1) Os principais fatores de risco para o suicídio são transtornos mentais como depressão e abuso de substâncias, bem como tentativas prévias de suicídio. 2) Outros fatores de risco incluem faixas etárias, condições socioeconômicas e clínicas específicas. 3) É importante avaliar o estado mental atual da pessoa, planos suicidas e apoio social para determinar o melhor modo de abordagem.
7. 3)PSICOLÓGICOS Perdas recentes; Perdas de figuras parentais na infância; Dinâmica familiar conturbada; Datas importantes; Reações de aniversário; Personalidade com traços significativos de impulsividade, agressividade, humor lábil. 4) CONDIÇÕES CLÍNICAS INCAPACITANTES Doenças orgânicas incapacitantes; Dor crônica; Lesões desfigurantes perenes; Epilepsia; Neoplasias malignas; AIDS.
8. ATENÇÃO: OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA O SUICÍDIO SÃO: 1)História de tentativa de suicídio; 2)Transtorno mental
9.
10. EXISTEM TRÊS CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DO ESTADO EM QUE SE ENCONTRA A MAIORIA DAS PESSOAS SOB RISCO DE SUICÍDIO: 1. AMBIVALÊNCIA - Muitas pessoas em risco de suicídio estão com problemas em suas vidas e ficam nesta luta interna entre o desejo de viver e de acabar com a dor psíquica. Se for dado apoio emocional e o desejo de viver aumentar, o risco de suicídio diminuirá. 2- IMPULSIVIDADE - O suicídio pode ser também um ato impulsivo , podendo este ser transitório e durar alguns minutos ou horas. Normalmente é desencadeado por eventos negativos do dia-a-dia . Acalmando tal crise e ganhando tempo, o bombeiro pode ajudar a diminuir o risco suicida. 3 – RIGIDEZ/CONSTRIÇÃO - Os pensamentos, os sentimentos e as ações estão constritos , quer dizer, constantemente pensam sobre suicídio como única solução e não são capazes de perceber outra maneira de sair do problema. Pensam de forma rígida e drástica:”O único caminho é a morte”; “ Não há mais nada o que fazer”. Parecida com esta visão é a “visão em túnel” , que representa o estreitamento das opções disponíveis . A maioria das pessoas com idéias de morte comunica seus pensamentos e suas intenções suicidas.
11. FASE DE PREPARO PARA O ATENDIMENTO A UMA VÍTIMA COM TENDÊNCIAS SUICÍDAS: O preparo para este tipo de socorro deve iniciar já quando do recebimento do chamado. Atente para as seguintes regras para chegar já pronto ao local de ocorrência: Levando em consideração as aptidões individuais, divida a equipe de socorro da seguinte forma em: 1) Negociador - Aquele socorrista que estiver mais apto a conversar com a vítima. A sua substituição deve ser evitada ao máximo, pois este tende a conquistar a confiança da vítima. 2) Equipe de Intervenção Imediata – Os que dominarem melhor as técnicas de intervenção( Salto do Predador; Pulo do Aranha, Rapel etc), devem escolher a técnica mais adequada à ocasião,bem como se preparar para executá-la no melhor momento,se assim a ocasião exigir. Lembrando que em caso de vítimas que ameaçam se jogar de uma ponte, essa equipe tem que ter pelo menos um componente, devidamente equipado, às margens do rio para um possível Salvamento Aquático.
12. FASE DE PREPARO PARA O ATENDIMENTO A UMA VÍTIMA COM TENDÊNCIAS SUICÍDAS: À medida que for se aproximando do local da ocorrência, o motorista deve desligar a luz rotativa e a sirene para não assustar a vítima. Lembrando que estamos tratando de uma pessoa numa situação de extrema confusão mental e, às vezes, até apresentando um quadro psicótico. Não raro, estas vítimas pensam que estamos nos aproximando para punir ou mesmo para prendê-la, e, para evitar isso, numa espécie de “vingança”, acabam precipitando a sua morte. Nunca perder a vítima de vista, estar sempre atento aos seus passos. Por isso, a posição correta para se estacionar a viatura é antes da vítima, nunca após. Evite aproximar demais a viatura e evite aproximações bruscas. Isole imediatamente o local. Se for uma ponte, interdite-a imediatamente. Afaste os curiosos.
13. ANAMNESE O negociador deve, sempre que possível, realizar uma rápida anamnese interrogando algum amigo ou parente se a vítima já tentou suicídio antes; se tem algum distúrbio psiquiátrico/psicológico conhecido; se toma algum medicamento controlado; se o tem tomado regularmente; se tem ido ao psiquiatra/psicólogo ou outra informação que julgar necessária. Porém esta anamnese deve ser realizada o mais rápido possível, podendo ser feita por outro membro da guarnição e depois informado ao negociador, que pode sempre que confirmá-las quando da abordagem à vítima.
