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ANÁLISE 
Inibidores de corrosão 
Marcelo Schultz 
Figura 1 - É comum a introdução 
de inibidores da corrosão em 
substâncias químicas acumuladas 
em tanques, inclusive óleos e 
combustíveis. 
Estas substâncias são utilizadas na área industrial, no interior de tanques, 
torres de resfriamento etc, e fazem parte do arsenal vitorioso de combate 
à corrosão. 
Inibidores são substâncias que, uma vez adi-cionadas 
no ambiente que envolve o aço, 
diminuem a velocidade com que este metal é 
corroído. Sua adição, em pequenas quanti-dades, 
particularmente em tanques metáli-cos 
industriais, é quase uma rotina. Assim, 
tanques contendo ácidos, águas de resfria- 
mento, vapor e todos aqueles ambientes ex-tremamente 
corrosivos, devem receber uma 
colherzinha freqüente de inibidor para de-sarmar/ 
neutralisar o campo minado da cor-rosão 
do aço. Na indústria do petróleo e quí-mica, 
o aço é geralmente uniformemente 
corroído, geralmente dentro de tanques que 
armazenam líquidos ácidos, muito alcalinos 
ou neutros. A introdução de inibidores da 
corrosão nos líquidos armazenados promo-ve 
uma atuação plena sobre a superfície do 
aço, seja nas regiões catódicas ou anódicas, 
com eficiência de 95 a 99%, utilizando-se con-centrações 
da ordem e 10–3 a 10–2 mol/litro. 
12 
RECUPERAR • Março / Abril 2004 
Figura 2 - A preservação das estruturas de aço internas, que compôem tanques e 
reservatórios, é feita com inibidores adicionados ao material estocado.
INIBIDORES INDUSTRIAIS 
Tele-atendimento 
(0XX21) 2493-4702 
RECUPERAR • Março / Abril 2004 13 
fax (0XX21) 2493-5553 
produtos@recuperar.com.br 
Fax consulta nº 09
Esquema de trabalho 
Como atuam estas substâncias? É compli-cado, 
pois podem atuar de uma maneira 
específica ou através de vários mecanis-mos 
ao mesmo tempo. Literalmente, pode-mos 
classificá-los em lixeiras e guardas. É 
isso mesmo. O quadro ao lado dá uma idéia 
do seu esquema de atuação. 
Os inibidores da interface 
aço-material 
Estes inibidores, que formam barreira ou filme 
sobre a superfície do aço (interface aço-ma-terial), 
existem na forma líquida e vapor. 
Os inibidores de fase líqüida (IFL) 
Estes inibidores líquidos são tendencio-sos. 
Uns desenvolvem reações eletroquí-micas 
anódicas, outros catódicas e outro 
tipo promove reações eletroquímicas mix-tas. 
Os inibidores anódicos são usados 
quando o meio tem pH quase neutro, ge-ralmente 
provocando a deposição de pro-dutos 
da corrosão sobre as superfícies 
anódicas do aço. Desta forma, desembes-tam 
a bloquear as regiões anódicas, esta-belecendo, 
na marra, um estado de passi-vação 
que inibe a formação de uma corro-são 
mais séria. Sua atuação está caracteri-zada 
pela figura 5. 
Os inibidores catódicos atuam, como era 
de se esperar, nas áreas catódicas que ali- 
Figura 3 - Classificação dos inibidores. 
a) adsorção de inibidores car-regados 
negativamente na su-perfície 
do aço, carregada po-sitivamente. 
b) inibidor carregado positiva-mente 
não interage com a su-perfície 
do aço carregada po-sitivamente. 
c) adsorção simultânea de ini-bidores 
carregados positiva-mente 
e de íons carregados 
negativamente sobre a super-fície 
positiva do aço. 
Figura 4 - Atuação dos inibidores mixtos adicionados às soluções no interior de tanques, para 
proteger a superfície do aço. 
