se espera percepção de que há referência direta ao leitor e relação entre
que seja farejado por um cão. Nem mesmo há a possibilidade “ser o cara” e ler a revista Alfa.
de, num contexto não poético, um cão farejar o futuro. Ele não
1
0. V – V – F – F
tem lugar, para ser farejado, e não tem cheiro algum. Somente
A terceira afirmação está errada porque não há relação entre
na linguagem da poesia essa atmosfera é possível. É assim que
a cor negra e a temática da revista. Provavelmente, o que se
a linguagem trabalha a favor da linguagem poética.
pretendeu foi destacar a cor clara da capa, reproduzida sobre
4. a o negro. A última afirmação está errada porque os símbolos
Não são exemplos de linguagem padrão: “perdeu os estribos”, matemáticos apresentados são simples e podem ser compreen-
em b; “passar a vida no toco”, em c; “de mão beijada”, em didos mesmo por leigos, e não somente por especialistas.
d, e “amunhecou”, em e. São todas expressões regionais ou
1
1. Num primeiro momento, é impossível “aperfeiçoar a perfeição”.
coloquiais, porém, que enriquecem a língua.
Com o uso dessa linguagem exagerada, aparentemente incoeren-
5. Na Pré-História, ainda destituído da fala e escrita, o homem te, o anúncio intensifica as qualidades do produto anunciado,
usava o desenho — linguagem não verbal — para contar suas ampliando os benefícios daquilo que já era perfeito.
histórias, seu cotidiano; na Idade Média, possuindo já a fala,
1
2. A partir do uso da linguagem verbal associada à linguagem não
mas sendo a escrita acessível a poucos, predominava a lingua-
verbal, a campanha faz com que o leitor relacione o futuro a
gem oral, pela qual se transmitiam valores, juízos, histórias,
um tempo de seca, de ausência de vegetação e de vida. Com
costumes etc.
isso, pretende sensibilizá-lo em relação aos cuidados com o
Professor, a leitura dos textos, associada ao conhecimento de
planeta, para evitar um futuro tão terrível.
história, leva à possibilidade de se responder à questão.
Professor, mais uma vez, o reconhecimento de quem são o
6. A pintura rupestre, realizada na natureza (“em abrigo sob emissor e o receptor do anúncio ajuda a responder à questão,
rochas, em sítios ao ar livre… gravada sobre as paredes ou os já que as organizações que trabalham pelo meio ambiente
afloramentos rochosos isolados…), tinha como objetivo maior geralmente tentam atingir o leitor pela sensibilidade, fazendo
retratar a vida como era na Pré-História. Nota-se, dessa forma, surgir nele a preocupação com o mundo e com o futuro do
que a humanidade já tinha a necessidade de representar seu planeta.
cotidiano para as gerações futuras.
1
3. c
Professor, para responder à questão, é preciso associar a lin-
O texto 1 apresenta todas as principais características da função
guagem não verbal da pintura à linguagem verbal, ou seja, ao
conativa da linguagem, com verbos no imperativo e referên-
que diz com palavras escritas o texto. Com a associação entre
cias diretas ao receptor da mensagem. Já no texto 2 aparece
ambas as formas de linguagem, fica fácil elaborar a resposta a
claramente o predomínio da função referencial, uma vez que
esta pergunta.
a ideia é fundamentalmente ser claro e objetivo.
7. O período pré-histórico é o Paleolítico, quando a humanidade
1
4. a
vivia de uma economia essencialmente caçadora-coletora-pes-
O gênero dissertativo mostra-se principalmente pelo fato de
cadora, apresentava um estilo de vida nômade e não conhecia
haver a defesa de um ponto de vista. A função referencial pre-
práticas políticas e religiosas hierarquizadas e disciplinadoras
domina porque o texto é direto e conciso, tendo como principal
(civilizadas).
objetivo explicar, de forma objetiva, o que é o texto.
Professor, para responder a esta questão, mais uma vez, é
importante recorrer aos fatos históricos, além da leitura e 1
5. a
interpretação dos textos fornecidos. As passagens III e V mostram o uso da linguagem para falar da
própria linguagem (“queria o romance em língua de Camões”;
8. d
“arranjar palavras com tinta”).