14. COMO ABORDAR A VÍTIMA? Avalie qual a melhor forma e a melhor hora para afastar objetos que estejam ao alcance da pessoa e que possam ser usados numa possível agressão ou suicídio. “Como você se sente ultimamente?” “ Existem muitos problemas na sua vida?” “ O que tem tentado fazer para resolvê-los”. Em geral, estas perguntas abrem espaço para as pessoas falarem de si mesmas e de como estão lidando com as dificuldades. A partir daí, se a pessoa demonstra estar cansada de viver, parece estar querendo fugir, acha a morte atraente, ou quando o socorrista suspeita de que exista a possibilidade de um comportamento suicida, os seguintes aspectos necessitam ser avaliados: ESTADO MENTAL ATUAL - Parece estar sob efeito de alguma substância? Apresenta discurso incoerente, porém com pensamentos sobre morte ou suicidio? PLANO SUICIDA ATUAL – Quão preparada a pessoa está, que grau de planejamento e quão cedo o ato está para ser realizado. Sistema de apoio social da pessoa( família, amigos etc.). Ao contrário da crença popular, falar a respeito de suicídio não inocula a ideia na cabeça das pessoas. Elas ficarão muito agradecidas e aliviadas de poder falar abertamente sobre o assunto e as questões que estão a atormentando.
15.
16. Você sente que ninguém se preocupa com você? Trabalhar sobre os sentimentos suicidas. Quanto mais abertamente a pessoa fala sobre perda, isolamento e desvalorização, menos confusas suas emoções se tornam. Quando essa confusão emocional cede, a pessoa pode se tornar reflexiva. Esse processo de reflexão é crucial, ninguém se não o próprio indivíduo pode revogar a decisão de morrer e tomar a decisão de viver.
17. COMO ABORDAR A VÍTIMA? Focalize nos aspectos positivos da pessoa, fazendo-a falar sobre como problemas anteriores foram resolvidos sem recorrer ao suicídio. É uma forma de motivá-la e ao mesmo tempo recuperar a confiança em si mesma. O profissional de emergência deve focalizar na ambivalência sentida pelo indivíduo em risco de suicídio entre viver e morrer, até que gradualmente o desejo de viver se fortalece. Tente explorar as várias alternativas ao suicídio, até aquelas que podem não ser soluções ideais, na esperança de que a pessoa vá considerar ao menos uma delas. Faça um contrato, negocie, aqui é o momento para usar a força do vínculo existente entre você e a vítima. Extraia uma promessa sincera do indivíduo de que ele(a) não vá cometer suicídio: sem que se comunique com você; por um período específico. O objetivo é ganhar tempo até que a equipe consiga montar um plano de intervenção. Negocie com sinceridade, explique e peça aval da vítima para todas as medidas a serem tomadas. Tente conseguir permissão da vítima para recrutar quem possa ajudá-la, em geral alguém de sua confiança e depois entre em contato com essa pessoa. Mesmo que a permissão não seja dada, tente localizar alguém que seria particularmente compreensivo com o indivíduo. Procure, dentro do possível preservar o sigilo da vítima.
18. COMO SE COMUNICAR COMO NÃO SE COMUNICAR Ouvir atentamente, com calma. Entender os sentimentos da pessoa(empatia). Dar mensagens não verbais de aceitação e respeito. Expressar respeito pelas opiniões e pelos valores da pessoa. Conversar honestamente e com autenticidade. Mostrar sua preocupação, seu cuidado e sua afeição. Focalizar nos sentimentos da pessoa. Perguntar sobre tentativas anteriores. Interromper muito frequentemente. Ficar chocado ou muito emocionado. Dizer que está ocupado. Fazer o problema parecer trivial. Tratar a vítima de maneira que possa colocá-la numa posição de inferioridade. Dizer simplesmente que tudo vai ficar bem. Fazer perguntas indiscretas. Emitir julgamentos(Certo X Errado), tentar doutrinar. Desafiar a pessoa a continuar em frente. Dar falsas garantias. Jurar segredo.
19.
20. Mesmo sabendo que o comportamento suicida envolve motivações conscientes e inconscientes, iniciar a abordagem pelos fatores desencadeantes trazidos pelo paciente.
21. Distorções cognitivas devem ser mostradas e trabalhadas, como por exemplo, estreitamento de repertório, desesperança, pensamentos tipo tudo ou nada e visão dos obstáculos como intransponíveis.
22. Fortalecer a sensação subjetiva de “pertença” do indivíduo, em termos de grupos, comunidades, instituições.
25. IDÉIAS SOBRE O SUICÍDIO QUE LEVAM AO ERRO: “ Se eu falar/perguntar sobre suicídio, poderei induzir a vítima a isso.” “ Ele está ameaçando suicídio apenas para me manipular.” “Quem quer se matar, se mata mesmo e não avisa.” “ O suicídio é um ato de covardia (ou coragem).” “ No lugar dele, eu também me mataria.” “ Depressão só dá em quem tem fraqueza de caráter.”
26. Esteja consciente! Para ajudar uma pessoa é melhor estar inteiro, consciente. Nem sempre isso é fácil, mas é necessário. A consciência de si diminui a vulnerabilidade diante das situações limites.A equação é a seguinte: poderei ajudar melhor outra pessoa se eu mesmo sei me ajudar. Auto-estima não é algo que se tem ou não tem. Ela pode ser desenvolvida.
27. FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE MENTAL www.saude.gov.br