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 
EQUIPAMENTOS PARA 
CONTROLE DE QUALIDADE 
Tele-atendimento 
(0XX21) 2493-6862 
fax (0XX21) 2493-5553 
produtos@recuperar.com.br 
Fax consulta nº 10 
14 RECUPERAR • Março / Abril 2004
Na figura abaixo, visualiza-se, graficamente, a interferência da ação da concentração do 
inibidor anódico sobre a corrente de corrosão. Repare que a curva catódica (amarela) sofre um 
giro da esquerda para a direita. A curva anódica (azul) não se altera. 
Curva típica de corrosão 
do aço onde visualiza-se 
que o encontro das curvas 
(A) está situado sobre o 
trecho crítico de dissolu-ção 
ativa da curva 
anódica, evidenciando um 
estado crescente de 
corrosão do aço. Não há 
presença de inibidores. 
Nesta situação, identifica-se 
o ponto (B) de 
interseção das duas 
curvas, significando que 
introduziu-se uma 
determinada concentra-ção 
de inibidores ainda 
não suficientes para 
interromper totalmente a 
corrosão. 
Figura 5 - Os inibidores anódicos com ação. 
mentam a corrosão. Quer dizer, tanto po-dem 
diminuir a velocidade da reação de 
Aumentado-se a concen-tração 
do inibidor 
anódico, fica caracteriza-do, 
através do ponto (C), 
do encontro das duas 
curvas, a rápida transição 
do aço para o estado de 
totalmente passivo ou 
sem corrosão. 
redução como, literalmente, precipitarem-se 
sobre esta região e bloquearem reações. 
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 
Nesta situação, com a interferência da ação dos inibidores catódicos também não há um afeta-mento 
da curva anódica do aço. Repare que a curva catódica sofre um giro da direita para a 
esquerda. 
O encontro das duas curvas 
em A identifica um estado 
crescente da corrosão. 
Figura 6 - Os inibidores catódicos em ação. 
Repare que a introdução de uma determinada con-centração 
de inibidor catódico afetou a situação an-teriormente 
existente. O estado de corrosão, eviden-ciado 
pelo ponto A, sofreu um retrocesso, ou seja, a 
velocidade da corrosão diminuiu, quase zerando. 
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 
Tele-atendimento 
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RECUPERAR • Março / Abril 2004 15
Em tanques de óleos também há a ação dos inibidores. 
Dentre os inibidores catódicos estão bioci-das 
específicos para atuarem onde há a te-mida 
corrosão induzida por microorganis-mos 
ou bactérias (CIM), freqüente em refi-narias, 
em estações de tratamento de águas 
e esgotos e na indústria do papel. Um dos 
fatores principais, a bactéria redutora de 
sulfatos (BRs), converte a água em uma so-lução 
extremamente corrosiva, devido a con-versão 
de sulfatos em sulfetos. Biocidas são 
substâncias que, adicionadas ao sistema, 
promovem a morte ou o controle dos micro-organismos. 
O primeiro passo é saber qual 
ou quais bactérias estão lá dentro. 
Os inibidores mixtos, contudo, respondem 
por 80% dos inibidores empregados indus-trialmente. 
Sua atuação tem um leque de três 
opções. Podem atuar fisicamente, impondo 
uma adsorção superficial, quimicamente 
obrigando uma quimisorção, e, finalmente, 
tapando a superfície com a formação de fil-mes 
ou barreiras. 
Tanques e tubulações protegidos por fora. Por 
dentro, é fundamental a ação do inibidor. 
GLOSSÁRIO 
Adsorção física ou eletrostática – é o resul-tado 
da atuação eletrostática entre o inibidor e a 
superfície do aço. É facilmente removida. 
Quimisorção – lenta adsorção química, quase 
irreversível, em função da temperatura do siste-ma, 
ocorrendo uma divisão ou transferência de 
cargas entre as moléculas do inibidor e a superfície 
do aço. Os inibidores que atuam por adsorção quí-mica 
são os mais eficientes. 
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 
BIOCORROSÃO 
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Fax consulta nº 12 
16 RECUPERAR • Março / Abril 2004
Água salgada não gosta de 
estaca de concreto armado-protendido. 
Não force a barra. 
Ponha uma jaqueta nela. 
Tudo muda 
Estacas e JAQUETA G. 