A última alternativa está errada porque não há ironia alguma no tex-
to da propaganda, principalmente se o relacionamos à imagem. 1
6. Trata-se de uma variação própria da linguagem oral do Brasil,
típica da fala cotidiana de pessoas de classes diferentes, com
9. Os períodos curtos, com o uso do pronome “você”, que se refere
distintos níveis de instrução. Basta que se perceba que, apesar
diretamente ao leitor, relacionando-o a alguém diferenciado,
de a gramática normativa defender a forma “deu-me”, pessoas
ajudam a formar a ideia de que quem lê a revista a que se
menos e mais instruídas usam, no cotidiano, a forma “me deu”,
refere o anúncio consegue destacar-se na sociedade. A forma
muito comum no português falado no Brasil.
de fazer referência ao leitor do anúncio, elogiando-o por meio
da expressão coloquial “o cara”, faz com que ele se sinta parte 1
7. Mas, quando vivemos nas ruas, aprendemos a contar só com
do grupo de pessoas que, por ler Alfa, deixa de ser comum. nós mesmos.
2
3. 1
8. O uso da variação escolhida pelo autor é legítimo na medida Capítulo 2
em que faz parte do universo linguístico pessoal dele, le-
semântica e figuras de linguagem
vando em consideração seu nível de instrução e a região em
que vive. É muito provável que, no contexto social e regional Conexões
em que se insere, a linguagem empregada seja exatamente
1. Quem não tem sensibilidade para entender a poesia, jamais irá
a que Patativa usa no poema. Além disso, o texto é absolu-
compreendê-la. Trata-se exatamente do que diz o autor do texto
tamente compreendido pelo leitor, e sua beleza estética é
para se referir à capacidade de ouvir e compreender a poesia.
inegável. É preciso compreender como a linguagem se adapta
a cada emissor, a cada situação, a cada receptor, a cada região 2. “Vocês que fazem” são os poetas e “vocês que curtem” são
e a cada nível cultural, social e de instrução. Para o autor, em aquelas pessoas que sabem ouvir e compreender a poesia.
sua região, a linguagem adequada é a que ele emprega.
3. Resposta pessoal.
1
9. E agora quer ir à Lua. Por que, então, não quis aprender as
4. Resposta pessoal.
coisas do meu sertão?
Mesmo que não se conheçam as regras da gramática normativa 5. Resposta pessoal.
que comandam tais alterações, é possível realizá-las, por meio
Exercícios complementares
da leitura anterior e de conhecimentos instintivos construídos
com o tempo. 6. b
Basta substituir a palavra próprio em cada um dos contextos,
2
0. De todos esses periquitinhos que há no Brasil...
pelos sinônimos sugeridos nas alternativas, para perceber qual
De todos esses periquitinhos que existem no Brasil...
das sequências funciona melhor.
2
1. a
7. Na primeira ocorrência, a ideia é de tempo, exclusivamente. Na
Primeiro é preciso reconhecer que a variação de pessoas sempre
segunda, de espaço, exclusivamente. Na última, há uma fusão
caracteriza linguagem coloquial. Depois, reconhecer que, ape-
entre as ideias de espaço e de tempo.
sar de coloquial, trata-se de variação adequada ao contexto.
8. O paralelismo que aparece nas três expressões (cauda / olhos /
2
2. a) Expressões que exemplificam o “biologuês” de forma mais
cabeça, daquele tempo / do futuro, nas nuvens) faz a construção
clara seriam “pato-mergulhão” e “morfologia da semente
do sentido de temporalidade e espacialidade, com uma nuança
da laurácea”.
em cada expressão. A cauda é o final, a parte posterior, e sua
Professor, fica muito claro que as palavras citadas não podem
relação se faz com “aquele tempo”, o tempo passado. Os olhos
ser reconhecidas facilmente e em sua totalidade por qualquer
visam a frente e relacionam-se com o que virá, com o futuro.
pessoa que não seja um biólogo, isto é, que não tenha estu-
A cabeça é o que está acima e ela também olha para cima,
dado a biologia e suas especificidades como ciência, junto
para o céu.
com os termos técnicos que a acompanham.
b) A expressão, em seu sentido figurado, deve ser entendida 1
4. b
como “classificar ou nomear espécies ainda não nomeadas Algo que representa a liberdade não pode representar, ao mesmo
pela ciência”. tempo, a escravidão. Daí a presença de paradoxo ou oxímoro.
