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CORAGEM MORAL
Um dos requisitos exigidos por Jesus,
como condição indispensável àqueles
que pretendessem seguir-lhes as
pegadas, é a coragem moral.
“Eu vos envio,
disse Ele aos discípulos,
como ovelhas no meio de lobos .”
Esta frase é bastante eloqüente e,
por si só, define muito bem a
posição dos cristãos na sociedade
do século.
“Sereis entregues aos tribunais por
minha causa. Suportareis
perseguições, açoites e prisão.
Haverá delações entre os próprios
irmãos. Atraireis o ódio de todos. A
vossa vida correrá iminente risco a
cada instante.”
“Todavia, não temais, pois até os
cabelos de vossas cabeças estão
contados. Nenhum receio deveis
ter dos homens, cujo poder não vai
além do vosso corpo. Portanto,
nada de temores.”
“Nada há encoberto que não seja descoberto;
nada há oculto que se não venha a saber. Por
isso, aquele que me confessar diante dos
homens; eu o confessarei diante de meu Pai
celestial; e o que me negar diante dos homens,
eu o negarei perante meu Pai que estás nos
Céus.” (Mateus, 10: 16 a 33)
Tais expressões são de total clareza.
Para ser cristão, é preciso coragem,
ânimo forte, atitude varonil.
“ Seja o teu falar:
sim, sim; não, não. ”
Não há lugar para composturas
dúbias, indecisas, oscilantes.
O crente em Cristo deve possuir
convicção inabalável, têmpera rija,
caráter positivo e franco.
Entre as virtudes não há
incompatibilidade.
A mansidão, a sensatez e a humildade
são predicados que podem (e devem)
coexistir com a energia, com a
intrepidez, com o heroismo.
Deus é infinitamente
misericordioso e, ao mesmo tempo,
é infinitamente justo.
O caráter do cristão há de ser
forjado de aço e de ouro.
“ Ouro sobre aço sejam a tua vontade e
a tua conduta.
Sobre o aço do teu pensamento há de
luzir o arabesco de ouro das formas
puras e gentis.
Ouro e aço será tua vida, serão teus
propósitos, serão teus atos”
Inércia, indiferença e marasmo não
são expressões de bondade.
Entre o bem e o mal, a verdade e a
impostura, a justiça e a iniqüidade
não há lugar para acomodações
nem para neutralidade.
Passividade não é virtude.
O cristão se define sempre em tais
conjunturas, confessando o seu
Mestre.
“ Ninguém pode servir a dois
senhores.”
Que relação pode haver entre Jesus
e Baal?
“ Não sejais escravos dos homens
nem das paixões; não sejais,
igualmente, nem parasitas, nem
bajuladores, nem mendigos”
É a covardia moral que faz o homem
escravizar-se a outros homens; que o
faz o escravo de vícios repugnantes e
de paixões vis.
É ainda por fraqueza e covardia que
o homem bajula, mendiga e se
torna parasita.
Sem boa dose de coragem
(porque não dizer audácia),
o homem não cumpre o dever e
menos ainda consegue sair-se bem
das emergências da vida.
Os altos problemas da Vida,
consubstanciados na sentença
evangélica
- Sede perfeitos como vosso Pai
celestial é perfeito -
requerem ânimo forte e vontade
irredutível para serem solucionados.
Não é fugindo aos perigos e ás
dificuldades que o homem há de
vencê-las; é enfrentando-as.
A coragem moral é a primeira
virtude do homem de fé.
Cumpre, porém, não confundir a
verdadeira coragem com atitudes
violentas e perigosas. A coragem
nada tem em comum com a
temeridade.
A coragem moral é serena e íntima.
Não se ostenta em bracejos, ou
gesticulações espetaculosas, nem em
vozeios e frases ameaçadoras e
ofensivas.
Revela-se antes em suportar do que
em repelir a ofensa recebida.
Energia não significa agressividade.
Ser franco não é ser ferino, nem,
sequer, contundente.
Quanto maior é a coragem, tanto
mais calmo age o indivíduo.
A consciência do valor próprio,
aliada à fé no Supremo Poder, faz o
homem tolerante e sofrido, paciente
e tranqüilo.
Tal foi a atitude de Jesus diante das
conjunturas mais embaraçosas de
sua vida terrena.
Suportou todas as tribulações,
conservando imaculada e intangível
a pureza do alto ideal por que se
bateu até ao extremo sacrifício.
Tal é a coragem de que precisam
revestir-se os seus discípulos de hoje,
como souberam fazer os discípulos
do passado.
Provemos em nós mesmos, com a
transformação radical de nosso
caráter, a eficiência e o poder de
Jesus Cristo, como redentor da
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homem, mediante o exemplo da
coragem moral que nos legou como
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Coragem Moral

  • 1.