Feitos um para o outro. 
JAQUETA G 
Tele-atendimento 
(0XX21) 2493-6740 
RECUPERAR • Março / Abril 2004 17 
fax (0XX21) 2493-5553 
produtos@recuperar.com.br 
Fax consulta nº 13
A ação dos inibidores no interior de tanques só 
é efetiva através do controle de sua concentra-ção 
e atividade. 
Os inibidores de fase vapor (IFV) 
São utilizados em tanques industriais fe-chados. 
Lança-se o produto por spray ou 
na forma de sachê no espaço entre o nível 
do líquido e a tampa do tanque. Uma vez 
disperso naquele ambiente confinado, atua 
sobre as paredes e o teto do tanque, inibin-do 
a corrosão, devido ao estabelecimento 
de uma pressão de vapor que neutraliza a 
umidade interna, adsorve e forma filme. 
A atuação dos inibidores 
Já se percebeu que o sacode que os inibido-res 
promovem, uma vez lançados num siste-ma 
de modo a prevenir a corrosão, também 
têm efeitos negativos. Claro, se vamos adi-cionar 
um material, seja líquido ou vapor, num 
tanque metálico, poderemos ter efeitos ad-versos 
no material estocado. O manuseio 
deste tipo de produto requer cuidados, pois 
na maioria das vezes trata-se de substâncias 
iônicas. Um exemplo são os cromatos, re-centemente 
proibidos em todo o mundo. A 
eficiência dos inibidores (P) pode ser checa-da 
através de uma fórmula muito simples. 
P = (V0 – V/V0) x 100 
V0 é a velocidade da corrosão sem inibido-res. 
V é a velocidade da corrosão com a 
introdução de inibidor. 
e-mail consulta nº 14 
Para ter mais 
informações sobre 
Corrosão. 
REFERÊNCIAS 
• Marcelo Shultz é engenheiro elétrico, es-pecialista 
em corrosão. 
• O. L. Riggs. Corrosion Inhibitors. 
• A. Fignani, G. Trabanelli, F. Zurchi. 
Procedings of 5th. European Sympsium of 
Corrosion Inhibitors. 
• V. S. Sastri, Corrosion Inhibitors: Principles 
and applications. 
• Uhlig’s Corrosion Handbook, R. Winston 
Revie. 
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 
O SME-CII Plus é 
indicado para 
medições de 
espessura em bases 
ferrosas e não 
ferrosas, de modo 
não destrutivo. 
SENSORES 
Tele-atendimento 
(0XX21) 2493-6740 
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MEDIDOR DE ESPESSURAS 
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18 RECUPERAR • Março / Abril 2004

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Inibidores de corrosão industrial

  • 1. ANÁLISE Inibidores de corrosão Marcelo Schultz Figura 1 - É comum a introdução de inibidores da corrosão em substâncias químicas acumuladas em tanques, inclusive óleos e combustíveis. Estas substâncias são utilizadas na área industrial, no interior de tanques, torres de resfriamento etc, e fazem parte do arsenal vitorioso de combate à corrosão. Inibidores são substâncias que, uma vez adi-cionadas no ambiente que envolve o aço, diminuem a velocidade com que este metal é corroído. Sua adição, em pequenas quanti-dades, particularmente em tanques metáli-cos industriais, é quase uma rotina. Assim, tanques contendo ácidos, águas de resfria- mento, vapor e todos aqueles ambientes ex-tremamente corrosivos, devem receber uma colherzinha freqüente de inibidor para de-sarmar/ neutralisar o campo minado da cor-rosão do aço. Na indústria do petróleo e quí-mica, o aço é geralmente uniformemente corroído, geralmente dentro de tanques que armazenam líquidos ácidos, muito alcalinos ou neutros. A introdução de inibidores da corrosão nos líquidos armazenados promo-ve uma atuação plena sobre a superfície do aço, seja nas regiões catódicas ou anódicas, com eficiência de 95 a 99%, utilizando-se con-centrações da ordem e 10–3 a 10–2 mol/litro. 12 RECUPERAR • Março / Abril 2004 Figura 2 - A preservação das estruturas de aço internas, que compôem tanques e reservatórios, é feita com inibidores adicionados ao material estocado.