Professor, mesmo que não se conheça, de antemão, o sentido
1
5. A figura sintática mais evidente nos dois primeiros versos é
da expressão, é possível deduzi-lo pelo contexto em que se
a inversão que ocorre nos trechos “da alface a verde pétala”
insere, visto que a função dos profissionais é, segundo o
e “da cenoura as hóstias desbotadas”. A figura semântica é a
texto, exatamente nomear o que ainda não tem nome.
metáfora, que se verifica em “pétala” (em lugar de “folha”) e
2
3. c em “hóstias” (em lugar de “rodelas”).
Ir à praia de terno e gravata é tão inadequado quanto empregar
16. a) Guimarães Rosa recorre à assonância e à aliteração, figuras
uma linguagem culta em situações que não exigem seu uso,
fonéticas que contribuem para a sonoridade do trecho,
ou seja, em situações em que a linguagem coloquial seria, sem
cooperando, também, com a significação.
dúvidas, a mais adequada. “Conversar com um colega” é tão
Há a repetição tanto de sons consonantais quanto de sons vo-
despretensioso quanto ir à praia. A linguagem culta estaria
cálicos, por isso há a presença de assonância e de aliteração.
representada pelo terno, formal e impessoal.
b) No trecho ocorre elipse (Até – talvez – fosse crime…) e
2
4. b personificação (madeira burra).
A expressão “lapidar o estilo” está totalmente inserida na Como há palavras que não se mostram claramente, mas que
norma-padrão da língua. É a única que não faz parte da lin- podem ser facilmente reconhecidas por causa do contexto,
guagem típica dos adolescentes e jovens. diz-se que ocorre elipse.
3
4. Tarefa proposta da cidade, de repente passa a ser vista como um “poço
de bondade”, ou seja, como uma criatura extremamente
1. e
bondosa.
Na fala do soldado, a palavra quer dizer “significado”, como
ocorre somente em e. 2. A relação de hiperonímia-hiponímia é bem evidente entre a ex-
1
pressão “dia a dia” (= todos os dias) e a expressão “Dia dos Pais”
2. As características são plebeísmo, contradição e fraqueza.
(= segundo domingo de agosto). Desse modo, o primeiro é hipe-
3. Para o autor, “obscuridade” significa anonimato. É, de certa rônimo do segundo, e este, um dos 365 hipônimos daquele.
forma, um antônimo para “celebridade”. É exatamente o
1
3. A imagem do anúncio remete ao ser humano, que é bípede
que afirma o texto: a obscuridade, no caso das celebridades,
e não quadrúpede. Assim, bípede é hiperônimo de “homem”,
representa o esquecimento por parte do público, a falta de
que é um dos muitos hipônimos de bípede.
reconhecimento.
1
4. d
4. A ideia é a de que o homem célebre perde sua privacidade, fica
Em III, “apropriadas” não significa “adequadas”, mas, sim,
vulnerável, exposto. De certa forma, isso mostra a fragilidade que
“tomadas como posse”.
o fato de ser celebridade pode trazer para a vida de quem o é.
É preciso reconhecer que o autor usa linguagem conotativa 1
5. c
para dizer o que pretende e que “paredes de vidro” nem A oposição se dá porque a “informação manipulada” seria
mesmo podem fazer parte de “vida doméstica”, uma vez que, exatamente um entrave para a ampliação do conhecimento.
literalmente falando, vidas não têm paredes.
1
6. d
5. c O texto apresenta exatamente a noção de que as ideias revolu-
No último quadrinho, Mafalda continua atribuindo à palavra cionárias e que cooperariam para o progresso não podem, de
“indicador” o sentido que ela tem na expressão “dedo indicador”. forma alguma, ser usadas para objetivos que não sejam comuns
É isso que constrói o humor da tirinha, já que “indicador” em a todas as pessoas, mas apenas a alguns grupos. Disseminar a
“indicador de desemprego” tem, na verdade, outro sentido. informação seria o caminho para o progresso de forma global.