  • 3. Um dos requisitos exigidos por Jesus, como condição indispensável àqueles que pretendessem seguir-lhes as pegadas, é a coragem moral.
  • 4. “Eu vos envio, disse Ele aos discípulos, como ovelhas no meio de lobos .”
  • 5. Esta frase é bastante eloqüente e, por si só, define muito bem a posição dos cristãos na sociedade do século.
  • 6. “Sereis entregues aos tribunais por minha causa. Suportareis perseguições, açoites e prisão. Haverá delações entre os próprios irmãos. Atraireis o ódio de todos. A vossa vida correrá iminente risco a cada instante.”
  • 7. “Todavia, não temais, pois até os cabelos de vossas cabeças estão contados. Nenhum receio deveis ter dos homens, cujo poder não vai além do vosso corpo. Portanto, nada de temores.”
  • 8. “Nada há encoberto que não seja descoberto; nada há oculto que se não venha a saber. Por isso, aquele que me confessar diante dos homens; eu o confessarei diante de meu Pai celestial; e o que me negar diante dos homens, eu o negarei perante meu Pai que estás nos Céus.” (Mateus, 10: 16 a 33)
  • 9. Tais expressões são de total clareza. Para ser cristão, é preciso coragem, ânimo forte, atitude varonil. “ Seja o teu falar: sim, sim; não, não. ”
  • 10. Não há lugar para composturas dúbias, indecisas, oscilantes. O crente em Cristo deve possuir convicção inabalável, têmpera rija, caráter positivo e franco.
  • 11. Entre as virtudes não há incompatibilidade. A mansidão, a sensatez e a humildade são predicados que podem (e devem) coexistir com a energia, com a intrepidez, com o heroismo.
  • 12. Deus é infinitamente misericordioso e, ao mesmo tempo, é infinitamente justo. O caráter do cristão há de ser forjado de aço e de ouro.
  • 13. “ Ouro sobre aço sejam a tua vontade e a tua conduta. Sobre o aço do teu pensamento há de luzir o arabesco de ouro das formas puras e gentis. Ouro e aço será tua vida, serão teus propósitos, serão teus atos”
  • 14. Inércia, indiferença e marasmo não são expressões de bondade.
  • 15. Entre o bem e o mal, a verdade e a impostura, a justiça e a iniqüidade não há lugar para acomodações nem para neutralidade. Passividade não é virtude.
  • 16. O cristão se define sempre em tais conjunturas, confessando o seu Mestre. “ Ninguém pode servir a dois senhores.” Que relação pode haver entre Jesus e Baal?
  • 17. “ Não sejais escravos dos homens nem das paixões; não sejais, igualmente, nem parasitas, nem bajuladores, nem mendigos”
  • 18. É a covardia moral que faz o homem escravizar-se a outros homens; que o faz o escravo de vícios repugnantes e de paixões vis. É ainda por fraqueza e covardia que o homem bajula, mendiga e se torna parasita.
  • 19. Sem boa dose de coragem (porque não dizer audácia), o homem não cumpre o dever e menos ainda consegue sair-se bem das emergências da vida.
  • 20. Os altos problemas da Vida, consubstanciados na sentença evangélica - Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito - requerem ânimo forte e vontade irredutível para serem solucionados.
  • 21. Não é fugindo aos perigos e ás dificuldades que o homem há de vencê-las; é enfrentando-as.
  • 22. A coragem moral é a primeira virtude do homem de fé. Cumpre, porém, não confundir a verdadeira coragem com atitudes violentas e perigosas. A coragem nada tem em comum com a temeridade.
  • 23. A coragem moral é serena e íntima. Não se ostenta em bracejos, ou gesticulações espetaculosas, nem em vozeios e frases ameaçadoras e ofensivas.
  • 24. Revela-se antes em suportar do que em repelir a ofensa recebida. Energia não significa agressividade. Ser franco não é ser ferino, nem, sequer, contundente.
  • 25. Quanto maior é a coragem, tanto mais calmo age o indivíduo. A consciência do valor próprio, aliada à fé no Supremo Poder, faz o homem tolerante e sofrido, paciente e tranqüilo.
  • 26. Tal foi a atitude de Jesus diante das conjunturas mais embaraçosas de sua vida terrena. Suportou todas as tribulações, conservando imaculada e intangível a pureza do alto ideal por que se bateu até ao extremo sacrifício.
  • 27. Tal é a coragem de que precisam revestir-se os seus discípulos de hoje, como souberam fazer os discípulos do passado.
  • 28. Provemos em nós mesmos, com a transformação radical de nosso caráter, a eficiência e o poder de Jesus Cristo, como redentor da humanidade, como libertador do homem, mediante o exemplo da coragem moral que nos legou como herança preciosa.