  • 2. INIBIDORES INDUSTRIAIS Tele-atendimento (0XX21) 2493-4702 RECUPERAR • Março / Abril 2004 13 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 09
  • 3. Esquema de trabalho Como atuam estas substâncias? É compli-cado, pois podem atuar de uma maneira específica ou através de vários mecanis-mos ao mesmo tempo. Literalmente, pode-mos classificá-los em lixeiras e guardas. É isso mesmo. O quadro ao lado dá uma idéia do seu esquema de atuação. Os inibidores da interface aço-material Estes inibidores, que formam barreira ou filme sobre a superfície do aço (interface aço-ma-terial), existem na forma líquida e vapor. Os inibidores de fase líqüida (IFL) Estes inibidores líquidos são tendencio-sos. Uns desenvolvem reações eletroquí-micas anódicas, outros catódicas e outro tipo promove reações eletroquímicas mix-tas. Os inibidores anódicos são usados quando o meio tem pH quase neutro, ge-ralmente provocando a deposição de pro-dutos da corrosão sobre as superfícies anódicas do aço. Desta forma, desembes-tam a bloquear as regiões anódicas, esta-belecendo, na marra, um estado de passi-vação que inibe a formação de uma corro-são mais séria. Sua atuação está caracteri-zada pela figura 5. Os inibidores catódicos atuam, como era de se esperar, nas áreas catódicas que ali- Figura 3 - Classificação dos inibidores. a) adsorção de inibidores car-regados negativamente na su-perfície do aço, carregada po-sitivamente. b) inibidor carregado positiva-mente não interage com a su-perfície do aço carregada po-sitivamente. c) adsorção simultânea de ini-bidores carregados positiva-mente e de íons carregados negativamente sobre a super-fície positiva do aço. Figura 4 - Atuação dos inibidores mixtos adicionados às soluções no interior de tanques, para proteger a superfície do aço. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ EQUIPAMENTOS PARA CONTROLE DE QUALIDADE Tele-atendimento (0XX21) 2493-6862 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 10 14 RECUPERAR • Março / Abril 2004
  • 4. Na figura abaixo, visualiza-se, graficamente, a interferência da ação da concentração do inibidor anódico sobre a corrente de corrosão. Repare que a curva catódica (amarela) sofre um giro da esquerda para a direita. A curva anódica (azul) não se altera. Curva típica de corrosão do aço onde visualiza-se que o encontro das curvas (A) está situado sobre o trecho crítico de dissolu-ção ativa da curva anódica, evidenciando um estado crescente de corrosão do aço. Não há presença de inibidores. Nesta situação, identifica-se o ponto (B) de interseção das duas curvas, significando que introduziu-se uma determinada concentra-ção de inibidores ainda não suficientes para interromper totalmente a corrosão. Figura 5 - Os inibidores anódicos com ação. mentam a corrosão. Quer dizer, tanto po-dem diminuir a velocidade da reação de Aumentado-se a concen-tração do inibidor anódico, fica caracteriza-do, através do ponto (C), do encontro das duas curvas, a rápida transição do aço para o estado de totalmente passivo ou sem corrosão. redução como, literalmente, precipitarem-se sobre esta região e bloquearem reações. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Nesta situação, com a interferência da ação dos inibidores catódicos também não há um afeta-mento da curva anódica do aço. Repare que a curva catódica sofre um giro da direita para a esquerda. O encontro das duas curvas em A identifica um estado crescente da corrosão. Figura 6 - Os inibidores catódicos em ação. Repare que a introdução de uma determinada con-centração de inibidor catódico afetou a situação an-teriormente existente. O estado de corrosão, eviden-ciado pelo ponto A, sofreu um retrocesso, ou seja, a velocidade da corrosão diminuiu, quase zerando. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Tele-atendimento (0XX21) 2493-6862 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 11 RECUPERAR • Março / Abril 2004 15