6. a 1
7. d
É a única alternativa em que o verbo, como no trecho citado, Mafalda tenta defender um futuro melhor, mas acaba com seu
indica “deparar-se”. avião amassado no chão. Já na canção, apesar das dificuldades,
a mensagem final (brotar do impossível chão) é de otimismo,
7. As palavras “sempre com roupas estrategicamente soltinhas”
de possibilidade de um futuro melhor.
têm relação com a gravidez de Gisele Bündchen. Nesse caso,
“Jesus, que barriga” é uma expressão de espanto, que faz refe- 8. a) A leitura do título, isoladamente, provoca uma dupla possibilida-
1
rência, certamente, a uma barriga discreta, elegante e delicada, de de interpretação, visto que a palavra “queda” pode significar
como foi a barriga exibida pela modelo em sua gravidez. tanto “destituição do poder” quanto “tombo”, “queda física”.
b) Outras opções seriam: “O tombo de Fidel” ou “Fidel cai e se
8. d
machuca”, entre outras opções.
Em I, o humor constrói-se exatamente pelo fato de que a pa-
Professor, aqui, as opções são várias. Dependerá da criati-
lavra “presente” não significa o oposto de “passado”, mas, sim,
vidade e inspiração. É importante apenas atentar para que
“prêmio”.
se desfaça, com o novo título, a ambiguidade do antigo.
9. O que gera a confusão é que “Chaves” (nome da personagem
1
9. b
infantil) e “Chávez” (nome do presidente venezuelano) são sig-
Em b, percebe-se que há textos que não se tornarão bons o
nos que têm a mesma sonoridade. Por isso, uma das crianças
bastante para serem publicados, ainda que isso seja apenas
se refere ao primeiro significado e a outra, ao segundo, como
parte do perfeccionismo do autor. A lata de lixo é a represen-
se falassem do mesmo signo linguístico.
tação da decisão de se excluir definitivamente o que foi escrito,
1
0. a) “Inspire” pode significar tanto “introduzir ar nos pulmões” antes mesmo da publicação em forma de livro.
quanto “exercer boa influência sobre as outras pessoas”.
0. a) A representação é a de que os dicionários são ferramentas úteis
2
b) “Aliviado” pode ter tanto o sentido de “descansado”, “livre
para os “burros”, assim chamados aqueles que não sabem como
de fadiga”, quanto o de “liberto de um transtorno ou de
se escreve determinada palavra ou o que ela significa. Não se
uma dificuldade”.
trata de uma representação adequada, já que recorrer a um
1
1. c dicionário é uma atitude inteligente, e sabe-se que até as pessoas
A personagem, que até então era vista como uma criatura mais letradas recorrem ao uso dos dicionários para consultas e
abominável e sem nenhum valor moral pelos habitantes que isso, de forma alguma, significa que elas sejam “burras”.
4
5. b) O uso da expressão causa humor porque se pode interpretar 2
3. a) A palavra não está adequadamente empregada em nenhum
“bom pra burro” de duas formas diferentes, ou seja, a ex- dos dois textos. Isso porque “literalmente” quer dizer “de
pressão é polissêmica. Numa das leituras, entende-se que o modo literal, à letra, exatamente”. Em nenhum dos textos
dicionário é “muito bom”; logo, a expressão “pra burro” teria as palavras podem ser interpretadas em seu sentido literal.
a função de intensificador do sentido. Na outra, pode-se ler Os jovens não dançam de fato para tentarem conquistar
que o dicionário é bom para as pessoas “burras”, ou seja, é seus empregos. E as mulheres do Kremlin não são — ou
útil para aqueles sem instrução, ignorantes. estão — com luz extinta, sem fogo, sem iluminação (o que
2
1. a seria o sentido literal de “apagadas”).
Basta perceber que a palavra “obscena” segue a mesma linha de sig- b) A expressão refere-se a “apagadas”. O duplo sentido se
nificação de “vulgar”, porém apresenta-se de forma mais agressiva, constrói porque a palavra “apagadas” pode significar tanto
mais veemente, mais intensa. Por isso a gradação está presente. “pouco influentes” ou “pouco representativas” quanto “exe-
cutadas”, “assassinadas”.
2
2. b
É preciso reconhecer que as pessoas que saem de outras regiões 2
4. a
e vão para as grandes cidades em busca de trabalho sofrem Dizer “velhos” e “menstruação” não só são formas mais agres-
muito preconceito por parte dos habitantes dessas cidades, mas sivas de se expressar, como não seriam adequadas ao contexto
que, por outro lado, são esses migrantes que formam a força em que se inserem. Há muitos outros exemplos de eufemismos
de trabalho nesses mesmos grandes centros. nos textos bíblicos.
5