  • 5. Em tanques de óleos também há a ação dos inibidores. Dentre os inibidores catódicos estão bioci-das específicos para atuarem onde há a te-mida corrosão induzida por microorganis-mos ou bactérias (CIM), freqüente em refi-narias, em estações de tratamento de águas e esgotos e na indústria do papel. Um dos fatores principais, a bactéria redutora de sulfatos (BRs), converte a água em uma so-lução extremamente corrosiva, devido a con-versão de sulfatos em sulfetos. Biocidas são substâncias que, adicionadas ao sistema, promovem a morte ou o controle dos micro-organismos. O primeiro passo é saber qual ou quais bactérias estão lá dentro. Os inibidores mixtos, contudo, respondem por 80% dos inibidores empregados indus-trialmente. Sua atuação tem um leque de três opções. Podem atuar fisicamente, impondo uma adsorção superficial, quimicamente obrigando uma quimisorção, e, finalmente, tapando a superfície com a formação de fil-mes ou barreiras. Tanques e tubulações protegidos por fora. Por dentro, é fundamental a ação do inibidor. GLOSSÁRIO Adsorção física ou eletrostática – é o resul-tado da atuação eletrostática entre o inibidor e a superfície do aço. É facilmente removida. Quimisorção – lenta adsorção química, quase irreversível, em função da temperatura do siste-ma, ocorrendo uma divisão ou transferência de cargas entre as moléculas do inibidor e a superfície do aço. Os inibidores que atuam por adsorção quí-mica são os mais eficientes. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ BIOCORROSÃO Tele-atendimento (0XX21) 2493-6862 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 12 16 RECUPERAR • Março / Abril 2004
  • 6. Água salgada não gosta de estaca de concreto armado-protendido. Não force a barra. Ponha uma jaqueta nela. Tudo muda Estacas e JAQUETA G. Feitos um para o outro. JAQUETA G Tele-atendimento (0XX21) 2493-6740 RECUPERAR • Março / Abril 2004 17 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 13
  • 7. A ação dos inibidores no interior de tanques só é efetiva através do controle de sua concentra-ção e atividade. Os inibidores de fase vapor (IFV) São utilizados em tanques industriais fe-chados. Lança-se o produto por spray ou na forma de sachê no espaço entre o nível do líquido e a tampa do tanque. Uma vez disperso naquele ambiente confinado, atua sobre as paredes e o teto do tanque, inibin-do a corrosão, devido ao estabelecimento de uma pressão de vapor que neutraliza a umidade interna, adsorve e forma filme. A atuação dos inibidores Já se percebeu que o sacode que os inibido-res promovem, uma vez lançados num siste-ma de modo a prevenir a corrosão, também têm efeitos negativos. Claro, se vamos adi-cionar um material, seja líquido ou vapor, num tanque metálico, poderemos ter efeitos ad-versos no material estocado. O manuseio deste tipo de produto requer cuidados, pois na maioria das vezes trata-se de substâncias iônicas. Um exemplo são os cromatos, re-centemente proibidos em todo o mundo. A eficiência dos inibidores (P) pode ser checa-da através de uma fórmula muito simples. P = (V0 – V/V0) x 100 V0 é a velocidade da corrosão sem inibido-res. V é a velocidade da corrosão com a introdução de inibidor. e-mail consulta nº 14 Para ter mais informações sobre Corrosão. REFERÊNCIAS • Marcelo Shultz é engenheiro elétrico, es-pecialista em corrosão. • O. L. Riggs. Corrosion Inhibitors. • A. Fignani, G. Trabanelli, F. Zurchi. Procedings of 5th. European Sympsium of Corrosion Inhibitors. • V. S. Sastri, Corrosion Inhibitors: Principles and applications. • Uhlig’s Corrosion Handbook, R. Winston Revie. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ O SME-CII Plus é indicado para medições de espessura em bases ferrosas e não ferrosas, de modo não destrutivo. SENSORES Tele-atendimento (0XX21) 2493-6740 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 15 MEDIDOR DE ESPESSURAS Tele-atendimento (0XX21) 2493-6862 fax (0XX21) 2493-5553 produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº 16 18 RECUPERAR • Março / Abril 2004